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Livro-Texto - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Eva Cristina de Carvalho Souza Mendes
Colaboradores: Prof. Nonato Assis de Miranda 
Profa. Silmara Maria Machado
Orientação em Supervisão 
Escolar e Orientação 
Educacional
Professora conteudista: Eva Cristina de Carvalho Souza Mendes
Natural de Niterói–RJ, é graduada em Letras, pela Universidade Santa Úrsula – RJ, e Pedagogia, pela Universidade 
Católica de Santos - SP, Psicopedagoga, pela Faculdade Claretiana–SP, e especialista em Educação Infantil e Processo 
de Ensino e Aprendizagem do Ensino Fundamental – séries iniciais pela Faculdade São Luís-SP, e Educação a Distância 
pela Faculdade Senac–RJ, aperfeiçoamento em Gestão de Processos Avaliativos de Sistemas Educacionais – PUC/SP, 
Mestra em Educação, subárea Formação do Educador: dimensão político-pedagógica pela Universidade Católica de 
Santos-SP e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento, subárea Multidisciplinar em Saúde-Educação-Psicologia, 
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Supervisora de Ensino da Prefeitura Municipal de Santos, Coordenadora 
Local e Docente do Curso de Pedagogia - Universidade Paulista (campus Santos). Experiência na área de Educação, 
atuando principalmente nos seguintes temas: Educação, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, 
Educação Profissional, Educação a Distância, Processo Ensino-aprendizagem, Orientação Educacional, Administração 
Escolar, Supervisão Escolar, Psicopedagogia e Pedagogia.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M538o Mendes, Eva Cristina de Carvalho Souza 
Orientação em supervisão escolar e orientação educacional / 
Eva Cristina de Carvalho Souza. – São Paulo, 2024.
184 p. il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Supervisão escolar. 2. Planejamento. 3. Pedagogia I. Título.
CDU 37.014
U519.05 – 24
Profa. Sandra Miessa
Reitora
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração e Finanças
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora das Unidades Universitárias
Profa. Silvia Gomes Miessa
Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal
Profa. Laura Ancona Lee
Vice-Reitora de Relações Internacionais
Prof. Marcus Vinícius Mathias
Vice-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária
UNIP EaD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Prof. M. Ivan Daliberto Frugoli
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Material Didático
Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
 Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes
Projeto gráfico: Revisão:
 Prof. Alexandre Ponzetto Geraldo Teixeira Jr
 Amanda Casale
Sumário
Orientação em Supervisão Escolar e Orientação Educacional
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO DE TRABALHO E LUGAR DE ENSINO-APRENDIZAGEM ...9
1.1 Conhecendo a unidade escolar ...................................................................................................... 10
1.2 A pesquisa como instrumento de conhecimento da escola ............................................... 15
1.3 Unidades escolares como organizações aprendentes: aspectos culturais 
e organizacionais ......................................................................................................................................... 17
2 SISTEMAS DE ENSINO E ESCOLAS PARTICULARES ............................................................................ 21
2.1 Sistema Federal de Ensino ................................................................................................................ 23
2.2 Sistema Estadual de Ensino ............................................................................................................. 24
2.2.1 Diretoria Regional de Ensino no Sistema Estadual de Ensino .............................................. 24
2.3 Sistema Municipal de Ensino .......................................................................................................... 25
3 A ESCOLA E SUA FUNÇÃO SOCIAL ........................................................................................................... 27
4 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NA ESCOLA E A AÇÃO DO PEDAGOGO .................................. 29
4.1 Planejamento: tipos e níveis e suas relações ............................................................................ 38
4.2 Projeto político-pedagógico e/ou proposta pedagógica e plano de 
desenvolvimento da escola ...................................................................................................................... 41
4.2.1 Projeto Político-Pedagógico/Proposta Pedagógica ................................................................... 42
4.2.2 Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) .................................................................. 47
Unidade II
5 ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E SUPERVISÃO ESCOLAR NA CONTEMPORANEIDADE .......... 56
5.1 Orientação educacional: a prática cotidiana ............................................................................ 56
5.2 Orientação educacional em relação à Direção da escola..................................................... 61
5.3 Orientação educacional em relação aos funcionários da escola e corpo docente ... 61
5.4 Orientação educacional: relacionamento família-escola / escola-comunidade ........ 63
5.5 Orientação educacional e o trabalho com os alunos ............................................................ 69
5.6 Orientação educacional: relação escola-saúde ........................................................................ 75
5.7 Orientação Educacional e relações interpessoais.................................................................... 77
5.8 Orientação para o trabalho e qualidade de vida ..................................................................... 84
5.9 Orientação educacional e o lazer .................................................................................................. 85
5.10 Orientação para a escolha profissional e a vida do trabalho ........................................... 93
6 AÇÃO SUPERVISORA E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: A PRÁTICA.............................................106
7 PROFESSOR-COORDENADOR E SUAS ATIVIDADES NO PROCESSO EDUCACIONAL ...........124
8 AÇÃO SUPERVISORA E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE ............142
8.1 Supervisão escolar e orientação educacional: os espaços de atuação coletiva .......145
8.1.1 Conselho de Escola .............................................................................................................................. 145
8.1.2 Conselho de Classe .............................................................................................................................. 145
8.1.3 Reunião de pais ou responsáveis .................................................................................................. 147
8.1.4 Reunião de formação com professor .......................................................................................... 147
8.1.5 Outras reuniões .....................................................................................................................................148
8.2 Evasão repetência e fracasso na escola: inclusão e o papel do pedagogo .................150
8.2.1 Teorias sobre a questão do fracasso escolar ............................................................................. 150
8.2.2 Progressão Continuada e Avaliação ............................................................................................. 155
8.3 Organizando o serviço ......................................................................................................................158
8.4 Orientação Educacional e Supervisão Escolar: técnicas ...................................................162
8.4.1 Observação ............................................................................................................................................. 162
8.4.2 Questionários ......................................................................................................................................... 162
8.4.3 Entrevista ................................................................................................................................................ 164
8.4.4 Autobiografia ......................................................................................................................................... 165
8.4.5 Anedotário .............................................................................................................................................. 166
8.4.6 Estudo de caso ...................................................................................................................................... 166
8.4.7 Sociometria ............................................................................................................................................ 167
7
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Na disciplina Orientação em Supervisão Escolar e Orientação Educacional, você terá possibilidades 
de compreender, a partir do estudo da Unidade Escolar, a ação integradora e formadora do trabalho do 
pedagogo mediando ações com relação à família, trabalho, saúde, lazer do discente e o desenvolvimento 
das potencialidades humanas. A importância do pedagogo para alunos e professores no processo de 
ensino-aprendizagem e no trabalho de conscientização de alunos sobre valores. O desenvolvimento das 
relações interpessoais e a formação do aluno integral, bem como o desempenho da ação supervisora 
e orientação educacional nos variados contextos e instâncias de atuação rumo à promoção de um 
ensino de qualidade.
Quanto aos objetivos específicos, estes têm o propósito de levá-lo a:
1. reconhecer as contribuições do pedagogo frente às áreas de trabalho (escola, família, comunidade 
e saúde, lazer e trabalho);
2. identificar as atribuições e o trabalho do supervisor escolar dentro de uma proposta de supervisão 
de sistema e de escola;
3. identificar e analisar a realidade escolar, a comunidade na qual está inserida e seus problemas, 
bem como articular com a ação supervisora;
4. discutir propostas de organização e gestão na perspectiva de uma escola democrática;
5. analisar e discutir situações e práticas pertinentes ao papel do supervisor escolar/coordenador 
pedagógico dentro da escola;
6. elaborar planejamento educacional no âmbito escolar e não escolar em seus diversos níveis e relações;
7. identificar fatores que podem promover relações interpessoais saudáveis na escola;
8. analisar o fracasso escolar e a atuação do pedagogo na identificação de problemas que podem 
gerar o fracasso escolar;
9. conhecer tendências atuais que promovam o autoconhecimento do aluno e a reflexão sobre os 
valores humanos.
E, para finalizar, você será convidado a refletir acerca das questões pertinentes à Supervisão Escolar 
e Orientação Educacional na contemporaneidade.
8
INTRODUÇÃO
Olá aluno(a),
Nosso estudo terá início com a temática “A escola como organização de trabalho e lugar de ensino 
e aprendizagem”, na qual serão tratados os assuntos pertinentes ao conhecimento da unidade escolar e 
o papel do pedagogo na cultura organizacional de seu local de trabalho. Continuando, encontramos as 
questões sobre “Planejamento Educacional na escola em processo de gestão democrática participativa” 
na perspectiva desenvolvida pelo orientador educacional e pelo supervisor escolar.
Por fim, chegaremos às práticas relativas à Orientação Educacional e Supervisão Escolar na 
contemporaneidade.
Deixo para sua reflexão sobre a atividade a ser exercida pelo pedagogo em função de orientação 
educacional e supervisão escolar, o pensamento de Paulo Freire (1996, p. 77):
[...] Constatando, nos tornamos capazes de intervir na realidade, tarefa 
incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes do que 
simplesmente a de nos adaptar a ela. [...] Ninguém pode estar no mundo, com 
o mundo e com os outros de forma neutra. Não posso estar no mundo de luvas 
nas mãos constatando apenas. A acomodação em mim é apenas caminho 
para a inserção, que implica decisão, escolha, intervenção na realidade.
Vamos lá?
9
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Unidade I
1 A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO DE TRABALHO E LUGAR DE 
ENSINO‑APRENDIZAGEM
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer.
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Fernando Pessoa
Há um ver-por-ver,
sem ato intencional do olhar,
e há um ver como resultado obtido a partir de um olhar ativo...
Alfredo Bosi
A construção de um saber tecido na relação entre teoria e prática de organizações educacionais 
em que a escola seja vista como organização de trabalho e lugar de ensino e aprendizagem inicia-se 
no ato de compreender o que acontece concretamente na unidade escolar, até porque pensar a 
instituição educacional a partir de um ponto de vista amplo leva à compreensão dos fenômenos 
educativos em toda a sua complexidade, seja humana, técnica ou científica.
O mundo contemporâneo tem passado por transformações das mais diversas, sejam econômicas, 
políticas, sociais e culturais, em virtude dos avanços tecnológicos, reestruturação do sistema de produção 
e desenvolvimento, da compreensão do papel do Estado, em suma da globalização. A escola, instituição 
social, tem sido inquirida de qual seria seu papel frente a essas transformações.
Portanto, refletir sobre organizações escolares sugere olhar o percurso das ideias acerca das unidades 
de educação ao longo das últimas décadas. Alguns autores as viram centradas nos alunos, segundo 
uma abordagem individual, ou seja, como máquinas de aprendizagem; outros, de acordo com uma 
perspectiva institucional, como organismos preocupados com a racionalização e a eficácia do ensino; 
hoje em dia, as unidades escolares são vistas como lugares de interação social, dotadas de cultura e 
caracterizadas por valores, crenças e ideologias.
De acordo com Libâneo (2004, p. 30), existem minimamente duas formas de ver a gestão centrada 
na escola:
10
Unidade I
• na perspectiva do ideário neoliberal,
colocar a escola como centro das políticas significa liberar boa parte das 
responsabilidades do Estado, dentro da lógica do mercado, deixando às 
comunidades e às escolas a iniciativa de planejar, organizar e avaliar os 
serviços educacionais.
• na perspectiva sociocrítica, a escola é vista como espaço educativo, uma comunidade de 
aprendizagem construída por seus atores. A gestão e a organização da escola são entendidas 
como práticas educativas, afinal passam valores, atitudes, modos de agir, influenciando as 
aprendizagens de professores e alunos, ou seja,
significa valorizar as ações concretas dos profissionais na escola, 
decorrentes de sua iniciativa, de seus interesses, de sua participação, dentro 
do contexto sociocultural da escola, em função do interesse público dos 
serviços educacionais prestados sem, com isso, desobrigar o Estado de 
suas responsabilidades.
Assim, Lima (2002b, p. 33) afirma, ao conceituar a escola,que esta é simultaneamente “locus de 
reprodução e locus de produção de políticas, orientações e regras [...] porque, finalmente, as organizações 
são sempre as pessoas em interação social, e porque os atores escolares dispõem sempre de margens de 
autonomia relativa”.
Certo é que a unidade escolar, organização social, inserida em um contexto, adquire características 
que a refletem em seu cotidiano. Sua prática realiza-se em condições historicamente delineadas de 
modo que o atendimento das necessidades e interesses diversos ocorra.
Para tanto, à luz do pensamento de Militão Silva (2001, p. 42),
refletir sobre a autonomia da unidade escolar supõe, para além do conhecimento 
das características do sistema no qual se insere a escola, conhecer a própria 
escola e, assim, verificar os problemas e as perspectivas que dela decorrem 
tendo em vista a implantação de um funcionamento autônomo.
1.1 Conhecendo a unidade escolar
A escola, organização social, é o lugar em que se concretiza o objetivo do sistema escolar, ou seja, o 
atendimento dos alunos nas relações de ensino e aprendizagem.
Segundo Militão Silva (2001, p. 43), há três modos de encarar a escola que poderão produzir formas 
diferenciadas para a abordagem das questões concretas e que, consequentemente, levarão a soluções 
também diferentes. São eles:
11
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
• centrado na sala de aula: quando o ponto central da realidade escolar encontra-se na sala de 
aula, local em que se dá a chave para mudanças, a relação professor-aluno;
• pautado nas formas de organização da sociedade: nesta abordagem, as mudanças na escola 
somente ocorrerão quando já estiverem concretizadas na sociedade como um todo. As ações de 
professores e alunos são reflexos do contexto social em que a escola está inserida;
• nível intermediário: não se detém apenas à sala de aula nem apenas ao contexto social. Para que 
se entenda o funcionamento da escola, é necessária a compreensão da unidade escolar como uma 
organização social.
Decerto uma unidade de educação pode ser vista de variadas formas, mas “seria na escola que as 
crianças aprenderiam, de modo sistemático, a se submeter a uma autoridade impessoal?” (Enguita, 
2004, p. 29).
 Lembrete
A escola deve ser vista como espaço de interação entre sujeitos que 
ensinam e sujeitos que aprendem, isto é, espaço no qual sujeitos 
estabelecem relações com o saber.
Com o correr do tempo, as organizações educacionais classificaram-se de formas diversas.
Assim, olhar a unidade educacional como organização é vê-la contextualizada em suas várias 
dimensões, pois, na esteira do pensamento de Nóvoa (1992, p. 20),
trata-se de um enfoque particular sobre a realidade educativa que valoriza 
as dimensões contextuais e ecológicas, procurando que as perspectivas mais 
gerais e mais particulares sejam vistas pelo prisma do trabalho interno das 
organizações escolares.
Partindo do pressuposto da relação existente entre organização e ambiente, a organização escolar é 
considerada um sistema aberto, não excludente, que se relaciona com seu meio, captando informações 
para orientar seus objetivos, e, de acordo com essa perspectiva, a escola pode ser vista como instituição 
social, pois é constituída da convivência e da realização de trabalho, uma construção social que “leva a 
pôr ênfase na ação dos indivíduos, nos seus interesses, nas suas estratégias, nos seus sistemas de ação 
concreta” (Barroso, 1996, p. 10).
Desse modo, “as organizações escolares, ainda que estejam integradas num contexto cultural mais amplo, 
produzem uma cultura interna que lhes é própria e que exprime os valores (ou os ideais sociais) e as crenças 
de que os membros da organização partilham” (Brunet, 1988 apud Nóvoa, 1992, p. 29). A partir do exposto, 
vê-se que há uma cultura interna na organização escolar composta pelos significados individuais dos 
atores e que são partilhados, assim como há um conjunto de variáveis exógenas que interferem na 
definição identitária da organização, o qual podemos chamar de cultura externa da organização.
12
Unidade I
De tal sorte que é possível caracterizar o funcionamento de uma organização escolar como fruto de 
um compromisso entre a estrutura formal e as interações entre grupos com interesses distintos, bem 
como identificar sua abrangência sob três grandes áreas:
a) estrutura física da escola;
b) estrutura administrativa da escola;
c) estrutura social da escola.
Como afirma Militão Silva (2001, p. 49),
procurar compreender a escola como uma cultura com identidade 
própria supõe descobrir os valores, as atitudes, as imagens de realidade, 
as manifestações verbais e não verbais que constituem seu processo de 
comunicação interna e externa.
Mas, principalmente, significa conhecer seu projeto de ação.
Para tanto, tem sido a cada dia mais importante a compreensão da escola como lugar de construção 
e reconstrução da cultura, não somente do modo científico, mas a cultura em seu modo social, a cultura 
dos alunos, dos atores constitutivos da organização, a cultura da escola. De acordo com Pérez Gómez 
(apud Libâneo, 2004, p. 32),
a escola, e o sistema educativo em seu conjunto, pode ser considerada 
como uma instância de mediação cultural entre os significados, sentimentos 
e as condutas da comunidade social e o desenvolvimento humano 
das novas Gerações.
Assim, não conhecemos a escola apenas pelo que se vê, é preciso captar os significados, valores, 
atitudes, modos de agir e de resolução de problemas que definem uma cultura própria de cada 
unidade escolar.
População-alvo
• aluno
• classe
Meio 
- escolar 
- comunidade
Professor e demais funcionários
- pessoa
- profissional
Conhecimento da realidade da unidade escolar
Sondagem
Diagnóstico
Figura 1 – Representação gráfica do conhecimento da unidade escolar
Fonte: Turra et al. (1975, p. 43).
13
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Olhar a unidade educacional como organização é vê-la contextualizada em suas várias dimensões. 
É necessário atentar-se sobre a natureza do trabalho em educação, “na escola, as relações de produção 
e transmissão de conhecimento se dão entre sujeitos que interagem e se transformam através desta 
interação” (Alves, 2006, p. 161). Também cabe atenção ao âmbito da categoria de trabalho não material, 
esclarecido por Saviani (apud Alves, 2006), “ao relacioná-la à produção de ideias, conceitos, valores, símbolos, 
hábitos, atitudes, ou seja, à produção do saber, que não se separa do produtor” (Alves, 2006, p. 159), o 
que é distinto da natureza de produção de uma mercadoria, ou seja, um trabalho material.
Nesse prisma, minimamente duas perspectivas são observáveis para o trabalho do pedagogo atuando 
como orientador educacional, supervisor escolar, coordenador pedagógico, gestor ou docente. Por um 
lado, no qual os princípios pautam-se no mercado, nos ideais capitalistas, e por outro, os princípios 
podem corroborar para garantia do processo de tomada de decisões coletivas, encarando o direito à 
educação para todos.
O estudo da Pedagogia nos remete ao estudo da escola. Tanto uma como a outra demandam, 
além do exame da história, a reflexão sobre os aspectos filosóficos, sociais, políticos e pedagógicos 
da educação.
Quando se pensa na função da educação escolar, não podemos deixar de responder a certas 
perguntas como:
• em que concepção de mundo acreditamos?
• que homem queremos formar? Que valores iremos trabalhar?
• quem é o meu aluno hoje?
• em que realidade o aluno com quem trabalho está inserido?
• que tipo de cidadão desejo formar?
• que currículo poderá contribuir para a formação desse aluno? Que metodologia? Que tipo 
de avaliação?
Tais perguntas estão diretamente relacionadas às dimensões filosófica, social e política do trabalho 
do pedagogo.
Por exemplo, quando se pensa na concepção de mundo e na visão de homem que se tem, a dimensão 
filosófica da educação está sendo evidenciada e o pedagogo, na função de orientador educacional,ao 
responder essas questões, juntamente com os demais membros da escola, deve relacioná-las ao tipo 
de conhecimento e aos valores que se quer construir com os alunos, à formação integral do indivíduo, 
às tendências educacionais e práticas cotidianas de sala de aula. Esses conceitos devem, sempre que 
possível, ser revistos com o coletivo de educadores da escola para que não se percam de vista as 
finalidades do trabalho educativo.
14
Unidade I
Verifica-se, dessa forma, que ao refletir sobre a dimensão política de sua atuação, o profissional 
da Educação deve promover situações e atividades (grêmios, representações de alunos, trabalhos em 
grupo) que permitam aos alunos tomar decisões e vivenciarem as consequências de seus atos.
Com relação à dimensão social da escola, o pedagogo atuante nas diversas áreas tem o papel 
fundamental de conhecer, interpretar e divulgar aos demais elementos da escola a realidade 
socioeconômica e psicológica do aluno, bem como da comunidade na qual está inserido, identificando 
suas necessidades a fim de superar as dificuldades encontradas.
A dimensão pedagógica da escola traduz-se pelas questões relativas ao currículo, como a seleção 
dos objetivos, conteúdos, metodologia e formas de avaliação. O profissional da Educação auxiliará no 
planejamento desses aspectos ao lembrar, sempre que possível, aos educadores, do universo social, 
cultural, afetivo e cognitivo do aluno.
De acordo com Placco (1998, p. 115) cabe ao pedagogo, atuando como orientador, formar o cidadão 
responsável e transformador:
o papel básico do orientador educacional será o de auxiliar o educando a 
tornar-se consciente, autônomo e atuante nessa tarefa, auxiliando também 
o aluno, na identificação de seu processo de consciência, dos fatores 
socioeconômico-político-ideológico que o permeiam e dos mecanismos 
que lhe possibilitem superar a alienação decorrente desses processos, 
tornando-se assim, um homem-coletivo: responsável e transformador.
O pedagogo busca meios emancipatórios para atingir seus objetivos, assumindo um compromisso 
com o momento social e histórico e contribuindo para a formação de homens mais críticos, conscientes 
e participativos na sociedade.
Essa tarefa não é nada simples, pois muitas vezes os educadores entram em conflito, porque os 
aspectos idealizados de uma escola desejada não condizem com a realidade concreta. A escola está 
inserida na sociedade, vivenciando os problemas oriundos dessa, como a violência, a pobreza, o 
desemprego, a fome, a falta de moradia, os problemas de saúde, as drogas, entre outros, que têm reflexos 
explícitos no interior dessa instituição. Além disso, os profissionais da escola, não raramente, sentem-se 
frustrados por terem dificuldade em operacionalizar os objetivos e metas educacionais, ora por falta de 
conhecimento, ora por falta de recursos.
Ao pedagogo que atua na coordenação pedagógica, orientação educacional, supervisão escolar e 
gestão, cabe, a todo o momento, auxiliar os educadores a relembrarem tais objetivos e finalidades e buscar 
soluções pedagógicas e metodológicas, redescobrindo o papel da escola na formação do sujeito e na 
construção de cidadão. Nesse sentido, é na escola que o aluno aprende a conviver com o outro, a 
aceitar a diversidade cultural, a participar e a lutar pelo bem comum, a conviver com dificuldades 
e contradições, a trabalhar com o diálogo, a defender seus direitos e a dialogar.
15
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Para Grinspun (2006), a escola é um espaço de conhecimento, crenças, mitos, razões e emoções. O 
grande segredo é descobrir o que é verdadeiro para escola, como instituição e para seus protagonistas, 
como cidadãos. Para tanto, é importante conhecer a realidade da sala de aula, o que possibilitará ao 
pedagogo caminhar junto com seus protagonistas.
As dimensões sociais, filosóficas, políticas e pedagógicas também estão contidas na questão da 
educação para trabalho, tanto em relação à orientação vocacional, mas principalmente no que se refere 
à discussão da relação trabalho/emprego.
Dimensão 
política
Escola
Dimensão 
social
Dimensão 
filosófica
Dimensão 
pedagógica
Profissional da 
educação
Figura 2 – Profissional da educação em suas diversas dimensões
Desse modo, ressalta-se, todavia, que a gestão da organização, bem como a organização da gestão, 
têm como fatores determinantes: a criação, recriação e manutenção de um ambiente de aprendizagem 
que leve à inovação. Essa mudança requer dos atores envolvidos na organização uma mobilização 
constante visando ao combate à inércia, ou seja, “um conjunto de alterações deliberadas e planificadas 
que poderão afetar significativamente os padrões e as relações de trabalho estabelecidos, bem como os 
autoconceitos dos indivíduos e dos grupos” (Glatter, 1992, p. 145).
1.2 A pesquisa como instrumento de conhecimento da escola
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago.
Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo.
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou 
anunciar a novidade
Paulo Freire
A importância da pesquisa para a ação do pedagogo, atuando em supervisão escolar/coordenação 
pedagógica e orientação educacional dá-se na proporção em que os profissionais iniciam suas 
observações, formulam questões ou hipóteses de pesquisa, bem como a selecionar dados e instrumentos 
que possam elucidar tais questões. Para tanto André (1999, p. 353) adverte que a pesquisa deve obedecer 
a critérios, tais como:
16
Unidade I
em primeiro lugar, propiciar o acesso aos conhecimentos científicos – trazer 
aos professores (consumidores da pesquisa) as novas conquistas no campo 
específico de conhecimentos. Deve, além disso, levar o aluno professor  a 
assumir um papel ativo no seu próprio processo de formação, e mais, 
a incorporar uma postura investigativa que acompanhe continuamente sua 
prática profissional.
De sorte que a autora apoia sua visão nas chamadas pedagogias ativas, razão pela qual defende que 
os programas de formação e aperfeiçoamento docente incluam entre seus objetivos o desenvolvimento 
das habilidades básicas de investigação.
Parafraseando ainda André (1999), cabe ao pedagogo o papel de planejar e orientar o processo 
de ensino ao professor e de aprendizagem para o aluno, e junto com ambos, avaliar os resultados 
alcançados, tanto no decorrer da ação quanto na fase final do processo.
Como o professor tem relevante papel no processo de ensino e aprendizagem, supervisor escolar e 
orientador educacional têm um papel importante no planejamento, no acompanhamento e avaliação 
das atividades realizadas na escola, cabendo-lhe, mais especificamente, de acordo com a referida autora, 
as seguintes tarefas:
• coordenar todo o processo;
• dar os estímulos iniciais;
• orientar os docentes na busca de fontes, escolha de métodos e seleção de informações relevantes;
• propor aos professores modos de sistematizar, interpretar e relatar os dados.
Daí, considerar como André (1999, p. 354) que a finalidade do processo de ensino-aprendizagem “é a 
formação de sujeitos autônomos, capazes de compreender a realidade que os cerca e de agirem sobre ela”.
Para tanto, propõe a utilização da metodologia como elemento formador, de modo a desenvolver 
habilidades como:
• observar;
• formular questões;
• formular hipóteses;
• selecionar dados;
• selecionar instrumentais;
• elucidar questões e hipóteses;
• expressar suas descobertas;
• expressar suas novas dúvidas.
17
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
A pesquisa possibilita, assim, um processo significativo da construção da prática da supervisão. E isto 
é possível, como bem diz André (1999, p. 354), porque
é na problematização da realidade que se originam as questões a serem 
perseguidas e é a partir delas que são escolhidos métodos de trabalho e técnicas 
de coleta de dados – o que requer um aprendizadode observação e análise da 
realidade e um conhecimento de instrumentais para sua apreensão.
À luz dessa perspectiva, exige-se um envolvimento ativo de todos os atores, de modo que seja 
possível haver o compartilhar de experiências e, caso necessário, reelaborá-las, por meio de estudo 
e reflexão. Além disso, André (1999) destaca o papel fundamental das interações sociais no processo 
de formação do profissional da educação investigador, por meio do diálogo e da partilha de saberes e 
experiências. A interação é necessária “tanto na definição dos temas e problemas de interesse comum 
quanto na busca conjunta de alternativas para seu equacionamento” (1999, p. 355).
Desse modo, para buscar melhores resultados, o pedagogo deverá analisar os dados pertinentes ao 
desempenho de professores e alunos nos dois primeiros bimestres e, ao lado da Direção, propor ações 
efetivas para melhorar esse desempenho. Será necessário discutir esses resultados, tanto em grupo, 
como individualmente, com os professores. Essa conversa e troca de informações com os docentes 
envolvidos mostram-se imprescindíveis, a fim de que se conheçam, em profundidade, as características 
desses profissionais da escola.
 Saiba mais
Para saber mais sobre pesquisa como instrumento de conhecimento da 
escola, leia:
ANDRÉ, M. E. D. A. Autores ou atores? O papel do sujeito na pesquisa. 
In: LINHARES et al. Os lugares dos sujeitos na pesquisa educacional. Campo 
Grande: UFMS, 1999.
1.3 Unidades escolares como organizações aprendentes: aspectos culturais 
e organizacionais
A cultura organizacional é o conjunto de pressupostos e relações que um grupo estabeleceu 
enquanto sistema social. Assim também o é na escola, os contextos organizacionais são estabelecidos, 
desenvolvidos pelos atores de determinada organização em suas inter-relações para aprender a lidar 
com os problemas de adaptação e integração do grupo.
De acordo com Nóvoa (1995), as organizações escolares, mesmo integradas em um contexto cultural 
mais amplo, produzem uma cultura interna que lhes é própria e que é válida na expressão dos valores e 
crenças de que o grupo partilha.
18
Unidade I
Portanto, o desenvolvimento de ações que proporcionem a integração dos membros do grupo 
no processo é de grande importância para que essa cultura organizacional seja estabelecida a fim de 
estabelecer o processo de reflexão educativa. Assim, a cultura da escola é:
ativamente construída pelos atores, mesmo que inconscientemente. 
Trata-se, enfim, de um processo dinâmico, evolutivo, de um processo 
de aprendizado que se desenvolve através das soluções que um grupo 
encontrou para problemas surgidos. O conteúdo de uma cultura pode ser 
definido [...] como soma das soluções que funcionaram suficientemente bem 
para que se tornem evidentes e sejam transmitidas aos recém-chegados 
como formas corretas de captar, de pensar, de sentir e de agir (Schein apud 
Thurler, 1998, p. 183).
A cultura organizacional corresponde, de certo modo, a clima organizacional, ambiente, clima, 
entretanto a utilização do termo cultura sugere uma abordagem antropológica, como expõe Libâneo (2003). 
O conhecimento cultural dos atores pertencentes à escola contribui sobremaneira para a definição de 
cultura organizacional da instituição de que fazem parte, o que pode significar a formação de uma 
cultura própria. Daí dizer-se que essa cultura pode ser modificada, discutida, avaliada, planejada em um 
rumo que responda aos interesses e anseios do grupo, e, então, falar em organização aprendente, na 
qual, segundo Thurler (2007, p. 178),
raciocínio construtivo e argumentativo decorrente leva os atores individuais e 
coletivos a defenderem suas posições, a empreenderem avaliações, a emitirem 
atribuições, buscando sistematicamente explicar seus propósitos, confrontar 
seus raciocínios e testar a validade destes últimos. [...] A organização passa, 
então, a ser um sistema em que a aprendizagem em dupla espiral (pela 
reflexão em ação) pode intervir de modo duradouro: ela se habitua a 
interrogar e a explicitar as representações sociais.
Assim, cultura organizacional pode ser definida como:
o conjunto de fatores sociais, culturais e psicológicos que influenciam os 
modos de agir da organização como um todo e o comportamento das 
pessoas em particular. Isso significa que, além daquelas diretrizes, normas, 
procedimentos operacionais e rotinas administrativas que identificam as 
escolas, há aspectos de natureza cultural que as diferenciam uma das outras, 
não sendo a maior parte deles nem claramente perceptíveis nem explícitos. 
[...]. A cultura organizacional aparece de duas formas: como cultura instituída 
e como cultura instituinte. A cultura instituída refere-se às normas legais, 
à estrutura organizacional definida pelos órgãos oficiais, às rotinas, à grade 
curricular, aos horários, às normas disciplinares etc. A cultura instituinte é 
aquela que os membros da escola criam, recriam, em suas relações e na 
vivência cotidiana (Libâneo, 2003, p. 320).
19
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Para tanto, a unidade escolar como organização aprendente, discute, reflete, avalia e planeja de 
modo que as respostas às necessidades correspondam aos almejos e aspirações da comunidade 
de aprendizagem. A cultura organizacional como ponto de ligação com as áreas de atuação dos atores 
da organização aprendente, logo a ação pedagógica constitui-se fator de grande importância para a 
tomada de decisão, seja no âmbito da escola ou no âmbito do sistema.
Cultura
organizacional
Gestão Currículo
Avaliação
Processo pedagógico
Desenvolvimento 
profissional
Ação pedagógica
Ação pedagógica
Figura 3
Adaptada de: Libâneo (2003, p. 321).
Certo é que, para o desenvolvimento escolar como processo contínuo e espiralado, dentro do qual as 
mudanças individuais ocorram em benefício do coletivo, é necessário que a cultura organizacional seja 
elo entre os atores. É preciso que a unidade escolar torne-se uma organização aprendente, na qual o 
ambiente seja de aprendizagem coletiva, como disposto na espiral do desenvolvimento escolar de 
Thurler (2007, p. 180).
Análise das 
práticas
Definição de 
um projeto 
comum
Exploração 
cooperativa
Contextualização 
do plano 
de estudos
Trocas sobre 
as finalidades 
da escola
Avaliação e 
regulação 
internas
Identificação 
das necessidades 
de formação
Esclarecimento 
das abordagens 
didáticas
Desenvolvimento 
escolar
Figura 4 – Espiral do desenvolvimento escolar
20
Unidade I
Sob esse enfoque, a cultura organizacional está associada à ideia de que as organizações indicam 
interações sociais entre as pessoas e que podem ser influenciadas em seu modo de agir conforme os 
fatores sociais, culturais e econômicos que as permeiam. As organizações escolares são constituintes 
de uma cultura sob a égide de determinado modelo de sociedade, o que denota que, atualmente, as 
tendências organizacionais apontam para uma gestão educacional que se caracteriza fundamentalmente 
por reconhecer a necessidade da participação dos atores que fazem parte, direta ou indiretamente, da 
organização escolar. Para isso, é preciso conhecer bem os objetivos e o funcionamento de uma unidade 
escolar, suas condições sociais, organizacionais, administrativas e pedagógico-didáticas.
 Interação com a comunidade
Bases conceituais e
pressupostos invisíveis
• Valores
• Crenças
• Ideologias
Manifestações
verbais e conceituais
Manifestações 
visuais e simbólicas
Manifestações 
comportamentais
• Fins e objetivos
• Currículo
• Linguagem
• Metáforas
• Histórias
• Heróis
• Estruturas
• Etc.
• Arquitetura e 
equipamentos
• Artefatos e logotipos
• Lemas e divisas
• Uniformes
• Imagem exterior
• Etc.
• Rituais
• Cerimônias
• Ensino e aprendizagem
• Normas e regulamentos
• Procedimentos 
operacionais
• Etc.Interação com a comunidade 
Figura 5 – Elementos da cultura organizacional
Fonte: Nóvoa (1992, p. 30).
O desenvolvimento profissional de cada um dos envolvidos, sejam professores, diretor, supervisor, 
orientador, requer certos saberes e competências, entre outros:
• elaboração e execução do planejamento escolar: projeto pedagógico-curricular, planos de ensino, 
planos de aula;
• organização e distribuição do espaço físico, qualidade e adequação dos equipamentos da escola 
e das demais condições materiais e didáticas;
• estrutura organizacional e normas regimentais e disciplinares;
• habilidades de participação e intervenção em reuniões de professores, conselho de classe, 
encontros, e em outras ações de formação continuada no trabalho;
21
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
• atitudes necessárias à participação solidária e responsável na gestão da escola como cooperação, 
solidariedade, responsabilidade, respeito mútuo, diálogo;
• habilidades para obter informação em várias fontes, inclusive nos meios de comunicação 
e informática;
• elaboração e desenvolvimento de projetos de investigação;
• princípios e práticas de avaliação institucional e avaliação da aprendizagem dos alunos;
• noções sobre funcionamento da educação e controles contábeis, assim como formas de participação 
na utilização e controle dos recursos financeiros recebidos pela escola (Libâneo, 2004, p. 37).
 Saiba mais
Para aprofundar o estudo da organização aprendente, leia: 
O estabelecimento escolar como organização aprendente. In: THURLER, M. 
Inovar no interior da escola. Porto Alegre: Artmed, 2001.
2 SISTEMAS DE ENSINO E ESCOLAS PARTICULARES
A legislação educacional vigente, qual seja, LDBEN 9.394/1996, ao definir as competências e 
responsabilidades de cada ente federado (União, estados, Distrito Federal e municípios) com relação 
à oferta da educação, em seus diferentes níveis e modalidades, destaca que estes deverão organizar, 
em regime de colaboração, seus respectivos sistemas de ensino. Assim, esta Lei, em seu artigo 8º, diz 
que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os 
respectivos sistemas de ensino”.
Portanto, de acordo com essa mesma legislação educacional em vigência, é competência dos 
municípios atuarem prioritariamente na Educação Infantil e Ensino Fundamental, enquanto cabe aos 
estados assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, prioritariamente, o Ensino Médio. No tocante ao 
Distrito Federal, a lei define que este ente deverá desenvolver as competências referentes aos estados e 
municípios, ou seja, oferecer toda a educação básica. Quanto ao papel da União, a LDBEN 9.394/1996 
diz que a esta cabe a organização do sistema de educação superior e o apoio técnico e financeiro aos 
demais entes federados.
O sistema de ensino é um sistema aberto que objetiva proporcionar educação, especialmente do 
aspecto escolarização.
De acordo com Toschi (2003), sistema de ensino tende a ser considerado como o conjunto de escolas 
das redes, ou seja, o sistema de ensino compreende uma rede de escolas e sua estrutura de sustentação. 
Se tomarmos o significado da palavra, sistema supõe um conjunto de elementos ou unidades 
relacionadas, que são coordenadas entre si e constituem um todo. Afirma a mesma autora que embora 
o sistema escolar se estruture em um conjunto de organizações de ensino, as escolas não perdem sua 
22
Unidade I
especificidade de estabelecimentos pautados em regulamentos e leis que regulam sua organização e o 
funcionamento como unidade escolar.
Todavia, como bem afirma Toschi (2003, p. 228),
ao se organizarem em um sistema, esses elementos materiais (conjunto 
das instituições de ensino) e ideais (conjunto das leis e normas que regem 
as instituições educacionais) passam a formar uma unidade, no caso, um 
sistema de ensino. 
Ainda segundo Toschi (2003, p. 235), entende-se sistema de ensino “como o conjunto de instituições 
de ensino que, sem constituírem uma unidade ou primarem por seu caráter coletivo, são interligadas 
por normas, por leis educacionais, e não por uma intencionalidade”, no sentido administrativo, ao qual 
a legislação educacional se refere.
Cabe ressaltar que o sistema de ensino é composto por três partes:
• as instituições de ensino;
• o órgão de administração (ministério ou departamento da educação, ou órgão equivalente);
• o conselho de educação.
No instrumento da legislação educacional, qual seja, LDBEN 9.394/1996, em seu art. 8º, estabelece-se 
que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem organizar, em regime de colaboração, 
seus respectivos sistemas de ensino, cabendo à União a coordenação da Política Nacional de Educação, 
articulando os diferentes níveis e sistemas.
Segundo Dias (2004, p. 95-96), o:
sistema de ensino compreende:
a) uma rede de escolas;
b) uma estrutura de sustentação
sendo que rede de escolas é o subsistema que se dedica à atividade-fim do 
sistema e tem duas dimensões:
a) Dimensão Vertical que abrange os graus de ensino;
b) Dimensão Horizontal que abarca as modalidades de ensino.
23
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Na esteira dos estudos de Dias (2004, p. 96), há a estrutura de sustentação do sistema de ensino que:
constitui a estrutura administrativa do sistema de ensino e apresenta:
a) elementos não materiais:
- normas (disposições legais, disposições regulamentares e disposições 
consuetudinárias);
- metodologia de ensino;
- conteúdo do ensino: currículos e programas.
b) entidades mantenedoras:
- instituições escolares mantidas pelo Poder Público federal, estadual 
e municipal;
- instituições escolares particulares – leigas ou confessionais;
- entidades mistas: autarquias etc.
c) administração: compreende os organismos que têm por finalidade a 
gestão do sistema de ensino.
Diante do exposto, para melhor elucidar, apresentamos o Sistema de Ensino em representação 
gráfica da seguinte forma:
Unidades escolares
Sistema de ensino
Organização
administrativo-executiva 
(secretarias, diretorias...)
Organização normativa
(conselhos)
Figura 6 – Sistema de ensino
2.1 Sistema Federal de Ensino
De acordo com o artigo 16 da LDBEN 9.394, o sistema federal de ensino diz respeito às instituições, 
aos órgãos, às leis e às normas que são de responsabilidade da União, do governo federal e são realizadas 
nos estados e municípios. Assim, além da responsabilidade pela manutenção das instituições federais, 
por meio do Ministério da Educação, supervisiona e inspeciona as diversas instituições de ensino superior 
particulares. A normatização deste sistema é realizada pelo órgão colegiado, Conselho Nacional de 
Educação (CNE).
24
Unidade I
2.2 Sistema Estadual de Ensino
Conforme disposto na Constituição Federal de 1988, em seu art. 24, cabe à União, aos estados e 
ao Distrito Federal legislar sobre educação, cultura, ensino e desporto. Assim, no artigo 17 da referida 
lei educacional vigente, fazem parte do sistema estadual de ensino as instituições de ensino estaduais. 
Entretanto, além da manutenção de suas escolas, cabe a este sistema a função de disciplinar e controlar 
a educação particular, fundamental e média, ensino supletivo e cursos livres que acontecem fora do 
âmbito escolar, por meio da Secretaria Estadual de Educação e do Conselho Estadual de Educação (CEE), 
que exerce função normativa, deliberativa, consultiva e fiscalizadora da rede oficial e particular.
A Secretaria Estadual de Educação possui, em sua estrutura, as Diretorias Regionais de Ensino 
que têm como função precípua “implementar as políticas públicas estaduais dentro de sua área de 
abrangência” (Lanza, 2003).
2.2.1 Diretoria Regional de Ensino no Sistema Estadual de Ensino
A Diretoria Regional de Ensino é uma unidade administrativa da Secretaria de Estado da Educação 
instituída como medida de descentralização para promoção e fortalecimento da gestão local na 
implantação da política educacional. Trata-se, portantode um órgão público que responde pela educação 
em determinada região de um estado.
As Diretorias de Ensino respondem pela coordenação, supervisão, planejamento e execução das 
atividades administrativo-pedagógicas nas escolas de responsabilidade do estado, assim como pela 
supervisão e assistência técnica para as unidades de ensino da rede particular, e das unidades municipais 
quando o Município não possui supervisão escolar e sistema próprios.
No estado de São Paulo, as Diretorias Regionais de Ensino têm entre suas atribuições:
• executar a política educacional da Secretaria da Educação;
• acompanhar o desenvolvimento do ensino;
• prestar assistência técnico-administrativa aos diretores de escola de sua área de atuação;
• controlar e avaliar as atividades administrativas da sua área de jurisdição;
• supervisionar atividades pedagógicas e de orientação educacional;
• colaborar na difusão e implementação das normas pedagógicas emanadas dos órgãos superiores;
• avaliar os resultados do processo ensino-aprendizagem;
• analisar dados relativos à Diretoria e elaborar alternativas de solução para os problemas específicos 
de cada nível e modalidade de ensino;
• assegurar a retroinformação ao planejamento curricular;
• sugerir oportunidades de formação para os recursos humanos da diretoria de acordo com 
a necessidade;
• dar pareceres, realizar estudos e desenvolver outras atividades relacionadas com as suas atribuições.
25
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
2.3 Sistema Municipal de Ensino
Do sistema municipal de ensino, fazem parte as unidades escolares municipais, o órgão administrativo 
da Secretaria Municipal de Educação e as instituições de ensino particulares de  Educação Infantil, 
também compõe o sistema municipal de ensino, o Conselho Municipal de Educação que, em conformidade 
com a legislação educacional estadual e federal, exerce função normativa, deliberativa, consultiva e 
fiscalizadora da rede municipal de ensino e das escolas particulares de Educação Infantil.
 Saiba mais
Para aprofundamento sobre o tema Sistemas de Ensino, leia o capítulo 5, 
nas páginas 89-98:
Sistema Nacional de Ensino. In: MENESES, J. G. et al. Educação básica: 
políticas, legislação e gestão – leituras. São Paulo: Thomson, 2004.
No que tange às escolas particulares, em seu art. 20, a referida lei estabelece que as instituições 
privadas de ensino enquadrar-se-ão nas seguintes categorias:
I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas 
e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado 
que não apresentem as características dos incisos abaixo;
II – comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de 
pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas 
de pais, professores e alunos, que incluam em sua entidade mantenedora 
representantes da comunidade; (Redação dada pela Lei n. 11.183, de 2005);
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de 
pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação 
confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;
IV - filantrópicas, na forma da lei.
A necessidade de conhecimento dos preceitos legais e estruturais da educação é de suma importância 
para a formação do pedagogo, visto que o modelo econômico neoliberalista estabelecido no Brasil, bem 
como as transformações que ocorrem mundialmente em nível tecnológico, informacional, mudanças 
nos processos de produção e organização do trabalho, atingem o sistema educacional, exigindo 
adequações aos interesses de mercado e investimentos na formação de profissionais mais preparados 
para tais modificações.
26
Unidade I
Certo é que a escola de hoje não pode se limitar a passar informação sobre as matérias, a transmitir 
o conhecimento do livro didático. Na escola, por meio dos conhecimentos e pelo desenvolvimento das 
competências cognitivas, torna-se possível analisar e criticar a informação.
De acordo com Mendes (2007, p. 49), a gestão educacional deve trazer em seu bojo ideias dinâmicas 
e integralizadoras das dimensões sociais e políticas, não sendo possível, de certa forma, admitir 
princípios orientadores pautados numa administração de cunho legalista, burocrático e centralizador. 
Uma construção gradativa vem sendo proposta de acordo com preceitos de administração/gestão com 
perspectivas formativas, socializadoras, comunicativas e participativas, estando em consonância com uma 
visão democrática de sociedade. No que diz respeito à gestão educacional, as questões administrativas 
e pedagógicas entrelaçam-se em um ato coordenado e coletivo e, tomando de empréstimo as palavras 
de Lima (2002a, p.42):
a construção da escola democrática constitui, assim, um projeto que não é 
sequer pensável sem a participação ativa de professores e de alunos, mas 
cuja realização pressupõe a participação democrática de outros setores e 
o exercício da cidadania crítica de outros atores, não sendo, portanto, obra 
que possa ser edificada sem ser em co-construção.
Por isso, torna-se necessário que a unidade escolar, seja ela pública ou privada, proporcione a 
capacidade de articular a recepção e a interpretação da informação, com a de produção de informações, 
considerando-se desse modo, o aluno como sujeito de seu próprio conhecimento.
Segundo Libâneo (2004, p. 53), para que a escola exercite seu papel na construção da democracia 
social e política, são propostos cinco objetivos:
• promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais dos alunos (processos 
mentais, estratégias de aprendizagem, competências do pensar, pensamento crítico), por meio 
dos conteúdos escolares;
• promover as condições para o fortalecimento da subjetividade e da identidade cultural dos alunos, 
incluindo o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade, da imaginação;
• preparar para o trabalho e para a sociedade tecnológica e comunicacional, implicando preparação 
tecnológica (saber tomar decisões, fazer análises globalizantes, interpretar informações de toda 
natureza, ter atitude de pesquisa, saber trabalhar junto etc.);
• formar para a cidadania crítica, isto é, forma um cidadão-trabalhador capaz de interferir 
criticamente na realidade para transformá-la e não apenas formar para integrar o mercado 
de trabalho;
• desenvolver a formação para valores éticos, isto é, formação de qualidades morais, traços de 
caráter, atitudes, convicções humanistas e humanitárias.
Os sistemas de ensino e as escolas devem prestar mais atenção à qualidade cognitiva das 
aprendizagens, colocada como foco primordial do projeto pedagógico e de gestão escolar.
27
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Assim, a escola necessária para nosso tempo tem funções que não são providas por nenhuma outra 
instância, ou a de prover formação geral básica – capacidade de ler, escrever, formação científica, 
estética, ética, desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas. Uma escola de qualidade é 
aquela que inclui, uma escola não excludente, ou seja, contra a exclusão econômica, política, cultural, 
pedagógica. Há que se atentar para a educação para a igualdade, educação ambiental e intercultural, 
acolhedora da diversidade, isto é, reconhecedora dos outros como sujeitos de sua individualidade, 
portadores de identidade cultural própria. Trata-se de uma transformação das formas de pensar, de 
sentir, de comportar-se em relação aos outros com respeito.
3 A ESCOLA E SUA FUNÇÃO SOCIAL
A partir deste ponto, vamos refletir sobre a escola e sua função social... ações pedagógicas desenvolvidas 
na escola hoje, bem como acerca do papel que a escola vem cumprindo na atualidade. Vejamos.
A organização educacional, escola, é uma instituição social que tem objetivo claro de propiciar o 
desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem 
dos conteúdos (conhecimentos, habilidades,procedimentos, atitudes, e valores) de maneira 
contextualizada, a fim de tornar seus alunos cidadãos participativos na sociedade em que vivem.
Portanto, o grande desafio que os profissionais da educação têm é fazer do ambiente escolar um 
meio favorecedor da aprendizagem, uma aprendizagem significativa, rumo ao encontro do saber. Como 
explicita Libâneo (2005, p. 117):
Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante 
a qual a escola promove, para todos, os domínio dos conhecimentos e o 
desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao 
atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos.
De acordo com Penin e Vieira (2002, p. 26), faz-se necessário que a escola repense sua organização, 
sua gestão, seus processos formadores,
sua maneira de definir os tempos, os espaços, os meios e as formas de 
ensinar, ou seja, o seu jeito de fazer escola! É hora de jogar fora as roupas 
velhas e tornar a vestir a escola, a partir da essência, sua função social que 
permanece: ensinar bem e preparar os indivíduos para exercer a cidadania 
e o trabalho no contexto de uma sociedade complexa, enquanto se 
realizam como pessoas.
Portanto, ter claro a função social da escola é imprescindível para a realização de uma prática 
pedagógica competente e socialmente comprometida. Como explicita Mendes (2007, p. 43), com a 
magnitude das questões e transformações dos processos de informação e comunicação que vêm 
ocorrendo, as exigências da sociedade, a necessidade de um novo olhar para as relações sociais, os 
processos de administração e gestão em unidades escolares apresentam-se cada vez mais complexos; 
consequentemente, as tarefas, a diversidade de objetivos, a falta de fluidez dos recursos e o número de 
28
Unidade I
trabalhadores demonstram a necessidade de novas competências, a capacidade de solucionar problemas, 
liderança e tomada de decisões para adaptação de situações vindouras.
Desse modo, a partir do pressuposto da relação existente entre organização e ambiente, a organização 
escolar é considerada um sistema aberto, não exclutório, que se relaciona com seu meio, captando 
informações para orientar seus objetivos, e, de acordo com essa perspectiva, a escola pode ser vista 
como instituição social, pois é constituída da convivência e da realização de trabalho, uma construção 
social que “leva a pôr ênfase na ação dos indivíduos, nos seus interesses, nas suas estratégias, nos seus 
sistemas de ação concreta” (Barroso, 1996, p. 10). 
A escola, assim, para cumprir sua função social, precisa considerar as práticas existentes em nossa 
sociedade, considerando, também, as relações diretas e indiretas dessas práticas com a realidade 
específica da comunidade local a que presta seus serviços.
É importante ressaltar, como afirma Gracindo (2007, p. 45) que:
a escola ao assumir a qualidade social, está atenta ao desenvolvimento do 
ser social em todas as suas dimensões: no econômico (inserção no mundo 
do  trabalho); no cultural (apropriação, desenvolvimento e sistematização 
da cultura popular e cultura universal); no político (emancipação do cidadão).
Necessita-se: “olhar o mundo de um ponto de vista extraposto, totalmente diverso da percepção 
centrada num único ponto, para melhor captar o movimento dos fenômenos em sua pluralidade e 
diversidade” (Machado, 1997, p. 141); de uma discussão centrada em torno de toda a sua problemática, 
conduzida por meio de estudo e pesquisa com base sociocultural, histórica e epistemológica. 
Não se pode pensar em função social da escola, pensando-se educação inclusiva com políticas 
educacionais excludentes.
É fundamental o estabelecimento pelo poder público de uma política educacional clara, com objetivos 
definidos e que garanta o atendimento escolar de qualidade a toda a população, bem como, serem 
abertos canais de participação das escolas e da população na definição ou reorientação dessa política.
A função social da escola já, desde a década de 30 dos anos 1900, era defendida por educadores 
como Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo entre outros, e pode ser verificada 
nos trechos extraídos do Manifesto dos Pioneiros da Educação Novo, como bem aponta Penin 
(2001, p. 27):
O papel da escola na vida e a sua função social
A escola, campo específico de educação, não é um elemento estranho 
à sociedade humana, um elemento separado, mas “uma instituição 
social, um órgão feliz e vivo, no conjunto de instituições necessárias à 
vida, o lugar onde vivem a criança, a adolescência e a mocidade, de 
conformidade com os interesses e as alegrias profundas de sua natureza 
29
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
[...] Dessa concepção positiva da escola, como uma instituição social, 
limitada na sua ação educativa, pela pluralidade e diversidade das forças 
que concorrem ao movimento das sociedades, resulta a necessidade de 
reorganizá-la, como um organismo maleável e vivo, aparelhado 
de um sistema de instituições suscetíveis de lhe alargar os limites e o 
raio de ação [...]. Cada escola, seja qual for o seu grão, dos jardins às 
universidades, deve, pois, reunir em torno de si as famílias dos alunos, 
estimulando as iniciativas dos pais em favor da educação; constituindo 
sociedades de ex-alunos que mantenham relação constante com as 
escolas; utilizando, em seu proveito, os valiosos e múltiplos elementos 
materiais e espirituais da coletividade e despertando e desenvolvendo 
o poder de iniciativa e o espírito de cooperação social entre os pais, 
os professores, a imprensa e todas as demais instituições diretamente 
interessadas na obra da educação.
4 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NA ESCOLA E A AÇÃO DO PEDAGOGO
Ao planejar suas ações, o pedagogo deve ter em mente o que é planejamento.
Para tanto, apresentamos o conceito de planejamento em formato de diagrama:
Planejar é
Levantar a situação 
atual
Maior eficiência
Estabelecer o que 
se deseja mudar
Maior exatidão 
e determinação
a fim de 
se obter
Organizar a ação 
futura
Maiores e melhores 
resultados
Maximização dos 
esforços e gastos
Figura 7 – Conceito de planejamento
Fonte: Lück (1991, p. 25).
A prática dos profissionais da educação, por meio de projetos, pesquisas, e planos de ação poderá 
oferecer ao aluno a possibilidade de desvelar sua própria história cultural/social, propiciando, assim, a 
formação da cidadania, bem como contribuir na prática docente para que os almejos sejam atingidos, 
de tal sorte que somente com uma ação contextualizada, planejada e organizada seja possível detectar 
a importância da parceria para o desenvolvimento das ações.
30
Unidade I
 Lembrete
Ações sem direcionamento claro e objetivo de nada adiantam, senão 
para estabelecer um vazio pedagógico.
Assim, por meio de uma prática planejada, o pedagogo poderá:
1. construir e estabelecer a relevância do seu trabalho;
2. garantir a natureza peculiar da prática do pedagogo;
3. estabelecer uma imagem positiva;
4. dar à prática profissional um caráter sistemático e contínuo;
5. demonstrar a importância e relevância do pedagogo para o desenvolvimento 
da prática pedagógica da escola como um todo (Lück, 1991, p. 25).
Planejar significa estar com a mente aberta ao processo educativo, estar atento à sua amplitude, 
dinamicidade e continuidade.
Segundo Lück (1991), planejar é pensar analítica e objetivamente sobre a realidade e sobre a sua 
transformação. Assim, ao pensar o planejamento, é preciso:
Quadro 1
• o quê
 • identificar • por quê
• para quê
• analisar • como • se quer promover
• quando
• prever • onde
• com quem
• decidir • para quem
31
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Para planejar, é preciso
Identificar o 
problema
(situação atual)
Estabelecer 
os objetivos
(situação futura 
desejada)
Caracterizada 
a situação de 
fato, deve-se
Caracterizada 
a situação de 
fato, deve-se
que se 
pretendem 
atingir
Levantar
Estabelecendo
Resultados
Mudanças
Acrécimos
Correções
Melhorias1. O quê
1. O campo de ação
4. Quando
4. Limites de tempo para a realização da ação
2. Por quê
2. Os recursos a serem utilizados
5. Como
5. Atividade
físicos
financeiros
humanos
materiais
3. Para quê
3. As restrições existentes (obstáculos)
6. Onde
6. Métodos
7. Para quem
7. Recursos das atividades
8. Com quem
Cronogramas de atividades
Instrumentos e critérios de avaliação
Montar
Figura 8 – Passos do planejamento
Fonte: Lück (1991, p. 79).
32
Unidade I
Esboça Situação futura a partir de
Situação atual
Prevê
Garante
O planejamento
se quer realizar
da ação
o quê
objetividade
como
operacionalidade
onde
funcionalidade
quando
exequibilidade
por quê
prudutividade
continuidade
Figura 9 – Funções do planejamento
Fonte: Lück (1991, p. 80).
Assim, a escola, organização social, que corrobora para o desenvolvimento cognitivo é o lugar 
central do processo educativo, local em que se dá a formação da cidadania (entendida como exercício 
pleno pautado na democracia, por parte da sociedade, de seus direitos e deveres) e a mudança na 
unidade escolar, ou seja, lugar onde se concretiza o esforço de ensino-aprendizagem, conforme Silva 
apud Padilha (2002).
A seguir, serão apresentados, de acordo com Padilha (2002, p. 57-59), quadros-síntese 
contendo algumas distinções que podem facilitar a definição de certas visões de planejamento 
educacional combinadas com as características e os fundamentos das diferentes teorias de 
administração/gestão:
33
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Quadro 2 – Características do planejamento educacional
Categorias Tipos Características
Níveis
1. Global ou de conjunto Para todo o sistema
2. Por setores Graus do sistema escolar
3. Regional Por divisões geográficas
4. Local Por escola
Como processo
1. Técnico Por utilizar metodologia de análise, previsão, programação e avaliação
2. Político Por permitir a tomada de decisão
3. Administrativo Por coordenar as atividades administrativas
4. Sistêmico ou estratégico Visão total do sistema educacional, sentido amplo (recursos x oportunidades)
5. Tático Abrange todos os projetos e ações detalhadas e subordina-se ao Planejamento Estratégico
Quanto ao prazo
1. Curto prazo 1 a 2 anos
2. Médio prazo 2 a 5 anos
3. Longo prazo 5 a 15 anos
Como método
1. Demanda Com base nas demandas individuais de educação
2. Mão de obra Com base nas necessidades de mercado, voltado para o desenvolvimento do país
3. Custo e benefício Com base nos recursos disponíveis visando a maiores benefícios
Fonte: Padilha (2002, p. 57).
Quadro 3
Concepções Características
Clássica Divisão pormenorizada, hierarquizada verticalmente, com ênfase na organização e pragmática
Transitiva Planejamento seguindo procedimentos de trabalho, com ênfase na liderança
Mayoista
Visão horizontal, com ênfase nas relações humanas, 
na dinâmica interpessoal e grupal, na delegação de 
autoridade e na autonomia
Neoclássica/Por objetivos
Pragmática, racionalidade no processo decisório, 
particitipativa, com ênfase nos resultados e estratégia 
de corporação
Tradição funcionalista Características(do consenso/positivista/evolucionista )
Burocrático
Cumprimento de leis e normas. Visa à eficácia 
institucional do sistema, enfatiza a dimensão 
institucional ou objetiva
Idiossincrático Enfatiza a eficiência individual de todos os que participam do sistema, portanto, a dimensão subjetiva
Integradora
Clima organizacional pragmático. Visa ao equilíbrio 
entre eficácia institucional e eficiência individual, com 
ênfase na dimensão grupal ou holística
34
Unidade I
Tradição interacionista Características(conflito/teorias críticas e libertárias)
Estruturalista
Ênfase nas condições estruturais de natureza 
econômica do sistema. Enfatiza a dimensão 
institucional ou objetiva. Orientação determinista
Interpretativa
Ênfase na subjetividade e na dimensão individual. 
O sistema é uma criação do ser humano. A gestão é 
mediadora reflexiva entre o indivíduo e o seu meio
Dialógica
Ênfase na dimensão grupal ou holística e nos princípios 
de totalidade, contradição, práxis e transformação do 
sistema educacional
Enfoques Características
Jurídico Práticas normativas e legalistas/sistema fechado
Tecnocrático Predomínio dos quadros técnicos/especialistas
Comportamental Resgate da dimensão humana, ênfase psicológica
Desenvolvimentista Ênfase para atingir objetivos econômicos e sociais
Sociológico Ênfase nos valores culturais e políticos, contextualizados. Visão interdisciplinar
Fonte: Padilha (2002, p. 58).
Quadro 4
Concepções Tradição Funcionalista Enfoques
Clássica Burocrática Jurídico e Tecnocrático
Transitiva Idiossincrática e integradora Tecnocrático e comportamental
Mayoista Integradora Comportamental
Neoclássica/Por objetivos Burocrática e integradora Desenvolvimentista
Fonte: Padilha (2002, p. 59).
Quadro 5
Tradição interacionista Enfoques
Estruturalista Jurídico e tecnocrático
Interpretativa Comportamental
Dialógica Sociológico
Fonte: Padilha (2002, p. 59).
Partindo-se dessa reflexão, organizar e planejar as atividades no âmbito escolar e educacional 
significa compreender as relações institucionais, interpessoais e profissionais que ocorrem na escola, 
ampliando e avaliando a participação dos diferentes segmentos em sua administração e gestão. Daí 
falar-se em planejamento na escola cidadã, essa questão associa-se diretamente à questão da Gestão 
Democrática do Ensino Público, de acordo com o exposto por Romão (apud Padilha, 2002). De sorte que 
planejar é um processo que visa a responder uma questão, estabelecendo fins e meios que apontem 
35
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
para sua solução e superação, ou seja, atingir objetivos propostos anteriormente que levem em conta a 
historicidade e a prospecção futura.
Tomando as palavras de Padilha (2002, p. 30) é possível afirmar que:
O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão 
sobre a ação, processo de previsão de necessidades e racionalização de 
emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à 
concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, 
a partir do resultado das avaliações.
Assim, realizar os diversos planos e planejamentos educacionais e escolares significa exercer uma 
atividade engajada, comprometida e intencional.
 Saiba mais
Para se aprofundar no tema, leia:
Concepções de planejamento e planejamento educacional na 
perspectiva da escola cidadã. In: PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: 
como construir o projeto político-pedagógico da escola. São Paulo: Cortez, 
Instituto Paulo Freire, 2002, p. 45-71.
Continuando nossa conversa sobre o planejamento, pergunto: “qual é o seu pensamento 
sobre planejamento?”
Bem, aprofundemos um pouco mais a questão... Vamos lá?
O planejamento é uma ação inerente ao ser humano em suas atividades cotidianas. No que diz 
respeito à atividade escolar, o ato de planejar é de extrema importância para o dia a dia.
O planejamento escolar é importante momento de elaboração teórica do processo de organização 
pedagógica em ambientes escolares e não escolares, nos quais a reflexão sobre o acompanhamento e 
avaliação do processo ensino e aprendizagem podem sugerir uma possível intervenção na realidade 
escolar dos alunos de uma comunidade, seja ela no âmbito escolar ou não.
 Lembrete
“O planejamento organiza, sistematiza, disciplina a liberdade: em nível 
individual e coletivo. Ele dá os paradigmas para o exercício da prática 
pedagógica” (Freire, 1997, p. 56).
36
Unidade I
De sorte que o planejamento escolar constitui uma forma de ação que busca organizar coletivamente 
os espaços educativos em organizações escolares e não escolares. Entretanto, a ideia de planejar a 
organização pedagógica ainda encontra-se arraigada pela “experiência de elaboração de planos 
burocráticos, formais e controladores” (Vasconcellos, 1995, p. 25).
É necessário lembrar que, como descrito por Vasconcellos (p. 25-26,grifos nossos):
os autores mais progressistas, ao abordarem a problemática do 
planejamento, lembram que ele, antes de ser uma questão meramente 
técnica, é uma questão política, já que envolve posicionamento, opções, 
jogo de poder, compromisso com a reprodução ou com a transformação 
etc. Isto é um avanço, mas ainda não dá conta de uma questão mais 
elementar hoje colocada, que é a valorização do planejamento, o estar 
mobilizado para fazê-lo, entendê-lo realmente como uma necessidade. [...] 
O planejamento é político, é hora de tomada de decisões, de resgate dos 
princípios que embasam a prática pedagógica. Mas para chegar a isso, é 
preciso atribuir-lhe valor, acreditar nele, sentir que planejar faz sentido, que 
é preciso. [...] O desafio fundamental, portanto, está em resgatar a confiança 
nas possibilidades de êxito do sujeito, num sentido de invenção e criação, 
portanto de libertação. Planejar implica, pois, acreditar na possibilidade 
de mudança e na necessidade da mediação teórico-metodológica.
O planejamento escolar, entendido como explicitado anteriormente, como processo político 
para a possível intervenção das condições cotidianas de nossas organizações escolares, exige que 
haja a participação, compromisso e comprometimento dos diversos segmentos que compõem a 
comunidade escolar. Assim, o plano construído não deve ser encarado apenas como instrumento que 
a unidade escolar faz para cumprimento de exigências do sistema ao qual está integrada, deixando-o 
de lado após concluí-lo.
O planejamento escolar visto como parte integrante do processo organizacional:
consiste numa atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando 
definição de necessidades a atender, objetivos a atingir dentro das 
possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, tempo 
de execução e formas de avaliação. O processo e o exercício de planejar 
referem-se a uma antecipação da prática, de modo a prever e programar as 
ações e os resultados desejados, constituindo-se numa atividade necessária 
à tomada de decisões. [...] Sem planejamento, a gestão corre ao sabor das 
circunstâncias, as ações são improvisadas, os resultados não são avaliados 
(Libâneo, 2004, p. 149).
No momento de planejamento em ambientes escolares e não escolares, o que se pretende planejar 
são atividades de ensino e de aprendizagem determinadas por uma intenção educativa e que envolvem 
objetivos, valores, atitudes, conteúdos. Diante disso, vê-se que o planejamento não é de um indivíduo, 
37
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
mas, sim, uma prática de elaboração conjunta e coletiva realizada por meio de discussões e reflexões 
interpessoais. O planejamento constitui, então, uma forma de ação que busca organizar coletivamente 
as comunidades, tendo neste processo a participação do supervisor escolar/coordenador pedagógico 
e do orientador educacional como grandes articuladores do processo de reflexão, participação e 
organização de meios para que se possa cumprir a tarefa de propiciar aprendizagem, seja em ambiente 
escolar ou não. 
Para tanto, cabe ao pedagogo na função de supervisão/coordenação e orientação educacional “a 
sistematização e integração do trabalho no conjunto, caminhando na linha da interdisciplinaridade” 
(Vasconcellos, 2007, p. 87).
O supervisor escolar, em função do espaço em que atua, “tem tanto a interface com o “chão da sala 
de aula” (por meio do contato com os professores e alunos), quanto com a administração, podendo 
ajudar uns e outros a se aproximarem criticamente” (Vasconcellos, p. 89).
Desse modo, é possível ampliar o conceito da supervisão: “líder de comunidades formativas” (Alarcão 
apud Vasconcellos, 2007, p. 90). Assim, toda atividade e relação educativa, seja em espaço escolar ou não 
escolar, implica um vínculo com o conhecimento, ou seja, epistemológico, o qual será objeto da ação 
supervisora. É como afirma Paulo Freire (apud Vasconcellos, 2007, p. 90):
A educação, não importando o grau em que se dá, é sempre uma teoria 
do conhecimento que se põe em prática. [...] O supervisor é um educador 
e, se ele é um educador, ela não escapa na sua prática a esta natureza 
epistemológica da educação. Tem a ver com o conhecimento, com a 
teoria do conhecimento. O que se pode perguntar é: qual o objeto de 
conhecimento que interessa diretamente ao supervisor? Aí talvez a gente 
pudesse dizer: é o próprio ato de conhecimento que está se dando na 
relação educador/educando.
Portanto, é possível afirmar que a ação supervisora, de coordenação pedagógica, bem como de orientação 
educacional são delineadas pelos processos de ensino e aprendizagem, onde quer que ocorram.
Pode-se dizer então que o planejamento educacional tem como objetivos gerais:
• estabelecer condições necessárias à eficiência do sistema educacional;
• conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema educacional;
• alcançar maior coerência nos objetivos específicos e nos meios mais adequados para atingi-los.
Lembre-se de que o pedagogo ao pensar em planejamento deverá centrar sua atenção em:
38
Unidade I
Questões centrais no processo de planejamento:
Meus educandos já sabem o quê?
(zona real)
Ainda não conhecem o quê?
[...]
Devo ensinar o quê?
Como ensinar?
Quando ensinar?
Onde ensinar?
(Freire, 1997, p. 56).
4.1 Planejamento: tipos e níveis e suas relações
Tomando o significado dos verbetes planejamento e planejar, conforme o Dicionário Aurélio, vê-se que:
• planejamento é o ato ou efeito de planejar. Trabalho de preparação para qualquer empreendimento, 
segundo roteiro e métodos determinados;
• planejar designa fazer o plano de; projetar; traçar; fazer o planejamento de [...].
Logo, planejar, em sentido amplo, é
um processo que visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins 
e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos 
antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, mas sem 
desconsiderar as condições do presente e as experiências do passado, levando 
em conta os contextos e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e 
político de quem planeja e de com quem se planeja (Padilha, 2002, p. 63).
Planejamento é um processo contínuo e sistematizado de previsão de necessidades, de reflexão e 
análise crítica para tomada de decisão. Desse modo, planejamento como processo é permanente, já o 
produto desse planejamento, o plano, é provisório.
A didática, por meio de estudos de diferentes autores faz distinção entre os tipos e/ou níveis de 
abrangência de planejamento, ressaltando-se, como bem afirma Gandin (2001, p. 83), que “[...] é 
impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana”.
Planejamento educacional: significa a elaboração de um projeto contínuo 
que engloba uma série de operações interdependentes, [...] com determinação 
de  objetivos e de recursos disponíveis, a análise das consequências que 
advirão das diversas atuações, a determinação de metas a atingir em prazos 
bem definidos e o desenvolvimento dos meios mais eficazes para implantação 
da política escolhida (Menegolla; Sant’Anna apud Padilha, 2002, p. 32) ou 
Planejamento de Sistema de Educação: aquele que se refere às políticas 
educacionais em nível nacional, estadual e municipal (Vasconcellos, 1995).
39
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Planejamento escolar ou projeto educativo: aquele que pode ser concebido 
como processo que envolve a prática docente no cotidiano escolar, fruto do 
exercício contínuo da ação-reflexão-ação (Fusari apud Padilha, 2002, p. 34).
O planejamento geral da escola é o processo de tomada de decisão quanto 
aos objetivos a serem atingidos e a previsão das ações pedagógicas e 
administrativas, o resultado desse tipo de planejamento é o plano escolar 
(Haydt, 2008, p. 95).
O planejamento escolar atende, em geral, às seguintes funções:
• diagnóstico e análise da realidade da escola: busca de informações reais e atualizadas que 
permitam identificar as dificuldades

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