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IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 1 ATITUDES DO RÉU – PARTE INTRODUTÓRIA RECONHECIMENTO DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO Se o demandado reconhecer a procedência dos pedidos do autor , estaremos diante de um caso de extinção do processo com resolução do mérito (art. 269, II, CPC). Trata-se de verdadeira adesão do réu ao pedido do autor, ensejando a auto composição do litígio e dispensando o juiz de dar sua própria solução ao mérito. Há uma extinção da lide por eliminação da resistência do réu à pretensão do autor. REVELIA (art. 319, CPC) CONCEITO ocorre a revelia ou contumácia quando, regularmente citado, o réu deixa de oferecer resposta à ação, no prazo legal. O réu não tem o dever legal de contestar o pedido, mas tem apenas um ÔNUS de fazê-lo, sob pena de incorrer nos efeitos da revelia. Efeitos OBS.: a presunção de veracidade decorrente da revelia não é absoluta e insuperável. Com a formulação de tal dispositivo legal, não pretendeu o legislador prestigiar a inverdade e a injustiça, mas muito antes pelo contrário objetivou garantir ao autor de boa-fé a persecução de seus direitos. É preciso considerar a ideia de a presunção de veracidade decorrente da revelia do réu só poderá produzir todos os efeitos quando os fatos narrados estiverem revestidos de credibilidade e verossimilhança. 1. ART. 330, II, CPC Julgamento antecipado da lide. Para que seja possível a implementação de tal efeito, antes será preciso que o juiz tenha aplicado o efeito contido na segunda parte do art. 319 do CPC; Diante do reconhecimento do 1º efeito da revelia, torna-se desnecessária, portanto, a prova dos fatos em que se baseou o pedido de modo a permitir o julgamento antecipado da lide, dispensando-se, desde logo, a audiência de instrução e julgamento. ATENÇÃO: tal situação não importa em automático julgamento de procedência do pedido, sendo perfeitamente possível que a relação processual esteja viciada por defeito que torne impossível o julgamento de mérito. É o caso, por exemplo, de existir alguma preliminar que deva ser conhecida de oficio pelo juiz (§4º do art. 301, CPC). Além disso, embora aceitos como verídicos os fatos, a consequência jurídica extraída pelo juiz pode não ser aquela pretendida pelo autor, neste caso, mesmo diante da revelia do réu, o pedido será julgado improcedente. IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 2 2. ART. 322, CPC contra o revel que não tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório. Por tal dispositivo legal, todos os atos processuais passam a ser praticados sem intimação ou ciência ao réu, ou seja, o processo passa a correr à revelia do demandado, numa verdadeira abolição do princípio do contraditório. A aplicação de tal dispositivo não implica dizer, todavia, que o fato do réu não ter apresentado defesa o alijará do processo. O código assegura o direito de “intervir no processo em qualquer fase”, entretanto, o réu receberá o processo no estado em que ele se encontrar . Daí em diante, respeitados os atos preclusivos, o réu participara do processo em par de igualdade com o autor, restabelecendo o contraditório e tornando obrigatória a intimação do seu advogado. A lei não faz qualquer distinção, de sorte que até mesmo a sentença passará em julgado sem necessidade de intimação, bastando sua simples publicação. PERGUNTA DE PROVA Não sendo o réu inicialmente revel posto que apresentou contestação, poderá o mesmo se tornar revel no desenrolar do processo??? ART. 265, §2º, CPC: transcorrido o prazo legal e identificada a inércia da parte, aplicar- se-á apenas o 3º efeito da revelia, qual seja: os prazos correrão independentemente de intimação. ART. 44 e 45 c/c ART 13, INCISO II, CPC RESPOSTA DO RÉU ART. 297, CPC em se tratando de procedimento comum ordinário, o réu terá os 15 dias seguintes á citação para responder, em petição escrita, aos pedidos do autor através de contestação, exceção e reconvenção (termo inicial vide art. 241, CPC). ART. 298 c/c 191, CPC em caso de litisconsórcio passivo, o prazo de defesa será comum a todos os réus, salvo se estiverem representados por advogados diferentes, quando o prazo será condado em dobro (vide art. 241, inciso II e § único do art. 298, CPC). ART. 299, CPC A contestação, a reconvenção e a exceção serão objeto, cada uma delas, de petições autônomas, sendo que a contestação e a reconvenção são juntadas aos autos e a exceção é autuada em apenso aos autos principais. Entre as partes em litígio, duas relações jurídicas distintas podem ser apreciadas: a) Relação processual: nasce da propositura da ação e se aperfeiçoa com a citação do demandado, vinculando, autor-juiz-réu; b) Relação de direito material: é o objeto da controvérsia existente entre as partes e que configura o mérito da causa (envolve causa de pedir e pedido). Assim, quando o réu IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 3 responde ao autor, tanto pode defender-se no plano da relação processual (defesa processual) quanto no plano da relação material (defesa de mérito). RESPOSTA DO RÉU: DEFESA PROCESSUAL Conteúdo formal: trata-se de uma defesa indireta que visa obstar a outorga da tutela jurisdicional pretendida pelo autor mediante a inutilização do processo, ou seja, mediante a inutilização do meio, do instrumento de que o autor se valeu para ver analisada sua demanda. Uma vez reconhecida um defesa processual não haverá possibilidade de composição da lide, isto é, de apreciação do mérito pelo juiz. São exemplos de defesas processuais aquelas elencadas no art. 301 do CPC, as quais acabam por invocar a inexistência de pressupostos processuais ou de condições da ação. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: são aquelas exigências legais sem cujo atendimento o processo não se estabelece e não se desenvolve validamente. Doutrinariamente , tais pressupostos costumam ser classificados em: a) Pressupostos de existência: requisitos para que a relação processual se constitua validamente; b) Pressupostos de desenvolvimento: são aqueles a serem atendidos depois de estabelecida regularmente a relação, para que o processo possa ter curso também regular. Por outro lado, os pressupostos de existência válida ou de desenvolvimento regular do processo podem ser de duas ordens: a) Subjetivos: relacionam com os sujeito do processo juiz e partes (a competência do juiz para a causa, bem como que não reste configurado o impedimento – art. 134, ou a suspeição – art. 138; a capacidade civil da parte; e sua representação por advogado). b) Objetivos: relacionam-se com a forma procedimental e com a ausência de fatos que impeçam a regular constituição do processo (observância da forma processual adequada à pretensão; existência, nos autos, de madato conferido ao advogado; inexistência de litispendência, coisa julgada, compromisso, ou de inépcia da inicial; inexistência de nulidades previstas na legislação processual. CONDIÇÕES DA AÇÃO: são requisitos a serem observados depois de estabelecida regularmente a relação processual a) possibilidade jurídica do pedido: aptidão para ser, em tese acolhido; b) interesse de agir: é verificado pela reunião de duas premissas: a utilidade (utilidade está em se demonstrar que o processo pode propiciar benefícios) e a necessidade do processo (a necessidade do processo se constata quando o proveito de que se precisasó é possível alcançar por meio do Judiciário). IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 4 c) legitimidade ad causam: ela pode ser conceituada como o poder jurídico de conduzir validamente um processo em que se discute um determinado conflito. A legitimidade pode ser exclusiva (atribuída a um único sujeito), concorrente (atribuída a mais de um sujeito), ordinária (o legitimado discute direito próprio) e extraordinária (o legitimado, em nome próprio, discute direito alheio). DILATÓRIA deficiência de forma que deverá ser corrigida pelo juiz e que nunca levará à extinção do processo porque sanável. EX.: inexistência ou nulidade de citação; incompetência absoluta; e conexão. PEREMPTÓRIA verificada tal deficiência estaremos diante de um caso de extinção do processo sem resolução de mérito (art. 267, CPC) porque insanável. EX.: inépcia da inicial; perempção; litispendência; coisa julgada; convenção de arbitragem e carência de ação. DILATÓRIA-PEREMPTÓRIA pressupõe uma deficiência de forma que o autor deve consertar sob pena de resolução do processo sem julgamento de mérito. EX.: incapacidade da parte; defeito de representação; falta de autorização; falta de caução ou outra prestação que a lei exige como preliminar. RESPOSTA DO RÉU: DEFESA DE MÉRITO (ART. 300 c/c 333, CPC) DIRETA o réu não trás em contestação fato novo, mas apenas apresenta uma nova versão do fato constitutivo do direito do autor. Neste caso, o ônus da prova incumbe ao autor (art. 333, inciso I, CPC). INDIRETA o réu trás em contestação fato novo impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Neste caso o ônus da prova incumbe ao réu (art. 333, inciso II, CPC). DA DEFESA DO RÉU: CONTESTAÇÃO (ARTS. 300 A 303 DO CPC) PRINCÍPIOS QUE REGEM A CONTESTAÇÃO EVENTUALIDADE DA DEFESA A peça processual da contestação deve conter TODAS as defesas possíveis e imagináveis, pois não haverá outra oportunidade para contestar. A sua não observância acarreta para o réu a chamada preclusão consumativa: PRECLUSÃO DA OPORTUNIDADE DE FAZER NOVAS DEFESAS EM OUTRO MOMENTO DO PROCESSO. Em razão do fato de ser o único momento que o réu tem para apresentar suas defesas, a peça processual da contestação admite, pelo princípio da eventualidade , defesas contraditórias. IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 5 EX.: primeira teste de defesa é a inexistência da relação jurídica contratual, "mas, entretanto, na eventualidade de Vossa Excelência entender que o contrato existe, entendo que os juros são exorbitantes“. A exceção do Princípio da Concentração ou da Eventualidade está no art. 303 do CPC. ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA o réu deve especificar e contrapor fato por fato alegado pelo autor na petição inicial, sob pena de se presumirem aceitos os fatos narrados na inicial. Fato não contestado torna-se um fato INCONTROVERSO. Trata-se de uma espécie de revelia parcial. Tal princípio encontra-se descrito no art. 302 do CPC, o qual já traz consigo suas EXCEÇÕES: I - Direitos indisponíveis; II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. § ÚNICO - o Ministério Público, o curador especial e o advogado dativo poderão contestar através da chamada NEGAÇÃO GERAL, sem se aprofundar em cada um dos fatos do processo. Isso em razão da dificuldade que terão em produzir provas. CONTRADITÓRIO constitucionalmente assegurado (art. 5º, inciso LV, CF), tal princípio garante ao réu o direito de se defender em juízo da pretensão manifestada pelo autor através do seu direito de ação. BILATERALIDADE por tal princípio fica assegurada às partes a igualdade de tratamento e de oportunidades durante todo o processamento da ação. DA CONTESTAÇÃO (art. 300 a 303 do CPC) – TÉCNICA DE ELABORAÇÃO E SEUS REQUISITOS FUNDAMENTAIS Verificação do procedimento Endereçamento e referência processual Preâmbulo Da tempestividade Breve resumo dos fatos Das preliminares Da intervenção de terceiros Da prescrição e decadência Do mérito Dos requerimentos e pedidos Conclusão IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 6 1. Verificação do procedimento A depender do tipo de procedimento adotado, poderá haver alteração tanto na estrutura da contestação (ex.: necessidade de criação de tópico destinado ao pedido contraposto) quanto na parte dos requerimentos (ex.: art. 278, CPC). 2. Endereçamento e referência processual Exmo. Sr. Juiz de Direito da ...Vara Cível da Comarca de ... x x x Ref.: nº do processo... x x x 3. Preâmbulo PRÉ-NOME... NOME..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no CPF sob o nº..., portador do RG nº..., endereço..., vem, respeitosamente perante V. Exa., por meio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa da qual consta seu endereço profissional), apresentar (art. 39 e 238, CPC) CONTESTAÇÃO nos autos da ação de ...(a questão indicará)... em que é parte contrária PRÉ- NOME... NOME..., já devidamente qualificado na petição inicial, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe: 4. Da tempestividade A presente peça de contestação encontra-se devidamente tempestiva, posto que apresentada dentro do prazo legal (art. 297, CPC) de 15 dias, contados ...(a questão indicará qual foi o tipo de citação).... DICA sempre recorrer ao art. 241 do CPC, o qual regulamenta os termos iniciais de contagem de prazo. 5. Breve resumo dos fatos IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 7 DICA seja objetivo!! Tente apenas reescrever o que foi informado na questão para não incorrer em identificação!! ATENÇÃO À ORDEM CRONOLÓGICA DOS ATOS PROCESSUAIS NARRADOS primeiro informe que o autor instaurou uma ação em face do réu pretendendo “tal coisa”; depois informe que regularmente citado o réu passa a apresentar sua defesa. 6. Das preliminares – art. 301, CPC I – INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DE CITAÇÃO (pressuposto processual de existência e de validade – defesa processual dilatória). DICA atenção aos arts. 172, 175, 216, 217, 222, 224, 247 todos do CPC. PERGUNTA: A preliminar de nulidade da citação pode ser arguida juntamente com uma defesa de mérito??? ART. 154, e §1º do art. 214, CPC. OBS.: no caso da questão indicar que já transcorreu o prazo para defesa e que a citação foi nula. II – INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA (pressuposto processual de validade – defesa processual dilatória) Será verificada todas as vezes em que estivermos diante de uma incompetência em razão da matéria, da pessoa, da função ou quando a lei expressamente determinar (ex.: art. 95, 253, 736, 800, CPC); Pode ser verificada de ofício pelo juiz ou alegada por qualquer das partes, em qualquer momento ou grau de jurisdição (art. 113, CPC). Todavia, ATENÇÃO: não sendo deduzida a incompetência absoluta no prazo da contestação, o réu responderá integralmente pelas custas do processo (§1º, art. 113, CPC). DICA de técnica redacional 1º) dizer perante qual juízo a demanda tramita (a questão irá informar); 2º) após isso, indicar na questão o que está causando a incompetência absoluta fazendo menção às normas aplicáveis (recorra aos art. 95, 253, 736, 800, CPC, dentre outros);3º) formular requerimento de reconhecimento da incompetência absoluta do juízo inicial, com a devida remessa dos autos ao juízo competente. (caput e §2º do art. 113, CPC). EX.: A presente demanda tramita perante o juízo da 10ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte. IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 8 Entretanto, nos termos do art. 95 do CPC, versando o litígio sobre direito de propriedade em imóveis, o foro competente para o regular processamento e julgamento da causa será o da situação da coisa, que no presente caso, conforme podem comprovar a certidão anexa, é a comarca de Teófilo Otoni. Assim sendo, requer seja reconhecida a incompetência absoluta do Juízo da 10º Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, com a devida remessa dos autos ao juízo competente, a saber: uma das varas cíveis da comarca de Teófilo Otoni. III – INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL (pressuposto processual de validade – defesa processual peremptória) Será inepta a petição inicial (§ único do art. 295, CPC): I) Quando lhe faltar pedido ou causa de pedir; II) Quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão (pedido); III) Quando o pedido for juridicamente impossível; IV) Quando contiver pedidos incompatíveis. Duas situações devem ser observadas: a) quando o juiz identifica de pronto a inépcia da inicial, deverá determinar a EMENDA DA INICIAL (art. 284, CPC), caso não seja emendada art. 267, I, CPC (extinção do processo sem resolução do mérito). b) se, entretanto, o juiz não percebe a inépcia e manda citar o réu, tal fato deverá ser arguido em sede de preliminar de contestação, devendo ser adotado como embasamento legal o art. 267, IV, CPC, OBS.: consequência da extinção sem resolução do mérito art. 20, CPC. DICA de técnica redacional 1º) dizer, de forma fundamentada, que a inicial encontra-se inepta (recorra ao § único do art. 295, CPC); 2º) em seguida, dizer que, assim sendo, a petição inicial encontra-se carecedora de um dos pressuposto de desenvolvimento válido e regular do processo, sendo medida necessária a extinção do processo sem resolução do mérito (art. 267, IV, CPC); 3º) por fim, formular requerimento de reconhecimento da inépcia da inicial e consequente extinção do processo sem resolução do mérito, com pagamento de custas e honorários pelo vencido. IV – PEREMPÇÃO (presença de um pressuposto processual negativo – defesa processual peremptória) IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 9 CONCEITO restará configurada sempre que o autor, em razão de sua desídia (não promover os atos e diligências que lhe couber, abandonando a causa por mais de trinta dias), der causa à extinção do processo por três vezes. Neste caso, nos termos do art. 268, § único do CPC, não poderá o autor intentar nova ação contra o réu com o mesmo objetivo, ficando-lhe ressalvado apenas a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. Identificada a perempção, será preciso formular requerimento de extinção do processo sem resolução do mérito nos termos do art. 267, V do CPC. OBS.: consequência da extinção sem resolução do mérito art. 20, CPC. V – LITISPENDÊNCIA (presença de um pressuposto processual negativo – defesa processual peremptória) Restará configurada sempre que a questão indicar a existência de uma ação idêntica anteriormente ajuizada e que ainda esteja em curso (art. 301, parágrafos 1º, 2º e 3º do CPC). OBS.1: atenção ao disposto no art. 219 do CPC citação válida induz a litispendência. Como a atividade jurisdicional do Estado é una, não se pode admitir a existência de demandas idênticas, ao mesmo tempo, mesmo que em juízos diversos. Havendo duas demandas, somente uma poderá prosperar, não podendo ser acatada uma segunda demanda idêntica à anterior, devendo o réu, nesta segunda demanda, solicitar ao magistrado sua extinção (art. 267, V, CPC) OBS.2: consequência da extinção sem resolução do mérito art. 20, CPC. VI – COISA JULGADA (presença de um pressuposto processual negativo – defesa processual peremptória). Restará configurada sempre que a questão indicar a existência de uma ação idêntica anteriormente ajuizada que já foi decidida por sentença (art. 301, parágrafos 1º, 2º e 3º do CPC). Verificada a coisa julgada é preciso formular requerimento de extinção do processo sem resolução do mérito com fulcro no art. 267, V do CPC. OBS.: consequência da extinção sem resolução do mérito art. 20, CPC. DICA de técnica redacional - Discorrer acerca da existência de demanda idêntica anteriormente ajuizada sobre a qual já incidiu a coisa julgada. TUDO CONFORME CERTIDÃO ANEXA. - Dizer que tal fato caracteriza a coisa julgada disciplinada no art. 301, §3º, CPC. IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 10 - Requer a extinção do processo sem julgamento de mérito nos termos do art. 267, V do CPC, condenando a parte contrária ao pagamento dos ônus decorrentes da sucumbência. ATENÇÃO coisa julgada parcial!!! Neste caso é preciso identificar qual pedido que se deseja ver extinto!!! (OBS.: o recurso cabível à decisão que reconhecer a coisa julgada parcial será o Agravo de Instrumento e não a apelação como ocorre no caso da coisa julgada total). VII – CONEXÃO (defesa processual dilatória) Segundo o art. 103 do CPC, reputar-se-ão conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o mesmo objeto (pedido) ou a mesma causa de pedir; devendo as mesmas serem julgadas em conjunto, de acordo com o art. 105. DICA atenção às regras de prevenção definidas nos arts. 106 e 219, ambos do CPC. (mesma competência territorial, aquele que despachou em primeiro lugar; tendo competências territoriais diferentes, a citação válida tornará prevento o juízo). O substrato legal que deve ser utilizado para fundamentar tal defesa processual será o art. 253, I, CPC. DICA de técnica redacional A presente demanda versa sobre... Entretanto perante o juízo da ...(a questão vai informar)... tramita um outro processo que possui ...(falar da causa de pedir idêntica ou do objeto idêntico)..., tudo conforme certidão anexa. Desta forma, nítido que entre estes processos existe conexão. Eis que nos termos do art. 103 do Código de Processo Civil: “reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes forem comum o objeto ou a causa de pedir.” Ainda conforme dispõe o citado diploma legal, considera-se prevento ...(falar ou do art. 106 ou do art. 219)... Desta feita, requer a remessa dos autos ao juízo da ...(a questão vai informar)... , para que seja distribuído por dependência ao processo n°... (art. 105 e 253, I, CPC). VIII – INCAPACIDADE DA PARTE, DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO OU FALTA DE AUTORIZAÇÃO (falta de um pressuposto processual de validade – defesa processual dilatória-peremptória). As partes devem ter CAPACIDADE para os atos do processo (art. 7º ao 13), A incapacidade absoluta pode ser suprida pelo instituto da representação, e a incapacidade relativa pode ser suprida pelo instituto da assistência. IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 11 O DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO restará configurado sempre que houver problemas relacionados à procuração; ou quando o legitimado ativo estiver representado ou assistido e não existirem nos autos documentos comprobatórios (ex.: contrato social; certidão de nascimento...) A falta de AUTORIZAÇÃOocorre, por exemplo, quando a parte é casada e propõe ação real imobiliária, neste caso há necessidade de pedir o consentimento do outro cônjuge (art.10, CPC); se este não quiser dar o consentimento, pode ser obtido através de autorização judicial (art. 11) pedida através do procedimento especial de jurisdição voluntária (arts. 1103 e seguintes), pois é mera autorização, mero requerimento, uma atividade administrativa. Referidas argumentações, em sede de contestação, tem, primeiro, o objetivo de exigir do magistrado a intimação do autor para sanar a irregularidade apontada, no prazo a ser estabelecido pelo Juiz (vide art. 13º,caput, CPC). Caso não venha a ser sanado pelo autor o vício apontado, deverá o processo ser extinto sem julgamento do mérito (art. 13º, inciso I c/c art. 267, IV, ambos do CPC). Técnica redacional (defeito de representação) O autor é Pessoa Jurídica constituída sob a forma de...(a que a questão indicar)..., encontrando-se representada na petição inicial pelo Sr. ... , que se diz ... . Entretanto, entre os documentos que instruem a petição inicial não encontramos o contrato social da empresa, documento necessário à correta representação. Assim sendo, outra não poderia ser a conclusão senão a de que estamos diante de um defeito de representação (usar sempre que possível os art. 7, 8 e 12 CPC). Desta forma, requer desde já o acolhimento da presente preliminar, reconhecendo a deficiência de representação e intimando o autor para, no prazo a ser fixado pro V. Exa., regularizar tal situação, suspendendo para tanto o processo, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito (art. 13, I CPC c/c art. 267, IV – pressuposto subjetivo). IX – CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM (pressuposto processual negativo – defesa processual peremptória) A lei 9307/96 descreve a arbitragem, que é uma forma alternativa de solução dos conflitos de interesses. Não sendo alegada em sede de contestação admite prorrogação!! Pessoas capazes, diante de direitos disponíveis, poderão colocar uma cláusula no seu contrato (semelhante à do foro de eleição), estabelecendo que se houver algum desentendimento relacionado ao contrato, ao invés de recorrer ao Poder Judiciário, as IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 12 partes resolverão o conflito através de árbitros escolhidos por ambas as partes (art. 1º, lei 9307/96). Artigos relacionados 301, §4º e 267, VII, ambos do CPC OBS.: consequência da extinção sem resolução do mérito: art. 20, CPC. X – CARÊNCIA DE AÇÃO (defesa processual peremptória) A carência de ação restará configurada diante da ausência de alguma das condições da ação: 1) Interesse processual (utilidade e necessidade); 2) Legitimidade da parte (assistência e representação); 3) Possibilidade jurídica do pedido. Artigo relacionado 267, VI do CPC OBS.: consequência da extinção sem resolução do mérito: art. 20, CPC. Técnica redacional (ilegitimidade da parte) - Narrar a situação que leva à ilegitimidade da parte; - Citar dispositivos legais que embasem o fato: art. 6º e segs CPC; - Formular requerimento de extinção do processo sem resolução do mérito nos termos do art. 267, VI, CPC, com pagamento de custas e honorários pela parte vencida. XI – FALTA DE CAUÇÃO OU DE OUTRA PRESTAÇÃO QUE A LEI EXIGE COMO PRELIMINAR (defesa processual dilatória tendente a peremptória) Em situações específicas o CPC exige alguma garantia ou o pagamento de alguma prestação para a viabilização da regular instauração da relação processual e, consequentemente, ter-se como válido o andamento processual. EX.: art. 835 e art. 268, ambos do CPC. Diante da alegação em preliminar de contestação da falta da prestação legal, o magistrado não poderá, simplesmente extinguir o processo, correto será, primeiro, viabilizar ao autor oportunidade para sanar a ausência de referida prestação. Somente no caso de não regularização pelo autor devidamente intimado para tanto, é que o juiz poderá extinguir o processo sem resolução do mérito com fulcro no art. 267, IV, CPC. DA PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 13 Ultrapassadas as preliminares, deverá o contestante ater-se a verificação da existência do decurso de prazo capaz de gerar a prescrição ou a decadência. IMPORTANTE: trata-se de defesa de mérito e não defesa preliminar (a expressão preliminar refere-se, exclusivamente, às matérias processuais elencadas no art. 301, CPC). O reconhecimento da prescrição ou da decadência, gera a EXTINÇÃO DO PROCESSO COM JULGAMENTO DO MÉRITO (ART. 269, IV, CPC). PRESCRIÇÃO Prescrição é a perda de uma pretensão de exigir de alguém um determinado comportamento em razão do decurso do tempo; nem todo direito subjetivo prescreve, a prescrição só atinge direitos subjetivos patrimoniais e relativos, não incidindo sobre os direitos subjetivos extrapatrimoniais e absolutos. (art. 189 a 206 do CC) DECADÊNCIA é a perda de um direito que não foi exercido pelo seu titular no prazo previsto em lei; é a perda do direito em si, em razão do decurso do tempo; a decadência relaciona-se com os direitos potestativos (prerrogativa jurídica de impor a outrem, unilateralmente, a sujeição ao exercício de um direito), mas nem todo direito potestativo submete-se à decadência, porque aqueles que não possuem prazo prescrito em lei não podem decair. (art. 207 ao 211, CC) CARACTERÍSTICAS DA PRESCRIÇÃO: - a prescrição é um instituto de interesse privado; - é renunciável, tácita ou expressamente; - os prazos prescricionais não podem ser modificados pela vontade das partes, estando taxativamente dispostos nos arts. 205 e 206 do CC; - pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita; - admissibilidade de suspensão (art. 197 ao 201, CC) e interrupção (art. 202 ao 204, CC) do prazo prescricional; - pode ser conhecida pelo juiz de ofício. CARACTERÍSTICAS DA DECADÊNCIA: - é de interesse público e não admite renúncia (art. 209, CC); - pode ser legal ou convencional; - pode ser conhecida a qualquer tempo ou grau de jurisdição; - os prazos decadenciais não admitem suspensão e interrupção; IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 14 - o juiz deve conhecer de oficio a decadência legal (art. 210, CC), não podendo suprir a falta de alegação da decadência convencional (art. 211, CC). DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Nem todas as intervenções de terceiro podem ser discutidas na peça de contestação, somente sendo admitidas: 1) DENUNCIAÇÃO DA LIDE (art. 70 ao 76, CPC) Forma de intervenção de terceiro que tem como fundamento basilar a possibilidade de eventual direito regressivo de uma das partes originárias da demanda contra uma terceira pessoa, evidenciando-se o princípio da economia processual. 2) CHAMAMENTO AO PROCESSO (art. 77 ao 80, CPC) Muito próximo da denunciação da lide quanto aos objetivos, o chamamento também tem como escopo principal a figura do direito regressivo, com uma diferença basilar: enquanto na denunciação a lide o terceiro não tem relação jurídica material com a parte contrária na demanda, apenas com o denunciante; no chamamento ao processo sempre haverá relação de direito material entre o terceiro chamado e a parte contrária (autor), além do direito regressivo face àquele legitimado a requerer a chamamento (réu). Concluindo, o chamamento ao processo é forma voluntária de intervençãode terceiro pela qual o réu, até o prazo da contestação, poderá chamar a compor uma lide outra pessoa que poderia, desde o início, figurar como litisconsorte passivo, agregando-o à lide como réu para evidenciar futuro direito de regresso. TÉCNICA REDACIONAL – DENUNCIAÇÃO A LIDE: Intenta o autor a presente demanda, buscando a condenação do réu ao pagamento de valores a título de indenização em razão de danos causados em virtude de acidente de veículo. Alega, o autor, que quem laborou com culpa para a existência do sinistro foi o réu, que teria avançado o sinal vermelho no cruzamento. Diante do princípio da eventualidade, na hipótese de V. Exa. acreditar que o réu teria avançado o sinal vermelho (o que se admite apenas em respeito ao princípio da concentração, sendo certo que das provas dos autos restará como evidenciado que a culpa foi do autor), vem o réu denunciar a empresa nome..., qualificação..., seguradora com que o contestante mantém contrato (documento anexo). Nos termos do art. 70, inc. III, CPC, poderá o réu denunciar a lide aquele que, em virtude de contrato, tem obrigação regressiva de indenizar os prejuízos no caso de perda da demanda. IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 15 DESTA FORMA, requer a citação do terceiro acima nominado, no endereço declinado, suspendendo o processo, para que, no prazo legal, manifeste-se sobre a denunciação pretendida. DO MÉRITO Necessidade de debater ponto por ponto, fato por fato, sob pena de revelia parcial; Indiquem sempre que possível os dispositivos legais utilizados na formulação da defesa; Possibilidade de formulação de defesas contraditórias em atenção ao princípio da eventualidade. DOS REQUERIMENTOS E PEDIDOS Justiça gratuita (se for o caso); Citação do 3º (se for o caso de intervenção de terceiro); Intimação da parte autora para apresentar impugnação (em caso de defesa preliminar ou defesa de mérito indireta - art. 326 e 327, CPC) - EX.: Requer a intimação da parte contrária para, querendo, no prazo de 10 dias, apresentar impugnação à contestação. Requerimentos relacionados às preliminares do art. 301, CPC (se for o caso); Requerimento relacionado ao reconhecimento da prescrição ou da decadência (se for o caso); Pedido de improcedência de cada um dos pedidos formulados pelo autor - EX.: Caso ultrapassada a preliminar acima arguida, no mérito, pede a improcedência do pedido do autor pelo motivos acima descritos. Requerimento relacionado com a intervenção de terceiro (se for o caso); Pedido relacionado aos ônus da sucumbência; Requerimento de prova. CONCLUSÃO Termos em que, Pede deferimento. Local..., Data... Advogado..., OAB...
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