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Professora: Dra. Gisele Bazanella Esterilização Professora: Dra. Gisele Bazanella Operação unitária na qual o alimento é aquecido a uma temperatura alta o suficiente por um tempo adequadamente longo para destruir a atividade microbiana e enzimática. Esterilização pelo calor Os alimentos esterilizados podem alcançar uma vida de prateleira > 6 meses em Tamb. Professora: Dra. Gisele Bazanella O calor é considerado o agente físico mais prático e eficiente para esterilização. Pode ser usado seco ou úmido e sua eficácia depende do tempo e da temperatura a que o produto fica exposto durante o processo. Esterilização pelo calor Professora: Dra. Gisele Bazanella A morte dos m.o neste caso decorre da oxidação e desidratação das células. Recomenda-se o calor seco para esterilizar vidros, metais, óleos e substâncias em pó, ou seja, produtos resistentes à variação de temperatura ou que podem se oxidar com o vapor. Para o caso de instrumentos de corte, não danifica a função cortante e não provoca ferrugem. Esterilização pelo calor seco Professora: Dra. Gisele Bazanella Não é uma opção para esterilizar líquidos, nem materiais termosensíveis, como os que contêm componentes têxteis, plásticos ou de borracha. Ele atua mais lentamente que o calor úmido, o que exige temperaturas mais elevadas ou maior tempo de exposição. Esterilização pelo calor seco Professora: Dra. Gisele Bazanella Atua desnaturando e coagulando as proteínas das células microbianas, mas com a vantagem de que a água presente neste caso contribui para a destruição das membranas e enzimas e induz à eliminação das ligações de hidrogênio, tornando assim o método mais eficaz e reduzindo o tempo de exposição dos materiais. Limitação o fato de não servir para esterilizar pós, líquidos e produtos que não resistem a temperaturas elevadas. Esterilização pelo calor úmido Professora: Dra. Gisele Bazanella Autoclavação - material fica exposto ao vapor d’água sob pressão (121 °C por 15’); Tindalização - material é submetido a 3 sessões de exposição a vapor d’água a 100 °C, durante um intervalo de 20 a 45 minutos, 45 minutos e, por fim, por mais um período de 20 a 45 minutos, com um repouso de 24h entre cada uma dessas sessões. É normalmente usada para soluções açucaradas ou com gelatina. Esterilização pelo calor úmido Professora: Dra. Gisele Bazanella No caso de líquidos e gases sensíveis a temperaturas ou que tenham restrição ao uso de processos químicos, pode ser necessário lançar mão da filtração estéril, que consiste na remoção mecânica de m.o. Neste processo, a solução ou o gás atravessam um filtro com membranas de diâmetros bastante diminutos. Filtração estéril Professora: Dra. Gisele Bazanella A radiação ionizante é uma das alternativas para casos que requerem esterilização “a frio”, podendo ser empregada em sólidos e fluidos. Duas fontes podem ser utilizadas no processo de radiação ionizante: raios gama de fontes seladas de Cobalto-60 ou feixe de elétrons de aceleradores industriais de média e alta energia. Materiais compatíveis com a radiação: termoplásticos, borrachas, têxteis, metais, pigmentos, vidros, pedras preciosas, papéis, adesivos e tintas. Irradiação Professora: Dra. Gisele Bazanella Óxido de etileno Penetra em papel, vidro e alguns filmes plásticos. Professora: Dra. Gisele Bazanella O tempo necessário para esterilizar um alimento é influenciado Pela resistência ao calor dos m.o. ou enzimas que podem estar presentes no alimento; Pelas condições do aquecimento; Pelo pH do alimento; Pelo tamanho do recipiente; Pelo estado físico do alimento. Esterilização no recipiente pelo calor Professora: Dra. Gisele Bazanella Esterilização no recipiente pelo calor Para determinar o tempo de processo de um alimento é necessário possuir informações sobre a resistência dos mo, sobretudo dos esporos termicamente resistentes, das enzimas que podem estar presentes, além da taxa de penetração do calor no alimento. Professora: Dra. Gisele Bazanella Quando o alimento é aquecido a uma T alta o suficiente para destruir m.o. contaminantes, a mesma % morre em um determinado intervalo de tempo, independentemente do no presente no início. Resistência térmica dos m.o. ou enzimas Isso é conhecido como ordem logarítmica de morte e é descrito pela curva da taxa de letalidade. Professora: Dra. Gisele Bazanella Resistência térmica dos m.o. ou enzimas O tempo necessário para destruir 90% dos m.o. (reduzir seu n0 por um fator de 10) é referido como tempo de redução decimal ou valor D. Valores D variam para ≠ sp microbianas. Um maior valor de D indica maior resistência ao calor. Professora: Dra. Gisele Bazanella Existem 2 implicações importantes que surgem com o tempo de redução decimal: 1) Quanto > for o n0 de m.o. presentes na matéria-prima, mais tempo leva-se para reduzi-los ao nível especificado; 1) Como a destruição microbiana ocorre logaritmicamente é possível destruir todas as células somente após um aquecimento por tempo infinito. Assim, o processamento objetiva reduzir o n0 de m.o. sobreviventes por uma quantidade predeterminada. Resistência térmica dos m.o. ou enzimas Professora: Dra. Gisele Bazanella A destruição dos m.o. depende da T; as células morrem mais rapidamente em T elevadas. Confrontando valores de D sob diferentes temperaturas, pode-se construir uma curva de tempo de destruição térmica (TDT). Resistência térmica dos m.o. ou enzimas A inclinação da curva de TDT é denominada valor Z e definida pelo n0 de 0C necessários para alterar 10 vezes o tempo de redução decimal. O valor D é utilizado para caracterizar a resistência térmica de um m.o. O valor Z sua dependência da temperatura. Professora: Dra. Gisele Bazanella Resistência térmica dos m.o. ou enzimas Professora: Dra. Gisele Bazanella Fatores que determinam a resistência térmica dos m.o.: Tipo de m.o.; Condições de incubação (T, idade da cultura, meio de cultura); Condições durante o processamento térmico (pH, Aw, composição, condições do meio de crescimento e incubação). Resistência térmica dos m.o. ou enzimas A maioria das enzimas possui valores de D e Z dentro de uma faixa similar à dos m.o., sendo inativadas durante o processamento térmico normal. Algumas enzimas são muito resistentes ao calor. Professora: Dra. Gisele Bazanella Resistência térmica dos m.o. ou enzimas Professora: Dra. Gisele Bazanella A maioria dos esporos resistentes ao calor possui um valor de Z ao redor de 10 0C. Esse aumento de temperatura irá reduzir 10 vezes o tempo de processamento necessário para atingir a mesma letalidade. Resistência térmica dos m.o. ou enzimas A probabilidade de sobrevivência de um único m.o. pode ser prevista por meio da utilização de detalhes de sua resistência térmica e da temperatura e tempo de aquecimento. Esterilização comercial Professora: Dra. Gisele Bazanella Um processo que reduz o número de células em 12 reduções decimais (um processo 12D), aplicado a uma matéria-prima que contém 1.000 esporos por vasilhame, reduziria a contagem microbiana para 10-9 por vasilhame, ou seja, equivaleria à probabilidade de um esporo microbiano sobreviver em cada bilhão de vasilhames processados. Esterilização Comercial Professora: Dra. Gisele Bazanella O calor é transmitido do vapor d’água ou água pressurizada através do recipiente para o alimento. Geralmente, o coeficiente de transferência térmica superficial é muito alto e não é um fator limitante na transferênciade calor. Taxa de penetração do calor Professora: Dra. Gisele Bazanella Influências na taxa de penetração do calor Tipo de produto; Tamanho do recipiente; Agitação do recipiente; Temperatura do autoclave; Forma do recipiente; Tipo do recipiente. Professora: Dra. Gisele Bazanella Influências na taxa de penetração do calor Tipo de produto; Tamanho do recipiente; Agitação do recipiente; Temperatura do autoclave; Forma do recipiente; Tipo do recipiente. Professora: Dra. Gisele Bazanella Influências na taxa de penetração do calor O tempo de destruição térmica (TDT) ou valor F é utilizado como base de comparação entre processos de esterilização térmica. É o tempo necessário para atingir uma certa redução na população microbiana sob uma dada temperatura, representando, assim, a combinação total de tempo-temperatura recebida pelo alimento. Ela é citada com sulfixos que indicam a temperatura da autoclave e o valor Z do m.o.-alvo. Por ex., um processo sob uma temperatura de 115 0C baseado em um m.o. com um valor de Z de 10 0C seria expresso como F10 115. Professora: Dra. Gisele Bazanella Influências na taxa de penetração do calor O valor F também pode ser considerado como o tempo necessário para reduzir a população microbiana por um múltiplo do valor de D. Ele é encontrado utilizando: F = D (log n1 – log n2) n1 = número inicial de m.o. n2 = número final de m.o. Um valor de referência de F(F0) é utilizado para descrever processos que operam em 121 oC baseados em um m.o. com um valor de Z de 10 0C. Professora: Dra. Gisele Bazanella Cálculo do tempo de processamento Quadro Professora: Dra. Gisele Bazanella Cálculo do tempo de processamento Ex) Um alimento de baixa acidez é aquecido a 115 oC utilizando um processo baseado em F10121 = 7 min. Dos dados de penetração do calor foram obtidas as seguintes condições: temperatura inicial do produto = 78 oC; constante da taxa de aquecimento = 20 min; fator de retardo de resfriamento = 1,8; temperatura pseudo-inicial do produto = 41 0C e fc = 20 min. A autoclave levou 11 min para atingir a temperatura de processamento. Determine o tempo de processamento. Professora: Dra. Gisele Bazanella Resistência térmica dos m.o. ou enzimas Professora: Dra. Gisele Bazanella Resistência térmica dos m.o. ou enzimas Docente: Dra. Gisele Bazanella