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DIREITO CIVIL.aula1 (1)

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DIREITO CIVIL I
Parte Geral
PARTE INTRODUTÓRIA
Prof. Dr. Paulo Roberto Barroso Soares
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Após a proclamação da República, o Brasil continuou com a regência de normas originadas da ex-metrópole Portugal. Embora o Império tenha tido seu término em 1889, a sociedade brasileira continuava com sua estrutura social dominante nas mesmas bases – base a aristocracia rural.
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Teixeira de Freitas: missão de sistematizar a legislação brasileira – criou o Código Civil Brasileiro, que não chegou a ser aprovado. (inspirou vários países na América do Sul, em especial a Argentina).
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Inicio do século XX: profundas mudanças sociais com as várias leis abolicionistas - início de um movimento de Codificação no Brasil: influência do Código de Napoleão e do Código Civil Alemão.
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O Código Civil Brasileiro de 1916: base na propriedade e na família patriarcal e hierarquização social.
Código Civil de 2002 = tem preocupação patrimonialista, porém tratada de forma mais solidarizada.
Diretrizes observadas pela Comissão de Redação do Anteprojeto do Código Civil de 2002 (jurista Miguel Reale): 
a) tentativa de preservar sempre que possível a estrutura do Código Civil de 1916; 
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b) alteração do Código Civil Brasileiro de 1916 para atender a princípios como eticidade, da sociabilidade e da operabilidade;
c) inserção no código de matéria já consolidada e por outro lado uma opção por não incorporar matérias que a sociedade ainda não apresentou um viés critico definido; 
d) dialética da complementaridade e conhecimento conjectural; 
e) culturalismo; 
f) sistema de normas aberto das cláusulas gerais.
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O Código Civil Brasileiro de 2002 apresenta uma mudança na perspectiva, valorizando o “ser” ao invés do “ter”. As novas concepções do Direito Civil adotam princípios filosóficos com espeque na lealdade, boa-fé e funcionalização social.
Preceitos: 
a) competência doutrinaria; 
b) afinidade intelectual; e 
c) que fossem juristas de diversos lugares do país, prevenindo assim acusações de bairrismo. 
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Coordenação de Miguel Reale - Comissão responsável pelo projeto do Código Civil: José Carlos Moreira Alves (Parte Geral); Agostinho de Arruda Alvim (Direito das Obrigações); Sylvio Marcondes (Direito de Empresa); Ebert Vianna Chamoum (Direito das Coisas); Clovis do Couto e Silva (Direito de Família); Torquato Castro (Direito das Sucessões).
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O CC possui 2046 artigos, que tratam de variados temas das relações jurídicas no setor privado. 
Na composição se distingue em duas partes: Parte Geral e Especial.
 
Parte Geral organizada em 3 Livros:
Das Pessoas (Naturais e Jurídicas);
Dos Bens (Quanto a Classificação);
Dos Fatos Jurídicos (Negócios Jurídicos, Atos Jurídicos Lícitos e Ilícitos e da Prova). 
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Parte Especial organizada em 5 Livros: 
Direito e Obrigações (Modalidades, Transmissão, Quitação e Extinção das Obrigações, Inadimplemento, Contratos em Geral, Espécies de Contratos, Atos Unilaterais, Títulos de Crédito, Responsabilidade Civil e Preferências e Privilégios Creditórios); Direito da Empresa (Do Empresário, Da Sociedade, Do Estabelecimento, dos Institutos das Coisas);
Direito das Coisas (Posse, Direitos Reais, Propriedade, Superfície, Servidões, Usufruto, Uso, Habitação, Direito do Promitente Comprador, Penhor, Hipoteca e da Anticrese);
Direito de Família (Direito Pessoal, Direito Patrimonial, Da União Estável, Da Tutela e da Curatela);
Sucessões (Sucessões em Geral, Sucessão Legitima, Sucessão Testamentária, Inventário e Partilha).
E 1 Livro Complementar (Disposições Finais e Transitórias).
 
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Direito Civil e a Constituição Federal
NORMAS SOBRE DIREITO PRIVADO
1. Princípios Fundamentais (Título I) e Dos Direitos e Garantias Fundamentais (Título II)
1.1 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Dentre os princípios que norteiam, destaquem-se: a dignidade da pessoa humana (art. 1.°, III) e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, III e IV).
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Art. 5 °, enfatiza o direito à vida, à liberdade, è igualdade, à segurança e à propriedade, de que decorrem todos os demais em que se desdobram seus setenta e seis incisos. Exemplos:
a) A liberdade de manifestação do pensamento, vedado o anonimato (art. 5°, IV).
b) O direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização pelo dano material, moral ou à imagem (n ° V).
c) A liberdade de consciência (nº VI).
d) A Liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença (n ° IX) .
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e) A inviolabilidade da intimidade, da vida privada, honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano material ou moral decorrente de sua violação (n º X).
Direitos da personalidade:
f) O acesso à informação, resguardado o sigilo da fonte.
g) A liberdade de associação para fins lícitos (n.° XVII) e sua dissolução e suspensão por decisão judicial (n.° XIX).
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h) O direito de propriedade (n.° XXII), jungido à sua função social (n.° XXII), admitida a desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social mediante prévia e justa indenização em dinheiro, como já figurava nos Diplomas anteriores, salvo nos casos nele previstos (n.° XXIV), e sua utilização quando sobrevier iminente perigo público, com indenização posterior de danos, se houver (nº XXV) .
i) A impenhorabilidade da pequena propriedade rural para pagar débitos originados de sua atividade produtiva (nº XXVI).
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j) A proteção ao direito do autor, como direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução da obra (n ° XXVII), no resguardo da reprodução da imagem e da voz humana (n.° XXVIII, "a"); mediante a fiscalização do aproveitamento econômico das obras (n ° XXVIII, "b"); na tutela dos inventos industriais, da propriedade das marcas, nomes de empresa e signos distintivos em função do interesse social e desenvolvimento tecnológico do País (n.° XXIX).
k) O direito de herança (n° XXX).
I) A defesa do consumidor (n.° XXXII).
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m) O mantido respeito ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e à coisa julgada (n.° XXXVI).
n) A extensibilidade da obrigação de reparar o dano e dos efeitos da decretação de perdimento dos bens aos sucessores do condenado, podendo contra eles serem executadas até o limite do valor do patrimônio transferido (n.° XLV).
o) A inexistência de prisão civil por dívida, salvo do responsável pelo inadimplemento "voluntário" e "inescusável" da obrigação alimentícia e do depositário infiel (n º LXVII).
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1.2 – Dos Direitos Sociais
Neste Capítulo, enfatize-se, no concernente a direitos civis, a norma que impõe, além do seguro contra acidente do trabalho a cargo do empregador, a indenização de direito comum, devida ao empregado, quando o evento causador do dano derivar de dolo ou culpa do empregador (art. 7.°, n.° XXVIII).
1.3 – Nacionalidade
No respectivo capítulo, atribuem-se aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, os direitos inerentes a brasileiros natos (§ 1 ° do art. 12).

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