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REFRATÁRIOS PARA A INDÚSTRIA SIDERÚRGICA ACIARIA: PANELAS DE AÇO (TOPO, FUNDO E ZONA DE ESCÓRIA)

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Universidade Federal de São Paulo
Instituto de Ciência e Tecnologia
REFRATÁRIOS PARA A INDÚSTRIA SIDERÚRGICA
ACIARIA: PANELAS DE AÇO (TOPO, FUNDO E ZONADE ESCÓRIA)
Docente
Prof. Dr. Eduardo Quinteiro
Alunos
Ingrid Regina Santos Lacerda 69584
Luciana de Carvalho Barbosa 77728
Paula Cardoso Lauar	86918
Tiago Cruz Machado 78635
São José dos Campos 
Dezembro de 2015
Sumário
Introdução.............................................................................................................3
Composição dos refratários utilizados nas panelas de aço...................................5
Tipos de revestimentos e suas solicitações por região da panela de aço..............6
Ciclo Operacional.................................................................................................9
Mecanismos de desgaste dos refratários............................................................. 10
 Ataque Químico............................................................................... 10
Temperatura de Vazamento............................................ 11
Viscosidade da Escória................................................... 11
Tempo de permanência do aço no equipamento............ 12
Basicidade da Escória..................................................... 13
Termoclase (variação de temperatura - Choque Térmico).............. 13
 Pré-Aquecimento............................................................................. 13
Erosão Mecânica do Banho líquido................................................. 13
 Juntas............................................................................................... 14
Projeto do Equipamento e do Revestimento Refratário.................. 14
Acidentes decorrentes............................................................................................... 15
Conclusão................................................................................................................. 15
Referências............................................................................................................... 16
Introdução
Vários equipamentos siderúrgicos possuem revestimento refratário, tais como coquerias, altos fornos, convertedores a oxigênio de aciaria, fornos elétricos a arco, caçambas de gusa e aço, distribuidores (tundish), etc., sendo que a panela de aço é componente básico de uma aciaria [1].
Após as etapas de processamento, o aço líquido é transferido para um recipiente denominado panela de aço, que é o reator metalúrgico para o processo de refino secundário, também chamado de Metalurgia de Panela. Esse refino nada mais é do que uma etapa para eliminação de impurezas, denominadas inclusões, como óxidos, sulfetos e nitretos; que na maior parte interferem negativamente nas propriedades mecânicasdos aços, causando diminuição da plasticidade e tenacidade, além de gerar defeitos superficiais [2].
De forma geral, a panela de aço é um equipamento metalúrgico, cuja principal função é armazenar ou transportar aço ou o gusa líquido, da aciaria para o lingotamento. É necessário que os equipamentos utilizados no processo siderúrgico sejam revestidos com materiais refratários, para não prejudicar seu desempenho nem danificar sua carcaça, devido às elevadas temperaturas de atuação [3].
Assim, para a escolha de um revestimento refratário adequado, tem-se que levar em consideração diversos fatores e, a escolha final, geralmente, é um compromisso das propriedades físicas e químicas dos refratários, performance e custo. Para cada equipamento, deve-se fazer a escolha do revestimento refratário, observando os parâmetros que influenciarão o seu desgaste [4].
A panela é fabricada de aço, com revestimento interno de material refratário, o que lhe permite suportar as altas temperaturas do aço líquido, entre 1150ºC a 1650°C [5].
 Na Figura 1.1 é possível observar as dimensões, as partes e os tipos de refratários usados em panelas de aço.
Figura 1.1 - Refratários usados nas panelas de aço.
Além das operações de refino secundário, outras operações também podem ser realizadas na Panela, com eficiência maior do que nos equipamentos de fusão [2]. Tais como:
 - Acerto de composição química do aço; 
- Descarburação, ou remoção do carbono (C); 
- Alteração da morfologia das inclusões remanescentes;
- Dessulfuração (remoção de enxofre profundo);
- Reaquecimento controlável por energia elétrica;
- Adição de ligas;
- Temperatura e composição de homogêneas;
- Remoção de inclusões.
O aço líquido superaquecido absorve gases da atmosfera e oxigênio da escória. O gás é expelido lentamente com o resfriamento da massa líquida, porém, ao se aproximar da temperatura de solidificação, o aço ferve e os gases escapam rapidamente, formando grandes vazios no aço. Para que isso não ocorra, são adicionados elementos como alumínio e silício na panela, em um processo conhecido como desgaseificação [5]. 
Após a desgaseificação, grande parte dos óxidos insolúveis formados devem ser removidos para não prejudicar as características mecânicas do aço. Este processo é conhecido como refinamento [5].
Composição dos refratários utilizados nas panelas de aço
	O revestimento refratário das panelas de aço, geralmente, é um tipo de refratário que contém carbono, ou seja, é um sistema óxido refratário + carbono (grafite + ligante orgânico) + antioxidantes, uma vez que essa mistura é capaz de suportar condições operacionais agressivas e complexas[6].
	Os sistemas óxido refratário + carbono podem ter diferentes composições, variando de acordo com a aplicação. A Tabela 2.1 apresenta as variáveis dos refratários.
Tabela 2.1 - Composição dos refratários[6].
	COMPONENTES
	
	COMPOSIÇÃO (%)
	Óxidos
	MgO, Al2O3, ZrO2
	50 ~ 95
	Carbono
	Grafita lamelar, grafita particulada, piches, etc.
	5 ~ 35
	Ligantes
	Piche líquido, resinas fenólicas, etc.
	2 ~ 8
	Antioxidantes metais
	Al, Al-Mg, Si, Al-Si, Fe-Si, outras ligas, etc.
	0 ~ 6
	Antioxidantes especiais
	SiC, B4C, outros carbetos, nitretos e boretos, etc.
	0 ~ 15
	A utilização do carbono na fabricação do refratário é de grande importância, pois as propriedades do conjunto (carbono + óxido) são superiores às dos componentes separados. O carbono é capaz de mudar a tensão superficial do refratário, diminuindo a molhabilidade por metais e escórias líquidas; as reações entre óxido + antioxidante com o carbono, em elevadas temperaturas, resulta em uma diminuição da porosidade da face quente, que é resultante dos processos de redução/oxidação do óxido de magnésio e mudanças do potencial de oxigênio do sistema[6].
	A utilização de antioxidantes é importante, uma vez que nas temperaturas muito elevadas o carbono tende a oxidar e a utilização daqueles tende a diminuir esse efeito. A quantidade de antioxidante empregada na especificação do refratário deve ser controlada, pois todas as transformações químicas estão relacionadas com modificações estruturais, termomecânicas e fisicoquímicas durante a campanha do refratário[6].A Tabela 2.2 apresenta os principais sistemas (óxidos + carbono + antioxidante) que são utilizados nas panelas de aço.
Tabela 2.2 - Principais sistemas refratários utilizados nas panelas de aço[6].
	SISTEMA REFRATÁRIO
	EQUIPAMENTOS
	MgO-C
	Panelas de aço para transporte e refino secundário (linha de metal e/ou escória).
	MgO-Al2O3-C
	Panelas de aço de aciarias elétricas (aços acalmados ao silício).
	Al2O3-C
	Panelas de aço (linha de metal e zona de impacto).
Tipos de revestimentos e suas solicitações por região da panela de aço
Em uma panela de aço, as solicitações dos refratários variam em função da região. Por este motivo, e visando maior durabilidade e desempenho nas mais diversas condições operacionais, criou-se um projeto onde são relacionadas as regiões nas quais apresentam solicitações físicas e químicas semelhantes, para assim ser feito uma seleção de material para cada revestimento específicopor zona. Na seleção destes refratários deve-se, então, levar em conta as propriedades compatíveis com cada tipo de solicitação.
 Os revestimentos podem ser divididos em dois grupos: 
Refratário permanente: é responsável por promover o isolamento térmico e proteger a carcaça metálica da panela. Este revestimento deve ser, sobretudo, poroso, apresentado baixa condutividade térmica, para que impeça troca de calor entre o aço fundido e a carcaça. Sua composição química e propriedades estão apresentadas na Tabela 3.1, determinando assim suas características. Normalmente, na região de fundo e linha de metal são utilizados tijolos queimados aluminosos, e na linha de escória tijolos de MgO-carbono.
 Refratário de trabalho: envolve as zonas por solicitação citadas acima; borda livre (ou topo), linha de escória, linha de metal e zona de impacto efinalmente, o fundo da panela; que estão representadas na Figura 3.1.
Tabela 3.1 – Composição química e propriedades dos refratários permanentes em uma panela de aço. Adaptada de [7].
	Propriedades
	Aluminoso A
	Aluminoso B
	Aluminoso C
	Magnesiano A
	%Al2O3
	68/72
	81/85
	68/74
	4máx
	%SiO2
	26 máx
	13 máx
	27
	
	%TiO2
	5máx
	4máx
	3,3 máx
	
	%Fe2O3
	1,8 máx
	2máx
	2,5 máx
	
	%Na2O+K2O
	0,5 máx
	0,4 máx
	0,4 máx
	
	%MgO
	-
	-
	-
	93,5/96,5
	%CaO
	-
	-
	-
	-
	Densidade Aparente (g/cm3)
	2,65
	2,79/2,91
	2,52/2,75
	2,89/3,03
	Porosidade Aparente
	17
	15/20
	16/22
	13,5/18
	RCT (ciclos 950°C x 15min)
	30 min
	30 min
	100
	-
	Res. A Compressão a Temp.Ambiente (MPa)
	
	90/150
	55/115
	40/95
Figura 3.1 - Zoneamento de revestimento da panela de aço em função de suas solicitações. Adaptado de [8].
	Para a seleção do material deste segundo grupo, devemos considerar os diversos tipos de solicitações que o refratário de trabalho pode sofrer, sendo os principais: erosão do metal líquido, gerando um desgaste acentuado; constantes variações de temperatura no ciclo operacional da panela; corrosão pela escória; e aumento do tempo de contato entre o metal líquido e o revestimento refratário.
	Os refratários que sofrem maiores solicitações são os da linha de escória, sendo por muita das vezes o limitante da vida do revestimento de trabalho. Nesta região temos um desgaste por corrosão muito acentuado, provocado pela ação das escórias, e também temos um desgaste por erosão, devido à agitação da panela. Nesta zona necessita-se de maiores cuidados tanto na seleção do material quanto na prática operacional durante os ciclos. Para estas regiões os refratários escolhidos apresentam elevados teores de carbono (que além de conferir resistência, promove impermeabilização do tijolo), são os dolomíticos ou os de magnésia-carbono, devido suas propriedades frente às solicitações e, e assim dificultando o ataque da escória [3]. Outra zona crítica é a da borda livre, ou topo, pois o revestimento desta está exposto às solicitações de oxidação, ataque químico, erosão, e principalmente variações de temperatura abruptas. Sendo assim, também são utilizados os mesmos refratários da linha de escória, porém com um teor mais baixo de carbono, para evitar a oxidação [7].
	Já os refratários aplicados na linha de metal, zona de impacto e fundo, mesmo que em contato direto com o aço líquido, sofrem menores solicitações de desgastes do que o da linha de escória, a maior preocupação é com a região de impacto durante o vazamento do aço. Por isso, para escolha destes revestimentos pode-se levar em consideração o desempenho, vida útil e também o seu custo, a fim de diminuir o preço final da panela. Para estas regiões são utilizados tijolos aluminosos (alta alumina) ou refratáriodolomítico, porém, atualmente o último é o mais utilizado. Na linha de metal é recomendado que a porcentagem de carbono no refratário escolhido não passe de 8%, pois mesmo menores, as solicitações nesta região são muito desfavoráveis. As dimensões dos revestimentos de trabalho e dos revestimentos permanentes que envolvem estas zonas normalmente são diferentes, para que haja uma maior estabilização devido as diferentes solicitações envolvidas, como mostra a Figura 3.2 [7].
Figura 3.2 - Desenho esquemático: Dimensões e refratários utilizados em uma panela de aço específica. Adaptado de [9].
	Na estrutura de uma panela de aço ainda temos a presença das sedes de válvula e de plug, localizados no fundo da panela, itens pouco conhecidos, porém muito importantes, podendo ser também, limitantes da vida útil da mesma. As sedes de válvulas são utilizadas para o vazamento do metal da panela para o distribuidor de lingotamento contínuo e o plug para a injeção de gases para a homogeneização química e térmica. Por isso, procura-se usar sedes que necessitem de menor número de trocas, garantindo uma boa qualidade durante os ciclos operacionais e um menor custo com manutenção. Comumente são usadas peças pré-moldadas a partir de concreto de baixo cimento de alumina-cromo, alumina-MgO e alumina espinélio [10]. Podemos ter também a presença de uma tampa, para minimizar perdas térmicas.
	A partir de todas as informações obtidas, é possível construir, para melhor compreensão a Tabela 3.2, que mostra cada tipo de revestimento refratário por região das panelas de aço utilizadas na aciaria.
Tabela 3.2 – Tipos de refratários utilizados por região na panela de aço.
	Classificação
	Região
	Tipo de Refratário
	Observações
	
Refratário Permanente
	
Isolante
	Aluminoso, sílico-aluminos ou magnesianos.
	Promover o isolamento térmico e proteger a carcaça metálica.
	
Refratário de Trabalho
	
Borda Livre (topo)
	
Dolomíticos ou magnésia-carbono. (Teor de carbono mais baixo)
	Solicitações de oxidação e erosão. Grandes variações de temperatura.
	
	
Linha de Escória
	
Dolomíticos ou magnésia-carbono.
(Teor de carbono mais alto)
	Região de maiores solicitações de desgaste (corrosão, oxidação e erosão) devido a ação das escórias.
	
	
Linha de Metal
	
Dolomíticos ou tijolos queimados de alta alumina.
	Baixo desgaste por oxidação e corrosão (apesar de ter um contato direto com o metal líquido).
	
	
Zona de Impacto e Fundo
	Dolomíticos ou aluminosos (alta alumina)
	Fundo: baixo desgaste por corrosão.
Impacto: alto desgaste por erosão e CT.
	
	
Sedes de VálvulasPluges
	Concreto de baixo cimento de alumina-cromo, alumina MgO e alumina espinélio.
	Vazamento do metal e injeção dos gases para homogeneização química e térmica.
Ciclo Operacional
	As panelas de aço são responsáveis pelo transporte do aço líquido desde o vazamento no refino primário, passando pelos processos de tratamento no refino secundário até a completa solidificação no lingotamento. Assim, este tipo de reservatório é o que passa o maior período de tempo com aço, em relação aos outros refratários siderúrgicos [8].
	O controle de temperatura, no ciclo operacional das panelas, é extremamente importante para o acerto da temperatura do aço líquido, com um menor consumo de energia elétrica no forno panela e também para diminuir as perdas caloríficas pelas panelas. As maiores perdas se dão quando a panela está vazia, quando ocorre a manutenção, limpeza, adição de areia de vedação e tempo de espera até o vazamento do aço. A Figura 4.1 apresenta o ciclo operacional da panela de aço[8].
Figura 4.1 - Esquema do ciclo operacional da panela de aço na aciaria[8].
Mecanismos de desgaste dos refratários
Devido à grande importância financeira nas operações de manutenção dos refratários da panela da aciaria, são usados refratários mais nobres, que faz aumentar o ciclo de vida do material, uma vez que a constante troca de refratários faz a indústria de aço perder tempo de processo e, consequentemente,isso atrasa o processamento e gera mais gastos com a troca [1].
Figura 1- Tipos de desgastes nos Tijolos refratários
Figura 5.1 - Mecanismos de desgaste dos refratários.
Háuma classificação para os tipos de desgaste do refratário na panela da aciaria (Figura 5.1). O desgaste do material se dá de várias maneiras como, agitação, aquecimento, viscosidade da escória, fatores geométricos e fatores de montagem dos refratários [1]. Os fatores operacionais são divididos em: 
Ataque Químico
Temperatura de Vazamento
A escória com maior temperatura favorece o desgaste do refratário, porque suafluidez aumenta e também favorece a molhabilidade.
Viscosidade da Escória
Uma escória com baixa viscosidade favorece o desgaste do material, baixando a viscosidade do liquido e favorecendo a molhabilidade no tijolo refratário.
Tensão Superficiale Molhabilidade entre Refratários e Escória
Existe uma equação(Equação 1) para calcular as tensões superficiais entre o refratário, o líquido em contato e o gás presente no ambiente, e ela é correlacionada com o conceito de molhabilidade (Figura 5.2) [9].
	
	(1)
Sendo que:
é a tensão superficial sólido - líquido
é a tensão superficial sólido - gás
é a tensão superficial líquido - gás
é o ângulo de contato
Figura 5.2 - Representando o conceito de molhabilidade.
Influência do Tamanho do Poro e a Viscosidade sobre a Penetração da Escória 
Essa taxa de Penetração pode ser quantificada pela lei de Poisseulle (Equação 2), ela inclui o efeito da viscosidade que leva em conta a temperatura. A energia superficial e interfacial apresenta grande influência no ângulo de molhabilidade [9].
	
	(2)
Sendo que:
é a profundidade da penetração
é a dimensão do poro
é a viscosidade da escória
é o tempo
é a tensão superficial
é o ângulo de contato
 Tempo de permanência do aço no equipamento.
As partes mais críticas são a linha da escória, e o fundo da panela, onde é acumulada escória.
Intenso desgaste corrosivo
Desgastes corrosivo e abrasivo intenso.
Figura 5.3 - Panela com pontos de alto desgaste.
Basicidade da Escória
	Determinada pela relação (CaO + MgO) dividido (SiO2 + Al2O3).
	Se essa relação for maior que 1, a escória é considerada básica, ser for menor que 1, é considerada ácida. Para as escórias fortemente ácidas, os refratários indicados são os de sílica ou silicosos. Quando são medianamente ácidas, os refratários sílico-aluminosos são os mais indicados. A presença de FeO ou MnO na escória é bastante prejudicial aos revestimentos refratários sílico-aluminosos. Quando a presença desses óxidos aumenta 70% a 80%, é necessário usar revestimento aluminosos [9].
Quando a basicidade da escória é 1 ou pouco superior, pode-se usar revestimento aluminosos com segurança. Quando a basicidade é muito superior a 1, somente refratários á base de MgO, CaO, Cr2O3, ou seja, magnésia, dolomita e cromita-magnésia ou magnésia-cromita, resistem ao ataque químico, a magnésia pura é muito resistente a quase todas escórias básicas, porém o revestimento é muito sensível ao termoclase e também seu comportamento é influenciado pelos seus minerais acessórios, principalmente os silicatos [8].
Termoclase(variação de temperatura- Choque Térmico)
Termoclase é a resistência à ciclos de aquecimento e arrefecimento que um refratário aguenta sem se fraturar. Isso torna um fator muito importante para escolher um refratário, a panela é um equipamento intermitente; esse fenômeno influência diretamente o comportamento do revestimento refratário [9].
Os refratários queimados têm menor resistência à termoclase do que os quimicamente ligados da mesma classe. Os refratários de sílica, abaixo de 700ºC têm excelente resistência. Os silicosos têm boa resistência à termoclase. Os refratários sílico aluminosos e aluminosos têm regular resistência à termoclase e os refratários de cromita-magnésia e de magnésia-cromita são mais resistentes do que os de magnésia [10].
Pré-Aquecimento
O Pré-Aquecimento está correlacionado com o fenômeno da Termoclase, pois um bom sistema de pré-aquecimento evita problemas com este fenômeno no inicio do preenchimento da panela, e ajuda a aumentar a vida útil do refratário[10].
Erosão Mecânica do Banho líquido
Desgaste do tijolo pelo banho líquido da escória, essa reação é bem observada na parte de maior impacto(fundo da Panela). Quando despejado a escória,aquela é a região mais impactada por este fenômeno; isso explica porque os refratários inferiores tem uma camada mais espessa que os tijolos laterais [9].
Juntas
Os revestimentos refratários são conectados por juntas de cimento e argamassa, e cada tipo de refratários compõe um tipo diferente desses componentes. Essa parte de rejunte é a parte frágil de todo componente, assim se indica que todo esse material seria mais delgado possível, assim diminuindo a área superficial dessa junta, e evitando maior contanto com a escória [9].
Junção de cimento e argamassa
Figura 5.4 - Junção cimento com argamassa.
Projeto do Equipamento e do Revestimento Refratário
O formato geométrico das panelas é decisivo para o tipo de tijolo que será usado, pois modificando o tipo geométrico do tijolo,características do refratário são afetadas, comparado com o padrão [9].
Devido à grande evolução nas técnicas metalúrgicas como dessulfuração, injeção de argônio, desoxidação, adições de ferro liga, tratamento de aços especiais, essas inovações demandam muito mais revestimento das panelas e, consequentemente, o revestimento refratário tem que ser adaptado e adequado para cada caso [9].
Acidentes decorrentes
	Os acidentes nas aciarias são dos mais diversos tipos e pelos mais variados motivos. Assim, serão citados alguns deles, bem como o que pode ser feito para solucionar, ao menos parcialmente, esses problemas.
Um tipo deacidente na aciaria que pode ser citado éa explosão dentro da panela de aço líquido, causando danos aos equipamentos, paralisação da produção, queimaduras em funcionários com ferimentos, mortes. O motivo deste tipo de acidente é a adição de cal no fundo da panela antes do vazamento. A adição de cal panela deve ser proibida[11].
Outro tipo de acidente é quando ocorre vazamento de aço líquido entre as placas da válvula gaveta, devido a placa de montagem desnivelada. Isso impede o paralelismo entre as placas refratárias, por isso deve ser feito manutenção preventiva da placa[11].
7. Conclusão
	Diante da abordagem sobre a importância dos refratários na indústria siderúrgica, em especial nas panelas de aço,e como acontece sua oxidação e desgaste, devido às elevadas temperaturas de trabalho e também aos elementos oxidantes, que é o caso do carbono, deve-se levar em conta todos esses itens na hora de determinar qual tipo de refratário será adicionado nas panelas de aço. Isso é extremamente importante, pois diminui custos, além da manutenção poder ser feita em intervalos de tempo maiores. Pode-se observar também que a geometria das panelas também é levada em consideração na hora de escolher o tipo de tijolo refratário.
A produção do aço, como foi observada, apresenta riscos, principalmente devido às temperaturas elevadas e aos elementos que são adicionados/retirados do aço ainda líquido. Assim, os procedimentos de produção devem ser seguidos rigorosamente, com o intuito de minimizar ao máximo esses riscos.
Para o bom funcionamento e desempenho de todas as regiões da panela de aço, além da escolha correta do refratário, são necessários cuidados específicos durante os ciclos de operações, fazendo com esta tenha uma vida útil mais longa. Também deve-se levar em conta o processo, e o tipo de aço que será em utilizado na panela, sendo isto outra variante para a escolha do material.
Referências
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE METAIS. Refratários para siderurgia. São Paulo: ABM, 1987.
[2] ARAÚJO, L. Manual de siderurgia. 1 ª Edição. São Paulo: editora arte & ciência, 1997.v.1. 470 p. ISBN 85-86127-11-6.
[3] Refratária na Indústria Siderúrgica.Disponível em:
http://www.repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/2334/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Gest%C3%A3oRiscoExposi%C3%A7%C3%A3o.pdf.Acesso em 30 de 
novembro de 2015.
[4] BOLOTA, J. Refino secundário de aços. In: MOURÃO, Marcelo; et al. Introdução à siderurgia. Edição 2007. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), 2011.
[5] ARAÚJO, L. Manual de siderurgia. 1 ª Edição. São Paulo: editora arte & ciência, 1997.v.1. 470 p. ISBN 85-86127-11-6.
[6] MOURÃO, Marcelo Breda. Introdução à Siderurgia. São Paulo. Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração. 2011.
[7] Seminário ABM Refratários para siderurgia – 2000.
[8] LEITE, Frederico Concon. Características e mecanismos de desgaste dos refratários MgO-C usados na linha de escória de panela de aço. 2013. Tese (mestrado em ciência e engenharia de materiais). Programa de pós-graduação e ciência e engenharia de materiais, Universidade Federal de São Carlos.
[9] FERREIRA, João Paulo. Estudo dos desgastes de refratários dolomíticos aplicados em panelas de aço na produção de aços ao carbono. 2010. Tese (mestrado em engenharia). Programa de pós-graduação em engenharia de minas, metalúrgica e materiais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
[10]LOPES, Hilton Luís Pereira. Modelo para previsão da condição térmica de panelas da aciaria. 2007. Tese (mestrado em engenharia). Curso de pós-graduação em engenharia metalúrgica e de minas, Universidade Federal de Minas Gerais.
[11] CARVALHO, Márcio Corrêa et al. Simulação Computacional das Panelas de Aciaria da Siderúrgica Sinobras S.A.

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