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Aula 06
Direito Tributário - 2022 (Curso Regular)
Autor:
Mateus Pontalti, Equipe Materiais
Carreiras Jurídicas
26 de Janeiro de 2022
Bons estudos -Bons Estudos
 
 
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Sumário 
1. Obrigação Tributária ...................................................................................................................................... 1 
1.1 Conceito .................................................................................................................................................... 1 
1.2 Obrigação tributária principal e obrigação tributária acessória ............................................................. 2 
1.2.1 Obrigação Principal .................................................................................................................................................. 2 
1.2.2 Obrigação Acessória ................................................................................................................................................ 3 
1.3 Fato Gerador ............................................................................................................................................ 5 
1.3.1 Conceito e classificação ........................................................................................................................................... 5 
1.3.2 Regras inseridas no Código Tributário Nacional ...................................................................................................... 7 
1.4. Sujeito Ativo .......................................................................................................................................... 15 
1.5 Sujeito Passivo ........................................................................................................................................ 16 
1.5.1 Disposições Gerais ................................................................................................................................................. 16 
1.5.2 Solidariedade ......................................................................................................................................................... 17 
1.5.3 Capacidade Tributária ............................................................................................................................................ 19 
1.5.4 Domicílio Tributário ............................................................................................................................................... 20 
1.6 Responsabilidade Tributária .................................................................................................................. 22 
1.6.1 Classificação e disposições gerais. ......................................................................................................................... 22 
1.6.2. Responsabilidade por Substituição ....................................................................................................................... 24 
1.6.3. Responsabilidade por transferência ..................................................................................................................... 29 
Resumo ............................................................................................................................................................. 46 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 48 
Lista de Questões ............................................................................................................................................. 78 
Gabarito............................................................................................................................................................ 88 
 
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1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
1.1 CONCEITO 
A obrigação tributária é a relação jurídica existente entre um credor e um devedor, que tem por objeto uma 
prestação e que nasce quando a situação prevista pela hipótese de incidência da norma tributária ocorre no 
mundo real. Assim, por exemplo, a regra-matriz do IPTU indica que quem for proprietário de bem imóvel 
urbano no dia 1º de janeiro, deve pagar esse imposto. A obrigação surge exatamente nesse dia, vinculando 
o proprietário e o município, em uma relação em que este é o credor e aquele o devedor. 
A obrigação não se confunde com o crédito tributário, que é a obrigação tornada líquida e certa. O crédito 
tributário existe a partir da sua constituição, o que normalmente se dá através do lançamento tributário. O 
gráfico abaixo ajuda-nos a visualizar a diferença: 
 
Assim, retomando o nosso exemplo, enquanto o Município não lançar o IPTU - o que se dá normalmente 
pela entrega do carnê - o que existe é apenas um dever pessoal do devedor de arcar com a obrigação, que 
ainda não se encontra dotada de liquidez e certeza. Apenas com o lançamento pelo município é que a 
obrigação adquire tais atributos. 
Seguindo a linha traçada pelo Código Tributário Nacional, estudaremos neste capítulo a obrigação tributária, 
deixando a análise do crédito tributário para um momento posterior. 
Não compartilhamos dessa descrição do direito positivo que acabamos de fazer. Aderimos à linha defendida 
por Paulo de Barros Carvalho, para quem a incidência de uma norma jurídica não ocorre de maneira infalível 
e automática, mas depende de um ato humano. Para esse jurista, a obrigação tributária e o crédito tributário 
surgem no mesmo instante, quando o evento previsto pela hipótese de incidência da norma tributária é 
vertido em linguagem competente por meio de uma norma individual e concreta. No exemplo que 
mencionamos acima, tanto a obrigação quanto o crédito nasceriam quando do lançamento do IPTU pelo 
município. 
Nessa perspectiva, a obrigação é o vínculo jurídico entre o credor e o devedor, por meio do qual aquele tem 
o direito de exigir deste a prestação. E o crédito tributário é direito subjetivo de que dispõe o credor de exigir 
a prestação. Portanto, é um dos elementos que compõem a obrigação. 
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Apesar de estarmos convencidos de que esse sistema de referência descreve melhor o direito positivo, 
adotaremos a abordagem tradicional, por uma razão pragmática: Por ser majoritária e por partir de 
premissas com as quais o aluno já está acostumado, ela é mais útil para o estudo da matéria se o objetivo 
for a preparação para concursos públicos. 
1.2 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
ACESSÓRIA 
1.2.1 Obrigação Principal 
O Código Tributário Nacional diferencia a obrigação tributária principal da obrigação tributária acessória, 
conforme indica o artigo 113 do diploma legislativo: 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento 
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. [...] 
Como se observa do §1º, a obrigação tributária principal surge quando aqueles fatos previstos pela hipótese 
de incidência da norma tributária ou da norma sancionatória ocorrerem no mundo real. 
A leitura do dispositivo também evidencia que o termo obrigação tributária principal foi empregado de 
maneira mais ampla do que se poderia intuir da sua nomenclatura. A expressão abarca não apenas a 
obrigação de pagar tributo, mas também a obrigação de pagar multa, o que permite enquadrá-la na categoria 
das obrigações de dar. O gráfico abaixo ajuda-nos a visualizar esse quadro: 
 
CESPE/2011/Professor de Direito 
A pessoa jurídica Alfa Ltda. deverealizados pelos órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal a pessoas jurídicas, que 
devem ser realizados após a dedução, na fonte, do imposto sobre a renda, da contribuição social sobre o 
lucro líquido, da contribuição para seguridade social - COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP21. 
 
 
21 Lei 9.430/96 
Art. 64. Os pagamentos efetuados por órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal a pessoas 
jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, estão sujeitos à incidência, na fonte, do imposto sobre 
a renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para seguridade social - COFINS e da contribuição 
para o PIS/PASEP. 
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Embora a maior parte da doutrina se refira a esse fenômeno como uma variante da substituição tributária, 
há autores que entendem que a retenção na fonte não é uma modalidade de substituição tributária, mas 
uma obrigação acessória22. 
De fato, essa posição parece descrever melhor o fenômeno normativo, sobretudo nos casos em que a fonte 
pagadora é o próprio o fisco, como ocorre com os pagamentos realizados pela União aos seus servidores. 
Admitir, nessa hipótese, a existência da substituição tributária, seria afirmar que a União ocupa tanto o polo 
ativo quanto o polo passivo da obrigação. 
O Superior Tribunal de Justiça tem julgado nesse sentido, considerando que a retenção na fonte é uma 
obrigação acessória23: 
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. COTEJO REALIZADO. SIMILITUDE 
FÁTICA COMPROVADA. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ART. 
45, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. 
ILEGITIMIDADE ATIVA DO SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA. 
INAPLICABILIDADE DO ART. 166 DO CTN. [...] 
5. Registre-se que a hipótese dos autos - que trata de obrigação tributária acessória, nos termos 
do art. 113, § 2º, do CTN - em nada se confunde com aquela disciplinada no art. 128, também do 
CTN. 
Existe diferença entre a sujeição passiva de uma obrigação tributária acessória - cujo objeto 
corresponde a um fazer ou não fazer no interesse da arrecadação - e a sujeição passiva de uma 
obrigação tributária principal - cujo objeto corresponde ao pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária. 
6. É certo que, em atenção ao art. 128 do CTN, a responsabilidade pelo pagamento do tributo 
pode ser atribuída a um sujeito que deixa de cumprir com sua obrigação tributária acessória, no 
caso, o encargo de reter e recolher ao fisco a importância devida por alguém que se encontra no 
polo passivo de uma obrigação principal. E realmente é o que se tem no comando constante do 
art. 45, parágrafo único, do CTN. 
7. A leitura que se faz desse parágrafo único é a seguinte: (i) Com suporte no art. 133, § 2º, do 
CTN, determinado sujeito pode ser incumbido, pela legislação tributária, de reter e recolher um 
tributo, mesmo não fazendo parte da relação jurídico-tributária principal na qualidade de 
contribuinte ou responsável; (ii) Com suporte no art. 128 do CTN, determinado sujeito de 
obrigação tributária acessória (fonte pagadora da renda ou proventos tributáveis) pode ser 
 
 
22 É o caso de Luíz Eduardo Schoueri. 
23 EREsp 1318163/PR, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/06/2017, DJe 15/12/2017 
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incluído numa relação jurídico-tributária principal como responsável pelo pagamento do tributo, 
caso o recolhimento e a retenção que lhe cabiam não tenham sido efetivados. 
8. Registre-se que a hipótese dos autos amolda-se apenas à primeira situação, ou seja, o sujeito 
passivo da obrigação tributária acessória cujo objeto consistiu na retenção e recolhimento do 
imposto de renda não faz parte da obrigação tributária principal consistente no dever de pagar 
referido imposto, já que esse foi devidamente recolhido, inclusive a maior. 
[...] 
(EREsp 1318163/PR, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/06/2017, 
DJe 15/12/2017) 
De toda forma, como assentado no item 7 do voto, caso a fonte não realize a obrigação acessória, não 
fazendo a retenção ou o recolhimento aos cofres públicos, ela aí sim se torna responsável – mas não 
substituta – pelo pagamento do tributo devido. 
1.6.3. Responsabilidade por transferência 
Na responsabilidade por transferência a norma atributiva de responsabilidade incide em momento posterior 
à ocorrência do fato gerador. Quando este ocorre, o sujeito passivo da obrigação tributária é o contribuinte. 
Apenas em um momento posterior, em virtude do acontecimento previsto pela norma de reponsabilidade, 
é que um terceiro passa a ocupar o polo passivo da obrigação. 
O Código Tributário Nacional dividiu as hipóteses de responsabilidade por transferência em três 
modalidades: a) responsabilidade dos sucessores (artigo 129 a 133); b) responsabilidade de terceiros (artigo 
134 a 135); c) responsabilidade por infrações (artigo 136 a 138). 
Os detalhes de cada uma dessas modalidades serão analisados a partir de agora. 
1.6.3.1 Responsabilidade dos sucessores 
1.6.3.1.1 Sucessão na aquisição de bens 
O artigo 129, que inaugura a seção sobre o tema, dispõe no seguinte sentido: 
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente 
constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos 
posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a 
referida data. 
Esse dispositivo traz duas informações relevantes: 
Primeira, de que a responsabilidade por sucessão se aplica aos créditos tributários, conceito que engloba 
tanto os tributos quanto as penalidades pecuniárias. 
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Segunda, de que a sucessão engloba as obrigações tributárias surgidas até a data da sucessão, ainda que elas 
não tenham sido constituídas. Assim, imaginemos que um contribuinte realize a venda do seu imóvel a um 
terceiro no dia 02 de janeiro. Nessa data, a obrigação tributária já ocorreu, porque o fato gerador do IPTU 
ocorre no dia 01 de janeiro de cada ano. Por outro lado, o crédito não foi ainda constituído, porque o 
contribuinte não recebeu o carnê do IPTU na sua residência. Como o marco utilizado pela legislação é a 
ocorrência da obrigação e não do crédito tributário, nessa hipótese o terceiro adquirente será responsável 
pelo pagamento desse IPTU, sendo irrelevante a circunstância de o crédito ainda não ter sido constituído. 
O artigo 130 do Código Tributário Nacional traz a primeira hipótese de responsabilidade por sucessão: 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de 
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos 
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço. 
É importante observar que o dispositivo seguiu a linha do artigo 129, ao tornar os sucessores responsáveis 
não apenas pelo tributo devido, mas por todo o crédito tributário. Quanto ao seu âmbito de abrangência, a 
norma trouxe os seguintes requisitos para caracterização dessa modalidade de responsabilidade: 
1º: Alguém tenha se tornado proprietário de um imóvel; 
2º: O imóvel tenha provocado a ocorrência de fato gerador cuja obrigação não tenha ainda sido extinta, comrelação aos seguintes tributos: a) impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse. 
É o caso do ITR e do IPTU; b) taxas pela prestação de serviços, do que é exemplo a taxa de lixo; c) 
contribuições de melhoria. 
3º: A prova da quitação desses tributos não conste do título de aquisição, conforme ressalva expressa 
prevista pelo artigo 130 do CTN. Assim, se na transação restar comprovado, por meio de certidões emitidas 
pelas fazendas públicas, a inexistência de débitos com relação ao imóvel transacionado, eventual equívoco 
na informação certificada não justifica a cobrança do valor apurado do adquirente. 
4º: O bem não tenha sido adquirido em hasta pública, caso em que incide o parágrafo único do artigo 130. 
Presentes os pressupostos acima mencionados, deve ocorrer a consequência prevista pelo dispositivo, 
segundo a qual os créditos tributários relativos a esse imóvel “subrogam-se na pessoa dos respectivos 
adquirentes”. 
O termo sub-rogação é normalmente utilizado no sentido de substituição, razão pela qual a doutrina 
majoritária adere ao posicionamento de que, ocorrida a hipótese prevista no artigo 130 do Código Tributário 
Nacional, o contribuinte originário é excluído do polo passivo, que passa a ser ocupado exclusivamente pelo 
responsável tributário. Nessa perspectiva, a Fazenda Pública não poderia mais cobrar o crédito tributário do 
antigo proprietário, mas tão somente do novo adquirente. 
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No entanto, não foi essa a interpretação adotada recentemente pelo Superior Tribunal de Justiça quando do 
julgamento do AREsp 94294024. 
A Corte assentou que a sub-rogação referida nesse dispositivo não deve ser interpretada da mesma forma 
que a sub-rogação do Direito Civil. Isso porque, segundo o relator, a sub-rogação do Direito Civil é sempre 
no crédito e decorre do pagamento de um débito. Ou seja, quem paga determinada dívida sub-roga-se em 
todos os direitos, ações, privilégios e garantias do credor primitivo em relação ao devedor principal e fiadores 
(art. 349, do CC/2002). No Direito Tributário, todavia, a sub-rogação é na posição de devedor, assemelhando-
se a uma cessão de dívida, com todas as consequências pertinentes. Ademais, segundo a Corte, não seria 
razoável que a garantia do credor pudesse ser desfalcada em razão de um negócio jurídico do qual não 
participou. 
Assim, para o Superior Tribunal de Justiça, a responsabilidade do artigo 130 do Código Tributário Nacional 
“tem caráter solidário, aditivo, cumulativo, reforçativo e não excludente da responsabilidade do alienante, 
cabendo ao credor escolher o acervo patrimonial que melhor satisfaça o débito cobrado a partir dos vínculos 
distintos”. 
Portanto, há uma contradição entre a doutrina majoritária e esse último julgado do Superior Tribunal de 
Justiça, o que exige do candidato bastante cuidado na resolução de uma questão objetiva de concurso 
público. Em princípio, deve-se adotar a orientação firmada pelo STJ. 
Por fim, antes de encerrarmos a análise do artigo 130 do Código Tributário Nacional, convém analisarmos o 
seu parágrafo único, que dispõe no seguinte sentido: 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de 
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos 
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço. 
Isso significa que, tratando-se de arrematação de um bem em hasta pública, o caput do artigo 130 não se 
aplica, porque a sub-rogação ocorre sobre o preço pago pelo adquirente. Em outros termos, o crédito 
tributário deve ser abatido do preço arrecadado na execução, não sendo lícita a exigência posterior de 
eventual crédito em aberto. 
Encerrada a análise do artigo 130 do CTN, voltemos nossa atenção para o conteúdo do artigo 131, inciso I, 
do CTN, que tem a seguinte redação: 
 
 
24 STJ - AgInt no AREsp: 942940 RJ 2016/0168848-2, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 
15/08/2017, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/09/2017) 
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Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; 
Como se observa, esse dispositivo trata da responsabilidade por sucessão de outros bens que não os bens 
imóveis, regulada pelo artigo 130, anteriormente analisado. 
A diferença mais significativa entre os dois dispositivos repousa no fato de que, no artigo 131, inciso I, a 
legislação utilizou a expressão tributo, e não crédito tributário. Assim, para maior parte da doutrina, a 
sucessão se operaria tão somente quanto ao valor dos tributos, não abarcando as penalidades pecuniárias. 
Há, no entanto, também entendimento em sentido contrário, que defende que também aqui a sucessão 
abrange as penalidades pecuniárias. O argumento é o de que esse dispositivo deveria ser interpretado em 
conjunto com o artigo 129, que faz menção a crédito tributário. 
Como exemplo de incidência dessa norma, pode-se citar o caso daquele que adquire um veículo automotor, 
cujo IPVA não se encontra pago. Nessa hipótese, o novo adquirente passa a ser responsável pelo pagamento 
do imposto. 
Por fim, há julgados do Superior Tribunal de Justiça no sentido da possibilidade de se aplicar analogicamente 
o parágrafo único do artigo 130 também ao artigo 131, para excluir a responsabilidade do adquirente no 
caso de arrematação ocorrida em hasta pública.25 
1.6.3.1.2 Sucessão tributária da pessoa física 
Os dispositivos até aqui analisados atribuem ao sucessor a responsabilidade por obrigações tributárias cujo 
fato gerador tenha se referido ao bem transacionado. Agora, analisaremos a responsabilidade tributária dos 
sucessores causa mortis, inserida no artigo 131, inciso II e III, do Código Tributário Nacional: 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data 
da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado 
ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
De início, cumpre mencionar que tanto inciso II quanto o inciso III fazem menção ao termo tributos, e não ao 
termo créditos tributários. Assim, para parte da doutrina, a responsabilidade tributária prevista nesse 
 
 
25 STJ, 2a T., REsp 807.455/RS, DJe de 21/11/2008, REsp 954.176/SC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 04/06/2009, DJe 23/06/2009 e REsp 905.208/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 18/10/2007, DJ 31/10/2007, p. 332) 
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dispositivo abrangeria apenas os tributos, mas não as penalidades pecuniárias. Esse é o entendimento, 
dentre outros, de Leandro Paulsen.26 
No entanto, esse posicionamento não é pacífico, existindo quem o interprete de maneira diferente, no 
sentido da possibilidade de cobrança das penalidades pecuniárias. É o caso de Luís Eduardo Schoueri. 
E há, ainda, uma terceira corrente interpretativa, no sentido de diferenciar as multas moratórias –
decorrentes do inadimplemento do tributo no prazo fixado – das multas punitivas – decorrentes do 
descumprimento de uma obrigação acessória -,para reconhecer a responsabilidade do espólio tão somente 
com relação àquelas primeiras. Há julgados do Superior Tribunal de Justiça nesse sentido27 
Portanto, há três posicionamentos sobre o alcance do artigo 131, incisos II e III, do CTN: pelo primeiro, a 
responsabilidade se limitaria aos tributos; pelo segundo, abarcaria a totalidade do crédito tributário, 
incluindo-se as multas moratórias e punitivas; pelo terceiro, abrangeria os tributos e as multas moratórias. 
Em provas discursivas, o ideal é que o candidato exponha essa divergência. Em provas objetivas, é preciso 
ter cuidado redobrado ao responder à questão. Caso haja alguma afirmativa que reproduza a literalidade do 
dispositivo – fazendo menção ao termo tributos – deve-se, em princípio, considerá-la como correta, por ser 
esse muito provavelmente o posicionamento a ser adotado pela Banca Examinadora. 
Encerrada essa primeira aproximação com o dispositivo legal, concentremo-nos agora no inciso III, que 
determina a responsabilidade do espólio pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da 
sucessão. Essa regra decorre do fato de que a herança se transmite aos herdeiros tão logo ocorra o 
falecimento, mas até que se promova a partilha, o direito à propriedade e à posse da herança é indivisível, 
regulando-se pelas normas relativas ao condomínio. Nesse sentido, até que a divisão de bens seja realizada, 
cabe ao espólio, que é composto pelo conjunto de bens, direitos e obrigações do falecido, reivindicar os 
direitos ainda não satisfeitos ou pagar as dívidas pendentes. 
Portanto, o inciso III do artigo 131 do CTN nada mais faz do que estabelecer a responsabilidade do espólio 
com relação aos tributos devidos (ou crédito tributário, para alguns) pelo falecido. 
Assim, imaginemos que o contribuinte A, que estava devendo R$ 15.000,00 a título de IRPF, faleceu no dia 
10/01/2018. Nesse caso, a União Federal poderá cobrar a quantia inadimplida a título de IRPF do espólio, 
podendo requerer inclusive o redirecionamento da execução fiscal anteriormente ajuizada. 
O inciso II, por sua vez, determina a responsabilidade do “sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro, 
pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao 
montante do quinhão, do legado ou da meação”. 
 
 
26 PAULSEN, Leandro. Constituição e Código Tributário Comentados à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. 18. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2017. 
27 ADRESP 155177, 1ª Turma, Relator Ministro Francisco Falcão e RESO 499.147, 1ª Turma, Relator Ministro Luiz Fux 
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Assim, se permanecer em aberto alguma dívida do falecido após a partilha, passam a ser responsáveis por 
ela os sucessores a qualquer título, assim como o cônjuge meeiro. O mesmo acontece se ocorrerem fatos 
geradores após o falecimento do contribuinte, que não tenham sido adimplidos pelo espólio. 
Retomando nosso exemplo, imaginemos que aquela dívida de R$ 15.000,00 a título de IRPF não tenha sido 
paga pelo espólio. Além disso, consideremos que durante a tramitação do inventário incidiu IPTU sobre 
imóveis que eram de propriedade do falecido, totalizando a quantia de R$ 2.000,00. Nessa hipótese, os 
sucessores e o cônjuge meeiro passam a ser responsáveis tributários pelo pagamento desses valores, até o 
limite do quinhão, do legado ou da meação. Desse modo, nenhum dos sucessores poderá ser obrigado a 
despender mais do que herdou. 
Portanto, a interpretação conjunta dos incisos II e III do artigo 131 do CTN conduz às seguintes conclusões: 
1ª: Antes da partilha, o espólio é o responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até o falecimento; 
2ª: Após a partilha, passam a ser responsáveis o cônjuge meeiro e os sucessores, tanto com relação aos 
tributos existentes antes do falecimento como também com relação aos tributos que incidiram após o óbito 
do contribuinte originário. 
 1.6.3.1.3 Sucessão Tributária das pessoas jurídicas e do estabelecimento 
O artigo 132 do Código Tributário Nacional dispõe no seguinte sentido: 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou 
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas 
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de 
direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio 
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. 
A fusão ocorre quando duas pessoas jurídicas se unem e formam uma nova sociedade. A incorporação se dá 
quando uma sociedade absorve o patrimônio de uma outra sociedade preexistente, sucedendo-a em direitos 
e obrigações. A transformação28 ocorre quando a sociedade altera o seu tipo societário – de sociedade 
limitada para anônima, por exemplo. 
Embora o dispositivo silencie acerca da cisão – que é caracterizada pela transferência de parcela do 
patrimônio da pessoa jurídica para uma ou mais sociedades – a doutrina majoritária e a jurisprudência 
entendem que essa modalidade de operação também está sujeita à disciplina do artigo 132 do CTN. 
 
 
28 A rigor, a transformação não é uma hipótese de sucessão, porque a pessoa jurídica continua existindo. 
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Em quaisquer dessas hipóteses, a sociedade que resultar dessas operações é responsável pelos “tributos 
devidos até à data do ato” pelas pessoas jurídicas que foram sucedidas. 
Mais uma vez, o dispositivo utilizou o termo tributos ao invés de crédito tributário, o que trouxe também 
para cá a discussão acerca do alcance dessa modalidade de responsabilidade tributária. 
No entanto, diferentemente do que sucede nas hipóteses anteriormente analisadas, aqui já há um 
posicionamento pacífico da jurisprudência sobre a melhor interpretação do dispositivo. Isso porque, após 
reiterados julgados sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 554, segundo a qual “Na 
hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos 
pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a 
data da sucessão". 
O fundamento principal utilizado foi o de que as multas moratórias ou punitivas acompanham o passivo do 
patrimônio adquirido pelo sucessor. 
Portanto, a responsabilidade tributária por sucessão empresarial, prevista nos artigos 132 e 133 do CTN, 
abrange todo o crédito tributário, ou seja, os tributos, multas moratórias e multas punitivas existentes até a 
data da sucessão. 
Retomando a análise do artigo 132, observamos que o seu paragrafo único dispõe que a responsabilidade 
tributária também se aplica “aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a 
exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a 
mesma ou outra razão social, ou sob firma individual”. 
Assim, se um dos dois sócios de uma sociedade limitada falecer, e o sócio remanescente optar por continuar 
exercendo as mesmas atividades, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual, será ele 
responsável pelas obrigações tributárias da antiga sociedade limitada. O mesmo acontece se o espólio 
continuar exercendo a mesma atividade do empresário individual falecido. 
O artigo 133 do Código Tributário Nacional, por sua vez, dispõe no seguinte sentido: 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a 
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do 
ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis 
meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, 
indústria ou profissão.[...] 
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Como se pode observar, enquanto o artigo 132 institui hipótese de responsabilidade tributária por sucessão 
de uma pessoa jurídica, o artigo 133 regulamenta hipótese de responsabilidade tributária por sucessão de 
“fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional”. 
O conceito de fundo de comércio ou estabelecimento comercial se encontra inserido no artigo 1.142 do 
Código Civil: 
Art. 1.142, Código Civil 
Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária. 
Assim, o estabelecimento é o conjunto de bens que o empresário reúne para o exercício da atividade 
econômica. Compreende tudo aquilo que é indispensável à exploração do negócio, como as mercadorias em 
estoque, as marcas, os veículos, etc.29 É algo que vai além do mero ponto comercial, que é o local onde o 
estabelecimento se encontra instalado. De fato, como expõe Fábio Ulhoa Coelho30: 
Ao organizar o estabelecimento, o empresário agrega aos bens reunidos um sobrevalor. Isto é, 
enquanto esses bens permanecem articulados em função da empresa, o conjunto alcança, no 
mercado, um valor superior à simples soma de cada um deles em separado. Aquele empresário 
interessado em se estabelecer no ramo farmacêutico tem, na verdade, duas opções: adquirir uma 
farmácia já pronta, ou todos os bens que devem existir numa farmácia. No primeiro caso, irá 
despender valor maior que no segundo. Isto porque, ao comprar o estabelecimento já organizado, 
o empresário paga não apenas os bens nele integrados, mas também a organização, um “serviço” 
que o mercado valoriza. As perspectivas de lucratividade da empresa abrigada no 
estabelecimento compõem, por outro lado, importante elemento de sua avaliação, ou seja, é algo 
por que também se paga.” 
Portanto, o artigo 133 do CTN se refere ao estabelecimento comercial, e não ao mero local físico utilizado 
pela pessoa jurídica para a exploração das suas atividades. 
Para facilitar a compreensão dessa regra, pensemos no seguinte exemplo: 
A pessoa jurídica X, que possui 6 pizzarias na cidade de Porto Alegre/RS, resolveu vender um dos seus 
restaurantes, localizado na zona norte da cidade, a pessoa jurídica Y, recém constituída. A pessoa jurídica Y 
passou a explorá-lo com outra razão social, mas manteve a mesma forma de atuação, os mesmos 
funcionários e as mesmas receitas de pizzas. Os clientes continuaram frequentando a pizzaria, e se não fosse 
pela mudança de nome, sequer teriam notada a alteração na propriedade do estabelecimento. 
 
 
29 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
30 Ibid. 
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Esse é um caso de aquisição de estabelecimento empresarial, que atrai a incidência do artigo 133 do Código 
Tributário Nacional, tornando o novo adquirente – no caso a pessoa jurídica Y – responsável pelos créditos 
tributários relativos ao estabelecimento adquirido. 
Agora, imaginemos uma outra hipótese, na qual a pessoa jurídica Y, embora tenha se mantido no mesmo 
ramo de negócio da pessoa jurídica X – alimentício - passou a atuar não mais com pizzas, mas com 
hambúrgueres gourmet. A cozinha teve que ser remodelada, o cardápio não mais é o mesmo, os funcionários 
tiveram que ser treinados novamente – alguns deles foram demitidos e outros contratados – e os clientes 
também são distintos. 
Nesse caso, não houve a aquisição de um estabelecimento, mas tão somente do ponto comercial. Não incide, 
assim, o disposto no artigo 133 do Código Tributário Nacional. 
Na prática, surgem situações intermediárias entre esses dois extremos, a dificultar a análise sobre a 
existência ou não de transferência do estabelecimento. 
Quanto à amplitude da responsabilidade do adquirente, o inciso I dispõe que o novo adquirente responde 
“integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade”. Parte da doutrina 
interpreta a expressão integralmente no sentido de exclusivamente, o que conduziria à liberação do antigo 
proprietário, que não mais poderia ser chamado a responder pelos créditos tributários. No entanto, não é 
esse o entendimento majoritário, que defende que a expressão integralmente deve ser compreendida como 
solidariamente. É o que propõe, dentre outros, Hugo de Brito Machado.31 
Assim, pela perspectiva da doutrina majoritária, em ocorrendo a cessação da exploração do comércio pelo 
alienante, ambos, alienante e adquirente, respondem solidariamente pelas obrigações existentes até a data 
da sucessão. 
Por outro lado, o inciso II dispõe que a responsabilidade do adquirente é subsidiária à do alienante, “se este 
prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no 
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão”. Nessa hipótese, em que o alienante continua 
exercendo alguma atividade empresarial ou, dentro de seis meses contados da alienação, passe a exercê-la, 
o adquirente do estabelecimento apenas pode ser responsabilizado subsidiariamente, ou seja, caso o fisco 
não consiga excutir o patrimônio do contribuinte. 
O §1º do artigo 133 dispõe que a responsabilidade por sucessão não ocorre quando o estabelecimento for 
alienado em processo de falência ou no bojo de um processo de recuperação judicial. Trata-se de dispositivo 
que tem como intuito incentivar a aquisição dos estabelecimentos empresariais nessas circunstâncias, seja 
para que os credores tenham seu crédito satisfeito – no caso de falência – ou para que a pessoa jurídica em 
recuperação possa angariar recursos para continuar suas atividades – no caso de recuperação judicial. 
O §2º do artigo 133 traz as hipóteses em que a benesse do §1º não se aplica: 
 
 
31 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 36. ed. São Paulo: Malheiros, 2015, p. 160­-161 
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§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Incluído pela 
Lcp nº 118, de 2005) 
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor 
falido ou em recuperação judicial; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor 
falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de 
fraudar a sucessão tributária. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
Como se pode observar, trata-se de regra que tem como objetivo evitar a realização de fraudes no processo 
falimentar, ao impedir que os sócios da pessoa jurídica falida possam, por meio de interpostas pessoas, 
adquirir o estabelecimento em alienação, aproveitando-se do benefício tributário previstono dispositivo 
anterior. 
Por fim, o §3º do artigo 133 determina que, em processo da falência, o produto da alienação judicial de 
empresa, filial ou unidade produtiva isolada deve permanecer em conta de depósito à disposição do juízo de 
falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação do estabelecimento, somente podendo ser 
utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
O objetivo da regra é estabelecer um prazo razoável para que os créditos tributários sejam apurados e 
cobrados da pessoa jurídica falida, evitando-se, assim, que o valor arrecadado seja destinado indevidamente 
ao pagamento de créditos que não preferem aos de natureza tributária. 
1.6.3.2 Responsabilidade de terceiros 
Dispõe o artigo 134 do Código Tributário Nacional: 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões 
de que forem responsáveis:[...] 
O caput do dispositivo revela uma incongruência lógica, ao afirmar que a responsabilidade prevista pelo 
dispositivo é solidária nos casos de impossibilidade do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. 
De fato, não há como conciliar a regra da solidariedade e a existência de benefício de ordem, porque aquela 
se caracteriza justamente pela possibilidade de o credor escolher quem deve satisfazer a dívida. Se a lei 
determina uma ordem preferencial, essa escolha inexiste, não havendo que se falar em solidariedade. Por 
esse motivo é que a doutrina majoritária entende que, embora o dispositivo mencione a expressão 
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solidariamente, trata-se na verdade de uma responsabilidade subsidiária, que só existe se o contribuinte não 
conseguir cumprir a obrigação. Esse também é o entendimento da jurisprudência32. 
CESPE/Advogado da União/2012 
Em relação à responsabilidade tributária, julgue os itens. 
A responsabilidade tributária de terceiros é solidária. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
Por entender que o dispositivo não pode ser interpretado na sua literalidade foi que a Banca 
Examinadora considerou incorreta essa afirmativa. De fato, a responsabilidade de terceiros é 
subsidiária. 
Como se pode observar do caput, essa espécie de responsabilidade não decorre de sucessão, mas da prática 
de um ato culposo ou de uma omissão culposa de alguém que tinha o dever legal de se comportar de outra 
forma que não aquela que foi empregada. Por não ter adotado o comportamento esperado, esse terceiro 
passa a ser responsável pelo pagamento de uma obrigação sobre a qual até então não tinha qualquer 
responsabilidade patrimonial. 
Quanto ao rol de responsáveis, observemos o que dispõe os incisos do artigo 134: 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões 
de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
 
 
32 STJ, 1ª Seção, EREsp 446.955/SC, Rel. Min. Luiz Fux, abr. 2008 
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VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter 
moratório. 
Os incisos I a V se referem às situações em que alguém administra bens de terceiros, a justificar a exigência 
de que o administrador atue com zelo no cumprimento dos deveres tributários do contribuinte. Assim, por 
exemplo, se os pais não pagarem o IPTU devido pelo filho menor no prazo fixado pela legislação, é certo que, 
como administradores dos bens do menor, agiram com culpa no exercício das suas funções. Nessa hipótese, 
caso o filho menor não tenha patrimônio para arcar com a obrigação tributária, o fisco poderá exigir dos pais 
o pagamento do débito inadimplido. 
O inciso VI refere-se aos atos praticados de maneira culposa pelos tabeliões, escrivães e demais 
serventuários de ofício. Esse dispositivo incidiria, por exemplo, se determinado tributo deixasse de ser 
arrecadado em razão da dispensa indevida de uma certidão negativa de débitos por parte do agente 
delegatário. 
O inciso VII, por sua vez, atribui responsabilidade aos sócios no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
O dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o caput, para limitar a responsabilidade “aos atos em 
que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis”. Assim, os sócios das sociedades de pessoas 
– como é o caso das sociedades em nome coletivo, em comandita simples e em conta de participação – 
respondem, com fulcro nesse dispositivo, apenas pelos atos culposos que praticarem durante a liquidação 
da sociedade. 
Por fim, o parágrafo único desse dispositivo limita a extensão da responsabilidade tributária, ao afirmar que 
o dispositivo apenas se aplica, em matéria de penalidades, às multas de caráter moratório. 
Encerrada a análise do artigo 134 do Código Tributário Nacional, concentremo-nos no artigo 135, que dispõe 
no seguinte sentido: 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias 
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou 
estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
Observem que esse dispositivo arrola como responsáveis, no inciso I, as mesmas pessoas que já se 
encontravam no rol do artigo anterior, além de incluir os mandatários, prepostos e empregados, no inciso II, 
e os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, no inciso III. 
Diante desse quadro, de coincidência parcial entre os responsáveis arrolados pelo artigo 134 e aqueles 
nominados pelo artigo 135, torna-se importante distinguir qual a diferença entre esses dois dispositivos. 
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A primeira diferença é que o artigo 134 incide quando os terceiros agirem com culpa, enquanto que o artigo 
135 tem o seu âmbito normativo restrito às hipóteses em que os terceiros agirem com dolo, inclusive em 
prejuízo das pessoas a quem representam. A essa conclusão se chega pela expressão utilizada pelo 
dispositivo, que imputa a responsabilidade aos terceiros pelas obrigações tributárias “resultantes de atos 
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos”. 
A segunda distinção diz respeito à extensão da responsabilidade: o artigo 134 traz hipótese de 
responsabilidade subsidiária; o artigo 135, por seu turno, afirma que a responsabilidade prevista no 
dispositivo é pessoal. 
O caráter pessoal da responsabilidade tributária do artigo 135 tem provocado divergências acerca da 
interpretação do dispositivo. Parte da doutrina entende que o CTN, ao utilizar a expressão pessoalmente 
responsáveis, quis afirmarque a responsabilidade é exclusiva do terceiro que cometeu o ato ilícito, o que 
excluiria a possibilidade de cobrança da obrigação tributária do contribuinte.33 
Por outro lado, há quem entenda que, ao utilizar o termo pessoalmente responsáveis, quis o Código 
Tributário Nacional apenas afastar a subsidiariedade do artigo 134, colocando o responsável como 
solidariamente responsável pelo pagamento da obrigação, junto com o contribuinte. 
Do ponto de vista da jurisprudência, não há uma posição firme do Superior Tribunal de Justiça sobre o 
assunto. Há casos em que a corte entende que a responsabilidade é exclusiva do terceiro (Resp 670.174), 
casos em que decide que a responsabilidade é solidária (Agrg no AG 748.254-RS e Resp 86-459-ES) e casos 
em que atribui ao terceiro responsabilidade subsidiária, da mesma forma como acontece com as hipóteses 
do artigo 134 (REsp 833.621-RS, REsp 545.080-MG)34 
Esse último entendimento, de se considerar a responsabilidade do artigo 135 também subsidiária, parece 
ser a majoritária na Corte. 
Em provas objetivas de concurso público, é provável que a Banca Examinadora apenas mencione a existência 
da responsabilidade pessoal, sem adentrar no tema sobre o significado atribuído à expressão. Em provas 
discursivas, é importante que o candidato aponte cada um dos entendimentos acima mencionados. 
A terceira diferença entre o artigo 134 e o artigo 135 diz respeito ao grau de responsabilidade atribuído ao 
terceiro. A responsabilidade do artigo 134 engloba, em matéria de penalidades, tão somente as multas 
moratórias. A responsabilidade do artigo 135, por seu turno, é mais ampla, porque abrange as multas 
moratórias e punitivas. 
O gráfico abaixo sintetiza as diferenças até aqui enunciadas: 
 
 
33 COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 229 
34 SCHOEURI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 621 
 
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Retomando a análise do artigo 135, observa-se do caput que a sua incidência pressupõe que o terceiro a 
quem se atribua a responsabilidade pratique um ato com “excesso de poderes ou infração de lei, contrato 
social ou estatutos”. O contrato social é o documento que regula o funcionamento das sociedades 
contratuais, enquanto que os estatutos existem nas sociedades estatutárias. 
O mais comum, no entanto, é a incidência do artigo 135 do Código Tributário Nacional por infração de lei. 
Quanto ao tema, já é pacífico que não configura infração de lei, para efeitos do artigo 135 do CTN, o mero 
inadimplemento da obrigação tributária. Do contrário, o princípio da autonomia patrimonial das pessoas 
jurídicas cairia por terra, pela atração da responsabilidade dos sócios-gerentes sempre que não houvesse o 
adimplemento do tributo. Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça editou inclusive súmula: 
Súmula 430 do STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, 
a responsabilidade solidária do sócio-gerente. 
Se, por um lado, não é infração à lei o mero inadimplemento do tributo, por outro lado o rol de 
comportamentos que podem caracterizar esse quadro é bastante amplo. Isso porque, a infração de lei não 
se limita às infrações à legislação tributária, podendo também abarcar aquelas condutas que ofendem a 
legislação societária, a legislação penal, etc. 
Alguns casos de incidência do artigo 135 do Código Tributário Nacional são bastante recorrentes. A hipótese 
corriqueira é a de responsabilização dos sócios-gerentes e administradores de uma sociedade pela 
dissolução irregular da pessoa jurídica. De fato, quando uma pessoa jurídica quer encerrar suas atividades, 
não basta fechar as portas. É necessário que seja adotado o rito previsto pela legislação societária, 
procedendo-se a liquidação e a dissolução da pessoa jurídica. Caso a sociedade não consiga pagar todos os 
seus devedores, pode inclusive requerer a autofalência, que é uma forma legítima de encerramento das 
atividades. 
No entanto, é bastante usual que pessoas jurídicas que tenham se tornado inviáveis do ponto de vista 
econômico simplesmente encerrem suas atividades, sem o cumprimento das formalidades exigidas em lei. 
Nesse caso, há uma infração à lei societária, a justificar a responsabilização daqueles que tinham o dever de 
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promover a liquidação da pessoa jurídica. Esse dever não é atribuível a todos os sócios da sociedade, mas 
somente àqueles que exerciam o poder de gerência ou aos administradores que, embora não sócios, 
representavam a pessoa jurídica. 
Portanto, ocorrida a dissolução irregular, pode o fisco cobrar o crédito tributário integralmente dos sócios-
gerentes ou administradores da pessoa jurídica, conforme enuncia a Súmula 435 do 
Quanto a esse tema, é importante conhecer o conteúdo da Súmula 435 do Superior Tribunal de Justiça: 
Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu 
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da 
execução fiscal para o sócio-gerente. 
Como se observa do enunciado, se a pessoa jurídica não for encontrada no endereço que informou ao fisco 
como sendo o do local em que exerce suas atividades, há uma presunção de que ocorreu a sua dissolução 
irregular. Isso ocorre com frequência em execuções fiscais movidas pelas fazendas públicas. O Oficial de 
Justiça dirige-se até a sede do estabelecimento e não encontra a pessoa jurídica. Nesse caso, o fisco pode 
pedir o redirecionamento da execução fiscal contra os sócios-gerentes ou administradores, utilizando-se 
como fundamento o artigo 135, inciso III, do CTN, e a Súmula 435 do STJ. 
Essa presunção, no entanto, não é absoluta. Os sócios-gerentes ou administradores podem demonstrar que 
a pessoa jurídica continua em funcionamento, porém em outro endereço. Caso isso ocorra, o 
redirecionamento efetuado não pode subsistir. 
Por fim, é importante frisar: Embora a dissolução irregular seja o exemplo mais corriqueiro de 
responsabilização de terceiro pelo artigo 135, não se trata de uma hipótese exclusiva. A infração à lei pode 
ocorrer de variadas formas, como acontece quando um sócio-gerente comete crime falimentar ou crime 
tributário, por exemplo. 
1.6.3.3 Responsabilidade por infrações 
Na seção “responsabilidade por infrações” o Código Tributário Nacional regulamenta a reponsabilidade dos 
sujeitos passivos pelas infrações à legislação tributária. 
Dispõe o artigo 136 do Código Tributário Nacional: 
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação 
tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e 
extensão dos efeitos do ato. 
Esse dispositivo permite três conclusões: 
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A primeira é a de que a responsabilidade por infrações independe da existência de culpa ou dolo35. 
A segunda é a de que a responsabilidade por infrações não depende da efetividade, extensão ou natureza 
dos atos. Assim, mesmo que o agente não tenha conseguido alcançar o seu objetivo de fraudar o fisco, essa 
circunstância não impede a aplicação da penalidade. 
A terceira é de que se a lei dispuser em sentido contrário, as duas conclusões acima não se aplicam. 
O artigo 137, por seu turno, possui a seguinte redação: 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando 
praticadasno exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou 
empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
Ao afirmar, no seu caput, que a responsabilidade é pessoal ao agente, o dispositivo determina que deve ser 
imposta a sanção, nos casos arrolados pelos incisos, unicamente ao agente que praticou a infração. Chega-
se a essa conclusão não só pelo emprego do termo pessoal, mas também pelas situações que se encontram 
enunciadas pelo artigo 137. 
De fato, o inciso I se refere àqueles ilícitos tributários que também configuram crimes ou contravenções. 
Portanto, afigura-se lógico a responsabilização exclusiva daquele que os tenha praticado. É importante 
observar, no entanto, a ressalva prevista pelo mesmo dispositivo, segundo a qual a responsabilidade não é 
pessoal ao agente quando o ilícito for praticado no exercício regular de administração, mandato, função, 
cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. Nesse caso, a pessoa 
jurídica incorreu, no mínimo, em culpa in vigilando ou in elegendo, a justificar também a sua 
responsabilização pela infração cometida. 
 
 
35 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Teoria e prática das multas tributárias. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 55­56 
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O inciso II, por seu turno, determina a responsabilidade pessoal quanto às infrações em cuja definição o dolo 
específico do agente seja elementar. Trata-se daquelas hipóteses em que a legislação tributária exige a 
comprovação de que o agente tenha atuado de maneira deliberada. 
O inciso III, por sua vez, determina que a infração é pessoal quando decorre direta e exclusivamente de dolo 
específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, 
prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, 
gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
Esse dispositivo se aplica quando as pessoas enunciadas agem não apenas contra o fisco, mas contra a 
próprio representado. É o caso do administrador de uma pessoa jurídica que efetua transações fraudulentas 
e se apropria dos recursos angariados. 36 
Por fim, dispõe o artigo 138 do Código Tributário Nacional: 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se 
for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância 
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
[...] 
Trata-se de dispositivo que regulamenta a denúncia espontânea, por meio da qual o agente reconhece a 
prática da infração e efetua o pagamento do tributo devido, com juros e correção monetária. Nesses casos, 
conforme a dicção legal, a responsabilidade é excluída, livrando o contribuinte da imposição de multas 
moratórias e punitivas37. 
Dois são os fundamentos que justificam a existência desse instituto: o primeiro é de ordem ética, por 
valorizar o comportamento de quem espontaneamente regulariza sua situação junto ao fisco; o segundo 
fundamento é econômico, pela redução dos custos incorridos pela administração tributária na fiscalização 
das atividades dos contribuintes. 
O parágrafo único do artigo 138, no entanto, traz um marco temporal, que se ultrapassado, impede os 
benefícios da denúncia espontânea: 
Art. 138.[...] 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer 
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 
 
 
36 SCHOEURI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 631 
37 STJ, 1ª T., REsp 774.058/PR, Teori Albino Zavascki, out. 2009) 
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Portanto, iniciado qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, não se faz mais possível 
os benefícios da denúncia espontânea com relação àqueles tributos que estão sendo apurados pelo fisco. 
Por fim, antes de encerrarmos, chamamos atenção para três entendimentos consolidados da jurisprudência 
sobre o alcance desse instituto. 
O primeiro é o de que o “benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento 
por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo”, conforme anuncia a Súmula 360 do 
STJ. O fundamento é o de que a declaração do contribuinte constitui o crédito tributário, o que dispensa a 
autoridade administrativa de realizar qualquer outra providência para sua apuração. 
No entanto, se o tributo foi não foi regularmente declarado, é possível aplicação do instituto da denúncia 
espontânea. Isso porque, nessa hipótese, o crédito não foi constituído, o que exigira do fisco a instauração 
de um processo administrativo para sua apuração. 
O mesmo ocorre quando o contribuinte efetua uma declaração a menor, e depois retifica o seu valor. Nessa 
hipótese, é possível a incidência do instituto da denúncia espontânea com relação ao montante que não 
havia sido declarado originalmente, conforme decidiu o STJ no REsp 1149022 / SP. 
O segundo é o de que a denúncia espontânea não se aplica na hipótese em que os sujeito passivo, ao invés 
de realizar o pagamento, opta por parcelá-lo38. 
O terceiro é o de que o depósito judicial não é capaz de atrair os benefícios da denúncia espontânea39.. O 
fundamento utilizado é o de que não haveria redução dos custos da administração, pela necessidade de 
atuação dos advogados públicos na defesa do crédito tributário. 
RESUMO 
Obrigação Tributária 
1. A obrigação tributária é a relação jurídica existente entre um credor e um devedor, que tem por objeto 
uma prestação e que nasce quando a situação prevista pela hipótese de incidência da norma tributária ocorre 
no mundo real. 
2. O Código Tributário Nacional diferencia a obrigação tributária principal da obrigação tributária acessória. 
A obrigação tributária principal se refere às obrigações de dar, e abarca tanto o pagamento do tributo quanto 
o pagamento da multa. A obrigação tributária acessória tem por objeto as obrigações de fazer ou não fazer. 
 
 
38 REsp 1102577 / DF 
39 REsp 1310461/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe 05/12/2017) 
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3. A expressão fato gerador é ambígua. Numa primeira acepção, fato gerador é a descrição, por uma norma 
geral e abstrata, de um determinado comportamento ou estado, cuja realização concreta faz nascer a relação 
jurídica de direito tributário. Nessa perspectiva, fato gerador é o antecedente da regra-matriz de incidência; 
é, por exemplo, a previsão de que quem auferir renda deve pagar imposto de renda. Na segunda acepção, o 
termo fato gerador é a própria realização concreta daquele comportamento previsto pela norma tributária. 
Ocorre, por exemplo, quando alguém recebe seu salário, auferindo renda. 
4. Quanto à classificação dos fatos geradores, a doutrina majoritária costuma categorizá-los em instantâneos, 
periódicos (complexivos) e continuados. 
5. Salvo disposiçãode lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I - 
tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais 
necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II - tratando-se de situação jurídica, 
desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
6. Segundo o artigo 118 do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: i) da validade 
jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da 
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. Trata-se de 
dispositivo que tem sido interpretado de três formas pela doutrina. A primeira corrente doutrinária censura 
a regra, por enxergar contradição entre as suas disposições e o artigo 116 do Código Tributário Nacional. A 
segunda corrente interpretativa defende que é possível a compatibilização dos dispositivos, desde que se 
entenda que o inciso I do artigo 118 se aplica tão somente à hipótese do inciso I do artigo 116, e que o inciso 
II do artigo 118 se aplica apenas à situação descrita pelo inciso II do artigo 116. A terceira corrente doutrinária 
defende que o artigo 118 é plenamente aplicável, devendo-se abstrair a validade jurídica dos atos praticados, 
ainda que a hipótese de incidência da norma tributária preveja uma situação jurídica. No entanto, se o 
negócio jurídico for anulado e as partes retornarem ao status quo ante, a obrigação tributária não deve 
subsistir. Essa última linha de pensamento já foi adotada pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento de 
um caso em que o negócio jurídico que deu origem à cobrança do ITBI foi anulado. A corte entendeu que o 
contribuinte teria direito à repetição do indébito. 
7. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu 
cumprimento. 
8. O sujeito passivo da relação tributária pode ser tanto o contribuinte quanto o responsável. O primeiro tem 
relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. O segundo tem ligação 
indireta, e sua condição decorre de disposição expressa de lei. 
Responsabilidade Tributária 
1. O critério distintivo entre a responsabilidade por substituição (originária) e a responsabilidade por 
transferência (derivada) é o momento da incidência da norma atributiva de responsabilidade. Nos casos de 
responsabilidade por substituição, o substituto tributário já é designado desde logo como sendo o sujeito 
passivo da relação jurídica obrigacional, o que significa afirmar que a responsabilidade surge no mesmo 
momento da ocorrência do fato gerador. Na responsabilidade por transferência o fenômeno ocorre de 
maneira diferente. Num primeiro momento, quando da ocorrência do fato gerador, o sujeito passivo da 
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relação é o contribuinte. Apenas posteriormente, em razão de algum acontecimento previsto pela norma 
atributiva de responsabilidade, é que alguém passa a ser responsável pelo pagamento da exação 
2. A distinção entre a substituição tributária para frente e a substituição tributária para trás decorre da 
posição do responsável tributário na cadeia econômica. Se a sua posição for posterior a posição do 
contribuinte, estaremos diante de uma responsabilidade tributária para trás (regressiva). Caso o responsável 
esteja numa posição anterior à do contribuinte na cadeia econômica, estaremos diante da chamada 
substituição tributária para frente. 
3. Quanto à substituição tributária para frente, o Supremo Tribunal Federal aprovou a Tese de Repercussão 
Geral nº 201, segundo a qual “É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais no regime de substituição tributária para a frente se a base de 
cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”. 
4. As hipóteses de responsabilidade por sucessão se encontram regradas pelos artigos 129 a 133 do CTN. 
5. As hipóteses de responsabilidade de terceiros se encontram nos artigos 134 e 135 do CTN. A diferença 
entre ambos é a seguinte: i) quanto ao ilícito, o artigo 134 pressupõe culpa e o artigo 135 pressupõe dolo; ii) 
quanto ao grau de responsabilização, o artigo 134 prevê responsabilidade subsidiária e o artigo 135 
responsabilidade pessoal; iii) quanto à extensão da responsabilidade, o artigo 134 impõe ao responsável o 
dever de pagar o valor principal, correção monetária, juros e multa moratória. O artigo 135 impõe ao 
responsável o dever de pagar o valor principal, correção monetária, juros, multa moratória e multa punitiva. 
6. Os artigos 136 a 138 do CTN disciplinam a responsabilidade por infrações. De acordo com o artigo 136, 
salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações independe da intenção do agente ou 
do responsável, assim como da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
7. Nos casos elencados pelo artigo 137, a responsabilidade é pessoal ao agente. 
8. Nos termos do artigo 138, a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, 
acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da 
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
9. A denúncia espontânea não se aplica na hipótese em que os sujeito passivo, ao invés de realizar o 
pagamento, opta por parcelá-lo. 
10. O depósito judicial não é capaz de atrair os benefícios da denúncia espontânea 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (NUCEPE/Delegado de Polícia Civil/2018) Assinale a alternativa correta: 
a) A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Ademais, pelo simples 
fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
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 b) O sujeito passivo da obrigação tributária principal é denominado responsável, quando tenha relação 
pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. 
 c) A capacidade tributária passiva coincide com a capacidade civil. Assim, os considerados civilmente 
incapazes são desprovidos de capacidade tributária passiva. 
 d) Em regra, a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou do 
responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
 e) Considerando que a escolha do domicílio tributário é ato de natureza personalíssima, é vedado à 
autoridade administrativa recusar o domicílio eleito. 
Comentários: 
a) Alternativa correta. A obrigação acessória tem por objeto prestações de fazer e de não fazer. Ocorrida a 
sua inobservância, há a conversão em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
b) Alternativa incorreta. É o contribuinte quem mantém relação pessoal e direta com a situação que constitua 
o respectivo fato gerador. 
c) Alternativa incorreta. A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais, 
conforme dispõe o artigo 126, inciso I, do Código Tributário Nacional. 
d) Alternativa incorreta. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação 
tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos 
efeitos do ato, conforme dispõe o artigo 136 do CTN. 
e) Alternativa incorreta. Nos termos do §2º do artigo 127 do CTN, “A autoridade administrativa pode recusar 
o domicílio eleito, quandoimpossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se 
então a regra do parágrafo anterior”. 
2. (INAZ do Pará/Advogado CRF-PE/2018) O Município de Recife criou lei ordinária para instituir o 
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e, na mesma lei ordinária, criou outras várias 
obrigações acessórias no interesse de promover a melhor arrecadação, bem como adequada 
fiscalização desse imposto. É possível afirmar, com relação à referida lei ordinária, que: 
a) Usurpou a atribuição de lei complementar, pois cabe a esta a edição tanto das obrigações principais, como 
das acessórias. 
b) Usurpou atribuição de decreto ao criar obrigações acessórias. 
c) Não houve qualquer tipo de irregularidade na criação de obrigações acessórias. 
d) Não poderia ter estabelecido obrigações acessórias, pois trata-se de atribuição de normas 
regulamentares. 
e) Não poderia ter estabelecido obrigação principal. 
Comentários: 
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Nos termos do que dispõe o artigo 113, §2º, do Código Tributário Nacional, “A obrigação acessória decorre 
da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos”. Como vimos no capítulo atinente às fontes do direito tributário, 
o conceito de legislação tributária é bastante amplo, porque engloba a lei em sentido estrito e atos 
infralegais. 
Assim, não há ilegalidade na criação de obrigação acessória por meio de lei, razão pela qual está correta a 
alternativa c. 
 
3. (VUNESP/TJ-RS/Juiz de Direito Substituto/ 2018) Sobre a disciplina do fato gerador trazida pelo Código 
Tributário Nacional, é correto afirmar que 
a) a autoridade administrativa não poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos 
da obrigação tributária, salvo nos casos expressos em lei. 
b) se tratando de situação de fato, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador 
e existentes os seus efeitos desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias 
a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
c) fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação definida em lei como necessária e suficiente à sua 
ocorrência. 
d) a definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente 
praticados pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus 
efeitos. 
e) se tratando de atos ou negócios jurídicos sujeitos a condição suspensiva, considera-se ocorrido o fato 
gerador e existentes os seus efeitos desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 
Comentários: 
a) Alternativa incorreta. 
O parágrafo único do artigo 116 dispõe no seguinte sentido: 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes 
os seus efeitos: 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Por força dessa regra, inserida pela Lei Complementar 104/2001, a autoridade administrativa pode 
desconsiderar atos ou negócios jurídicos que dissimulem a ocorrência do fato gerador ou seus elementos 
constitutivos, desde que se observe os procedimentos previstos em lei ordinária. 
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Até o presente momento, a lei ordinária referida pelo dispositivo não foi editada, o que leva a doutrina 
majoritária a entender que essa regra carece de aplicabilidade. 
Contudo, mesmo que admitida a inaplicabilidade do parágrafo único do artigo 116, isso não significa afirmar 
que a administração pública nada possa fazer quando constate que o ato ou negocio jurídico praticado pelo 
contribuinte incorreu no vício da simulação. Isso porque, o artigo 149, inciso VIII, do CTN, já autorizava o 
lançamento de ofício nas hipóteses em que comprovado que “o sujeito passivo ou o terceiro em benefício 
daquele agiu com dolo, fraude ou simulação”. Nessa perspectiva, há vozes que entendem que o parágrafo 
único do artigo 116 não inovou no ordenamento, sendo regra desnecessária. Nesse sentido, ensina Paulo de 
Barros Carvalho40 
O ordenamento brasileiro, a meu ver, já autorizava a desconsideração de negócios jurídicos 
dissimulados, a exemplo do disposto no art. 149, VII, do Código Tributário Nacional. O dispositivo 
comentado veio apenas ratificar regra existente no sistema em vigor. Por isso mesmo, assiste 
razão a Heleno Torres, ao asseverar que a referida alteração tão só aperfeiçoa o que já se 
encontrava previsto, de modo genérico, afastando quaisquer dúvidas concernentes à 
possibilidade da Administração em desconsiderar os negócios fictícios ou dissimulados. Há que se 
cuidar, todavia, para não estender demasiadamente a aplicação do novo preceito chegando a 
ponto de julgar dissimulado o negócio jurídico realizado em decorrência de planejamento fiscal. 
Neste último caso, as partes celebram um negócio que, não obstante importe redução ou 
eliminação da carga tributária, é legal e portanto, válido, diferentemente dos atos dissimulados, 
consistentes na ilegal ocultação da ocorrência do fato jurídico tributário. O parágrafo único do 
art. 116 do Código Tributário Nacional não veio para impedir o planejamento fiscal; nem poderia 
fazê­-lo, já que o contribuinte é livre para escolher o ato que pretende praticar, acarretando, 
conforme sua escolha, o nascimento ou não de determinada obrigação tributária 
A simulação ocorre, nos termos do artigo 167, §1º, do Código Civil, quando os negócios jurídicos: i) 
aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; ii) contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; iii) os instrumentos 
particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
Trata-se de vício em que existe uma discrepância entre a vontade real e a vontade declarada pelas partes. 
Pode-se dividi-la em simulação absoluta e relativa. A simulação absoluta ocorre quando os contratantes não 
têm intenção de realizar nenhum negocio jurídico, mas criam um simulacro, normalmente para prejudicar 
terceiros. É o caso, por exemplo, da pessoa que assina a Carteira de Trabalho de outrem, simulando um 
vínculo empregatício, tão somente para que este, que se encontra incapaz, possa obter um benefício 
previdenciário. A simulação relativa ocorre quando o negócio jurídico praticado encobre um outro negócio 
jurídico, que realmente corresponde à intenção dos agentes. É o caso do pai que, querendo doar um imóvel 
 
 
40 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2012. 
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ao filho, verifica que a alíquota do ITCMD é mais elevada do que a alíquota do ITBI, e resolve então simular 
um contrato de compra e venda, para mascarar a doação que efetivamente ocorreu. 
Em quaisquer das duas hipóteses – de simulação absoluta ou relativa – pode o fisco, com base no artigo 149, 
inciso VIII, do CTN, proceder ao lançamento de ofício, cobrando o tributo devido. 
b) Alternativa correta. Trata-se do que dispõe expressamente o artigo116, inciso I, do CTN. 
c) A alternativa foi considerada incorreta, porque o artigo 114 do CTN dispõe que “fato gerador da obrigação 
principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”. Com relação à obrigação 
acessória, o artigo 115 diz que: “Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da 
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal”. 
d) Alternativa incorreta. O artigo 118, inciso I, do CTN, dispõe que a definição legal do fato gerador deve ser 
interpretada abstraindo-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, 
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. 
e) Alternativa incorreta. Nos termos do artigo 117, inciso I, reputam-se perfeitos e acabados os negócios 
jurídicos quando, sendo suspensiva a condição, seja ela implementada. 
4. (VUNESP/PC-BA/ Delegado de Polícia Civil/ /2018) Havendo a incorporação de uma pessoa jurídica de 
direito privado por outra, os tributos e as multas devidos pela pessoa jurídica incorporada até o ato de 
incorporação são de responsabilidade 
a) da pessoa jurídica que resultar da incorporação, por sucessão. 
b) do alienante, por direito próprio. 
c) dos sócios da sociedade incorporada, por transferência. 
d) da pessoa jurídica incorporada, por direito próprio. 
e) dos sócios da pessoa jurídica que resultar da incorporação, por transferência. 
Comentários 
A questão pode ser resolvida pelo artigo 132 do Código Tributário Nacional, segundo o qual “A pessoa jurídica 
de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável 
pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas 
ou incorporadas”. 
Portanto, a alternativa correta é a letra A. 
 
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5. (CESPE/STJ/ Analista Judiciário/2018) À luz da jurisprudência majoritária e atual dos tribunais 
superiores e da doutrina acerca dos princípios constitucionais tributários, do indébito tributário, do 
crédito tributário e do poder de tributar, julgue o item seguinte. 
O instituto denominado substituição para frente se refere à antecipação do pagamento de uma obrigação 
tributária por um substituto localizado na cadeia econômica em posição anterior à do contribuinte. 
a) Certo 
b) Errado 
Comentários: 
A afirmativa está correta. 
Caso o responsável esteja numa posição anterior à do contribuinte na cadeia econômica, estaremos diante 
da chamada substituição tributária para frente. 
 
O nome dado pelo instituto repousa na circunstância de o responsável “ avançar” uma posição na cadeia 
econômica para “substituir” o contribuinte. É o que ocorre com as empresas fabricantes de veículos com 
relação às concessionárias. Quando o automóvel deixa o estabelecimento da fabricante, esta última deve 
arcar, como responsável tributário, com o tributo que se supõe que irá existir quando da venda do automóvel 
pela concessionária ao consumidor final. 
O gráfico abaixo ajuda-nos a visualizar o fenômeno: 
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Portanto, na substituição tributária para frente ocorre o inverso do que acontece na substituição tributária 
para trás. Nesta última, ocorre o diferimento no pagamento do tributo, que é postergado para a operação 
seguinte; naquela, o tributo é antecipado para um momento anterior na cadeia econômica, pela presunção 
de que o fato gerador atinente à operação seguinte deve ocorrer 
 
6. (CESPE/PGE-PE/ Procurador do Estado/2018) Considerando o que dispõe o CTN, assinale a opção 
correta a respeito das obrigações tributárias. 
a) Parte superior do formulário 
A obrigação tributária surge apenas com a ocorrência da hipótese de incidência do tributo. 
b) A obrigação acessória é convertida em obrigação principal na hipótese de sua inobservância. 
c) O fato gerador deve ser o mesmo tanto para a obrigação principal quanto para a obrigação acessória. 
d) O sujeito ativo da obrigação acessória é denominado responsável tributário. 
e) Uma vez modificado o crédito tributário, deve ser igualmente alterada a obrigação tributária dele 
originada. 
Comentários: 
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a) Alternativa incorreta. A obrigação tributária principal surge com a ocorrência da hipótese de incidência do 
tributo. No entanto, o dispositivo excluiu a obrigação acessória, que surge quando configurada a situação 
que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação 
principal. 
b) Alternativa correta, conforme dispõe expressamente o §3º do artigo 113 do CTN. 
c) Alternativa incorreta. Os fatos geradores são distintos, conforme se evidencia dos artigos 114 e 115 do 
CTN: 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência. 
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
d) Alternativa incorreta. O responsável é um dos sujeitos passivos. 
e) Alternativa incorreta. O crédito é que deve corresponder à obrigação, e não o inverso. 
7. (VUNESP/TJ-SP/ Titular de Registros de Notas e de Registros/2018/Adaptado) De acordo com o Código 
Tributário Nacional, julgue o item a seguir: 
a obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentário 
A afirmativa está correta, conforme dispõe expressamente o o §3º do artigo 113 do CTN. 
8. (FCC/TRF – 5 Região/ Analista Judiciário/2017) Mário e Maria decidiram abrir um bazar em sociedade. 
Embora a legislação do ICMS de seu Estado determinasse que, antes de dar início a suas operações de 
circulação de mercadorias, a empresa devesse estar inscrita, como contribuinte, na repartição fiscal 
competente, Mário e Maria não atenderam a essa exigência legal. Simplesmente abriram a empresa e 
começaram a funcionar, sem cumprir as exigências da legislação tributária pertinente. Nem mesmo 
contrato social escrito a empresa tinha.Compravam de seus fornecedores e vendiam a seus clientes, 
como o fazem todas as empresas regulares, e atuavam, perante seus fornecedores e clientes, tal como 
atuam as empresas em situação regular perante o fisco. Ninguém tinha dúvida de que a empresa de 
Mário e Maria configurava efetivamente uma unidade econômica. Até nome fantasia a sociedade 
tinha: "Bazar MM”. 
Considerando os dados acima e a normas do Código Tributário Nacional, 
a) a empresa em questão, desde que comprove, efetivamente, sua capacidade econômico-financeira, 
possuirá, automática e necessariamente, capacidade ativa. 
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b) o fato de essa empresa configurar uma unidade econômica, mesmo sem estar regularmente constituída, 
é o bastante para nela se identificar capacidade tributária passiva. 
c) a empresa em questão, em razão de sua constituição irregular e da falta de comprovação da capacidade 
civil de seus dois sócios, não possui capacidade tributária passiva, nem ativa. 
d) a falta capacidade tributária ativa da pessoa jurídica irregularmente constituída pode ser suprida com a 
comprovação de que todoscumprir várias obrigações tributárias, como efetuar o pagamento do 
ICMS, de multas de mora e emitir notas fiscais, entre outras. 
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3 
 
Considerando a situação hipotética acima apresentada e as normas 
relativas à obrigação tributária, julgue os itens seguintes. 
A obrigação dessa pessoa quanto ao pagamento do ICMS constitui obrigação tributária principal, mas 
o pagamento de multas de mora é uma obrigação tributária acessória. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
A afirmativa está incorreta. O dever de pagar uma sanção pecuniária (multa) se enquadra no conceito 
de obrigação tributária principal. 
Assim, se o Contribuinte X, que auferiu renda de R$ 100.000,00 em 2017, não efetuou a declaração do 
imposto de renda, deve o fisco, ao tomar conhecimento dessa circunstância, lavrar Auto de Infração, 
cobrando o valor do imposto e da multa pecuniária -- esta última no percentual 75% sobre o imposto devido 
-- em razão da incidência do disposto no artigo 44, inciso I, da Lei 9.430/961. Nessa hipótese, tanto o tributo 
devido quanto a multa são obrigações de dar, enquadrando-se no conceito de obrigação tributária principal 
trazida pelo Código Tributário Nacional. 
1.2.2 Obrigação Acessória 
O conceito de obrigação acessória se encontra inserido no §2º do artigo 113 do Código Tributário Nacional: 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, 
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
Como se pode observar, a obrigação acessória tem como objeto um fazer, como é caso do dever de realizar 
a declaração de ajuste do IRPF; ou um não fazer, do que é exemplo a obrigação de não embaraçar a 
fiscalização tributária. Essa é a principal diferença entre a obrigação acessória e a obrigação tributária 
principal, que se caracteriza por ser uma prestação de dar. 
Quanto à nomenclatura, a doutrina critica o termo obrigação acessória, porque poderia conduzir o intérprete 
à conclusão equivocada de que, não existindo obrigação principal, também inexistiria obrigação acessória. 
De fato, essa acessoriedade inexiste, porque a obrigação acessória permanece mesmo nos casos em que não 
há o dever de pagar o tributo. É o caso daqueles que se beneficiam de uma regra de isenção ou de imunidade. 
Essa circunstância não os desobriga de realizar as prestações positivas ou negativas previstas pela legislação. 
 
 
1 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: 
I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta 
de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata 
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4 
 
Por isso, parte da doutrina prefere utilizar o termo deveres instrumentais para se referir às obrigações 
acessórias. 
Uma segunda característica distintiva entre a obrigação tributária principal e a obrigação tributária acessória 
concerne à fonte da qual emanam. A obrigação tributária principal só pode ser estabelecida por meio de lei, 
conforme se extrai do princípio da legalidade tributária - no caso dos tributos – e do artigo 97, inciso V, do 
Código Tributário Nacional, no caso das sanções pecuniárias2. O mesmo não ocorre com relação às 
obrigações acessórias, porque elas decorrem da legislação tributária, nos termos do §2ºdo artigo 113. Por 
legislação tributária se entende não apenas as fontes formais primárias, como as leis ordinárias e as leis 
complementares, mas também as fontes formais secundárias, como decretos e portarias. 
Ademais, embora haja quem vislumbre inconstitucionalidade nesse dispositivo, a posição majoritária é a de 
que as obrigações acessórias podem ser instituídas por um ato infralegal3. 
Questão importante diz respeito à exigência, prevista expressamente no parágrafo segundo do artigo 113, 
de que haja pertinência entre a obrigação acessória e o interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos. Isso significa que a obrigação acessória deve ser efetivamente necessária à consecução desses 
objetivos, tornando ilegal a imposição de providências inúteis, como a prestação de informações que já são 
do conhecimento da administração pública. 
Além da necessidade da obrigação acessória, a exigência do fisco deve ser proporcional, não podendo onerar 
demasiadamente os contribuintes.4 Trata-se de uma exigência que decorre do princípio da 
proporcionalidade ou do princípio da capacidade colaborativa. 
Portanto, obrigações acessórias que sejam desnecessárias ou que onerem de maneira desproporcional as 
pessoas responsáveis pelo seu cumprimento padecem de ilegalidade5. 
Por fim, dispõe o parágrafo terceiro do artigo 113: 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação 
principal relativamente à penalidade pecuniária. 
 
 
2 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela 
definidas; 
3 STJ, 1ª T., REsp 724.779/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, set. 2006 
4 PAULSEN, Leandro. Constituição e Código Tributário Comentados à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. 18. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2017. 
5 STJ - REsp: 1096712 MG 2008/0234943-3, Relator: Ministra DENISE ARRUDA, Data de Julgamento: 02/04/2009, T1 - 
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: 20090506 --> DJe 06/05/2009 
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5 
 
Quando há o descumprimento de uma obrigação acessória, o fisco não ingressa no Poder Judiciário com 
pedido para que o sujeito passivo seja compelido a realizá-la. Na verdade, a sanção pelo descumprimento da 
obrigação acessória é a imposição de uma multa pecuniária, que por ser uma obrigação de dar, enquadra-se 
no conceito de obrigação tributária principal. 
Atenção! 
A obrigação acessória pode ser instituída por um ato infralegal. No entanto, a multa pelo descumprimento 
de uma obrigação acessória deve ser prevista em lei, conforme dispõe o artigo 97, inciso V, do CTN. 
1.3 FATO GERADOR 
1.3.1 Conceito e classificação 
O capítulo II do Título III do Código Tributário Nacional, que versa sobre obrigação tributária, traz regras 
acerca do fato gerador, nos artigos 114 a 118. Antes de procedermos a análise dos dispositivos, é preciso 
esclarecer que o termo fato gerador tem sido empregado para aludir a duas realidades distintas. 
Numa primeira acepção, fato gerador é a descrição, por uma norma geral e abstrata, de um determinado 
comportamento ou estado, cuja realização concreta faz nascer a relação jurídica de direito tributário. Nessa 
perspectiva, fato gerador é o antecedente da regra-matriz de incidência; é, por exemplo, a previsão de que 
quem auferir renda deve pagar imposto de renda. 
Na segunda acepção, o termo fato gerador é a própria realização concreta daquele comportamento previsto 
pela norma tributária. Ocorre, por exemplo, quando alguém recebe seu salário, auferindo renda. 
Por tratar-se de palavra ambígua, alguns autores têm abandonado o uso do termo “fato gerador”. Geraldo 
Ataliba6 denomina de “hipótese de incidência” a descrição abstrata prevista na lei e de “fato imponível” a 
sua realização concreta. Já Paulo de Barros Carvalho7 chama a prescrição geral e abstrata de “hipótese 
tributária” e a sua projeção factual de “fato jurídico tributário”. 
No entanto,os seus sócios são, de fato, pessoas civilmente capazes. 
e) a capacidade passiva da pessoa jurídica depende, necessária e diretamente, da comprovação da 
capacidade tributária ativa de cada um de seus sócios, tratando-se de pessoa jurídica constituída sob 
responsabilidade limitada. 
Comentários: 
A questão em análise é resolvida com base no artigo 126, inciso III, do CTN, que dispõe no seguinte sentido: 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
Portanto, é irrelevante, para fins de tributação, que a pessoa jurídica não tenha sido regularmente 
constituída, bastando que ela configure uma unidade econômica. 
Em razão disso, está correta a alternativa b. 
9. (VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos/Procurador/ 2017) Nos casos de impossibilidade de 
exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com 
este nos atos que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, determinadas pessoas 
que a lei especifica, dentre as quais 
a) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio. 
b) o adquirente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos. 
c) o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
d) o sucessor a qualquer título, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
e) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, incorporação ou transformação de outra ou em 
outra. 
Comentários: 
A alternativa correta é a letra A, conforme dispõe expressamente o artigo 134, inciso IV, do Código Tributário 
Nacional. 
As demais hipóteses arroladas pelo enunciado são de responsabilidade por sucessão, que ocorrem 
independentemente de um ato ilícito ou de uma omissão do terceiro. 
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57 
 
 
10. (FMP Concursos/PGE-AC/ Procurador do Estado /2017) O art. 134, VII, do CTN menciona que são 
solidariamente responsáveis com o contribuinte em caso de impossibilidade de exigência os sócios, no 
caso de liquidação de sociedades de pessoas. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA. 
a) As sociedades limitadas são sociedades de pessoas e, portanto, os sócios deste tipo societário são 
solidariamente responsáveis em caso de liquidação. 
b) Os sócios serão responsáveis apenas em caso de falência e, mesmo assim, apenas os sócios-gerentes. 
c) Esta responsabilidade de todos os sócios somente ocorre em caso de falência fraudulenta e de forma 
automática. 
d) O CTN está a referir apenas os sócios de sociedades de pessoas cujo tipo societário não seja o de 
responsabilidade limitada. 
e) A responsabilidade limitada é instituto de direito comercial que não se aplica ao Fisco. 
Comentários: 
O inciso VII do artigo 134 atribui responsabilidade aos sócios no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
O dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o caput, para limitar a responsabilidade “aos atos em 
que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis”. Assim, os sócios das sociedades de pessoas 
– como é o caso das sociedades em nome coletivo, em comandita simples e em conta de participação – 
respondem, com fulcro nesse dispositivo, apenas pelos atos culposos que praticarem durante a liquidação 
da sociedade. 
Assentados esses pressupostos, podemos chegar às seguintes conclusões: 
a) Alternativa incorreta, porque as sociedades limitadas não são sociedade de pessoas. 
b) Alternativa incorreta. Os sócios podem ser responsabilizados não apenas no caso de falência. 
c) Alternativa incorreta. Não se exige que a falência tenha sido fraudulenta, bastando que tenha havido 
algum ato ilícito ou omissão durante a liquidação da sociedade de pessoas. Ademais, a responsabilidade não 
é automática, recaindo apenas sobre quem praticou o ato ilícito. 
d) Alternativa correta. A responsabilidade dos sócios-gerentes e administradores de uma sociedade limitada 
é regulada pelo artigo 135 do CTN. 
e) Alternativa incorreta. Aplica-se o princípio da autonomia patrimonial também ao Direito Tributário. 
11. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza/ Procurador do Município/2017) Considerando os dispositivos do CTN 
e a jurisprudência do STJ em relação ao ato administrativo do lançamento e à atividade desenvolvida 
para a constituição do crédito tributário, julgue o próximo item. 
Admite-se a concessão do benefício da denúncia espontânea na hipótese de o contribuinte, depois de 
apresentar declaração parcial do crédito tributário e realizar o respectivo pagamento, retificar a própria 
declaração e efetuar o pagamento complementar, antes de qualquer iniciativa da administração tributária. 
a) Certo 
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b) Errado 
Comentários: 
O Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 360, segundo a qual o “benefício da denúncia espontânea 
não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a 
destempo”. O fundamento é o de que a declaração do contribuinte constitui o crédito tributário, o que 
dispensa a autoridade administrativa de realizar qualquer outra providência para sua apuração. 
Por outro lado, se o tributo não foi regularmente declarado, é possível aplicação do instituto da denúncia 
espontânea também aos tributos sujeitos à lançamento por homologação. Isso porque, nessa hipótese, o 
crédito não foi constituído, o que exigira do fisco a instauração de um processo administrativo para sua 
apuração. 
O mesmo ocorre quando o contribuinte efetua uma declaração a menor, e depois retifica o seu valor. Nessa 
hipótese, é possível a incidência do instituto da denúncia espontânea com relação ao montante que não 
havia sido declarado originalmente, conforme decidiu o STJ no REsp 1149022 / SP, julgado sob a sistemática 
de recursos repetitivos: 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. 
ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR 
HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO ACOMPANHADO DO 
PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA 
QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. 
EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 
1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a 
declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado 
do respectivo pagamento integral, retifica-a (antes de qualquer procedimento da Administração 
Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 
2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da 
multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo 
contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que 
anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira 
Seção submetidos ao rito do artigo 543-C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino 
Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. 
Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 
3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, 
podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornando-se exigível, 
independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" 
(REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 
07.02.2008). 
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4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor 
(integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à 
parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício 
previsto no artigo 138, do CTN. 
5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): 
"No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de 
Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, ano-base 1995 e prontamente recolheu 
esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em 
razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento 
fiscalizatório. 
Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de 
dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos 
do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Consequentemente, merece reforma 
o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub 
examine. 
7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia 
espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente 
punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do 
contribuinte. 
8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da 
Resolução STJ 08/2008. 
(REsp 1149022/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 
24/06/2010) 
Portanto, é verdadeira a afirmativa do enunciado. 
 
12. (TRF 2 Região/Juiz Federal Substituto/2017) Em 2014, empresa do setor de alimentos adquire 
estabelecimento comercial de outra e passa, ali, a exercer a mesma atividade da alienante. A pessoa 
jurídica alienante deixa de existir e seus antigos sócios passam a atuar em outros ramos. Dois anos 
depois, é lavrado auto de infração em razão do não recolhimento de Imposto de Renda (IRPJ), acrescido 
de penalidade, tudo relativo ao ano base 2012. Assinale a opção correta: 
a) Apenas a alienante, cuja operação concretizou o fato gerador do tributo devido, responde diretamente 
pelo tributo e pela penalidade. Seus sócios gerentes podem responder, comprovado o encerramento 
irregular da pessoa jurídica. 
b) A adquirente do estabelecimento responde diretamente pelo tributo e pela penalidade. 
c) Alienante e adquirente respondem, na proporção de suas culpas, pelos tributos e penalidades devidos. 
d) O tributo pode ser exigido diretamente da adquirente, e a penalidade é integralmente devida apenas pela 
alienante e seus antigos sócios, estes independentemente da dissolução irregular. 
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60 
 
e) apenas a alienante é devedora do tributo e da penalidade. A adquirente é responsável subsidiária, e bem 
assim os sócios da alienante, independentemente da dissolução irregular. 
Comentários: 
No caso, incide à hipótese o disposto no artigo 133, inciso I, do CTN, que dispõe no seguinte sentido: 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, 
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a 
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do 
ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
Ademais, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, materializado na Súmula 554, “Na 
hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos 
pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a 
data da sucessão”. 
Portanto, a alternativa correta é a letra B. 
 
13. (TRF 2 Região/Juiz Federal Substituto/2017) Entidade autárquica federal adquire imóvel. Mais tarde, 
não se comprovando o recolhimento da taxa de coleta de lixo, de período anterior à alienação, surge 
dúvida sobre a eventual responsabilidade da autarquia em honrar tal débito. Sobre essa eventual 
responsabilidade, pode-se afirmar que: 
Ela não existe, tendo em conta se tratar de autarquia. 
a) A responsabilidade é subsidiária. 
b) A responsabilidade é solidária. 
c) A responsabilidade é regressiva. 
d) A responsabilidade é autônoma, e apenas existe se o lixo foi recolhido. 
De início, é importante consignar que não existe imunidade da autarquia, uma vez que o tributo exigido não 
se trata de imposto. 
Quanto à responsabilidade do ente público, aplica-se o disposto no artigo 130 do CTN, que dispõe no 
seguinte sentido: 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de 
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos 
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
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É importante observar que o dispositivo seguiu a linha do artigo 129, ao tornar os sucessores responsáveis 
não apenas pelo tributo devido, mas por todo o crédito tributário. Quanto ao seu âmbito de abrangência, a 
norma trouxe os seguintes requisitos para caracterização dessa modalidade de responsabilidade: 
1º: Alguém tenha se tornado proprietário de um imóvel; 
2º: O imóvel tenha provocado a ocorrência de fato gerador cuja obrigação não tenha ainda sido extinta, com 
relação aos seguintes tributos: a) impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse. 
É o caso do ITR e do IPTU; b) taxas pela prestação de serviços, do que é exemplo a taxa de lixo; c) 
contribuições de melhoria. 
3º: A prova da quitação desses tributos não conste do título de aquisição, conforme ressalva expressa 
prevista pelo artigo 130 do CTN. Assim, se na transação restar comprovado, por meio de certidões emitidas 
pelas fazendas públicas, a inexistência de débitos com relação ao imóvel transacionado, eventual equívoco 
na informação certificada não justifica a cobrança do valor apurado do adquirente. 
4º: O bem não tenha sido adquirido em hasta pública, caso em que incide o parágrafo único do artigo 130. 
Presentes os pressupostos acima mencionados, deve ocorrer a consequência prevista pelo dispositivo, 
segundo a qual os créditos tributários relativos a esse imóvel “subrogam-se na pessoa dos respectivos 
adquirentes”. 
O termo sub-rogação é normalmente utilizado no sentido de substituição, razão pela qual a doutrina 
majoritária adere ao posicionamento de que, ocorrida a hipótese prevista no artigo 130 do Código Tributário 
Nacional, o contribuinte originário é excluído do polo passivo, que passa a ser ocupado exclusivamente pelo 
responsável tributário. Nessa perspectiva, a Fazenda Pública não poderia mais cobrar o crédito tributário do 
antigo proprietário, mas tão somente do novo adquirente. 
No entanto, não foi essa a interpretação adotada recentemente pelo Superior Tribunal de Justiça quando do 
julgamento do AREsp 942940, conforme se observa da ementa abaixo colacionada: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL APÓS O 
LANÇAMENTO. SUJEITO PASSIVO. CONTRIBUINTE. ALIENANTE. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. 
ART. 130 DO CTN. SUB-ROGAÇÃO TRIBUTÁRIA. DISTINÇÃODO REGIME CIVIL. EFEITO 
REFORÇATIVO E NÃO EXCLUDENTE. PROTEÇÃO DO CRÉDITO. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO 
CAPUT COM O PARÁGRAFO ÚNICO E DEMAIS DISPOSITIVOS DO CTN. COERÊNCIA SISTÊMICA DA 
DISCIPLINA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. IRRELEVÂNCIA DA DATA DO AJUIZAMENTO DA 
EXECUÇÃO FISCAL PARA LIBERAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO ORIGINÁRIO. ART. 123 DO CTN. 
INOPONIBILIDADE À FAZENDA PÚBLICA DAS CONVENÇÕES PARTICULARES RELATIVAS À 
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE TRIBUTOS. ATO NEGOCIAL PRIVADO. RES INTER ALIOS 
ACTA. PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DAS CONVENÇÕES. SÚMULA 392/STJ. NÃO INCIDÊNCIA. 
AUSÊNCIA DE INTERESSE DA ALIENANTE NA DISCUSSÃO DE SITUAÇÃO PROCESSUAL DO TERCEIRO 
ADQUIRENTE. PEDIDO DE ANULAÇÃO DO ACÓRDÃO. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE DE 
APRECIAÇÃO NA INSTÂNCIA ESPECIAL. [...] 4. O caput do art. 130 do CTN deve ser interpretado 
conjuntamente com o seu parágrafo único. Nenhuma dúvida de que a sub-rogação do parágrafo 
único não exclui a responsabilidade do proprietário anterior à transferência imobiliária. Tal 
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62 
 
raciocínio há de ser aplicado na sub-rogação do caput, devendo a interpretação sistemática 
prevalecer sobre a isolada. 5. O parágrafo único do art. 130 do CTN ajuda não só a compreender 
o alcance e sentido da sub-rogação do caput, cujo efeito tem caráter meramente aditivo e 
integrador do terceiro adquirente sem liberação do devedor primitivo, como reforça o regime 
jurídico específico do instituto tributário em relação à disciplina estabelecida no Direito Civil. A 
sub-rogação do Direito Civil é no crédito e advém do pagamento de um débito. A do Direito 
Tributário é no débito e decorrente do inadimplemento de obrigações anteriores, assemelhando-
se a uma cessão de dívida, com todas as consequências decorrentes. Não há confundir a sub-
rogação tributária com a sub-rogação civil ante a diversidade de condições e, por conseguinte, 
de efeitos. 6. Importa assegurar que a sucessão no débito tributário seja neutra em relação ao 
credor fiscal, cuja mudança pura e simples de devedor pode se dar em detrimento da garantia 
geral do pagamento do tributo. O imóvel transferido não é o único bem a responder pela dívida 
fiscal dele advinda. Consoante prescreve o art. 184 do CTN, responde pelo pagamento do crédito 
tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, 
excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. [...] (STJ 
- AgInt no AREsp: 942940 RJ 2016/0168848-2, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de 
Julgamento: 15/08/2017, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/09/2017) 
Como se observa, o Superior Tribunal de Justiça assentou que a sub-rogação referida nesse dispositivo não 
deve ser interpretada da mesma forma que a sub-rogação do Direito Civil. Isso porque, segundo o relator, a 
sub-rogação do Direito Civil é sempre no crédito e decorre do pagamento de um débito. Ou seja, quem paga 
determinada dívida sub-roga-se em todos os direitos, ações, privilégios e garantias do credor primitivo em 
relação ao devedor principal e fiadores (art. 349, do CC/2002). No Direito Tributário, todavia, a sub-rogação 
é na posição de devedor, assemelhando-se a uma cessão de dívida, com todas as consequências pertinentes. 
Ademais, segundo a Corte, não seria razoável que a garantia do credor pudesse ser desfalcada em razão de 
um negócio jurídico do qual não participou. 
Assim, para o Superior Tribunal de Justiça, a responsabilidade do artigo 130 do Código Tributário Nacional 
“tem caráter solidário, aditivo, cumulativo, reforçativo e não excludente da responsabilidade do alienante, 
cabendo ao credor escolher o acervo patrimonial que melhor satisfaça o débito cobrado a partir dos vínculos 
distintos”. Com outras palavras, a Corte entendeu que o credor poderia cobrar o crédito tributário tanto do 
alienante (contribuinte) quanto do adquirente do imóvel (responsável tributário). 
Portanto, a alternativa correta é a letra b. 
14. (MPE-RS/Promotor de Justiça/2017) Em relação ao fato gerador da obrigação tributária, assinale a 
alternativa correta. 
a) A definição legal do fato gerador é interpretada levando-se em consideração a validade dos atos jurídicos 
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros. 
b) Os atos e negócios jurídicos praticados sob condição suspensiva ou resolutória não configurarão fato 
gerador. 
c) Somente autoridade judicial poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade 
de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo. 
d) A obrigação acessória jamais se converterá em obrigação principal no âmbito tributário. 
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e) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador, em se tratando de situação 
jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
Comentários: 
a) Alternativa incorreta. O artigo 118, inciso I, determina o oposto. 
b) Alternativa incorreta, conforme se observa do artigo 117 do CTN: 
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os 
atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 
c) Alternativa incorreta. A autoridade administrativa pode fazê-lo, conforme enuncia o artigo 116, parágrafo 
único, do CTN, e o artigo 149, inciso VII, também do CTN. 
d) Alternativa incorreta. Nos termos do §3º do artigo 113, “A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária”. 
e) Alternativa correta. É o que dispõe expressamente o artigo 116, inciso II, do CTN. 
15. (CESPE/PC-GO/ Delegado de Polícia Substituto/2017) Ricardo, com quinze anos de idade, traficou 
entorpecentes por três meses, obtendo uma renda de R$ 20.000. Informado pela autoridade 
competente, um auditor da Receita Federal do Brasil efetuou lançamento contra o menor. 
Tendo como referência essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
a) O tráfico de entorpecente é ato ilícito, sendo responsáveis pelos prejuízos dele decorrentes, nos termos 
da lei civil, os pais de Ricardo, que deverão recolher o tributo a título de sanção cível. 
b) A capacidade tributária independe da capacidade civil, de modo que é correto o lançamento contra o 
menor que, no caso, percebeu remuneração que pode ser considerada renda. 
c) O tráfico de entorpecente é atividade que gera proveito econômico, o que justifica torná-lo fato gerador 
de tributo, não podendo, no entanto, Ricardo, por ser incapaz, sofrer lançamento, devendo a renda 
percebida ser imputada aos seus pais. 
d) O tráfico de entorpecente, por ser crime, não pode ser objeto de tributação, pois o pagamento de imposto 
em tal hipótese significaria que o Estado estaria chancelando uma atividade ilícita, sendo, portanto, 
insubsistente o lançamento. 
e) Ricardo, por ser incapaz, não pode sofrer lançamento, não constituindo renda eventuais ganhos 
econômicos que ele venha a ter. 
Comentários: 
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Como mencionamos na parte teórica, o artigo 118 do Código Tributário Nacional também tem sido 
interpretado como uma concretização do princípio da interpretação objetiva do fato gerador, segundo o qual 
se deve desconsiderar o caráter ilícitoda conduta praticada pelo contribuinte (pecúnia non olet). Assim, o 
fato jurídico incide quando ocorrida a situação prevista pela hipótese de incidência da norma tributária, 
sendo irrelevante que a conduta que originou a obrigação seja contrária ao direito. É o caso do traficante 
que foi notificado pela Receita Federal a pagar imposto de renda, incidente sobre rendimentos apurados no 
valor de R$ 50.000,00. O fato desse rendimento ter origem ilícita não afasta a sua obrigação de recolher a 
tributação. 
Essa circunstância torna falsa a afirmativa constante da letra D. 
Quanto à sujeição passiva, o artigo 126 do Código Tributário Nacional traz regras sobre a capacidade para 
incorrer em fatos jurídicos tributários, ao dispor no seguinte sentido: 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do 
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens 
ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
A interpretação do inciso I do artigo 126 depende da interpretação dada aos artigos 116 e 118 do Código 
Tributário Nacional. Ao analisarmos esses dois dispositivos anteriormente, mencionamos que há corrente 
doutrinaria que entende que, quando a hipótese de incidência da norma descreve uma situação jurídica, a 
validade do ato ou negócio subjacente é circunstância necessária ao nascimento da obrigação tributária, 
sendo inaplicável o disposto no artigo 118, inciso I, do CTN. Assim, para essa perspectiva, a capacidade civil 
só seria irrelevante nos casos em que a norma tributária elegesse uma situação fática no seu antecedente, 
como ocorre com o ICMS, que tem como critério material a circulação de mercadorias. Por outro lado, se a 
norma tributária elegesse uma situação jurídica, a ausência de capacidade civil das pessoas naturais 
impediria o nascimento da própria obrigação tributária, em razão da nulidade do negócio jurídico. 
Transcrevemos trecho da obra de Luís Eduardo Schoueri41, que adota esse posicionamento: 
 Assim, não deve causar espécie o fato de um menor incapaz poder ser contribuinte de qualquer 
imposto. Basta, por exemplo, que seja ele proprietário de um imóvel, para ser contribuinte do 
IPTU, auferindo algum rendimento, incorrerá no fato jurídico tributário próprio do Imposto de 
 
 
41 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 502 
 
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Renda e assim sucessivamente. [...] na hipótese de a legislação tributária vincular o surgimento 
da obrigação à celebração de um negócio jurídico, a incapacidade civil da parte será suficiente 
para a nulidade do negócio, não havendo, daí, que falar em obrigação tributária. Mas vale notar 
que o que afasta a exigência não é a incapacidade tributária, mas a inexistência do próprio 
negócio jurídico. Vale retomar, a este respeito, o que se viu no capítulo precedente acerca do 
artigo 116 do Código Tributário Nacional, que cogita, ao lado de uma mera ‘situação de fato’, o 
caso de ‘situação jurídica’. Se a hipótese tributária é uma situação jurídica, não há fato jurídico 
tributário enquanto aquela não se perfizer” 
Já para a corrente majoritária, que entende que o artigo 118 do Código Tributário Nacional se aplica tanto 
às situações fáticas quanto às situações jurídicas, a ausência da capacidade civil das pessoas naturais é 
sempre circunstância irrelevante, seja para o nascimento da obrigação tributária ou para a configuração da 
capacidade tributária passiva. 
Como mencionado na parte teórica, para efeitos de concurso público, deve-se adotar essa última 
interpretação mencionada. 
Assim, estão alternativas A, C e E, estando correta a letra B. 
 
 
16. (CESPE/PC-GO/ Delegado de Polícia Substituto/2017) São responsáveis pelos créditos tributários 
relativos a obrigação de terceiros, quando não for possível exigir-lhes o cumprimento da obrigação 
principal, independentemente de terem agido com excesso de poderes ou em desacordo com a lei, 
estatuto ou contrato social, 
a) os empregados. 
b) os diretores de pessoa jurídica. 
c) os representantes legais de pessoas jurídicas de direito privado. 
d) os administradores de bens de terceiros. 
e) os mandatários. 
Comentários: 
Como se pode observar do enunciado, a questão se refere a responsabilidade de terceiros do artigo 134, que 
possui natureza subsidiária. Logo, a alternativa que a banca entendeu como correta é a letra D, conforme 
dispõe o inciso III do artigo 134. 
No entanto, parece-nos que essa questão deveria ter sido anulada, por ter sido omitida a informação de que 
os administradores de bens de terceiros só respondem “nos atos em que intervierem ou pelas omissões de 
que forem responsáveis”. Da forma que foi elaborada, a questão poderia levar o candidato a crer que a 
responsabilidade nesse caso seria automática, o que não encontra respaldo legal. 
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17. (CESPE/PGE-AM/ Procurador do Estado/ 2016) Considerando os limites ao exercício do poder de 
tributar, julgue o item seguinte. 
A capacidade tributária ativa difere da competência tributária, podendo ser delegada a outras pessoas 
jurídicas de direito público. Nesse caso, a delegação envolverá a transferência legal dos poderes de cobrança, 
arrecadação e fiscalização. 
a) Certo 
b) Errado 
Comentários: 
Dispõe o artigo 119 do Código Tributário Nacional: 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência 
para exigir o seu cumprimento. 
A leitura isolada do artigo 119 poderia conduzir à conclusão de que apenas a pessoa jurídica, detentora da 
competência tributária, é que poderia figurar como sujeito ativo de uma relação obrigacional. Não é, no 
entanto, o que ocorre. Esse dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o disposto no artigo 7º do 
Código Tributário Nacional, que dispõe da seguinte forma: 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou 
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria 
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do 
artigo 18 da Constituição. 
Portanto, é possível que haja a delegação da capacidade tributária ativa, e que o sujeito ativo de uma relação 
jurídica não seja a pessoa jurídica detentora da competência tributária. 
É o que ocorre, por exemplo, com os seguintes tributos: a) Taxa de Controle e Fiscalização ambiental, 
instituída pela Lei n. 10.165/2000, que tem o IBAMA como sujeito ativo; b) anuidades pagas aos conselhos 
de fiscalização de profissões, que tem estes como sujeitos ativos do tributo; c) ITR, imposto instituído pela 
União Federal, que pode ser fiscalizado e cobrados pelos municípios que assim optarem, nos termos do §4º, 
inciso III, do artigo 153 da Constituição Federal. 
Portanto, a afirmativa está correta. 
18. (CESPE/PGE-AM/ Procurador do Estado/ 2016)Considerando os limites ao exercício do poder de 
tributar, julgue o item seguinte. 
Para fins de cobrança, as penalidades pecuniárias impostas ao contribuinte em virtude do descumprimento 
de obrigações acessórias são equiparadas à obrigação tributária principal, visto que ambas constituem 
obrigação de dar. 
a) Certo 
b) Errado 
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67Comentários: 
O Código Tributário Nacional diferencia a obrigação tributária principal da obrigação tributária acessória, 
conforme indica o artigo 113 do diploma legislativo: 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento 
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. [...] 
Como se observa do §1º, a obrigação tributária principal surge quando aqueles fatos previstos pela hipótese 
de incidência da norma tributária ou da norma sancionatória ocorrerem no mundo real. 
A leitura do dispositivo também evidencia que o termo obrigação tributária principal foi empregado de 
maneira mais ampla do que se poderia intuir da sua nomenclatura. A expressão abarca não apenas a 
obrigação de pagar tributo, mas também a obrigação de pagar multa, o que permite enquadrá-la na categoria 
das obrigações de dar. O gráfico abaixo ajuda-nos a visualizar esse quadro: 
 
Ademais, nos termos do §3º do artigo 113, a “obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, 
converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária”. 
Portanto, está correta a afirmativa. 
19. (FCC/SEGEP-MA/2016) Sobre obrigação tributária, é correto afirmar que 
a) a obrigação tributária principal sempre pressupõe o prévio ou posterior cumprimento de obrigação 
tributária acessória. 
b) todo sujeito passivo de obrigação tributária principal sempre também será de obrigação tributária 
acessória. 
c) a obrigação tributária acessória independe da obrigação tributária principal e existe no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
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d) somente pode ser objeto de obrigação tributária acessória aquele previsto em lei ou ato normativo para 
ser sujeito passivo de obrigação tributária principal. 
e) a obrigação tributária principal se converte em obrigação tributária acessória quando se trata de 
pagamento de multa por infração à legislação tributária. 
Comentários: 
a) Alternativa incorreta. A obrigação principal é independente da obrigação acessória. Pode-se pagar um 
tributo sem que se tenha cumprido todos os deveres instrumentais exigidos pela legislação. 
b) Alternativa incorreta. A obrigação principal é independente da obrigação acessória, podendo ter sujeitos 
passivos diversos. É o caso, por exemplo, do dever das instituições financeiras de informar a ocorrência de 
certas transações realizadas pelos seus clientes ao fisco. 
c) Alternativa correta. É o que dispõe o §2º do artigo 113 do CTN. 
d) Alternativa incorreta. A obrigação acessória pode ser criada por um ato infralegal. Além disso, podem ser 
sujeitos passivos de uma obrigação acessória pessoas que não sejam sujeitos passivos de uma obrigação 
principal. (Entidades imunes, por exemplo). 
e) Alternativa incorreta. É a obrigação acessória que pode se converter em obrigação principal. 
20. (FCC/SEGEP-MA/2016) Quando a lei atribui a qualidade de responsável tributário sobre fato gerador 
que ainda não ocorreu, mas que deva ocorrer posteriormente, estar-se-á diante de 
a) retroatividade da lei tributária, permitida expressamente por lei. 
b) sucessão tributária, vedada expressamente pela CF/88. 
c) ultratividade da lei tributária, permitida expressamente por lei. 
d) substituição tributária para frente, permitida expressamente pela CF/88. 
e) substituição tributária para trás, vedada expressamente pela CF/88. 
Comentários: 
Como vimos na parte teórica, trata-se de situação denominada de substituição tributária para frente. 
O fundamento é o artigo 150, §7º, do texto constitucional, que dispõe no seguinte sentido: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo 
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato 
gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
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21. (CESPE/Analista Judiciário/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das disposições do Código 
Tributário Nacional (CTN). 
O contribuinte é o sujeito passivo da obrigação principal, enquanto o responsável é o sujeito passivo da 
obrigação acessória. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
Afirmativa incorreta. 
A diferença entre contribuinte e responsável é que aquele mantém relação pessoal e direta com a situação 
que constitua o respectivo fato gerador (artigo 121, I), enquanto este tem a sua obrigação estabelecida em 
virtude de disposição expressa de lei (artigo 121, II). 
22. (IESES/Titular de Serviços e Notas/2017) Sobre o sujeito passivo da obrigação tributária, assinale a 
alternativa INCORRETA: 
a) A capacidade tributária passiva possui como condição a existência de capacidade civil do sujeito, nos 
termos da legislação civil. 
b) A capacidade tributária passiva independe de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando 
que configure uma unidade econômica ou profissional. 
c) Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária. 
d) Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. 
Comentários: 
Dentre todas as afirmações, a única incorreta é aquela constante da letra a. 
De fato, nos termos do artigo 126, inciso I, a capacidade tributária independe da capacidade civil das pessoas 
naturais. 
23. (IESES/Titular de Serviços e Notas/2017)No que tange a obrigação tributária é correto afirmar: 
I. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
II. A obrigação principal decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
III. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
IV. A obrigação acessória surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
A sequência correta é: 
a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
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b) Apenas a assertiva IV está correta. 
c) Apenas as assertivas I, III, IV estão corretas. 
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
Comentários: 
i) Afirmativa correta, conforme dispõe o artigo 113. 
ii) Afirmativa incorreta. O conceito trazido pelo enunciado corresponde à definição de obrigação acessória. 
iii) Afirmativa correta, conforme dispõe o §3º do artigo 113. 
iv) Afirmativa incorreta. O conceito trazido pelo enunciado corresponde à definição de obrigação principal. 
Portanto, a alternativa correta é a letra D. 
24. (IESES/Titular de Serviços e Notas/2016)Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da 
obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que 
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 
I. Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados 
por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício. 
II. Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; ostutores e curadores, pelos tributos devidos por 
seus tutelados ou curatelados. 
III. O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela 
massa falida ou pelo concordatário. 
IV. Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; os sócios, no caso de liquidação 
de sociedade de pessoas. 
A sequência correta é: 
a) Apenas a assertiva II está correta. 
b) Apenas as assertivas I e IV estão corretas. 
c) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas. 
d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
Comentários: 
Todas as afirmativas estão corretas, conforme se observa do artigo 134 do CTN; 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões 
de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
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II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados’ 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
25. (CESPE/Procurador do Município/2017) Julgue o seguinte item, a respeito de obrigação tributária e 
crédito tributário. 
O sujeito passivo da obrigação principal denomina-se contribuinte quando, dada sua vinculação ao fato 
gerador, sua sujeição decorre expressamente de determinação legal, ainda que não tenha relação pessoal e 
direta com a ocorrência de tal fato. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
A afirmativa está incorreta. 
O contribuinte mantém sempre relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato 
gerador (artigo 121, I). 
 
26. (CESPE/Promotor de Justiça/2017) A respeito da obrigação tributária, assinale a opção correta 
conforme o que dispõe o CTN. 
 a) A obrigação principal e sua obrigação acessória devem decorrer de um mesmo fato gerador. 
 b) Obrigação principal pode ter por objeto o pagamento de penalidade tributária. 
 c)A obrigação principal é considerada obrigação tributária, ao passo que as obrigações acessórias são 
consideradas obrigações de natureza não tributária. 
 d) Obrigação acessória não se converte em obrigação principal. 
Comentários: 
a) Alternativa incorreta. A obrigação principal e a obrigação acessória decorrem de fatos geradores distintos. 
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b) Alternativa correta, conforme dispõe expressamente o artigo 113, §1º, do CTN. 
c) Alternativa incorreta. A obrigação acessória também possui natureza tributária, conforme dispõe o artigo 
113. 
d) Alternativa incorreta. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (artigo 113, §3º). 
27. (CESPE/Procurador do Município/2017) Julgue o seguinte item, a respeito de obrigação tributária e 
crédito tributário. 
O CTN qualifica como obrigação tributária principal aquela que tem por objeto uma prestação pecuniária, 
distinguindo-a da obrigação tributária acessória, cujo objeto abrange as condutas positivas e negativas 
exigidas do sujeito passivo em prol dos interesses da administração tributária e as penalidades decorrentes 
do descumprimento desses deveres instrumentais. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
A afirmativa está incorreta. 
As penalidades decorrentes do descumprimento de deveres instrumentais são prestações de dar, 
qualificando-se como obrigações principais. 
28. (CONSULPLAN/Titular de Serviços e Notas/2017) À luz das previsões do Código Tributário Nacional, 
assinale a alternativa correta: 
 a) A capacidade tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta 
de seus bens ou negócios. 
 b) A solidariedade comporta o benefício de ordem. 
 c) A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, não favorece ou prejudica aos demais. 
 d) A autoridade administrativa não pode recusar o domicílio tributário eleito pelo contribuinte. 
Comentários: 
a) Afirmativa correta. É o que dispõe o artigo 126, inciso II, do CTN: 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do 
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens 
ou negócios; 
b) Afirmativa incorreta. A solidariedade não comporta benefício de ordem, conforme determina de modo 
expresso o parágrafo único do artigo 124. 
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c) Afirmativa incorreta. A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica os demais (inciso III do artigo 125). 
d) Afirmativa incorreta. Nos termos do §2º do artigo 127, “A autoridade administrativa pode recusar o 
domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se 
então a regra do parágrafo anterior”. 
29. (CESPE/Procurador do Município/2017) Julgue o seguinte item, a respeito de obrigação tributária e 
crédito tributário. 
A substituição tributária progressiva, modalidade de responsabilidade tributária por transferência, ocorre 
quando a obrigação de pagar é adiada para momento posterior ao fato jurídico tributário. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
Afirmativa incorreta. 
A substituição tributária progressiva é modalidade de responsabilidade originária. Além disso, nessa 
modalidade, a obrigação de pagar é antecipada. 
30. (CESPE/Juiz Substituto/2017) Uma sociedade limitada, tendo declarado regularmente seus tributos, 
deixou de pagá-los, sem que houvesse qualquer fraude ou comportamento análogo. No momento da 
inscrição em dívida ativa, apenas com base no inadimplemento, o sócio-gerente foi incluído como 
responsável pelo crédito tributário. 
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos diversos a ela pertinentes, assinale a opção correta. 
a)O sócio-gerente não responde por simples inadimplemento, devendo-lhe ser imputado, para que haja a 
sua responsabilização, excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, sendo incabível a 
sua responsabilização no caso em questão. 
b)Os sócios, administradores ou não, só respondem solidariamente no caso de liquidação irregular de pessoa 
jurídica, sendo incabível a sua responsabilização na situação em apreço. 
c)O sócio-gerente será responsável pelo crédito tributário apenas nos casos em que praticar ilícitos penais 
ou agir com dolo específico. 
d)No caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, os 
sócios, apenas com base nessa condição, respondem solidariamente pelo crédito tributário da pessoa 
jurídica, estando correta a responsabilização do sócio-gerente no caso em questão. 
Comentários: 
a) Alternativa correta. O artigo 135 só incide se o terceiro, como é o caso do sócio-gerente, agir com “excesso 
de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos”.O contrato social é o documento que regula o 
funcionamento das sociedades contratuais, enquanto que os estatutos existem nas sociedades estatutárias. 
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O mais comum, no entanto, é a incidência do artigo 135 do Código Tributário Nacional por infração de lei. 
Quanto ao tema, já é pacífico que não configura infração de lei, para efeitos do artigo 135 do CTN, o mero 
inadimplemento da obrigação tributária. Do contrário, o princípio da autonomia patrimonial das pessoas 
jurídicas cairia por terra, pela atração da responsabilidade dos sócios-gerentes sempre que não houvesse o 
adimplemento do tributo. Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça editou inclusive súmula: 
Súmula 430 do STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, 
a responsabilidade solidária do sócio-gerente. 
b) Alternativa incorreta. Embora a dissolução irregular seja o exemplo mais corriqueiro de responsabilização 
de terceiro pelo artigo 135, não se trata de uma hipótese exclusiva. A infração à lei pode ocorrer de variadas 
formas, como acontece quando um sócio-gerente comete crime falimentar ou crime tributário, por exemplo. 
c) Alternativa incorreta. A responsabilização do sócio-gerente ocorre quando ocorrer uma infração de lei, 
sendo desnecessário que a lei seja de natureza penal. 
d) Alternativa incorreta. Os sócios não respondem automaticamente pelos débitos da pessoa jurídica, 
quando a responsabilidade da sociedade for limitada. 
31. (CESPE/Procurador do Estado/2017) Segundo o CTN, no que tange à responsabilidade tributária, é 
CORRETO afirmar que 
a)o adquirente, em leilão judicial, de estabelecimento comercial ou fundo de comércio em processo de 
falência, é pessoalmente responsável por tributos devidos até a data da aquisição. 
b)o cônjuge e o sucessor a qualquer título ficam responsáveis pelos tributos devidos pelo de cujus até a data 
da partilha ou adjudicação, limitada a responsabilidade ao montante da herança. 
c)o alienante de bem imóvel é responsável pelo IPTU, no caso de ter assumido em escritura pública a 
obrigação por tributo relativo a fato gerador acontecido antes da transmissão, quando não houver prova de 
quitação de tributos. 
d)o arrematante de bem imóvel, no caso de arrematação em hasta pública, é responsável pelos tributos 
devidos por fatos geradores anteriores à arrematação. 
e)Nenhuma das alternativas acima está correta. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. A sucessão tributária pelo trespasse não ocorre quando ocorrida em processo de 
falência: 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, 
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a 
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do 
ato: [...] 
I – em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
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b) Alternativa correta. É o que dispõe o artigo 131, inciso II, do CTN. 
c) Alternativa incorreta. Nesse caso, aplica-se o artigo 130 do CTN, segundo o qual o adquirente se sub-roga 
no dever de adimplir com os créditos tributários devidos até a data da alienação. 
d) Alternativa incorreta. Nesse caso, a sub-rogação se dá sobre o preço, conforme dispõe o parágrafo único 
do artigo 130 do CTN. 
32. (CESPE/Juiz Federal Substituto/2017) A respeito de responsabilidade tributária, assinale a opção 
correta. 
a) A responsabilidade tributária derivada é aquela que é transferida a terceiro que tenha ligação direta e 
pessoal com o fato gerador da obrigação, sem que decorra de expressa previsão legal. 
b) A responsabilidade tributária originária é aquela que ocorre com o inadimplemento da obrigação 
tributária por parte do contribuinte. 
c) A responsabilidade tributária por infração a lei tributária praticada por pessoa na gestão de sociedade 
limitada ficará adstrita ao capital social. devidamente integralizado. 
d) A responsabilidade tributária por infração implica solidariedade da sociedade com o gestor que cometer 
infração no pagamento dos tributos. 
e) A sujeição passiva indireta pode ser fruto de uma responsabilidade por sucessão, o que caracteriza uma 
das modalidades de responsabilidade por transferência. 
Comentários: 
a) Alternativa incorreta. Quem tem ligação direta e pessoal com o fato gerador é o contribuinte e não o 
responsável. 
b) Alternativa incorreta. O critério distintivo entre a responsabilidade por substituição (originária) e a 
responsabilidade por transferência (derivada) é o momento da incidência da norma atributiva de 
responsabilidade. 
Nos casos de responsabilidade por substituição, o substituto tributário já é designado desde logo como sendo 
o sujeito passivo da relação jurídica obrigacional, o que significa afirmar que a responsabilidade surge no 
mesmo momento da ocorrência do fato gerador. 
Portanto, está incorreta a alternativa. 
c) Alternativa incorreta. Não há essa limitação na legislação. O terceiro, nesse caso, responde pela 
integralidade do crédito tributário, nos termos do que dispõe o artigo 135 do CTN. 
d) Afirmativa incorreta. A responsabilidade por infração é pessoal, salvo quando praticadas no exercício 
regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa 
emitida por quem de direito (artigo 137, inciso I, do CTN). 
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e) Afirmativa correta. Sujeição passiva indireta é expressão designada para se referir ao responsável 
tributário. E, de fato, a responsabilidade por sucessão é modalidade de responsabilidade por transferência, 
porque surge em momento posterior ao fato jurídico tributário. 
33. (CESPE/Procurador do Estado/2017) Se uma determinada Sociedade Limitada retira-se de seu 
domicílio fiscal sem comunicar ao Fisco, e sendo caso de cobrança de débitos fiscais, é correto afirmar: 
a)O fato é considerado dissolução irregular da empresa, expondo todos os bens de todos os sócios à eventual 
execução fiscal. 
b)Como entende o STJ, o mero fato de se ausentar do domicílio fiscal não é suficiente para caracterizar 
dissolução irregular e a execução fiscal fica restrita à pessoa jurídica. 
c)Considera-se dissolução irregular, mas somente os bens dos sócios-gerentes estarão expostos a eventual 
execução fiscal. 
d)Se o não pagamento se deu por interpretação da lei tributária, considera-se sonegação e todos os sócios 
responderão. 
e)Só o fato do não pagamento, aliado à retirada da empresa de seu domicílio fiscal implica sonegação, 
expondo todos os bens de todos os sócios à execução fiscal. 
Comentários: 
Alguns casos de incidência do artigo 135 do Código Tributário Nacional são bastante recorrentes. A hipótese 
mais vista na prática é a de responsabilização dos sócios-gerentes e administradores de uma sociedade pela 
dissolução irregular da pessoa jurídica. De fato, quando uma pessoa jurídica quer encerrar suas atividades, 
não basta fechar as portas e colocar o cadeado no portão. É necessário que seja adotado o rito previsto pela 
legislação societária, procedendo-se a liquidação e a dissolução da pessoa jurídica. Caso a sociedade não 
consiga pagar todos os seus devedores, pode inclusive requerer a autofalência, que é uma forma legítima de 
encerramento das atividades. 
No entanto, é bastante usual que pessoas jurídicas que tenham se tornado inviáveis doponto de vista 
econômico simplesmente encerrem suas atividades, sem o cumprimento das formalidades exigidas em lei. 
Nesse caso, há uma infração à lei societária, a justificar a responsabilização daqueles que tinham o dever de 
promover a liquidação da pessoa jurídica. Esse dever não é atribuível a todos os sócios da sociedade, mas 
somente àqueles que exerciam o poder de gerência ou aos administradores que, embora não sócios, 
representavam a pessoa jurídica. 
Portanto, ocorrida a dissolução irregular, pode o fisco cobrar o crédito tributário integralmente dos sócios-
gerentes ou administradores da pessoa jurídica. 
Quanto a esse tema, é importante colacionarmos o conteúdo da Súmula 435 do Superior Tribunal de Justiça: 
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Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu 
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da 
execução fiscal para o sócio-gerente. 
Como se pode observar do enunciado, se a pessoa jurídica não for encontrada no endereço que informou ao 
fisco como sendo o do local em que exerce suas atividades, há uma presunção de que ocorreu a sua 
dissolução irregular. Isso ocorre com frequência em execuções fiscais movidas pelas fazendas públicas. O 
Oficial de Justiça dirige-se até a sede do estabelecimento e não encontra a pessoa jurídica. Nesse caso, o 
fisco pode pedir o redirecionamento da execução fiscal contra os sócios-gerentes ou administradores, 
utilizando-se como fundamento o artigo 135, inciso III, do CTN, e a Súmula 435 do STJ. 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
34. (CESPE/Juiz Substituto/2017) A empresa ABC declarou regularmente débito de ICMS no valor de R$ 
6.000, referente ao mês de junho de 2012, e não o pagou. Posteriormente, a empresa ABC recebeu 
notícia de que haveria fiscalização em seu setor e, por isso, realizou denúncia espontânea de seu débito 
ao fisco para eximir-se do pagamento da multa moratória. Acerca dessa situação hipotética e de 
aspectos legais a ela pertinentes, assinale a opção correta. 
a) O contribuinte pode, por declaração, constituir o crédito tributário, confessando-o, mas isso não o impede 
de realizar denúncia espontânea. 
b) No caso de tributo por homologação e com declaração regular, não cabe a denúncia espontânea, não 
sendo, portanto, válido o ato praticado pelo contribuinte. 
c) Apenas o lançamento constitui o crédito tributário, podendo sempre o contribuinte, antes do início de 
ação de cobrança, realizar a denúncia espontânea, o que, no caso, leva à exclusão da multa de mora. 
d) Na hipótese considerada, a mera notícia de fiscalização não é início de ação fiscal, de modo que a empresa 
ABC poderia proceder à denúncia espontânea, que, no entanto, não excluiria a multa moratória. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. Nesses casos, não cabe a denúncia espontânea, conforme 
jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça, materializada pela Súmula 360: 
“O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento 
por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo”. O fundamento é 
o de que a declaração do contribuinte constitui o crédito tributário, o que dispensa a 
autoridade administrativa de realizar qualquer outra providência para sua apuração. 
b) Alternativa correta. É o que dispõe a Súmula 360 do STJ, segundo a qual “ o benefício da denúncia 
espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas 
pagos a destempo”. 
c) Alternativa incorreta. Nos termos do parágrafo único do artigo 138 do CTN, “Não se considera espontânea 
a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, 
relacionados com a infração”. 
d) Alternativa incorreta. A denúncia espontânea exclui a multa moratória e a multa punitiva. 
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LISTA DE QUESTÕES 
1. (NUCEPE/Delegado de Polícia Civil/2018) Assinale a alternativa correta: 
a) A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Ademais, pelo simples 
fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
 b) O sujeito passivo da obrigação tributária principal é denominado responsável, quando tenha relação 
pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. 
 c) A capacidade tributária passiva coincide com a capacidade civil. Assim, os considerados civilmente 
incapazes são desprovidos de capacidade tributária passiva. 
 d) Em regra, a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou do 
responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
 e) Considerando que a escolha do domicílio tributário é ato de natureza personalíssima, é vedado à 
autoridade administrativa recusar o domicílio eleito. 
 
2. (INAZ do Pará/Advogado CRF-PE/2018) O Município de Recife criou lei ordinária para instituir o 
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e, na mesma lei ordinária, criou outras várias 
obrigações acessórias no interesse de promover a melhor arrecadação, bem como adequada 
fiscalização desse imposto. É possível afirmar, com relação à referida lei ordinária, que: 
a) Usurpou a atribuição de lei complementar, pois cabe a esta a edição tanto das obrigações principais, como 
das acessórias. 
b) Usurpou atribuição de decreto ao criar obrigações acessórias. 
c) Não houve qualquer tipo de irregularidade na criação de obrigações acessórias. 
d) Não poderia ter estabelecido obrigações acessórias, pois trata-se de atribuição de normas 
regulamentares. 
e) Não poderia ter estabelecido obrigação principal. 
 
3. (VUNESP/TJ-RS/Juiz de Direito Substituto/ 2018) Sobre a disciplina do fato gerador trazida pelo Código 
Tributário Nacional, é correto afirmar que 
a) a autoridade administrativa não poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos 
da obrigação tributária, salvo nos casos expressos em lei. 
b) se tratando de situação de fato, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador 
e existentes os seus efeitos desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias 
a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
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c) fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação definida em lei como necessária e suficiente à sua 
ocorrência. 
d) a definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente 
praticados pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus 
efeitos. 
e) se tratando de atos ou negócios jurídicos sujeitos a condição suspensiva, considera-se ocorrido o fato 
gerador e existentes os seus efeitos desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 
4. (VUNESP/PC-BA/ Delegado de Polícia Civil/ /2018) Havendo a incorporação de uma pessoa jurídica de 
direito privado por outra, os tributos e as multas devidos pela pessoa jurídica incorporada até o ato de 
incorporação são de responsabilidade 
a) da pessoa jurídica que resultar da incorporação, por sucessão. 
b) do alienante, por direito próprio. 
c) dos sóciosda sociedade incorporada, por transferência. 
d) da pessoa jurídica incorporada, por direito próprio. 
e) dos sócios da pessoa jurídica que resultar da incorporação, por transferência. 
5. (CESPE/STJ/ Analista Judiciário/2018) À luz da jurisprudência majoritária e atual dos tribunais 
superiores e da doutrina acerca dos princípios constitucionais tributários, do indébito tributário, do 
crédito tributário e do poder de tributar, julgue o item seguinte. 
O instituto denominado substituição para frente se refere à antecipação do pagamento de uma obrigação 
tributária por um substituto localizado na cadeia econômica em posição anterior à do contribuinte. 
a) Certo 
b) Errado 
 
6. (CESPE/PGE-PE/ Procurador do Estado/2018) Considerando o que dispõe o CTN, assinale a opção 
correta a respeito das obrigações tributárias. 
a) Parte superior do formulário 
A obrigação tributária surge apenas com a ocorrência da hipótese de incidência do tributo. 
b) A obrigação acessória é convertida em obrigação principal na hipótese de sua inobservância. 
c) O fato gerador deve ser o mesmo tanto para a obrigação principal quanto para a obrigação acessória. 
d) O sujeito ativo da obrigação acessória é denominado responsável tributário. 
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e) Uma vez modificado o crédito tributário, deve ser igualmente alterada a obrigação tributária dele 
originada. 
7. (VUNESP/TJ-SP/ Titular de Registros de Notas e de Registros/2018/Adaptado) De acordo com o Código 
Tributário Nacional, julgue o item a seguir: 
a obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
8. (FCC/TRF – 5 Região/ Analista Judiciário/2017) Mário e Maria decidiram abrir um bazar em sociedade. 
Embora a legislação do ICMS de seu Estado determinasse que, antes de dar início a suas operações de 
circulação de mercadorias, a empresa devesse estar inscrita, como contribuinte, na repartição fiscal 
competente, Mário e Maria não atenderam a essa exigência legal. Simplesmente abriram a empresa e 
começaram a funcionar, sem cumprir as exigências da legislação tributária pertinente. Nem mesmo 
contrato social escrito a empresa tinha.Compravam de seus fornecedores e vendiam a seus clientes, 
como o fazem todas as empresas regulares, e atuavam, perante seus fornecedores e clientes, tal como 
atuam as empresas em situação regular perante o fisco. Ninguém tinha dúvida de que a empresa de 
Mário e Maria configurava efetivamente uma unidade econômica. Até nome fantasia a sociedade 
tinha: "Bazar MM”. 
Considerando os dados acima e a normas do Código Tributário Nacional, 
a) a empresa em questão, desde que comprove, efetivamente, sua capacidade econômico-financeira, 
possuirá, automática e necessariamente, capacidade ativa. 
b) o fato de essa empresa configurar uma unidade econômica, mesmo sem estar regularmente constituída, 
é o bastante para nela se identificar capacidade tributária passiva. 
c) a empresa em questão, em razão de sua constituição irregular e da falta de comprovação da capacidade 
civil de seus dois sócios, não possui capacidade tributária passiva, nem ativa. 
d) a falta capacidade tributária ativa da pessoa jurídica irregularmente constituída pode ser suprida com a 
comprovação de que todos os seus sócios são, de fato, pessoas civilmente capazes. 
e) a capacidade passiva da pessoa jurídica depende, necessária e diretamente, da comprovação da 
capacidade tributária ativa de cada um de seus sócios, tratando-se de pessoa jurídica constituída sob 
responsabilidade limitada. 
 
9. (VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos/Procurador/ 2017) Nos casos de impossibilidade de 
exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com 
este nos atos que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, determinadas pessoas 
que a lei especifica, dentre as quais 
a) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio. 
b) o adquirente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos. 
c) o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
d) o sucessor a qualquer título, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
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e) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, incorporação ou transformação de outra ou em 
outra. 
 
10. (FMP Concursos/PGE-AC/ Procurador do Estado /2017) O art. 134, VII, do CTN menciona que são 
solidariamente responsáveis com o contribuinte em caso de impossibilidade de exigência os sócios, no 
caso de liquidação de sociedades de pessoas. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA. 
a) As sociedades limitadas são sociedades de pessoas e, portanto, os sócios deste tipo societário são 
solidariamente responsáveis em caso de liquidação. 
b) Os sócios serão responsáveis apenas em caso de falência e, mesmo assim, apenas os sócios-gerentes. 
c) Esta responsabilidade de todos os sócios somente ocorre em caso de falência fraudulenta e de forma 
automática. 
d) O CTN está a referir apenas os sócios de sociedades de pessoas cujo tipo societário não seja o de 
responsabilidade limitada. 
e) A responsabilidade limitada é instituto de direito comercial que não se aplica ao Fisco. 
 
11. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza/ Procurador do Município/2017) Considerando os dispositivos do CTN 
e a jurisprudência do STJ em relação ao ato administrativo do lançamento e à atividade desenvolvida 
para a constituição do crédito tributário, julgue o próximo item. 
Admite-se a concessão do benefício da denúncia espontânea na hipótese de o contribuinte, depois de 
apresentar declaração parcial do crédito tributário e realizar o respectivo pagamento, retificar a própria 
declaração e efetuar o pagamento complementar, antes de qualquer iniciativa da administração tributária. 
c) Certo 
d) Errado 
 
12. (TRF 2 Região/Juiz Federal Substituto/2017) Em 2014, empresa do setor de alimentos adquire 
estabelecimento comercial de outra e passa, ali, a exercer a mesma atividade da alienante. A pessoa 
jurídica alienante deixa de existir e seus antigos sócios passam a atuar em outros ramos. Dois anos 
depois, é lavrado auto de infração em razão do não recolhimento de Imposto de Renda (IRPJ), acrescido 
de penalidade, tudo relativo ao ano base 2012. Assinale a opção correta: 
a) Apenas a alienante, cuja operação concretizou o fato gerador do tributo devido, responde diretamente 
pelo tributo e pela penalidade. Seus sócios gerentes podem responder, comprovado o encerramento 
irregular da pessoa jurídica. 
b) A adquirente do estabelecimento responde diretamente pelo tributo e pela penalidade. 
c) Alienante e adquirente respondem, na proporção de suas culpas, pelos tributos e penalidades devidos. 
d) O tributo pode ser exigido diretamente da adquirente, e a penalidade é integralmente devida apenas pela 
alienante e seus antigos sócios, estes independentemente da dissolução irregular. 
e) apenas a alienante é devedora do tributo e da penalidade. A adquirente é responsável subsidiária, e bem 
assim os sócios da alienante, independentemente da dissolução irregular. 
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13. (TRF 2 Região/Juiz Federal Substituto/2017) Entidade autárquica federal adquire imóvel. Mais tarde, 
não se comprovando o recolhimento da taxa de coleta de lixo, de período anterior à alienação, surge 
dúvida sobre a eventual responsabilidade da autarquia em honrartal débito. Sobre essa eventual 
responsabilidade, pode-se afirmar que: 
Ela não existe, tendo em conta se tratar de autarquia. 
a) A responsabilidade é subsidiária. 
b) A responsabilidade é solidária. 
c) A responsabilidade é regressiva. 
d) A responsabilidade é autônoma, e apenas existe se o lixo foi recolhido. 
 
14. (MPE-RS/Promotor de Justiça/2017) Em relação ao fato gerador da obrigação tributária, assinale a 
alternativa correta. 
a) A definição legal do fato gerador é interpretada levando-se em consideração a validade dos atos jurídicos 
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros. 
b) Os atos e negócios jurídicos praticados sob condição suspensiva ou resolutória não configurarão fato 
gerador. 
c) Somente autoridade judicial poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade 
de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo. 
d) A obrigação acessória jamais se converterá em obrigação principal no âmbito tributário. 
e) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador, em se tratando de situação 
jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
 
15. (CESPE/PC-GO/ Delegado de Polícia Substituto/2017) Ricardo, com quinze anos de idade, traficou 
entorpecentes por três meses, obtendo uma renda de R$ 20.000. Informado pela autoridade 
competente, um auditor da Receita Federal do Brasil efetuou lançamento contra o menor. 
Tendo como referência essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
a) O tráfico de entorpecente é ato ilícito, sendo responsáveis pelos prejuízos dele decorrentes, nos termos 
da lei civil, os pais de Ricardo, que deverão recolher o tributo a título de sanção cível. 
b) A capacidade tributária independe da capacidade civil, de modo que é correto o lançamento contra o 
menor que, no caso, percebeu remuneração que pode ser considerada renda. 
c) O tráfico de entorpecente é atividade que gera proveito econômico, o que justifica torná-lo fato gerador 
de tributo, não podendo, no entanto, Ricardo, por ser incapaz, sofrer lançamento, devendo a renda 
percebida ser imputada aos seus pais. 
d) O tráfico de entorpecente, por ser crime, não pode ser objeto de tributação, pois o pagamento de imposto 
em tal hipótese significaria que o Estado estaria chancelando uma atividade ilícita, sendo, portanto, 
insubsistente o lançamento. 
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e) Ricardo, por ser incapaz, não pode sofrer lançamento, não constituindo renda eventuais ganhos 
econômicos que ele venha a ter. 
 
16. (CESPE/PC-GO/ Delegado de Polícia Substituto/2017) São responsáveis pelos créditos tributários 
relativos a obrigação de terceiros, quando não for possível exigir-lhes o cumprimento da obrigação 
principal, independentemente de terem agido com excesso de poderes ou em desacordo com a lei, 
estatuto ou contrato social, 
a) os empregados. 
b) os diretores de pessoa jurídica. 
c) os representantes legais de pessoas jurídicas de direito privado. 
d) os administradores de bens de terceiros. 
e) os mandatários. 
 
17. (CESPE/PGE-AM/ Procurador do Estado/ 2016) Considerando os limites ao exercício do poder de 
tributar, julgue o item seguinte. 
A capacidade tributária ativa difere da competência tributária, podendo ser delegada a outras pessoas 
jurídicas de direito público. Nesse caso, a delegação envolverá a transferência legal dos poderes de cobrança, 
arrecadação e fiscalização. 
a) Certo 
b) Errado 
 
18. (CESPE/PGE-AM/ Procurador do Estado/ 2016)Considerando os limites ao exercício do poder de 
tributar, julgue o item seguinte. 
Para fins de cobrança, as penalidades pecuniárias impostas ao contribuinte em virtude do descumprimento 
de obrigações acessórias são equiparadas à obrigação tributária principal, visto que ambas constituem 
obrigação de dar. 
c) Certo 
d) Errado 
 
19. (FCC/SEGEP-MA/2016) Sobre obrigação tributária, é correto afirmar que 
a) a obrigação tributária principal sempre pressupõe o prévio ou posterior cumprimento de obrigação 
tributária acessória. 
b) todo sujeito passivo de obrigação tributária principal sempre também será de obrigação tributária 
acessória. 
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c) a obrigação tributária acessória independe da obrigação tributária principal e existe no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
d) somente pode ser objeto de obrigação tributária acessória aquele previsto em lei ou ato normativo para 
ser sujeito passivo de obrigação tributária principal. 
e) a obrigação tributária principal se converte em obrigação tributária acessória quando se trata de 
pagamento de multa por infração à legislação tributária. 
 
20. (FCC/SEGEP-MA/2016) Quando a lei atribui a qualidade de responsável tributário sobre fato gerador 
que ainda não ocorreu, mas que deva ocorrer posteriormente, estar-se-á diante de 
a) retroatividade da lei tributária, permitida expressamente por lei. 
b) sucessão tributária, vedada expressamente pela CF/88. 
c) ultratividade da lei tributária, permitida expressamente por lei. 
d) substituição tributária para frente, permitida expressamente pela CF/88. 
e) substituição tributária para trás, vedada expressamente pela CF/88. 
 
21. (CESPE/Analista Judiciário/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das disposições do Código 
Tributário Nacional (CTN). 
O contribuinte é o sujeito passivo da obrigação principal, enquanto o responsável é o sujeito passivo da 
obrigação acessória. 
( ) Certo ( ) Errado 
22. (IESES/Titular de Serviços e Notas/2017) Sobre o sujeito passivo da obrigação tributária, assinale a 
alternativa INCORRETA: 
a) A capacidade tributária passiva possui como condição a existência de capacidade civil do sujeito, nos 
termos da legislação civil. 
b) A capacidade tributária passiva independe de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando 
que configure uma unidade econômica ou profissional. 
c) Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária. 
d) Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. 
 
23. (IESES/Titular de Serviços e Notas/2017)No que tange a obrigação tributária é correto afirmar: 
I. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
II. A obrigação principal decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
III. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
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IV. A obrigação acessória surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
A sequência correta é: 
a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
b) Apenas a assertiva IV está correta. 
c) Apenas as assertivas I, III, IV estão corretas. 
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
 
24. (IESES/Titular de Serviços e Notas/2016)Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento 
da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que 
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 
I. Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticadoscomo a legislação utiliza o termo fato gerador, o seu significado depende do contexto em que 
ele for utilizado. Daí a importância de conhecer cada uma das suas acepções e de redobrar o cuidado 
interpretativo quando nos depararmos com essa expressão. 
Quanto à classificação, a doutrina majoritária costuma categorizá-los em instantâneos, periódicos 
(complexivos) e continuados. 
 
 
6 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência Tributária. Revista dos Tribunais, 1973, p. 51 
7 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 22ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p.311 
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6 
 
O fato gerador é instantâneo quando a sua realização se dá em um átimo de tempo. É o caso do imposto de 
importação, que a cada nova operação realizada, faz surgir uma obrigação tributária. 
O fato gerador periódico ou complexivo é aquele cuja formação ocorre ao longo de um espaço de tempo. Ao 
final do período previsto em lei, valoriza-se todos os fatos isolados que, somados, tem a aptidão para fazer 
nascer a relação jurídica de direito tributário. É o caso do IRPF, cuja base imponível é composta por toda a 
renda auferida ao longo do ano, até o dia 31 de dezembro, quando ocorre o encerramento do ano-
calendário. Luciano Amaro8 traz uma metáfora que ajuda a visualizar as características do fato gerador 
periódico ou complexivo: 
Em imagem de que já nos socorremos noutra ocasião, o fato gerador periódico é um 
acontecimento que se desenrola ao longo de um lapso de tempo, tal qual uma peça de teatro, em 
relação à qual não se pode afirmar que ocorra no fim do último ato; ela se completa nesse 
instante, mas ocorre ao longo do tempo, sendo inegável o relevo das várias situações 
desenvolvidas durante o espetáculo para a contextura da peça. Assim também uma partida de 
futebol só termina com o apito final do árbitro, mas ela ocorre ao longo do tempo, sendo 
indispensável, para definição do resultado, verificar o que aconteceu durante todo o jogo”. 
Por fim, fato gerador continuado é aquele que descreve uma conduta que revela um estado de permanência, 
como ser proprietário de imóvel urbano, no caso do IPTU, ou ser proprietário de veículo automotor, no caso 
do IPVA. Nesses casos, é necessário que a legislação diga de modo expresso quando a conduta descrita pela 
norma é relevante para fins tributários. No caso do IPTU, isso ocorre no dia 01 de janeiro de cada ano, quando 
se identificam quem são os proprietários dos imóveis que devem arcar com o pagamento da exação. 
Essa classificação doutrinária não é isenta de críticas. Para parte da doutrina, todo fato gerador é 
instantâneo, porque ocorre num determinado momento específico. Assim, no caso do IPTU, comumente 
referido como continuado, o fato gerador ocorre no dia 01 de janeiro de cada ano. No caso do IRPF, 
qualificado como fato gerador periódico ou complexivo, no dia 31 de dezembro.9 
Apesar das críticas, as Bancas Examinadoras têm exigido o conhecimento sobre a classificação dos fatos 
geradores. 
CESPE/Procurador do Estado/2008 
Julgue o item a seguir: 
A doutrina designa fato gerador continuado aquele cuja realização ocorre ao longo de um espaço de 
tempo, como no caso do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. 
 
 
8 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 
 
9 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
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( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
A afirmativa está incorreta. O imposto sobre a renda é qualificado como imposto periódico ou 
complexivo. 
 
CONSULPLAN/Titular de Serviços de Notas e Registros/2017/Adaptada 
Julgue o item a seguir: 
Fato gerador complexivo consiste num estado de direito ou situação de fato que tende a permanecer 
no tempo; esse tipo de fato gerador não se constitui por um evento instantâneo ou por um conjunto 
de eventos, mas por um estado de coisas com potencialidade de permanência; utilizado, em geral, nos 
impostos sobre a propriedade. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
A afirmativa corresponde àquilo que a doutrina denomina de fato gerador continuado. 
PUC-PR/Juiz Substituto/2014/Adaptada 
Julgue o item a seguir: 
O fato gerador do tributo chama-se periódico ou complexivo quando é ele representando por situação 
que se mantem no tempo e que é mensurada em cortes temporais, como ocorre nos tributos sobre a 
propriedade (IPTU e IPVA). 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários: 
Mais uma vez a afirmativa está incorreta. Ao contrário do que consta no enunciado, a descrição 
corresponde àquilo que a doutrina chama de fato gerador continuado. 
1.3.2 Regras inseridas no Código Tributário Nacional 
Voltemos nossa atenção para o que dispõe o Código Tributário Nacional acerca do tema, começando pelo 
artigo 114: 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência. 
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A hipótese de incidência de uma obrigação tributária principal é a situação definida em lei como necessária 
e suficiente à sua ocorrência. Esses fatos, descritos no antecedente da norma, referem-se a um determinado 
comportamento ou estado, condicionados por coordenadas de tempo e de espaço. 
A hipótese de uma norma tributária contém a descrição de uma conduta lícita, como “ser proprietário de 
imóvel urbano”. 
A hipótese de uma norma sancionatória descreve uma conduta ilícita, como “não realizar a declaração do 
imposto de renda pessoa física até o último dia do mês de abril”. 
Uma vez ocorrida a situação prevista pela norma tributária ou pela norma sancionatória, o fato jurídico 
ocorre, deflagrando uma relação jurídica a que se denomina de obrigação tributária principal. 
O artigo 115, por sua vez, trata da hipótese da obrigação acessória: 
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
O raciocínio é o mesmo. 
A hipótese descreve uma determina conduta ou estado do sujeito passivo. 
O que muda é o consequente da regra, que prevê uma relação jurídica que tem como objeto uma prestação 
de fazer ou uma prestação de não fazer, a que se denomina de obrigação tributária acessória. 
O artigo 116 do CTN, por sua vez, possui a seguinte redação: 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes 
os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, 
nos termos de direito aplicável. 
O inciso I trata daquelas situações em que a hipótese de incidência da norma tributária é composta por uma 
situação de fato, e não por uma situação jurídica. É o caso do ICMS, que já não se vincula ao negócio jurídico 
que lhe deu causa, mas a uma operação de circulação de mercadorias10. Nessas hipóteses, considera-se como 
ocorrido o fato gerador no momento em que as circunstâncias fáticas descritas pela norma ocorrerem 
concretamente. No caso do ICMS, quando acontecer a circulação da mercadoria. 
 
 
10 SCHOEURI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 541 
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II. Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; os tutores e curadores, pelos tributos devidos por 
seus tutelados ou curatelados. 
III. O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela 
massa falida ou pelo concordatário. 
IV. Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; os sócios, no caso de liquidação 
de sociedade de pessoas. 
A sequência correta é: 
a) Apenas a assertiva II está correta. 
b) Apenas as assertivas I e IV estão corretas. 
c) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas. 
d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
 
25. (CESPE/Procurador do Município/2017) Julgue o seguinte item, a respeito de obrigação tributária e 
crédito tributário. 
O sujeito passivo da obrigação principal denomina-se contribuinte quando, dada sua vinculação ao fato 
gerador, sua sujeição decorre expressamente de determinação legal, ainda que não tenha relação pessoal e 
direta com a ocorrência de tal fato. 
( ) Certo ( ) Errado 
26. (CESPE/Promotor de Justiça/2017) A respeito da obrigação tributária, assinale a opção correta 
conforme o que dispõe o CTN. 
 a) A obrigação principal e sua obrigação acessória devem decorrer de um mesmo fato gerador. 
 b) Obrigação principal pode ter por objeto o pagamento de penalidade tributária. 
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 c)A obrigação principal é considerada obrigação tributária, ao passo que as obrigações acessórias são 
consideradas obrigações de natureza não tributária. 
 d) Obrigação acessória não se converte em obrigação principal. 
 
27. (CESPE/Procurador do Município/2017) Julgue o seguinte item, a respeito de obrigação tributária e 
crédito tributário. 
O CTN qualifica como obrigação tributária principal aquela que tem por objeto uma prestação pecuniária, 
distinguindo-a da obrigação tributária acessória, cujo objeto abrange as condutas positivas e negativas 
exigidas do sujeito passivo em prol dos interesses da administração tributária e as penalidades decorrentes 
do descumprimento desses deveres instrumentais. 
( ) Certo ( ) Errado 
28. (CONSULPLAN/Titular de Serviços e Notas/2017) À luz das previsões do Código Tributário Nacional, 
assinale a alternativa correta: 
 a) A capacidade tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta 
de seus bens ou negócios. 
 b) A solidariedade comporta o benefício de ordem. 
 c) A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, não favorece ou prejudica aos demais. 
 d) A autoridade administrativa não pode recusar o domicílio tributário eleito pelo contribuinte. 
 
29. (CESPE/Procurador do Município/2017) Julgue o seguinte item, a respeito de obrigação tributária e 
crédito tributário. 
A substituição tributária progressiva, modalidade de responsabilidade tributária por transferência, ocorre 
quando a obrigação de pagar é adiada para momento posterior ao fato jurídico tributário. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
30. (CESPE/Juiz Substituto/2017) Uma sociedade limitada, tendo declarado regularmente seus tributos, 
deixou de pagá-los, sem que houvesse qualquer fraude ou comportamento análogo. No momento da 
inscrição em dívida ativa, apenas com base no inadimplemento, o sócio-gerente foi incluído como 
responsável pelo crédito tributário. 
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos diversos a ela pertinentes, assinale a opção correta. 
a)O sócio-gerente não responde por simples inadimplemento, devendo-lhe ser imputado, para que haja a 
sua responsabilização, excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, sendo incabível a 
sua responsabilização no caso em questão. 
b)Os sócios, administradores ou não, só respondem solidariamente no caso de liquidação irregular de pessoa 
jurídica, sendo incabível a sua responsabilização na situação em apreço. 
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c)O sócio-gerente será responsável pelo crédito tributário apenas nos casos em que praticar ilícitos penais 
ou agir com dolo específico. 
d)No caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, os 
sócios, apenas com base nessa condição, respondem solidariamente pelo crédito tributário da pessoa 
jurídica, estando correta a responsabilização do sócio-gerente no caso em questão. 
 
31. (CESPE/Procurador do Estado/2017) Segundo o CTN, no que tange à responsabilidade tributária, é 
CORRETO afirmar que 
a)o adquirente, em leilão judicial, de estabelecimento comercial ou fundo de comércio em processo de 
falência, é pessoalmente responsável por tributos devidos até a data da aquisição. 
b)o cônjuge e o sucessor a qualquer título ficam responsáveis pelos tributos devidos pelo de cujus até a data 
da partilha ou adjudicação, limitada a responsabilidade ao montante da herança. 
c)o alienante de bem imóvel é responsável pelo IPTU, no caso de ter assumido em escritura pública a 
obrigação por tributo relativo a fato gerador acontecido antes da transmissão, quando não houver prova de 
quitação de tributos. 
d)o arrematante de bem imóvel, no caso de arrematação em hasta pública, é responsável pelos tributos 
devidos por fatos geradores anteriores à arrematação. 
e)Nenhuma das alternativas acima está correta. 
 
32. (CESPE/Juiz Federal Substituto/2017) A respeito de responsabilidade tributária, assinale a opção 
correta. 
a) A responsabilidade tributária derivada é aquela que é transferida a terceiro que tenha ligação direta e 
pessoal com o fato gerador da obrigação, sem que decorra de expressa previsão legal. 
b) A responsabilidade tributária originária é aquela que ocorre com o inadimplemento da obrigação 
tributária por parte do contribuinte. 
c) A responsabilidade tributária por infração a lei tributária praticada por pessoa na gestão de sociedade 
limitada ficará adstrita ao capital social. devidamente integralizado. 
d) A responsabilidade tributária por infração implica solidariedade da sociedade com o gestor que cometer 
infração no pagamento dos tributos. 
e) A sujeição passiva indireta pode ser fruto de uma responsabilidade por sucessão, o que caracteriza uma 
das modalidades de responsabilidade por transferência 
 
33. (CESPE/Procurador do Estado/2017) Se uma determinada Sociedade Limitada retira-se de seu 
domicílio fiscal sem comunicar ao Fisco, e sendo caso de cobrança de débitos fiscais, é correto afirmar: 
a)O fato é considerado dissolução irregular da empresa, expondo todos os bens de todos os sócios à eventual 
execução fiscal. 
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b)Como entende o STJ, o mero fato de se ausentar do domicílio fiscal não é suficiente para caracterizar 
dissolução irregular e a execução fiscal fica restrita à pessoa jurídica. 
c)Considera-se dissolução irregular, mas somente os bens dos sócios-gerentes estarão expostos a eventual 
execução fiscal. 
d)Se o não pagamento se deu por interpretação da lei tributária, considera-se sonegação e todos os sócios 
responderão. 
e)Só o fato do não pagamento, aliado à retirada da empresa de seu domicílio fiscal implica 
 
34. (CESPE/Juiz Substituto/2017) A empresa ABC declarou regularmente débito de ICMS no valor de R$ 
6.000, referente ao mês de junho de 2012, e não o pagou. Posteriormente, a empresa ABC recebeu 
notícia de que haveriafiscalização em seu setor e, por isso, realizou denúncia espontânea de seu débito 
ao fisco para eximir-se do pagamento da multa moratória. Acerca dessa situação hipotética e de 
aspectos legais a ela pertinentes, assinale a opção correta. 
a) O contribuinte pode, por declaração, constituir o crédito tributário, confessando-o, mas isso não o impede 
de realizar denúncia espontânea. 
b) No caso de tributo por homologação e com declaração regular, não cabe a denúncia espontânea, não 
sendo, portanto, válido o ato praticado pelo contribuinte. 
c) Apenas o lançamento constitui o crédito tributário, podendo sempre o contribuinte, antes do início de 
ação de cobrança, realizar a denúncia espontânea, o que, no caso, leva à exclusão da multa de mora. 
d) Na hipótese considerada, a mera notícia de fiscalização não é início de ação fiscal, de modo que a empresa 
ABC poderia proceder à denúncia espontânea, que, no entanto, não excluiria a multa moratória. 
GABARITO
1. A 
2. C 
3. B 
4. A 
5. A 
6. B 
7. Certo 
8. B 
9. A 
10. D 
11. A 
12. B 
13. B 
14. E 
15. B 
16. D 
17. A 
18. A 
19. C 
20. D 
21. Errado 
22. A 
23. D 
24. D 
25. Errado 
26. B 
27. Errado 
28. A 
29. Errado 
30. A 
31. B 
32. E 
33. C 
34. B 
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O inciso II, por sua vez, contempla aqueles casos em que a norma tributária elegeu uma situação jurídica 
para compor o seu antecedente, como a prática de um ato ou negócio jurídico. É o caso do ITCMD, no que 
tange à doação de quaisquer bens ou direitos. Nessas hipóteses, o fato gerador ocorre com a constituição 
do ato ou do negócio jurídico referido pela lei tributária. 
Tratando-se de negócio jurídico em que pende condição suspensiva, considera-se que é com o seu 
implemento que o negócio jurídico se torna perfeito. Se, por outro lado, a condição for resolutória, o negócio 
reputa-se acabado desde a prática do ato. É o que dispõe o artigo 117 do CTN: 
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os 
atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 
Todas essas regras, no entanto, aplicam-se salvo disposição de lei em contrário, como diz textualmente o 
caput do artigo 116 do Código Tributário Nacional. Sobre essa ressalva, existem duas correntes 
interpretativas. 
A primeira delas entende que a lei pode postergar o momento da ocorrência do fato gerador, mas não pode 
antecipá-lo. Nesse sentido, disserta Hugo de Brito Machado11, para quem “o legislador há de se manter nos 
limites do que em cada situação de fato se possa razoavelmente admitir. Não pode estabelecer, por exemplo, 
que o fato gerador de determinado tributo se considere consumado antes de que esteja de fato presente a 
situação prevista na hipótese de incidência correspondente”. 
A segunda entende que o legislador pode antecipar-lhe a ocorrência, desde que o critério temporal 
mantenha conexão com os demais critérios12. 
Questão tormentosa diz respeito à interpretação do parágrafo único do artigo 116, abaixo colacionado: 
Art. 116. [...] 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
 
 
11 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 36. ed. São Paulo: Malheiros, 2015, p. 132) 
12 Segundo Schoueri (2017, p. 550): “[...] se o legislador fixa uma data dentro do período em que se dão os fatos que 
compõe o fato jurídico tributário, não precisa coincidir com o último dos eventos, já que a hipótese – vale insistir – 
compõe-se de uma série de circunstâncias. É aceitável, daí, que o legislador escolha aquela mais conveniente. Uma 
antecipação que se afaste por demais, entretanto, dificilmente refletirá a hipótese tributária, sendo, nesse caso, 
condenável” 
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dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Por força dessa regra, inserida pela Lei Complementar 104/2001, a autoridade administrativa pode 
desconsiderar atos ou negócios jurídicos que dissimulem a ocorrência do fato gerador ou seus elementos 
constitutivos, desde que se observe os procedimentos previstos em lei ordinária. 
Até o presente momento, a lei ordinária referida pelo dispositivo não foi editada, o que leva a doutrina 
majoritária a entender que essa regra carece de aplicabilidade. 
Contudo, mesmo que admitida a inaplicabilidade do parágrafo único do artigo 116, isso não significa afirmar 
que a administração pública nada possa fazer quando constate que o ato ou negócio jurídico praticado pelo 
contribuinte incorreu no vício da simulação. Isso porque, o artigo 149, inciso VIII, do CTN, já autorizava o 
lançamento de ofício nas hipóteses em que comprovado que “o sujeito passivo ou o terceiro em benefício 
daquele agiu com dolo, fraude ou simulação”. Nessa perspectiva, há vozes que entendem que o parágrafo 
único do artigo 116 não inovou no ordenamento, sendo regra desnecessária13. 
A simulação ocorre, nos termos do artigo 167, §1º, do Código Civil, quando os negócios jurídicos: i) 
aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; ii) contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; iii) os instrumentos 
particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
Trata-se de vício em que existe uma discrepância entre a vontade real e a vontade declarada pelas partes. 
Pode-se classifica-la em simulação absoluta e simulação relativa. A simulação absoluta ocorre quando os 
contratantes não têm intenção de realizar nenhum negócio jurídico, mas criam um simulacro, normalmente 
para prejudicar terceiros. É o caso, por exemplo, da pessoa que assina a Carteira de Trabalho de outrem, 
simulando um vínculo empregatício, tão somente para que este, que se encontra incapaz, possa obter um 
benefício previdenciário. A simulação relativa ocorre quando o negócio jurídico praticado encobre um outro 
negócio jurídico, que realmente corresponde à intenção dos agentes. É o caso do pai que, querendo doar 
um imóvel ao filho, verifica que a alíquota do ITCMD é mais elevada do que a alíquota do ITBI, e resolve 
então simular um contrato de compra e venda, para mascarar a doação que efetivamente ocorreu. 
Em quaisquer das duas hipóteses – de simulação absoluta ou relativa – pode o fisco, com base no artigo 149, 
inciso VIII, do CTN, proceder ao lançamento de ofício, cobrando o tributo devido. 
Por fim, dispõe o artigo 118 do Código Tributário Nacional: 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou 
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
 
 
13 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2012. 
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II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
Trata-se de dispositivo que tem sido interpretado de três formas pela doutrina. 
A primeira corrente doutrinária censura a regra, por enxergar contradição entre as suas disposições e o artigo 
116 do Código Tributário Nacional. 
Assim, segundo Paulo de Barros Carvalho14 
Na construção do art. 116, ficara estabelecido que, para a situação de fato (inc. I), o critério de 
reconhecimento era o instante em que se verificassem as circunstâncias materiais necessárias à 
produção dos seus efeitos específicos. Em flagrante contradição, declara o art. 118, no inc. II, que 
a definição legal do fato gerador deve ser interpretada, abstraindo-se dos efeitos dos “fatos” 
efetivamente ocorridos. Como conciliá-los? Seria admissível, pela abstração dos efeitos que o fato 
concreto propagou, identificar o preciso tempo de seu acontecimento? As circunstâncias 
materiais necessárias à configuração fáctica estão irremediavelmente atreladas aos efeitos 
típicos. Não podemos abstrair umas sem também abstrair outros.[...] 
Muito mais difícil, porém, é compatibilizar o art. 118, I, com o art. 116, II. Nesse ponto a tarefa 
parece até impossível. Para o reconhecimento da situação jurídica temos de analisar sua 
constituição, nos termos do direito aplicável (art. 116, II), e, ao mesmo tempo, para compreender 
a definição legal do fato, sempre que se tratar de ato ou negócio jurídico, somos obrigados a fazer 
abstração da validade dos atos praticados. As ordens prescritas não se coadunam. Uma exclui a 
outra, em dimensões de contraditoriedade absoluta. 
Esse também é o pensamento de Sacha Calmon Navarro Coelho15. 
A segunda correnteinterpretativa defende que é possível a compatibilização dos dispositivos, desde que se 
entenda que o inciso I do artigo 118 se aplica tão somente à hipótese do inciso I do artigo 116, e que o inciso 
II do artigo 118 se aplica apenas à situação descrita pelo inciso II do artigo 116. 
Nessa perspectiva, quando a hipótese de incidência da norma tributária se refere a uma situação de fato 
(artigo 116, inciso I) é aplicável o inciso I do artigo 118, para tornar irrelevante a “validade jurídica dos atos 
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como a natureza do seu objeto 
ou dos seus efeitos”. Isso porque, nesses casos, a norma tributária despreza o negócio jurídico subjacente, 
para tornar significativo apenas a concretização da circunstância fática por ela prevista. É o que ocorre com 
o ICMS, cujo fato gerador não é a realização de um contrato de compra e venda (situação jurídica), mas a 
circulação de mercadoria (situação fática). Assim, para efeitos tributários, é irrelevante que o negócio jurídico 
 
 
14 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2012. 
15 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012. 
 
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(contrato de compra e venda) firmado entre o comerciante e o consumidor tenha sido anulado pelo 
Judiciário. A obrigação tributária permanece exigível. 
De outro modo, quando a hipótese de incidência da norma tributária é uma situação jurídica (artigo 116, 
inciso II), incide o artigo 118, inciso II, do CTN, que determina que se abstraia os efeitos efetivamente 
ocorridos. Assim, por exemplo, em sendo realizada a transmissão da propriedade imobiliária, é possível a 
cobrança do ITBI, sendo irrelevante a circunstância de o antigo proprietário permanecer habitando o imóvel. 
Essa é a posição de Luís Eduardo Schoueri16. 
A terceira corrente doutrinária defende que o artigo 118 é plenamente aplicável, devendo-se abstrair a 
validade jurídica dos atos praticados, ainda que a hipótese de incidência da norma tributária preveja uma 
situação jurídica. O argumento central é o de que um ato nulo pode produzir efeitos, a despeito do vício em 
que incorre. É o que acontece com uma compra e venda que, mesmo nula, seja respeitada pelas partes com 
a entrega do imóvel ao comprador e do preço pelo vendedor17. 
No entanto, se o negócio jurídico for anulado e as partes retornarem ao status quo ante, a obrigação 
tributária não deve subsistir. Esse é o pensamento de Hugo de Brito Machado18. 
Essa linha de pensamento já foi adotada pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento de um caso em que 
o negócio jurídico que deu origem à cobrança do ITBI foi anulado. A corte entendeu que o contribuinte teria 
direito à repetição do indébito.19 
Para efeitos de concurso público, deve-se considerar correta a afirmativa que apenas reproduza a literalidade 
do artigo 118 do Código Tributário Nacional, e incorreta a que lhe contrarie. 
CONSULPLAN/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2017 
O fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua 
ocorrência. Sobre o fato gerador disciplinado no Código Tributário Nacional, analise as afirmações que 
seguem: 
I. Inclui-se na interpretação da definição legal do fato gerador a validade jurídica dos atos efetivamente 
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como a natureza do seu objeto ou dos 
seus efeitos. 
II. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe 
a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
 
 
16 SCHOEURI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 541 
17 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 36. ed. São Paulo: Malheiros, 2015, p. 132 
18 Ibid. 
19 REsp 1493162/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 19/12/2014 
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13 
 
III. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária. 
IV. Tratando-se de situação de fato, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato 
gerador e existentes os seus efeitos desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
Está correto o que se afirma em: 
 a) I e II, apenas. 
 b) II e III, apenas. 
 c) II, III e IV, apenas. 
 d) I, II, III e IV. 
Comentários: 
A afirmativa I está incorreta. Conforme dispõe o artigo 118 do CTN, a definição legal do fato gerador é 
interpretada abstraindo-se, e não incluindo-se, a validade jurídica dos atos efetivamente práticos ou 
dos efeitos efetivamente ocorridos. 
Por outro lado, se a Banca Examinadora trouxer um caso prático, recomendamos a adoção da última corrente 
doutrinária, que está em consonância com o julgado do Superior Tribunal de Justiça. 
FCC/Procurador Municipal/2010 
Contra um menor absolutamente incapaz foi lavrado um auto de infração e imposição de multa 
constituindo crédito tributário relativo a negócio que o menor praticou sem estar devidamente 
representado. Esta exigência tributária, em tese, está 
 a) correta, pois a autoridade administrativa pode desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados 
com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária. 
 b) errada, já que se trata de negócio juridicamente nulo. 
 c) correta, pois a validade jurídica dos atos efetivamente praticados e os efeitos dos fatos 
efetivamente ocorridos são irrelevantes para a definição do fato gerador, não havendo impedimento, 
portanto, para que o negócio celebrado seja fato gerador de tributo. 
 d) correta, desde que o negócio jurídico venha a ser ratificado pelo representante legal do menor, no 
âmbito civil, hipótese em que será válido juridicamente. 
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 e) errada, pois a lei tributária não pode alterar a definição e formas de direito privado, utilizados, 
expressa ou implicitamente para definir ou limitar competências tributárias. 
Comentários: 
A alternativa correta é a Letra C. 
Segundo a terceira corrente doutrinária, que deve ser adotada em provas objetivas de concurso 
público, o negócio nulo pode ser tributado, por ser possível que ele produza seus efeitos. A tributação 
somente deve ser afastada se as partes retornarem ao status quo ante. 
 
Cespe/Juiz Federal Substituto/2015 
A União celebrou negócio jurídico com uma sociedade empresarial. Tal operação configurou-se como 
um fato gerador, uma vez que era uma situação descrita, na norma tributária, como hipótese de 
incidência de um tributo. No entanto, identificou-se, posteriormente, a irregularidade da constituição 
da sociedade empresarial, de modo que o negócio jurídico celebrado com a União foi declarado nulo, 
não tendo sido, portanto, adimplida a obrigação tributária, cujo termo ainda não havia transcorrido. 
Nessa situação hipotética, 
 a) o negócio jurídico configurou fato gerador do tributo, dado o princípio da interpretação objetiva 
do fato gerador. 
 b) a celebração do negócio jurídico não configuroufato gerador do tributo, por ser esse negócio 
inepto à produção de efeitos tributários. 
 c) o negócio jurídico constituiu fato gerador do tributo. No entanto, admite-se aos contratantes o 
pedido de repetição do indébito após a declaração de nulidade. 
 d) a obrigação tributária foi extinta porque a declaração de nulidade do negócio jurídico ocorreu antes 
do fim do prazo para o pagamento. 
 e) a sociedade empresária não tem capacidade tributária passiva, haja vista ter sido constituída de 
forma irregular. 
Comentários: 
Essa questão foi anulada. 
A justificativa da Banca Examinadora foi a seguinte: 
“O negócio jurídico mencionado na situação hipotética da questão não configura fato gerador, pois foi 
anulado e houve restituição do suporte fático anterior à celebração do contrato, razão pela qual o fisco 
fica impedido de gerar uma obrigação tributária. Por esse motivo, anulou‐se a questão”. 
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Portanto, a banca examinadora adotou a terceira corrente doutrinária. 
Por fim, é importante pontuar que o artigo 118 do Código Tributário Nacional também tem sido interpretado 
como uma concretização do princípio da interpretação objetiva do fato gerador, segundo o qual se deve 
desconsiderar o caráter ilícito da conduta praticada pelo contribuinte (pecúnia non olet). 
Assim, o fato jurídico incide quando ocorrida a situação prevista pela hipótese de incidência da norma 
tributária, sendo irrelevante que a conduta que originou a obrigação seja contrária ao direito. É o caso do 
traficante que foi notificado pela Receita Federal a pagar imposto de renda, incidente sobre rendimentos 
apurados no valor de R$ 50.000,00. O fato desse rendimento ter origem ilícita não afasta a sua obrigação de 
recolher a tributação. 
1.4. SUJEITO ATIVO 
Dispõe o artigo 119 do Código Tributário Nacional: 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência 
para exigir o seu cumprimento. 
A leitura isolada do artigo 119 poderia conduzir à conclusão de que apenas a pessoa jurídica, detentora da 
competência tributária, é que poderia figurar como sujeito ativo de uma relação obrigacional. Não é, no 
entanto, o que ocorre. Esse dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o disposto no artigo 7º do 
Código Tributário Nacional, que dispõe da seguinte forma: 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou 
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria 
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do 
artigo 18 da Constituição. 
Portanto, é possível que haja a delegação da capacidade tributária ativa, e que o sujeito ativo de uma relação 
jurídica não seja a pessoa jurídica detentora da competência tributária. 
É o que ocorre, por exemplo, com os seguintes tributos: a) Taxa de Controle e Fiscalização ambiental, 
instituída pela Lei n. 10.165/2000, que tem o IBAMA como sujeito ativo; b) anuidades pagas aos conselhos 
de fiscalização de profissões, que tem estes como sujeitos ativos do tributo; c) ITR, imposto instituído pela 
União Federal, que pode ser fiscalizado e cobrados pelos municípios que assim optarem, nos termos do §4º, 
inciso III, do artigo 153 da Constituição Federal. 
O artigo 120, por sua vez, dispõe da seguinte forma: 
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir 
pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação 
tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria. 
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Portanto, a nova pessoa jurídica direito público que for constituída sub-roga-se nos direitos desta, e pode 
aplicar a legislação da pessoa jurídica desmembrada até que entre em vigor a sua própria. 
1.5 SUJEITO PASSIVO 
1.5.1 Disposições Gerais 
Dispõe o artigo 121 do Código Tributário Nacional: 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo 
fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de 
disposição expressa de lei. 
Como se observa do dispositivo, a legislação arrolou, como sujeitos passivos da relação obrigacional, o 
contribuinte e o responsável. A teoria dualista da obrigação tributária ajuda-nos a enxergar a distinção entre 
essas duas figuras. Essa teoria, que surgiu entre os civilistas, propõe a separação entre dois elementos: o 
dever e a responsabilidade. O primeiro implica no dever que tem o devedor de adimplir com a dívida que 
mantem com o credor. O segundo, a responsabilidade, diz respeito à faculdade de que dispõe o credor de 
vindicar o cumprimento da obrigação, no caso em que ela não for saldada espontaneamente. 
Nem sempre esses dois elementos estão presentes. Nas dívidas de jogo, embora exista a dívida, não há a 
responsabilidade, porque o credor não pode exigir o seu cumprimento, conforme dispõe o artigo 814 do 
Código Civil. Por outro lado, existem situações em que alguém é responsável patrimonialmente por algo que 
não deve, como é o caso da fiança20. 
Essa explicação é útil para explicar a sujeição passiva tributária, conforme ensina Ricardo Lobo Torres: 
O contribuinte tem o débito (debitum, Schuld), que é o dever de prestação e a responsabilidade 
(Haftung), isto é, a sujeição do seu patrimônio ao credor (obligatio), enquanto que o responsável 
tem a responsabilidade (Haftung) sem ter o débito (Schuld), pois ele paga o tributo por conta do 
contribuinte. 
 
 
20 SCHOEURI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 578 
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De fato, quem realiza o fato gerador e detém a capacidade contributiva é o contribuinte, que tem o dever 
de prestação e está sujeito a expropriação do seu patrimônio no caso de inadimplemento. É por isso que o 
CTN o qualifica como aquele que tem relação pessoal e direita com a situação que constitua o respectivo fato 
gerador. 
O responsável tributário não realizou o comportamento previsto pela hipótese de incidência da norma 
tributária, tendo sido chamado a arcar com a obrigação em virtude de disposição expressa de lei. Trata-se 
de alguém que, embora não tenha o dever, tem a responsabilidade pelo pagamento da exação. 
A doutrina também utiliza a expressão sujeição passiva direta para se referir ao contribuinte e sujeição 
passiva indireta para se referir ao responsável. 
O artigo 122 do Código Tributário Nacional, por sua vez, dispõe no seguinte sentido: 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que 
constituam o seu objeto. 
Assim, é sujeito passivo da obrigação acessória aquele que for obrigado a fazer ou não fazer alguma coisa no 
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
Não há a exigência legal de que o sujeito passivo de uma obrigação acessória também figure como sujeito 
passivo de uma obrigação principal. Exemplo disso são as imobiliárias, que devem informar à Receita Federal 
os valores dos aluguéis pagos pelos locatários aos proprietários. 
O artigo 123 do Código Tributário Nacional, por seu turno, determina que “salvo disposições de lei em 
contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidadepelo pagamento de tributos, não podem 
ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias 
correspondentes”. 
De fato, a regra nem precisaria ser expressa, porque o contrato só gera efeito entre as partes. Assim, o 
contrato entre o locatário e o locador, que impõe àquele o dever de pagar o IPTU, não é oponível ao fisco, 
que pode efetuar o lançamento do imposto contra o proprietário do imóvel. 
1.5.2 Solidariedade 
O artigo 124 do CTN tem a seguinte redação: 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação 
principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. 
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O inciso I determina que são solidariamente responsáveis aquelas pessoas que tenham interesse comum na 
situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Notem que, nesse caso, a solidariedade é 
automática, porque decorre do próprio texto do Código Tributário Nacional, sendo desnecessária a edição 
de lei específica. 
A construção da mensagem legislativa depende do significado atribuído à expressão interesse comum. A 
doutrina tem entendido que esse fenômeno ocorre quando as pessoas ocupam o mesmo polo na situação 
que constitui o fato gerador tributário. Assim, sob esse viés, em existindo um imóvel urbano com três 
proprietários, serão todos eles solidariamente responsáveis pelo pagamento do imposto. 
Por outro lado, se as pessoas ocuparem polos antagônicos em um contrato, inexiste interesse comum. Assim, 
por exemplo, se no caso de transferência de um imóvel, a legislação municipal estabelecer que apenas o 
comprador é o contribuinte do imposto, não pode o vendedor, que ocupa o polo oposto no contrato, ser 
chamado a pagar a exação, sob o fundamento da incidência do disposto no inciso I do artigo 124 do CTN. 
O inciso II, por sua vez, dispõe que são solidariamente obrigadas as pessoas expressamente designadas em 
lei. Assim, mesmo na hipótese em que não haja interesse comum, é possível a existência de solidariedade, 
desde que exista lei específica que assim o determine. 
No entanto, a lei não é totalmente livre para estabelecer hipóteses de solidariedade, que não pode ser 
atribuída para pessoas que o próprio CTN considera responsáveis pessoais ou subsidiários, ou para quem 
não guarde qualquer relação com o fato gerador. Aplica-se, também aqui, a condicionante prevista no artigo 
128 do Código Tributário Nacional, que exige que o terceiro mantenha vinculação com o fato gerador da 
respectiva obrigação. Esse assunto será detalhado quanto tratarmos da responsabilidade tributária. 
O parágrafo único, por seu turno, determina que, tratando-se de solidariedade, é inaplicável o benefício de 
ordem. Assim, o devedor solidário pode ser chamado a responder pela integralidade da exação, 
independentemente de os demais devedores solidários possuírem ou não patrimônio. 
O artigo 125 do Código Tributário Nacional traz os efeitos da solidariedade, ao dispor da seguinte forma: 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos 
demais 
O inciso I determina que, uma vez satisfeita a dívida por qualquer um dos devedores solidários, o crédito 
tributário é extinto com relação a todos os interessados. 
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O inciso II, por sua vez, estabelece que as isenções e remissões objetivas aproveitam a todos os devedores 
solidários, enquanto que as isenções e remissões subjetivas apenas favorecem aqueles devedores cuja 
situação pessoal se enquadre na regra tributária benéfica. 
É qualificada como objetiva a isenção ou a remissão que independe das circunstâncias pessoais dos sujeitos 
passivos. É o caso de uma norma que estabeleça isenção do IPTU para imóveis cujos valores venais sejam 
inferiores a R$ 50.000,00. Nesse caso, a regra isentiva beneficia a todos os devedores solidários. 
Por outro lado, é qualificada como subjetiva a remissão ou a isenção que considere na sua hipótese de 
incidência as condições pessoais do sujeito passivo da obrigação tributária. É o que ocorre com uma norma 
que estabeleça a isenção do IPTU para quem seja deficiente físico. Nessa hipótese, apenas o devedor 
deficiente é quem faz jus à isenção, devendo os demais devedores solidários pagarem o saldo. 
O inciso III determina que a interrupção da prescrição favorece ou prejudica a todos os devedores solidários. 
Assim, em uma ação de execução fiscal movida pela Fazenda Pública, o despacho citatório com relação a um 
dos devedores solidários interrompe a prescrição com relação a todos eles. 
1.5.3 Capacidade Tributária 
O artigo 126 do Código Tributário Nacional traz regras sobre a capacidade para incorrer em fatos jurídicos 
tributários, ao dispor no seguinte sentido: 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do 
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens 
ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
A interpretação do inciso I do artigo 126 depende da interpretação dada aos artigos 116 e 118 do Código 
Tributário Nacional. Ao analisarmos esses dois dispositivos anteriormente, mencionamos que há corrente 
doutrinaria que entende que, quando a hipótese de incidência da norma descreve uma situação jurídica, a 
validade do ato ou negócio subjacente é circunstância necessária ao nascimento da obrigação tributária, 
sendo inaplicável o disposto no artigo 118, inciso I, do CTN. Assim, para essa perspectiva, a capacidade civil 
só seria irrelevante nos casos em que a norma tributária elegesse uma situação fática no seu antecedente, 
como ocorre com o ICMS, que tem como critério material a circulação de mercadorias. Por outro lado, se a 
norma tributária elegesse uma situação jurídica, a ausência de capacidade civil das pessoas naturais 
impediria o nascimento da própria obrigação tributária, em razão da nulidade do negócio jurídico. 
Já para a corrente majoritária, que entende que o artigo 118 do Código Tributário Nacional se aplica tanto 
às situações fáticas quanto às situações jurídicas, a ausência da capacidade civil das pessoas naturais é 
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sempre circunstância irrelevante, seja para o nascimento da obrigação tributária ou para a configuração da 
capacidade tributária passiva. 
Para efeitos de concurso público, deve-se adotar essa última interpretação mencionada. 
O inciso II torna expressa a regra segundo a qual é irrelevante, para efeitos de sujeição tributária passiva, 
que a pessoa natural se encontre sujeita a medidas que importem em privação ou limitação do exercício de 
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens e negócios. 
Como exemplo desse dispositivo, podemos citar o médico que, embora tenhasido suspenso pelo Conselho 
de Medicina, continuou ilegalmente a exercer suas atividades. Essa circunstância não impede a cobrança de 
ISSQN sobre os serviços prestados ou de IRPF sobre a renda auferida. 
O inciso III, por sua vez, esclarece que as pessoas jurídicas irregularmente constituídas, mas que se 
configurem como uma unidade econômica ou profissional, também possuem capacidade tributária passiva. 
É o que ocorre com a sociedade irregular ou com a sociedade de fato, que se caracterizam por não terem 
sido constituídas de acordo com a legislação societária. Essa circunstância não impede a cobrança da 
tributação sobre as suas atividades, conforme deixa expresso o texto legal. 
1.5.4 Domicílio Tributário 
O domicílio tributário é o local onde o sujeito passivo deve cumprir com as obrigações tributárias. A definição 
desse local é regulamentada pelo artigo 127 do Código Tributário Nacional, que dispõe no seguinte sentido: 
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma 
da legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, 
o centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, 
em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da 
entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, 
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos 
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte 
a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 
É possível extrair da interpretação desse dispositivo seis regras distintas sobre domicílio tributário: 
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1ª: Como regra geral, o domicílio tributário do sujeito passivo é aquele local que ele próprio escolheu (caput 
do artigo 127). 
2º: Se o domicílio eleito impossibilitar ou dificultar a arrecadação dos tributos, pode a autoridade 
administrativa recusá-lo, caso em que será considerado como domicílio o lugar da situação dos bens ou da 
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. (§2º do artigo 127). 
É que ocorre, por exemplo, com o contribuinte, proprietário de bem imóvel urbano localizado em um 
determinado município, que elegeu como domicílio tributário uma fazenda localizada no interior, de difícil 
acesso e sem estrada. Nesse caso, o fisco municipal pode recusar o domicílio eleito, fixando-o no endereço 
do imóvel urbano de propriedade do contribuinte. 
3ª: Se pessoa natural não escolher seu domicílio tributário, será considerado como tanto a sua residência 
habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade (inciso I do artigo 127). 
4ª: Se a pessoa jurídica não escolher seu domicílio tributário, será considerado como domicílio o lugar da sua 
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento (inciso II 
do artigo 127). 
5º: Se as pessoas jurídicas de direito público não escolherem seu domicílio tributário, o domicílio é o de 
qualquer de suas repartições no território da entidade tributante (inciso III do artigo 127). 
6: Se as regras anteriores não forem cabíveis, será considerado como domicílio tributário do sujeito passivo 
o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. (§1º do artigo 
127). 
O gráfico abaixo ajuda-nos a visualizar como essas regras operam em conjunto: 
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1.6 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
1.6.1 Classificação e disposições gerais. 
Quando analisamos o artigo 121 do Código Tributário Nacional, mencionamos que são sujeitos passivos da 
relação jurídica obrigacional o contribuinte e o responsável, tendo sido consignado que aquele dispositivo 
os diferencia segundo o seguinte critério: o contribuinte mantém relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador (inciso I do artigo 121), enquanto que o responsável é aquele que, sem 
revestir a condição de contribuinte, possui a obrigação em razão de disposição expressa de lei (inciso II do 
artigo 121). 
A partir de agora, nos dedicaremos a estudar essa última espécie de sujeição passiva, que tem sido 
classificada pela doutrina em dois grandes grupos: i) responsabilidade por substituição, também chamada 
de responsabilidade originária; ii) responsabilidade por transferência, também chamada de responsabilidade 
derivada. 
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Cada um desses grupos tem subdivisões, conforme demonstra o gráfico abaixo: 
 
O critério distintivo entre a responsabilidade por substituição (originária) e a responsabilidade por 
transferência (derivada) é o momento da incidência da norma atributiva de responsabilidade. 
Nos casos de responsabilidade por substituição, o substituto tributário já é designado desde logo como sendo 
o sujeito passivo da relação jurídica obrigacional, o que significa afirmar que a responsabilidade surge no 
mesmo momento da ocorrência do fato gerador. 
É o caso, por exemplo, da legislação que estabelece ser de responsabilidade do comerciante o pagamento 
do ICMS referente a operação realizada pelo agricultor. A responsabilidade daquele surge no momento em 
que realizada a circulação da mercadoria por este último (fato gerador do ICMS). 
Na responsabilidade por transferência o fenômeno ocorre de maneira diferente. Num primeiro momento, 
quando da ocorrência do fato gerador, o sujeito passivo da relação é o contribuinte. Apenas posteriormente, 
em razão de algum acontecimento previsto pela norma atributiva de responsabilidade, é que alguém passa 
a ser responsável pelo pagamento da exação. 
É o caso, por exemplo, do contribuinte que, encontrando-se inadimplente com o IPTU dos anos de 2017 e 
2018, promove a venda do imóvel a um terceiro. Esse terceiro não era responsável pelo pagamento do 
imposto no momento do fato gerador, posto que não tinha qualquer relação com aquele bem. No entanto, 
essa responsabilidade nasce no momento em que o bem foi por ele adquirido. 
Tanto na hipótese de responsabilidade por substituição quanto na de responsabilidade por transferência, 
incide o disposto no artigo 128 do Código Tributário Nacional, que dispõe no seguinte sentido: 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a 
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da 
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em 
caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
Esse dispositivo contém quatro comandos importantes sobre o instituto da responsabilidade tributária: 
O primeiro é o de que a responsabilidade tributária pressupõe lei em sentido estrito. Isso significa afirmar 
que ninguém pode ser colocado no polo passivo de uma obrigação, ainda que na qualidade de responsável, 
por um ato infralegal. 
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O segundo é o de que o terceiro eleito pela lei como responsável tributário deve ser vinculado ao fato 
gerador, não sendo lícito ao legislador escolher alguém de forma aleatória ou que não tenha qualquer 
relação com o acontecimento que gerou o nascimento da obrigação tributária. Essa vinculação existe se 
presente uma das seguintes circunstâncias: i) prática de uma conduta ilícita por parte deste terceiro; ii) 
possibilidade jurídica deste terceiro se ressarcir da quantia despendida a título de tributo. 
O terceiro é o de que a lei pode excluir a responsabilidade do contribuinte ou atribui-la em caráter supletivo 
do cumprimento da obrigação pelo responsável. Além desses dois regimes, de ausência de responsabilidade 
do contribuinte e de responsabilidade subsidiária, a lei também pode estabelecer a responsabilidade 
solidária do contribuinte, conforme interpretação conjunta desse dispositivo com o artigo 124 do Código 
Tributário Nacional. 
O quarto é o de que a responsabilidade pode englobar não apenas o valor devido a título de tributo, mas 
também as penas pecuniárias. 
Feitas essas considerações introdutórias, passamos agora a analisar cada uma das espécies de 
responsabilidade tributária. 
1.6.2. Responsabilidade por Substituição 
1.6.2.1 Substituição Tributária para trás (regressiva) 
A distinção entre a substituição tributária para frente e a substituição tributária para trás decorre da posição 
do responsável tributário na cadeia econômica. Se a sua posição for posterior a posição do contribuinte, 
estaremos diante de uma responsabilidade tributária para trás (regressiva): 
 
Isso porque, o responsável “retrocede” uma posição na cadeia econômica para “substituir” o contribuinte. 
Isso ocorre, por exemplo, quando a legislação estabelece o regime de substituição tributária nas operações 
entre os sucateiros (contribuintes) e as indústrias que adquirem a sucata (responsáveis). 
O fato gerador do tributo ocorre quando os sucateiros vendem a sucata para as indústrias. São os sucateiros 
os contribuintes da exação. No entanto, a legislação estabelece a responsabilidade pelo pagamento do 
tributo às indústrias, que ficam obrigadas a pagar o tributo atinente àquela primeira operação quando da 
realização da operação seguinte. 
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Assim, quando as indústrias destinarem o produto para um intermediário ou para o consumidor final, elas 
devem recolher a exação das duas operações: como responsáveis tributários, com relação à primeira; como 
contribuintes, quanto à segunda operação: 
 
A responsabilidade tributária para trás é utilizada para facilitar a fiscalização e arrecadação do fisco, nas 
hipóteses em que a realização dessas atividades se torne mais simples e mais eficaz quando realizada 
unicamente nos agentes econômicos adquirentes dos produtos ou das mercadorias. No exemplo 
mencionado, isso ficou evidenciado. Ao invés de se fiscalizar os sucateiros, que muitas vezes atuam na 
informalidade, o fisco concentra sua autuação nas indústrias, que além de serem em menor número, atuam 
no mercado formal. 
1.6.2.2 Substituição Tributária para frente (progressiva) 
Caso o responsável esteja numa posição anterior à do contribuinte na cadeia econômica, estaremos diante 
da chamada substituição tributária para frente. 
 
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O nome dado pelo instituto repousa na circunstância de o responsável “avançar” uma posição na cadeia 
econômica para “substituir” o contribuinte. É o que ocorre com as empresas fabricantes de veículos com 
relação às concessionárias. Quando o automóvel deixa o estabelecimento da fabricante, esta última deve 
arcar, como responsável tributário, com o tributo que se supõe que irá existir quando da venda do automóvel 
pela concessionária ao consumidor final. 
O gráfico abaixo ajuda-nos a visualizar o fenômeno: 
 
Portanto, na substituição tributária para frente ocorre o inverso do que acontece na substituição tributária 
para trás. Nesta última, ocorre o diferimento no pagamento do tributo, que é postergado para a operação 
seguinte; naquela, o tributo é antecipado para um momento anterior na cadeia econômica, pela presunção 
de que o fato gerador atinente à operação seguinte deve ocorrer. 
Essa presunção da ocorrência do fato gerador gerou controvérsias na doutrina sobre a constitucionalidade 
do instituto, tendo o Supremo Tribunal Federal, no entanto, firmado jurisprudência no sentido da sua 
constitucionalidade. Posteriormente, inseriu-se dispositivo expresso no texto constitucional sobre o tema: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo 
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato 
gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
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Como se observa, o dispositivo assegura a imediata e preferencial restituição da quantia paga caso não se 
realize o fato gerador presumido. Retomando nosso exemplo, caso o veículo não seja vendido pela 
concessionária para o consumidor final, faz-se possível a restituição da quantia paga antecipadamente. 
Discussão importante dizia respeito à possibilidade de restituição no caso de fato gerador ocorrido a menor. 
De fato, como o fato gerador é presumido, não se sabe num primeiro momento qual é a base tributável, o 
que impõe que a legislação estabeleça os critérios que devam ser utilizados para apuração da quantia. Tais 
critérios, aliás, devem ser razoáveis, mantendo coerência com a realidade. No nosso exemplo, de venda de 
veículos, o valor normalmente é estabelecido por uma tabela de algum órgão público ou pela tabela do 
próprio fabricante. 
De toda forma, ainda que o valor estabelecido pela legislação não padeça de ilegalidade, é possível que o 
valor tributável não seja exatamente aquele que foi inicialmente pressuposto. Nesse caso, o Supremo 
Tribunal Federal firmou inicialmente jurisprudência no sentido da impossibilidade da restituição da quantia 
paga a maior. Dois argumentos principais eram utilizados pela Corte: primeiro, que o artigo 150, §7º, da CF, 
apenas assegurava a restituição quando o fato gerador não se realizasse; segundo, que uma interpretação 
extensiva, que também autorizasse a restituição no caso de pagamento a maior, contrariaria a própria 
funcionalidade do instituto, de facilitar a fiscalização e a arrecadação dos tributos. 
No entanto, o Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do RE 593849, reviu seu posicionamento, 
tendo aprovado o a Tese de Repercussão Geral nº 201, segundo a qual “É devida a restituição da diferença 
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais no regime de substituição 
tributária para a frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”. 
1.6.2.3 Substituição Tributária simultânea (comum) ou Retenção na Fonte 
A substituição tributária simultânea ou comum ocorre quando alguém retém o tributo devido na fonte, 
repassando-o para o fisco. 
Podemos citar como exemplo dessa modalidade de substituição o dever do empregador de reter o valor 
devido pelo empregado a título de IRPF. Outro exemplo que pode ser mencionado é o dos pagamentos