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AULA 2 - DIREITO TRIBUTÁRIO - PARTE GERAL II • Fixar questões gerais e básicas em matéria de direito tributário; • Entender a estrutura do sistema tributário nacional; • Compreender o conceito de tributo, de obrigação tributária e dos elementos da relação jurídico-tributária; • Analisar a competência para a instituição e para a cobrança de tributos; • Classificar o sujeito passivo da relação tributária (contribuinte ou responsável); • Entender o que é e como se dá o lançamento; • Descrever e classificar hipóteses de suspensão, de extinção e, também, de exclusão do crédito tributário. CONTEXTUALIZANDO A APRENDIZAGEM Na primeira Aula, tivemos um primeiro contato com o direito tributário, a partir da análise de algumas questões gerais como o surgimento, os objetivos e a importância da tributação. Vimos, também, o papel do direito tributário neste contexto, suas fontes (isto é, de onde se originam as normas tributárias e quais seus meios de expressão), o modo como se dá sua aplicação, interpretação e integração no ordenamento jurídico. Também analisamos os princípios que norteiam a matéria e limitam o poder de tributar do Estado, bem como entendemos o funcionamento das isenções e imunidades tributárias. Nesta segunda Aula, daremos continuidade à parte geral do direito tributário, antes de adentrarmos no estudo dos tributos em espécie, de outros temas pontuais como processo e planejamento tributário e, também, de partirmos para a análise do direito empresarial. Você é capaz de entender a estrutura do sistema tributário nacional? Sabe identificar o conceito de tributo dado pela legislação tributária e como se forma a obrigação tributária e a relação jurídica entre Estado e sujeito passivo? Ainda no universo da relação jurídico-tributária, pode compreender sobre a competência e a capacidade de cada ente para instituir e cobrar um tributo? E sobre a qualidade do sujeito passivo, que, mesmo não sendo contribuinte, poderá ser responsabilizado pelo pagamento do tributo devido por outra pessoa? Sabe como o crédito tributário é constituído, susénso, extinto e excluído? Provavelmente, alguns termos lhe causam estranheza, correto!? Mas, assim como o que já estudamos, são fundamentais à compreensão do direito tributário! Por isto, veremos, neste momento, como é estruturado o Sistema Tributário Nacional. Também apresentaremos o conceito de tributo dado pela legislação, antes de introduzir o tema da obrigação tributária e analisarmos a competência para a instituição e a cobrança de tributos, bem como a qualidade dos particulares para figurarem como sujeito passivo desta relação jurídico-tributária. Examinaremos o ato administrativo do lançamento e, por fim, casos nos quais o crédito tributário é suspenso, extinto e excluso. Mapa mental panorâmico Para contextualizar e ajudá-lo(a) a obter uma visão panorâmica dos conteúdos que você estudará na Aula 2, bem como entender a inter-relação entre eles, é importante que se atente para o Mapa Mental, apresentado a seguir: DIREITO TRIBUTÁRIO - PARTE GERAL II 1 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 2 TRIBUTO 3 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E RELAÇÃO JURÍDICO 3.1 ASPECTOS DA NORMA TRIBUTÁRIA IMPOSITIVA 3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS GERADORES 4 COMPETÊNCIA 5 O SUJEITO PASSIVO 5.1 CONTRIBUINTE 5.2 RESPONSÁVEL 6 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO 7 SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 8 EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO DIREITO TRIBUTÁRIO - PARTE GERAL II 1 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL O Código Tributário Nacional possui dois livros. O primeiro deles, “O Sistema Tributário Nacional”, trata do conceito de tributo, da competência tributária e das suas limitações, das distribuições das receitas tributárias e, também, das espécies tributárias e tributos variados. O segundo, “Normas gerais de direito tributário”, cuida de temas como a legislação tributária e sua aplicação, interpretação e integração; a obrigação tributária; o lançamento; a administração tributária; as preferências e privilégios da Fazenda Pública. No ápice do sistema tributário está a Constituição Federal. Os demais documentos normativos infraconstitucionais, isto é, abaixo da CF, nesta hierarquia, extraem dela os fundamentos para sua validade. Os entes da federação recebem diretamente da CF as suas competências, acompanhadas das respectivas limitações e passam a editar suas Constituições (estaduais e municipais) e suas demais leis, mas sempre em observância às normas gerais veiculadas pela Carta Magna; depois, obedientes ao Código Tributário Nacional, às demais leis complementares e às resoluções do senado (COELHO, 2018). Vejamos o seguinte quadro, que mostra a hierarquia de algumas normas tributárias: Quadro 1 - hierarquia de algumas normas tributárias Fonte: Coelho (2018, p. 295). Leis complementares e ordinárias se diferenciam, basicamente, nos quesitos da matéria do quórum de aprovação (isto é, quanto aos votos necessários para que sejam aprovadas). A lei complementar regula as matérias definidas pela Constituição Federal (podendo abordar outras) e deve ser aprovada por maioria absoluta dos votos (mais da metade de todos os membros precisa aprovar). A lei ordinária aborda quaisquer matérias que não sejam reguladas por lei complementar, por decretos legislativos, ou por resoluções e sua aprovação se dá por maioria simples ou relativa (mais da metade dos membros presentes na sessão de votação apenas). Devemos salientar que não necessariamente haverá hierarquia entre ambas, que atuam em campos diferentes. O CTN foi editado como Lei Ordinária, mas foi recepcionado no ordenamento como Lei Complementar, por tratar de normas gerais e porque a Constituição definiu que seriam objeto deste tipo de normativa. Sugiro que você aprofunde seus estudos nos tipos de normas e suas diferenças! A seguir, umas sugestões de leitura: • CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário. 30. ed. rev., ampl. e atualiz. até a Emenda Constitucional n; 84/2014. São Paulo: Malheiros Editores, 2015. • LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22 ed. São Paulo: 2018. • MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 35. ed. São Paulo: Atlas, 2019. • PADILHA, Rodrigo. Direito constitucional. 5. ed., rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Método, 2018. 2 TRIBUTO O pagamento de um tributo será devido quando ocorrer uma situação prevista na lei, e que revele a capacidade contributiva da pessoa. Ou também que consubstancie atividade estatal ligada a essa pessoa, com vista à obtenção de recursos (receitas públicas) para o financiamento geral seja do Estado, seja de fins específicos e promovidos por ele ou por terceiros em prol do interesse público. Este é o caso de entidades sem fins lucrativos (sindicatos e entes sociais autônomos), por exemplo (PAULSEN, 2019). Embora geralmente utilizemos o termo “impostos”, o vocábulo tributo é muito mais amplo. As siglas sobre as quais ouvimos falar no dia a dia (como IPVA, ICMS, IPTU) representam apenas alguns impostos, que são apenas um de vários tipos de tributos. O CTN define tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 2019). Mas o que isto significa? Quando a lei apresenta o tributo como “prestação pecuniária compulsória”, ele será cobrado mesmo contra a vontade do cidadão. Já a expressão “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir” significa que será pago em dinheiro ou em títulos que o representem (como, por exemplo, o cheque). Por sua vez, a definição de que o tributo “não constitua sanção de ato ilícito” significa que ele deve ser pago porque ocorreu alguma situação prevista na lei, como a compra de um imóvel, uma doação, uma venda. Não poderá ser cobrado como punição, pois, para isto, já existem as multas por descumprimento de um dever legal (umainfração de trânsito, por exemplo), fundadas no poder de punir, e não no poder fiscal. Outro ponto relacionado ao conceito de tributo é que seja a sua cobrança “instituída em lei” e feita “mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Neste sentido, o poder do Estado não é ilimitado. Dos três poderes – Legislativo, Judiciário e Executivo –, somente este último pode cobrar tributos, por meio de entes políticos ou de pessoas jurídicas de direito público que exercem fiscalização, imposição de multas etc.; e sua atuação não é livre, além de ser dever das autoridades proceder a apuração e a cobrança do tributo conforme a lei determinar. “A autoridade deve estar adstrita, isto é, vinculada, submetida, obrigada ao fiel cumprimento [...]" (SCHOUERI, 2016). Ademais, pela expressão “instituída em lei”, restará violada a legalidade se um tributo for instituído por outro veículo normativo diferente da lei, como, por exemplo, uma Portaria (espécie de manifestação tipicamente administrativa que aplica ordem ou instruções acerca da aplicação de leis e regulamentos; que, embora constitua norma e faça parte do conjunto “legislação”, não consubstancia lei propriamente dita, autorizada a instituir ou aumentar tributo). Entretanto, apesar da vinculação à lei, há a possibilidade de, em algumas hipóteses, a autoridade basear-se mais no que for conveniente e oportuno do que no que determina a norma. Chamamos esta possibilidade de “juízo de conveniência e oportunidade”, característica do chamado “ato administrativo discricionário”, diferente do ato plenamente vinculado (como o do art. 3° do CTN). Considerada a capacidade de trabalho dos agentes públicos e de suas prioridades, se for feita uma análise de custo- benefício e se chegar a uma conclusão de que deve ser tomado determinado rumo considerado mais conveniente e oportuno - e assim a lei autorizar -, a autoridade administrativa poderá agir diferentemente e de forma um pouco mais subjetiva; mas, claro, sempre motivando seus atos e deixando expressamente claro seus fundamentos. Se há na lei um dispositivo que determina que “Se o contribuinte possui um débito de pequeno valor perante a Fazenda Pública, poderá ser dispensada a inscrição e o ajuizamento deste débito”, isto significa que, apesar de a autoridade administrativa estar obrigada a agir conforme a lei determina (isto é, apurar e cobrar o valor devido), a depender do valor devido pelo contribuinte, ela poderá não tomar os atos tendentes a apurar (lançar) e formalizar este débito (inscrever em dívida ativa), nem cobrá-lo (executá-lo, ajuizá-lo). Isto porque os custos da máquina pública, e também de um processo judicial, são altos, que podem não compensar o valor cobrado. Daí a possibilidade de dispensa da cobrança de determinados débitos tributários, que, claro, está autorizada por lei, mas confere à autoridade responsável uma margem de “liberdade” para decidir, caso julgue conveniente e oportuno. Nem todos os valores que pagamos ao Estado são considerados tributos, por não terem compulsoriedade nem decorrerem da lei como fonte exclusiva. Os chamados preços públicos (ou tarifas), a exemplo dos serviços de telefonia e de pedágios, não são compulsórios nem têm a lei como fonte exclusiva. Decorrem de uma contraprestação por um bem, utilidade ou serviço colocados à disposição, mas sem obrigatoriedade de consumo. Podem ser exigidos por pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as não integrantes da Administração pública, como as concessionárias de serviços públicos, e por outras pessoas jurídicas de direito público. Assim, a fixação do preço público não depende de lei, nem está sujeita às limitações ao poder de tributar, tratados na Aula 1 (PAULSEN, 2019). Além dos preços públicos, podemos citar, também, os valores pagos ao Estado por particulares que exploram bens públicos em caráter privado, como, por exemplo, aquelas que exploram recursos minerais, ocupam terrenos de marinha (imóveis da União localizados no litoral e delimitados por lei específica). Neste caso, não há compulsoriedade, mas adesão dessas pessoas a um regime de remuneração da União, o que constitui receita, mas não tributária. Podemos sintetizar o conceito de tributo no seguinte mapa mental: Figura 1 – Tributos Fonte: Arquivo Pessoal Feito isto, trataremos, agora, sobre a obrigação tributária e a relação jurídica tributária entre o Estado (credor) e o particular (devedor). 3 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E RELAÇÃO JURÍDICO As relações entre os sujeitos podem ter fundamentos variados, como laços de amizade, familiares, ou patrimoniais (como no caso de um contrato). Mas há vínculos que surgem por força da lei, independentemente da vontade de uma ou de ambas as partes, como é o caso das obrigações tributárias. A lei dispõe que deve haver um sujeito capaz de cobrar e arrecadar o tributo (o Estado); descreve um fato que dará ensejo ao nascimento desta obrigação, denominado “fato gerador” (como o fato de ter um imóvel urbano é o fato gerador que enseja a cobrança do IPTU); indica qual a obrigação (pecuniária, relativa ao tributo e/ou não pecuniária, relativa a um comportamento) e quem deverá cumpri-la. As obrigações formais (instrumentais, acessórias, colaborativas) não constituem tributo, embora sejam obrigações tributárias cujo descumprimento também está sujeito a punições, pois estão calcadas no dever de cumprir as leis e na necessidade de inibir e reprimir a prática de atos ilícitos, ou contrários à lei (PAULSEN, 2019). Possuem autonomia perante às obrigações principais (de pagar, ou contributivas), cf. art. 9, §1° e os parágrafos únicos dos arts. 175 e 194 do CTN; e muitas delas são impostas também a pessoas que não são obrigadas ao pagamento de determinado tributo, como as isentas ou imunes (por medidas de facilitar a fiscalização e minimizar a sonegação fiscal). São exemplos de obrigações acessórias: se inscrever nos cadastros de contribuintes (CPF e CNPJ); prestar a Declaração de Ajuste do Imposto de Renda (da pessoa física - IRPF, da pessoa jurídica - IRPJ ou o Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF); admitir a presença de auditor fiscal e a análise dos livros fiscais da empresa; não transportar mercadoria desacompanhada de nota fiscal; manter escrituração fiscal (Escrituração Contábil Fiscal, ou “ECF”, transmitida anualmente para o Sistema Público de Escrituração Digital, conhecido como “Sped” até o último dia do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário) (PAULSEN, 2019). Na contabilidade, uma obrigação muito utilizada é a entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, ou “DCTF”. Esta deve conter informações dos débitos de tributos que estudaremos como CSLL, PIS e Cofins e, a depender da empresa, caso tenha elevada receita bruta, ou que tenha um somatório de débitos muito expressivo, a obrigação será considerada semestral, não anual. Vale dizer que a DCTF tem natureza de confissão de dívida, instituto muito estudado no Direito Civil e que pode ser feita de várias formas, como os instrumentos particulares de confissão de dívida feitos em cartórios de notas (por meio de escrituras). Este instrumento tem força de título executivo, ou seja, com as informações prestadas, o Fisco pode executar algum crédito tributário que entenda ser devido Já as multas tributárias, que decorrem do descumprimento de obrigações, embora não sejam tributos, são consideradas obrigações tributárias principais, para que sejam submetidas ao mesmo regime de constituição, discussão administrativa (em caso de defesa ou recurso do contribuinte), inscrição em dívida ativa e execução. Assim, multas tributárias e tributos são postas no mesmo patamar por questões organizacionais, para serem cobradas conjuntamente (art. 113, §3° do CTN). São compulsórias porque a Constituição assim define e justamente por não depender da vontade do contribuinte, mas da lei, é que independem também da capacidade civil da pessoa física, ou da empresa estar regularmente constituída.E, mesmo se duas pessoas contratam entre si estabelecendo responsabilidades tributárias entre ambas, isto será inoponível à Fazenda Pública, isto é, não poderá ser alegado por qualquer uma delas com o intuito de escusar-se de sua obrigação - vide arts. 123 e 126 do CTN (PAULSEN, 2019). As obrigações tributárias estão descritas no art. 113 do CTN e também se sujeitam à legalidade, dos arts. 150 da CF e 97, inc. V, do CTN. A mesma lei que deve prevê-las deve, também, prever que o ente seja competente para ditá-las (como a Lei n° 9.799/99, que autoriza a Secretaria da Receita Federal a dispor sobre as obrigações acessórias relativas a impostos e contribuições que administra, como o de imposto de renda). 3.1 ASPECTOS DA NORMA TRIBUTÁRIA IMPOSITIVA É importante salientarmos que a norma que institui o tributo define a hipótese de incidência (ou “antecedente da norma”) e, também, a obrigação (ou “consequente da norma”). São seus dois componentes indissociáveis, embora possamos separá-los para fins didáticos. Hipótese de incidência (como prevista no CTN, art. 19) é a previsão de uma situação diante da qual poderá surtir o efeito jurídico de gerar a obrigação de pagar. Fato gerador (vide arts. 114, 115 e 118 do CTN) é a concretização, no plano fático, de uma situação efetivamente ocorrida, que atrai a incidência da norma, seja uma situação de fato, seja uma situação jurídica constituída, independentemente de sua validade ou dos efeitos efetivamente ocorridos destes fatos. Ocorrendo o fato concreto (fato gerador), previsto na norma (hipótese de incidência), haverá a subsunção, o enquadramento do fato à norma, para efeitos de sua aplicação. Não importa sua validade ou efeitos. Por exemplo, prestado o serviço de telefonia, incide ICMS sobre a empresa, ainda que o consumidor não pague a conta telefônica. A empresa não pode deixar de pagar o tributo simplesmente porque alguém não pagou a conta, não competindo ao Estado zelar para que as pessoas cumpram suas obrigações contratuais umas para com as outras. Outro ponto importante dentro da questão são as situações jurídicas condicionais (como uma promessa de compra e venda, ato que se perfectibilizará no futuro). Sobre eles, o art. 117 estipula que, caso haja condição suspensiva (que suspenda o contrato até que ocorra algo nele especificado), serão considerados perfeitos, isto é, concluídos, desde o momento em que forem adimplidos; isto é, assim que ambas as partes cumprirem as obrigações e condições contratuais (quando houver a compra e venda e o pagamento, por exemplo); ou, no caso de condição resolutória (isto é, enquanto esta não se realiza, o negócio permanece vigente), são considerados acabados quando praticado o ato, ou celebrado o negócio. No antecedente, temos aspectos materiais, espaciais e temporais: o fato gerador (o fato que dá origem ao dever de pagar tributo ou cumprir determinada obrigação instrumental); o território (como, por exemplo o território do Município no qual efetivamente prestado um serviço, para efeitos de tributação do Imposto Sobre Serviços - ISS); e o momento quando será aplicada. No consequente, temos os efeitos jurídicos, ligados tanto ao aspecto pessoal (ou “quem”, isto é, os sujeitos ativo e passivo) e quantitativo (“quanto” - critérios para o cálculo do montante devido, seja valor fixo, seja um percentual, ou alíquota) (PAULSEN, 2019). Se a norma é incompleta, ela não assegura ao sujeito passivo (como o contribuinte) a certeza quanto ao surgimento e ao conteúdo da suposta obrigação tributária. Por óbvio que, por vezes, um dos cinco aspectos não constará de modo expresso, cabendo ao intérprete e aplicador da norma utilizar-se dos métodos de interpretação e integração. 3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS GERADORES Como já adiantamos, fato gerador é aquele que dá origem ao dever de pagar tributo ou cumprir determinada obrigação instrumental. Pode ser classificado em instantâneo (se ocorrer isoladamente e for plenamente identificável, como a saída de um produto industrializado de um estabelecimento industrial); continuado (que se perpetua, como a propriedade de um imóvel); ou completo (também chamado “fato gerador de período”, que envolve diversos fatos como rendimentos anuais, lucro real trimestral ou anual da pessoa jurídica levando em conta despesas, receitas, adições, exclusões, compensações) (PAULSEN, 2019). Também pode se dividir em fato gerador vinculado e não vinculado. O primeiro é realizado pela Administração (quando presta um serviço de recolhimento e cobra a respectiva taxa, como o caso do lixo, ou quando exerce a fiscalização para renovação de licença de funcionamento e, respectivamente, cobra o alvará); e o segundo, liga-se à atividade do contribuinte, quando tem imóvel (IPTU/ITR), aufere renda (IR), promove a saída de mercadoria de um estabelecimento (ICMS), importa algum produto estrangeiro (II), realiza operações financeiras (IOF). Não é porque dizemos que o fato gerador é vinculado, que o produto da arrecadação do tributo necessariamente estará vinculado a uma destinação. Neste momento, a tratamos da vinculação apenas do fato gerador! Sobre a receita arrecadada, trataremos em momento oportuno. Sobre a relação jurídico-tributária, vejamos o seguinte quadro: Quadro 2 - Relação jurídico-tributária Fonte: Sabbag (2019, p. 107). Por fim, devemos falar sobre o lugar onde o sujeito passivo é chamado a cumprir seus deveres tributários: o domicílio tributário. Via de regra, o sujeito passivo poderá elegê-lo e, caso não o faça, serão aplicados os incisos I a III do art. 127, do CTN; os quais, se não puderem ser aplicados, ou se a Administração recusar o domicílio de eleição, aplica-se o §1° (que indica que o domicílio será o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que originaram a obrigação). 4 COMPETÊNCIA Sobre o tema competência (arts. 153 a 156 da CF), divide-se em duas vertentes: para instituir (competência para legislar sobre o direito tributário) e para cobrar tributos. Embora o exercício da competência tributária seja facultativo (cabendo ao ente decidir sobre exercê-la), ela não pode ser transferida, nem delegada, pelo que se afirma que ela é intransferível, irrenunciável e indelegável (arts. 7°, caput e 8° do CTN). Diferente, é a capacidade tributária ativa, isto é, a capacidade de realizar atos de fiscalização e arrecadação, que é delegável e pode ser transferida de um ente, delegante a outro, delegatário (como, por exemplo, quando a União, competente para instituir determinado tributo federal confere a uma autarquia as tarefas de fiscalizá-lo e arrecadá-lo). Neste caso, pode até ser que a lei permita que os recursos arrecadados sejam de livre disponibilidade da entidade delegatária, para que os utilize em suas finalidades institucionais. Esse fenômeno é chamado de parafiscalidade e ocorre com algumas espécies de tributos conhecidos como contribuições sociais (vide art. 149 do CTN) (SABBAG, 2019). A competência tributária admite algumas classificações. Vejamos: a) Competência privativa: é o poder para instituir os tributos que constam na CF, peculiares de cada ente; e outros como empréstimo compulsório (art. 148 da CF), que é de competência da União. E a Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública (conhecido como CIP, ou COSIP, previsto no art. 149-A), de competência dos Municípios e do Distrito Federal. Pode ser delegada; b) Competência comum: comum a todos os entes, aplica-se aos tributos vinculados, isto é, àqueles em que há uma contraprestação específica do Estado (como as taxas e contribuições de melhoria, a serem detalhadas na Aula 3, que existem porque o Estado presta um serviço, ou realiza alguma obra pública que, consequentemente, valorize o imóvel do cidadão); c) Competência cumulativa: prevista no art. 147 da Constituição, é o poder de legislar sobre a instituição de impostos na base territorial de um ente em outro, mais especificamente, à possibilidade de a Uniãoinstituir impostos estaduais e municipais nos territórios federais, respeitados os limites da lei e, também, à possibilidade de o Distrito Federal instituir impostos municipais em seu território. Vale dizer que, embora o artigo trate de “impostos”, vale para todos os tributos; d) Competência especial: é o poder de instituir os tributos especiais dos arts. 148 e 149 (empréstimos compulsórios e contribuições especiais); e) Competência residual: prevista nos arts. 154, inc. I e 195, §4°, trata-se do poder de instituir um tributo diferente dos que já existem. Os impostos novos e as contribuições para a seguridade social (como a COFINS), deverão ser instituídos somente pela União e por meio de lei complementar, não podendo cumular, nem coincidir com o fato gerador ou a base de cálculo (a base sobre a qual incidirá o percentual) de outro imposto ou contribuição; f) Competência extraordinária: é do poder da União de instituir o imposto extraordinário de guerra (IEG), previsto nos arts. 154, inc. II da CF e 76 do CTN, que poderá adotar qualquer fato gerador, ainda que de outro tributo (permitindo-se, neste caso, o bis in idem, ou a tributação de uma pessoa sobre a mesma razão, mais de uma vez) e tem como objetivo gerar recursos para manter as forças armadas; é instituído por lei ordinária federal ou Medida Provisória (veículos normativos de aprovação mais rápida); tem caráter provisório (extingue ao cessar a guerra); não necessita observar limitações como a anterioridade; não é restituído e nem tem sua receita vinculada a algum órgão, fundo ou despesa (SABBAG, 2019). Podemos resumir a competência tributária da seguinte forma: Quadro 3 – Classificação da competência tributária Fonte: Sabbag (2019, p. 37). 5 O SUJEITO PASSIVO Vamos agora analisar o outro lado da relação jurídica tributária: o sujeito passivo (isto é, os particulares, pessoas físicas ou jurídicas, que devem cumprir obrigações tributárias principais ou acessórias perante o Estado Fiscal) e que pode ser dividido em direto (contribuinte) e indireto (responsável). 5.1 CONTRIBUINTE Possui relação direta e pessoal com o fato gerador (art. 121, parágrafo único, inciso I do CTN). A exemplo, aquele que aufere renda é o contribuinte do Imposto de Renda, assim como o proprietário de um veículo será o contribuinte do IPVA. 5.2 RESPONSÁVEL Embora não seja contribuinte do tributo, não tendo relação direta com o fato gerador, a lei, mais precisamente o art. 128 do CTN, o define como responsável pelo seu pagamento (SABBAG, 2019). A responsabilidade se subdivide em responsabilidade por transferência e por substituição. Vejamos os aspectos principais de cada uma: a) Responsabilidade por transferência: a lei define quem é o contribuinte, mas transfere o dever de pagar o tributo a outra pessoa, tendo em vista eventos futuros ao surgimento desta obrigação tributária de pagar. Subdivide-se em: a.1) Solidariedade tributária passiva (art. 124, CTN): todos os devedores respondem pelo todo, não havendo benefício de ordem, de forma que o Estado pode escolher qualquer um para que pague o total da obrigação principal. Ou essa modalidade ocorre de forma natural (sendo chamada de solidariedade natural, ou seja, todos os sujeitos envolvidos têm naturalmente um interesse comum no fato gerador da obrigação principal), ou porque a lei assim define (solidariedade legal); a.2) Responsabilidade dos sucessores (arts. 129 a 133 do CTN): Ocorre no caso de morte ou desaparecimento do devedor original. Ou ela se transmitirá ao espólio (que, no Direito Civil, representa o conjunto dos bens, dos direitos e das obrigações de uma pessoa falecida e que será partilhado, no inventário, entre os herdeiros), o que chamamos de transferência causa mortis; ou ela será transmitida inter vivos, caso, por exemplo, de sucessão mobiliária (de bens móveis), imobiliária (imóveis), comercial (estabelecimentos comerciais, industriais ou profissionais), ou empresarial (transmissão decorrente de fusão, incorporação, cisão ou transformação de empresa); e abrangerá os créditos já definitivamente constituídos, isto é, aquilo que já foi formalizado pelo lançamento e, também, aquilo que ainda está em processo de constituição e o que não foi constituído, mas que diz respeito a fatos anteriores à sucessão. No caso de sucessão imobiliária, o sujeito passivo passa a ser o novo proprietário ou posseiro quanto aos tributos incidentes sobre o imóvel. Excepcionalmente, o adquirente irá se eximir desta responsabilidade ou caso conste na escritura de transmissão de propriedade a certidão negativa expedida pela Fazenda, ou no caso de o imóvel ter sido arrematado em hasta pública (leilão), pois, neste, o montante de dívidas já estará incluído no montante pago pelo imóvel. No caso de sucessão mobiliária, não há exceções, o adquirente sempre terá responsabilidade. Na hipótese de sucessão comercial, quando uma pessoa física ou jurídica adquire outra pessoa jurídica e continua a explorar o empreendimento, utilizando-se da estrutura anterior, será possível responsabilizar o sucessor pelos tributos devidos até a data do ato de aquisição (é necessário que haja continuidade na exploração da atividade). E essa responsabilidade será integral ou subsidiária, isto é, se o alienante cessa a exploração e não retoma qualquer atividade no período de seis meses a contar da alienação, o adquirente responde integralmente pelos débitos; se não, será de forma subsidiária. Exceção: o adquirente não será responsabilizado caso adquira empresa em processo de falência ou recuperação judicial (no que diz respeito aos tributos anteriores à aquisição), o que só não se aplica caso haja envolvimento entre alienante e devedor (parentesco, sociedade), ou se a recuperação judicial for pleiteada de forma indevida, com fins diversos. Esta responsabilização abrange as multas. Por fim, quanto à sucessão empresarial, que acaba por extinguir uma pessoa jurídica, aquela que continuar a exploração da atividade pelo sócio remanescente, ou seu espólio, sob mesma razão social ou não, ou sob firma individual (após fundir, transformar, incorporar, cindir), será responsável pelas dívidas anteriores. Isto também abrange as multas (SABBAG, 2019). a.3) Responsabilidade de terceiros: subdividida em: a.3.1) Responsabilidade solidária (art. 134 do CTN): apesar de solidária, trata-se mais de uma responsabilidade subsidiária. Ocorre nos casos nos quais é impossível exigir do contribuinte (que pode estar interditado, não ter idade, ter falecido ou se encontrar em processo de falência, por exemplo) o cumprimento da obrigação principal, mas existe uma outra pessoa responsável pelo patrimônio deste contribuinte. Esta outra pessoa responderá solidariamente nos atos em que intervier ou pelas omissões de que for responsável. Note-se que o responsável possui um dever legal em relação ao patrimônio do contribuinte, deve ter colaborado para o não pagamento do tributo, enquanto administrador dos bens do contribuinte por ele representado (SABBAG, 2019). O art. 134 cita os responsáveis: os pais, ao zelarem pelos bens de filhos menores; os tutores e curadores, ao administrarem os bens dos tutelados e curatelados; os administradores de bens; os inventariantes (que administram o patrimônio do espólio até a sentença do inventário); os tabeliães e outros serventuários de ofício, caso não exijam a comprovação do pagamento incidente sobre os atos que devam praticar (pois, caso não pago o tributo, como por exemplo, não pago por aquele que recebeu uma doação o ITCMD, eles serão responsabilizados); os sócios, no caso de liquidação de uma pessoa jurídica (não valendo a regra de serem sociedades limitadas, de forma que os sócios responderão subsidiariamente e ilimitadamente pelas dívidas sociais); os síndicos (ou comissários) da massa falida (aqueles que anteriormente eram chamados de administradores judiciais). A incapacidade civil é a limitação, por meio de lei ou por decisão judicial,do exercício da vida civil de um indivíduo, que sempre terá direitos e deveres, mas será considerado inapto para seu exercício ou gozo, seja de forma relativa, seja de forma absoluta. Para isto, leia os arts. 3° a 5° do Código Civil. No entanto, embora estes contribuintes não tenham capacidade de exercerem seus direitos, possuem capacidade tributária passiva, isto é, são considerados devedores de tributos, como prevê o art. 126 do CTN. a.3.2) Responsabilidade pessoal do art. 135 do CTN: por este dispositivo, é estabelecida uma modalidade de responsabilidade pessoal e exclusiva das pessoas nele mencionadas, que podem ser tanto aquelas indicadas no item anterior (item “a.3.1” acima), ou os mandatários, prepostos e empregados, ou os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado (art. 135 do CTN), ou um funcionário público competente para emitir certidões de regularidade fiscal (art. 208 do CTN). Ou o sujeito age além dos poderes que possui, além de suas atribuições, ou atua de forma fraudulenta, com dolo; isto é, ciente e desejoso de atuar daquela forma contrária à lei e à boa-fé, contrária à constituição da empresa, como no caso em que sócios encerram uma empresa irregularmente sem obedecer aos comandos da lei, nem formalizar a dissolução. Neste caso, a responsabilidade abrange toda a multa devida pela representada. No caso da administração de uma sociedade, os sócios responsáveis pelo art. 135 são aqueles que tinham poderes de administração quando ocorreu o fato. Devemos nos atentar que nem todo sócio tem poderes de administração e há quem tenha sido administrador em período diferente daquele em que ocorreu o ato. a.4) Responsabilidade por infrações: De acordo com o art. 136 do CTN, aquele que pratica uma infração será responsabilizado independentemente de dolo ou culpa, isto é, não importa sua intenção (basta ter cometido algum ato contrário à lei tributária). No entanto, pode ser que lei ordinária seja editada determinado que, em certos casos, infrações sejam puníveis considerando-se a vontade do sujeito (SABBAG, 2019). No caso, quanto à multa, embora tenha caráter penal, não pode ser aplicada quando o contribuinte age de boa-fé, isto é, sem intenção de lesionar o Estado (sobre isto, exemplificaremos na Aula 3, no tópico relativo ao ICMS). Temos também a responsabilidade por infrações do art. 137, de acordo com o qual, em seu inciso I, se a conduta não é somente contrária a lei, mas contrária e criminosa (crime ou contravenção), a depender da gravidade, será afastada a responsabilização da pessoa jurídica para atingir seus dirigentes. No Brasil, os crimes tributários são, também, infrações fiscais. Assim, há sanções no direito penal (como pena privativa de liberdade) e sanção fiscal (multa) e os sócios- gerentes serão pessoalmente responsabilizados, a não ser que a infração seja realizada no regular exercício da administração, ou caso seja cometida no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. Em alguns casos, como dispõe os incisos seguintes (inc. II e III), a responsabilização será pessoal também nos casos em que a lei exigir que, para que algo seja considerado infração, seja provado o elemento subjetivo (se o sujeito agiu com culpa ou dolo, ou, até mesmo, se agiu com dolo específico. Neste caso, se o sujeito teve exatamente o intuito de chegar àquele resultado criminoso, ou de ao menos exercer aquela conduta criminosa, ciente do que ela representava). Também será pessoal a responsabilização daqueles que agem contra seus representados, indicados anteriormente, com intenção de prejudicá-los para obter vantagem indevida, como o síndico que pratica o ato contra a massa falida; o inventariante contra os bens do espólio; o pai contra o filho menor; o tutor contra o tutelado; o preposto, mandante ou empregado contra o preponente, mandante, empregador; o diretor, gerente ou representante contra a pessoa jurídica, etc.). Nestes casos, os agentes são responsabilizados, e não os contribuintes (SABBAG, 2019). Há um instituto importante no estudo das infrações tributárias, denominado “denúncia espontânea”. Ocorre quando o contribuinte comparece à repartição fiscal (a uma unidade da Receita Federal, por exemplo) e, antes que o Fisco comece qualquer procedimento fiscal (isto é, a denúncia deve ser uma “novidade” ao Fisco), declara a ocorrência de uma infração e efetua o pagamento dos tributos em atraso, se houver, regularizando sua situação, evitando a aplicação de multa etc. (a não ser que haja outros tributos em atraso, neste caso, a fiscalização prosseguirá com seus atos de praxe). Vale dizer que, apesar da possibilidade de não-aplicação de multa, os juros e a correção monetária continuarão a integrar o débito. A doutrina, isto é, os estudiosos, defende que não sejam excluídas apenas multas de mora (isto é, aquelas relativas ao atraso), mas também as multas punitivas. O que faz sentido, porque, simultaneamente, absolver o infrator na esfera administrativa e condená-lo na esfera penal revela-se uma conduta um tanto quanto incoerente, além de incompatível com o Estado de Direito (SABBAG, 2019). Para saber mais, leia o art. 19 do CTN. Muitos contribuintes procedem ao exercício de um direito chamado consulta fiscal ou tributária, quando leva algum questionamento ao Fisco sobre dispositivos da legislação tributária e sua aplicação a determinados fatos. Sobre isto, é importante afirmar que órgãos da Administração, entidades representativas de categorias econômicas ou profissionais (como a OAB) também podem realizá-la; das respostas não cabe recurso ou pedido de reconsideração (a não ser que haja divergência de conclusões entre soluções sobre mesma matéria) e que a solução deste processo representa, somente, a opinião do Fisco. Não se trata de norma nem de uma interpretação final. E, como estamos falando de infrações tributárias, no caso da denúncia espontânea ocorrerá como nas consultas, já que, enquanto pendente de apreciação uma consulta fiscal, o contribuinte que apresentou a consulta fica salvo de penalidades pecuniárias. Para isto, leia os arts. 138 e 161, §2° do CTN. b) Responsabilidade por substituição: neste caso, a lei define que qualquer pessoa será responsável no lugar do contribuinte, desde a ocorrência do fato gerador, independentemente de eventos futuros. Ocorre, por exemplo, no caso em que o empregado é o contribuinte do imposto de renda, mas a fonte pagadora (a empresa) é que o recolhe, por meio do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) (SABBAG, 2019). É subdividida em: b.1) Substituição para trás (ou regressiva): O recolhimento do tributo é adiado para um momento posterior à ocorrência do fato gerador, que fica para trás do recolhimento. Por exemplo, o pagamento do ICMS é adiado para o substituto tributário; b.2) Substituição para frente (ou progressiva): O fato gerador, ao contrário, ocorre para frente, porque, neste caso, o tributo é antecipado, e não adiado. O tributo será antecipado pelo sujeito chamado “substituto”, que o recolherá, em nome de toda a cadeia tributária (da indústria ao consumidor, por exemplo), os valores devidos pelos “substituídos”. Esta antecipação será feita com base num valor estimado, como ocorre nos casos em que indústrias vendem diretamente a empresas varejistas e, estas, ao consumidor final. O industrial responderá como contribuinte, ao vender para o varejista, e responderá como substituto, pela venda do varejista ao consumidor final. Assim, deve recolher o imposto sobre o valor real da venda ao varejista e sobre o valor estimado, no caso da venda do varejista ao consumidor. Já o varejista não estará obrigado a recolher o tributo, pois não é o substituto, e sim o substituído (é a operação futura do substituído que será fundamento para a base de cálculo) e esta operação do varejista será chamada de “fato gerador presumido”, para fins de apuração do imposto devido pelo substituto. Produtos de alto consumo, tributáveis pelo ICMS,sujeitam-se a este regime, como refrigerantes, combustíveis, medicamentos, aparelhos celulares etc. A substituição progressiva pode facilitar a fiscalização e a torná-la menos rigorosa, já que é muito mais cômodo à Fazenda fiscalizar as distribuidoras que os varejistas (cuja quantidade é sempre maior), além de garantir maior arrecadação dos tributos. No entanto, esta sistemática se afigura prejudicial aos pequenos negócios, que podem ser afetados economicamente, pois, uma vez presumida, a de cálculo poderá ser muito maior e, assim, o substituto pagará muito mais do que deveria se, em vez basear-se em presunção, a alíquota incidisse sobre o real valor sobre a real base de cálculo. Acerca do tema, temos os seguintes quadros sinóticos: Quadro 4 – A obrigação tributária Fonte: Sabbag (2019, p. 107). Quadro 5 – Tipos de responsabilidade tributária Fonte: Sabbag (2019, p. 125). 6 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO O crédito tributário, isto é, o crédito que a Fazenda possui em face do contribuinte ou responsável, passa a ser exigível a partir de um ato denominado lançamento tributário, delimitado pelo art. 142 do CTN. Trata-se de ato administrativo obrigatório e vinculado à lei, por meio do qual a autoridade fiscal constitui o crédito, ao verificar a ocorrência de um fato gerador, ao qualificar a obrigação decorrente, ao determinar o que será tributável, ao apurar o montante devido e ao identificar o devedor. Todavia, por vezes, poderá haver participação do contribuinte no ato de lançar e, a depender do grau de participação, o lançamento poderá ser classificado em: a) Lançamento direto, de ofício ou ex officio: previsto no art. 149, do CTN, esta modalidade indica que este procedimento será efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos casos em que a lei determinar; quando houver prazo e formalidades legais para o particular observar ao prestar uma declaração, e não o fizer; quando, após entregue a declaração, este particular for instado a atender um pedido de esclarecimento feito pela autoridade administrativa e se recusar a prestá-lo, ou prestá-lo de forma insatisfatória; quando restar comprovada falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento declarado que seja obrigatório, ou quando realizar a antecipação de um tributo; quando uma ação ou omissão, seja do sujeito, seja de terceiro obrigado por lei, ensejar a aplicação de uma penalidade pecuniária (multa), ou quando algum destes tiver agido com dolo, fraude ou simulação; quando tiver de ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião de um lançamento anteriormente realizado; quando ficar comprovado que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial; b) Lançamento misto ou por declaração (art. 147): conforme art. 147 do CTN, o contribuinte presta informações por meio de declaração (comum em casos de importação e exportação) e o Fisco, a partir destas informações, lança o crédito tributário; c) Lançamento por homologação ou autolançamento: neste, considerada a modalidade mais comum, o contribuinte participa direta e ativamente, calculando e pagando o tributo, devendo o fisco apenas homologá-lo (e, claro, verificar a veracidade das informações antes de homologar), como nos casos de ICMS, IR, IPI, PIS, COFINS, CSLL e outros (vide art. 150 do CTN). 7 SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Vamos, agora, tratar de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário. Antes, devemos ter em mente que todas as hipóteses estão previstas no CTN, o qual, em seu art. 141, estabelece que "O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica, ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta lei [...]" (BRASIL, online). No que tange à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, quando ela ocorrer, a Fazenda ficará impedida de cobrar, ou executá-lo, mas o sujeito passivo continua obrigado ao cumprimento das obrigações acessórias (como prestar declaração, manter escrituração fiscal, permitir a presença de um fiscal na empresa, entre outras), que não serão suspensas. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário (isto é, apenas aquele relativo à obrigação principal) poderá se dar nas seguintes hipóteses, arroladas no art. 151 do CTN: a) Moratória (arts. 152 a 155 do CTN): trata-se da dilação do prazo de pagamento, quando o sujeito passivo cumpre alguns requisitos obrigatórios e facultativos, como os do art. 153. Por meio de lei ordinária, o ente pode permitir que o sujeito passivo pague o tributo, ainda que em cota única, com vencimento prorrogado. Pode se dar de forma geral, sem a necessidade de participação da autoridade fazendária, ou individual, por meio de um despacho administrativo dado por essa autoridade. A forma geral ainda é dividida em duas modalidades: autônoma e heterônoma. Na primeira, o detentor da competência tributária é quem concede (por exemplo, se a União concede moratória do IPI, de sua competência). Na segunda, há a possibilidade de a União conceder moratória quanto a tributos de competência dos outros entes. Também se divide em total ou parcial. Na moratória total, é concedida em todo o território; na parcial, apenas em uma parte dele O art. 154 do Código determina os créditos aos quais ela se aplica (quais sejam, os que foram constituídos de forma definitiva, ou aqueles cujo lançamento se iniciou). Por fim, o art. 155 trata da possibilidade de se anular ou cassar a moratória, quando o beneficiado não cumprir com as condições da lei. Neste caso, teremos duas situações: se ele agiu de boa-fé, deverá parar o tributo acrescido de juros. Caso contrário, será aplicada multa de ofício, e o prazo para prescrever o direito da Fazenda será suspenso, além do tributo e dos juros (SABBAG, 2019). b) Depósito do montante integral: refere-se ao depósito em dinheiro do tributo acrescido de juros e multa, conforme exigido pelo Fisco. Este direito é exercido, inclusive, quando a exigibilidade do crédito já está suspensa, para que se evite a incidência de juros. c) Reclamações e recursos administrativos: quando o sujeito passivo, no exercício de seu direito de petição e de ampla defesa, defende seus direitos e interesses, perante a Administração (antes de levar ao Judiciário e de ter custos com um processo judicial), contra autuações realizadas. E, caso o faça tempestivamente, isto é, dentro do prazo previsto em lei, isto configura causa de suspensão até que a lide seja resolvida. d) Concessão de liminar: d.1) Liminar em mandado de segurança: esta modalidade de ação está prevista na Constituição (art. 5°, inc. LXIX) e na Lei 12.016/2009. Caso o juiz, ao julgar analisar mandado de segurança, mande, em caráter liminar (isto é, por cautela, atendendo pedidos da parte e verificando relevância nos fundamentos do pedido, bem como eventual prejuízo caso não seja deferida a medida, e não de forma definitiva) suspender um ato da Fazenda, estará suspendendo, também, a exigibilidade do crédito tributário; d.2) Liminar em ação cautelar: medida judicial ajuizada no intuito, por exemplo, de resguardar um direito, antes de uma ação principal, na qual a liminar pode suspender a exigibilidade do crédito tributário (este tipo de ação não é muito utilizado atualmente, com mudanças trazidas na legislação que regula o processo civil); d.3) Liminar em outras ações judiciais: neste caso, em ações que estudaremos na Aula 4, quando houver probabilidade do direito alegado pela parte e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, caso a liminar não seja deferida. Nestes casos de suspensão, o Fisco poderá efetuar o lançamento (por se tratar apenas de um ato de apuração e formalização do crédito tributário), até mesmo para evitar que seu direito de lançar o crédito decaia (pois, passado o prazo para lançar, o Fisco perderá este Direito). No entanto, apesar de poderefetuar o lançamento, não poderá proceder aos demais atos de cobrança que ainda serão estudados, como inscrever o crédito em dívida ativa, exigir o pagamento ou executá-lo judicialmente. Inclusive, havendo débitos em nome de determinado contribuinte, este não poderá obter a Certidão Negativa de Débitos (CND), muito utilizada por empresas ao participar de licitações, como requisito à comprovação de sua regularidade; mas, se estes débitos estiverem todos suspensos, poderá obter a Certidão Positiva de Débitos com Efeitos de Negativa (CPD-EN), que possui praticamente o mesmo efeito, ao indicar a existência de débitos, mas que ainda estão sendo discutidos e que, assim, não podem prejudicar o sujeito passivo por ainda não haver certeza de sua validade em constar naquele documento. 8 EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Com a extinção, o crédito tributário deixa de existir. Isto ocorre nas seguintes hipóteses, trazidas pelo art. 156 do CTN: a) Pagamento: regulado pelos arts. 157 a 169, pode se dar na modalidade direta (em dinheiro, porque, assim que realizado, não é necessária autorização legal para sua efetivação) ou indireta (com a dação em pagamento de bens imóveis, vide inc. XI do art. 156). Algumas regras estipuladas pela legislação regulam o pagamento, como as que seguem: a.1) No caso de consultas tributárias, caso se defina que determinado tributo será devido após o sujeito passivo consultar o ente, de boa-fé, estará dispensado dos juros e multa, sendo devido só o valor principal e a correção monetária; a.2) Pagamentos “a maior” deverão ser restituídos por meio da ação competente (“ação de repetição de indébito”) no prazo de 5 (cinco) anos, contados da extinção pelo pagamento, isto é, da data do pagamento, mesmo quando feito antecipadamente e mesmo que o Fisco não o tenha homologado (e, mesmo que tenha sido feito pedido administrativo, antes do judicial, não se suspende este prazo, devendo o sujeito passivo se atentar para esta determinação) (SABBAG, 2019); b) Compensação (arts. 170 e 170-A do CTN): forma indireta de extinção, é realizada pelo encontro de créditos e débitos. Depende de autorização da lei, já que o contribuinte não pode verificar a certeza e a liquidez de seu crédito sem a homologação do Poder Executivo ou do Poder Judiciário (neste último caso, observados os limites impostos pela lei); Nos lançamentos por homologação, o contribuinte pode fazer a compensação na DCTF, à qual nos referimos no item 3. Neste caso, o fisco deverá homologar posteriormente. Caso a compensação seja pelas vias judiciais, isto é, quando o contribuinte pagou determinado tributo que entende devido pela invalidade da lei que o instituiu e assim, ingresse judicialmente com o pedido, se a lei ainda estiver em vigor, será necessário aguardar o trânsito em julgado da decisão, ou seja, que dela não caiba mais recurso algum, não podendo haver compensação por liminar ou por antecipação de tutela). E se o pedido de compensação for em razão de lei julgada inconstitucional pelo STF, se envolver alguma Resolução do Senado a respeito, ou se for por mero erro de cálculo, será permitido de plano. c) Transação (art. 171 do CTN): representa o acordo ou concessões recíprocas entre Estado e contribuinte, dando encerramento a um conflito de interesses entre eles. A transação depende de lei autorizativa; d) Remissão (Art. 172, CTN): é o perdão da dívida dado pelo Fisco e também depende de lei; e) Prescrição e decadência: são institutos que fulminam o direito material ou o direito de agir de uma parte, caso esta demore em invocá-lo. A grosso modo, isto existe para que a outra parte tenha maior segurança jurídica, para que as coisas tenham certos prazos e as pessoas possam agir dentro deste prazo, empenhando-se para não prolongarem os conflitos e, eventualmente, perderem seus direitos. No caso, a decadência extingue o direito material (o direito relativo ao fato jurídico) e a prescrição, o direito processual (a parte formal, de exigir seus direitos materiais). Por exemplo, o fisco constitui o crédito pelo lançamento e, depois, o cobra, propondo uma ação de execução fiscal. O lançamento do crédito tributário diz respeito ao direito material e, a cobrança do crédito tributário, o direito processual. Assim, caso o Fisco demore a efetuar o lançamento, poderá ocorrer a decadência; caso demore a cobrar o crédito, poderá ocorrer a prescrição. Detalharemos estes dois itens em outra aula; f) Conversão do depósito em renda: ocorre quando o valor depositado no processo (administrativo ou judicial) é convertido em renda em favor do Estado (sujeito ativo), após sobrevir decisão favorável ao Fisco. Ou seja, com o depósito do valor integral, enquanto perdura o processo, ocorre a suspensão da exigibilidade. Com o julgamento do processo e a conversão em renda deste valor (Caso integral), ocorre a extinção (SABBAG, 2019); g) Pagamento antecipado e a homologação do lançamento: se, nos casos de lançamento por homologação, o contribuinte antecipa o pagamento e o fisco o homologa, tem-se que o crédito tributário está extinto. Se o Fisco não homologa no prazo legal e se operar a decadência, perderá o direito de cobrar uma possível diferença, considerando-se que a ausência de homologação no prazo dado pela lei será tida como “homologação tácita”, isto é, não expressa; h) Consignação em pagamento (art. 164 do CTN): A ação de consignação (prevista nos arts. 539 a 549 do atual Código de Processo Civil), ao terminar, irá extinguir o crédito tributário. É geralmente proposta pelo sujeito passivo quando a Administração se recusa a receber o tributo; quando condiciona seu pagamento ao pagamento de outro tributo, penalidade ou obrigação acessória; impõe exigências sem fundamento ou sem previsão em lei; quando exige, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, tributo idêntico sobre mesmo fato gerador (o que chamamos de bitributação, que, ao contrário do bis in idem, não representa a hipótese de um ente cobrar duas vezes, mas dois entes cobrarem igualmente de uma mesma pessoa). Julgada procedente a ação de consignação (isto é, se o sujeito passivo sair vitorioso), o pagamento se reputa efetuado, extinguindo o crédito tributário, e a importância consignada será convertida em renda em favor do sujeito ativo. Se julgada improcedente, no todo ou em parte, será cobrado o crédito, acrescido de juros de mora, sem prejuízo de outras penalidades (SABBAG, 2019); i) Decisão administrativa irreformável: caso a decisão seja favorável ao contribuinte, e não couber mais recurso (isto é, caso seja proferida pela última instância ou, caso seja proferida por instâncias inferiores, a parte contrária não recorrer no prazo legal e, assim, a decisão “transitar em julgado”), não haverá o que a Administração fazer; j) Decisão judicial passada em julgado: igualmente quanto ao item anterior; k) Dação em pagamento: como já tratamos, é válida apenas para bens imóveis e depende de lei autorizadora que a discipline. 9 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Haverá a exclusão do crédito tributário quando seu lançamento é impedido, isto é, o crédito nem chega a ser constituído. No entanto, assim como nos casos de suspensão, o beneficiado pela exclusão não tem dispensado o cumprimento das obrigações acessórias. Existem apenas duas formas de excluir o crédito tributário: por meio de isenção e de anistia, como disposto no art. 175 do CTN. A isenção, como já vimos, é a dispensa do pagamento do tributo devido, feita por meio de lei específica (continua a existir o tributo, o fato gerador está lá, mas a lei dispensou seu pagamento), conforme art. 155, §2°, XII, alínea “g” da Constituição Federal. A anistia (arts. 180 a 182 do CTN) também depende do que diz este dispositivo, mas devemos saber, também, que consiste no perdão, dado pela lei, de certas infrações cometidas anteriormente à vigência desta lei e que pode ser em caráter geral ou de forma limitada.Isto impede que a autoridade fiscal lance a respectiva penalidade pecuniária. No caso da anistia dada em caráter limitado, pode ser que o perdão seja relativo apenas a infrações cometidas quanto um certo tipo de tributo; ou penalidades pecuniárias até determinado valor; ou seja a anistia restrita a determinada região do território do ente tributante, devido a condições peculiares, entre outras condições. Mas, para isto, a infração deve ter sido cometida antes da lei que vai anistiar/perdoar as infrações já cometidas (e não as infrações futuras, que perdurarem) e deve ocorrer antes do lançamento da multa. Caso seja constituída, com apuração, definição da matéria, cálculo do montante devido e indicação do sujeito passivo, não será abarcada pela anistia. Os casos em que a anistia é proibida são: atos qualificados como crimes ou contravenções, infrações praticadas por duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, em conluio (neste segundo caso, exceto se a lei permitir). Abaixo, quadro sinótico contendo síntese destes tópicos, alguns dos quais serão melhor tratados em outras Aulas: Quadro 6 – Causas de extoção do crédito tributário Fonte: Sabbag (2019, p. 176-178). Novamente, devemos trabalhar os objetivos traçados, bem como as potencialidades e obstáculos verificados. Sendo assim, pergunte a si mesmo como progrediu desde a última reflexão; se existem oportunidades ou ações mais adequadas à sua evolução; se seus pontos fracos e fortes continuam os mesmos (buscando sempre melhorá-los); se teve sucesso nas estratégias de melhoria que criou e, se não, por que e como pode adaptá-las. Questione-se se foi possível cumprir os objetivos específicos elencados no primeiro tópico e faça nova leitura dos conteúdos seguintes, refletindo sobre o que aprendeu com o item “Sistema Tributário Nacional”; com o estudo dos tema “Tributo” e “Obrigação tributária e relação jurídico-tributária”; das regras sobre “Competência” e sobre a classificação do “Sujeito Passivo”; da análise sobre o “Lançamento tributário” e os institutos da “Suspensão do crédito tributário”, da “Extinção do crédito tributário” e da “Exclusão do crédito tributário”. Também frise para si mesmo todos os conceitos, regras e exceções apresentados e confira, no material didático, se suas respostas correspondem às informações apresentadas. Respondidas tais questões, reflita se há algum tema não compreendido em sua totalidade e o que você poderia fazer para melhorar seu estudo, bem como solucionar todas as suas dúvidas. Em seguida, utilize a Biblioteca Virtual para localizar, nas obras indicadas no Guia da Disciplina, tanto as questões que restaram pendentes de aprofundamento, quanto os temas abordados e verifique como eles são expostos por cada um dos autores citados, muitos dos quais são grandes referências na matéria. Cumpridos os passos acima, volte a se questionar de que forma cada um dos temas abordados será importante para seu aprendizado, qual sua relação com o curso escolhido e como, ou quando, poderá utilizá-los na prática. Após essa aula, você é capaz de entender a estrutura do sistema tributário nacional; Compreender o conceito de tributo, de obrigação tributária e dos elementos da relação jurídico-tributária? Analisar a competência para a instituição e para a cobrança de tributos? Caso você consiga responder a essas questões, parabéns! Você atingiu os objetivos específicos da Aula 2! Caso tenha dificuldade para responder alguma, ou algumas delas, aproveite para reler o conteúdo da aula, acessar o UNIARAXÁ virtual e interagir com seus colegas, tutor(a) e professor(a). Você não está sozinho nessa caminhada! Conte conosco Chegou o momento de complementar seu conhecimento. Vá até seu Ambiente Virtual de Aprendizagem e acesse esta aula para assistir a Video Aula RECAPITULANDO Vamos, agora, recordar os principais pontos abordados, para, enfim, continuar nosso aprendizado com as aulas que seguem. Nesta Aula, vimos a estrutura do Sistema Tributário Nacional e suas normativas, da Constituição às demais leis. Também analisamos o conceito de tributo, como adotado pelo art. 3° do Código Tributário Nacional. Aprendemos que os tributos serão cobrados a partir de um vínculo entre o Estado credor e o cidadão devedor e nos termos do que a lei determina, tendo analisadas as obrigações tributárias, suas modalidades principal e acessória, a relação jurídico-tributária, os aspectos antecedente (materiais, espaciais e temporais) e consequente (pessoal e quantitativo) da norma tributária e a classificação dos fatos geradores. Também analisamos a competência tributária e suas modalidades (privativa, comum, cumulativa, especial, residual, extraordinária), bem como a capacidade tributária, detalhamos os tipos de sujeição passiva (contribuinte e responsável, por transferência ou substituição). Vimos como se dá o lançamento (de ofício, por homologação ou misto) e, por fim, as hipóteses na qual pode ocorrer a suspensão, a extinção ou a exclusão do crédito tributário. Com isto, podemos partir para a próxima Aula, “Espécies Tributárias”, na qual aprofundaremos no estudo das espécies tributárias (impostos, taxas, contribuições, empréstimos compulsórios, contribuições sociais interventivas econômicas e contribuições profissionais), bem como entenderemos a origem, o regramento e o funcionamento dos principais impostos atualmente existentes. Até a próxima Aula! REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial da União, Brasília, DF, publ. 27 out. 1966 e retificado em 31 out. 1966. Disponível em: . Acesso em: 01 mai. 2019. CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário. 30. ed. rev., ampl. e atualiz. até a Emenda Constitucional n; 84/2014. São Paulo: Malheiros Editores, 2015. COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. 16. ed., rev. atual. e ampl. 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