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Resumo - Coferência dos mundos - Karl Popper

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Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
 INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO
Prof. Dr. Luís Carlos Silva de Sousa
CONHECIMENTO E FORMAÇÃO DA REALIDADE SEGUNDO KARL POPPER
Introdução.
O objetivo deste texto consiste em apresentar um breve resumo sobre a Conferência proferida por K. Popper em Alpbach (Áustria), em agosto de 1982. A Conferência foi posteriormente publicada, primeiro na edição austríaca (1984), e depois em várias edições. Na edição brasileira, a Conferência também foi inserida (assim como na edição original austríaca), no livro Em busca de um mundo melhor (Ed. Martins Fontes, São Paulo, 2006, p. 13-49), com o título: “Conhecimento e formação da realidade: a busca por um mundo melhor”�. A Conferência representa o primeiro capítulo da primeira parte do livro, este dividido em três partes. Pelo menos em certa medida, o capítulo introduz os principais tópicos a serem desenvolvidos ao longo da obra. Daí sua importância. 
O texto de K. Popper que pretendemos analisar está dividido, por sua vez, em três partes: (1) Conhecimento (p. 13-19), (2) Realidade (p. 19-45), e (3) Sobre a formação da realidade (p. 45-49). A mensagem central do texto consiste em afirmar (a) que o conhecimento científico é conjectural, falível e hipotético, e que o método crítico da ciência se desenvolve (b) de acordo com a competição entre teorias, segundo uma interpretação positiva (otimista) da teoria da seleção natural de Darwin. Através da invenção da linguagem e, em conseqüência, do mundo 3, podemos empregar o método da crítica racional sem o emprego da violência. A eliminação dos erros na competição entre teorias substitui a destruição seletiva da luta pela sobrevivência dos seres vivos. Assim, para K. Popper, (c) a formação da realidade irá consistir na interação entre os mundos 1, 2 e 3. A importância do mundo 3 é destacada porque, neste mundo, o mundo dos produtos humanos, habitam as teorias científicas, que são produtos da linguagem humana.
Conhecimento.
Popper considera o conhecimento das ciências naturais como o mais importante tipo de conhecimento que temos, cujas características principais são as seguintes: (a) ele parte de problemas (teóricos e práticos), mas todo conhecimento é, em particular, impregnado de teoria, inclusive nossas observações. Os problemas teóricos devem ser submetidos a rigoroso teste empírico, a fim de explicar o processo natural e efetuar predições. Além disso, (b) o conhecimento científico tem como meta a busca da verdade, isto é, teorias objetivamente verdadeiras e (c) não a certeza, pois errar é humano, e buscamos a verdade através da eliminação dos erros. O conhecimento científico é um saber hipotético, conjectural. Daí chamar de falibilista a esta postura acerca do conhecimento científico. Este é o método crítico do conhecimento científico: a eliminação dos erros, tendo como meta a verdade objetiva. 
Realidade.
A realidade é formada segundo a interação dos três mundos: mundo 1 (mundo físico), mundo 2 (mundo das vivências, dos atos psíquicos) e mundo 3 (mundo dos produtos humanos, inclusive a parte imaterial deste mundo, que são os problemas que levantamos na forma de teorias ou hipóteses).
Quando pensamos acerca da interação entre os mundos e, em particular, na relação entre física e biologia inscrita nesse processo, devemos considerar a moderna teoria darwiniana da seleção natural Há, pelo menos, duas interpretações acerca do darwinismo: uma, que é chamada de tradicional ou pessimista, e a outra, aceita por Popper, a otimista. A primeira interpretação ler a competição entre os seres vivos como conduzindo à restrição da liberdade e, enfim, à cruel destruição dos organismos envolvidos no processo natural. A melhor interpretação do darwinismo, segundo Popper, seria aquela que considera a competição como conduzindo à expansão da liberdade. Todos os seres vivos são ativos, estão ocupados com a solução de problemas e, em última instância, em busca de maior liberdade, de condições para um mundo melhor. De acordo com K. Popper, esta interpretação otimista do darwinismo se aproxima mais da verdade, explica mais.
O surgimento da consciência produziu a invenção da linguagem humana. Além das funções de expressão (I) e comunicação (II) -que são comuns ao homem e aos outros animais-, a linguagem humana permitiu a função de representação (III): inventamos proposições descritivas, sobre coisas objetivas, que podem ou não corresponder aos fatos (por ex.: seja a proposição descritiva “o gato é branco”; esta proposição será verdadeira se e somente se o gato for efetivamente branco). A invenção linguagem humana descritiva possibilitou outra invenção: a seleção consciente de teorias, que significa uma espécie de superação de si mesma da seleção natural. Em certo sentido, a seleção natural, segundo a interpretação otimista de Popper, tem o papel de nos esclarecer sobre o surgimento do mundo 3 e, conseqüentemente, a seleção crítica de teorias. A emergência da função argumentativa (IV) da linguagem humana (a busca da verdade objetiva através de argumentos críticos) conduz à invenção da crítica racional, isto é, do conhecimento científico. Este é o passo decisivo que fundamenta o mundo 3, o mundo das hipóteses científicas.
Sobre a formação da realidade.
O mundo 3 desempenha um papel fundamental na formação da realidade e, em particular, no método crítico de tentativas e erros da ciência. O método crítico ocorre como conseqüência do desenvolvimento da linguagem humana, que possibilita o levantamento de problemas, habitantes do mundo 3. A principal característica de superação da seleção natural pela seleção crítica de teorias consiste no seguinte: podemos deixar que as teorias morram em nosso lugar, sem violência. Este é o ponto fundamental do próprio desenvolvimento biológico. 
� Cf. K. POPPER, “Conhecimento e formação da realidade: a busca por um mundo melhor”. In: Em busca de um mundo melhor, São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 13-49. 
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