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Empregado Rural: Caracterização e Direitos

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DIREITO DO TRABALHO I
Profª DEISY ALVES
Empregado Rural – L. 5889/73; D. 73626/74
	A caracterização do empregado rural é fundada no segmento de atividade do empregador e no local da prestação laborativa.
	Assim, o rurícula será o empregado vinculado a empregador rural. 
	Elementos fático-jurídicos - 2 especiais + 5 gerais
	
Elementos especiais:
- Empregador rural - Trabalhou para empregador rural é empregado rural. Assim, o administrador de fazenda, datilógrafo, almoxarife ali existentes são todos rurícolas. Daí a importância da definição legal de empregador rural estampada no art. 3º da L. 5889/73. Isto porque os empregados de hotel, armazém, farmácia, bar, indústria de transformação, etc., ainda que os respectivos estabelecimentos localizem-se no campo, não são trabalhadores rurais. O conceito de trabalhador rural, portanto, decorre da circunstância de prestarem serviços em empreendimentos agroeconômicos.
Exceções: (i) categorias diferenciadas, como por exemplo os domésticos de uma fazenda. Estes não serão rurícolas, mas domésticos.
-Imóvel rural ou prédio rústico - Imóvel rural é o situado no campo. Já a prestação de serviços em prédio rústico está ligada aos trabalhadores que efetivamente exercem atividade agropastoril, para empregadores economicamente atados a tais atividades campestres, porém situados em localidades que, por exceção, ficam incrustadas no espaço urbano. Trata-se do imóvel geograficamente classificado como urbano, porém envolvido, do ponto de vista econômico e laborativo, com atividades nitidamente agropastoris. Será rurícola, portanto, o lavrador que cultiva uma horta em pleno centro de São Paulo. 
	– Caracterização do empregador rural - Diante do exposto até aqui, percebe-se a importância da determinação do empregador rural, para a caracterização do seu respectivo empregado.	
Desse modo, pode-se dizer que para a delimitação do empregador rural (arts. 3º e 4º da L. 5889/73) o que importa é a exploração de atividade agroeconômica ou a execução habitual e profissional de serviços de natureza agrária. Essa atividade compreende o setor agrícola (qualquer tipo de lavoura), o pastoral (qualquer modalidade de pecuária) e a indústria rural. 
Para que a indústria seja considerada rural, é necessário que se dedique apenas ao primeiro tratamento dos produtos agrários, in natura, sem alterar sua natureza, de forma a retirar-lhe a condição de matéria-prima (art. 2º §§4º e 5º do D. 73626/74). Neste sentido, o que a indústria rural promove é o beneficiamento e o preparo dos produtos agropecuários e hortigranjeiros e das matérias-primas de origem animal ou vegetal para sua venda ou industrialização, bem como o aproveitamento dos subprodutos oriundos dessas operações. 
	Direitos dos rurícolas
1. Trabalho noturno
A CLT reconhece como trabalho noturno aquele que se desenvolve das 22h de um dia até às 5h do dia seguinte. Neste período, por ficção jurídica, a hora de trabalho não possui 60'(minutos), mas 52'30". Por fim, na CLT o adicional noturno equivale a 20% do salário contratual. Na Lei nº 5.889/73 (Lei de Trabalho Rural) o trato é inteiramente diverso.
Primeiro, a lei de trabalho rural criou dois horários noturnos, respectivamente, das 21h às 5h e das 20h às 4h, conforme o trabalho se desenvolva na agricultura ou na pecuária.
Segundo, o legislador não reduziu o valor da hora de trabalho noturno ao rurícola, persistindo a hora noturna com 60' e não 52'30", tal qual se encontra na CLT, o que implica para o trabalhador rural, mesmo à noite, oito horas de trabalho efetivo, real.
Terceiro, o adicional noturno do empregado rural foi fixado em percentual de 25% sobre o salário contratual.
São essas as três principais diferenças existentes em relação ao trabalho noturno quando comparados urbanos e rurais.
2. Intervalos intrajornada
O intervalo do trabalhador urbano que labore mais de seis horas por dia será de uma a duas horas, enquanto para o rurícola em idêntica situação o intervalo observará os usos e costumes.
3. Salário in natura
Dispõe o art. 9º, § 5º, da Lei de Trabalho Rural que:
§ 5º. A cessão pelo empregador, de moradia e de sua infra-estrutura básica, assim como, bens destinados à produção para sua subsistência e de sua família, não integram o salário do trabalhador rural, desde que caracterizados como tais, em contrato escrito celebrado entre as partes, com testemunhas e notificação obrigatória ao respectivo sindicato de trabalhadores rurais.

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