Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de Pernambuco - UPE Curso: Administração Disciplina: Estatística Estatística – Aula 2 Prof. Pablo Aurélio L. de A. Pinto pabloaurelioap@hotmail.com MEDIDAS NUMÉRICAS O resumo de dados por meio de tabelas, gráficos e distribuição de frequência fornece muito mais informações sobre o comportamento de uma variável do que a tabela original de dados. É possível resumir ainda mais estas informações, apresentando um ou alguns poucos valores que sejam representativos da série toda. Quando utilizamos um só valor, obtemos uma redução drástica das informações sugeridas pelo conjunto de dados. MEDIDAS NUMÉRICAS Suponha que os dados observados na amostra sejam representados por: 𝑥1, 𝑥2, 𝑥3, … , 𝑥𝑛. Onde n representa o tamanho da amostra. Com os elementos desta amostra podemos encontrar números que resumem as principais características da amostra. Vamos concentrar a atenção em dois tipos de medidas numéricas: As que caracterizam a localização do centro da amostra; As que caracterizam a dispersão dos dados. MEDIDAS DE POSIÇÃO Tais medidas orientam-nos quanto à posição da distribuição no eixo x (eixo dos números reais), possibilitando que comparemos séries de dados entre si pelo confronto desses números. São chamadas de medidas de tendência central, pois representam os fenômenos pelo seus valores médios, em torno dos quais tendem a concentrar- se os dados. Nos informam qual é o valor central (valor médio) de uma amostra ou conjunto de dados. MEDIDAS DE POSIÇÃO Usualmente, emprega-se uma das seguintes medidas de posição (ou localização) central: Média; Mediana; Moda. MEDIDAS DE DISPERSÃO Nos informa o grau de dispersão dos dados em torno de um dado valor médio, isto é, o quanto os dados encontram-se “espalhados” em torno da média. Usualmente, emprega-se uma das seguintes medidas de dispersão: Desvio Padrão; Variância Amostral; MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Média Aritmética – Dados não Agrupados: representa a soma das observações individuais dividida pelo número de observações da amostra. Sejam 𝑥1, 𝑥2, 𝑥3, … , 𝑥𝑛, sendo “n” o tamanho da amostra 𝑋. A média aritmética simples de 𝑋 pode ser representada por: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Exemplo: Determine a média aritmética simples considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: 3, 7, 8, 10, 11 – n = 5 Cálculo: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Média Aritmética – Dados Agrupados: Quando os dados estiverem agrupados numa distribuição de frequência usaremos a média aritmética dos valores 𝑥1, 𝑥2, 𝑥3, … , 𝑥𝑛, ponderados pelas respectivas frequências absolutas 𝐹1, 𝐹2, 𝐹3, … , 𝐹𝑛. Assim, temos: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Exemplo: Determine a média aritmética simples considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: 1, 3, 4, 7, 8, 8, 9, 4, 2, 4 MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Média Geral: Sejam 𝑥 1, 𝑥 2, 𝑥 3, … , 𝑥 𝑘 as médias aritméticas de k séries, e 𝑛1, 𝑛2, 𝑛3, … , 𝑛𝑘 os números de termos destas séries, respectivamente. A média aritmética da série formada pelos termos das k séries pode ser representada por: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Exemplo: Determine a média geral considerando as seguintes séries amostrais. Cálculo: 10 MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Média Geométrica: Sejam 𝑥1, 𝑥2, 𝑥3, … , 𝑥𝑛, valores de X associados às frequências absolutas 𝐹1, 𝐹2, 𝐹3, … , 𝐹𝑛, respectivamente. Assim, temos que a média geométrica de X é definida por: Em particular, se 𝐹1 = 𝐹2 = 𝐹3 = 𝐹𝑛 = 1, temos: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Exemplo 1: Determine a média geométrica considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: 3, 6, 12, 24, 48 Cálculo: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Exemplo 2: Calcule a média geométrica considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: Cálculo: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Exemplo 2: Calcule a média geométrica considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: Cálculo: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Média Harmônica: Sejam 𝑥1, 𝑥2, 𝑥3, … , 𝑥𝑛, valores de X associados às frequências absolutas 𝐹1, 𝐹2, 𝐹3, … , 𝐹𝑛, respectivamente. Assim, temos que a média harmônica de X é definida por: Em particular, se 𝐹1 = 𝐹2 = 𝐹3 = 𝐹𝑛 = 1, temos: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Exemplo 1: Determine a média harmônica considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: 2, 5, 8, 10, 12 Cálculo: MEDIDAS DE POSIÇÃO MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Exemplo 2: Determine a média harmônica considerando os seguintes valores amostrais. Cálculo: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL Considere agora a amostra 𝑥1, 𝑥2, 𝑥3,…𝑥𝑛 e suponha que você a ordene de tal forma que 𝑥(1) seja o menor elemento da amostra, 𝑥(2) seja o segundo menor elemento, ..., 𝑥(𝑛) seja o maior elemento da amostra. Os valores 𝑥(1), 𝑥(2),...,𝑥(𝑛) são chamados de estatística de ordem da amostra. Outras medidas de tendência central e de dispersão podem ser definidas a partir das estatísticas de ordem. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MEDIANA Mediana: é a realização que ocupa a posição central da série de observações, quando a série apresenta-se ordenada em ordem crescente. É definida a partir das estatísticas de ordem: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MEDIANA Exemplo: se existem 6 observações na amostra, a mediana equivale à média entre 𝑥(6 2) e 𝑥[(6 2)+1] , ou seja, entre o (3º) e o (4º) elementos: Se a amostra contém 5 elementos, a mediana é 𝑥(3). MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MEDIANA Exemplo: Determine a mediana considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: n = 11, n é impar, logo a Md será o elemento de ordem (n+1)/2, ou seja, (11+1)/2. Será, portanto, o sexto elemento. Para identificá-lo, abre-se a coluna da frequência acumulada. Assim, temos que Md = 3. Será o elemento correspondente à classe que contiver a ordem calculada. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MEDIANA Exemplo: Determine a mediana considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: n = 42, n é par, logo a Md será a média entre os elementos de ordem (n/2) e [(n/2)+1], ou seja, (42)/2=21º e [(42/2)+1]=22º. Será, portanto, a média entre o vigésimo primeiro e o vigésimo segundo elemento. Para identificá-lo, abre-se a coluna da frequência acumulada. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MEDIANA Mediana para Variáveis Contínuas: para o caso de variáveis contínuas (agrupados em classes), deve-se seguir os seguintes procedimentos: 1º Passo: Calcula-se a ordem n/2. Como a variável é contínua, não se preocupe se n é par ou ímpar. 2º Passo: Pela 𝐹𝑎𝑐 identifica-se a classe que contém a mediana (classe Md). 3º Passo: utiliza-se a fórmula: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MEDIANA Onde: 𝑙𝑀𝑑 = limite inferior da classe mediana; n = tamanho da amostra ou número de elementos. Σf = soma das frequências anteriores à classe mediana; h = amplitude da classe mediana; 𝐹𝑀𝑑 = frequência da classe mediana. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MEDIANA Exemplo: Determine a mediana considerando os seguintes valores amostrais. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MEDIANA 1º Passo: Calcula-se a ordem n/2. Como n =58, temo 58/2=29º. 2º Passo: Pela 𝐹𝑎𝑐 identifica-se a classe que contém a mediana (classe Md). Neste caso é a 3ª classe. 3º Passo: utiliza-se a fórmula: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MÉDIA X MEDIANA Exemplo: Se os dados são: X = {1, 2, 3, 4, 5} Média amostral é: (1+2+3+4+5)/5=3 Mediana amostral também será = 3. Agora, se os dados são: X = {1, 2, 3, 4, 45} Média amostral é: (1+2+3+4+45)/5=11, Mediana amostral continua sendo 3. Logo, a média amostral foi profundamente influenciada por um único valor, e o mesmo não aconteceu com a mediana amostral. OBS.: A mediana amostral é menos influenciada que a média por observações aberrantes (“outliers”). MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MODA Dentre as principais medidas de posição, destaca-se a Moda. Moda: é definida como a realização mais frequente do conjunto de valores observados X. Para distribuições simples (sem agrupamento em classes), a identificação da Moda é facilitada pela simples observação do elemento que apresenta maior frequência. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MODA Exemplo: X = {3, 4, 7, 8, 8, 10} Mo = 8, pois é o resultado que se repete com maior número de vezes, ou que apresenta maior frequência 2. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MODA Exemplo: Determine a moda considerando os seguintes valores amostrais. – Amostra: A moda será 248. Indica-se Mo = 248. Este número é o de maior frequência na amostra, pois aparece 23 vezes. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MODA Para dados agrupados em classe, devemos seguir os seguintes passos: 1º Passo: Identifica-se a classe modal, ou seja, aquela que possuir maior frequência. 2º Passo: Aplica-se a fórmula: Onde: 𝑙𝑀𝑜 = limite inferior da classe modal; ∆1 = diferença entre a frequência da classe modal e a imediatamente anterior. ∆2 = diferença entre a frequência da classe modal e a imediatamente posterior. h = amplitude da classe modal; MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL MODA Exemplo: Determine a Moda considerando os seguintes valores amostrais. 1º Passo: indica-se a classe modal. No caso, trata-se da 3º classe. 2º Passo: aplica-se a fórmula MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL QUARTIS Quartis: os quartis dividem um conjunto de dados em quatro partes iguais. Assim temos: Onde: 𝑄1 = 1º quartil, deixa 25% dos elementos; 𝑄2 = 2º quartil, deixa 50% dos elementos (coincide com a mediana); 𝑄3 = 3º quartil, deixa 75% dos elementos; MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL QUARTIS Os quartis são utilizados apenas para dados agrupados em classes. As fórmulas para a determinação dos quartis 𝑄1 e 𝑄3 são semelhantes à usada para o cálculo da mediana. Determinação de 𝑸𝟏: 1º Passo: Calcula-se a ordem n/4. 2º Passo: Pela 𝐹𝑎𝑐 identifica-se a classe 𝑄1. 3º Passo: Aplica-se a fórmula: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL QUARTIS Onde; 𝐿𝑄1 = limite inferior do primeiro quartil classe mediana; n = tamanho da amostra ou número de elementos. Σf = soma das frequências anteriores; h = amplitude da classe; 𝐹𝑄1 = frequência da classe. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL QUARTIS Determinação de 𝑸𝟑: 1º Passo: Calcula-se a ordem 3n/4. 2º Passo: Pela 𝐹𝑎𝑐 identifica-se a classe Q3. 3º Passo: Aplica-se a fórmula: Onde; 𝐿𝑄1 = limite inferior do primeiro quartil classe mediana; n = tamanho da amostra ou número de elementos. Σf = soma das frequências anteriores; h = amplitude da classe; 𝐹𝑞1 = frequência da classe. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL QUARTIS Exemplo: Dada a distribuição, determinar os quartis (𝑄1 e 𝑄3) e a mediana. 1º Passo: para o caso em que n = 56, indica-se a classe para 𝑄1, Md e 𝑄3. Assim temos: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL QUARTIS 2º Passo: Pela 𝐹𝑎𝑐 identifica-se a classe 𝑄1 = segunda classe. Md= terceira classe. 𝑄3 = quarta classe. 3º Passo: Aplica-se a fórmula: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL QUARTIS Diante desse resultado, podemos afirmar que, nesta distribuição temos: Assim temos que: 22,33 deixa 25% dos elementos; 30,5 deixa 50% dos elementos; 38 deixa 75% dos elementos MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL DECIS Decis: os decis correspondem aos valores que dividem um conjunto de dados (amostra) em dez (10) partes iguais. Assim temos: Onde; 𝐷1 = 1º Decil, deixa 10% dos elementos; 𝐷2 = 2º Decil, deixa 20% dos elementos; 𝐷3 = 3º Decil, deixa 30% dos elementos; . .. 𝐷9= 9º Decil, deixa 90% dos elementos; MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL DECIS Assim devemos seguir os seguintes passos: 1º Passo: Calcula-se a ordem (i.n)/10, em que i = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. 2º Passo: Identifica-se a classe 𝐷𝑖 pela 𝐹𝑎𝑐. 3º Passo: Aplica-se a fórmula: Onde; 𝐿𝐷𝑖 = limite inferior da classe 𝐷𝑖, i = 1, 2,.....,9. n = tamanho da amostra ou número de elementos. Σf = soma das frequências anteriores á classe 𝐷𝑖; h = amplitude da classe 𝐷𝑖; 𝐹𝐷𝑖 = freqüência da classe 𝐷𝑖. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL PERCENTIS Percentis: os percentis correspondem as medidas que dividem um conjunto de dados (amostra) em cem (100) partes iguais. Assim temos: Onde; 𝑃1 = 1º percentil, deixa 1% dos elementos; 𝑃2 = 2º percentil, deixa 2% dos elementos; 𝑃3 = 3º percentil, deixa 3% dos elementos; ... 𝑃99 = 99º percentil, deixa 99% dos elementos; MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL PERCENTIS Assim devemos seguir os seguintes passos: 1º Passo: Calcula-se a ordem (i.n)/100, em que i = 1, 2, 3, 4, 5,....., 98, 99. 2º Passo: Identifica-se a classe 𝑃𝑖 pela 𝐹𝑎𝑐. 3º Passo: Aplica-se a fórmula: Onde; 𝐿𝑃𝑖 = limite inferior da classe 𝑃𝑖, i = 1, 2,.....,98, 99. n = tamanho da amostra ou número de elementos. Σf = soma das frequências anteriores á classe 𝑃𝑖; h = amplitude da classe 𝑃𝑖; 𝐹𝑃𝑖 = frequência da classe 𝑃𝑖. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL PERCENTIS Exemplo: Dada a distribuição, determinar o 4º decil e o 72º percentil da seguinte distribuição. 1º Passo: para o caso em que n = 40, indica-se a classe para 𝐷4 e 𝑃72. Assim temos: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL PERCENTIS 2º Passo: Identifica-se a classe 𝐷4 e 𝑃72 pela 𝐹𝑎𝑐 . 𝐷4 = segunda classe. 𝑃72 = terceira classe. 3º Passo: Aplica-se a fórmula: Decis Nesta distribuição, o valor 12,33 divide a amostra em duas partes: uma com 40% dos elementos e a outra com 60% dos elementos. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL PERCENTIS 3º Passo: Aplica-se a fórmula: Percentis Nesta distribuição, o valor 16,89 indica que 72% da distribuição estão abaixo dele e 28% acima dele. CURVA DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA SIMÉTRICA Neste caso, conforme citado anteriormente, a média aritmética será igual à mediana, e esta, por sua vez, igual à moda. Assim: CURVA DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA ASIMÉTRICA POSITIVA Neste caso, a média aritmética apresentará um valor maior do que a mediana, e esta, por sua vez, apresentará um valor maior do que a moda. Assim: CURVA DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA ASIMÉTRICA NEGATIVA Neste caso a média aritmética será menor do que a mediana, e esta, por sua vez, é menor do que a moda. Assim:
Compartilhar