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Filarioses – Wuchereria sp

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Filarioses – Wuchereria sp
Filo: Nematoda;
Classe: Secernentea;
Ordem: Spirurida;
Famílias: Onchocercidae/Dracunculidae;
Filarioses:
Vermes finos e delicados;
Possuem sistema circulatório, linfático, tecido subcutâneo; cavidade peritoneal/mesentério;
Digenéticos:
Hospedeiro definitivo: animais vertebrados;
Hospedeiro intermediário: invertebrados;
Culex sp, Aedes sp, Mansonia sp, Similium sp, Anopheles sp;
Filarioses com casos no Brasil:
Wuchereria bancrofti;
Onchocerca volvulus;
Mansonella ozzardi;
Dirofilaria immitis;
Filariose Linfática Humana:
Elefantíase: 
Síndrome caracterizada por um processo de inflamação e fibrose crônica do órgão atingido;
Hipertrofia do tecido conjuntivo, dilatação dos vasos linfáticos, edema linfático;
Wuchereria bancrofti e Brugia spp;
Wuchereria bancrofti:
Morfologias:
Verme adulto: corpo delgado, branco leitoso (fêmea maior que o macho);
Microfilária: movimento na corrente sanguínea;
Larvas: L1, L2 e L3;
Ciclo biológico:
Ciclo heteroxênico: HD vertebrado, HI invertebrado;
Vermes adultos (4 a 8 anos): vasos e gânglios linfáticos – região abdominal, pélvica (pernas e escroto), mamas e braço (mais raro);
Biologia: 
Microfilárias (sangue HD) mosquito L1, L2, L3 homem (vasos linfáticos = verme adulto) microfilárias (periodicidade noturna);
Duração do ciclo:
HI: 20 dias (20 a 25o C);
HD: 7 a 8 meses;
Transmissão: picada do mosquito e deposição das larvas na pele lesada (calor do corpo saída das larvas; pele úmida progressão e penetração das larvas);
Manifestações clinicas: vermes adultos, reação imunológica do HD (microfilárias e antígeno circulantes);
1 – “Assintomático”: atenção clinica precoce;
2 – Agudo: linfangite, linfadenite com febre e mal estar, orquiepididimite (inflamação do testículo e do epidídimo);
3 – Crônico: linfedema, hidrocele, quilúria e elefantíase;
Sequência de eventos na elefantíase:
Linfangite, linfadenite, linfangiectasia, linforragia, linfedema, esclerose da derme, hipertrofia da epiderme e aumento no volume do órgão;
Em regiões endêmicas: artrite (monoarticular) e glomerulonefrite podem estar relacionadas;
Causas que perturbem o fluxo linfático podem originar quadro de elefantíase (hanseníase, estafilococcias, ...);
Patogenia:
Ação mecânica: obstrução dos vasos linfáticos pelos vermes – estase linfática com linfangiectasia e linforragia;
Ação irritativa: presença do verme, produtos metabólicos;
Fenômenos inflamatórios: linfangite e linfadenite;
Fenômenos alérgicos: urticarias e edemas extrafocais, eosinofilia pulmonar tropical;
Diagnóstico clínico:
Difícil;
Áreas endêmicas:
Febre recorrente com adenolinfangite (indicativo);
Alteração pulmonar, eosinofilia e IgE elevado (suspeita de EPT);
Ultrassonografia: presença e localização dos vermes nos vasos linfáticos, detecção de infecção em assintomáticos e acompanhamento da eficácia terapêutica;
RX: diagnóstico de EPT;
Linfocintigrafia: alterações anatômicas e funcionais dos linfáticos;
Biopsia (linfadenopatia): raramente utilizado;
Diagnóstico laboratorial:
Pesquisa de microfilárias no sangue periférico;
Coleta de sangue no período noturno (evita falsos-negativos);
Coleta diurna após dose de dietilcarbamazina (baixa sensibilidade);
Pesquisa de microfilárias na urina/líquido de hidrocele: técnicas de concentração;
Testes imunológicos: IF ou ELISA – não são eficientes (antígenos não específicos – reações cruzadas);
OMS: pesquisa de CFA (antígeno filarial circulante) – alta especificidade e sensibilidade, ELISA (semiquantitativo), imunocromatografia (qualitativo);
Epidemiologia:
80 países: Ásia, África e oeste do Pacífico – Haiti, Costa Rica, República Dominicana, Trinidad e Tobago, Guiana, Suriname, Brasil;
Brasil: distribuição urbana e focal;
Recife (parasitose em expansão), Maceió, Belém;
Maioria é assintomática;
Fatores que favorecem instalação/disseminação da parasitose:
Presença do mosquito domestico: Culex quinquefasciatus – pernilongo, muriçoca/carapanã (fêmeas hematófagas);
Ausência de animais reservatórios;
Temperatura ambiente elevada (25 a 30o C);
Umidade relativa do ar alta (80 a 90%);
Pluviosidade mínima de 1300 mm3/ano;
Altitude baixa (nível do mar);
Profilaxia:
Tratamento das pessoas parasitadas;
Combate ao inseto vetor: larvicidas químicos (organofosforados, carbamatos, piretroides), larvicidas biológicos (Bacillus sphaericus, B. Thuringiensis);
Proteção individual: repelentes, mosquiteiros, telas;
Educação e saneamento ambiental;
Tratamento:
1 – reduzir/prevenir morbidade;
2 – corrigir alterações (edema, hidrocele, elefantíase);
3 – impedir transmissão;
Dietilcarbamazina (DEC): microfilárias e vermes adultos – sensibiliza microfilárias = fagocitose;
Ivermectina: microfilária, um vez que o verme adulto é resistente – hiperpolarização das membranas celulares;
Albendazol: vermes adultos – requer mais estudos;
OMS: dietilcarbamazina + Ivermectina/albendazol;
Tratamento sintomático:
Linfangite: antitérmicos e analgésicos;
Flogose local: compressas com sulfato de magnésio;
Infecções oportunistas: higiene pessoal, antissepsia, cremes antibióticos;
Fisioterapia: melhora fluxo da linfa;
Enfaixamento, meias elásticas: auxiliam na redução do edema;
Procedimentos cirúrgicos: shunt linfovenoso, remoção de vasos linfáticos, tecidos fibrosos e calcificações – melhor drenagem linfática;
Tratamento estético: cirurgia plástica é indicada em casos avançados de elefantíase de membros, escroto ou mama;

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