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UNIVERSIDADE ESTADUALDE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA DISCIPLINA 3212 – FÍSICA EXPERIMENTAL DIFRAÇÃO E INTERFERÊNCIA Acadêmicos e acadêmica: Bruno Moisés da Silva Valentin R.A.: 90255 Letícia Utiyama R.A.: 88941 Rômulo Luzia de Araújo R.A.: 82193 Docente: Dr. Antônio Medina Neto MARINGÁ Fevereiro de 2016 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 OBJETIVOS ................................................................................................ 8 3 MATERIAIS E PROCEDIMENTOS ............................................................. 9 3.1 Materiais ................................................................................................ 9 3.2 Procedimentos ...................................................................................... 9 3.2.1 Difração por fenda simples ............................................................. 9 3.2.2 Interferência por fenda dupla ........................................................ 10 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................. 11 5 CONCLUSÃO ........................................................................................... 16 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 17 3 1 INTRODUÇÃO 1.1 Interferência e difração Interferência e difração são fenômenos importantes que distinguem as ondas das partículas. A interferência é a formação de um padrão de intensidade permanente por duas ou mais ondas que se superpõem no espaço. A difração é o desvio das ondas em torno de bordas que ocorre quando uma porção de uma frente de onda é bloqueada por uma barreira ou obstáculo. Em 1801, Thomas Young provou que a luz é uma onda, ao contrario do que pensavam mitos cientistas da época. Para isso ele demonstrou que a luz sofre interferência, como as ondas do mar, as ondas sonoras e todos os outros tipos de onda. Além disso foi capaz de medir o comprimento de onda da luz solar, o valor obtido, 570nm, esta supreendentemente próximo do valor moderno, 555 nm. A figura 1 a configuração usada no experimento Yong. A luz de uma fonte monocromática distante ilumina a fenda S0do anteparo A. A luz difratada pela fenda se espalha e é usada pra iluminar as fendas S1 e S2 do anteparo B . Uma nova difração ocorre quando a luz atravessa essas fendas e duas ondas esféricas se propagam simultaneamente no espaço à direita do anteparo B , interferindo uma com a outra. O “instantâneo” da figura 1 mostra a interferência das duas ondas esféricas , não podemos, porem observar esta interferência a não ser se uma tela de observação C for usada para interceptar a luz. Neste caso os pontos em que as ondas reforça, formarão listas iluminadas denominadas franjas claras, ao longo da tela. Os pontos em que as ondas se cancelam formarão listas sem iluminação, denominadas franjas escuras. O conjunto de franjas claras e escuras que aparece na tela é chamado de figura de interferência. 4 Figura 1: experimento de interferência de Yong. 1.2 Interferência por onda simples Figura 2: Ondas de Huygens ao passar por fenda simples Na Fig. 2 temos uma onda plana, de comprimento de onda ( λ), incidindo em uma fenda. De acordo com o princípio de Huygens, quando a onda chega `a fenda, todos os pontos do seu plano tornam-se fontes puntiformes, geradoras de ondas esféricas . mesmo comprimento de onda...) . A estas novas ondas damos o nome de ondas difratadas. Observe a Fig. 2. Quando a é menor que ʎ , então senθ1 deveria ser maior que 1 para satisfazer a equação (1). Portanto para a menor que ʎ, não há pontos de intensidade zero no padrão e a fenda atua como como uma fonte linear ( uma 5 fonte puntiforme em duas dimensões ) irradiando energia luminosa em todas as direções, essencialmente. Multiplicando ambos os lados da equação (1) por obtemos: A quantidade de é a diferença de caminho ótico entre um raio de luz que sai do meio da parte superior da fenda e um que sai do meio da parte inferior da fenda. Vemos que o primeiro mínimo de difração ocorre quando esses dois raios estão defasados em 180⁰ . Podemos considerar que cada ponto em uma frente de onda é uma fonte puntiforme de luz, de acordo com o princípio de Huygens. A expressão geral para o ponto de intensidade zero no padrão de difração de uma fenda simples é a equação (2). Geralmente estamos interessados na primeira ocorrência de um mínimo de interferência da luz, pois praticamente toda energia luminosa esta contida no máximo central de difração. Figura3: Pontos de intensidade mínima na difração 6 D – distância da fenda ao anteparo; a – largura da fenda; λ – comprimento de onda. De acordo com a Fig.(3) temos: Onde ∆ym é a distância entre os m´mínimos de ordem ( m ). Para valores de ( θ ) pequenos, podemos usar a aproximação Combinando as Eq.(4) e Eq.(5) chegamos na equação, A Eq.(6) representa uma expressão geral para a distância entre os mínimos de intensidade, em relação ao máximo principal, na difração por fenda simples. 1.3 Interferência por fenda dupla Para a localização dos mínimos de intensidade na figura 4 de interferência, devemos lembrar que ocorre um mínimo de intensidade (interferência destrutiva) quando as ondas chegam ao ponto (P) em oposição¸ de fase, ou seja, considerando as ondas provenientes das fendas F1 e F2 devemos ter: 7 Figura 4: Interferência E, de acordo com a Eq.(2), isto implicará numa diferença de caminhos. Ou Analisando as Eq.(2) e Eq.(9), comprovamos que, a posição dos mínimos de intensidade. Está relacionada com a largura a da fenda, na difração por fenda simples. Esta relacionada com a distância d entre as fendas, na interferência de fenda dupla. Relação entre a distância ( d ) entre as fendas e o espancamento ( ∆s) entre os mínimos de intensidade. Da geometria da Fig.(4), considerando θ pequeno devemos ter: o que, pela Eq.(9) nos dá ou 8 Figura 5: Interferência produzida pela fenda dupla, modulada pela difração através de cada fenda. Temos, para a distância entre dois mínimos sucessivos De acordo com a equação 13, vermos que, diminuindo a distância d entre as fendas, aumenta a separação ∆s entre as franjas e mais nítida se torna a interferência . 2 OBJETIVOS Essa prática visa possibilitar, através de métodos empíricos, não só a difração produzida por fendas simples como também a interferência causada por fendas duplas. Além disso, visa distinguir estes efeitos, assim como a experiência de Young. Com isso, será possível determinar o comprimento de onda da luz do laser utilizado. 9 3 MATERIAIS E PROCEDIMENTOS3.1 Materiais Canhão de laser; Fendas retangulares, simples e duplas; Trena; Banco ótico com cavaleiros; Papel sulfite; Fita adesiva. 3.2 Procedimentos 3.2.1 Difração por fenda simples Montou-se o sistema abaixo, onde o anteparo foi substituído por uma folha de sulfite anexada à parede por uma fita adesiva. Figura 0x: sistema utilizado no experimento Ligou-se então o laser, com sua luz incidente na fenda, para obter a figura de difração no sulfite. Após medir os valores de ∆y, a fenda foi deslocada lateralmente, variando assim sua largura. Em cada largura de fenda, foi anotado no sulfite algumas posições de mínimos simétricos. Por fim, substituiu- se a fenda por um fio de cabelo e anotou-se também os mínimos na folha, para que o cálculo da espessura deste fosse possível posteriormente. Todos os valores aqui encontrados encontram-se na tabela 0x. 10 3.2.2 Interferência por fenda dupla Ainda com o mesmo sistema do experimento anterior, cambiou-se o fio de cabelo por um retângulo com fendas duplas com distâncias entre as fendas variáveis. Com a luz do laser incidindo na fenda, foi possível visualizar a figura de interferência no sulfite. Em cada distância, foi marcado no papel o ∆y do máximo central e o número n de franjas observadas. 11 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao passar o laser pela fenda simples, era possível observar mínimos e máximos de intensidade na folha de papel sulfite, que se encontra anexada a este relatório. Foi possível encontrar, por intermédio do experimento de difração, os seguintes resultados: Tabela 01: Resultados encontrados no primeiro experimento a (mm) ∆y1 (cm) ∆y2 (cm) ∆y3 (cm) ∆y4 (cm) ∆y5 (cm) 0,16 1,9 ± 0,1 3,8 ± 0,1 5,7 ± 0,1 7,6 ± 0,1 9,5 ± 0,1 0,08 3,8 ± 0,1 7,9 ± 0,1 10,8 ± 0,1 14,1 ± 0,1 18,2 ± 0,1 0,04 7,7 ± 0,1 15,3 ± 0,1 22,8 ± 0,1 - - 0,02 21,3 ± 0,1 - - - - Importante observar que quanto menor se tornava o valor da largura da fenda aplicada, maior tornavam-se os espaçamentos entre os mínimos de intensidade, até o ponto de diminuir o número deles possível de serem desenhados numa folha sulfite. Tal comportamento é explícito ao se compreender a equação (6), que trata ambas grandezas como inversamente proporcionais entre si. O valor da distância entre a folha sulfite e o suporte com as fendas era de: Com intermédio da equação (x) foi possível calcular os comprimentos de onda de para cada valor de ∆y encontrado experimentalmente. Para a = 0,16 mm: Tabela 02: Comprimento de onda calculado quando a equivale a 0,16 mm ∆y (cm) λ (nm) 1,9 ± 0,1 686,85 3,8 ± 0,1 686,85 5,7 ± 0,1 686,85 7,6 ± 0,1 686,85 12 9,5 ± 0,1 686,85 Para a= 0.08 mm: Tabela 03: Comprimento de onda calculado quando a equivale a 0,08 mm ∆y (cm) λ (nm) 3,8 ± 0,1 686,85 7,9 ± 0,1 713,96 10,8 ± 0,1 650,70 14,1 ± 0,1 637,14 18,2 ± 0,1 657,93 Para a= 0.04 mm: Tabela 04: Comprimento de onda calculado quando a equivale a 0,04 mm ∆y (cm) λ (nm) 7,7 ± 0,1 695,85 15,3 ± 0,1 691,37 22,8 ± 0,1 686,85 Para a= 0.02 mm: Tabela 05: Comprimento de onda calculado quando a equivale a 0,08 mm ∆y (cm) λ (nm) 21,3 ± 0,1 962,49 Com isso, pode-se afirmar que a média dos comprimentos de onda encontrados via o experimento de difração é da ordem de Que é um valor que se enquadra no espectro de luz visível esperado para a cor vermelha. Contudo, para o restante dos fins experimentais e determinações aritméticas posteriores, optou-se por utilizar-se a moda das grandezas obtidas. Decidiu-se fazer isso pois tal valor apresenta-se em sete 13 dos quatorze calculados, ressaltando-se aos olhos do grupo. O valor utilizado é: Desta forma, ao comparar-se este resultado obtido com o valor nominal do comprimento de onda do laser, que apresenta valor de Pode-se então, através de um pequeno cálculo, notar que o erro obtido é de apenas 8,54%. O que, por ser tratar de números tão minúsculos, é considerado um erro pequeno. Dando continuidade ao experimento, trocou-se então o retângulo com as fendas por um fio de cabelo, medindo-se os espaçamentos entre os mínimos de intensidade, postos na tabela 06: Tabela 06: Valores de ∆y encontrados para o fio de cabelo Experimento ∆y (cm) 1 3,2 ± 0,1 2 6,2 ± 0,1 3 9,3 ± 0,1 4 12,2 ± 0,1 Através da mesma fórmula empregada anteriormente, calculou-se, agora, ao invés do comprimento de onda, justamente a largura da fenda; neste caso, a espessura do fio de cabelo usado. O valor de D encontra-se inalterado, enquanto para λ utilizou-se a moda, como já mencionado e explanado a razão desta decisão. Tabela 07: Valores de a encontrados para cada ∆y ∆y (cm) a (10 -5 m) 3,2 ± 0,1 9,50 6,2 ± 0,1 9,81 9,3 ± 0,1 9,81 12,2 ± 0,1 9,97 14 Calculando a média das valores obtidos, temos: Logo, uma estimativa do valor encontrado para a espessura do fio de cabelo que agiu como fenda para a prática. Interessante também notar que mais uma vez uma moda foi obtida, também aparecendo em metade dos valores calculados. Por fim, embasando-se nos resultados obtidos na prática com fenda dupla, deve-se também estimar os valores de comprimento de onda. Ao passar o laser pelas fendas duplas, notava-se no anteparo não só os máximos e mínimos de intensidade, como também pequenos “cortes” nesses trechos luminosos, as interferências. Desta vez, para fins de cálculo, mediu-se apenas o valor de ∆y do máximo central e também o número de interferências (n). A cada troca de fenda, mudava não somente a largura de cada uma (L), como também a distância entre as duas (d). Empiricamente foram obtidos as seguintes medidas: Tabela 08: Valores de a encontrados para cada ∆y Experimento d (mm) L (mm) n ∆y (cm) 1 0,50 0,08 9 2,8 ± 0,1 2 0,25 0,08 5 2,9 ± 0,1 3 0,50 0,04 19 5,9 ± 0,1 4 0,25 0,04 9 5,2 ± 0,1 Para calcular o valor do espaçamento (∆s), usa-se a seguinte relação: Os resultados obtidos foram: 15 Tabela 09: Espaçamento de cada experimento Experimento ∆s (cm) 1 0,311 ± 0,1 2 0,580 ± 0,1 3 0,310 ± 0,1 4 0,577 ± 0,1 Com isso, é possível comprovar com comportamento descrito pela equação (13), que apresenta o espaçamento e a distância entre as fendas como grandezas inversamente proporcionais. Quanto mais esta aumenta, mais aquela diminui, sendo o caso contrário também verídico. Ainda em uso desta equação, calculou-se então o comprimento de onda para cada experimento: Tabela 10: Comprimentos de onda calculados pelas medidas empíricas Experimento λ (nm) 1 702,66 2 655,22 3 700,41 4 651,83 Tendo como média: Que, ao ser comparada com o valor nominal, gera erro de 7,07%, menor ainda do que o encontrado quando este experimento foi realizado por meio de difração. 16 5 CONCLUSÃO Por intermédio do exposto, pôde-se estudar através de metodologia experimental ambos fenômenos de difração – recorrente em fendas simples – e de interferência – ocorrente em fendas duplas. Além da possibilidade de distinguir os efeitos, foi possível também estimar o valor do comprimento de onda do laser empregado, usando as relações matemáticas próprias de cada um dos acontecimentos. 17 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TIPLER, P. MOSCA, G. Física para cientistas eengenheiros: Ótica e Física Moderna. Vol.4, 3ª Edição. Editora Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro,1991. HALLIDAY, D., RESNICK, R. Fundamentos de Física 4. Rio de Janeiro: LTC, 1991. WEINAND, W. R.; MATEUS, E. A.; HIBLER, I.; CIRCUITO SÉRIES SOB TENSÃO ALTERANADA E ÓTICA. Universidade Estadual de Maringá, 2009, p. 61 – 70.
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