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MEIOS DE PROVA 1- O interrogatório. O direito ao silêncio. A chamada de corréu. Confissão. 2-Prova Pericial. O exame do corpo do delito. Conceito. Exame de corpo de delito direto e indireto. Laudo complementar. Peritos oficiais e peritos particulares. Exames grafotécnicos. 3-Declarações do Ofendido. Valor probatório. Acareação. Prova documental. 4-Prova Testemunhal. Classificação. Características. Dever de depor. Isenção e proibição. Número legal (nos procedimentos – ordinário, sumário, sumaríssimo, júri). Sistema de inquirição. Reconhecimento de pessoa e de coisa. Reconhecimento judicial e extrajudicial. Relembrando: Prova processual é tudo aquilo que possa atestar, garantir ou demonstrar a existência ou inexistência de algo ou de alguma coisa, de forma a formar o convencimento do juízo; O destinatário da prova é o juiz; A finalidade da prova é formar a convicção do juízo; É um direito dado às partes, constitucionalmente previsto; objeto da prova são os fatos que se façam relevantes para a resolução da lide; Meios de prova são os meios pelos quais o juiz recebe os elementos ou motivos de prova. 1- O INTERROGATÓRIO é ato processual, no qual se ouve o acusado e onde lhe será perguntando acerca dos fatos que lhe são imputados; É oportunidade para que o acusado, se quiser, dê sua versão dos fatos, pois pode optar pelo silêncio; Obs: opção do silêncio é assegurada constitucionalmente. Os momentos ordinários de realização do interrogatório são: a. durante o inquérito policial, na qualidade de indiciado; b. Na audiência de instrução e julgamento, no caso dos processos comuns; c. em plenário do júri; d. perante o tribunal, nos casos de infrações de competência originária dos tribunais. Nos casos que não são de competência originária, se o tribunal entender que o acusado deva ser interrogado ou reinterrogado, converterá o julgamento em diligência e o interrogatório realizar-se-á pelo juiz de primeiro grau. Obs: Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente (art.191,CPP); 1.1- Confissão. É a aceitação pelo réu da acusação que lhe é dirigida.É a admissão por parte do acusado da veracidade da imputação que lhe foi feita pelo acusador, total ou parcialmente. Não há confissão ficta ou presumida, ou seja, o silêncio não gera o efeito de confissão; Delação ou chamamento de co-réu: é quando, em seu interrogatório, o acusado atribui a pratica do crime a terceiro. ATENÇÃO: na delação, se pressupõe que o delator também confesse a sua participação. As características da confissão no processo penal são: a. retratabilidade; b. divisibilidade; c. relatividade de valor. retratabilidade significa que, a qualquer tempo, pode o acusado retirar a confissão anteriormente feita. A retratação não anula a confissão, cabendo ao juiz atribuir a ambas, confissão e retratação, o valor que merecerem em face das demais provas. A divisibilidade significa a possibilidade de o juiz considerá-la apenas parcialmente; A relatividade de valor quer dizer que o juiz não é obrigado a aceitá-la, devendo sempre confrontá-la com as demais provas constantes dos autos e, ademais, que ela não exclui a necessidade de que outras provas sejam colhidas a respeito do fato e sua autoria; ATENÇÃO: No processo penal, mesmo havendo confissão, o juiz deve determinar a produção das demais provas. OBS: A confissão feita perante a autoridade policial deve ser examinada com reserva e não pode, por si só, fundamentar condenação. Aliás, a prova exclusivamente produzida no inquérito/investigação não pode fundamentar decreto condenatório. Exceção são as provas cautelares (periculum in mora), provas não repetíveis (testemunha no inquer. que morreu antes do processo) e a prova antecipada (prova produzida pelo próprio juiz antes da ação penal) 1.2- O Direito ao silêncio: nemo tenetur se detegere - ninguém é obrigado a se descobrir, ou seja, qualquer pessoa acusada da prática de um ilícito penal tem o direito de não se auto- incriminar, diga-se, de não produzir prova em seu desfavor; A CF/88 elenca em meio aos direitos fundamentais, o direito ao silêncio no art. 5.º, LXIII, ao expor que “o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,...”; Entretanto, em interpretação, o alcance desta norma é bem maior, efetivando que o cidadão não é forçado à auto-incriminação; Também está presente no CPP - Art. 186. Atente-se ao Parágrafo único. se o réu optar pelo silêncio, o que assegurado constitucionalmente, o interrogatório não será tomado como prova. Mas, note o art. 198 do CPP - dispõe que “o silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz“; 1.3 - A chamada de co-réu: também designado na doutrina como acusação de concurso, nomeação de sócio, delação ou chamamento de cúmplice; a chamada de co-réu deve ser vista como indício, seguindo critérios para ser valorado como meio de prova (art. 239 do CPP). Note que a indicação do co-reu, pode ou não encontrar ressonância no conjunto probatório, cabendo ao juiz emprestar- lhe o valor que entenda cabível diante do caso concreto; Delação premiada: também chamada de traição benéfica, é quando o acusado confessa a prática do crime e também o imputa a terceiros, facilitando a descoberta de delitos e de seus autores, redundando em diminuição ou isenção de pena. DELAÇÃO PREMIADA – REQUISITOS E BENEFÍCIOS - Lei 9.807 /99 Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado : I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa ; II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada ; III - a recuperação total ou parcial do produto do crime . Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso. (grifos nossos) Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços 2-PROVA PERICIAL. 2.1- O exame do corpo do delito. "corpo de delito" é o local do crime com todos os seus vestígios; "exame de corpo de delito" é o laudo técnico que os peritos fazem nesse determinado local, analisando-se todos os referidos vestígios. Ou seja, “corpo de delito” é a materialidade do crime, aquilo que se vê, apalpa, sente, em suma, que pode ser examinado – “exame de corpo de delito”. Há infrações que deixam vestígios materiais, como os crimes de homicídio, lesões corporais, falsificação. Há outros, porém, que não os deixam, como os de calúnia, difamação, injúria e ameaças orais. Importante: Se o crime deixa vestígio, é indispensável a análise técnica. Sempre que o crime deixar vestígios, será indispensável a realização do exame de corpo de delito nos termos do artigo 158 CPP, sob pena de nulidade. o exame pode ser direto (realizado sobre os próprios vestígios, o perito analisa diretamente) Ex. cadáver. E pode ser indireto, quando não há mais possibilidade de análise devestígio (Caso Elisa Samúdio, corpo não foi encontrado). Importante: a confissão não exclui a obrigação do exame de corpo de delito. Situação interessante acerca do tema - combinação dos arts. 158 e 167 - CPP. Art. 158, diz: o exame de corpo de delito é obrigatório sempre que a infração penal deixar vestígios, possibilitando-se o exame de corpo de delito indireto; Art. 167, diz: o exame de corpo de delito indireto, somente ocorrerá se os vestígios desaparecerem; Então: O exame indireto é feito através de outras provas. Assim, essa combinação nos diz que: havendo ainda vestígios sensíveis aos sentidos humanos, o exame de corpo de delito deve ser obrigatoriamente feito de forma direta, não podendo ser suprido por outra prova, inclusive testemunhal; Resumindo: se a infração deixar vestígios o exame direto é obrigatório; sendo que o exame indireto, feito através de prova testemunhal, somente será admitido se os vestígios desaparecerem. 2.2 - exame complementar Em casos de lesões corporais, a materialidade é provada pelo exame de corpo de delito. Obs: Se as lesões forem leves, bastará o primeiro laudo. Em caso de lesões graves, há necessidade de exame complementar, conforme preceitua o art. 168 CPP. Não só nesse caso é realizado o exame complementar como também se o primeiro laudo for incompleto . Fala-se nas lesões graves porque é nesses casos que ocorre mais normalmente o exame complementar, pois os peritos geralmente precisam de um novo exame para dar uma resposta segura quanto à gravidade da lesão. Pode haver casos, porém, em que os peritos têm condições de concluir de plano pela gravidade das lesões. Sempre os peritos vão constar no primeiro laudo se já concluíram pela gravidade ou se depende de exame complementar. Tudo depende do caso concreto sob apuração nos termos do art. 129, parágrafos 1º e 2º CP. Obs1- Este exame complementar é obrigatório sob pena de desclassificação das lesões para leves. Eventualmente poderá ser suprido pela prova testemunhal (art. 168, par.3º CPP) Obs2- Quem determina o exame complementar?De acordo com o art. 168 "caput" CPP, as autoridades policial ou judiciária de ofício ou a requerimento do MP, do ofendido, do acusado ou seu defensor. (ver ainda art. 14 CPP ). 2.3 Peritos oficiais e peritos particulares -Oficiais (art. 159 "caput" CPP ); -Nomeados (art. 159, pars. 1º e 2º CPP ). Em regra a lei exige perito oficial, somente em caso de sua falta é que são utilizados os peritos nomeados; O perito oficial não presta compromisso, pois sua atividade já é inerente ao cargo que ocupa. Já o perito nomeado deve ser compromissado na forma do art. 159, par. 2º CPP. 2.4-Exames grafotécnicos. a)Grafotécnico - É o exame comparativo de grafia, de escrita de próprio punho, para determinar o autor de grafismos. b)Mecanográfico - É o exame comparativo de caracteres de máquinas de escrever, impressoras, etc, para determinação da origem de escritos assim redigidos. OBS: As regras desses exames estão no art. 174 , I a IV CPP, mencionando o "caput" apenas "reconhecimento de escritos por comparação de letra", mas sendo plenamente aplicável aos exames mecanográficos. Obs: A autoridade pode usar para comparação documentos existentes em arquivos e cuja grafia seja atribuída à pessoa suspeita (art. 174, II e III CPP ) ou mesmo poderá colher "material gráfico", elaborando "Auto de Coleta de Material Gráfico" sob ditado. Obs: O indiciado ou réu não está obrigado a fornecer material gráfico, podendo recusar com base no Direito ao Silêncio e no Direito de não produzir prova contra si mesmo. Neste caso, nada impede que a autoridade diligencie nos termos do art. 174,II e III CPP, inclusive podendo pedir busca e apreensão para obter material de exame ( art. 240, par. 1º , "e" CPP ). 3-Declarações do Ofendido. (Art. 201.) Ofendido é o sujeito passivo do crime, o titular do direito ofendido - VITIMA. OBS: Somente participará e deporá no Processo Penal se for pessoa física, a pessoa jurídica não o poderá fazer, nem mesmo através do representante. ATENÇÃO: Importante lembrar que essa possibilidade só existe nas ações públicas, pois quando é o autor da queixa-crime ele não vai depor na qualidade de ofendido, e sim como parte autora. Como claramente reza o artigo o depoimento só acontecerá diante da possibilidade, caso não o seja, o juiz pode entender pela dispensabilidade do depoimento, em casos de inconveniência ou impossibilidade. Caso seja entendido pela necessidade e pela possibilidade, o ofendido será intimado para prestar declarações, e nesse caso terá tratamento parecido ao dado às testemunhas, ou seja, se deixar de comparecer sem motivo justo à audiência para qual foi intimado poderá ser conduzido coercitivamente à autoridade. algumas diferenças entre o ofendido e a testemunha: -Não se contradita o ofendido; - O ofendido não presta compromisso; -O ofendido presta declarações e a testemunha oferece testemunho; - A testemunha não pode falar em suposições, a não ser quando intrínseca à narrativa do fato. Já o ofendido pode falar em suposições, teses. 3.1-Valor Probatório. As declarações do ofendido constituem-se em meio de prova sem, contudo, ter o mesmo valor legal da prova testemunhal. Todavia, conforme a doutrina e jurisprudência, as declarações do ofendido podem ser decisivas quando se tratar de delitos que se cometem às ocultas, como os crimes contra os costumes (estupros, atentado violento ao pudor). o ofendido é uma das figuras de maior importância na persecução penal, decidindo, muitas vezes, o litígio com a sua declaração. 3.2 - Acareação. consiste em colocar face a face duas ou mais pessoas que fizeram declarações substancialmente diferentes acerca de um mesmo fato; Obs: depende dos depoimentos anteriormente prestados, que devem conter alguma contradição que exija esclarecimento. Poderá ser requerida por qualquer das partes ou de oficio pelo juiz ou autoridade policial; A acareação é o confronto entre quaisquer pessoas que prestam declarações no processo, testemunhas, informantes, ofendido, réu ou réus, a fim de se dirimir contradição entre afirmações feitas por elas. 3.3- Prova documental - Documentos de prova. Documento é todo objeto ou coisa do qual, em virtude de linguagem simbólica, se pode extrair a existência de um fato. É documento não é só papel escrito, mas também a fotografia, a gravação magnética de som ou de dados de computador e etc; Para que o documento tenha valor probante, exigem-se dele duas qualidades: a autenticidade e a veracidade. Documento autêntico significa documento materialmente íntegro; documento veraz é o que, além de íntegro quanto à materialidade, retrata a verdade. 4-PROVA TESTEMUNHAL. testemunha é todo estranho, eqüidistante das partes, chamado ao processo para falar sobre os fatos perceptíveis a seus sentidos relativos ao objeto do litígio; É convocada pelo juiz, por iniciativa própria ou a pedido das partes, para depor sobre os fatos sabidos e concernentes à causa; Normalmente, são pessoas desinteressadas que narram os fatos que ocorreram no processo. a) Somente será ser humano; b) Deverá ser eqüidistante do processo, caso contrário será tida como impedida ou suspeita; c) Deverá ter capacidade jurídica e mental para depor; d) Não deverá emitir opiniões, apenas relatar o ocorrido; e) Deverá ser convocada pelo juiz; f) Somente irá falar sobre os fatos no processo. Dispensas: Estão dispensados o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, e os afinsem linha reta do acusado; Proibidos: Pessoa que devem guardar sigilo em razão de função, ministério, oficio ou profissão. 4.1 -São deveres da testemunha: O comparecimento ao local determinado, no dia e hora designado, pois, o não acatamento a este, deverá caber a condução coercitiva; identificar-se: tem por obrigação de, ao inicio de seu depoimento, apresentado-se, com nome, idade, profissão, estado civil, residência, local onde exerce sua atividade profissional, etc. Prestar depoimento: ficar em silêncio poderá até configurar em crime de falso testemunho; Dizer a verdade sobre os fatos: tem o dever de relatar aquilo que sabe ou tomou conhecimento 4.2- Classificação. 1) Referida: aquela que, não tendo sido arrolada pelas partes, poderá ser ouvida pelo Juiz por ter sido citada por uma outra testemunha, dita referente (art. 209, § 1º., CPP). 2)Judicial: é aquela ouvida por ordem do Juiz, independentemente de indicação ou requerimento das partes (art. 209, caput) 3) Própria: depõe sobre fatos que dizem respeito diretamente ao objeto do processo, seja porque os presenciou, seja porque deles ouviu dizer. -Direta: é a que sabe dos fatos porque os viu diretamente, os presenciou sensorialmente. -Indireta: esta testemunha declara sobre o que ouviu dizer e não a respeito do que viu; 4) Imprópria ou instrumental: declara ou certifica fatos que não se referem diretamente ao mérito da ação penal. Não presenciou nem ouviu dizer dos fatos, mas assistiu a um ato da persecutio criminis, funcionando como um meio de garantia da veracidade e da legalidade de determinado ato praticado na investigação ou na fase judicial. Ex: viu alguém depor sem coação ou assistiu a apresentação de um preso em flagrante, etc. 5) Numerária: é a que presta compromisso, na forma do art. 203, primeira parte, do CPP . 6)Informante ou declarante: é a que está dispensada por lei a prestar o compromisso. 4.3- DECLARANTES: No processo penal, distingue-se a testemunha, que presta compromisso e depõe sob pena de falso testemunho, das demais pessoas ouvidas, como o ofendido, parentes do acusado, parentes do ofendido, menores, que não prestam compromisso e são considerados "declarantes". Assim, a testemunha presta depoimento; os demais fazem declarações. São declarantes: 1. o ofendido; 2. Do acusado: ascendente, descendente, afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, ou seja, o irmão, o pai, a mãe, companheiro e o filho do acusado, mesmo que adotivo (art. 206); 3. As mesmas pessoas em relação ao ofendido (isto é criação jurisprudencial, porque o art. 206 refere-se, apenas, às pessoas vinculadas ao acusado); 4. os doentes e deficientes mentais e os menores de 14 anos; 5. as pessoas que, contraditadas pelas partes, forem reconhecidas como suspeitas ou indignas de fé. Obs: Os declarantes, apesar de não prestarem compromisso e serem consideradas declarantes, estão sujeitas ao ônus de comparecer, tanto que poderão ser conduzidas coercitivamente, para cumprir o dever de colaborar com a Justiça. 4.4- Isenção e proibição de depor. Há pessoas que estão proibidas de depor. São as que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devem guardar segredo. Estas, todavia, poderão depor se forem desobrigadas pelo titular do segredo. Tem-se entendido que tal liberação não se aplica ao advogado, o qual, em virtude das disposições do Estatuto da Advocacia, está sempre proibido de depor. obs: Depoimento infantil é admitido como prova, mas, se menor de 14 anos, não será dado como compromisso, pois deverá ser avaliado o valor probatório relativo, portanto, servirá como mero informante do juízo. Será Declarante. 4.5 - Número legal de testemunhas: . a) no procedimento ordinário (art. 401 do CPP) – no máximo 08; b) no procedimento sumário (art. 532 do CPP) – no máximo 05; c) no procedimento sumaríssimo (art. 34 –lei 9.099/95) – no máximo 03; d) No tribunal do juri: - na fase de instrução preliminar do Júri (art. 406, §2º do CPP)- no máximo 08; - no Plenário do Júri (art. 422 do CPP) – no máximo 05. 4.6-sistema de inquirição - art. 212. 1ª) identificação da testemunha; 2ª) verificação do vínculo com as partes; 3ª)advertência das penas cominadas ao crime de falso testemunho e; 4ª) inquirição dos fatos da causa de que tenha conhecimento. Da leitura do art. 212 do CPP, depreende-se que as partes perguntam primeiro. O magistrado, ao final, formulará perguntas complementares sobre pontos não esclarecidos. 4.7-Reconhecimento de pessoa e de coisa. (Artigo 226 – CPP) Em algumas situações processuais para determinação da materialidade e autoria do crime, faz- se necessário a realização de um procedimento para se reconhecer as pessoas ou as coisas vinculadas ao processo. Procedimento do reconhecimento de pessoas a) A pessoa que irá reconhecer alguém deverá formalmente descrevê-la com suas características físicas. b) A pessoa a ser reconhecida será colocada com outras que possuam semelhanças físicas com ela. c) Em havendo constrangimento da pessoa a ser reconhecida contra aquele que deve reconhecer, a autoridade providenciará que o ato de realize sem que uma veja a outra. d) O ato será autuado com todos seus detalhes para o esclarecimento da verdade. OBS: No reconhecimento de coisas, aplicam-se todas as regras acima citadas. Há dois tipos de reconhecimento de pessoas ou coisas; O informal, que, na prática, se realiza na própria audiência de testemunhas, quando o juiz pergunta, por exemplo, em audiência se a testemunha reconhece o réu ou a arma do crime; Havendo necessidade de assegurar ao reconhecimento maior certeza e, especialmente, se houver dúvida a respeito da identificação de pessoa ou coisa, deve ser feito o reconhecimento formal previsto nos arts. 226 a 228 do CPP. 4.8 Reconhecimento judicial e extrajudicial. Extra judicial – no inquérito. Judicial- no processo. O reconhecimento de pessoa efetuado no Inquérito Policial tem um valor reduzido, e não absoluto, como prova. Para preservar a credibilidade do reconhecimento extrajudicial é que se deve observar as formalidades e modos procedimentais do artigo 226-CPP. Não sendo obedecidas as formalidades legais, o reconhecimento, mesmo assim, não perde todo o seu valor, valendo como elemento de convicção do julgador, de acordo com os princípios aceitos em nossa legislação sobre o livre convencimento. Quando se tratar de reconhecimento produzido em juízo, as formalidades previstas em lei, embora aconselháveis, não são reputadas essenciais. 4.9-Busca e apreensão: É um meio de prova acautelatório e coercitivo que consiste na busca de pessoa ou coisa, para servir aos interesses penais ou processuais. Está prevista entre os Artigos 240 e 250 do CPP. Deve cumprir requisitos legais para não violar os direitos e garantias individuais. É um ato jurídico que acontece no corpo, na casa ou na vestimenta das pessoas. não pode ter o caráter de uma devassa Exige mandado, mas este poderá ser dispensado em três situações: a) Quando há a suspeita que o preso porta uma arma. b) Quando há a suspeita que o preso porta o corpo de delito. c) Durante uma busca domiciliar autorizada por mandato (prova fortuita). ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS - SERENDIPIDADE A palavra serendipidade advém do inglês “serendipity”que significa descobrir coisas por acaso. o encontro fortuito ocorre quando a prova de determinada infração penal é obtida a partir debusca regularmente autorizada para a investigação de outro crime. Ou seja, determina-se a busca de algo e durante tal diligência se encontra prova que, não relacionada à procura promovida, mas se vincula a outro fato delituoso. o encontro fortuito da prova, quando ocorrido a partir de uma diligência promovida em excesso, deve ser visto como ilegal. No entanto, se a diligência se precaveu de cuidados com relação às garantias individuais, ou se o crime descoberto tiver relação com aquele inicialmente investigado, as provas poderão ser aceitas. serendipidade de primeiro grau : conexão ou continência com o crime investigado – vale como prova. serendipidade segundo grau: sem conexão com o crime investigado - vale como fonte de prova. A partir dela pode-se desenvolver nova investigação. Vale, em suma, como uma notitia criminis Obs: questão bastante controvertida. Variedade de possibilidades. 4.10- Indícios. Para a lei processual penal (art. 239 do CPP), indício é a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato principal (a ser provado), autorize, por indução, a concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. Indício é aquilo que indica. Como mero exemplo, todos sabemos que, em princípio, fumaça é indício de fogo. para que o indício tenha valor jurídico, devem ser considerados: a)primeiro, deve estar provado; b)depois, é preciso que tenha nexo causal com a circunstância que se quer provar por indução; c) por fim, é indispensável que seja harmônico com as demais provas. Obs: Para o processo Penal os indícios, em tese, servirão como prova. Vamos a um exemplo: Um caso: Suponhamos estes indícios - o réu, com resíduos de pólvora às mãos, é preso na posse da arma do crime ainda fumegante, ao lado do cadáver; some-se a isso que, pouco antes, o réu tenha dito a várias pessoas que iria matar a vítima, da qual é desafeto, sendo que já sofrera condenações recentes por tentativa de homicídio contra esta última… por mais veementes que sejam os indícios, eles devem ser sempre recebidos com muita cautela, pois, no último exemplo acima, apesar de todos esses fatores desfavoráveis, ainda pode ser que terceiro, que não o réu, tenha matado a vítima…
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