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CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ESTRADAS I SUPERELEVAÇÃO VELOCIDADE DIRETRIZ Escolha da velocidade diretriz procura estabelecer, ao longo do traçado em projeto, condições tais que permitam aos usuários o desenvolvimento e a manutenção de velocidades de percurso próximas à velocidade de referência, em condições de conforto e segurança TRECHO EM TANGENTE Sensação de facilidade para efetuar pequenas manobras de ajuste lateral no seu curso, não estando sujeito, em princípio, a esforços laterais TRECHO EM CURVA Surgimento de esforços laterais, que passam a atuar sobre o veículo, e devido à sensação de maior confinamento que um trecho em curva impõe ao usuário que a percorre. Afeta a disposição do usuário em manter a mesma velocidade de operação nos trechos em tangente e nos trechos em curva Visando minimizar o impacto negativo desses fatores inerentes aos trechos curvos Conceitos de superelevação e de superlargura CARRO PERCORRENDO UMA CURVA HORIZONTAL FORÇA CENTRÍFUGA FORÇA DE ATRITO Atua no sentido de dentro para fora da curva, tendendo a mantê-lo em trajetória retilínea Força de atrito que se desenvolve entre os pneus e a superfície de rolamento EFEITOS COMBINADOS DA FORÇA DE ATRITO E DA FORÇA CENTRÍFUGA PASSAGEIROS CARGAS TRANSPORTADAS Sensação de desconforto causada pelos esforços laterais que empurram os passageiros para um lado ou para outro, dependendo do sentido da curva Atuação das forças laterais pode causar danos a mercadorias frágeis e desarrumação dos carregamentos, podendo até mesmo comprometer a estabilidade dos veículos em movimento SUPERELEVAÇÃO DA PISTA DE ROLAMENTO Declividade transversal da pista nos trechos em curva, introduzida com a finalidade de reduzir ou eliminar os efeitos das forças laterais sobre os passageiros e as cargas dos veículos em movimento Medida pela inclinação transversal da pista em relação ao plano horizontal expressa em proporção (m/m) ou em percentagem (%) Artifício geométrico contrabalançar os efeitos dessas forças laterais, procurando oferecer aos usuários melhores condições de conforto e de segurança no percurso das curvas horizontais. Forças atuantes sobre um veículo em trajetória curva SUPERELEVAÇÃO (e) Fa: Força de atrito que atua sobre as faces dos pneus em contato com a pista P: Força peso do veículo e atua sobre o centro de gravidade do veículo Fc: Força centrífuga que é horizontal e atua sobre o centro de gravidade do veículo e = tg (α) Proporção e = 100 . tg (α) (%) Equação de equilíbrio de forças, no plano paralelo ao da pista de rolamento Ft = Fa + Pt Forças atuantes sobre um veículo em trajetória curva Força centrífuga (N) Massa do veículo (kg) Velocidade tangencial do veículo (m/s) Raio da curva circular (m) Forças atuantes sobre um veículo em trajetória curva Raio da curva circular (m) Forças atuantes sobre um veículo em trajetória curva Lembrando que: Fa = μ. N Fa = f × (Pn + Fn ) Força de atrito (N) coeficiente de atrito entre o pneu e o pavimento (adimensional) (Pn + Fn) = força de contato entre o pneu e o pavimento, perpendicular à superfície de contato (N) Forças atuantes sobre um veículo em trajetória curva Fa = f × (Pn + Fn) Fn resulta muito pequeno perante Pn, para as inclinações transversais normalmente empregadas Ft = Fa + Pt Condição de equilíbrio Forças atuantes sobre um veículo em trajetória curva Transformando a velocidade em m/s para km/h e realizando a substituição da tg (a) pela notação da superelevação (e) Forças atuantes sobre um veículo em trajetória curva FÓRMULA DA SUPERELEVAÇÃO TEÓRICA e: superelevação (proporção) V: velocidade do veículo (km/h) R: raio da curva circular (m) f: coeficiente de atrito transversal, entre pneu e pavimento • Coeficiente de atrito f difere do conceito de coeficiente de atrito da física clássica coeficiente de atrito de deslizamento lateral, medido dinamicamente, isto é, com o veículo em movimento •Valor desse coeficiente de atrito transversal é variável, e diminui à medida que aumenta a velocidade tangencial do veículo • Valores a adotar para o coeficiente de atrito f fixados pelas normas de projeto geométrico resultados de medições de campo realizadas em pesquisas bastante antigas, décadas de 30 a 50, e confirmadas por trabalhos posteriores, de 1985, nos Estados Unidos (AASHTO, 1995, p.146; 154) CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO COEFICIENTE DE ATRITO F Valores são inferiores aos limites verificados para condições usuais de pneus e de pavimentos Correspondem a coeficientes de atrito medidos em experimentos em velocidades tais que os motoristas, na sensação de desconforto, reagiam instintivamente, evitando transitar em velocidades maiores Valores máximos admissíveis somente são empregados nas condições limites concordâncias horizontais com curvas de raios mínimos e com as superelevações máximas admitidas para o projeto VALORES MÍNIMOS E MÁXIMOS DE SUPERELEVAÇÃO TRECHOS EM TANGENTE Pista dotada de abaulamento, para facilitar a condução das águas pluviais para fora da superfície de rolamento Riscos aos usuários (aquaplanagem) Infiltração de águas superficiais para as camadas inferiores do pavimento Tem pista dotada de abaulamento, para facilitar a condução das águas pluviais para fora da superfície de rolamento. • Revestimentos betuminosos com granulometria aberta: 2,5% a 3,0%; • Revestimentos betuminosos de alta qualidade (CBUQ): 2,0%; • Pavimento de concreto de cimento: 1,5%. TRECHOS EM TANGENTE TRECHOS EM CURVA Retirada das águas superficiais da pista existência de superelevações Curvas com raios muito grandes em relação à velocidade diretriz de projeto pode-se projetar as seções transversais da pista nas mesmas condições consideradas para os trechos em tangente com abaulamentos, dispensando-se o uso de superelevações Curvas com raios abaixo dos valores exigem a consideração de superelevação adequada A superelevação mínima admissível mesmo quando as forças centrífugas envolvidas não a demandem, deverá ter valor igual ao do abaulamento, para fins de assegurar a devida drenagem superficial VALORES MÁXIMOS DE SUPERELEVAÇÃO EM CONCORDÂNCIAS HORIZONTAIS COM RAIOS PEQUENOS emáx = 12% taxa máxima admissível para a superelevação. Seu emprego deve ser limitado aos casos de correções de situações perigosas, sem alteração dos raios em planta. Se na via circularem veículos lentos, esse valor não deve ser aplicado emáx = 10% próprio para rodovias de padrão elevado, com condições favoráveis para os veículos desenvolverem velocidades mais elevadas, sendo também o fluxo ininterrupto. Adotar para rodovias de Classe 0 em geral e Classe I em regiões planas e onduladas emáx = 8% recomendado para rodovias de Classe I, em região montanhosa e rodovias para as demais classes de projeto em geral emáx = 6% projetos condicionados por urbanização adjacente e frequentes interseções, que provocam redução da velocidade média emáx = 4% situações extremas, com intensa ocupação do solo adjacente e reduzida flexibilidade para variar as declividades transversais da pista, sem vias marginais VALORES MÁXIMOS DE SUPERELEVAÇÃO EM CONCORDÂNCIAS HORIZONTAIS COM RAIOS PEQUENOS RAIOS MÍNIMOS DAS CONCORDÂNCIAS HORIZONTAIS Fórmula da superelevação teórica Isolando o raio R: E, na condição limite: Considerando os valores máximos admissíveis de coeficientes de atrito transversal discriminados pode-se calcular os valores dos raios mínimos de curva que podem ser utilizados nos projetos, referenciadosaos diferentes valores de superelevação máxima a adotar SUPERELEVAÇÕES A ADOTAR NAS CONCORDÂNCIAS A superelevação máxima estabelecida para o projeto de uma rodovia somente deve ser utilizada nas concordâncias projetadas com o raio mínimo, que é uma condição extrema do projeto, a ser evitada sempre que possível e razoável Quando se empregam raios de curva maiores que o mínimo, as forças centrífugas envolvidas diminuem à medida que aumenta o raio de curva, reduzindo as intensidades das forças de atrito e/ou as das forças devidas à superelevação, necessárias para equilibrar os efeitos das forças centrífugas Condição de projeto que recomende a utilização de um raio de curva maior que o mínimo há diferentes formas e critérios de balancear os valores de superelevação (e) e de coeficiente de atrito (f) soma de seus efeitos se iguale à força centrífuga atuando sobre o veículo Efeito da força centrífuga Superelevação Coeficiente de atrito O critério adotado pelo DNER (1999), tomando por base o método desenvolvido pela AASHTO adota uma curva de variação que expressa o acréscimo gradativo e simultâneo dos valores de superelevação e de coeficiente de atrito para contrabalançar o aumento da força centrífuga, à medida que diminuem os raios das concordâncias horizontais eR: superelevação a adotar para a curva com raio R (%) emáx: superelevação maxima para a classe do projeto (%) Rmín: raio mínimo de curva para a velocidade diretriz dada (m) R: raio da curva circular utilizada na concordância (m) Valores de superelevação calculados de acordo com o critério DNIT As superelevações estão limitadas inferiormente pela inclinação transversal de 2% valor correspondente ao abaulamento normalmente utilizado Exemplo: Determine a superelevação a ser adotada em uma concordância horizontal com raio circular R = 214,88 m, no projeto de uma rodovia nova, em região de relevo ondulado, na classe II do DNIT: Exemplo: Determine a superelevação a ser adotada em uma concordância horizontal com raio circular R = 214,88 m, no projeto de uma rodovia nova, em região de relevo ondulado, na classe II do DNIT: eR = 7,651% arredondado para o décimo percentual mais próximo, conforme sugere o DNIT em tabelas de superelevação, resulta: eR = 7,700 % Superelevação máxima: emáx = 8,000% (Tabela) Raio mínimo de curva: Rmín = 170,00 m (Tabela) Exemplo: Determine a superelevação a ser adotada em uma concordância horizontal com raio circular R = 214,88 m, no projeto de uma rodovia nova, em região de relevo ondulado, na classe II do DNIT:
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