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beiços. Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver; mas então não pode mais. O beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter as lagrimas, que vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, a porta, onde cara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa.” (50 contos de Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 368-76.) Pode-se a rmar que está presente a seguinte característica, típica da literatura realista de Machado de Assis: A Preocupação do autor com a questão da ascensão social, envolvendo amor, dinheiro, família e casamento, tudo movido por interesse. B Introspecção psicoóégica e uma temática voltada para a falsidade do casamento, marcado pela traição. C Retrato fiel e sem retoques de membros da elite brasileira, mostrando a arrogância no comportamento de quem ocupa altas posições. D Narrativa em primeira pessoa, a partir do olhar de um homem que está certo de ter sido traído, tornando sem confiabilidade a tese da traição. E Uso de conhecimentos da Biologia, da Psicologia e da Sociologia para explicar casos patológicos individuais em razão do determinismo do ambiente. Essa questão possui comentário do professor no site 4000134809 Questão 3 Literatura Augusto dos Anjos Interpretação de texto literário A árvore da serra — As árvores, meu filho, não têm alma! E esta arvore me serve de empecilho... É preciso cortá-la, pois, meu filho, Para que eu tenha uma velhice mais calma! — Meu pai, por que sua ira não se acalma?! Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?! Deus pôs almas nos cedros... no junquilho... Esta árvore, meu pai, possui minh'alma... — Disse — e ajoelhou-se, numa rogativa: “Não mate a árvore, pai, para que eu viva!” Enquanto a árvore, olhando a pátria serra, Caiu aos golpes do machado bronco, O moço triste se abraçou com o tronco. by: Torricelli1889 E nunca mais se levantou da terra. (Augusto dos Anjos) Assinale a única alternativa que caracteriza a poesia de Augusto dos Anjos: A A dramatização evidente no soneto representa a dualidade presente na alma do poeta entre o racionalismo de base científica e a religiosidade que persistia em seu íntimo. B A natureza no soneto ilustra a busca do indivíduo pelo esforço acolhedor, pelo lugar ameno em que a artificialidade da vida humana não tem valor. C O soneto, ornamentado com referências neoclássicas, afirma uma crença no progresso da humanidade, no triunfo do belo, do santo e do justo, pelo exercício da razão. D Os versos são repletos de sinestesias e hipérbatos que valorizam uma experiência sensorial e leva quem lê a perceber a existência de uma dimensão que se esconde além da realidade concreta. E O soneto apresenta uma visão antropocêntrica do eu-lirico ao recuperar modelos da Antiguidade Clássica a fim de elevar a clareza, a harmonia e o equilíbrio poéticos. Essa questão possui comentário do professor no site 4000134807 Questão 4 Memórias póstumas de Brás Cubas Literatura A obra Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, marca o início do Realismo no Brasil, dentre vários motivos, porque: A Surpreendeu o público leitor de romances românticos ao apresentar um livro supostamente escrito por um defunto, Brás Cubas, que acredita ter sido traído por seu melhor amigo, Escobar. B Trouxe um olhar crítico para a sociedade a partir do personagem Brás Cubas, que revela, com sua desfaçatez e arrogância, o comportamento típico dos que ocupavam as altas posições sociais. C Apresentou o inovador propósito de divertir o leitor, levando-o a aceitar as caracterizações mais duras e cruéis de personagens, cujo perfil é diferente do que se encontrava na sociedade. D Usou um narrador em primeira pessoa para fortalecer o seu pessimismo característico, principalmente em relação ao casamento, marcado pela traição, que é o tema principal nessa obra. E Mostrou uma realidade menos idealizada, mais verdadeira e crítica a partir de uma história real de um famoso servidor da República do século XIX, criador do conhecido Emplastro Brás Cubas. Essa questão possui comentário do professor no site 4000108864 Questão 5 Carta de Pero Vaz de Caminha Interpretação de texto literário Leia os trechos a seguir de A Carta, de Pero Vaz de Caminha. I - “Neste mesmo dia, à hora das vésperas, avistamos terra! Primeiramente um grande monte, muito alto e redondo; depois, outras serras mais baixas, da parte sul em relação ao monte e, mais, terra chã. Com grandes arvoredos. Ao monte alto o Capitão deu o nome de Monte Pascoal; e à terra, Terra de Vera Cruz.” by: Torricelli1889 II - “(...) a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. (...) As águas são muitas e in ndas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem.” Sobre esses trechos, pode-se afirmar: A Trata-se do primeiro texto escrito no Brasil e sobre o nosso país. Por causa disso, os estudiosos a colocaram como o marco inicial da literatura brasileira no período denominado Quinhentismo. B Os escritores que produziram essa literatura de informação revelam um sentimento de apego à terra conquistada, concebida como uma extensão da metrópole. C A primeira característica que se observa, nos textos desse período, é a sua estrutura narrativa, que mostrava, com uso frequente de comparações, a ação dos povos aqui encontrados. D Além da idealização do Novo Mundo, Caminha mostrava características exóticas e misteriosas que causavam certo receio ao público europeu, que temia a existência de espécies monstruosas. E Esses escritos têm um grande valor literário, pois guardam uma grande importância histórica de testemunho do espírito aventureiro da expansão marítima dos séculos XV e XVI. Essa questão possui comentário do professor no site 4000108863 Questão 6 Interpretação de texto literário Os sertões Leia o trecho a seguir de Os Sertões, de Euclides da Cunha: “De repente, uma variante trágica. Aproxima-se a seca. O sertanejo adivinha-a e graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo. Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo candente que irradia do Ceará. Buckle, em página notável, assinala a anomalia de se não afeiçoar nunca, o homem, às calamidades naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o peruano; e no Peru as crianças ao nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da terra. Mas o nosso sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora. É um complemento à sua vida tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a, estoico. Apesar das dolorosas tradições que conhece através de um sem número de terríveis episódios, alimenta a todo o transe esperanças de uma resistência impossível.” Analise as afirmativas que se seguem sobre a obra e o autor: I - Seu relato transcende a narração objetiva e jornalística e, impregnado de emoção, beira a ficção. by: Torricelli1889 Il - É um ensaio sociológico e histórico em torno da Guerra de Canudos. III - O estilo retórico-discursivo é simples e preciso. IV - O autor idealiza o sertanejo, descrevendo-o como um herói romântico, exaltando sua beleza, suas virtudes e seus valores. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas: A I, Ile III. B II, Ill e IV. C l e ll. D l e IV. E III e IV. Essa questão possui comentário do professor no site 4000108862 Questão 7 Modernismo de 1930 Interpretação de texto literário Leia o poema a seguir: Distribuição da poesia Mel silvestre tirei das plantas, sal tirei das águas, luz tirei do céu. Escutai, meus irmãos, poesia tirei de tudo para oferecer ao Senhor. Não tirei ouro da terra nem sangue dos meus irmãos. [...] A vida está malograda, creio nas mágicas de Deus. [...] (LIMA, J. Tempo e eternidade. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p.321 — Fragmento)Sinto beijos no meu rosto E bebo, por meu desgosto, Relembrando o que tu és E, quando, bebendo, espio Uma taça que esvazio, Vejo uma visão qualquer. Não distingo bem o vulto, Mas deve ser do meu culto O vulto dessa mulher... Quanto mais ponho bebida, Mais a sombra colorida Aparece ao meu olhar, Aumentando o sofrimento No cristal em que, sedento, Quero a paixão sufocar. E, no anseio da desgraça, Encho mais a minha taça Para afogar a visão. Quanto mais bebida eu ponho, Mais cresce a mulher no sonho, Na taça e no coração. (Orestes Barbosa) O texto apresenta características predominantes do by: Torricelli1889 A NEOCLACISSISMO, pois o poeta procura fugir para local idealizado pelos clássicos neolatinos. B ROMANTISMO, pois apresenta as marcantes características do sentimentalismo e da evasão romântica ao apresentar a fuga da realidade e a idealização da mulher. C BARROCO, pois apresenta raciocínio lógico e jogo de idéias, constituindo o estilo conhecido como conceptismo barroco. D SIMBOLISMO, pois apresenta uma poesia voltada para o místico, valorizando a espiritualidade e as profundezas da alma, além de usar sinestesias e muitas aliterações. E ARNASIANISMO, pois a poesia cultua apenas a forma: todos os versos possuem sete sílabas métricas, as estrofes são sempre de seis versos e obedecem rigorosamente à rima AABCCB. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039671 Questão 73 Simbolismo Literatura Arcadismo Das afirmações abaixo I - ''Cartas chilenas" são poemas satíricos, cuja autoria foi discutida por muito tempo. A obra foi atribuída a Tomás Antônio Gonzaga, poeta pertencente ao Arcadismo brasileiro, II - Castro Alves, poeta brasileiro da segunda geração romântica, resgata, em sua obra, os profundos con itos íntimos do ser humano, revelando uma visão egocêntrica. III - Cruz e Sousa é o maior representante do Simbolismo brasileiro, movimento que explora na poesia a musicalidade, o subjetivismo, a valorização do inconsciente e do subconsciente. Está(ão) correta(s): A I, II e III. B apenas I e II. C apenas I. D apenas I e III. E apenas II e III. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039670 Questão 74 Literatura O Ateneu No romance de memórias que tem como subtítulo "Crônica de saudades'', o autor retoma indiretamente os anos que passou interno em um colégio. Nessa obra, o narrador-personagem procura expor o que existe em sua memória, re etindo sobre seu passado, à luz de uma profunda desilusão. Essas a rmações referem-se ao romance: by: Torricelli1889 A "O Seminarista" - Bernardo Guimarães B "Noite na Taverna" - Álvares de Azevedo C "O Ateneu" - Raul Pompéia D "Memórias Póstumas de Brás Cubas" - Machado de Assis E "Memórias de um Sargento de Milícias" - Manoel Antônio de Almeida Essa questão possui comentário do professor no site 4000039669 Questão 75 Literatura Arcadismo Romantismo A Revolução Francesa, cujo marco é a Tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, desalojou a nobreza do poder. Também a literatura do século XVIII assistiria à transição do estilo aristocrático, requintado e convencional, para uma arte mais espiritual, espontânea e livre de modelos, ao gosto da burguesia ascendente. O comentário acima refere-se à transição do A Barroco para o Arcadismo B Classicismo para o Romantismo C Arcadismo para o Romantismo D Classicismo para o Humanismo E Barroco para o Romantismo Essa questão possui comentário do professor no site 4000039668 Questão 76 Literatura O Ateneu Interpretação de texto literário " 'Vais encontrar o mundo', disse-me meu pai, à porta do Ateneu. 'Coragem para a luta!' Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, as ilusões e criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados matemos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. (...) Eu tinha onze anos." Nesse fragmento, extraído do romance O Ateneu, o narrador afirma que by: Torricelli1889 A a educação materna cria em tomo das crianças um ambiente que não as prepara adequadamente para a vida. B o carinho materno, nos primeiros anos de vida, é essencial para se enfrentar, posteriormente, a rotina de um internato. C cada fase da vida - infância, adolescência e maturidade - é permeada por atividades que preparam o indivíduo para as etapas seguintes. D a vida escolar, apesar de rigorosa, é o complemento necessário à educação iniciada no ambiente doméstico. E os cuidados matemos tomam a pessoa mais sensível e, em função disso, ela melhor pode enfrentar o mundo exterior. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045883 Questão 77 Literatura O Ateneu Interpretação de texto literário " 'Vais encontrar o mundo', disse-me meu pai, à porta do Ateneu. 'Coragem para a luta!' Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, as ilusões e criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados matemos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. (...) Eu tinha onze anos." O Ateneu, romance do qual foi extraído o fragmento, foi publicado em 1888. Sobre esta obra, considerando o autor, a escola literária vigente na época e suas características, pode-se afirmar que A foi escrita por Machado de Assis, em pleno período realista, o que pode ser comprovado pelas ironias presentes no fragmento. B seu autor é Raul Pompéia, maior representante do Parnasianismo, que é uma escola racionalista, e isso se comprova pela quase ausência de adjetivos no fragmento. C é de autoria de Aluisio Azevedo, que também escreveu O cortiço, um outro romance experimentalista, característica básica do Naturalismo. D é uma das muitas de Machado de Assis, em que o pessimismo e a análise psicológica da personagem trazem a marca do Realismo. E é a mais famosa de Raul Pompéia, na qual o autor afasta-se do Naturalismo, apesar de manter algumas características desse estilo. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045882 Questão 78 Marília de Dirceu Literatura Interpretação de texto literário Aqui um regato Corria sereno Por margens cobertas by: Torricelli1889 de flores e feno; à esquerda se erguia um bosque fechado, e o tempo apressado, que nada respeita, já tudo mudou. São estes os sítios? São estes; mas eu O mesmo não sou. Marília, tu chamas? Espera, que eu vou. O texto mostra uma das vertentes mais conhecidas da poesia do autor, que é A a consciência da fugacidade do tempo e a necessidade de fruição dos prazeres da vida. B o realismo descritivo, retratando a rusticidade da paisagem campcstre e da agricultura. C exacerbação do subjetivismo, traduzido em atitudes antitéticas, pelo bucolismo c pela idealização da mulher. D estilo marcado pela leveza, pelos idílios campestres, pela natureza delicada e aprazível, e uma linguagem próxima do ritmo da prosa. E predomínio da ordem direta, de versos livres e brancos, e da linguagem metafórica. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045880 Questão 79 Álvares de Azevedo Literatura Interpretação de texto literário No poema acima predomina by: Torricelli1889 A descritivismo, objetividade, ausência de emoções. B subjetivismo, identificação de sentimentos e natureza, pessimismo e solidão. C objetivismo, visão patológica do homem, determinismo e experimentalismo. D imagem grandiosa acerca da vida, do amor; e temor da morte, do desconhecido. E uma concepção idealista de transformação do mundo, com nova visão de vida e de morte. Essa questãopossui comentário do professor no site 4000045877 Questão 80 Álvares de Azevedo Literatura Interpretação de texto literário O texto está organizado em torno da relação vida-amor-morte. Analisando essa relação, pode-se afirmar que A o poeta vê a morte como algo tenebroso, pavoroso, que faz cessar toda alegria do amor e da vida. B apesar de triste o passamento, o poeta pede que não chorem, pois a morte é como um pesadelo que se desfaz com o tempo. C o poeta morre feliz, porque a natureza, a flor do vale, também morre, adormece ao vento com alegria. D embora cansado da vida e fracassado no amor, o poeta deseja sonhar e amar, temendo a solidão, a morte, o abandono. E apesar do amor, o poeta considera a vida sinônimo de dor, tédio e pesadelo, e a morte, alívio e libertação. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045876 Questão 81 Literatura Cecília Meireles Interpretação de texto literário by: Torricelli1889 Em excêntrica, fora do centro, há uma idéia de ausência, exclusão, proveniente do pre xo ex-. Nesse mesmo sentido, a palavra exangue, por exemplo, signi ca sem sangue, A palavra em que ocorre a mesma situação é A exame B hexadecimal C exército D extemporâneo E exato Essa questão possui comentário do professor no site 4000045875 Questão 82 Literatura Machado de Assis Interpretação de texto literário A CAROLINA 1 Querida, ao pé do leito derradeiro 2 Em que descansas dessa longa vida, 3 Aqui venho e virei, pobre querida, 4 Trazer-te o coração do companheiro. 5 Pulsa-lhe aquele afeto derradeiro 6 Que, a despeito de toda a humana lida, 7 Fez a nossa existência apetecida 8 E num recanto pôs o mundo inteiro. 9 Trago-te flores – restos arrancados 10 Da terra que nos viu passar unidos 11 E ora mortos nos deixa e separados. 12 Que eu, se tenho nos olhos malferidos by: Torricelli1889 13 Pensamentos de vida formulados, 14 São pensamentos idos e vividos. (Machado de Assis) Nos versos 2 e 10 ocorrem, respectivamente, as figuras de linguagem: A Metáfora e Perífrase. B Metonímia e Onomatopéia. C Eufemismo e Prosopopéia. D Hipérbole e Eufemismo. E Metáfora e Ironia. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045872 Questão 83 Literatura Machado de Assis Interpretação de texto literário A CAROLINA 1 Querida, ao pé do leito derradeiro 2 Em que descansas dessa longa vida, 3 Aqui venho e virei, pobre querida, 4 Trazer-te o coração do companheiro. 5 Pulsa-lhe aquele afeto derradeiro 6 Que, a despeito de toda a humana lida, 7 Fez a nossa existência apetecida 8 E num recanto pôs o mundo inteiro. 9 Trago-te flores – restos arrancados 10 Da terra que nos viu passar unidos 11 E ora mortos nos deixa e separados. 12 Que eu, se tenho nos olhos malferidos 13 Pensamentos de vida formulados, 14 São pensamentos idos e vividos. (Machado de Assis) Nesse poema, é correto afirmar que o eu-lírico by: Torricelli1889 A comenta com um amigo as saudades que sente da amada, que partira para sempre. B dirige-se a sua amada, que se encontra muito doente. C leva flores à amada como um pedido de reconciliação por alguma falta cometida. D faz uma promessa à beira do túmulo onde jaz a sua amada. E demonstra saudade e arrependimento por não ter tido tempo de declarar o seu amor. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045871 Questão 84 Luís de Camões Literatura Interpretação de texto literário Texto 1 “Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude de muito imaginar; Não tenho logo mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada.” (Luís Vaz de Camões) Texto 2 “Faz a imaginação de um bem amado Que nele se transforme o peito amante; Daqui vem, que a minha alma delirante Se não distingue já do meu cuidado.” (Cláudio Manuel da Costa) Confrontando as escolas literárias a que pertencem os autores dos textos 1 e 2, observa-se que A a semelhança entre os textos é reflexo da falta de originalidade do poeta árcade brasileiro, que plagiava constantemente o poeta clássico. B a imitação e a recriação eram procedimentos usuais entre os clássicos, retomadas pelos árcades, mas em que o “imitador” sempre deixava sua marca original. C Cláudio Manuel da Costa não segue a tendência principal da poesia árcade, a fuga da imitação: o poeta é “inventor”, não deve seguir modelos. D a semelhança entre os textos é mera coincidência, visto que esse tema – amor – sempre foi cantado em poesia, desde os clássicos até os dias atuais. E a semelhança entre os textos é fruto da verossimilhança e simplicidade, notas formais prezadas pelos árcades, traduzidas pela poesia pastoril, em oposição à poesia clássica. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039594 by: Torricelli1889 Questão 85 Luís de Camões Literatura Interpretação de texto literário Texto 1 “Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude de muito imaginar; Não tenho logo mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada.” (Luís Vaz de Camões) Texto 2 “Faz a imaginação de um bem amado Que nele se transforme o peito amante; Daqui vem, que a minha alma delirante Se não distingue já do meu cuidado.” (Cláudio Manuel da Costa) Comparando os textos 1 e 2, pode-se afirmar que A o primeiro refere-se ao amor espiritual, platônico; o segundo, ao erótico, sensual. B ambos desenvolvem o tema erótico, sensual, disfarçado em pureza de sentimentos. C ambos desenvolvem o mesmo tema: os afetos pela amada, num plano platônico. D ambos exprimem decepção amorosa, já que o amor é apenas fruto da imaginação. E o segundo ironiza o primeiro, pois a visão de amor neste não passa de delírio. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039593 Questão 86 Marília de Dirceu Literatura Interpretação de texto literário Aqui um regato Corria sereno Por margens cobertas de flores e feno; à esquerda se erguia um bosque fechado, e o tempo apressado, que nada respeita, já tudo mudou. São estes os sítios? São estes; mas eu O mesmo não sou. Marília, tu chamas? by: Torricelli1889 Espera, que eu vou. As características presentes no texto permitem identificá-lo como pertencente ao A Arcadismo e de autoria de Tomás Antônio Gonzaga. B Romantismo e de autoria de Álvares de Azevedo. C Simbolismo e de autoria de João da Cruz e Sousa. D Arcadismo e de autoria de Cláudio Manuel da Costa. E Romantismo e de autoria de Gonçalves Dias. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039589 Questão 87 Literatura Cecília Meireles Interpretação de texto literário CANÇÃO EXCÊNTRICA 1 Ando à procura de espaço 2 para o desenho da vida. 3 Em números me embaraço 4 e perco sempre a medida. 5 Se penso encontrar saída, 6 em vez de abrir um compasso, 7 projeto-me num abraço 8 e gero uma despedida. 9 Se volto sobre o meu passo, 10 é já distância perdida. 11 Meu coração, coisa de aço, 12 começa a achar um cansaço 13 esta procura de espaço 14 para o desenho da vida. 15 Já por exausta e descrida 16 não me animo a um breve traço: 17 – saudosa do que não faço 18 – do que faço, arrependida. (Cecília Meireles) Vocabulário Excêntrico. 1.Que (se) desvia ou (se) afasta do centro. 2. Indivíduo original, extravagante, esquisito. Exausta. Esgotada. by: Torricelli1889 Descrida. Descrente. Em excêntrica, fora do centro, há uma idéia de ausência, exclusão, proveniente do pre xo ex-. Nesse mesmo sentido, a palavra exangue, por exemplo, signi ca sem sangue. A palavra em que ocorre a mesma situação é A exame B hexadecimal C exército D extemporâneo E exato Essa questão possui comentário do professor no site 4000039585 Questão 88 Literatura Cecília Meireles Interpretação de texto literário CANÇÃO EXCÊNTRICA 1 Ando à procura de espaço 2 para o desenho da vida. 3 Em números me embaraço 4 e perco sempre a medida. 5 Se penso encontrar saída, 6 em vez de abrir um compasso, 7 projeto-me num abraço 8 e gero uma despedida. 9 Se volto sobre o meu passo, 10 é já distância perdida. 11 Meu coração,coisa de aço, 12 começa a achar um cansaço 13 esta procura de espaço 14 para o desenho da vida. 15 Já por exausta e descrida 16 não me animo a um breve traço: 17 – saudosa do que não faço 18 – do que faço, arrependida. (Cecília Meireles) Vocabulário by: Torricelli1889 Excêntrico. 1.Que (se) desvia ou (se) afasta do centro. 2. Indivíduo original, extravagante, esquisito. Exausta. Esgotada. Descrida. Descrente. O verso “para o desenho da vida” expressa uma circunstância de A tempo B causa C modo D finalidade E explicação Essa questão possui comentário do professor no site 4000039584 Questão 89 Literatura Cecília Meireles Interpretação de texto literário CANÇÃO EXCÊNTRICA 1 Ando à procura de espaço 2 para o desenho da vida. 3 Em números me embaraço 4 e perco sempre a medida. 5 Se penso encontrar saída, 6 em vez de abrir um compasso, 7 projeto-me num abraço 8 e gero uma despedida. 9 Se volto sobre o meu passo, 10 é já distância perdida. 11 Meu coração, coisa de aço, 12 começa a achar um cansaço 13 esta procura de espaço 14 para o desenho da vida. 15 Já por exausta e descrida 16 não me animo a um breve traço: 17 – saudosa do que não faço 18 – do que faço, arrependida. (Cecília Meireles) Vocabulário by: Torricelli1889 Excêntrico. 1.Que (se) desvia ou (se) afasta do centro. 2. Indivíduo original, extravagante, esquisito. Exausta. Esgotada. Descrida. Descrente. Nesse poema, a expressão “desenho da vida” significa A sentido da existência. B preservação das conquistas já feitas. C esboço de formas geométricas. D retrato de uma paisagem. E idade da poetisa. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039583 Questão 90 Álvares de Azevedo Literatura Dos poetas românticos abaixo, a indicação dos temas predominantes em suas obras está corretamente indicada em A Casimiro de Abreu - preocupações sociais, indianismo B Gonçalves Dias- religiosidade e exaltação à morte C Fagundes Varela - lembrança da pátria e da infância D Castro Alves - fuga da realidade, idealização da infância E Alvares de Azevedo - negativismo boêmio, exaltação da morte Essa questão possui comentário do professor no site 4000045836 Questão 91 Quinhentismo Literatura Assinale a alternativa correta em relação ao Quinhentismo brasileiro. by: Torricelli1889 A É um período bastante produtivo da literatura brasileira, com importantes poetas exaltando as qualidades da nova terra. B E o primeiro movimento literário ocorrido no Brasil, tendo como destaque o poeta Basílio da Gama. É uma escola de exaltação do sentimento de brasilidade. C É um período em que não se pode falar numa literatura brasileira, e sim em literatura ligada ao Brasil mas que reflete as ambições e intenções do homem europeu. D É composta de crônicas de viagem e de uma vasta produção jesuítica, com objetivos de descrever o interior do Brasil e converter índios e negros à fé católica. E É uma fase inicial da nossa literatura, mas essencial para a formação cultural brasileira pela qualidade dos poemas e romances nela produzidos. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045834 Questão 92 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário Leia o texto abaixo e responda. No Retiro da Figueira (Moacyr Seliar) 1° § Sempre achei que era bom demais. O lugar, principalmente. O lugar era... era maravilhoso. Bem como dizia o prospecto: maravilhoso. Arborizado, tranqüilo, um dos últimos locais - dizia o anúncio - onde você pode ouvir um bem-te-vi cantar. Verdade: na primeira vez que fomos lá ouvimos o bem-te-vi. E também constatamos que as casas eram sólidas e bonitas, exatamente como o prospecto as descrevia: estilo moderno, sólidas e bonitas. Vimos os gramados, os parques, os pôneis, o pequeno lago. Vimos o campo de aviação. Vimos a majestosa figueira que dava nome ao condomínio: Retiro da Figueira. 2° § Mas o que mais agradou à minha mulher foi a segurança. Durante todo o trajeto de volta à cidade - e eram uns bons cinqüenta minutos - ela falou, entusiasmada, da cerca eletri cada, das torres de vigia, dos holofotes, do sistema de alarmes - e sobretudo dos guardas. Oito guardas, homens fortes, decididos - mas amáveis, educados. Aliás, quem nos recebeu naquela visita, e na seguinte, foi o chefe deles, um senhor tão inteligente e culto que logo pensei: "ah, mas ele deve ser formado em alguma universidade". De fato: no decorrer da conversa ele mencionou - mas de maneira casual - que era formado em Direito. O que só fez aumentar o entusiasmo de minha mulher. 3° § Ela andava muito assustada ultimamente. Os assaltos violentos se sucediam na vizinhança; trancas e porteiros eletrônicos já não detinham os criminosos. Todos os dias sabíamos de alguém roubado e espancado; e quando uma amiga nossa foi violentada por dois marginais, minha mulher decidiu - tínhamos de mudar de bairro. Tínhamos de procurar um lugar seguro. 4° § Foi então que en aram o prospecto colorido sob nossa porta. Às vezes penso que se morássemos num edifício mais seguro o portador daquela mensagem publicitária nunca teria chegado a nós, e, talvez... Mas isto agora são apenas suposições. De qualquer modo, minha mulher cou encantada com o Retiro da by: Torricelli1889 Figueira. Meus lhos estavam vidrados nos pôneis. E eu acabava de ser promovido na rma. As coisas todas se encadearam, e o que começou com um prospecto sendo enfiado sob a porta transformou-se - como dizia o texto - num novo estilo de vida. 5° § Não fomos os primeiros a comprar casa no Retiro da Figueira. Pelo contrário; entre nossa primeira visita e a segunda - uma semana após - a maior parte das trinta residências já tinha sido vendida. O chefe dos guardas me apresentou a alguns dos compradores. Gostei deles: gente como eu, diretores de empresa, pro ssionais liberais, dois fazendeiros. Todos tinham vindo pelo prospecto. E quase todos tinham se decidido pelo lugar por causa da segurança. 6° § Naquela semana descobri que o prospecto tinha sido enviado apenas a uma quantidade limitada de pessoas. Na minha rma, por exemplo, só eu o tinha recebido. Minha mulher atribuiu o fato a uma seleção cuidadosa de futuros moradores - e viu nisso mais um motivo de satisfação. Quanto a mim, estava achando tudo muito bom. Bom demais. 7º § Mudamo-nos. A vida lá era realmente um encanto. Os bem-te-vis eram pontuais: às sete da manhã começavam seu a nado concerto. Os pôneis eram mansos, as aléias ensaibradas estavam sempre limpas. A brisa agitava as árvores do parque - cento e doze, bem como dizia o prospecto. Por outro lado, o sistema de alarmes era impecável. Os guardas compareciam periodicamente à nossa casa para ver se estava tudo bem - sempre gentis, sempre sorridentes. O chefe deles era uma pessoa particularmente interessada: organizava festas e torneios, preocupava-se com nosso bem-estar. Fez uma lista dos parentes e amigos dos moradores - para qualquer emergência, explicou, com um sorriso tranqüilizador. O primeiro mês decorreu - tal como prometido no prospecto - num clima de sonho. De sonho, mesmo. 8° § Uma manhã de domingo, muito cedo - lembro-me que os bem-te-vis ainda não tinham começado a cantar - soou a sirene de alarme. Nunca tinha tocado antes, de modo que ficamos um pouco assustados - um pouco, não muito. Mas sabíamos o que fazer: nos dirigimos, em ordem, ao salão de festas, perto do lago. Quase todos ainda de roupão ou pijama. 9° § O chefe dos guardas estava lá, ladeado por seus homens, todos armados de fuzis. Fez-nos sentar, ofereceu café. Depois, sempre pedindo desculpas pelo transtorno, explicou o motivo da reunião: é que havia marginais nos matos ao redor do Retiro e ele, avisado pela polícia, decidira pedir que não saíssemos naquele domingo. 10° § - A nal - disse, em tom de gracejo - está um belo domingo, os pôneis estão aí mesmo, as quadras de tênis... 11° § Era mesmo um homem muito simpático. Ninguém chegou a ficar verdadeiramente contrariado. 12° § Contrariados caram alguns nodia seguinte, quando a sirene tornou a soar de madrugada. Reunimo-nos de novo no salão de festas, uns resmungando que era segunda-feira, dia de trabalho. Sempre sorrindo, o chefe dos guardas pediu desculpas novamente e disse que infelizmente não poderíamos sair - os marginais continuavam nos matos, soltos. Gente perigosa; entre eles, dois assassinos foragidos. À pergunta de um irado cirurgião o chefe dos guardas respondeu que, mesmo de carro, não poderíamos sair; os bandidos poderiam bloquear a estreita estrada do Retiro. by: Torricelli1889 13° § - E vocês, por que não nos acompanham? - perguntou o cirurgião. 14° § - E quem vai cuidar da família de vocês? - disse o chefe dos guardas, sempre sorrindo. 15° § Ficamos retidos naquele dia e no seguinte. Foi aí que a polícia cercou o local: dezenas de viaturas com homens armados, alguns com máscaras contra gases. De nossas janelas nós os víamos e reconhecíamos: o chefe dos guardas estava com a razão. 16° § Passávamos o tempo jogando cartas, passeando ou simplesmente não fazendo nada. Alguns estavam até gostando. Eu não. Pode parecer presunção dizer isto agora, mas eu não estava gostando nada daquilo. 17° § Foi no quarto dia que o avião desceu no campo de pouso. Um jatinho. Corremos para lá. 18° § Um homem desceu e entregou uma maleta ao chefe dos guardas. Depois olhou para nós - amedrontado, pareceu-me - e saiu pelo portão da entrada, quase correndo. 19° § O chefe dos guardas fez sinal para que não nos aproximássemos. Entrou no avião. Deixou a porta aberta, e assim pudemos ver que examinava o conteúdo da maleta. Fechou-a, chegou à porta e fez um sinal. Os guardas vieram correndo, entraram todos no jatinho. A porta se fechou, o avião decolou e sumiu. 20° § Nunca mais vimos o chefe e seus homens. Mas estou certo que estão gozando o dinheiro pago por nosso resgate. Uma quantia su ciente para construir dez condomínios iguais ao nosso - que eu, diga-se de passagem, sempre achei que era bom demais. (Os melhores contos. 2. Ed. São Paulo, Global, 1968.) "Oito guardas, homens fortes, decididos - mas amáveis, educados." (2º§) Em função do que se pode depreender da análise global do conto, os guardas tinham as características A adequadas ao padrão do condomínio e zelavam, com eficiência, pela segurança e bem-estar dos moradores. B dissimuladoras de suas reais intenções e visavam não despertar qualquer desconfiança delas por parte dos moradores. C pouco adequadas a homens que prestam tais serviços, mais eficazmente desempenhados por homens brutos, grosseiros. D contraditórias, não sendo encontradas conjuntamente num mesmo indivíduo. E essenciais e que se mostraram decisivas quando da preservação da segurança dos moradores em face do cerco dos marginais ao condomínio. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045820 Questão 93 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário by: Torricelli1889 Leia o texto abaixo e responda. No Retiro da Figueira (Moacyr Seliar) 1° § Sempre achei que era bom demais. O lugar, principalmente. O lugar era... era maravilhoso. Bem como dizia o prospecto: maravilhoso. Arborizado, tranqüilo, um dos últimos locais - dizia o anúncio - onde você pode ouvir um bem-te-vi cantar. Verdade: na primeira vez que fomos lá ouvimos o bem-te-vi. E também constatamos que as casas eram sólidas e bonitas, exatamente como o prospecto as descrevia: estilo moderno, sólidas e bonitas. Vimos os gramados, os parques, os pôneis, o pequeno lago. Vimos o campo de aviação. Vimos a majestosa figueira que dava nome ao condomínio: Retiro da Figueira. 2° § Mas o que mais agradou à minha mulher foi a segurança. Durante todo o trajeto de volta à cidade - e eram uns bons cinqüenta minutos - ela falou, entusiasmada, da cerca eletri cada, das torres de vigia, dos holofotes, do sistema de alarmes - e sobretudo dos guardas. Oito guardas, homens fortes, decididos - mas amáveis, educados. Aliás, quem nos recebeu naquela visita, e na seguinte, foi o chefe deles, um senhor tão inteligente e culto que logo pensei: "ah, mas ele deve ser formado em alguma universidade". De fato: no decorrer da conversa ele mencionou - mas de maneira casual - que era formado em Direito. O que só fez aumentar o entusiasmo de minha mulher. 3° § Ela andava muito assustada ultimamente. Os assaltos violentos se sucediam na vizinhança; trancas e porteiros eletrônicos já não detinham os criminosos. Todos os dias sabíamos de alguém roubado e espancado; e quando uma amiga nossa foi violentada por dois marginais, minha mulher decidiu - tínhamos de mudar de bairro. Tínhamos de procurar um lugar seguro. 4° § Foi então que en aram o prospecto colorido sob nossa porta. Às vezes penso que se morássemos num edifício mais seguro o portador daquela mensagem publicitária nunca teria chegado a nós, e, talvez... Mas isto agora são apenas suposições. De qualquer modo, minha mulher cou encantada com o Retiro da Figueira. Meus lhos estavam vidrados nos pôneis. E eu acabava de ser promovido na rma. As coisas todas se encadearam, e o que começou com um prospecto sendo enfiado sob a porta transformou-se - como dizia o texto - num novo estilo de vida. 5° § Não fomos os primeiros a comprar casa no Retiro da Figueira. Pelo contrário; entre nossa primeira visita e a segunda - uma semana após - a maior parte das trinta residências já tinha sido vendida. O chefe dos guardas me apresentou a alguns dos compradores. Gostei deles: gente como eu, diretores de empresa, pro ssionais liberais, dois fazendeiros. Todos tinham vindo pelo prospecto. E quase todos tinham se decidido pelo lugar por causa da segurança. 6° § Naquela semana descobri que o prospecto tinha sido enviado apenas a uma quantidade limitada de pessoas. Na minha rma, por exemplo, só eu o tinha recebido. Minha mulher atribuiu o fato a uma seleção cuidadosa de futuros moradores - e viu nisso mais um motivo de satisfação. Quanto a mim, estava achando tudo muito bom. Bom demais. 7º § Mudamo-nos. A vida lá era realmente um encanto. Os bem-te-vis eram pontuais: às sete da manhã by: Torricelli1889 começavam seu a nado concerto. Os pôneis eram mansos, as aléias ensaibradas estavam sempre limpas. A brisa agitava as árvores do parque - cento e doze, bem como dizia o prospecto. Por outro lado, o sistema de alarmes era impecável. Os guardas compareciam periodicamente à nossa casa para ver se estava tudo bem - sempre gentis, sempre sorridentes. O chefe deles era uma pessoa particularmente interessada: organizava festas e torneios, preocupava-se com nosso bem-estar. Fez uma lista dos parentes e amigos dos moradores - para qualquer emergência, explicou, com um sorriso tranqüilizador. O primeiro mês decorreu - tal como prometido no prospecto - num clima de sonho. De sonho, mesmo. 8° § Uma manhã de domingo, muito cedo - lembro-me que os bem-te-vis ainda não tinham começado a cantar - soou a sirene de alarme. Nunca tinha tocado antes, de modo que ficamos um pouco assustados - um pouco, não muito. Mas sabíamos o que fazer: nos dirigimos, em ordem, ao salão de festas, perto do lago. Quase todos ainda de roupão ou pijama. 9° § O chefe dos guardas estava lá, ladeado por seus homens, todos armados de fuzis. Fez-nos sentar, ofereceu café. Depois, sempre pedindo desculpas pelo transtorno, explicou o motivo da reunião: é que havia marginais nos matos ao redor do Retiro e ele, avisado pela polícia, decidira pedir que não saíssemos naquele domingo. 10° § - A nal - disse, em tom de gracejo - está um belo domingo, os pôneis estão aí mesmo, as quadras de tênis... 11° § Era mesmo um homem muito simpático. Ninguém chegou a ficar verdadeiramente contrariado. 12° § Contrariados caram alguns no dia seguinte, quando a sirene tornou a soar de madrugada. Reunimo-nos de novo no salão de festas, uns resmungando que era segunda-feira, dia de trabalho. Sempre sorrindo, o chefe dos guardas pediu desculpas novamente e disse que infelizmente não poderíamos sair - os marginais continuavamnos matos, soltos. Gente perigosa; entre eles, dois assassinos foragidos. À pergunta de um irado cirurgião o chefe dos guardas respondeu que, mesmo de carro, não poderíamos sair; os bandidos poderiam bloquear a estreita estrada do Retiro. 13° § - E vocês, por que não nos acompanham? - perguntou o cirurgião. 14° § - E quem vai cuidar da família de vocês? - disse o chefe dos guardas, sempre sorrindo. 15° § Ficamos retidos naquele dia e no seguinte. Foi aí que a polícia cercou o local: dezenas de viaturas com homens armados, alguns com máscaras contra gases. De nossas janelas nós os víamos e reconhecíamos: o chefe dos guardas estava com a razão. 16° § Passávamos o tempo jogando cartas, passeando ou simplesmente não fazendo nada. Alguns estavam até gostando. Eu não. Pode parecer presunção dizer isto agora, mas eu não estava gostando nada daquilo. 17° § Foi no quarto dia que o avião desceu no campo de pouso. Um jatinho. Corremos para lá. 18° § Um homem desceu e entregou uma maleta ao chefe dos guardas. Depois olhou para nós - amedrontado, pareceu-me - e saiu pelo portão da entrada, quase correndo. by: Torricelli1889 19° § O chefe dos guardas fez sinal para que não nos aproximássemos. Entrou no avião. Deixou a porta aberta, e assim pudemos ver que examinava o conteúdo da maleta. Fechou-a, chegou à porta e fez um sinal. Os guardas vieram correndo, entraram todos no jatinho. A porta se fechou, o avião decolou e sumiu. 20° § Nunca mais vimos o chefe e seus homens. Mas estou certo que estão gozando o dinheiro pago por nosso resgate. Uma quantia su ciente para construir dez condomínios iguais ao nosso - que eu, diga-se de passagem, sempre achei que era bom demais. (Os melhores contos. 2. Ed. São Paulo, Global, 1968.) "Foi aí que a polícia cercou o local: dezenas de viaturas com homens armados, alguns com máscaras contra gases. De nossas janelas nós os víamos e reconhecíamos: o chefe dos guardas estava com a razão." (15º§) Nessa passagem do conto, o narrador A refere-se ao fato de que havia conseguido ver e reconhecer os marginais que cercavam o condomínio, conforme informado pelo chefe dos guardas. B confirma a informação previamente transmitida aos moradores pelo chefe dos guardas sobre a chegada da polícia para efetuar a prisão dos marginais que cercavam o condomínio. C equivoca-se quando reconhece que "o chefe dos guardas estava com a razão." D reconhece que o condomínio lhes proporciona toda a segurança, tanto que passavam o tempo "jogando cartas, passeando ou simplesmente não fazendo nada." E atesta a eficiência dos guardas do condomínio, que auxiliam o trabalho da polícia. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045819 Questão 94 Castro Alves Literatura Interpretação de texto literário “O incêndio – leão ruivo, ensangüentado, A juba, a crina atira desgrenhado Aos pampeiros dos céus!... Travou-se o pugilato... e o cedro tomba... Queimado..., retorcendo na hecatomba Os braços para Deus. A queimada! A queimada é uma fornalha! A irara – pula; o cascavel – chocalha... Raiva, espuma o tapir! ...E às vezes sobre o cume de um rochedo A corsa e o tigre – náufragos do medo – Vão trêmulos se unir!” Esse fragmento de poema apresenta características literárias da poesia by: Torricelli1889 A romântica condoreira, pela humanização da natureza, incontinência verbal, e pela presença de hipérboles e metáforas, com imagens grandiosas. B ultra-romântica, pelo tom suave e melancólico com que descreve a destruição da natureza, descambando para o medo, o pessimismo e a melancolia. C barroca, pelo jogo de metáforas, encadeadas através de antíteses e paradoxos, retratando conflito, dúvida, incerteza, ódio e religiosidade. D arcádica, pelo descritivismo, pela objetividade, ausência de emoção, e pela identificação entre sentimentos do poeta e a natureza. E da primeira fase romântica brasileira, quando se une a exaltação da natureza, sentimentalismo e religiosidade, através de uma linguagem acessível, conforme a simplicidade do tema. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039555 Questão 95 Marília de Dirceu Literatura Interpretação de texto literário “Ah! Não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças, E ao semblante a graça!” Os versos acima refletem bem o espírito do Arcadismo. Trata-se de A “locus amoenus” B “inutilia truncat” C “fugere urbem” D “carpe diem” E “aurea mediocritas” Essa questão possui comentário do professor no site 4000039554 Questão 96 Gonçalves Dias Literatura Interpretação de texto literário “O Piaga nos disse que breve seria, A que nos afliges cruel punição; E os teus inda vagam por serras por vales, Buscando um asilo por ínvio sertão Descobre o teu rosto, ressurjam os bravos, Que eu vi combatendo no albor da manhã; Conheçam-te os feros, confessem vencidos Que és grande e te vingas, que és Deus, ó Tupã! Nas estrofes acima, é possível reconhecer o estilo de: by: Torricelli1889 A Gonçalves Dias B José de Alencar C Castro Alves D Tomás Antônio Gonzaga E Padre Anchieta Essa questão possui comentário do professor no site 4000039553 Questão 97 Literatura Romantismo Romantismo I – Martins Pena foi, no teatro romântico brasileiro, o nosso primeiro autor popular, escrevendo comédias de costumes. II – Manuel Antônio de Almeida é um autor de destaque dentro do Romantismo brasileiro, por ter caracterizado muito bem o herói romântico, verdadeiro modelo de virtudes; III – Júlio Diniz é um dos mais importantes autores do Romantismo português, explorando essencialmente a linha do romance histórico. IV – Franklin Távora, dentro do Romantismo brasileiro, enquadra-se na linha regionalista, ambientando sua obra no Nordeste. Em relação às afirmações acima, estão corretas A I e II B II e III C III e IV D I e IV E II e III Essa questão possui comentário do professor no site 4000039550 Questão 98 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário No Retiro da Figueira (Moacyr Scliar) 1º § Sempre achei que era bom demais. O lugar, principalmente. O lugar era... era maravilhoso. Bem como dizia o prospecto: maravilhoso. Arborizado, tranqüilo, um dos últimos locais – dizia o anúncio – onde você pode ouvir um bem-te-vi cantar. Verdade: na primeira vez que fomos lá ouvimos o bem-te-vi. E também constatamos que as casas eram sólidas e bonitas, exatamente como o prospecto as descrevia: estilo moderno, sólidas e bonitas. Vimos os gramados, os parques, os pôneis, o pequeno lago. Vimos o campo de by: Torricelli1889 aviação. Vimos a majestosa figueira que dava nome ao condomínio: Retiro da Figueira. 2º § Mas o que mais agradou à minha mulher foi a segurança. Durante todo o trajeto de volta à cidade – e eram uns bons cinqüenta minutos – ela falou, entusiasmada, da cerca eletri cada, das torres de vigia, dos holofotes, do sistema de alarmes – e sobretudo dos guardas. Oito guardas, homens fortes, decididos – mas amáveis, educados. Aliás, quem nos recebeu naquela visita, e na seguinte, foi o chefe deles, um senhor tão inteligente e culto que logo pensei: “ah, mas ele deve ser formado em alguma universidade”. De fato: no decorrer da conversa ele mencionou – mas de maneira casual – que era formado em Direito. O que só fez aumentar o entusiasmo de minha mulher. 3º § Ela andava muito assustada ultimamente. Os assaltos violentos se sucediam na vizinhança; trancas e porteiros eletrônicos já não detinham os criminosos. Todos os dias sabíamos de alguém roubado e espancado; e quando uma amiga nossa foi violentada por dois marginais, minha mulher decidiu – tínhamos de mudar de bairro. Tínhamos de procurar um lugar seguro. 4º § Foi então que en aram o prospecto colorido sob nossa porta. Às vezes penso que se morássemos num edifício mais seguro o portador daquela mensagem publicitária nunca teria chegado a nós, e, talvez... Mas isto agora são apenas suposições. De qualquer modo, minha mulher cou encantada com o Retiro da Figueira.Meus lhos estavam vidrados nos pôneis. E eu acabava de ser promovido na rma. As coisas todas se encadearam, e o que começou com um prospecto sendo en ado sob a porta transformou-se – como dizia o texto – num novo estilo de vida. 5º § Não fomos os primeiros a comprar casa no Retiro da Figueira. Pelo contrário; entre nossa primeira visita e a segunda – uma semana após – a maior parte das trinta residências já tinha sido vendida. O chefe dos guardas me apresentou a alguns dos compradores. Gostei deles: gente como eu, diretores de empresa, pro ssionais liberais, dois fazendeiros. Todos tinham vindo pelo prospecto. E quase todos tinham se decidido pelo lugar por causa da segurança. 6º § Naquela semana descobri que o prospecto tinha sido enviado apenas a uma quantidade limitada de pessoas. Na minha rma, por exemplo, só eu o tinha recebido. Minha mulher atribuiu o fato a uma seleção cuidadosa de futuros moradores – e viu nisso mais um motivo de satisfação. Quanto a mim, estava achando tudo muito bom. Bom demais. 7º § Mudamo-nos. A vida lá era realmente um encanto. Os bem-te-vis eram pontuais: às sete da manhã começavam seu a nado concerto. Os pôneis eram mansos, as aléias ensaibradas estavam sempre limpas. A brisa agitava as árvores do parque – cento e doze, bem como dizia o prospecto. Por outro lado, o sistema de alarmes era impecável. Os guardas compareciam periodicamente à nossa casa para ver se estava tudo bem – sempre gentis, sempre sorridentes. O chefe deles era uma pessoa particularmente interessada: organizava festas e torneios, preocupava-se com nosso bem-estar. Fez uma lista dos parentes e amigos dos moradores – para qualquer emergência, explicou, com um sorriso tranqüilizador. O primeiro mês decorreu – tal como prometido no prospecto – num clima de sonho. De sonho, mesmo. 8º § Uma manhã de domingo, muito cedo – lembro-me que os bem-te-vis ainda não tinham começado a cantar – soou a sirene de alarme. Nunca tinha tocado antes, de modo que camos um pouco assustados – um pouco, não muito. Mas sabíamos o que fazer: nos dirigimos, em ordem, ao salão de festas, perto do lago. by: Torricelli1889 Quase todos ainda de roupão ou pijama. 9º § O chefe dos guardas estava lá, ladeado por seus homens, todos armados de fuzis. Fez-nos sentar, ofereceu café. Depois, sempre pedindo desculpas pelo transtorno, explicou o motivo da reunião: é que havia marginais nos matos ao redor do Retiro e ele, avisado pela polícia, decidira pedir que não saíssemos naquele domingo. 10º § – A nal – disse, em tom de gracejo – está um belo domingo, os pôneis estão aí mesmo, as quadras de tênis... 11º § Era mesmo um homem muito simpático. Ninguém chegou a ficar verdadeiramente contrariado. 12º § Contrariados caram alguns no dia seguinte, quando a sirene tornou a soar de madrugada. Reunimo-nos de novo no salão de festas, uns resmungando que era segunda-feira, dia de trabalho. Sempre sorrindo, o chefe dos guardas pediu desculpas novamente e disse que infelizmente não poderíamos sair – os marginais continuavam nos matos, soltos. Gente perigosa; entre eles, dois assassinos foragidos. À pergunta de um irado cirurgião o chefe dos guardas respondeu que, mesmo de carro, não poderíamos sair; os bandidos poderiam bloquear a estreita estrada do Retiro. 13º § – E vocês, por que não nos acompanham? – perguntou o cirurgião. 14º § – E quem vai cuidar da família de vocês? – disse o chefe dos guardas, sempre sorrindo. 15º § Ficamos retidos naquele dia e no seguinte. Foi aí que a polícia cercou o local: dezenas de viaturas com homens armados, alguns com máscaras contra gases. De nossas janelas nós os víamos e reconhecíamos: o chefe dos guardas estava com a razão. 16º § Passávamos o tempo jogando cartas, passeando ou simplesmente não fazendo nada. Alguns estavam até gostando. Eu não. Pode parecer presunção dizer isto agora, mas eu não estava gostando nada daquilo. 17º § Foi no quarto dia que o avião desceu no campo de pouso. Um jatinho. Corremos para lá. 18º § Um homem desceu e entregou uma maleta ao chefe dos guardas. Depois olhou para nós – amedrontado, pareceu-me – e saiu pelo portão da entrada, quase correndo. 19º § O chefe dos guardas fez sinal para que não nos aproximássemos. Entrou no avião. Deixou a porta aberta, e assim pudemos ver que examinava o conteúdo da maleta. Fechou-a, chegou à porta e fez um sinal. Os guardas vieram correndo, entraram todos no jatinho. A porta se fechou, o avião decolou e sumiu. 20º § Nunca mais vimos o chefe e seus homens. Mas estou certo que estão gozando o dinheiro pago por nosso resgate. Uma quantia su ciente para construir dez condomínios iguais ao nosso – que eu, diga-se de passagem, sempre achei que era bom demais. (Os melhores contos. 2. Ed. São Paulo, Global, 1968.) by: Torricelli1889 A alternativa que destaca a ironia do conto é A Na verdade, o conto No Retiro da Figueira contrasta a tranqüilidade do campo com a agitação da cidade. B As gentilezas e o tratamento de primeiríssima qualidade dispensados pelos guardas às famílias contrariam a verdadeira relação entre empregadores e empregados. C O conto alude às várias maneiras gentis pelas quais o cidadão é vitimado no dia-a-dia, tais como concessão indiscriminada de crédito pessoal, cartões personalizados e atitude do garoto que nos sinaleiros limpa os vidros dos carros. D O seqüestro civilizado e elegante traduz uma das formas de que se reveste atualmente a violência. E Esta narrativa exemplifica o seqüestro de final feliz, tão comum hoje, em que as vítimas saem fisicamente ilesas. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039538 Questão 99 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário No Retiro da Figueira (Moacyr Scliar) 1º § Sempre achei que era bom demais. O lugar, principalmente. O lugar era... era maravilhoso. Bem como dizia o prospecto: maravilhoso. Arborizado, tranqüilo, um dos últimos locais – dizia o anúncio – onde você pode ouvir um bem-te-vi cantar. Verdade: na primeira vez que fomos lá ouvimos o bem-te-vi. E também constatamos que as casas eram sólidas e bonitas, exatamente como o prospecto as descrevia: estilo moderno, sólidas e bonitas. Vimos os gramados, os parques, os pôneis, o pequeno lago. Vimos o campo de aviação. Vimos a majestosa figueira que dava nome ao condomínio: Retiro da Figueira. 2º § Mas o que mais agradou à minha mulher foi a segurança. Durante todo o trajeto de volta à cidade – e eram uns bons cinqüenta minutos – ela falou, entusiasmada, da cerca eletri cada, das torres de vigia, dos holofotes, do sistema de alarmes – e sobretudo dos guardas. Oito guardas, homens fortes, decididos – mas amáveis, educados. Aliás, quem nos recebeu naquela visita, e na seguinte, foi o chefe deles, um senhor tão inteligente e culto que logo pensei: “ah, mas ele deve ser formado em alguma universidade”. De fato: no decorrer da conversa ele mencionou – mas de maneira casual – que era formado em Direito. O que só fez aumentar o entusiasmo de minha mulher. 3º § Ela andava muito assustada ultimamente. Os assaltos violentos se sucediam na vizinhança; trancas e porteiros eletrônicos já não detinham os criminosos. Todos os dias sabíamos de alguém roubado e espancado; e quando uma amiga nossa foi violentada por dois marginais, minha mulher decidiu – tínhamos de mudar de bairro. Tínhamos de procurar um lugar seguro. 4º § Foi então que en aram o prospecto colorido sob nossa porta. Às vezes penso que se morássemos num edifício mais seguro o portador daquela mensagem publicitária nunca teria chegado a nós, e, talvez... Mas isto agora são apenas suposições. De qualquer modo, minha mulher cou encantada com o Retiro da Figueira. Meus lhos estavam vidrados nos pôneis. E eu acabava de ser promovido na rma. As coisas todas by: Torricelli1889 se encadearam, e o que começou com um prospecto sendo en ado sob a porta transformou-se – como dizia o texto – num novo estilo de vida. 5º § Não fomos os primeiros a comprar casa no RetiroO poema acima, por sua temática e por sua forma, pertence ao período literário denominado: by: Torricelli1889 A Barroco, caracterizado pelo discurso religioso em uma perspectiva teocêntrica de temática religiosa e pela linguagem muito bem trabalhada em jogos de palavras. B Arcadismo, caracterizado pela febre do ouro, recém-descoberto em Minas Gerais, e pelo bucolismo representado por um cenário voltado para a natureza e o pastoreio. C Romantismo, caracterizado, em sua primeira geração, por tratar de temas indianistas em busca de uma identidade nacional, com o fim de resgatar uma natureza de antes da colonização. D Parnasianismo, caracterizado pela preocupação com a técnica de composição do poema e pela defesa da arte pela arte. E Modernismo, caracterizado, em sua segunda fase, por uma poesia de versos livres e abordagem filosófica, social e religiosa. Essa questão possui comentário do professor no site 4000108861 Questão 8 Literatura Interpretação de texto literário Grande sertão veredas Leia o trecho a seguir e marque a alternativa correta. “[…] Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. […] Esses gerais são sem tamanho[…] O sertão está em toda a parte. Do demo? Não gloso. Senhor pergunte aos moradores. […] De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía prazos. Vivi puxando difícil de difícel, peixe vivo no moquém: quem mói no asp’ro, não fantasêia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de especular ideia. O diabo existe e não existe? Dou o dito. […] A respeito do fragmento, é correto afirmar que by: Torricelli1889 A a narrativa está situada no sertão mineiro de Guimarães Rosa, caracterizando o romance como regional, uma vez que fixa, no espaço da narrativa, as fronteiras geográficas. B as marcas regionais são evidentes nos termos utilizados, na recriação da fala de sertanejos, mas as questões tratadas abordam dramas humanos: dor, incertezas, medos… ampliando o regionalismo na ficção roseana para uma dimensão universal. C o fragmento é marcado pela presença de neologismos, recriação de palavras como “asp’ro”; “fantasêia”…, característica de Guimarães Rosa, inovando o romance regional, caracterizando de modo diferenciado o falar dos sertanejos. D apresenta os dramas, medos, sofrimentos, incertezas do sertanejo. Trata-se de sofrimentos provenientes das agruras do sertão, evidenciando uma abordagem exclusivamente regional do universo ficcional de Guimarães Rosa. E caracteriza a fuga não só dos retirantes da caatinga como também de criminosos, conforme atesta a passagem “onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade”, compondo o universo regional de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Essa questão possui comentário do professor no site 4000091085 Questão 9 Casimiro de Abreu Literatura Interpretação de texto literário Leia o fragmento a seguir e marque a alternativa correta. Que auroras, que sol, que vida, que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d’estrelas, A terra de aromas cheia, As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! Quanto à estrofe transcrita, é correto afirmar que A faz parte de um poema de Olavo Bilac, evidenciando a complexidade do fazer poético. B é construída por antíteses, evocando a realidade espiritual e a realidade concreta, respectivamente, “céu” e “terra”- e pertence ao poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens. C exalta, com liberdade formal, a natureza brasileira, espaço em que se desenvolvem os temas indianistas – poesia indianista de Gonçalves Dias. D explora o tema saudosismo e pertence ao poeta ultrarromântico Casimiro de Abreu. E expressa a proposta nacionalista da primeira geração modernista - Manifestos pau-brasil e Nhengaçu verde-amarelo – e pertence a Cassiano Ricardo. Essa questão possui comentário do professor no site 4000091083 by: Torricelli1889 Questão 10 Teoria Literária Literatura Cecília Meireles Leia o poema abaixo. Encomenda Desejo uma fotografia como esta — o senhor vê? — como esta: em que para sempre me ria como um vestido de eterna festa. Como tenho a testa sombria, derrame luz na minha testa. Deixe esta ruga, que me empresta um certo ar de sabedoria. Não meta fundos de floresta nem de arbitrária fantasia... Não... Neste espaço que ainda resta, ponha uma cadeira vazia. Fonte: Cecília Meireles (In: Vaga Música, 1942). Quanto aos aspectos da linguagem poética presentes no poema “Encomenda”, de Cecília Meireles: I - A composição do poema é feita em forma de soneto. II - Na segunda estrofe, o eu poético lança mão da antítese na percepção que tem de si mesmo. III - Na construção dos versos, optou-se pela composição em redondilhas maiores. IV - Como recurso para conferir musicalidade aos versos, há o emprego de rima alternada e de rima interpolada. V - Tendo em vista se tratar de um poema do Modernismo brasileiro, optou-se pela construção em versos brancos. Estão corretas apenas as afirmativas A II e IV. B I e II. C III e IV. D II, III e V. E IV e V. by: Torricelli1889 Essa questão possui comentário do professor no site 4000091082 Questão 11 Simbolismo Literatura Interpretação de texto literário Leia o poema de Charles Baudelaire a seguir. Correspondências A Natureza é um templo onde vivos pilares Deixam sair às vezes palavras confusas: Por florestas de símbolos, lá o homem cruza Observado por olhos ali familiares. Tal longos ecos longe onde lá se confundem, Dentro de tenebrosa e profunda unidade, Imenso como a noite e como a claridade, Os perfumes, as cores e os sons se transfundem. Perfumes de frescor tal a carne de infantes, Doces como o oboé, verdes igual ao prado, – Mais outros, corrompidos, ricos, triunfantes, Possuindo a expansão de um algo inacabado, Tal como o âmbar, almíscar, benjoim e incenso, Que cantam o enlevar dos sentidos e o senso. Das características do Simbolismo descritas abaixo, assinale a que mais está presente no poema. A A expressão de campos sensoriais por meio da sinestesia. B O conflito constante entre matéria e espírito. C A transcendência espiritual por meio da morte. D A expressão verbal carregada de aliterações. E A angústia e a sublimação sexual que visa ao sagrado. Essa questão possui comentário do professor no site 4000072420 Questão 12 Barroco Literatura Arcadismo Qual alternativa apresenta uma associação correta? by: Torricelli1889 A Barroco / Iluminismo B Arcadismo / Contrarreforma C Romantismo / Revolução Industrial D Barroco / Belle Époque E Arcadismo / Positivismo Essa questão possui comentário do professor no site 4000072419 Questão 13 Memórias póstumas de Brás Cubas Literatura Interpretação de texto literário “Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar (…). A realidade é que eu almocei, como os demais dias.” Nesse trecho de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis dirige-se ao leitor e informa como a história deveria ser contada, mas prefere dizer a verdade. Com isso, o autor faz uma crítica ao seguinte estilo de época da literatura: A Realismo, por imprimir uma realidade distorcida apenas para agradar o leitor. B Simbolismo, por recorrer à “fantasia” e apresentar um conflito falso entre matéria e espírito. C Barroco, por apresentar uma linguagem rebuscada e usar figura de linguagem em “titilar-lhe os nervos da fantasia”. D Naturalismo, por apresentar a necessidade animalesca do homem diante de uma fome irônica. E Romantismo, por insinuar que os românticos simulariam padecimentos em vez de contar a verdade. Essa questão possui comentário do professor no site 4000072418Questão 14 Literatura Os sertões Os primeiros anos da República foram agitados no Brasil. A Região Nordeste do país enfrentava o crônico problema da seca. Vivendo de forma precária, muitos aderiram à pregação messiânica de Antônio Conselheiro. Essa temática está claramente retratada no livro: A O sertanejo, de José de Alencar. B Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto. C Os sertões, de Euclides da Cunha. D Canaã, de Graça Aranha. E O alienista, de Machado de Assis. Essa questão possui comentário do professor no site 4000003413 Questão 15 Literatura Lira dos vinte anos poesia by: Torricelli1889 Dividida em três partes, a “Lira dos Vinte Anos” revela as diferentes faces literárias de Álvares de Azevedo. Sobre esse conjunto de poemas, é correto afirmar que é uma obra: A típica dos ultrarromânticos, marcada pelo sentimentalismo e egocentrismo. B marcante da escola modernista, iniciada por vários poetas jovens e questionadores. C importante da terceira fase romântica, com temática social e libertária. D característica da primeira fase romântica, com intenso sentimento de brasilidade. E significativa da escola barroca, que funde temas divinos e humanos. Essa questão possui comentário do professor no site 4000003412 Questão 16 Guimarães Rosa Literatura “Esses gerais sem tamanho. En m, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte” O fragmento acima, de Guimarães Rosa, marca: A os limites do regional. B o determinismo do meio. C o sertão universal. D o sertanejo e sua cor local. E sofrimento regional. Essa questão possui comentário do professor no site 4000003411 Questão 17 Simbolismo Figuras de linguagem Literatura “Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...” Nos versos acima, há um exemplo de “imagem plurissensorial”, uma gura de linguagem conhecida pelo nome de _____________ e característica marcante da estética literária ___________. Assinale a alternativa que completa os espaços. by: Torricelli1889 A silepse / romântica B polissíndeto / parnasiana C aliteração / simbolista D eufemismo / romântica E sinestesia / simbolista Essa questão possui comentário do professor no site 4000003410 Questão 18 Ismália Literatura Interpretação de texto literário Leia as estrofes a seguir e responda o que se pede. Quando Ismália enlouqueceu Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. (...) As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar... Quanto às estrofes apresentadas é correto afirmar que A as antíteses articulam-se em torno de desejos contraditórios e dividem-se entre a realidade espiritual e concreta, atingindo o desejo simbolista de transcendência espiritual. B o pessimismo constitui-se em torno do desejo de morrer, característica da segunda geração romântica, marcada pelo “mal do século”. C e registra a dicotomia do homem do século XVII, crise espiritual (teocentrismo) e paganismo (antropocentrismo), característica barroca. D há um resgate do racionalismo e do equilíbrio do Classicismo como forma de combater a influência do Barroco, por isso a presença de opostos: lua no céu, lua no mar, alma e céu, corpo e mar. E há uma preocupação formal, própria dos parnasianos que resgatam a poesia clássica, cultivando, por exemplo, o soneto, forma fixa da estrutura desta poesia. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002885 Questão 19 Iracema Literatura “Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. by: Torricelli1889 Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.” Marque a alternativa que aponta a característica do Romantismo presente no fragmento do Romance “Iracema”, de José de Alencar. A Idealização da personagem mediante a associação entre aspectos humanos e elementos da natureza. B Valorização do regionalismo por meio do registro de palavras e expressões típicas do vocabulário regional. C Enaltecimento do indígena com o emprego do locus amoenus exigível em cenas da natureza das narrativas clássicas. D Empoderamento de minorias marginalizadas por meio da escolha de uma mulher morena e indígena para o protagonismo da narrativa. E Reflexão crítica sobre a formação do povo brasileiro mediante a identificação de uma mulher como verdadeira representante de nossas origens indígenas. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002884 Questão 20 Literatura Cláudio Manoel da Costa In uenciados pelo poeta latino Horácio, os poetas árcades costumam reaproveitar dois te mas da tradição clássica: o fugereurbem e o aurea mediocritas. Assinale o trecho de Cláudio Manuel da Costa que apresenta essas características: A “Como, ó Céus, para os ver terei constância, / Se cada flor me lembra a formosura / Da bela causadora de minha ânsia?” B "Se o bem desta choupana pode tanto, / Que chega a ter mais preço, e mais valia, / Que da cidade o lisonjeiro encanto;” C “Enfim serás cantada, Vila Rica, / Teu nome alegre notícia, e já clamava; / Viva o senado! viva! repetia / Itamonte, que ao longe o eco ouvia.” D “Já rompe, Nise, a matutina aurora / O negro manto, com que a noite escura, / Sufocando do Sol a face pura, / Tinha escondido a chama brilhadora.” E “Destes penhascos fez a natureza / O berço, em que nasci: oh quem cuidara, / Que entre penhas tão duras se criara / Uma alma terna, um peito sem dureza.” Essa questão possui comentário do professor no site 4000002882 Questão 21 Carlos Drummond de Andrade Literatura Leia as afirmações abaixo sobre Carlos Drummond de Andrade: I - Preferiu não participar da Semana de Arte Moderna, mas enviou seu famoso poema “Os Sapos”, que, lido by: Torricelli1889 por Ronald de Carvalho, tumultuou o Teatro Municipal. II - Sua fase “gauche” caracterizou-se pelo pessimismo, pelo individualismo, pelo isolamento e pela re exão existencial. A obra mais importante foi o “Poema de Sete Faces”. III - Na fase social, o eu lírico manifesta interesse pelo seu tempo e pelos problemas cotidianos, buscando a solidariedade diante das frustrações e das esperanças humanas. IV - A última fase foi marcada pela poesia intimista, de orientação simbolista, prezando o espiritualismo e orientalismo e a musicalidade, traços que podem ser notados no poema “O motivo da Rosa”. Estão corretas as afirmações: A I, II e III B II, III e IV C II e III D II e IV E III e IV. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002670 Questão 22 Gonçalves Dias Literatura Interpretação de texto literário Leia o trecho abaixo, retirado de I-Juca Pirama, obra de Gonçalves Dias. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci: Sou bravo, sou forte, sou filho do norte, Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. Trata-se de um: A poema lírico B poema épico C cantiga de amigo D novela de cavalaria E auto de fundo religioso Essa questão possui comentário do professor no site 4000002667 by: Torricelli1889 Questão 23 Dom Casmurro Memórias póstumas de Brás Cubas Português “Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me zeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que uido misterioso e enérgico, uma força que arrastavapara dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.” ASSIS. Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Ática,1999. p.55 (fragmento) Com Dom Casmurro, obra publicada em 1899, depois de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e de Quincas Borba (1891), Machado de Assis deixa marcas indeléveis de que a Literatura Brasileira vivia um novo período literário, bem diferente do Romantismo. Nessas obras, nota-se uma forma diferente de sentir e de ver a realidade, menos idealizada, mais verdadeira e crítica: uma perspectiva realista. O trecho apresentado acima representa essa perspectiva porque o narrador A exagera nas imagens poéticas traduzidas por “fluido misterioso”, “praia”, “cabelos espalhados pelos ombros” em uma realização imagética da mulher que o tragava como fazem as ondas de um mar em ressaca. B deixa-se levar pelas ondas que saíam das pupilas de Capitu em um fluido, misterioso e enérgico, que o arrasta depressa como uma vaga que se retira da praia em dias de ressaca, não adiantando agarrar se nem aos braços nem aos cabelos da moça. C retira-se da praia como as vagas em dias de ressaca por não ser capaz de dizer a Capitu o que está sentindo ao olhá-la nos olhos sem quebrar a dignidade mínima daquele momento em que duas pessoas apaixonam-se. D solicita à “retórica dos namorados” uma comparação que seja, ao mesmo tempo, exata e poética capaz de descrever os olhos de Capitu, revelando a dificuldade de apresentar uma verdade que não estrague a idealização romântica. E ridiculariza a retórica dos românticos ao afirmar que os olhos de Capitu pareciam com uma ressaca do mar e, por isso, não seria capaz de descrevê-los de maneira poética, traduzindo, assim, o realismo literário de sua época. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002666 Questão 24 Literatura Parnasianismo Os parnasianos acreditavam que, apoiando-se nos modelos clássicos, estariam combatendo os exageros de emoção e fantasia do Romantismo e, ao mesmo tempo, garantindo o equilíbrio que almejavam. Propunham uma poesia objetiva, de elevado nível vocabular, racionalista, bem-acabada do ponto de vista formal e voltada para temas universais. Esse racionalismo, que enfrentava os “exageros de emoção” e xava-se no formalismo, fica bem claro na seguinte estrofe parnasiana de Olavo Bilac: by: Torricelli1889 A E eu vos direi: “Amai para entendê-las!/Pois só quem ama pode ter ouvido/Capaz de ouvir e de entender estrelas.” B Não me basta saber que sou amado,/Nem só desejo o teu amor: desejo/Ter nos braços teu corpo delicado,/Ter na boca a doçura de teu beijo. C Pois sabei que é por isso que assim ando:/Que é dos loucos somente e dos amantes/Na maior alegria andar chorando. D Mas que na forma se disfarce o emprego/Do esforço; e a trama viva se construa/De tal modo, que a imagem fique nua,/Rica, mas sóbria, como um templo grego. E Esta melancolia sem remédio,/Saudade sem razão, louca esperança/Ardendo em choros e findan do em tédio. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002664 Questão 25 Literatura Romantismo Sobre o Romantismo no Brasil, marque a afirmação correta. A A arte romântica pôs fim a uma tradição clássica de três séculos e dá início a uma nova etapa na literatura, voltada aos assuntos contemporâneos – efervescência social e política, esperança e paixão, luta e revolução – e ao cotidiano do homem burguês. B O lema da bandeira brasileira “Ordem e Progresso” é nitidamente marcado pelos ideais românticos: parte da suposição de que é necessário ordem social para que haja o progresso da sociedade. C romantismo era um movimento antimaterialista e antirracionalista, que usava símbolos, imagens, metáforas e sinestesias com a finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo e antilógico. D O movimento inspirou-se em uma lendária região da Grécia Antiga, dominada pelo deus Pan e habitada por pastores, que viviam de modo simples e espontâneo e se divertiam cantando, fazendo dispu tas poéticas e celebrando o amor e o prazer. E O estilo romântico registra o espírito contraditório de uma época que se divide entre as influências do Renascimento – o materialismo, o paganismo e o sensualismo – e da onda de religiosidade trazida sobretudo pela Contrarreforma. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002582 Questão 26 Literatura Padre Antonio Vieira “Se gostas de afetação e pompa de palavras e do estilo que chamam culto, não me leias. Quando esse estilo orescia, nasceram as primeiras verduras do meu; mas valeu-me tanto sempre a clareza, que só porque me entendiam comecei a ser ouvido. (…) Esse desventurado estilo que hoje se usa, os que querem honrar chamam-lhe culto, os que o condenam chamam-lhe escuro, mas ainda lhe fazem muita honra. O estilo culto não é escuro, é negro (…) e muito cerrado. É possível que somos portugueses e havemos de ouvir um pregador em português e não havemos de entender o que diz?!” Padre Antônio Vieira, nesse trecho, faz uma crítica ao estilo barroco conhecido como by: Torricelli1889 A conceptismo, por ser marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico. B quevedismo, por utilizar-se de uma retórica aprimorada, a exemplo de seu principal cultor: Quevedo. C antropocentrismo, caracterizado por mostrar o homem, culto e inteligente, como centro do universo. D gongorismo, ao caracterizar-se por uma linguagem rebuscada, culta e extravagante. E teocentrismo, caracterizado por padres escritores que dominaram a literatura seiscentista. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002578 Questão 27 Literatura Parnasianismo O projeto desse movimento literário baseava-se na crença de que a função essencial da arte era produzir o belo, e o lema escolhido para traduzir essa ideia foi “a arte pela arte”. É possível observar, nesse contexto, características como a preocupação com a técnica (metro, ritmo e rima) e o resgate de temas da Antiguidade clássica (referências à mitologia e a personagens históricas). Essa escola literária é conhecida como A Neoclassicismo. B Arcadismo. C Classicismo. D Expressionismo. E Parnasianismo. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002577 Questão 28 Literatura Arcadismo Interpretação de texto literário Leia poesia a seguir. Não indagues, Leucónoe Não indagues, Leucónoe, ímpio é saber, a duração da vida que os deuses decidiram conceder-nos, nem consultes os astros babilônios: melhor é suportar tudo o que acontecer. […] Enquanto conversamos, foge o tempo invejoso. Desfruta o dia de hoje, acreditando o mínimo possível no amanhã. by: Torricelli1889 A segunda estrofe da poesia horaciana faz referência ao(s) A teocentrismo. B amor cortês. C feitos heroicos. D carpe diem. E amor platônico. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002299 Questão 29 Simbolismo Literatura Quanto ao Simbolismo, assinale a alternativa correta. A O objetivo declarado dos poetas desse movimento literário era um só: desenvolver a beleza formal à poesia, eliminando o que consideravam os excessos sentimentalistas românticos que comprometiam a qualidade artística dos poemas. Na base desse projeto estava a crença de que a função essencial da arte era produzir o belo. O lema adotado – a arte pela arte – traduz essa crença. B A preocupação dos artistas desse período não é mais a análise da sociedade. O principal interesse é a sondagem do “eu”, a decifração dos caminhos que a intuição e a sensibilidade podem descortinar. A busca é do elemento místico, não-consciente, espiritual, imaterial. C O desejo de dar um caráter científico à obra literária define as condições de produção dos textos dessa estética. Os escritores acompanham cominteresse as discussões feitas no campo da biologia e da medicina, acreditando na possibilidade de tornar esse conhecimento como base para a criação de seus romances. D Essa estética substitui a exaltação da nobreza pela valorização do indivíduo e de seu caráter. Em lugar de louvar a beleza clássica, que exige uma natureza e um físico perfeito, o artista desse período literário elogia o esforço individual, a sinceridade, o trabalho. Pouco a pouco, os valores burgueses vão sendo apresentados como modelos de comportamento social nas obras de arte que começam a ser produzidas. E O modelo de vida ideal adotado pelos autores do período envolve a representação idealizada da Natureza como um espaço acolhedor, primaveril, alegre. Os poemas apresentam cenários em que a vida rural é sinônimo de tranquilidade e harmonia. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002298 Questão 30 João Cabral de Melo Neto Literatura Interpretação de texto literário “Catar Feijão Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; by: Torricelli1889 e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e o oco, palha eco,” Alguidar: recipiente de barro, metal ou material plástico, usado para tarefas domésticas Em Catar feijão, João Cabral de Melo Neto revela A o princípio de que a poesia é fruto de inspiração poética, pois resulta de um trabalho emocional. B influência do Dadaísmo ao escolher palavras, ao acaso, que nada significam para a construção da poesia. C preocupação com a construção de uma poesia racional contrária ao sentimentalismo choroso. D valorização do eu lírico, ao extravasar o estado de alma e o sentimento poético. E valorização do pormenor mediante jogos de palavras, sobrecarregando a poesia de figura e de linguagem rebuscada. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002068 Questão 31 Literatura Interpretação de texto literário São Bernardo Leia o trecho do romance “São Bernardo” e dê o que se pede. “(...) O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro. Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada. (...) Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir como um porco! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os lhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o diabo e levar tudo? (...) Penso em Madalena com insistência. Se fosse possível recomeçarmos... Para que enganar-me? Se fosse possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modi car-me, é o que mais me aflige. (...) by: Torricelli1889 Foi este modo de vida que me inutilizou. Sou um aleijado. Devo ter um coração miúdo, lacunas no cérebro, nervos diferentes dos nervos dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes. (...)” Quanto ao trecho lido, é correto afirmar que A há predomínio de uma visão ufanista do narrador. B o intimismo dificulta uma visão crítica. C a abordagem universal permite alcançar à dimensão regional. D a incapacidade de modificar o modo de vida revela traços deterministas. E o narrador externo explora conflitos internos do personagem. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002067 Questão 32 Literatura Contos novos Interpretação de texto literário “O nosso primeiro Natal em família, depois da morte de meu pai, acontecida cinco meses antes, foi de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves di culdades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, duma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele apro veitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres. Morreu meu pai sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança dolorosa em cada almoço, em cada gesto da família... A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto. Foi decerto por isso que me nasceu, esta sim, espontaneamente, a ideia de fazer uma das minhas chamadas “loucuras”. Essa fora, aliás, e desde muito cedo, a minha esplêndida conquista contra o ambiente familiar. Desde cedinho, desde os tempos de ginásio, em que arranjava regularmente uma reprovação todos os anos; desde o beijo às escondidas, numa prima, aos dez anos...eu consegui no reformatório do lar e vasta parentagem, a fama conciliatória de “louco”. “É doido coitado!” (…) Foi lembrando isso que arrebentei com uma das minhas “loucuras”: – Bom, no Natal, quero comer peru. Houve um desses espantos que ninguém não imagina.” by: Torricelli1889 Nesse fragmento, o universo ficcional constitui A o ponto de vista externo do narrador, que valoriza a célula dramática das novelas românticas. B característica da primeira geração modernista, que repudiava o conservadorismo. C a temática da prosa de costumes, enaltecendo a primeira geração romântica. D uma temática nacionalista ao exaltar o conservadorismo. E a valorização do sistema patriarcal. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002066 Questão 33 Segunda geração modernista brasileira Literatura Assinale a alternativa que contém uma das características da segunda fase modernista brasileira. A Os efeitos da crise econômica mundial e os choques ideológicos que levaram a posições mais definidas formavam um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social. B Na poesia, ganha corpo uma geração de poetas que se opõem às conquistas e inovações dos primeiros modernistas de 1922. Uma nova proposta é defendida inicialmente pela revista Orfeu. C O período de 1930 a 1945 é o mais radical do movimento modernista, pela necessidade de ruptura com toda arte passadista. D As revistas e manifestos marcam o segundo momento modernista, com a divulgação do movi mento pelos vários estados brasileiros. E Ao mesmo tempo em que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira”. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002065 Questão 34 Guimarães Rosa Literatura Interpretação de texto literário “O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos- -gerais a fora a dentro, eles dizem, m de rumo, terras altas, demais do Urucúia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucúia vem dos montões oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. Os gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho.En m, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte.” Quanto ao trecho, é correto afirmar que by: Torricelli1889 A não há ponto de vista do narrador, que apenas relata as impressões alheias. B apresenta alguns neologismos, como “toleima”, “almargem”, “opiniães” e “oestes”. C não há abordagem universal, a passagem constitui apenas uma descrição do sertão. D o trecho transpõe os limites do regional, alcançando a dimensão universal. E transparece todo misticismo sertanejo, baseado apenas nos dois extremos: o bem e o mal. Essa questão possui comentário do professor no site 4000002064 Questão 35 Futurismo Literatura Em 1909, o jornal parisiense Le Figaro, publicou um importante manifesto artístico, do italiano Filippo Tommasio Marinetti, que traz o seguinte texto em seu item 5: “Queremos cantar o homem ao volante, que percorre a Terra com a lança do seu espírito, traçando o círculo de sua órbita”. Esse trecho caracteriza bem o seguinte movimento de vanguarda europeia: A Expressionismo B Dadaísmo C Surrealismo D Futurismo E Cubismo Essa questão possui comentário do professor no site 4000001524 Questão 36 Quinhentismo Literatura Em relação ao momento histórico do Quinhentismo brasileiro, podemos afirmar que A a Europa do século XVI vive o auge do Renascimento, com a cultura humanística recrudescendo os quadros rígidos da cultura medieval. B o século XVI marca também uma crise na Igreja: de um lado, as novas forças burguesas e, de outro, as forças tradicionais da cultura medieval. C os dogmas católicos são contestados nos tribunais da Inquisição (livros proibidos) e no Concílio de Trento, em 1545. D o homem europeu estabelece duas tendências literárias no Quinhentismo: a literatura conformativa e a literatura dominicana. E a política das grandes navegações coíbe a busca pela conquista espiritual levada a efeito pela Igreja Católica. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001521 by: Torricelli1889 Questão 37 Literatura Poesia É correto afirmar, em relação à poesia do segundo momento modernista brasileiro, que A deixa de ser influenciada por Mário e Oswald de Andrade. B o poeta para de se questionar como indivíduo e como artista. C amadurece e amplia as conquistas da geração anterior. D fortalece a busca pela poesia construtiva e apolitizada. E se liberta das profundas transformações ocorridas no período. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001519 Questão 38 Literatura Interpretação de texto literário Cláudio Manoel da Costa A temática do Arcadismo presente nos versos abaixo é o “Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia, Que da Cidade o lisonjeiro encanto” A “carpe diem”. B paganismo. C “fugere urbem”. D fingimento poético. E louvor histórico. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001514 Questão 39 Literatura Cruz e Sousa O texto a seguir refere-se a qual poeta brasileiro? “Em sua obra, o drama da existência revela uma provável in uência das ideias pessimistas do lósofo alemão Schopenhauer, que marcaram o nal do século XIX. Além disso, certas posturas veri cadas em sua poesia – o desejo de fugir da realidade, de transcender a matéria e integrar-se espiritualmente no cosmo – parecem originar-se não apenas do sentimento de opressão e mal-estar produzido pelo capitalismo, mas também do drama racial e pessoal que o autor vivia.” by: Torricelli1889 A Gregório de Matos B Castro Alves C Machado de Assis D Cruz e Souza E Lima Barreto Essa questão possui comentário do professor no site 4000001512 Questão 40 Literatura Interpretação de texto literário Vidas secas Leia o texto abaixo e responda o que se pede. “(...) – Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta. Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimando, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra. Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu- a, murmurando: – Você é um bicho, Fabiano. Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades.” (Fragmento de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos) A partir do texto apresentado, é correto afirmar que o personagem Fabiano A subestima-se pela própria condição animal. B questiona a própria condição humana. C valoriza-se como ser humano. D sente vergonha da condição animal. E abomina a própria condição animal. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001508 Questão 41 Literatura Poesia Quanto à poesia parnasiana, é correto afirmar que se caracteriza por by: Torricelli1889 A buscar uma linguagem capaz de sugerir a realidade, fazendo, para tanto, uso de símbolos, imagens, metáforas, sinestesias, além de recursos sonoros e cromáticos, tudo com a finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo, antilógico e antirracional. B cultivar o desprezo pela vida urbana, ressaltando o gosto pela paisagem campestre; elevar o ideal de uma vida simples, integrada à natureza; conter nos poemas elementos da cultura greco-latina; apresentar equilíbrio espiritual, racionalismo. C apresentar interesse por temas religiosos, refletindo o conflito espiritual, a morbidez como forma de acentuar o sentido trágico da vida, além do emprego constante de figuras de linguagem e de termos requintados. D possuir subjetivismo, egocentrismo e sentimentalismo, ampliando a experiência da sondagem interior e preparando o terreno para investigação psicológica. E pretender ser universal, utilizando-se de uma linguagem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001337 Questão 42 Marília de Dirceu Literatura Interpretação de texto literário Leia os versos abaixo: “Se não tivermos lãs e peles finas, podem mui bem cobrir as carnes nossas as peles dos cordeiros mal curtidas, e os panos feitos com as lãs mais grossas. Mas ao menos será o teu vestido por mãos de amor, por minhas mãos cosido.” A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é A aurea mediocritas. B cultismo. C ideias iluministas. D conflito espiritual. E carpe diem. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001326 Questão 43 Memórias póstumas de Brás Cubas Literatura Interpretação de texto literário “AO LEITOR Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, cousa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinquenta, nem vinte, e quando muito, dez. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma by: Torricelli1889 obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de nado. Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual, ei-lo aí ca privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.” O fragmento acima é parte da obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, publicada em folhetim em 1880 e editada em livro em 1881. Essa obra, de autoria de A Machado de Assis, é uma das mais conhecidas do Naturalismo no Brasil. B Guimarães Rosa, é tida como a mais importante produção do Modernismo no Brasil. C Aluísio Azevedo, lançou no Brasil o movimento denominado Naturalismo. D Machado de Assis, é apontada como o marco inicialdo Realismo no Brasil. E Aluísio Azevedo, encerra o Romantismo e inicia o Realismo brasileiro. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001325 Questão 44 Simbolismo Literatura Interpretação de texto literário Leia a estrofe que segue e assinale a alternativa correta, quanto às suas características. “Visões, salmos e cânticos serenos Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes... Dormências de volúpicos venenos Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...” A valorização da forma como expressão do belo e a busca pela palavra mais rara – Parnasianismo. B linguagem rebuscada, jogos de palavras e jogos de imagens, característica do cultismo – corrente do Barroco. C incidência de sons consonantais (aliterações) explorando o caráter melódico da linguagem – Simbolismo. D pessimismo da segunda geração romântica, marcada por vocábulos que aludem a uma existência mais depressiva – Romantismo. E lírica amorosa marcada pela sensualidade explícita que substitui as virgens inacessíveis por mulheres reais, lascivas e sedutoras – Naturalismo. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001189 Questão 45 Morte e vida severina Literatura Interpretação de texto literário Leia o trecho abaixo, de “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto, e responda à questão. “– Severino retirante, by: Torricelli1889 deixa agora que lhe diga: eu não sei bem a resposta da pergunta que fazia, se não vale mais saltar fora da ponte e da vida; (...) E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica,” Em relação a esse mesmo fragmento, pode-se ainda afirmar que A trata da impotência do homem frente aos problemas do sertão e da cidade. B Severino representa todos os homens que são latifundiários. C reflete sobre as dificuldades que o homem encontra para trabalhar. D trata da temática que descarta a morte como solução para os problemas. E é um texto bem simples e poético sobre o significado do amor da época. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001188 Questão 46 Morte e vida severina Literatura Interpretação de texto literário Leia o trecho abaixo, de “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto, e responda à questão. “– Severino retirante, deixa agora que lhe diga: eu não sei bem a resposta da pergunta que fazia, se não vale mais saltar fora da ponte e da vida; (...) E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica,” Quanto ao gênero literário, é correto afirmar que o fragmento lido é by: Torricelli1889 A narrativo, que conta em prosa histórias do sertão nordestino. B uma peça teatral, desprovido de lirismo e com linguagem rústica. C bastante poético e marcado por rimas, sem metrificação. D uma epopeia, que traduz o desencanto pela vida dura do sertão. E dramático, que encena conflitos internos do ser humano. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001187 Questão 47 Trovadorismo Barroco Literatura Considerando a imagem da mulher nas diferentes manifestações literárias, pode-se afirmar que A nas cantigas de amor, originárias da Provença, o eu-lírico é feminino, mostrando o outro lado do relacionamento amoroso. B no Arcadismo, a louvação da mulher é feita a partir da escolha de um aspecto físico em que sua beleza se iguale à perfeição da natureza. C no Realismo, a mulher era idealizada como misteriosa, inatingível, superior, perfeita, como nas cantigas de amor. D a mulher moderna é inferiorizada socialmente e utiliza a dissimulação e a sedução, muitas vezes desencadeando crises e problemas. E a mulher barroca foi apresentada como arquétipo da beleza, evidenciando o poder por ela con quistado, enquanto os homens viviam uma paz espiritual. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001186 Questão 48 Literatura Clarice Lispector Interpretação de texto literário “Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez.” O fragmento, extraído da obra de Clarice Lispector, apresenta A uma reflexão sobre o processo de criação literária. B uma postura racional, antissentimental, triste e recorrente na literatura dessa fase. C traços visíveis da sensibilidade, característica presente na 2ª fase modernista. D a visão da autora, sempre preocupada com o valor da mulher na sociedade. E exemplos de neologismo, característica comum na 3ª fase modernista. Essa questão possui comentário do professor no site 4000001185 Questão 49 Literatura Olavo Bilac Leia os versos abaixo e assinale a alternativa que apresenta o mesmo emprego das vírgulas no primeiro by: Torricelli1889 verso. “Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim,” (Olavo Bilac) A “E, ao vir do sol, saudoso e em pranto” B “O alvo cristal, a pedra rara,/ O ônix prefiro.” C “Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas,...” D “Uns diziam que se matou, outros, que fora para o Acre.” E “Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.” Essa questão possui comentário do professor no site 4000001179 Questão 50 Senhora Literatura Quincas Borba Sobre as obras relacionadas na coluna A, assinale a alternativa que completa corretamente a coluna B. Coluna A ( 1 ) Senhora ( 2 ) Memórias de um sargento de milícias ( 3 ) O Ateneu ( 4 ) Usina ( 5 ) Quincas Borba Coluna B ( ) Obra totalmente inovadora para sua época, pode ser considerada o verdadeiro romance de costumes do Romantismo brasileiro, pois abandona a visão da burguesia urbana para retratar o povo em toda a sua simplicidade. ( ) Retrato da sociedade carioca da época do Segundo Reinado, o romance narra a história do relacionamento entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas, levando o leitor a re etir a respeito da in uência do dinheiro nas relações amorosas e nos casamentos da época. ( ) Romance narrado em terceira pessoa, é uma análise da desagregação psicológica e nanceira de Rubião, humilde professor do interior de Minas Gerais que recebe uma herança do criador de um sistema losó co chamado Humanitismo. Rubião morre pobre e louco, acreditando ser Napoleão. ( ) O personagem Sérgio, já adulto, narra seu tempo de aluno em um colégio interno; a narrativa é feita em primeira pessoa, o que permite ao autor entrar no complexo mundo das revelações que só se fazem à by: Torricelli1889 consciência. ( ) O romance retrata a decadência do engenho Santa Rosa, arrancado de suas bases por força do processo industrial, com máquinas de fábrica, com ferramentas enormes, com moendas gigantes, que suplantam a produção artesanal. A 2–1–5–4–3 B 2–1–4–3–5 C 1–5–2–3–4 D 2–4–5–2–3 E 2–1–5–3–4 Essa questão possui comentário do professor no site 4000000982 Questão 51 Literatura Os sertões Assinale a alternativa que indica em qual das três partes em que foi dividida a obra Os Sertões pode ser encontrado um elaborado trabalho sobre a etnologia brasileira. A A Terra B O Nordestino C O Homem D A Guerra E A Luta Essa questão possui comentário do professor no site 4000000980 Questão 52 Segunda geração modernista brasileira Literatura Sobre a poesia da Segunda Geração modernista, é correto afirmar que A apresenta fortes características regionalistas, assim como a prosa do período. B valoriza as formas fixas, como o soneto, em detrimento à liberdade de expressão. C preocupa-se fundamentalmente com o sentido da existência humana. D apresenta forte tendência nacionalista e de crítica à realidade social brasileira. E é essencialmente experimentalista e inovadora quanto a temas e formas de expressão. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000979 Questão 53 Mário de Andrade Literatura Oswald de Andrade “Reconstruir a cultura brasileira sobre bases nacionais; promover umarevisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais; eliminar de vez o nosso complexo de colonizados, apegados a valores estrangeiros” foram propostas defendidas, dentre outros, pelos modernistas da Primeira Fase, by: Torricelli1889 A Manuel Bandeira e Clarice Lispector. B Mário de Andrade e Oswald Andrade. C Graça Aranha e Monteiro Lobato. D Carlos Drummond de Andrade e Lima Barreto. E Euclides da Cunha e Monteiro Lobato. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000978 Questão 54 Simbolismo Literatura Assinale a alternativa correta, quanto à Literatura Brasileira. A No final do séc. XIX e início do séc. XX, três tendências literárias caminhavam paralelas: o Romantismo, o Simbolismo e o Pré-Modernismo. B Em Os Lusíadas, o herói Bartolomeu Dias canta as glórias daqueles que conquistaram as Índias e edificaram o Império Português no Oriente. C No romance naturalista, o narrador não interfere na ação nem faz um julgamento das personagens: ele se limita a uma descrição objetiva da realidade. D O Simbolismo, por ser um movimento antilógico e antirracional, valoriza os aspectos interiores e pouco conhecidos da alma e da mente humana. E Os escritores brasileiros do Arcadismo se rebelaram contra as rígidas normas da tradição clássica e apresentaram em suas obras aspectos totalmente diferentes daqueles preconizados pelas academias literárias. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000976 Questão 55 Literatura Fase realista Assinale a alternativa correta, quanto à Literatura Brasileira. A A primeira geração poética do Romantismo está voltada para a expressão dos próprios sentimentos e frustrações. B A fase de maturidade de Machado de Assis é essencialmente problematizadora; trata da questão existencialista. C Canaã é um romance de tese e integra a literatura dos jesuítas. D O Simbolismo é uma afirmação do Naturalismo (linguagem) e do Parnasianismo (estética). E O Barroco explora o antropocentrismo, resgatando características renascentistas: culto à forma e linguagem rebuscada. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000974 Questão 56 Literatura A moreninha by: Torricelli1889 Sobre a Literatura Brasileira, é correto afirmar que A A Moreninha apresenta uma descrição dos costumes do Rio de Janeiro imperial, à semelhança da maioria dos romances românticos urbanos. B o artista barroco não só reproduz um fragmento da vida, de acordo com suas inclinações pessoais, mas também o reproduz tal como viu, isto é, desfigurado. C Machado de Assis trabalha alguns adjetivos e imagens típicos da idealização da mulher, como bem representa a personagem Virgília. D a sátira constitui a parte mais original da prosa de Gregório de Matos ao criticar a sociedade carioca da época. E os trovadores portugueses, por sua origem provençal, limitaram-se à mera imitação. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000973 Questão 57 Português Clarice Lispector Sobre a narrativa de Clarisse Lispector,, pode-se afirmar que A se utiliza do fluxo de consciência, quebrando os limites espaço-temporais que tornam a obra verossímil. B mostra a dor e o sofrimento da mulher sertaneja, castigada pela seca e pelo preconceito social e cultural. C apresenta em sua obra recursos como o ritmo, aliterações, metáforas e imagens, retomando o movimento concretista. D recria a própria língua portuguesa, utilizando-se de termos em desuso, bem como neologismos. E foi fortemente marcada pelo Simbolismo do séc. XIX, de cunho documental. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000970 Questão 58 Modernismo de 1930 Literatura Sobre a segunda fase do modernismo no Brasil, é correto afirma que A foi marcada pela exaltação da natureza, a volta ao passado histórico, o medievalismo e a criação do herói nacional na figura do índio. B se caracterizou pela linguagem rebuscada, culta, extravagante; pela valorização do pormenor mediante jogos de palavras. C representou um amadurecimento e um aprofundamento das conquistas da geração de 1922, resultando em uma literatura mais construtiva e mais politizada. D se caracterizou por ser uma literatura meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário, possuindo, portanto, somente interesse histórico. E seguiu os modelos clássicos greco-latinos e os renascentistas, retomando a mitologia pagã como elemento estético. by: Torricelli1889 Essa questão possui comentário do professor no site 4000000965 Questão 59 Gonçalves Dias Poesia Literatura “Ao velho coitado De penas ralado, Já cego e quebrado, Que resta? — Morrer. Enquanto descreve O giro tão breve Da vida que teve, Deixai-me viver! Não vil, não ignavo, Mas forte, mas bravo, Serei vosso escravo: Aqui virei ter. Guerreiros, não coro Do pranto que choro: Se a vida deploro, Também sei morrer.” Sobre os versos acima, é correto afirmar que são de um poema A indianista, caracterizado pelas cargas lírica, dramática, épica e pela perfeita utilização dos vários recursos da métrica, da musicalidade e do ritmo. B que é exemplo da melhor poesia barroca, quer na forma (decassílabos rimados), quer na temática desenvolvida (os estados contraditórios da condição humana). C byroniano, impregnado de egocentrismo, negativismo, pessimismo e dúvida. D parnasiano, que manifesta uma postura anti-romântica, impassível e impessoal. E simbolista, que expressa a purificação, por meio da qual o espírito atinge as regiões etéreas, o espaço infinito. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000963 Questão 60 Barroco Literatura Arcadismo Quanto à Literatura Brasileira, assinale a alternativa correta. by: Torricelli1889 A Os escritores românticos, contrários aos árcades, buscavam uma forma mais objetiva de descrever a realidade, revelando os costumes, as relações sociais, a crise das instituições etc. B O racionalismo é uma característica presente tanto no Arcadismo, quanto no Realismo, em contraposição ao Barroco e ao Romantismo, respectivamente. C A publicação de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, em 1881, marca oficialmente o início do Realismo no Brasil. D A linguagem objetiva, a perfeição formal e o universalismo são características presentes na poesia barroca. E Amor, solidão, pátria, índio, medievalismo são temas igualmente presentes na poesia épica de Gonçalves Dias e Castro Alves. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000821 Questão 61 Literatura Arcadismo “É o período que caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa. Vive-se o Século das Luzes, o Iluminismo burguês, que prepara o caminho para a Revolução Francesa.” O texto acima refere-se ao A Romantismo B Simbolismo C Barroco D Realismo E Arcadismo Essa questão possui comentário do professor no site 4000000820 Questão 62 Literatura Realismo “Cultivado no Brasil por Machado de Assis, é uma narrativa voltada para a análise psicológica e crítica da sociedade a partir do comportamento de determinados personagens.” O texto acima refere-se ao romance A sertanejo B fantástico C histórico D realista E romântico Essa questão possui comentário do professor no site 4000000819 by: Torricelli1889 Questão 63 Simbolismo Naturalismo Barroco Leia as afirmações abaixo e assinale a única alternativa correta. A A poesia parnasiana, numa atitude antirealista, buscava uma expressão maior da interioridade do artista. Para isso, o poeta contava principalmente com sua inspiração, associada a temáticas pitorescas. B A característica mais marcante do Parnasianismo é o culto da forma, representado pelas formas fixas, como o soneto, pela metrificação rigorosa e pelas rimas perfeitas. A beleza do poema deveria ser alcançada a qualquer custo. C Os naturalistas resgatam o preceito grego da “Arte pela Arte”, produzindo obras desvinculadas da realidade e sem qualquer compromisso com a investigação social. D O Simbolismo aceitao Realismo e suas manifestações. De fato, a nova estética compartilha com as idéias do Cientificismo, Materialismo, valorizando, em contrapartida, as manifestações metafísicas e espirituais. E O estilo Barroco, também chamado Quinhentismo, nasceu da crise dos valores renascentistas, ocasionada pelas lutas religiosas e pelas dificuldades econômicas decorrentes da falência do comércio com o Oriente. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000435 Questão 64 Naturalismo Literatura Em 1880, Zola publicou suas teorias sobre o romance experimental em que expunha idéias como esta: “o romance experimental substitui o estudo do homem abstrato e metafísico pelo do homem natural, sujeito a leis físico-químicas e determinado pela influência do meio”. Observa-se, nessas palavras, a ênfase cientificista e determinista do A Arcadismo B Classicismo C Realismo D Naturalismo E Barroco Essa questão possui comentário do professor no site 4000000431 Questão 65 Literatura Mal do século Leia o texto abaixo e, a seguir, responda o que se pede. "A vida é noite: o sol tem véu de sangue: Tacteia a sombra a geração descrida... Acorda-te, mortal! É no sepulcro Que a larva humana se desperta à vida!" by: Torricelli1889 O fragmento apresenta uma tendência A romântica: mal-do-século B simbolista: transcendência C árcade: aurea mediocritas D social: arte engajada E parnasiana: anti-romântica Essa questão possui comentário do professor no site 4000000321 Questão 66 Literatura Romantismo A respeito do Romantismo, é correto afirmar que A é o primeiro movimento literário ocorrido no Brasil, iniciado com a publicação do poema épico "Prosopopéia", e retrata um estado de tensão e desequilíbrio do homem da época. O rebuscamento da linguagem é reflexo do conflito entre o terreno e o celestial. B é uma escola que busca seguir os modelos greco-latinos, inspirada na frase de Horácio "Fugereur bem" e na teoria do "bom selvagem" de Rousseau. Seus autores voltam-se para a natureza em busca da simplicidade. C é um movimento exclusivamente poético, que persegue a objetividade temática e o culto da forma, centrados na estética da "arte pela arte". Sua influência é basicamente francesa e teve grande aceitação na sociedade brasileira. D a principal característica do movimento é a combinação de recursos estéticos, como a musicalidade,as sugestões cromáticas e sinestésicas. Sua principal marca é o subjetivismo, nas manifestações meta físicas e espirituais. E é um período voltado à pesquisa e à valorização da nacionalidade brasileira, que se inicia com esforços para a construção de uma cultura autêntica e única, buscando valorizar nosso passado histórico e exaltar a natureza pátria. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000320 Questão 67 Literatura Machado de Assis Machado de Assis é tido pela crítica literária como um dos mais importantes escritores da literatura brasileira. Quanto a sua produção literária, é correto afirmar que by: Torricelli1889 A foi dividida em duas fases, em função dos temas abordados e da linguagem utilizada, constituindo ambas a principal produção da escola realista, iniciada com a publicação do romance Ressurreição. B a parte mais significativa da obra de Machado de Assis é a poesia, principalmente a produzida na primeira fase, na qual o autor se mostra um perfeito parnasiano, produzindo muitos sonetos com grande preocupação formal. C as duas fases da obra machadiana possuem características tão distintas que podem ser colocadas em períodos literários também distintos: a primeira fase no Romantismo e a segunda no Realismo, cujo marco inicial é Memórias Póstumas de Brás Cubas. D inicia com obras marcantemente inovadoras, sendo um autor bastante singular já em sua primeira fase. Nesta fase está a parte mais significativa de sua obra, que perde força e criatividade na fase seguinte. E as duas fases machadianas marcam claramente o tipo de obra a que o autor se dedica: a primeira fase é poética, com vasta produção de sonetos parnasianos; e, na segunda fase, o autor abandona a poesia, iniciando a produção de romances e contos. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000319 Questão 68 Literatura Realismo Sobre o Realismo, é correto afirmar que A em Portugal, as obras mais importantes do período foram escritas em versos por Almeida Garret. B os autores do período privilegiaram a subjetividade e a emoção, criando obras em primeira pessoa. C na polêmica conhecida como "Questão coimbrã", Antero de Quental defende que a poesia era espaço do belo e não de questões sociais. D em suas obras, os realistas expressam a insatisfação com a ganância e a hipocrisia da sociedade burguesa. E as classes mais pobres e os fatos cotidianos são excluídos das obras do período. Essa questão possui comentário do professor no site 4000000162 Questão 69 Casimiro de Abreu Literatura Interpretação de texto literário Leia o texto abaixo e responda: Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores. Naquelas tardes fagueiras, A sombra das bananeiras. Debaixo dos laranjais! (...) by: Torricelli1889 (Casimiro de Abreu. "Meus oito anos") Um traço romântico presente neste poema é o(a) A ausência de rima e metrificação. B apego à forma fixa do soneto. C idealização da mulher. D presença do saudosismo. E natureza como refúgio do amante desiludido. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045907 Questão 70 Caramuru Literatura Interpretação de texto literário Leia o texto abaixo e responda: "Copiosa multidão da nau francesa Corre a ver o espetáculo, assombrada; E ignorando a ocasião da estranha empresa. Pasma da turba feminil, que nada. Uma que às mais precede em gentileza, Não vinha menos bela, do que irada; (...) 'Enfim, tens coração de ver-me aflita. Flutuar, moribunda, entre estas ondas; A um ai somente, com que aos meus respondas. Bárbaro, se esta fé teu peito irrita, Nem o passado amor teu peito imita (Disse, vendo-o fugir) ah! Não te escondas Dispara sobre mim teu cruel raio... E indo a dizer o mais, cai num desmaio'." (...) O fragmento acima narra a morte by: Torricelli1889 A de Dinamene: Camões salva os manuscritos de "Os Lusíadas" e deixa morrer sua amada. B de Moema: Diogo Álvares, após decidir-se por Paraguaçu, embarca com a esposa em um navio francês. C do português Diogo Álvares Correia, em um naufrágio ocorrido durante o Descobrimento do Brasil. D de Lindóia e critica os jesuítas, por ocasião da invasião francesa. E de Luís Vaz de Camões quando retornava das índias. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045906 Questão 71 Literatura Interpretação de texto literário Cláudio Manoel da Costa Leia o texto abaixo e responda: Leia a posteridade, ó pátrio Rio, Ern meus versos teu nome celebrado. Por que vejas uma hora despertado O sono vil do esquecimento frio: Não vês nas tuas margens o sombrio. Fresco assento de um álamo copado; Não vês Ninfa cantar, pastar o gado Na tarde clara do calmoso estio. Turvo banhando as pálidas areias Nas porções do riquíssimo tesouro O vasto campo da ambição recreias. Que de seus raios o Planeta louro. Enriquecendo o influxo em tuas veias. Quanto em chamas fecunda, brota em ouro. (Cláudio Manuel da Costa) Nesse poema do período arcádico A a natureza é um cenário idílico perfeito para receber os amantes. B o poeta é um pastor e ele canta para sua amada. C evidencia-se a participação do autor na Inconfidência Mineira. D há uma celebração da natureza pátria, acolhedora e agradável. E ocorre uma transposição do fazer poético português, sem referências ao Brasil. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045905 by: Torricelli1889 Questão 72 Primeira geração modernista brasileira Literatura Romantismo A MULHER QUE FICOU NA TAÇA Fugindo da nostalgia, Vou procurar alegria Na ilusão dos cabarés.da Figueira. Pelo contrário; entre nossa primeira visita e a segunda – uma semana após – a maior parte das trinta residências já tinha sido vendida. O chefe dos guardas me apresentou a alguns dos compradores. Gostei deles: gente como eu, diretores de empresa, pro ssionais liberais, dois fazendeiros. Todos tinham vindo pelo prospecto. E quase todos tinham se decidido pelo lugar por causa da segurança. 6º § Naquela semana descobri que o prospecto tinha sido enviado apenas a uma quantidade limitada de pessoas. Na minha rma, por exemplo, só eu o tinha recebido. Minha mulher atribuiu o fato a uma seleção cuidadosa de futuros moradores – e viu nisso mais um motivo de satisfação. Quanto a mim, estava achando tudo muito bom. Bom demais. 7º § Mudamo-nos. A vida lá era realmente um encanto. Os bem-te-vis eram pontuais: às sete da manhã começavam seu a nado concerto. Os pôneis eram mansos, as aléias ensaibradas estavam sempre limpas. A brisa agitava as árvores do parque – cento e doze, bem como dizia o prospecto. Por outro lado, o sistema de alarmes era impecável. Os guardas compareciam periodicamente à nossa casa para ver se estava tudo bem – sempre gentis, sempre sorridentes. O chefe deles era uma pessoa particularmente interessada: organizava festas e torneios, preocupava-se com nosso bem-estar. Fez uma lista dos parentes e amigos dos moradores – para qualquer emergência, explicou, com um sorriso tranqüilizador. O primeiro mês decorreu – tal como prometido no prospecto – num clima de sonho. De sonho, mesmo. 8º § Uma manhã de domingo, muito cedo – lembro-me que os bem-te-vis ainda não tinham começado a cantar – soou a sirene de alarme. Nunca tinha tocado antes, de modo que camos um pouco assustados – um pouco, não muito. Mas sabíamos o que fazer: nos dirigimos, em ordem, ao salão de festas, perto do lago. Quase todos ainda de roupão ou pijama. 9º § O chefe dos guardas estava lá, ladeado por seus homens, todos armados de fuzis. Fez-nos sentar, ofereceu café. Depois, sempre pedindo desculpas pelo transtorno, explicou o motivo da reunião: é que havia marginais nos matos ao redor do Retiro e ele, avisado pela polícia, decidira pedir que não saíssemos naquele domingo. 10º § – A nal – disse, em tom de gracejo – está um belo domingo, os pôneis estão aí mesmo, as quadras de tênis... 11º § Era mesmo um homem muito simpático. Ninguém chegou a ficar verdadeiramente contrariado. 12º § Contrariados caram alguns no dia seguinte, quando a sirene tornou a soar de madrugada. Reunimo-nos de novo no salão de festas, uns resmungando que era segunda-feira, dia de trabalho. Sempre sorrindo, o chefe dos guardas pediu desculpas novamente e disse que infelizmente não poderíamos sair – os marginais continuavam nos matos, soltos. Gente perigosa; entre eles, dois assassinos foragidos. À pergunta de um irado cirurgião o chefe dos guardas respondeu que, mesmo de carro, não poderíamos sair; os bandidos poderiam bloquear a estreita estrada do Retiro. by: Torricelli1889 13º § – E vocês, por que não nos acompanham? – perguntou o cirurgião. 14º § – E quem vai cuidar da família de vocês? – disse o chefe dos guardas, sempre sorrindo. 15º § Ficamos retidos naquele dia e no seguinte. Foi aí que a polícia cercou o local: dezenas de viaturas com homens armados, alguns com máscaras contra gases. De nossas janelas nós os víamos e reconhecíamos: o chefe dos guardas estava com a razão. 16º § Passávamos o tempo jogando cartas, passeando ou simplesmente não fazendo nada. Alguns estavam até gostando. Eu não. Pode parecer presunção dizer isto agora, mas eu não estava gostando nada daquilo. 17º § Foi no quarto dia que o avião desceu no campo de pouso. Um jatinho. Corremos para lá. 18º § Um homem desceu e entregou uma maleta ao chefe dos guardas. Depois olhou para nós – amedrontado, pareceu-me – e saiu pelo portão da entrada, quase correndo. 19º § O chefe dos guardas fez sinal para que não nos aproximássemos. Entrou no avião. Deixou a porta aberta, e assim pudemos ver que examinava o conteúdo da maleta. Fechou-a, chegou à porta e fez um sinal. Os guardas vieram correndo, entraram todos no jatinho. A porta se fechou, o avião decolou e sumiu. 20º § Nunca mais vimos o chefe e seus homens. Mas estou certo que estão gozando o dinheiro pago por nosso resgate. Uma quantia su ciente para construir dez condomínios iguais ao nosso – que eu, diga-se de passagem, sempre achei que era bom demais. (Os melhores contos. 2. Ed. São Paulo, Global, 1968.) A alternativa em que o narrador demonstra certa desconfiança do tratamento oferecido pelos guardas é A “Sempre sorrindo, o chefe dos guardas pediu desculpas novamente e disse que infelizmente não podíamos sair – os marginais continuavam nos matos, soltos.” (12º§) B “Os guardas compareciam periodicamente à nossa casa para ver se estava tudo bem – sempre gentis, sempre sorridentes.” (7º§) C “O chefe deles era uma pessoa particularmente interessada: organizava festas e torneios, preocupava-se com nosso bem-estar.” (7º§) D “Minha mulher (...) viu nisso mais um motivo de satisfação. Quanto a mim, estava achando tudo muito bom. Bom demais.” (6º§) E “Passávamos o tempo jogando cartas, passeando ou simplesmente não fazendo nada. Alguns estavam até gostando.” (16º§) Essa questão possui comentário do professor no site 4000039537 Questão 100 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário No Retiro da Figueira by: Torricelli1889 (Moacyr Scliar) 1º § Sempre achei que era bom demais. O lugar, principalmente. O lugar era... era maravilhoso. Bem como dizia o prospecto: maravilhoso. Arborizado, tranqüilo, um dos últimos locais – dizia o anúncio – onde você pode ouvir um bem-te-vi cantar. Verdade: na primeira vez que fomos lá ouvimos o bem-te-vi. E também constatamos que as casas eram sólidas e bonitas, exatamente como o prospecto as descrevia: estilo moderno, sólidas e bonitas. Vimos os gramados, os parques, os pôneis, o pequeno lago. Vimos o campo de aviação. Vimos a majestosa figueira que dava nome ao condomínio: Retiro da Figueira. 2º § Mas o que mais agradou à minha mulher foi a segurança. Durante todo o trajeto de volta à cidade – e eram uns bons cinqüenta minutos – ela falou, entusiasmada, da cerca eletri cada, das torres de vigia, dos holofotes, do sistema de alarmes – e sobretudo dos guardas. Oito guardas, homens fortes, decididos – mas amáveis, educados. Aliás, quem nos recebeu naquela visita, e na seguinte, foi o chefe deles, um senhor tão inteligente e culto que logo pensei: “ah, mas ele deve ser formado em alguma universidade”. De fato: no decorrer da conversa ele mencionou – mas de maneira casual – que era formado em Direito. O que só fez aumentar o entusiasmo de minha mulher. 3º § Ela andava muito assustada ultimamente. Os assaltos violentos se sucediam na vizinhança; trancas e porteiros eletrônicos já não detinham os criminosos. Todos os dias sabíamos de alguém roubado e espancado; e quando uma amiga nossa foi violentada por dois marginais, minha mulher decidiu – tínhamos de mudar de bairro. Tínhamos de procurar um lugar seguro. 4º § Foi então que en aram o prospecto colorido sob nossa porta. Às vezes penso que se morássemos num edifício mais seguro o portador daquela mensagem publicitária nunca teria chegado a nós, e, talvez... Mas isto agora são apenas suposições. De qualquer modo, minha mulher cou encantada com o Retiro da Figueira. Meus lhos estavam vidrados nos pôneis. E eu acabava de ser promovido na rma. As coisas todas se encadearam, e o que começou com um prospecto sendo en ado sob a porta transformou-se – como dizia o texto – num novo estilo de vida. 5º § Não fomos os primeiros a comprar casa no Retiro da Figueira. Pelo contrário; entre nossa primeira visita e a segunda – uma semana após – a maior parte das trinta residências já tinha sido vendida. O chefe dos guardas me apresentou a alguns dos compradores. Gostei deles: gente como eu, diretores de empresa, pro ssionais liberais, dois fazendeiros.Todos tinham vindo pelo prospecto. E quase todos tinham se decidido pelo lugar por causa da segurança. 6º § Naquela semana descobri que o prospecto tinha sido enviado apenas a uma quantidade limitada de pessoas. Na minha rma, por exemplo, só eu o tinha recebido. Minha mulher atribuiu o fato a uma seleção cuidadosa de futuros moradores – e viu nisso mais um motivo de satisfação. Quanto a mim, estava achando tudo muito bom. Bom demais. 7º § Mudamo-nos. A vida lá era realmente um encanto. Os bem-te-vis eram pontuais: às sete da manhã começavam seu a nado concerto. Os pôneis eram mansos, as aléias ensaibradas estavam sempre limpas. A brisa agitava as árvores do parque – cento e doze, bem como dizia o prospecto. Por outro lado, o sistema de alarmes era impecável. Os guardas compareciam periodicamente à nossa casa para ver se estava tudo bem – sempre gentis, sempre sorridentes. O chefe deles era uma pessoa particularmente interessada: organizava by: Torricelli1889 festas e torneios, preocupava-se com nosso bem-estar. Fez uma lista dos parentes e amigos dos moradores – para qualquer emergência, explicou, com um sorriso tranqüilizador. O primeiro mês decorreu – tal como prometido no prospecto – num clima de sonho. De sonho, mesmo. 8º § Uma manhã de domingo, muito cedo – lembro-me que os bem-te-vis ainda não tinham começado a cantar – soou a sirene de alarme. Nunca tinha tocado antes, de modo que camos um pouco assustados – um pouco, não muito. Mas sabíamos o que fazer: nos dirigimos, em ordem, ao salão de festas, perto do lago. Quase todos ainda de roupão ou pijama. 9º § O chefe dos guardas estava lá, ladeado por seus homens, todos armados de fuzis. Fez-nos sentar, ofereceu café. Depois, sempre pedindo desculpas pelo transtorno, explicou o motivo da reunião: é que havia marginais nos matos ao redor do Retiro e ele, avisado pela polícia, decidira pedir que não saíssemos naquele domingo. 10º § – A nal – disse, em tom de gracejo – está um belo domingo, os pôneis estão aí mesmo, as quadras de tênis... 11º § Era mesmo um homem muito simpático. Ninguém chegou a ficar verdadeiramente contrariado. 12º § Contrariados caram alguns no dia seguinte, quando a sirene tornou a soar de madrugada. Reunimo-nos de novo no salão de festas, uns resmungando que era segunda-feira, dia de trabalho. Sempre sorrindo, o chefe dos guardas pediu desculpas novamente e disse que infelizmente não poderíamos sair – os marginais continuavam nos matos, soltos. Gente perigosa; entre eles, dois assassinos foragidos. À pergunta de um irado cirurgião o chefe dos guardas respondeu que, mesmo de carro, não poderíamos sair; os bandidos poderiam bloquear a estreita estrada do Retiro. 13º § – E vocês, por que não nos acompanham? – perguntou o cirurgião. 14º § – E quem vai cuidar da família de vocês? – disse o chefe dos guardas, sempre sorrindo. 15º § Ficamos retidos naquele dia e no seguinte. Foi aí que a polícia cercou o local: dezenas de viaturas com homens armados, alguns com máscaras contra gases. De nossas janelas nós os víamos e reconhecíamos: o chefe dos guardas estava com a razão. 16º § Passávamos o tempo jogando cartas, passeando ou simplesmente não fazendo nada. Alguns estavam até gostando. Eu não. Pode parecer presunção dizer isto agora, mas eu não estava gostando nada daquilo. 17º § Foi no quarto dia que o avião desceu no campo de pouso. Um jatinho. Corremos para lá. 18º § Um homem desceu e entregou uma maleta ao chefe dos guardas. Depois olhou para nós – amedrontado, pareceu-me – e saiu pelo portão da entrada, quase correndo. 19º § O chefe dos guardas fez sinal para que não nos aproximássemos. Entrou no avião. Deixou a porta aberta, e assim pudemos ver que examinava o conteúdo da maleta. Fechou-a, chegou à porta e fez um sinal. Os guardas vieram correndo, entraram todos no jatinho. A porta se fechou, o avião decolou e sumiu. by: Torricelli1889 20º § Nunca mais vimos o chefe e seus homens. Mas estou certo que estão gozando o dinheiro pago por nosso resgate. Uma quantia su ciente para construir dez condomínios iguais ao nosso – que eu, diga-se de passagem, sempre achei que era bom demais. (Os melhores contos. 2. Ed. São Paulo, Global, 1968.) Sobre os “organizadores” do condomínio Retiro da Figueira pode-se dizer que A não tiveram muito trabalho em organizar o “empreendimento”. B sabiam que estariam lidando com pessoas ingênuas. C planejaram, meticulosamente, cada detalhe da ação. D provavelmente todos tinham curso superior, dada a habilidade deles. E de qualquer forma sairiam lucrando muito, pois receberiam pelas casas vendidas. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039533 Questão 101 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário Leia o texto abaixo. NATAL Rubem Braga 1° § É noite de Natal, e estou só na casa de um amigo, que foi para a fazenda. Mais tarde talvez saia. Mas vou me deixando car sozinho, numa confortável melancolia, na casa quieta e cômoda. Dou alguns telefonemas, abraço à distância alguns amigos. Essas poucas vozes, de homem e de mulher, que respondem alegremente à minha, são quentes, e me fazem bem. "Feliz Natal, muitas felicidades!"; dizemos essas coisas simples com afetuoso calor; dizemos e creio que sentimos; e como sentimos, merecemos. Feliz Natal! 2°§ Desembrulho a garrafa que um amigo teve a lembrança de me mandar ontem; vou lá dentro, abro a geladeira, preparo um uísque, e venho me sentar no jardinzinho, perto das folhagens úmidas. Sinto-me bem, oferecendo-me este copo, na casa silenciosa, nessa noite de rua quieta. Este jardinzinho tem o encanto sábio e agreste da dona da casa que o formou. E um pequeno espaço folhudo e orido de cores, que parece respirar; tem a vida misteriosa das moitas perdidas, um gosto de roça, uma alegria meio caipira de verdes, vermelhos e amarelos. 3°§ Penso, sem saudade nem mágoa, no ano que passou. Há nele uma sombra dolorosa; evoco-a neste momento, sozinho, com uma espécie de religiosa emoção. Há também, no fundo da paisagem escura e desarrumada desse ano, uma clara mancha de sol. Bebo silenciosamente a essas imagens da morte e da vida; dentro de mim elas são irmãs. Penso em outras pessoas; sou um homem sozinho, numa noite quieta, junto de folhagens úmidas, bebendo gravemente em honra de muitas pessoas. by: Torricelli1889 4°§ De repente um carro começa a buzinar com força, junto ao meu portão. Talvez seja algum amigo que venha me desejar Feliz Natal ou convidar para ir a algum lugar. Hesito ainda um instante; ninguém pode pensar que eu esteja em casa a esta hora. Mas a buzina é insistente. Levanto-me com certo alvoroço, olho a rua, e sorrio: é um caminhão de lixo. Está tão carregado, que nem se pode fechar; tão carregado como se trouxesse todo o lixo do ano que passou, todo o lixo da vida que se vai vivendo. Bonito presente de Natal! 5°§ O motorista buzina ainda algumas vezes, olhando uma janela do sobrado vizinho. Lembro-me de ter visto naquela janela uma jovem mulata de vermelho, sempre a cantarolar e espiar a rua. É certamente a ela quem procura o motorista retardatário; mas a janela permanece fechada e escura. Ele movimenta com violência seu grande carro negro e sujo; parte com ruído, estremecendo a rua. 6°§ Volto à minha paz, e ao meu uísque. Mas a frustração do lixeiro e a minha também quebraram o encanto solitário da noite de Natal. Fecho a casa e saio devagar; vou humildemente lar uma fatia de presunto e de alegria na casa de uma família amiga. Rio, dezembro de 1951 No texto, pode-se perceber uma leve ironia na seguinte passagem: A "É noite de Natal, e estou só na casa de um amigo..." (1°§) B "Bonito presente de Natal!" (4°§) C "Mais tarde talvez saia." (1°§) D "Feliz Natal, muitas felicidades!" (1°§) E "Este jardinzinho tem o encanto sábio e agreste da dona que o formou." (2°§) Essa questão possui comentário do professor no site 4000045692 Questão 102 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário Leia o textoabaixo. NATAL Rubem Braga 1° § É noite de Natal, e estou só na casa de um amigo, que foi para a fazenda. Mais tarde talvez saia. Mas vou me deixando car sozinho, numa confortável melancolia, na casa quieta e cômoda. Dou alguns telefonemas, abraço à distância alguns amigos. Essas poucas vozes, de homem e de mulher, que respondem alegremente à minha, são quentes, e me fazem bem. "Feliz Natal, muitas felicidades!"; dizemos essas coisas simples com afetuoso calor; dizemos e creio que sentimos; e como sentimos, merecemos. Feliz Natal! 2°§ Desembrulho a garrafa que um amigo teve a lembrança de me mandar ontem; vou lá dentro, abro a geladeira, preparo um uísque, e venho me sentar no jardinzinho, perto das folhagens úmidas. Sinto-me bem, oferecendo-me este copo, na casa silenciosa, nessa noite de rua quieta. Este jardinzinho tem o encanto by: Torricelli1889 sábio e agreste da dona da casa que o formou. E um pequeno espaço folhudo e orido de cores, que parece respirar; tem a vida misteriosa das moitas perdidas, um gosto de roça, uma alegria meio caipira de verdes, vermelhos e amarelos. 3°§ Penso, sem saudade nem mágoa, no ano que passou. Há nele uma sombra dolorosa; evoco-a neste momento, sozinho, com uma espécie de religiosa emoção. Há também, no fundo da paisagem escura e desarrumada desse ano, uma clara mancha de sol. Bebo silenciosamente a essas imagens da morte e da vida; dentro de mim elas são irmãs. Penso em outras pessoas; sou um homem sozinho, numa noite quieta, junto de folhagens úmidas, bebendo gravemente em honra de muitas pessoas. 4°§ De repente um carro começa a buzinar com força, junto ao meu portão. Talvez seja algum amigo que venha me desejar Feliz Natal ou convidar para ir a algum lugar. Hesito ainda um instante; ninguém pode pensar que eu esteja em casa a esta hora. Mas a buzina é insistente. Levanto-me com certo alvoroço, olho a rua, e sorrio: é um caminhão de lixo. Está tão carregado, que nem se pode fechar; tão carregado como se trouxesse todo o lixo do ano que passou, todo o lixo da vida que se vai vivendo. Bonito presente de Natal! 5°§ O motorista buzina ainda algumas vezes, olhando uma janela do sobrado vizinho. Lembro-me de ter visto naquela janela uma jovem mulata de vermelho, sempre a cantarolar e espiar a rua. É certamente a ela quem procura o motorista retardatário; mas a janela permanece fechada e escura. Ele movimenta com violência seu grande carro negro e sujo; parte com ruído, estremecendo a rua. 6°§ Volto à minha paz, e ao meu uísque. Mas a frustração do lixeiro e a minha também quebraram o encanto solitário da noite de Natal. Fecho a casa e saio devagar; vou humildemente lar uma fatia de presunto e de alegria na casa de uma família amiga. Rio, dezembro de 1951 Segundo o texto, o narrador A mostra-se saudoso e feliz com as suaves lembranças do ano que se encerrava. B utiliza os fatos passados como pretexto para divagação pessoal. C manifesta tristeza e ressentimento, pois só acumulou "lixo", numa vida cheia de solidão. D está preocupado com a realidade, principalmente com a presença constante da morte. E se acha sozinho na casa de um amigo, porque é noite de Natal. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045691 Questão 103 Memórias póstumas de Brás Cubas Literatura Interpretação de texto literário Meti os dedos no bolso do colete que trazia no corpo e senti umas moedas de cobre; eram os vinténs que eu deveria ter dado ao almocreve, em lugar do cruzado em prata. Porque, enfim, ele não levou em mira nenhuma recompensa ou virtude, cedeu a um impulso natural, ao temperamento, aos hábitos do ofício; acresce que a circunstância de estar, não mais adiante nem mais atrás, mas justamente no ponto do desastre, parecia constituí-lo simples instrumento da Providência; e, de um ou de outro modo, o mérito do ato era by: Torricelli1889 positivamente nenhum. Fiquei desconsolado com esta re exão, chamei-me pródigo, lancei o cruzado à conta das minhas dissipações antigas; tive (por que não direi tudo?) tive remorsos. ( Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas) O fragmento acima é o final do episódio em que o narrador-personagem, salvo de ferir-se gravemente com a disparada do animal em que cavalgava, avalia a gratidão dele para com o seu salvador. Analise-o cuidadosamente e assinale a alternativa em que a declaração sobre ele corresponda à característica realista. A Trata-se de um texto predominantemente dissertativo, pois relata uma das aventuras vividas pela personagem. B A presença da dissertação nesse fragmento, comum na Escola a que pertence, é decorrência da visão crítica que o caracteriza. C assunto abordado (explicação para os atos humanos) no texto acima apresenta uma única causa: a Providência, tema freqüente neste estilo de época. D A mudança que se vai operando no comportamento do homem ante o dinheiro, à medida que o tempo passa, escapa à conclusão de qualquer escritor realista. E Como se pode observar, o excesso de detalhes da narrativa afasta-se das características do Realismo. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045685 Questão 104 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário NATAL Rubem Braga 1°§ É noite de Natal, e estou só na casa de um amigo, que foi para a fazenda. Mais tarde talvez saia. Mas vou me deixando car sozinho, numa confortável melancolia, na casa quieta e cômoda. Dou alguns telefonemas, abraço à distância alguns amigos. Essas poucas vozes, de homem e de mulher, que respondem alegremente à minha, são quentes, e me fazem bem. “Feliz Natal, muitas felicidades!”; dizemos essas coisas simples com afetuoso calor ;dizemos e creio que sentimos; e como sentimos, merecemos. Feliz Natal! 2°§ Desembrulho a garrafa que um amigo teve a lembrança de me mandar ontem; vou lá dentro, abro a geladeira, preparo um uísque, e venho me sentar no jardinzinho, perto das folhagens úmidas. Sinto-me bem, oferecendo-me este copo, na casa silenciosa, nessa noite de rua quieta. Este jardinzinho tem o encanto sábio e agreste da dona da casa que o formou. É um pequeno espaço folhudo e orido de cores, que parece respirar; tem a vida misteriosa das moitas perdidas, um gosto de roça, uma alegria meio caipira de verdes, vermelhos e amarelos. 3°§ Penso, sem saudade nem mágoa, no ano que passou. Há nele uma sombra dolorosa; evoco-a neste momento, sozinho, com uma espécie de religiosa emoção. Há também, no fundo da paisagem escura e desarrumada desse ano, uma clara mancha de sol. Bebo silenciosamente a essas imagens da morte e da vida; dentro de mim elas são irmãs. Penso em outras pessoas; sou um homem sozinho, numa noite quieta, junto de by: Torricelli1889 folhagens úmidas, bebendo gravemente em honra de muitas pessoas. 4°§ De repente um carro começa a buzinar com força, junto ao meu portão. Talvez seja algum amigo que venha me desejar Feliz Natal ou convidar para ir a algum lugar. Hesito ainda um instante; ninguém pode pensar que eu esteja em casa a esta hora. Mas a buzina é insistente. Levanto-me com certo alvoroço, olho a rua, e sorrio: é um caminhão de lixo. Está tão carregado, que nem se pode fechar; tão carregado como se trouxesse todo o lixo do ano que passou, todo o lixo da vida que se vai vivendo. Bonito presente de Natal! 5°§ O motorista buzina ainda algumas vezes, olhando uma janela do sobrado vizinho. Lembro-me de ter visto naquela janela uma jovem mulata de vermelho, sempre a cantarolar e espiar a rua. É certamente a ela quem procura o motorista retardatário; mas a janela permanece fechada e escura. Ele movimenta com violência seu grande carro negro e sujo; parte com ruído, estremecendo a rua. 6°§ Volto à minha paz, e ao meu uísque. Mas a frustração do lixeiro e a minha também quebraram o encanto solitário da noite de Natal. Fecho a casa e saio devagar; vou humildemente lar uma fatia de presunto e de alegria na casa de uma família amiga. Rio, dezembro de 1951 É válido afirmar que o texto A ressalta idéias contrárias(antitéticas), refletindo o desencanto, o descontentamento do narrador diante dos acontecimentos, principalmente a melancolia acarretada pela solidão daquela noite. B reúne idéias opostas, mas simultâneas, como expressão dos elementos inseparáveis que constituem o aspecto paradoxal que caracteriza o ser humano. C constitui uma metáfora, para exprimir a solidão que caracteriza a noite de Natal deum homem solitário. D retrata a futilidade de que se revestem as festas tradicionais e a falsidade que norteia o relacionamento humano. E confronta o mundo real com o idealizado, ressaltando a transitoriedade da vida, que, para o narrador, compara-se a um caminhão de lixo que passa inexorável, independente de nossa vontade. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039490 Questão 105 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário NATAL Rubem Braga 1°§ É noite de Natal, e estou só na casa de um amigo, que foi para a fazenda. Maistarde talvez saia. Mas vou me deixando car sozinho, numa confortável melancolia, na casaquieta e cômoda. Dou alguns telefonemas, abraço à distância alguns amigos. Essas poucasvozes, de homem e de mulher, que respondem alegremente à minha, são quentes, e me fazembem. “Feliz Natal, muitas felicidades!”; dizemos essas coisas simples com afetuoso calor;dizemos e creio que sentimos; e como sentimos, merecemos. Feliz Natal! by: Torricelli1889 2°§ Desembrulho a garrafa que um amigo teve a lembrança de me mandar ontem; voulá dentro, abro a geladeira, preparo um uísque, e venho me sentar no jardinzinho, perto das folhagens úmidas. Sinto-me bem, oferecendo-me este copo, na casa silenciosa, nessa noite de rua quieta. Este jardinzinho tem o encanto sábio e agreste da dona da casa que o formou. É um pequeno espaço folhudo e orido de cores, que parece respirar; tem a vida misteriosa das moitas perdidas, um gosto de roça, uma alegria meio caipira de verdes, vermelhos e amarelos. 3°§ Penso, sem saudade nem mágoa, no ano que passou. Há nele uma sombra dolorosa; evoco-a neste momento, sozinho, com uma espécie de religiosa emoção. Há também, no fundo da paisagem escura e desarrumada desse ano, uma clara mancha de sol. Bebo silenciosamente a essas imagens da morte e da vida; dentro de mim elas são irmãs. Penso em outras pessoas; sou um homem sozinho, numa noite quieta, junto de folhagens úmidas, bebendo gravemente em honra de muitas pessoas. 4°§ De repente um carro começa a buzinar com força, junto ao meu portão. Talvez seja algum amigo que venha me desejar Feliz Natal ou convidar para ir a algum lugar. Hesito ainda um instante; ninguém pode pensar que eu esteja em casa a esta hora. Mas a buzina é insistente. Levanto-me com certo alvoroço, olho a rua, e sorrio: é um caminhão de lixo. Está tão carregado, que nem se pode fechar; tão carregado como se trouxesse todo o lixo do ano que passou, todo o lixo da vida que se vai vivendo. Bonito presente de Natal! 5°§ O motorista buzina ainda algumas vezes, olhando uma janela do sobrado vizinho. Lembro-me de ter visto naquela janela uma jovem mulata de vermelho, sempre a cantarolar e espiar a rua. É certamente a ela quem procura o motorista retardatário; mas a janela permanece fechada e escura. Ele movimenta com violência seu grande carro negro e sujo; parte com ruído, estremecendo a rua. 6°§ Volto à minha paz, e ao meu uísque. Mas a frustração do lixeiro e a minha também quebraram o encanto solitário da noite de Natal. Fecho a casa e saio devagar; vou humildemente lar uma fatia de presunto e de alegria na casa de uma família amiga. Rio, dezembro de 1951 No último parágrafo, o narrador fala: "Mas a frustração do lixeiro e a minha também quebraram o encanto solitário da noite de Natal". No contexto, ele quis dizer que sua frustração se devia ao fato de A lixeiro não ter visto a jovem mulata, e de ele, o narrador, não ter sido procurado por ninguém. B lixeiro ter buzinado com força junto ao portão, tirando-lhe a tranqüilidade. C algum amigo ter pensado que ele estaria na casa àquela hora. D lixeiro estar dirigindo um grande carro negro e sujo. E lixeiro ter ficado frustrado. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039489 Questão 106 Literatura contemporânea Literatura Interpretação de texto literário by: Torricelli1889 NATAL Rubem Braga 1°§ É noite de Natal, e estou só na casa de um amigo, que foi para a fazenda. Maistarde talvez saia. Mas vou me deixando car sozinho, numa confortável melancolia, na casaquieta e cômoda. Dou alguns telefonemas, abraço à distância alguns amigos. Essas poucasvozes, de homem e de mulher, que respondem alegremente à minha, são quentes, e me fazembem. “Feliz Natal, muitas felicidades!”; dizemos essas coisas simples com afetuoso calor;dizemos e creio que sentimos; e como sentimos, merecemos. Feliz Natal! 2°§ Desembrulho a garrafa que um amigo teve a lembrança de me mandar ontem; voulá dentro, abro a geladeira, preparo um uísque, e venho me sentar no jardinzinho, perto das folhagens úmidas. Sinto-me bem, oferecendo-me este copo, n a casa silenciosa, nessa noite de rua quieta. Este jardinzinho tem o encanto sábio e agreste da dona da casa que o formou. É um pequeno espaço folhudo e florido de cores, que parece respirar; tem a vida misteriosa das moitas perdidas, um gosto de roça, uma alegria meio caipira de verdes, vermelhos e amarelos. 3°§ Penso, sem saudade nem mágoa, no ano que passou. Há nele uma sombra dolorosa; evoco-a neste momento, sozinho, com uma espécie de religiosa emoção. Há também, no fundo da paisagem escura e desarrumada desse ano, uma clara mancha de sol. Bebo silenciosamente a essas imagens da morte e da vida; dentro de mim elas são irmãs. Penso em outras pessoas; sou um homem sozinho, numa noite quieta, junto de folhagens úmidas, bebendo gravemente em honra de muitas pessoas. 4°§ De repente um carro começa a buzinar com força, junto ao meu portão. Talvez seja algum amigo que venha me desejar Feliz Natal ou convidar para ir a algum lugar. Hesito ainda um instante; ninguém pode pensar que eu esteja em casa a esta hora. Mas a buzina é insistente. Levanto-me com certo alvoroço, olho a rua, e sorrio: é um caminhão de lixo. Está tão carregado, que nem se pode fechar; tão carregado como se trouxesse todo o lixo do ano que passou, todo o lixo da vida que se vai vivendo. Bonito presente de Natal! 5°§ O motorista buzina ainda algumas vezes, olhando uma janela do sobrado vizinho. Lembro-me de ter visto naquela janela uma jovem mulata de vermelho, sempre a cantarolar e espiar a rua. É certamente a ela quem procura o motorista retardatário; mas a janela permanece fechada e escura. Ele movimenta com violência seu grande carro negro e sujo; parte com ruído, estremecendo a rua. 6°§ Volto à minha paz, e ao meu uísque. Mas a frustração do lixeiro e a minha também quebraram o encanto solitário da noite de Natal. Fecho a casa e saio devagar; vou humildemente lar uma fatia de presunto e de alegria na casa de uma família amiga. Rio, dezembro de 1951 Assinale a afirmação correta quanto ao sentido global do texto. by: Torricelli1889 A sentimento de abandono pelo ser amado só o Natal, com toda a sua magia, consegue apagar. B Natal desperta nos seres humanos estados de espírito contraditórios. C A solidão natalina da personagem encerra em si um encanto tão sutil e frágil que pode quebrar-se ao menor incidente. D Natal de que trata o texto é puramente material, pois acena para a bebida(uísque) e comida (presunto). E Partilhar da alegria natalina em família na casa de amigos, definitivamente, acaba com a solidão humana. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039488 Questão 107 Literatura Romantismo Parnasianismo Texto 1 Sou como a pomba e como as vozes dela É triste o meu cantar; – Flor dos trópicos – cá na Europa fria Eu definho, chorando noite e dia Saudades do meu lar. A juriti suspira sobre as folhas secas Seu canto de saudade; Hino de angústia, férvido lamento,Um poema de amor e sentimento, Um grito d'orfandade! Texto 2 Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso O palácio imperial de pórfiro luzente E mármor da Lacônia. O teto caprichoso Mostra, em prata incrustado, o nácar do oriente Nero no toro erbúreo estende-se indolente... Gemas em profusão do estrágulo custoso De ouro bordado vêem-se. O olhar deslumbra, ardente, Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso. Examinando as características de cada texto, é possível reconhecer neles, respectivamente, exemplos das escolas by: Torricelli1889 A quinhentista e barroca. B romântica e simbolista. C romântica e parnasiana. D arcádica e barroca. E romântica e quinhentista. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039487 Questão 108 Poesia lírica Poesia satírica Literatura Leia os textos abaixo e responda. Texto 1 Que és terra, e em terra hás de tomar-te Te lembra hoje Deus por sua igreja; De pó te faz espelho, em que se veja A vil matéria, de que quis formar-te. Texto 2 A cada canto um grande conselheiro Que nos quer governar cabana e vinha, Não sabem govemar sua cozinha, E podem govemar o mundo inteiro. Com relação aos textos pode-se afirmar que A Texto 1: gênero lírico-sacro; texto 2; gênero satírico. Ambos são versos de Santa Rita Durão, poeta lírico-religioso do Neoclassicismo. B Texto 1: gênero lírico-religioso; texto 2: gênero satírico. Ambos são versos de Tomás Antônio Gonzaga, poeta barroco do século XVIII. C Texto 1: poesia de caráter religioso; texto 2: poesia de caráter social. Ambos são versos de Castro Alves, poeta condoreiro da segunda metade do século XIX. D Texto 1: gênero lírico-religioso; texto 2: gênero satírico. Ambos são versos deGregório de Matos, poeta da época barroca. E Texto 1: poesia místico-religiosa; texto 2: poesia satírica. Ambos são versos de Cruz e Souza, poeta simbolista do final do século XIX. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039484 Questão 109 Carlos Drummond de Andrade Prosa Literatura Leia o texto abaixo. Ele servirá de base para se responder. by: Torricelli1889 Coração Segundo Carlos Drummond de Andrade 1º § - De acrílico, de fórmica, de isopor, meticulosamente combinados, z meu segundo coração, para enfrentar situações a que o primeiro, o de nascença, não teria condições de resistir. Tomei-me, assim homem de dois corações. A operação sigilosa foi ignorada pelos repórteres. Eu mesmo fabriquei meu coração novo, nos fundos da casa onde moro. Nenhum vizinho descon ou, mesmo porque sabem que costumo fechar-me em casa, semanas inteiras, modelando bonecos de barro ou de massa, que depois ofereço às crianças. Oferecia. Meus bonecos não têm arte, representam o que eu quero. Fiz um Einstein que acharam parecido com Lampião. Para mim, era Einstein. Os garotos riam, tentando adivinhar que tipos eu interpretara. Carlito! Não era. Às vezes, não sei por quê, admitia fosse Carlito. Nunca dei importância a leis de semelhança e verossimilhança, que sufocam toda espécie de criação. 2° § Mas como disse z meu coração sem ninguém saber. E à noite, em perfeita lucidez, abrindo o peito mediante processo que não vou contar, pois minha descrição talvez horrorizasse o leitor, e eu não pretendo horrorizar ninguém — abrindo o peito, instalei lá dentro esse coração especial, regulado para não sofrer. Ao mesmo tempo, desliguei o outro. Como? Também pre ro não explicar. Possuo extrema habilidade manual, aguçada à noite, e sei o que geralmente se sabe dos órgãos do corpo e suas funções e reações, depois que cou na moda tratar dessas coisas em jornais e revistas. Além disso, minha capacidade de resistir à dor física sempre foi praticamente ilimitada. Desde criança. Mas as dores morais, as dores alheias, as dores do mundo, acima de tudo, estas sempre me vulneraram. Recompus a incisão, senti que tudo estava perfeito, e fui dormir. 3° § Na manhã seguinte, ao ler as notícias que falavam em fome no Paquistão, guerra civil na Irlanda, soldados que se drogam no Vietnã para esquecer o massacre, explosão experimental de bombas de hidrogênio, tensão permanente no Canal de Suez, golpes vitoriosos ou malogrados na América Latina, bem, não senti absolutamente nada. O coração funcionava a contento. Fui para o trabalho experimentando sensação inédita de leveza. No caminho, vi im corpo de homem e outro de mulher estraçalhados entre restos de um automóvel. Pela primeira vez pude contemplar um espetáculo desses sem me crispar e sem envenenar o meu dia. Fitei-o como a objetos de uma casa expostos na calçada, em hora de mudança. E passei um dia normal. Trabalho, refeições, sono, igualmente normais, coisa que não acontecia há anos. 4° § Meu coração fora planejado para evitar padecimento moral, e desempenhava bem a função. Assisti impassível a cenas que antes me fariam explodir em lágrimas ou protestos. Felicitei me pe a excelência. Mas aí começou a ocorrer um fenômeno desconcertante. Eu, que não sofria com as doenças que me assaltavam, passei a sentir re exos de moléstias inexistentes. Simples corte no dedo, sem in amação, a igia-me como chaga aberta. Dor de cabeça que passa com comprimido cava durante semanas. Meu corpo tomou-se frágil, exposto ao sofrimento. E eu não tinha nada. Consultei especialistas. Fiz checkup, não se descobriu qualquer lesão ou distúrbio funcional. Eram apenas imotivadas, gratuitas. Meu coração n° 2 passava pela radiografia sem ser percebido. Irredutível à dor moral, era invisível a aparelhos de precisão. 5" § Comecei a sofrer tanto com os meus males carnais que a vida se tomou insuportável. A dor aparecia especialmente em horas impróprias. Em reuniões sociais. Em concertos No escritório, ao tratar de negócios. by: Torricelli1889 Então fazia caretas, emitia gemidos surdos, assumindo aspecto feroz. Assustavam-se, queriam chamar ambulância, eu recusava. Tinha medo de que descobrissem o coração fabricado. 6° § Outra coisa: as crianças começaram a achar estranhos meus bonecos, não queriam aceita-los. Sempre gostei de crianças. E elas me repeliam. Esmerei-me na feitura de peças que pudessem cativá-las, mas em vão. 7° § Hoje vi um homem encostado a um oiti, diante do mar. Sua expressão de angústia dava ao rosto o aspecto de chão ressecado. Tive pena dele. Surpreso, ignorando tudo a seu respeito, mas participando de sua angústia e trazendo-a comigo para casa. 8° § Agora à noite decidi-me. Voltei a abrir o peito e examinei o coração segundo. Com pequena ssura no isopor, já não era perfeito. Ao tocá-lo, as partes se descolaram. Inútil restaurá-lo. Joguei fora os restos liguei o antigo e fechei o cavername. Talvez pela feita de uso, sinto que o coração velho está rateando. Que fazer? E vale a pena fazer? A manhã tarda a chegar, e não encontro resposta em mim. Quanto ao significado global do texto: A não está na ciência nem na tecnologia, ainda que levadas a um desenvolvimento extremo, o fim do sofrimento humano. B a insensibilidade do autor perante as desgraças do mundo é o resultado do transplante de coração a que se submeteu. C o hábito de fechar-se em casa foi a maneira eficaz encontrada pelo escritor para fugir à exposição dos perigos da vida. D substituindo o coração de carne por outro artificial, o autor conseguiu atingir seu objetivo: evitar padecimento moral. E ao se descolarem as partes do coração segundo, o homem ainda assim não se deu conta da fragilidade desse órgão. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045675 Questão 110 Carlos Drummond de Andrade Prosa Literatura Leia o texto abaixo. Ele servirá de base para se responder. Coração Segundo Carlos Drummond de Andrade 1º § - De acrílico, de fórmica, de isopor, meticulosamente combinados, z meu segundo coração, para enfrentar situações a que o primeiro, o de nascença, não teria condições de resistir. Tomei-me, assim homem de dois corações. A operação sigilosa foi ignorada pelos repórteres. Eu mesmo fabriquei meu coração novo, nos fundos da casa onde moro. Nenhum vizinhodescon ou, mesmo porque sabem que costumo fechar-me em casa, semanas inteiras, modelando bonecos de barro ou de massa, que depois ofereço às crianças. Oferecia. Meus bonecos não têm arte, representam o que eu quero. Fiz um Einstein que by: Torricelli1889 acharam parecido com Lampião. Para mim, era Einstein. Os garotos riam, tentando adivinhar que tipos eu interpretara. Carlito! Não era. Às vezes, não sei por quê, admitia fosse Carlito. Nunca dei importância a leis de semelhança e verossimilhança, que sufocam toda espécie de criação. 2° § Mas como disse z meu coração sem ninguém saber. E à noite, em perfeita lucidez, abrindo o peito mediante processo que não vou contar, pois minha descrição talvez horrorizasse o leitor, e eu não pretendo horrorizar ninguém — abrindo o peito, instalei lá dentro esse coração especial, regulado para não sofrer. Ao mesmo tempo, desliguei o outro. Como? Também pre ro não explicar. Possuo extrema habilidade manual, aguçada à noite, e sei o que geralmente se sabe dos órgãos do corpo e suas funções e reações, depois que cou na moda tratar dessas coisas em jornais e revistas. Além disso, minha capacidade de resistir à dor física sempre foi praticamente ilimitada. Desde criança. Mas as dores morais, as dores alheias, as dores do mundo, acima de tudo, estas sempre me vulneraram. Recompus a incisão, senti que tudo estava perfeito, e fui dormir. 3° § Na manhã seguinte, ao ler as notícias que falavam em fome no Paquistão, guerra civil na Irlanda, soldados que se drogam no Vietnã para esquecer o massacre, explosão experimental de bombas de hidrogênio, tensão permanente no Canal de Suez, golpes vitoriosos ou malogrados na América Latina, bem, não senti absolutamente nada. O coração funcionava a contento. Fui para o trabalho experimentando sensação inédita de leveza. No caminho, vi im corpo de homem e outro de mulher estraçalhados entre restos de um automóvel. Pela primeira vez pude contemplar um espetáculo desses sem me crispar e sem envenenar o meu dia. Fitei-o como a objetos de uma casa expostos na calçada, em hora de mudança. E passei um dia normal. Trabalho, refeições, sono, igualmente normais, coisa que não acontecia há anos. 4° § Meu coração fora planejado para evitar padecimento moral, e desempenhava bem a função. Assisti impassível a cenas que antes me fariam explodir em lágrimas ou protestos. Felicitei me pe a excelência. Mas aí começou a ocorrer um fenômeno desconcertante. Eu, que não sofria com as doenças que me assaltavam, passei a sentir re exos de moléstias inexistentes. Simples corte no dedo, sem in amação, a igia-me como chaga aberta. Dor de cabeça que passa com comprimido cava durante semanas. Meu corpo tomou-se frágil, exposto ao sofrimento. E eu não tinha nada. Consultei especialistas. Fiz checkup, não se descobriu qualquer lesão ou distúrbio funcional. Eram apenas imotivadas, gratuitas. Meu coração n° 2 passava pela radiografia sem ser percebido. Irredutível à dor moral, era invisível a aparelhos de precisão. 5" § Comecei a sofrer tanto com os meus males carnais que a vida se tomou insuportável. A dor aparecia especialmente em horas impróprias. Em reuniões sociais. Em concertos No escritório, ao tratar de negócios. Então fazia caretas, emitia gemidos surdos, assumindo aspecto feroz. Assustavam-se, queriam chamar ambulância, eu recusava. Tinha medo de que descobrissem o coração fabricado. 6° § Outra coisa: as crianças começaram a achar estranhos meus bonecos, não queriam aceita-los. Sempre gostei de crianças. E elas me repeliam. Esmerei-me na feitura de peças que pudessem cativá-las, mas em vão. 7° § Hoje vi um homem encostado a um oiti, diante do mar. Sua expressão de angústia dava ao rosto o aspecto de chão ressecado. Tive pena dele. Surpreso, ignorando tudo a seu respeito, mas participando de sua angústia e trazendo-a comigo para casa. by: Torricelli1889 8° § Agora à noite decidi-me. Voltei a abrir o peito e examinei o coração segundo. Com pequena ssura no isopor, já não era perfeito. Ao tocá-lo, as partes se descolaram. Inútil restaurá-lo. Joguei fora os restos liguei o antigo e fechei o cavername. Talvez pela feita de uso, sinto que o coração velho está rateando. Que fazer? E vale a pena fazer? A manhã tarda a chegar, e não encontro resposta em mim. Quanto ao narrador, pode-se afirmar que: A como ele confeccionava bonecos perfeitos, foi sempre benquisto pelas crianças. B a vida dele tomou-se insuportável em conseqüência de problemas políticos. C muito se angustiava por males e sofrimentos alheios. D plenamente convicto de suas ações, no final voltou a viver com seu coração de nascença, em perfeito estado de saúde. E seu corpo, com o segundo coração, tomou-se frágil em decorrência de distúrbios hormonais. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045673 Questão 111 Barroco Literatura Considerando as características das escolas literárias no Brasil, pode-se afirmar que o(a) A Arcadismo abordou temas religiosos, revelando profunda angústia existencial. B poesia romântica da 2ª fase apresentou exclusivamente uma tendência nacionalista. C Barroco se destacou pelo jogo de palavras e raciocínio, predominando a linguagem figurada. D Literatura Informativa tratava de textos escritos pelos jesuítas sobre as facilidades de conversão dos índios. E simbolista não se preocupava com a forma e seus textos são mais narrativos que poéticos. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045672 Questão 112 Literatura Romantismo Assinale a alternativa que apresenta um texto do Romantismo: A "Ó Formas alvas, brancas. Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras... Formas do Amor, constelarmente puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas..." by: Torricelli1889 B 'Esta, de áureos relevo trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada. Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então e, ora repleta ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia Toda de roxas pétalas colmada." C 'Pensamento gentil de paz eterna. Amiga morte, vem. Tu és o termo De dous fantasmas que a existência formam, - Dessa alma vã e desse corpo enfermo. Pensamento gentil de paz eterna Amiga morte, vem. Tu és o nada. Tu és a ausência das noções da vida, Do prazer que nos custa a dor passada." D "Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade, verdade é, meu Senhor, que hei delinqüido. delinqüido vos tenho, e ofendido ofendido vos tem minha maldade. Maldade, que encaminha a vaidade, vaidade que todo me há vencido, vencido quero ver-me e arrependido, arrependido a tanta enormidade." E "Enquanto pasta alegre o manso gado, Minha bela Marilia, nos sentemos À sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos Na regular beleza, Que em tudo quanto vive, nos descobre A sabia natureza." Essa questão possui comentário do professor no site 4000045671 Questão 113 Literatura Romances O romance realista brasileiro, tal como o conhecemos, focaliza principalmente by: Torricelli1889 A as camadas marginalizadas da sociedade. B aspectos sociais e psicológicos nas relações humanas. C o preconceito racial. D a defesa das instituições, como o casamento, por exemplo. E a formação da nacionalidade. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045669 Questão 114 Literatura Parnasianismo Um traço essencial da poesia Parnasiana é o(a) A gosto pelas descrições. B verso livre. C nacionalismo ufanista D linguagem coloquial. E liberdade formal. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045668 Questão 115 Carlos Drummond de Andrade Prosa Literatura Coração Segundo Carlos Drummond de Andrade 1º § — DE ACRÍLICO, de fórmica, de isopor, meticulosamente combinados, z meu segundo coração, para enfrentar situações a que o primeiro, o de nascença, não teria condiçõesde resistir. Tornei-me, assim, homem de dois corações. A operação sigilosa foi ignorada pelos repórteres. Eu mesmo fabriquei meu coração novo, nos fundos da casa onde moro. Nenhum vizinho descon ou, mesmo porque sabem que costumo fechar-me em casa, semanas inteiras, modelando bonecos de barro ou de massa, que depois ofereço às crianças. Oferecia. Meus bonecos não têm arte, representam o que eu quero. Fiz um Einstein que acharam parecido com Lampião. Para mim, era Einstein. Os garotos riam, tentando adivinhar que tipos eu interpretara. Carlito! Não era. Às vezes, não sei por quê, admitia fosse Carlito. Nunca dei importância a leis de semelhança e verossimilhança, que sufocam toda espécie de criação. 2º § Mas, como disse, z meu coração sem ninguém saber. E à noite, em perfeita lucidez, abrindo o peito mediante processo que não vou contar, pois minha descrição talvez horrorizasse o leitor, e eu não pretendo horrorizar ninguém — abrindo o peito, instalei lá dentro esse coração especial, regulado para não sofrer. Ao mesmo tempo, desliguei o outro. Como? Também pre ro não explicar. Possuo extrema habilidade manual, aguçada à noite, e sei o que geralmente se sabe dos órgãos do corpo e suas funções ereações,depoisque counamodatratardessascoisasemjornaiserevistas. Além disso, minha capacidade de resistir à dor física sempre foi praticamente ilimitada. Desde criança. Mas as dores morais, as dores alheias, by: Torricelli1889 as dores do mundo, acima de tudo, estas sempre me vulneraram. Recompus a incisão, senti que tudo estava perfeito, e fui dormir 3º§ Namanhãseguinte,aolerasnotíciasquefalavamemfomenoPaquistão,guerracivilnaIrlanda, soldados que se drogam no Vietnã para esquecer o massacre, explosão experimental de bombas de hidrogênio, tensão permanente no Canal de Suez, golpes vitoriosos ou malogrados na América Latina, bem, não senti absolutamente nada. O coração funcionava a contento. Fui para o trabalho experimentando sensação inédita de leveza. No caminho, vi um corpo de homem e outro de mulher estraçalhados entre restos de um automóvel. Pela primeira vez pude contemplar um espetáculo desses sem me crispar e sem envenenar o meu dia. Fitei-o como a objetos de uma casa expostos na calçada, em hora de mudança. E passei um dia normal. Trabalho, refeições, sono, igualmente normais, coisa que não acontecia há anos. 4º § Meu coração fora planejado para evitar padecimento moral, e desempenhava bem a função. Assisti impassível a cenas que antes me fariam explodir em lágrimas ou protestos. Felicitei-me pela excelência. Mas aí começou a ocorrer um fenômeno desconcertante. Eu, que não sofria com as doenças que me assaltavam, passei a sentir re exos de moléstias inexistentes. Simples corte no dedo, sem in amação, a igia-me como chaga aberta. Dor de cabeça que passa com um comprimido cava durante semanas. Meu corpo tornou-se frágil, exposto ao sofrimento. E eu não tinha nada. Consultei especialistas. Fiz checkup, não se descobriu qualquer lesão ou distúrbio funcional. Eram apenas imotivadas, gratuitas. Meu coração nº 2 passava pela radiografia sem ser percebido. Irredutível à dor moral, era invisível a aparelhos de precisão. 5º§ Comecei a sofrer tanto com os meus males carnais que a vida se tornou insuportável. A dor aparecia especialmente em horas impróprias. Em reuniões sociais. Em concertos. No escritório, ao tratar de negócios. Então fazia caretas, emitia gemidos surdos, assumindo aspecto feroz. Assustavam-se, queriam chamar ambulância, eu recusava. Tinha medo de que descobrissem o coração fabricado. 6º § Outra coisa: as crianças começaram a achar estranhos meus bonecos, não queriam aceitá-los. Sempre gostei de crianças. E elas me repeliam. Esmerei-me na feitura de peças que pudessem cativá-las, mas em vão. 7º§ Hojeviumhomemencostadoaumoiti,diantedomar.Suaexpressãodeangústiadavaaorosto o aspecto de chão ressecado. Tive pena dele. Surpreso, ignorando tudo a seu respeito, mas participando de sua angústia e trazendo-a comigo para casa. 8º § Agora à noite, decidi-me. Voltei a abrir o peito e examinei o coração segundo. Com pequena ssura no isopor, já não era perfeito. Ao tocá-lo, as partes se descolaram. Inútil restaurá-lo. Joguei fora os restos, liguei o antigo e fechei o cavername. Talvez pela falta de uso, sinto que o coração velho está rateando. Que fazer? E vale a pena fazer? A manhã tarda a chegar, e não encontro resposta em mim. "... modelando bonecos d e barro o u d e massa, que depois ofereço à s crianças. Oferecia." A mudança de tempo verbal tem o seguinte significado: by: Torricelli1889 A o narrador antecipa uma cessação de ação, que se confirmará no decorrer da narrativa. B o pretérito imperfeito refere-se ao momento em que o narrador vai estar com o segundo coração. C já, antes da operação, encerrou-se a ação. D o narrador não fez mais os bonecos a partir da instalação do novo coração. E indicar que todos os fatos narrados pertencem ao passado. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039371 Questão 116 Naturalismo Literatura Realismo ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA Leia as afirmações abaixo: I - 'Traduz um retomo ao equilíbrio e à simplicidade dos modelos greco-romanos." II - "O romance é encarado como um instrumento de denúncia e combate, uma vez que focaliza os desequilíbrios sociais." III - "A natureza do homem, como a dos demais seres vivos, é determinada por circunstâncias exteriores." IV - "O homem em conflito entre a razão e a fé, entre os sentidos e o espírito." V - "Enfoque espiritualista da mulher, envolvendo-a num clima de sonho onde predomina o vago, o impreciso e o etéreo." Referem-se ao Realismo e/ou Naturalismo as afirmativas: A l e ll. B IV e V. C III e IV. D I e V. E II e III. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039367 Questão 117 Literatura Romantismo ''Subjetivismo é um dos traços fundamentais do Romantismo. A realidade é revelada através da atitude pessoal do escritor. Não há preocupação com modelos a seguir. O artista traz à tona o seu mundo interior, com plena liberdade. Aliás, esta característica está ligada extremamente à imaginação criadora, como projeção deste mundo." by: Torricelli1889 Todos os textos abaixo são do Romantismo. Assinale a alternativa em que predomina o subjetivismo. A "Sinto na fonte pétalas de flores. Sinto-as nos lábios e de amor suspiro, Mas flores e perfume embriagam, E no fogo da febre e on meu delírio Embebem na minh'alma enamorada Delicioso veneno." B "Já sinto da geada dos sepulcros O pavoroso frio enregalar-me... A campa vejo aberta e lá no fundo Um esqueleto em pé vejo acenar-me..." Entremos. Deve haver nestes lugares Mudança grave na mundana sorte; Quem sempre a morte achou no lar da vida. Deve a vida encontrar no lar da morte." C "Não achei na terra amores Que merecessem os meus. Não tenho um ente no mundo A quem diga o meu - adeus. (...) Por isso, Ó morte, eu amo-te e não temo: Por isso, Ó morte, eu quero-te comigo. Leva-me à região da paz horrenda Leva-me ao nada, leva-me contigo." D "Quem és tu, vulto gracioso, Que te elevas da noite na orvalhada ? Tens a face nas sombras mergulhadas... Sobre as névoas te libras vaporoso... (...) Quem és tu? Quem és tu? - Es minha sorte! Es talvez o ideal que est'alma espera! És a glória talvez! Talvez a morte!..." E "A morte é dura Porém longe da pátria é dupla a morte. Desgraçado do mísero, que espera Longe dos seus, que molha a língua, seca Pelo fogo da febre, em caldo estranho; Que vigílias de amor não tem consigo, Nem palavras amigas que lhe adoecem O tédio nos remédios, nem um seio, Um seio palpitante de cuidados, Onde descanse a lânguida cabeça!" by: Torricelli1889 Essa questão possui comentário do professor no site 4000045474 Questão 118 Simbolismo Literatura Assinale o texto que, pela linguagem e pelas idéias, pode ser considerado como representante do Simbolismo. A "É um velho paredão, todo gretado. Roto e negro, a que o tempouma oferenda Deixou um cacto em flor ensangüentado E num pouco de musgo em cada fenda." B "Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.' C "Para as estrelas de cristais gelados As ânsias e os desejos vão subindo, galgando azuis e siderais noivados de nuvens brancas e amplidão vestindo." D "Prometeu sacudiu os braços manietados E súplice pediu a eterna compaixão. Ao ver o desfilar dos séculos que vão Pausadamente, como um dobre de finados." E "São fidalgos que voltam da caçada; Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando; E as trompas a soar vão agitando O remanso da noite embalsamada..." Essa questão possui comentário do professor no site 4000045473 Questão 119 Barroco Literatura "Abrangem desde o sentimento de desengano, que arrasta, paradoxalmente, o carpe diem horaciano e a renúncia aos prazeres, com o arrependimento e a volta para Deus, para os valores espirituais, até as atitudes correlacionadas com aquele sentimento, a saber: a que exprime a transitoriedade de certos valores de natureza física, como a beleza e a formosura; a brevidade enganosa da vida, a ambição humana, em que entram freqüentemente certos motivos, símbolos ou termos de comparação, como por exemplo ores, ruínas, etc." Entre as estrofes abaixo, assinale aquela em que estão presentes os temas do carpe diem e da brevidade enganosa da vida. by: Torricelli1889 A 'Pálida, à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada. Entre as nuvens do amor ela dormia.' B "Nasce a manha, a luz tem cheiro... Ei-la que assoma Pelo ar sutil... Tem cheiro a luz, a manha nasce... Oh sonora audição colorida do aroma!" C ''Eu tenho um coração maior que o mundo, tu, formosa Marília bem o sabes: um coração, e basta, onde tu mesma cabes." D "Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro — Como as horas de um longo pesadelo. Que se desfaz ao dobre de um sineiro." E "Goza, goza da flor da mocidade, Que o tempo traía a toda a ligeireza, E imprime em toda a flor sua pisada.' Essa questão possui comentário do professor no site 4000045472 Questão 120 Crítica literária Barroco Literatura "Abrangem desde o sentimento de desengano, que arrasta, paradoxalmente, o carpe diem horaciano e a renúncia aos prazeres, com o arrependimento e a volta para Deus, para os valores espirituais, até as atitudes correlacionadas com aquele sentimento, a saber: a que exprime a transitoriedade de certos valores de natureza física, como a beleza e a formosura; a brevidade enganosa da vida, a ambição humana, em que entram freqüentemente certos motivos, símbolos ou termos de comparação, como por exemplo ores, ruínas, etc." O comentário acima, do crítico literário José Aderaldo Castello, refere-se aos temas principais do A Arcadismo B Barroco C Romantismo D Parnasianismo E Simbolismo Essa questão possui comentário do professor no site 4000045471 Questão 121 Literatura Padre Antonio Vieira Sobre o Pe. Antonio Vieira e sua obra, é cometo afirmar que by: Torricelli1889 A predominou, em seus Sermões, o estilo cultista, de construções obscuras e preciosísticas. B no conjunto de sua obra, o que é particularmente significativo é a sua produção teatral, os autos, escritos com finalidade, também, pedagógica. C exprime, em sua obra, o conflito continuamente renovado da culpa e do arrependimento. D homem preocupado com os problemas de seu tempo, escreveu, por exemplo, posicionando-se contrariamente à tentativa de escravização dos índios. E sua obra, influenciada por sua formação religiosa, nem por isso é de conteúdo moralizante, conseqüência do estilo conceptista adotado. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045470 Questão 122 Literatura de inf ormação Literatura Interpretação de texto literário "Não se pode numerar nem compreender a multidão de barbaro gentio que semeou a natureza por toda esta terra do Brasil; porque ninguém pode pelo sertão dentro caminhar seguro, nem passar por terra onde não acha povoações de Índios armados contra todas as nações humanas, e assi como são muitos permitiu Deus que fossem contrários huns dos outros, e que houvesse entrelles grandes odios e discórdias, porque se assi não fosse os portuguezes não poderião viver na terra nem seria possível conquistar tamanho poder de gente." Em relação ao texto, indique a alternativa correta: A A expressão "barbaro gentio" indica uma oposição, uma antítese. B A discórdia entre os índios foi, segundo o autor, decorrência de uma providência divina. C Se não houvesse discórdia entre os índios, os portugueses poderiam viver na terra em paz. D A chegada dos portugueses é que tomou os índios "contrários huns dos outros". E No trecho "se assi não fosse", a palavra "assi" refere-se à oração "permitiu Deos . Essa questão possui comentário do professor no site 4000045469 Questão 123 Literatura de inf ormação Literatura "Não se pode numerar nem compreender a multidão de barbaro gentio que semeou a natureza por toda esta terra do Brasil; porque ninguém pode pelo sertão dentro caminhar seguro, nem passar por terra onde não acha povoações de Índios armados contra todas as nações humanas, e assi como são muitos permitiu Deus que fossem contrários huns dos outros, e que houvesse entrelles grandes odios e discórdias, porque se assi não fosse os portuguezes não poderião viver na terra nem seria possível conquistar tamanho poder de gente." O texto acima é representativo de uma fase de nossa literatura conhecida como by: Torricelli1889 A indianista B informativa C jesuítica D romântica E nacionalista Essa questão possui comentário do professor no site 4000045468 Questão 124 Simbolismo Literatura Romantismo '^Desligados do catolicismo, beiravam o panteísmo ou nele diretamente incidiram. Vários encontravam refugio no 'esoterismo^ no 'ilusionismo ..." "O gosto da descrição nítida (a mimese pela mimese), concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima e, no fundo, o ideal da impessoalidade." "Felicidade e realização amorosa são objetivos inatingíveis, conduzindo o eu-lírico à depressão, ao sonho e ao devaneio." As características acima referem-se, respectivamente ao A Romantismo, Simbolismo, Romantismo. B Realismo, Arcadismo, Parnasianismo. C Romantismo, Parnasianismo, Romantismo. D Realismo, Simbolismo, Parnasianismo. E Simbolismo, Parnasianismo, Romantismo. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045467 Questão 125 Literatura Machado de Assis Sobre Machado de Assis e suas obras, é correto afirmar que by: Torricelli1889 A como muitos autores de tradição, iniciou a carreira escrevendo romances realistas, convertendo-se, mais tarde, ao Naturalismo. B manifesta, em cada romance que escreveu, as várias fases de sua biografia, com uma linguagem desprovida de metáforas. C as obras da fase madura caracterizam-se pela prática de uma poesia e de um teatro originais, que superam as velhas convicções dos escritores clássicos. D em seus romances, por serem de tese, procura sempre colocar o determinismo como responsável pelas ações dos personagens. E em suas narrativas apresenta uma análise profunda dos sentimentos humanos e o rompimento com a ordem cronológica tradicional. Essa questão possui comentário do professor no site 4000045466 Questão 126 Naturalismo Literatura Realismo – Não piche assim o homem – advertiu-me minha mulher. – Por que não? É um ladrão! – Mas quando pegou seu livro era criança. – O menino é o pai do homem – rebatia, vigorosamente. Plínio xara-se como um marco para mim. Toda vez que o procedimento de alguém me surpreendia, a face oculta de uma pessoa era revelada, lembrava-me irremediavelmente dele. Limpinho. Penteadinho. E com a mão de gato se apoderando de meu livro. Certa vez tomaram a sua defesa: – Plínio, um ladrão? Calúnia! Retire-se da minha presença! Quando o desembargador Plínio já estava aposentado,mudei-me para meu endereço atual. Durante a mudança alguns livros despencaram de uma estante improvisada. Um deles O coração, de Amicis. Saudades. Havia quantos anos não o abria? Quarenta ou mais? Lembrei da dedicatória de meu falecido pai. Ele tinha boa letra. Procurei-a na página de rosto. Não a encontrei. Teria a tinta se apagado? Na página seguinte havia uma dedicatória. Mas não reconheci a caligrafia paterna: “Ao meu querido filho Plínio, com todo amor e carinho de seu pai”. Uma das características presentes na prosa realista/naturalista é o determinismo, ou seja, o comportamento dos personagens sendo rigorosamente condicionado por fatores que o precedem e determinando as atitudes futuras. by: Torricelli1889 Assinale o fragmento, retirado da crônica lida, que exemplifica a característica citada. A "... apaixonei-me por aquela obra-prima..." B "Não teria coragem de aparecer em casa sem ele." C "... considerava se não eixara em não delatá-lo." D " - O menino é o pai do homem - rebatia vigorosamente." E "Ao meu querido filho Plínio, com todo amor e carinho." Essa questão possui comentário do professor no site 4000045465 Questão 127 Naturalismo Literatura Realismo Leia as proposições abaixo: I. O Realismo no Brasil manifestou-se basicamente na poesia. II. O Naturalismo se interessa pela análise social, principalmente de grupos humanos marginalizados. III. Machado d e Ass is analisa crit icamente a sociedade d a época, pondo e m evidência valores e comportamentos de determinados personagens. IV. Para o autor realista, a realidade varia de acordo com seu próprio estado de alma. V. O pensamento científico do século XIX exerceu importante influência sobre obras realistas e naturalistas. Estão corretas as proposições A I, II e III. B I, III e IV. C II, III e V. D II, IV e V. E I, IV e V. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039195 Questão 128 Gonçalves Dias Literatura Interpretação de texto literário Leia o poema a seguir para responder à questão. CANÇÃO DO EXÍLIO Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, by: Torricelli1889 Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho – à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. (Gonçalves Dias) Gonçalves Dias é um importante escritor romântico, autor da Canção do Exílio. Além de poesias desse tipo, ele fez também poemas A de temática indianista. B nitidamente religiosos. C pela libertação dos escravos. D de caráter satírico. E de crítica social. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039194 Questão 129 Gonçalves Dias Literatura Interpretação de texto literário Leia o poema a seguir para responder à questão. CANÇÃO DO EXÍLIO by: Torricelli1889 Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho – à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. (Gonçalves Dias) Na Canção do Exílio, um importante traço romântico é a A presença de adjetivos qualificativos. B valorização da terra natal. C repetição do pronome possessivo “nosso/nossa” na segunda estrofe. D palavra “exílio” no título. E utilização de versos com forma fixa. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039193 Questão 130 Álvares de Azevedo Literatura Interpretação de texto literário by: Torricelli1889 Leia a seguir o fragmento do poema de Álvares de Azevedo para responder à questão: Quando em meu peito rebentar-se a fibra Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. (...) Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda É pela virgem que sonhei ... que nunca Aos lábios me encostou a face linda. Assinale a alternativa que traduz a interpretação dos dois primeiros versos. A Quando eu partir (para outro país). B Quando eu morrer. C Quando eu pedir a separação. D Quando eu voltar. E Quando eu adoecer. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039192 Questão 131 Álvares de Azevedo Literatura Interpretação de texto literário Leia a seguir o fragmento do poema de Álvares de Azevedo para responder à questão: Quando em meu peito rebentar-se a fibra Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. (...) Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda É pela virgem que sonhei ... que nunca Aos lábios me encostou a face linda. Álvares de Azevedo foi um poeta romântico da chamada geração ultra-romântica. Nos versos transcritos, podem ser identificadas algumas características dessa fase, e uma delas é o(a) by: Torricelli1889 A tom marcadamente nacionalista. B presença da doença e da loucura. C idealização da mulher, um ser inatingível. D variedade temática em um mesmo poema. E gosto pela atmosfera noturna. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039191 Questão 132 Simbolismo Literatura Romantismo Leia as proposições abaixo: I. A paisagem adquire valores subjetivos, servindo à expressão das emoções e dos estados de espírito mais contraditórios. II. A insatisfação com a realidade humana pode receber diferentes tratamentos, positivos ou negativos, mas sempre com exaltação emocional. III. As assonâncias e as aliterações são alguns dos recursos que contribuem com uma de suas principais características: a musicalidade. As características acima pertencem, respectivamente, ao A Romantismo – Romantismo - Simbolismo. B Simbolismo – Arcadismo - Romantismo. C Arcadismo – Arcadismo – Parnasianismo. D Arcadismo – Romantismo – Simbolismo. E Romantismo – Simbolismo – Simbolismo. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039190 Questão 133 Marília de Dirceu Literatura Interpretação de texto literário Leia a estrofe e as proposições abaixo: “Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, fui honrado pastor da tua aldeia; vestia finas lãs e tinha sempre a minha moça do preciso cheia.T iraram-me o casal e o manso gado, nem tenho a que me encoste um só cajado.” I. Trata-se de uma sextilha com versos decassílabos. by: Torricelli1889 II. A estrofe acima, pertencente ao poema Marília de Dirceu, é uma obra representativa da 1ª fase do Romantismo. III. O vocabulário e tema nos remetem ao bucolismo, uma das principais características do movimento a que pertence o poema. Com base no texto, está (ão) correta(s) a(s) proposição (ões) A I apenas. B II apenas. C I e II. D II e III. E I e III. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039189 Questão 134 Literatura Gregório de Matos Interpretação de texto literário Leia o poema abaixo para responder à questão. SONETO Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na luzfalte a firmeza, Na formosura se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. Ainda com referência ao poema anterior, é correto afirmar que o tema central é (são) by: Torricelli1889 A o medo da noite, da escuridão. B a ignorância do mundo. C a perda da juventude, da beleza. D a inconstância dos bens do mundo. E as alegrias e tristezas do eu-lírico. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039188 Questão 135 Literatura Gregório de Matos Interpretação de texto literário Leia o poema abaixo para responder à questão. SONETO Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na luz falte a firmeza, Na formosura se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. O jogo dos contrários (antíteses) presente no poema acima é uma das características básicas do movimento A clássico B barroco C árcade D parnasiano E romântico Essa questão possui comentário do professor no site 4000039187 Questão 136 Literatura Arcadismo Romantismo by: Torricelli1889 Leia as proposições abaixo: I. O romance foi amplamente cultivado no Romantismo e no Realismo. II. O teatro foi a principal manifestação literária do Arcadismo. III. O romance histórico não pode ser considerado como obra literária, já que se atém a fatos reais. IV. A poesia parnasiana propunha liberdade de expressão e formas livres. V. O conto, um texto curto de grande expressão hoje, teve em Machado de Assis um deseus grandes expoentes. São verdadeiras as afirmativas A I e II. B II e III. C IV e V D I e V E III e IV. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039186 Questão 137 Literatura Gregório de Matos Interpretação de texto literário “Goza, goza da flor da mocidade, Que o tempo troca, a toda a ligeireza, E imprime a cada flor sua pisada. Oh não aguardes, que a madura idade Te converta essa flor, essa beleza, Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.” (Gregório de Matos) Analisando o fragmento da poesia acima, conclui-se que o agente é a (o) A mocidade B terra C beleza D flor E tempo by: Torricelli1889 Essa questão possui comentário do professor no site 4000039071 Questão 138 Literatura Parnasianismo A alternativa cuja afirmação sobre o Parnasianismo ratifica a importância de se buscar a perfeição formal é: A “Não tragam os aprendizes para a oficina da joalheria um material indigno (...) preguiça em vez de paciência, negligência em vez de vontade e gosto.” B “Veio-lhe, então, a idéia do clássico. O processo era simples: escrevia do modo comum, com as palavras e o jeito de hoje; em seguida, invertia as orações, picava o período com vírgulas e substituía “incomodar” por “molestar”, “ao redor” por “derredor” ... e assim obtinha o seu estilo clássico, que começava a causar admiração aos seus pares e ao público em geral.” C “O Parnasianismo foi outra vítima da inteligência que construiu a prisão onde quis encarcerar o poeta.” D “Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano.” E “O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: - “Meu cancioneiro É bem martelado”.” Essa questão possui comentário do professor no site 4000039070 Questão 139 Literatura Parnasianismo O fragmento exemplifica uma feição típica do Parnasianismo: “Esta de áureos relevos, trabalhada e divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.” Esta feição típica do Parnasianismo é o(a) A emprego da ordem direta. B visão cientificista do autor. C pendor filosofante. D preocupação com temas particulares e individuais. E valorização da Antigüidade greco-latina. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039069 Questão 140 Literatura Arcadismo Sobre o Arcadismo é correto afirmar que by: Torricelli1889 A “Vila Rica“ e “O Uraguai” são exemplos de poesia lírica desse período. B o pastoralismo/bucolismo era uma das convenções adotadas pelos escritores desse período. C idealização da mulher e do amor, religiosidade e misticismo são características marcantes na poesia. D o poeta árcade manifesta seu nacionalismo através da idealização da vida urbana. E a poesia árcade revela fortes preocupações com os ideais do Iluminismo, daí a denominação também de Neoclassicismo para esse período. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039068 Questão 141 Literatura Romantismo Considere as seguintes afirmações sobre autores e obras do Romantismo: I - O indianismo, uma das expressões do nacionalismo romântico, é tema central d a obra d e Casimiro de Abreu. II - “O Guarani” de José de Alencar, “Inocência” de Visconde de Taunay e “Memórias de um Sargento de Milícias” d e Manuel Antônio d e Almeida s ã o romances, respectivamente, indianista, regionalista e de costumes. III - Subjetivismo, egocentrismo e sentimentalismo estão presentes n a poesia d o Ultra-Romantismo, cujo grande representante é Álvares de Azevedo. Das afirmativas acima, estão corretas A Somente I e III. B Somente II e III. C Somente II. D Somente III. E I, II e III. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039067 Questão 142 Simbolismo Literatura “Nomear um objeto signi ca suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia, que consiste no prazer de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho.” Após a leitura atenciosa do fragmento acima, é correto afirmar que by: Torricelli1889 A o valor da poesia reside no sonho, nas sugestões que ela proporciona, e tal valor se intensifica à medida que tudo seja nomeado, ou seja, não entregue à interpretação. B a nomeação pura e simples de um objeto tira dele três quartos do que ele realmente é. C o poder onírico da poesia reside na sugestão e nos diferentes estímulos que ela pode provocar. D uma poesia, para ser prazerosa, necessita que três quartos dela sejam nomeados e um quarto seja sugerido. E a supressão de três quartas partes de uma poesia simbolista permitirá, ainda, o prazer de entendê- la. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039066 Questão 143 Literatura Romantismo A alternativa cujo fragmento, em sua totalidade, remete-nos ao Romantismo é: A “A mulher, que tinha então vinte e um anos, e morreu com vinte e três, não era muito bonita, nem pouco mas extremamente simpática, e amava-o tanto como ele a ela.” B “Então eu perguntava a mim mesmo se alguma daquelas (mulheres) não teria amado alguém que jazesse agora no cemitério, e vinham outras incoerências, até que o pano subia e continuava a peça.” C “Aquela que te humilhou, aqui a tens abatida, no mesmo lugar onde ultrajou-te, nas iras da sua paixão. Aqui a tens implorando teu perdão e feliz porque te adora, como senhor de sua alma.” D “Murmuravam as brisas; as fontes correram; tomaram a palavra os sabiás; surgiram palmeiras em repuxo; houve revoadas de juritis, de beija-flores; todas essas coisas, de que se alimentavam versos comuns e de que morrem à fome os versejadores.” E “Nenen dezessete. Espigada, franzina e forte, com uma proazinha de orgulho da sua virgindade, escapando como enguia por entre o dedo dos rapazes que a queriam sem ser para casar.” Essa questão possui comentário do professor no site 4000039065 Questão 144 Literatura Romantismo Considere as seguintes afirmações: I - Castro Alves, conhecido como poeta condoreiro, escreveu também poemas de amor. Neles, a mulher é sempre um anjo, distante, inatingível; o amor não é concretizado. II - A primeira geração d o s poet as românt icos n o Brasil caracterizou-se pe la ênf aseno sentimento nacionalista, tematizando o índio, a natureza e o amor à pátria. III - N o Ultra-Romantismo, a poesia deixa d e se r apenas u m lamento sentimental para se r u m grito de protesto, de reivindicação social. Das afirmativas acima, está(ão) correta(s) by: Torricelli1889 A apenas I. B apenas II. C apenas III. D apenas I e II. E I, II e III. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039064 Questão 145 Aluísio de Azevedo Literatura Analise o fragmento abaixo:“ As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que lhes despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam e m não molhar o pêlo, ao contrário, metiam a cabeça bem debaixo d a água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão.” O fragmento acima, e m que o aut or ret rata o s personagens at ravés d e comportamentos e aspectos exteriores, enfatizando o lado animal do ser humano, remete-nos ao estilo de A Álvares de Azevedo. B Machado de Assis. C Gregório de Matos. D Aluísio Azevedo. E José de Alencar. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039062 Questão 146 Literatura Machado de Assis “Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca, sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência.” (Machado de Assis) Sobre o fragmento acima pode-se afirmar que by: Torricelli1889 A Machado de Assis é o narrador. B o narrador é também personagem. C o texto é narrado em 3ª pessoa. D o texto caracteriza-se como lírico. E o texto é do gênero dramático. Essa questão possui comentário do professor no site 4000039061 Respostas: 1 A 2 B 3 A 4 B 5 A 6 C 7 E 8 B 9 D 10 A 11 A 12 C 13 E 14 C 15 A 16 C 17 E 18 A 19 A 20 B 21 C 22 B 23 D 24 D 25 A 26 D 27 E 28 D 29 B 30 C 31 D 32 B 33 A 34 D 35 D 36 B 37 C 38 C 39 D 40 B 41 E 42 A 43 D 44 C 45 D 46 E 47 B 48 A 49 C 50 E 51 C 52 C 53 B 54 D 55 B 56 A 57 A 58 C 59 A 60 B 61 E 62 D 63 B 64 D 65 A 66 E 67 C 68 D 69 D 70 B 71 D 72 B 73 D 74 C 75 C 76 A 77 E 78 A 79 B 80 E 81 D 82 C 83 D 84 B 85 C 86 A 87 D 88 D 89 A 90 E 91 C 92 B 93 C 94 A 95 D 96 A 97 D 98 D 99 D 100 C 101 B 102 B 103 B 104 B 105 A 106 C 107 C 108 D 109 A 110 C 111 C 112 C 113 B 114 A 115 A 116 E 117 A 118 C 119 E 120 B 121 D 122 B 123 B 124 E 125 E 126 D 127 C 128 A 129 B 130 B 131 C 132 A 133 E 134 D 135 B 136 D 137 E 138 A 139 E 140 B 141 B 142 C 143 C 144 B 145 D 146 B by: Torricelli1889