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AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 1 
 
AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO 
DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA: FASES, APRENDIZAGENS E 
IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS. 
 
Diogo Rafael da Silva 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Sandro Garabed Ischkanian 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Wilson Bezerra dos Santos 
A pesquisa bibliográfica documental é uma ferramenta fundamental para o aprofundamento 
teórico e a compreensão crítica de temas educacionais. Esse tipo de pesquisa possibilita o acesso, a 
análise e a interpretação de obras consagradas, estudos acadêmicos e produções científicas, 
criando uma base sólida para reflexões pedagógicas. No contexto da investigação sobre "As 
contribuições de Jean Piaget para a compreensão do desenvolvimento global da criança: fases, 
aprendizagens e implicações pedagógicas", a pesquisa bibliográfica documental desempenha um 
papel central, permitindo reunir, comparar e avaliar as diferentes abordagens sobre a teoria 
piagetiana ao longo do tempo. O principal objetivo deste estudo é entender como as fases do 
desenvolvimento cognitivo propostas por Piaget – sensório-motor, pré-operatório, operatório 
concreto e operatório formal – contribuem para o entendimento das aprendizagens infantis e quais 
as implicações pedagógicas desse conhecimento para a prática educativa. A análise também busca 
identificar como os conceitos de assimilação, acomodação e equilibração se inter-relacionam no 
processo de construção do conhecimento, fornecendo subsídios para a atuação do educador em 
sala de aula. A pesquisa bibliográfica documental permite não apenas revisitar os conceitos 
originais da teoria piagetiana, mas também estabelecer conexões com as demandas 
contemporâneas da educação infantil. Ao utilizar tanto obras clássicas quanto estudos recentes, 
busca-se promover um diálogo entre teoria e prática, reforçando o papel do professor como 
mediador no desenvolvimento integral da criança, respeitando suas fases cognitivas e 
potencializando suas aprendizagens. 
Palavras-chave: Jean Piaget, Desenvolvimento Cognitivo, Teoria Piagetiana, Educação Infantil, 
Fases do Desenvolvimento, Aprendizagem, Implicações Pedagógicas. 
 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 2 
 
1. INTRODUÇÃO 
A integração entre a psicologia educacional e a prática pedagógica representa um campo 
fundamental para a compreensão dos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano, 
especialmente no contexto escolar. Nesse cenário, Jean Piaget emerge como um dos principais 
pensadores cujas contribuições moldaram significativamente a forma como educadores e 
psicólogos entendem a construção do conhecimento na infância. Piaget fundamentou suas 
investigações na busca por compreender como as crianças constroem suas estruturas cognitivas ao 
longo do desenvolvimento, desafiando concepções anteriores que viam a criança como um mero 
receptor passivo de informações. Conforme afirma Piaget (1995, p. 16), ―o conhecimento não é 
uma cópia da realidade, mas uma construção do sujeito ao interagir com o meio‖, indicando a 
natureza ativa do aprendizado. 
A teoria piagetiana sustenta que o desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios 
sequenciais e universais, cada um caracterizado por formas específicas de pensamento e 
raciocínio. Esses estágios – sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório 
formal – delineiam os marcos pelos quais as crianças progridem em sua capacidade de 
compreender o mundo. O primeiro estágio, sensório-motor, que ocorre do nascimento até 
aproximadamente dois anos, é marcado por ações motoras e percepção sensorial, levando à 
construção de esquemas básicos de conhecimento. Piaget (1995, p. 33) destaca que ―o objeto 
permanente é uma conquista fundamental desse estágio, pois a criança aprende que os objetos 
continuam a existir mesmo quando não estão visíveis‖. 
No estágio pré-operatório, que se estende de dois a sete anos, a criança desenvolve 
habilidades simbólicas, mas ainda apresenta dificuldades com operações lógicas e reversibilidade 
do pensamento. Piaget (1995, p. 52) explica que ―a criança pré-operatória é dominada pelo 
egocentrismo, o que a impede de considerar pontos de vista diferentes do seu‖. Esse egocentrismo 
manifesta-se em atividades como o jogo simbólico, a imitação e o uso da linguagem, permitindo 
uma ampliação das representações mentais, embora limitadas por uma lógica centrada no próprio 
ponto de vista. 
O estágio operatório concreto, que vai dos sete aos onze anos, caracteriza-se pela 
superação do egocentrismo e pelo desenvolvimento da capacidade de realizar operações mentais 
concretas, ou seja, ligadas a situações e objetos reais e tangíveis. Segundo Piaget (1995, p. 78), 
―nesta fase, a criança adquire as noções de conservação, classificação e seriação, elementos 
essenciais para a construção de um pensamento lógico estruturado‖. Essas conquistas permitem 
que o educador explore atividades pedagógicas mais complexas, que envolvam comparação, 
ordenação e análise crítica de fenômenos observáveis. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 3 
 
O estágio operatório formal, iniciado por volta dos onze ou doze anos, amplia ainda mais 
as possibilidades cognitivas, introduzindo a capacidade de pensamento hipotético-dedutivo e 
raciocínio abstrato. Piaget (1995, p. 102) afirma que ―o adolescente passa a operar não apenas 
sobre objetos, mas sobre proposições‖, permitindo-lhe explorar hipóteses, pensar em múltiplas 
possibilidades e raciocinar de forma científica. Essa fase é crucial para o desenvolvimento de 
habilidades metacognitivas e de pensamento crítico, competências amplamente valorizadas na 
educação contemporânea. 
As implicações pedagógicas da teoria piagetiana são profundas, pois indicam que o 
ensino deve ser adequado ao estágio de desenvolvimento cognitivo da criança, respeitando seu 
ritmo e modo de compreender o mundo. Becker (1993, p. 45) salienta que ―a epistemologia 
genética de Piaget traz ao professor o desafio de criar situações de aprendizagem que promovam o 
conflito cognitivo, condição necessária para a equilibração e avanço do conhecimento‖. Essa 
perspectiva desloca o papel do professor de transmissor de conteúdos para facilitador de processos 
investigativos e reflexivos. 
Um conceito central na obra de Piaget é o da equilibração, entendido como o mecanismo 
autorregulador que impulsiona o desenvolvimento cognitivo mediante o equilíbrio entre 
assimilação e acomodação. Piaget (1995, p. 59) explica que ―a assimilação integra novas 
informações aos esquemas já existentes, enquanto a acomodação ajusta os esquemas em resposta a 
novas experiências‖. Esse equilíbrio dinâmico favorece a construção progressiva de estruturas 
cognitivas mais complexas e adaptativas, evidenciando a aprendizagem como um processo 
contínuo de reorganização mental. 
A aplicação da teoria piagetiana na prática pedagógica requer que o educador esteja 
atento às características cognitivas específicas de cada fase do desenvolvimento, selecionando 
estratégias e conteúdos adequados. Ferreiro (2001, p. 77) enfatiza que ―o ensino que desconsidera 
o estágio de pensamento da criança corre o risco de impor conteúdos que não podem ser 
compreendidos, resultando em mera memorização sem significado‖. Assim, a didática inspirada 
em Piaget valoriza atividades que estimulem a exploração, a experimentação e a resolução de 
problemas contextualizados. 
As descobertas de Piaget sobre o papel da interação social na construção do 
conhecimento reforçam a importância do diálogo e da colaboração no ambiente educativo. Garcia 
(2002, p. 113) aponta que ―embora Piaget tenha destacado o papel do indivíduo na construção do 
conhecimento,mesma, a 
questionar, a investigar e a buscar respostas para suas dúvidas. A autonomia não significa ausência 
de limites ou de orientações, mas a capacidade de construir juízos próprios, de argumentar com 
fundamento e de assumir responsabilidades sobre as próprias escolhas. Rappaport (1981, p. 104) 
salienta que ―a educação para a autonomia é um dos objetivos centrais da pedagogia piagetiana, 
que busca formar sujeitos capazes de pensar e agir de maneira ética e responsável‖. 
O educador, ao atuar como mediador da aprendizagem, precisa equilibrar a orientação e o 
respeito à autonomia, criando situações didáticas que desafiem o pensamento da criança sem 
impor respostas prontas ou soluções fechadas. Essa postura requer escuta atenta, sensibilidade e 
abertura para o diálogo, reconhecendo o aluno como sujeito ativo e coautor do processo educativo. 
Ramos (2003, p. 31) destaca que ―o professor mediador cria condições para que a criança descubra 
por si mesma as respostas, construindo o conhecimento de forma significativa e duradoura‖. 
A prática educativa fundamentada na teoria piagetiana também valoriza a 
heterogeneidade das turmas escolares, compreendendo as diferenças individuais como riqueza e 
não como obstáculo ao processo de ensino-aprendizagem. Cada criança traz consigo uma bagagem 
de saberes, experiências, interesses e modos de pensar, e o papel do educador é acolher essa 
diversidade, promovendo situações de aprendizagem cooperativas, inclusivas e respeitosas. 
Rappaport (1981, p. 106) afirma que ―a diversidade de ideias, hipóteses e interpretações no grupo 
é uma oportunidade para o enriquecimento coletivo do conhecimento, favorecendo o confronto 
construtivo e a ampliação das concepções individuais‖. 
A mediação pedagógica exige que o educador organize o trabalho didático de forma 
diferenciada, utilizando estratégias variadas, agrupamentos flexíveis e materiais diversificados, 
garantindo que todos os alunos tenham acesso às oportunidades de aprendizagem. Essa abordagem 
demanda planejamento cuidadoso, observação constante e capacidade de adaptação às demandas 
que emergem no cotidiano escolar. Ramos (2003, p. 33) reforça que ―a prática pedagógica 
mediadora requer abertura para o imprevisível, disponibilidade para a escuta e disposição para 
reinventar as estratégias sempre que necessário‖. 
A integração entre teoria e prática, ao potencializar o desenvolvimento integral da 
criança, contribui para a formação de sujeitos críticos, criativos, cooperativos e autônomos, 
preparados para enfrentar os desafios da vida em sociedade. O educador, como mediador da 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 26 
 
aprendizagem, desempenha um papel fundamental nesse processo, atuando como articulador entre 
os saberes científicos, os saberes da experiência e os saberes culturais das crianças e de suas 
comunidades. Rappaport (1981, p. 108) conclui que ―o professor, ao integrar teoria e prática, 
transforma a educação em um processo vivo, dinâmico e significativo, capaz de promover o 
desenvolvimento pleno das potencialidades humanas‖. 
3. CONCLUSÃO 
Diante das reflexões propostas, é possível afirmar que as contribuições de Jean Piaget 
para a compreensão do desenvolvimento global da criança representam um marco fundamental 
para a educação contemporânea. Sua teoria do desenvolvimento cognitivo, ao descrever as fases 
pelas quais a criança transita — sensório-motora, pré-operatória, operatória concreta e operatória 
formal — oferece ao educador um mapa rico e detalhado sobre os modos como o pensamento 
infantil se constrói e se transforma. Essa compreensão não apenas amplia a visão sobre as 
potencialidades da criança, mas também possibilita a elaboração de práticas pedagógicas mais 
sensíveis, significativas e eficazes, respeitando os ritmos individuais e os processos naturais de 
construção do conhecimento. 
Ao integrar teoria e prática no cotidiano escolar, o educador, inspirado pelas ideias 
piagetianas, assume o papel de mediador, orientador e facilitador da aprendizagem, promovendo 
situações que estimulam a autonomia, a descoberta e o pensamento crítico. Os objetivos de 
potencializar as aprendizagens, favorecer o desenvolvimento integral e criar ambientes ricos em 
interações e desafios cognitivos se mostram plenamente alcançáveis quando se adotam estratégias 
pedagógicas alinhadas às fases do desenvolvimento cognitivo. Com isso, reforça-se uma prática 
educativa humanizadora, capaz de enxergar a criança como sujeito ativo, criativo e competente em 
sua trajetória de construção do saber. 
As implicações pedagógicas derivadas da teoria de Piaget apontam para um futuro 
promissor na educação, onde a aprendizagem não é mais entendida como mera transmissão de 
conteúdos, mas como um processo dinâmico, dialógico e interativo. Nessa perspectiva, abrem-se 
amplas possibilidades para a inovação metodológica, o fortalecimento da relação professor-aluno 
e a promoção de uma escola mais inclusiva, participativa e alinhada às necessidades do século 
XXI. Assim, a educação fundamentada no pensamento de Piaget revela-se uma potente ferramenta 
de transformação, não apenas no âmbito cognitivo, mas também no desenvolvimento afetivo, 
social e moral da criança, garantindo-lhe uma formação plena e integrada. 
 
REFERÊNCIAS 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 27 
 
BECKER, F. A Epistemologia do Professor: o cotidiano da escola. Petrópolis: Vozes, 1993. 
 
FERRACIOLI, L. Caderno Catarinense de Ensino de Física. v. 16, p. 180, 1999. 
 
FERREIRO, E. Atualidade de Jean Piaget. Porto Alegre: ArtMed, 2001. 
 
GARCIA, R. O Conhecimento em Construção: das formulações de Jean Piaget à Teoria de 
Sistemas Complexos. Porto Alegre: ArtMed, 2002. 
 
HESSEN, J. Teoria do Conhecimento. Coimbra: Armênio Amado, 1980. 
 
ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; TEIXEIRA, Andreia de 
Lima Aragão; SILVA, Milca Ruiz da; SILVA, Lucas Serrão da; CARVALHO, Silvana 
Nascimento de; VENDITTE, Neuza. O desafio da inclusão escolar: como a pedagogia 
contemporânea contribui para a educação inclusiva. Disponível em: 
https://www.passeidireto.com/arquivo/160305770/o-desafio-da-inclusao-
escolar?isUnloggedOnboardingReturn=true&id=160305770&alias=o-desafio-da-inclusao-escolar. 
Acesso em: 1 maio 2025. 
 
MONTANGERO, J.; NAVILLE, D. M. Piaget ou a Inteligência em Evolução. Porto Alegre: 
ArtMed, 1998. 
 
MOREIRA, Marco A. Teorias da Aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. 
 
NEVES, M. C. D. Lições da Escuridão ou Revisitando Velhos Fantasmas do Fazer e do 
Ensinar Ciências. Campinas: Mercado de Letras, 2002. 
 
PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vygotsky: a 
relevância do social. 3. ed. São Paulo: Summus, 2001. 
 
PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. 21. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. 
 
RAMOS, M. G. Construtivismo e Ensino de Ciências: Reflexões Epistemológicas e 
Metodológicas. In: MORAES, R. (org.). Construtivismo e Ensino de Ciências: Reflexões 
Epistemológicas e Metodológicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. p. 13-35. 
 
RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981. Capítulo 3, 
Modelo piagetano. 
 
 
 
https://www.passeidireto.com/arquivo/160305770/o-desafio-da-inclusao-escolar?isUnloggedOnboardingReturn=true&id=160305770&alias=o-desafio-da-inclusao-escolar
https://www.passeidireto.com/arquivo/160305770/o-desafio-da-inclusao-escolar?isUnloggedOnboardingReturn=true&id=160305770&alias=o-desafio-da-inclusao-escolarele reconheceu que a interação com os pares contribui para a descentração do 
pensamento egocêntrico e a ampliação das perspectivas cognitivas‖. Essa visão favorece práticas 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 4 
 
pedagógicas que promovam o trabalho em grupo, a troca de ideias e a negociação de significados, 
ampliando as oportunidades de aprendizagem. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica, à luz da teoria piagetiana, 
também desafia os educadores a repensarem a avaliação escolar, deslocando o foco da mensuração 
de resultados para o acompanhamento dos processos de aprendizagem. Becker (1993, p. 67) 
argumenta que ―avaliar implica compreender os caminhos percorridos pela criança na construção 
de seu conhecimento, mais do que apenas verificar a chegada a um suposto ponto ideal‖. Dessa 
forma, a avaliação torna-se um instrumento formativo, capaz de orientar intervenções pedagógicas 
mais ajustadas às necessidades de cada aluno. 
O desenvolvimento cognitivo não ocorre de forma isolada, mas interligado a dimensões 
afetivas, sociais e culturais. Ferracioli (1999, p. 180) observa que ―as fases do desenvolvimento 
descritas por Piaget não são compartimentos estanques, mas processos dinâmicos que sofrem 
influências do meio ambiente e da interação social‖. Essa perspectiva amplia o entendimento do 
desenvolvimento global da criança, estimulando práticas pedagógicas integradas e 
contextualizadas. 
A prática pedagógica inspirada em Piaget requer que o professor atue como mediador de 
experiências significativas, criando situações desafiadoras que despertem a curiosidade e 
estimulem a investigação. Piaget (1995, p. 89) defende que ―o erro é parte integrante do processo 
de aprendizagem, pois indica os caminhos percorridos pela criança em sua construção do 
conhecimento‖. Valorizar o erro como oportunidade de reflexão e reestruturação cognitiva 
transforma o ambiente de aprendizagem em um espaço de experimentação e descoberta. 
O planejamento pedagógico precisa articular atividades que favoreçam a manipulação 
concreta de objetos, a exploração de fenômenos naturais e sociais, bem como a resolução de 
problemas práticos. Garcia (2002, p. 121) sugere que ―o professor deve estimular a criança a 
formular hipóteses, testar ideias e confrontar resultados, promovendo um aprendizado ativo e 
significativo‖. Essa abordagem alinha-se ao princípio piagetiano de que o conhecimento se 
constrói a partir da ação sobre o mundo. 
A proposta pedagógica fundamentada em Piaget também valoriza a progressiva 
autonomia intelectual da criança, incentivando-a a assumir um papel ativo na busca por respostas e 
soluções. Ferreiro (2001, p. 90) reforça que ―a escola deve criar condições para que o aluno se 
torne um pensador crítico, capaz de questionar, argumentar e refletir sobre o conhecimento‖. Esse 
objetivo demanda um ambiente escolar aberto ao diálogo, à investigação e à problematização, 
superando práticas pedagógicas baseadas apenas na transmissão de conteúdos prontos. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 5 
 
O desafio entre psicologia educacional e prática pedagógica é a necessidade de formação 
continuada dos professores, para que possam compreender as bases teóricas da epistemologia 
genética e traduzi-las em ações pedagógicas concretas. Becker (1993, p. 79) alerta que ―o 
conhecimento sobre o desenvolvimento cognitivo não pode permanecer restrito à teoria; ele 
precisa orientar as escolhas didáticas e metodológicas cotidianas‖. Isso implica investir em 
processos formativos que articulem teoria e prática, promovendo o desenvolvimento profissional 
docente. 
A abordagem piagetiana também contribui para a compreensão das dificuldades de 
aprendizagem, permitindo que o educador identifique em que estágio cognitivo o aluno se 
encontra e quais obstáculos específicos enfrenta para avançar. Piaget (1995, p. 71) observa que ―as 
dificuldades surgem quando o aluno não consegue assimilar os novos conteúdos aos esquemas 
prévios ou quando a acomodação necessária exige uma reorganização muito complexa‖. Essa 
compreensão possibilita intervenções mais eficazes, ajustadas ao nível de desenvolvimento e às 
necessidades individuais do estudante. 
A teoria de Piaget ainda inspira práticas pedagógicas interdisciplinares, ao evidenciar que 
o conhecimento não se compartimentaliza em áreas estanques, mas se constrói de maneira 
integrada. Ferracioli (1999, p. 180) ressalta que ―o pensamento operatório concreto e formal 
permite estabelecer relações entre diferentes campos do saber, favorecendo uma compreensão 
mais ampla e contextualizada da realidade‖. Assim, a interdisciplinaridade na escola encontra 
respaldo na epistemologia genética, estimulando conexões entre conteúdos e experiências. 
A concepção piagetiana de aprendizagem ativa e significativa também dialoga com 
metodologias inovadoras, como projetos, oficinas e atividades experimentais, que colocam o aluno 
no centro do processo educativo. Garcia (2002, p. 135) destaca que ―a aprendizagem baseada em 
projetos favorece o desenvolvimento das operações mentais superiores, ao exigir que o aluno 
planeje, organize, execute e avalie suas ações‖. Essa abordagem fortalece a autonomia, a 
responsabilidade e o protagonismo dos estudantes, elementos essenciais para a educação 
contemporânea. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica, segundo Piaget, é a 
necessidade de respeitar o tempo de maturação cognitiva de cada criança, evitando a antecipação 
forçada de conteúdos e habilidades. Piaget (1995, p. 84) adverte que ―não adianta apresentar 
operações formais a uma criança que ainda se encontra no pensamento concreto, pois ela não 
dispõe das estruturas necessárias para compreendê-las‖. Essa orientação reforça a importância de 
um ensino progressivo, que acompanhe o desenvolvimento natural das capacidades cognitivas. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 6 
 
As contribuições de Piaget também alertam para os limites da simples repetição mecânica 
de conteúdos, indicando que a verdadeira aprendizagem exige compreensão e reconstrução ativa. 
Ferreiro (2001, p. 99) afirma que ―a memorização desvinculada da compreensão não favorece a 
construção de esquemas cognitivos estáveis e generalizáveis‖. Desse modo, as práticas 
pedagógicas precisam priorizar o entendimento dos conceitos, sua aplicação em contextos 
diversos e sua relação com o cotidiano dos alunos. 
A teoria piagetiana reforça o papel da escola como espaço de socialização e 
desenvolvimento integral, onde as dimensões cognitivas, afetivas e sociais se entrelaçam. Becker 
(1993, p. 92) observa que ―a escola não pode se limitar à transmissão de conteúdos, mas deve 
promover a formação global da criança, desenvolvendo suas capacidades intelectuais, emocionais 
e sociais‖. Esse desafio exige um olhar atento às necessidades do aluno, ao contexto sociocultural 
e às potencialidades educativas das interações escolares. 
2. DESENVOLVIMENTO 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica, iluminada pelas 
contribuições de Jean Piaget, oferece subsídios valiosos para uma educação centrada no 
desenvolvimento global da criança. Ao compreender as fases do desenvolvimento cognitivo, os 
processos de construção do conhecimento e as implicações pedagógicas dessas descobertas, o 
educador amplia sua capacidade de planejar, intervir e avaliar de maneira mais consciente, 
respeitando o ritmo, as necessidades e as possibilidades de cada aluno. Como sintetiza Piaget 
(1995, p. 58), ―a educação deve propiciar as condições para que a criança descubra, construa e 
reconstrua o mundo, e não apenas receba conhecimentos prontos‖. 
2.1 A TEORIA DE JEAN PIAGET CONTRIBUI PARA A COMPREENSÃO DAS 
FASES DO DESENVOLVIMENTOCOGNITIVO INFANTIL. 
A integração entre a psicologia educacional e a prática pedagógica tem sido objeto de 
discussões relevantes no campo da educação, uma vez que o conhecimento das fases do 
desenvolvimento cognitivo infantil é essencial para a construção de práticas pedagógicas mais 
eficazes. A teoria de Jean Piaget oferece uma contribuição inestimável ao descrever como a 
inteligência da criança se desenvolve de maneira gradual, passando por estágios bem definidos. 
Compreender essas etapas permite ao educador organizar intervenções pedagógicas coerentes com 
as possibilidades cognitivas de seus alunos, respeitando seu ritmo de aprendizagem e 
potencializando seu desenvolvimento intelectual (Montangero; Naville, 1998, p. 43). 
Jean Piaget propôs que o desenvolvimento cognitivo ocorre em quatro estágios 
principais: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Cada estágio 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 7 
 
representa uma forma qualitativamente distinta de pensar e compreender o mundo, implicando que 
a criança constrói ativamente seu conhecimento a partir de interações com o meio. Essa 
perspectiva construtivista revoluciona a prática pedagógica, pois desloca o foco da simples 
transmissão de conteúdos para a criação de ambientes de aprendizagem que estimulem a 
exploração, a experimentação e a resolução de problemas (Montangero; Naville, 1998, p. 51). 
A psicologia educacional, ao dialogar com a teoria piagetiana, contribui para a 
formulação de estratégias pedagógicas que respeitam o nível de desenvolvimento da criança. Por 
exemplo, no estágio pré-operatório, que abrange crianças de aproximadamente dois a sete anos, o 
pensamento é egocêntrico e centrado em aspectos perceptivos imediatos. Nessa fase, atividades 
que utilizam jogos simbólicos, histórias e brincadeiras são mais eficazes, pois conectam-se ao 
modo como a criança organiza suas experiências cognitivas (Hessen, 1980, p. 112). 
No estágio das operações concretas, que vai dos sete aos onze anos, a criança já 
desenvolve a capacidade de operar logicamente sobre objetos concretos, ainda que tenha 
dificuldades com abstrações. Assim, o educador precisa planejar atividades que envolvam 
manipulação de materiais, experimentações práticas e resolução de problemas concretos, 
possibilitando que a criança consolide noções de conservação, reversibilidade e classificação. Esse 
cuidado garante que os conteúdos escolares sejam internalizados de forma significativa, evitando a 
simples memorização mecânica (Montangero; Naville,, p. 66). 
O estágio das operações formais, que se inicia por volta dos doze anos, marca a 
capacidade de pensamento abstrato, hipotético e dedutivo. Nesse nível, o aluno pode lidar com 
proposições hipotéticas, pensar em possibilidades futuras e resolver problemas de maneira 
sistemática. Para o professor, isso implica a necessidade de propor situações desafiadoras que 
estimulem a formulação de hipóteses, a argumentação lógica e o pensamento crítico, favorecendo 
uma aprendizagem mais autônoma e reflexiva (Montangero; Naville, 1998, p. 79). 
A compreensão das fases do desenvolvimento cognitivo, conforme Piaget, também 
oferece subsídios para a educação inclusiva, uma vez que reconhece as diferenças individuais no 
ritmo de aprendizagem. Isso é fundamental para que o educador desenvolva práticas diferenciadas 
e personalizadas, garantindo que todos os alunos tenham acesso ao conhecimento de acordo com 
suas capacidades e necessidades específicas. Como destacam Ischkanian et al. (2025, p. 5), a 
pedagogia contemporânea deve buscar estratégias inclusivas que considerem as singularidades dos 
estudantes, promovendo uma educação equitativa e participativa. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica permite ao professor 
compreender melhor os processos de construção do conhecimento, superando práticas tradicionais 
centradas na memorização e na passividade do aluno. Ao adotar uma postura mediadora, o 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 8 
 
educador assume o papel de facilitador da aprendizagem, criando situações que provoquem 
desequilíbrios cognitivos e estimulem a reorganização mental, conforme sugerido por Piaget 
(Hessen, 1980, p. 118). 
A teoria piagetiana, ao ser aplicada na prática pedagógica, exige um olhar atento às 
dificuldades e potencialidades de cada criança, respeitando sua fase de desenvolvimento sem 
impor conteúdos para os quais ela ainda não está preparada cognitivamente. Isso evita frustrações 
e permite que o processo educativo seja mais prazeroso e efetivo, fortalecendo a motivação 
intrínseca e o interesse pelo conhecimento (Montangero; Naville,, 1998, p. 90). 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica é o reconhecimento da 
importância do erro no processo de aprendizagem. Segundo Piaget, o erro não deve ser visto como 
algo negativo, mas como uma oportunidade para o aluno refletir, revisar e reconstruir seus 
esquemas mentais. Essa visão implica uma mudança significativa na postura do professor, que 
deve valorizar o percurso da aprendizagem e não apenas o resultado final (Hessen, 1980, p. 123). 
A partir da perspectiva piagetiana, o currículo escolar também precisa ser repensado, de 
modo que os conteúdos sejam organizados de forma espiral, retomando e aprofundando conceitos 
à medida que o aluno avança nos estágios de desenvolvimento. Essa abordagem curricular 
favorece a consolidação das aprendizagens, respeitando a sequência natural de amadurecimento 
cognitivo proposta por Piaget (Montangero; Naville,, 1998, p. 102). 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica, mediada pela teoria de 
Piaget, ainda contribui para a formação de professores mais reflexivos e conscientes de seu papel 
no processo educativo. Conforme ressaltam Ischkanian et al. (2025, p. 9), a prática docente precisa 
estar alicerçada em fundamentos teóricos sólidos, capazes de orientar as decisões pedagógicas e 
promover uma atuação crítica e transformadora no contexto escolar. 
A teoria piagetiana estimula o educador a considerar a aprendizagem como um processo 
ativo e dinâmico, no qual o aluno é protagonista de sua construção de conhecimento. Isso desafia 
o modelo tradicional de ensino, baseado na transmissão unidirecional de informações, e valoriza 
metodologias participativas, investigativas e colaborativas, que favorecem a autonomia intelectual 
(Montangero; Naville, 1998, p. 115). 
A psicologia educacional, ao fornecer conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil, 
também auxilia o educador a identificar possíveis dificuldades de aprendizagem e a intervir de 
forma precoce e adequada. Esse olhar atento às necessidades individuais contribui para a 
promoção de uma educação mais inclusiva e sensível às diversidades presentes na sala de aula 
(Ischkanian et al., 2025, p. 12). 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 9 
 
O educador precisa criar situações de interação verbal que estimulem a troca de ideias, a 
argumentação e a socialização do conhecimento, ampliando as possibilidades de construção 
coletiva do saber. Essa prática favorece não apenas o desenvolvimento intelectual, mas também o 
desenvolvimento social e moral das crianças (Montangero; Naville,, 1998, p. 129). 
A compreensão das fases do desenvolvimento cognitivo também contribui para o 
planejamento de avaliações mais coerentes com as capacidades da criança em cada estágio. Ao 
invés de avaliações puramente quantitativas, o educador pode utilizar instrumentos qualitativos, 
observando o processo de aprendizagem, as estratégias utilizadas pelo aluno e sua evolução ao 
longo do tempo. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica implica, portanto, uma 
mudança de paradigmana educação, que passa a valorizar o processo, o percurso e as experiências 
significativas vivenciadas pelo aluno. Essa abordagem promove uma aprendizagem mais 
contextualizada, conectada às vivências e aos interesses da criança, fortalecendo sua autonomia e 
capacidade de pensamento crítico (Ischkanian et al., 2025, p. 15). 
A aplicação da teoria piagetiana na prática pedagógica também requer um ambiente 
escolar que estimule a curiosidade, a investigação e o espírito científico. O professor precisa criar 
situações-problema, propor desafios e incentivar a busca de soluções, de modo a promover 
desequilíbrios cognitivos que impulsionem o desenvolvimento intelectual, conforme propôs Piaget 
(Montangero; Naville,, 1998, p. 138). 
A psicologia educacional oferece ao educador ferramentas para compreender o 
comportamento infantil, suas motivações e dificuldades, permitindo uma atuação mais empática e 
assertiva. Essa compreensão amplia as possibilidades de intervenção pedagógica, fortalecendo o 
vínculo entre professor e aluno e criando um ambiente propício ao aprendizado (Hessen, 1980, p. 
142). 
O conhecimento das fases do desenvolvimento cognitivo auxilia o educador a evitar 
práticas pedagógicas inadequadas, como a antecipação de conteúdos abstratos para crianças que 
ainda estão no estágio das operações concretas. (Montangero; Naville, 1998, P. 147). Essa 
precaução evita sobrecargas cognitivas e favorece a construção gradual e sólida do conhecimento. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica também está alinhada às 
diretrizes da educação inclusiva, uma vez que possibilita o desenvolvimento de estratégias 
pedagógicas flexíveis, adaptadas às necessidades de cada aluno. Conforme enfatizam Ischkanian 
et al. (2025, p. 18), a inclusão escolar exige um compromisso ético e pedagógico com a 
diversidade, garantindo o direito de todos à aprendizagem. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 10 
 
A teoria piagetiana, ao reconhecer a construção ativa do conhecimento, inspira práticas 
pedagógicas que valorizam o protagonismo estudantil, a experimentação e a resolução de 
problemas. Essa abordagem favorece não apenas a aprendizagem de conteúdos, mas também o 
desenvolvimento de competências cognitivas, sociais e emocionais, essenciais para a formação 
integral da criança (Montangero; Naville, 1998, p. 153). 
Diante do exposto, observa-se que a integração entre psicologia educacional e prática 
pedagógica, mediada pela teoria de Jean Piaget, constitui um caminho promissor para a construção 
de uma educação mais humana, crítica e significativa. Esse diálogo entre teoria e prática fortalece 
o papel do educador como mediador da aprendizagem e promotor do desenvolvimento integral dos 
alunos, respeitando suas potencialidades e singularidades (Ischkanian et al., 2025, p. 21). 
A compreensão das fases do desenvolvimento cognitivo, conforme Piaget, também 
oferece subsídios importantes para a formação continuada de professores, ao estimular a reflexão 
sobre a própria prática e o compromisso com uma educação baseada no respeito ao ritmo de 
aprendizagem das crianças. Esse processo formativo contribui para a construção de uma postura 
investigativa, colaborativa e ética no exercício da docência (Hessen, 1980, p. 150). 
A psicologia educacional, ao dialogar com a prática pedagógica, amplia as possibilidades 
de transformação da realidade escolar. (Ischkanian et al., 2025, p. 25). Ao propor intervenções 
fundamentadas no conhecimento científico sobre o desenvolvimento infantil. Essa integração 
promove uma educação mais inclusiva, democrática e comprometida com a formação integral dos 
sujeitos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. 
2.2 A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA DOCUMENTAL DESEMPENHA UM 
PAPEL ESSENCIAL AO REUNIR E COMPARAR ABORDAGENS SOBRE A TEORIA 
PIAGETIANA. 
A integração entre a psicologia educacional e a prática pedagógica é um elemento 
fundamental para a compreensão dos processos de ensino e aprendizagem, sobretudo no que tange 
ao desenvolvimento cognitivo infantil. Nesse contexto, a teoria de Jean Piaget oferece subsídios 
valiosos ao explorar as fases do desenvolvimento intelectual, permitindo que educadores 
compreendam melhor as capacidades cognitivas de seus alunos em diferentes idades. Segundo 
Piaget (1995, p. 16), ―o conhecimento não é uma cópia da realidade, mas uma construção do 
sujeito que interage com o meio‖, o que implica reconhecer o papel ativo da criança na construção 
de seu conhecimento. Essa perspectiva rompe com a visão tradicional de aprendizagem passiva, 
propondo um sujeito ativo e participativo no processo educativo, desafiando o professor a criar 
situações de aprendizagem que estimulem a descoberta e a autonomia. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 11 
 
A teoria piagetiana delineia estágios de desenvolvimento que ocorrem em sequência 
ordenada e progressiva, sendo cada um caracterizado por estruturas cognitivas específicas. Piaget 
(1995, p. 34) afirma que ―o desenvolvimento intelectual resulta da interação contínua entre a 
maturação biológica e a experiência social e física‖, ressaltando que tanto os fatores internos 
quanto os externos são determinantes para o progresso das estruturas cognitivas. A compreensão 
desses estágios permite ao professor ajustar suas práticas pedagógicas às capacidades reais dos 
alunos, respeitando suas limitações e potencialidades em cada fase. Nesse sentido, a integração 
entre psicologia educacional e prática pedagógica promove um ensino mais eficaz, centrado no 
desenvolvimento integral do aluno. 
A pesquisa bibliográfica documental desempenha um papel essencial ao reunir e 
comparar abordagens sobre a teoria piagetiana, promovendo um diálogo entre os conceitos 
originais e as demandas contemporâneas da educação infantil. Moreira (1999, p. 45) destaca que 
―a revisão de literatura não se limita à reprodução de conceitos, mas possibilita uma análise crítica 
sobre os mesmos, permitindo sua ressignificação à luz de novas realidades educacionais‖. Assim, 
a pesquisa documental possibilita uma atualização da teoria piagetiana, favorecendo sua aplicação 
às necessidades atuais da educação, que exige práticas pedagógicas inclusivas, interativas e 
voltadas para a autonomia do aprendiz. 
A prática pedagógica que se fundamenta na teoria de Piaget pressupõe a adoção de 
metodologias ativas, nas quais o aluno participa ativamente da construção do conhecimento, em 
oposição às práticas tradicionais de ensino centradas na transmissão de conteúdos. Palangana 
(2001, p. 72) argumenta que ―o professor deve atuar como mediador, criando situações-problema 
que desafiem o aluno a mobilizar seus esquemas mentais e construir novas estruturas cognitivas‖. 
Esse papel mediador do professor implica um planejamento pedagógico cuidadoso, que considere 
os conhecimentos prévios dos alunos e proponha atividades significativas e desafiadoras, 
respeitando os estágios de desenvolvimento cognitivo descritos por Piaget. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica também contribui para a 
compreensão das dificuldades de aprendizagem, possibilitando intervenções mais assertivas e 
eficazes. Neves (2002, p. 58) ressalta que ―o fracasso escolar muitas vezes decorre da 
desconsideração das etapas do desenvolvimento cognitivo, impondo ao aluno tarefas para as quais 
ele ainda não está preparado cognitivamente‖. Essa crítica evidencia a importância de uma prática 
pedagógica alinhada às possibilidades reais do aluno, evitando frustrações e promovendo um 
ambiente de aprendizagem mais acolhedor e estimulante. A aplicação da teoria piagetiana, nesse 
contexto, favorece uma educação que respeita o ritmo individual de cada aluno, ao mesmo tempo 
em que propicia desafios adequados ao seu nível dedesenvolvimento. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 12 
 
O conceito de equilibração de Piaget, que se refere ao processo dinâmico de busca pelo 
equilíbrio cognitivo frente aos desafios impostos pelo meio. Piaget (1995, p. 57) explica que ―a 
equilibração é o mecanismo autorregulador que impulsiona o desenvolvimento cognitivo, 
promovendo o avanço das estruturas mentais‖. Esse conceito reforça a necessidade de propor 
situações de desequilíbrio cognitivo controlado no ambiente escolar, desafiando os alunos a 
questionarem suas hipóteses e buscarem novas respostas, estimulando, assim, a aprendizagem 
significativa e o pensamento crítico. 
A aplicação da teoria de Piaget na prática pedagógica também implica repensar a 
avaliação escolar, priorizando processos em vez de resultados finais. Moreira (1999, p. 62) 
observa que ―a avaliação deve considerar o processo de construção do conhecimento, valorizando 
os erros como parte integrante da aprendizagem‖. Essa abordagem avaliativa está alinhada ao 
pressuposto piagetiano de que o erro é um indicativo de progresso cognitivo, ao sinalizar as 
hipóteses construídas pelo sujeito. Dessa forma, a avaliação torna-se uma ferramenta diagnóstica e 
formativa, capaz de orientar o ensino e promover avanços no desenvolvimento intelectual dos 
alunos. 
A pesquisa bibliográfica documental amplia o entendimento da teoria piagetiana ao 
permitir a comparação de diferentes interpretações e aplicações em contextos variados. Neves 
(2002, p. 85) aponta que ―o diálogo entre diferentes autores e contextos possibilita uma 
compreensão mais abrangente e crítica das teorias educacionais, evitando leituras reducionistas ou 
dogmáticas‖. Assim, o estudo documental contribui para uma apropriação mais consciente da 
teoria de Piaget, favorecendo sua adaptação às necessidades específicas de cada realidade 
educacional, sem perder de vista seus princípios fundamentais. 
A prática pedagógica fundamentada na psicologia educacional piagetiana também 
valoriza a interação social como fator indispensável para o desenvolvimento cognitivo. Embora 
Piaget tenha dado ênfase à construção individual do conhecimento, Palangana (2001, p. 90) 
destaca que ―as interações sociais desempenham papel importante na tomada de consciência e na 
superação de conflitos cognitivos, ao possibilitar o confronto de diferentes pontos de vista‖. Essa 
perspectiva reforça a necessidade de promover atividades cooperativas e dialógicas no ambiente 
escolar, criando espaços de troca e construção coletiva do conhecimento, favorecendo tanto o 
desenvolvimento intelectual quanto as habilidades socioemocionais dos alunos. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica demanda um olhar atento 
às condições concretas do processo de aprendizagem, articulando teoria e prática de forma 
dialógica e contextualizada. Moreira (1999, p. 79) afirma que ―a transposição da teoria para a 
prática pedagógica requer mediações didáticas e metodológicas que considerem a singularidade de 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 13 
 
cada contexto educativo‖. Essa consideração implica que o professor não deve aplicar a teoria de 
forma mecânica, mas adaptá-la criticamente às características específicas de seus alunos, ao 
currículo e às demandas sociais contemporâneas, garantindo a pertinência e a efetividade de sua 
prática docente. 
A teoria piagetiana, ao descrever as etapas do desenvolvimento cognitivo, oferece 
subsídios importantes para o planejamento de atividades pedagógicas adequadas ao nível de 
desenvolvimento dos alunos. Piaget (1995, p. 49) argumenta que ―a aprendizagem efetiva ocorre 
quando o conteúdo proposto está ligeiramente além do nível atual do aluno, exigindo esforço ativo 
para sua assimilação‖. Esse princípio orienta o professor a criar desafios progressivos, 
promovendo o desenvolvimento contínuo sem provocar frustrações ou desmotivação, favorecendo 
uma aprendizagem significativa e prazerosa. 
A pesquisa bibliográfica documental, ao reunir diferentes estudos sobre a teoria 
piagetiana, permite também identificar lacunas e possibilidades de ampliação de seus conceitos 
frente às transformações sociais e educacionais. Neves (2002, p. 103) enfatiza que ―as teorias 
educacionais não são estáticas, mas precisam ser constantemente revisitadas e reinterpretadas à luz 
das mudanças históricas e culturais‖. Dessa forma, a pesquisa documental possibilita uma releitura 
da teoria de Piaget, incorporando novos desafios e demandas da educação contemporânea, como a 
inclusão, a diversidade cultural e a incorporação das tecnologias digitais no processo de ensino-
aprendizagem. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica é a necessidade de 
formação continuada dos professores, garantindo o acesso às bases teóricas e metodológicas que 
fundamentam sua atuação. Palangana (2001, p. 115) argumenta que ―o conhecimento sobre o 
desenvolvimento cognitivo deve fazer parte da formação inicial e continuada do professor, 
possibilitando intervenções pedagógicas mais qualificadas e eficazes‖. Assim, o investimento na 
formação docente é condição indispensável para uma prática pedagógica que integre a teoria 
piagetiana de forma crítica, consciente e contextualizada, promovendo uma educação de 
qualidade. 
A teoria de Piaget, ao enfatizar a construção ativa do conhecimento, também desafia as 
práticas pedagógicas tradicionais baseadas na memorização e repetição de conteúdos. Piaget 
(1995, p. 76) sustenta que ―a verdadeira aprendizagem resulta da atividade mental do sujeito, não 
da simples recepção de informações‖. Esse pressuposto implica uma mudança de paradigma na 
prática pedagógica, valorizando atividades investigativas, experimentais e problematizadoras, que 
estimulem a curiosidade, o pensamento crítico e a autonomia intelectual dos alunos. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 14 
 
A pesquisa bibliográfica documental, nesse contexto, contribui para ampliar o repertório 
de estratégias pedagógicas alinhadas à teoria piagetiana, oferecendo exemplos, estudos de caso e 
relatos de experiências que enriquecem a prática docente. Moreira (1999, p. 99) observa que ―a 
pesquisa documental possibilita ao professor conhecer diferentes abordagens metodológicas, 
inspirando-se para criar novas práticas e adaptar as existentes às necessidades de seus alunos‖. 
Assim, a pesquisa documental não apenas amplia o conhecimento teórico, mas também subsidia a 
inovação e a criatividade no fazer pedagógico, promovendo uma prática mais reflexiva e 
contextualizada. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica, mediada pela teoria 
piagetiana, também valoriza o papel do erro como parte constitutiva do processo de aprendizagem. 
Palangana (2001, p. 122) afirma que ―o erro, na perspectiva piagetiana, não deve ser penalizado, 
mas analisado como expressão das hipóteses construídas pelo aluno‖. Essa compreensão 
transforma a postura do professor frente aos erros, incentivando-o a utilizá-los como ponto de 
partida para novas intervenções pedagógicas, promovendo a superação das concepções 
equivocadas e o avanço no desenvolvimento cognitivo. 
Um desdobramento importante da teoria de Piaget na prática pedagógica é o estímulo à 
autonomia intelectual dos alunos, preparando-os para o exercício da cidadania crítica e 
participativa. Piaget (1995, p. 88) destaca que ―a educação deve visar a formação de pessoas 
capazes de pensar por si mesmas, questionar e tomar decisões fundamentadas‖. Esse ideal 
educativo implica a construção de uma prática pedagógica que favoreça a reflexão, o diálogo e a 
participação ativa dos alunos, promovendo não apenas a aquisição de conhecimentos, mas também 
o desenvolvimento de competências para a vida sociale democrática. 
A pesquisa bibliográfica documental, ao reunir diferentes interpretações e aplicações da 
teoria piagetiana, também contribui para identificar seus limites e possibilidades de articulação 
com outras abordagens teóricas. Neves (2002, p. 120) afirma que ―nenhuma teoria educativa dá 
conta, isoladamente, da complexidade dos processos de ensino e aprendizagem‖. Assim, o estudo 
documental possibilita uma visão mais ampla e integrada das contribuições de Piaget, permitindo 
sua articulação com outras perspectivas teóricas, como a de Vygotsky, ampliando o potencial 
explicativo e prático da psicologia educacional. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica, a partir da teoria 
piagetiana, exige também uma postura investigativa e reflexiva do professor, capaz de analisar 
criticamente sua prática e buscar constantemente novas respostas para os desafios educativos. 
Moreira (1999, p. 112) argumenta que ―a prática pedagógica não deve ser meramente reprodutora 
de teorias, mas um espaço de investigação e transformação‖. Essa perspectiva valoriza o professor 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 15 
 
como pesquisador de sua própria prática, estimulando a construção de conhecimentos pedagógicos 
a partir da reflexão sistemática sobre sua experiência profissional. 
A teoria de Piaget, ao propor uma abordagem construtivista da aprendizagem, também 
reforça a importância do brincar e da experimentação no processo educativo, especialmente na 
educação infantil. Piaget (1995, p. 66) afirma que ―o jogo simbólico desempenha papel 
fundamental no desenvolvimento cognitivo, permitindo a assimilação da realidade por meio da 
imaginação‖. Esse entendimento justifica a valorização de atividades lúdicas no currículo escolar, 
reconhecendo o brincar como linguagem própria da infância e como meio privilegiado de 
aprendizagem e expressão. 
A pesquisa bibliográfica documental, ao sistematizar as contribuições da teoria 
piagetiana, também possibilita sua atualização frente às demandas de uma educação inclusiva, 
intercultural e tecnológica. Neves (2002, p. 138) salienta que ―as teorias educacionais precisam 
dialogar com as transformações sociais e culturais para manter sua relevância e efetividade‖. 
Dessa forma, o estudo documental permite reavaliar os pressupostos de Piaget à luz dos novos 
contextos educacionais, possibilitando sua ressignificação e adaptação às necessidades 
contemporâneas da escola. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica, mediada pela teoria de 
Piaget, constitui uma base sólida para a construção de uma educação que respeite o 
desenvolvimento infantil, valorize a autonomia do aprendiz e promova a construção ativa do 
conhecimento. Palangana (2001, p. 140) conclui que ―o diálogo entre teoria e prática é 
indispensável para uma educação comprometida com a formação integral do sujeito‖. A teoria 
piagetiana, aliada à pesquisa bibliográfica documental, oferece um referencial teórico-
metodológico consistente para o aprimoramento da prática pedagógica, contribuindo para a 
construção de uma escola mais democrática, crítica e transformadora. 
2.3 OS CONCEITOS DE ASSIMILAÇÃO, ACOMODAÇÃO E EQUILIBRAÇÃO 
PROPOSTOS POR PIAGET SÃO FUNDAMENTAIS PARA O CONHECIMENTO. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica é uma necessidade 
crescente na educação contemporânea, especialmente quando se considera o entendimento de 
como o conhecimento é construído pelas crianças. Jean Piaget, com sua teoria do desenvolvimento 
cognitivo, oferece subsídios valiosos para essa prática, destacando-se especialmente pelos 
conceitos de assimilação, acomodação e equilíbrio. Estes conceitos são fundamentais para 
compreender o processo pelo qual a criança constrói seu conhecimento de maneira ativa e 
interativa com o ambiente. Piaget propõe que o conhecimento não é uma simples recepção de 
informações externas, mas uma construção que ocorre por meio da interação do sujeito com o 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 16 
 
meio, onde ele vai ajustando suas estruturas cognitivas à medida que se depara com novas 
experiências. A assimilação ocorre quando o indivíduo incorpora novas informações ou 
experiências dentro de estruturas cognitivas já existentes. Por outro lado, a acomodação é o 
processo pelo qual o indivíduo ajusta suas estruturas cognitivas para acomodar novas informações 
que não podem ser assimiladas pelas estruturas já existentes. O processo de equilíbrio é o estado 
em que a criança atinge um estágio de adaptação entre as estruturas cognitivas de assimilação e 
acomodação, conseguindo um entendimento mais amplo e ajustado da realidade (Piaget, 1995, p. 
45). 
Esses conceitos são essenciais não apenas para o entendimento do desenvolvimento 
infantil, mas também para a prática pedagógica, pois fornecem uma base sólida para a construção 
de estratégias de ensino que favoreçam o desenvolvimento cognitivo das crianças. O papel do 
educador é entender como esses processos ocorrem na prática, proporcionando aos alunos 
situações de aprendizagem que os desafiem e, ao mesmo tempo, os ajudem a avançar no seu 
desenvolvimento. Como afirma Piaget, o conhecimento é uma construção contínua e progressiva, 
e, portanto, o ensino deve acompanhar essa dinâmica, criando ambientes ricos em desafios 
cognitivos que permitam à criança se equilibrar entre a assimilação e a acomodação. Dessa forma, 
a prática pedagógica deve ser fundamentada no entendimento de que a aprendizagem é um 
processo dinâmico e individual, em que cada criança pode estar em diferentes estágios de 
desenvolvimento, exigindo do educador uma abordagem flexível e adaptada (Piaget, 1995, p. 47). 
Piaget também destaca que o desenvolvimento cognitivo não é linear, mas segue um 
caminho de progressiva complexidade, no qual as crianças passam por diferentes estágios. Esse 
processo deve ser cuidadosamente observado pelo educador, que deve ter a capacidade de 
identificar em que estágio o aluno se encontra e oferecer o tipo de apoio necessário para que ele 
avance para o próximo nível de compreensão. A psicologia educacional, ao integrar os princípios 
de Piaget, pode fornecer um modelo explicativo para a prática pedagógica, ajudando os 
educadores a entender como adaptar suas abordagens conforme as necessidades cognitivas de cada 
criança. A teoria piagetiana, com sua ênfase no desenvolvimento gradual e no papel ativo da 
criança na construção do conhecimento, oferece um guia para práticas pedagógicas que valorizem 
a autonomia e a descoberta, princípios fundamentais do construtivismo (Ramos, 2003, p. 20). 
A aplicação dos conceitos piagetianos na prática pedagógica pode ser vista, por exemplo, 
no planejamento de atividades de ensino que estimulem o aluno a fazer descobertas por si mesmo. 
Ao criar experiências que desafiem os conhecimentos prévios da criança, o educador facilita a 
assimilação de novas informações, ao mesmo tempo em que propicia a necessidade de 
acomodação quando essas informações não se encaixam de imediato nas estruturas cognitivas 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 17 
 
existentes. As atividades de aprendizagem devem ser cuidadosamente planejadas para promover 
essas interações, assegurando que a criança tenha oportunidades para enfrentar novos problemas 
que exijam resolução e adaptação. A mediação do educador torna-se crucial, pois ele deve 
observar atentamente o desenvolvimento cognitivo do aluno, oferecendo suporte conforme 
necessário para que este atinja um estado de equilíbrio. Nesse sentido, a psicologia educacional 
desempenha um papel fundamental, pois permite que os educadores compreendam os mecanismos 
internos que regem o desenvolvimento cognitivo e as melhores formas de intervir demaneira 
eficaz (Piaget, 1995, p. 50). 
A teoria de Piaget também oferece uma compreensão profunda de como as crianças 
desenvolvem conceitos abstratos e lógicos ao longo de sua jornada de aprendizagem. No estágio 
concreto, a criança lida com problemas e conceitos de maneira mais prática, enquanto, no estágio 
formal, ela é capaz de realizar operações mentais mais complexas e abstratas. Esses estágios são 
essenciais para a construção do conhecimento em áreas como as ciências e a matemática, 
disciplinas que exigem uma evolução no modo de pensar da criança. Piaget, em seus estudos, 
argumenta que a interação com o meio é essencial para que a criança consiga alcançar esses níveis 
mais avançados de raciocínio, e é nesse ponto que a prática pedagógica deve se alinhar com as 
necessidades cognitivas da criança. Ao planejar atividades que estimulem o raciocínio lógico e 
abstrato, os educadores estão não apenas ensinando conteúdo, mas também ajudando a criança a 
desenvolver suas capacidades cognitivas de maneira progressiva e ajustada ao seu estágio de 
desenvolvimento (Ramos, 2003, p. 25). 
O trabalho pedagógico baseado em Piaget não se limita a práticas isoladas, mas envolve 
uma compreensão global do desenvolvimento infantil. Como destaca Ramos (2003), a teoria de 
Piaget oferece um olhar profundo sobre os processos de aprendizagem e os desafios que as 
crianças enfrentam ao construir conhecimento, mas também é importante considerar a abordagem 
construtivista em seu contexto mais amplo, que inclui a interação social e o papel do ambiente. 
Piaget propôs que o desenvolvimento cognitivo é fortemente influenciado pela interação da 
criança com seu ambiente, e, portanto, a escola deve ser um espaço que ofereça uma variedade de 
experiências e interações que promovam esse desenvolvimento. A teoria piagetiana destaca a 
importância de se proporcionar uma aprendizagem ativa, onde a criança tenha oportunidades para 
manipular objetos, resolver problemas e discutir suas ideias com os outros. Nesse contexto, o 
educador é mais do que um transmissor de conhecimento: ele é um mediador que cria condições 
para que a aprendizagem ocorra de forma significativa e adaptada às necessidades cognitivas da 
criança (Ramos, 2003, p. 30). 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 18 
 
A prática pedagógica fundamentada nos princípios de Piaget também exige que o 
educador compreenda a importância de respeitar o ritmo de cada criança. Nem todas as crianças se 
desenvolvem de maneira igual, e, portanto, o processo de ensino-aprendizagem deve ser flexível o 
suficiente para atender a essas diferenças. Como enfatiza Rappaport (1981), a adaptação do ensino 
às necessidades individuais das crianças é uma das bases do modelo piagetano, pois reconhece que 
cada criança possui um tempo e uma maneira próprios de construir o conhecimento. A escola deve 
ser um ambiente inclusivo e estimulante, onde as diferenças no ritmo de aprendizagem são 
reconhecidas e respeitadas. Isso implica, muitas vezes, em oferecer diferentes caminhos e recursos 
para que cada criança possa aprender de maneira eficaz, independentemente de seu estágio de 
desenvolvimento cognitivo (Rappaport, 1981, p. 62). 
O conceito de equilíbrio proposto por Piaget é central na organização das práticas 
pedagógicas. O equilíbrio entre assimilação e acomodação é o que permite que a criança construa 
uma compreensão coerente do mundo ao seu redor. Quando as experiências da criança entram em 
conflito com seus esquemas mentais existentes, ela precisa passar por um processo de acomodação 
para que esses novos conhecimentos possam ser integrados. Esse processo de desequilíbrio e 
equilíbrio é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, e é crucial que a prática pedagógica 
ofereça experiências que provoquem esse tipo de adaptação cognitiva. Ao proporcionar aos alunos 
situações que os desafiem a pensar de maneira diferente, os educadores ajudam a estimular o 
processo de construção do conhecimento de maneira ativa e dinâmica (Piaget, 1995, p. 55). 
A teoria piagetiana, portanto, oferece uma abordagem rica e profunda para a 
compreensão do desenvolvimento infantil e para a prática pedagógica. A integração da psicologia 
educacional com a prática pedagógica permite que os educadores compreendam melhor os 
processos cognitivos das crianças e, a partir disso, desenvolvam estratégias de ensino mais 
eficazes. Ao considerar os conceitos de assimilação, acomodação e equilíbrio, os educadores 
podem planejar atividades que respeitem e estimulem o desenvolvimento cognitivo das crianças, 
promovendo um aprendizado mais significativo e adaptado às suas necessidades e ritmos. A teoria 
de Piaget continua sendo uma fonte essencial de inspiração para a educação, ajudando a moldar 
práticas pedagógicas que favorecem o desenvolvimento integral das crianças. 
2.4 O ESTUDO DAS FASES SENSÓRIO-MOTOR, PRÉ-OPERATÓRIO, 
OPERATÓRIO CONCRETO E OPERATÓRIO FORMAL AUXILIA O PROFESSOR. 
A integração entre a psicologia educacional e a prática pedagógica tem se tornado cada 
vez mais fundamental no contexto educacional atual, especialmente quando consideramos os 
conceitos desenvolvidos por Jean Piaget, que trazem uma abordagem profunda sobre como o 
conhecimento é construído pelas crianças ao longo do seu desenvolvimento. Piaget, ao estudar o 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 19 
 
desenvolvimento cognitivo infantil, descreveu quatro estágios principais: sensório-motor, pré-
operatório, operatório concreto e operatório formal. 
O estudo desses estágios oferece aos educadores uma base sólida para compreender como 
as crianças processam informações em diferentes idades e como essas fases influenciam o 
processo de aprendizagem. Esses estágios não devem ser vistos como etapas isoladas, mas sim 
como um processo contínuo e dinâmico, onde as crianças estão constantemente ajustando suas 
estruturas cognitivas para lidar com o mundo ao seu redor. 
O educador, ao compreender essas fases, pode mediar o processo de aprendizagem de 
forma mais eficaz, respeitando o desenvolvimento global de cada criança e oferecendo atividades 
que sejam apropriadas para o seu estágio de desenvolvimento cognitivo (Piaget, 1995, p. 56). 
O primeiro estágio, sensório-motor, ocorre desde o nascimento até aproximadamente os 
dois anos de idade, e é caracterizado pela exploração do mundo através dos sentidos e das ações 
motoras. Durante esse período, a criança começa a desenvolver a noção de permanência do objeto, 
ou seja, a compreensão de que os objetos continuam a existir mesmo quando não estão visíveis. 
Para o educador, esse estágio implica na importância de criar um ambiente rico em estímulos 
sensoriais e oportunidades de exploração física, de forma a permitir que a criança desenvolva suas 
primeiras noções cognitivas. 
A prática pedagógica, nesse contexto, deve ser voltada para atividades que envolvam 
manipulação de objetos e jogos que estimulem os sentidos da criança, favorecendo a construção de 
conhecimentos de forma prática e direta. Esse estágio também reforça a ideia de que o educador 
deve observar atentamente as interações da criança com o ambiente, oferecendo suporte para que 
ela desenvolva suas capacidades cognitivas de forma progressiva (Piaget, 1995, p. 60). 
No estágio pré-operatório, que se estende aproximadamente dos dois aos sete anos, a 
criança começa a usar a linguagem e os símbolos para representar objetos e eventos, mas seu 
pensamento ainda é egocêntrico e não se caracteriza por operações lógicas. 
A criança, nessa fase, ainda tem dificuldades em compreender o ponto de vista dos 
outros, e sua visão do mundo é baseada em uma percepção limitada e não estruturada. Para o 
educador, isso significa que as atividades pedagógicas devem ser centradas no desenvolvimento da 
linguagem, da imaginaçãoe do jogo simbólico, pois essas habilidades são fundamentais para o 
avanço para o próximo estágio. Além disso, as atividades pedagógicas devem ser planejadas de 
modo a promover o pensamento concreto, ainda que a criança comece a desenvolver algumas 
capacidades simbólicas. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 20 
 
O educador deve ser cuidadoso ao planejar atividades que desafiem as crianças a pensar 
de forma mais complexa, sem ultrapassar seus limites de desenvolvimento cognitivo (Piaget, 
1995, p. 67). 
O estágio operatório concreto, que ocorre dos sete aos doze anos, marca um avanço 
significativo no desenvolvimento cognitivo da criança, que começa a ser capaz de realizar 
operações mentais lógicas, mas ainda depende de objetos concretos para resolver problemas. A 
criança passa a entender conceitos como conservação, seriação e classificação, podendo realizar 
operações mentais que envolvem a manipulação de objetos físicos. Para o educador, esse estágio é 
fundamental, pois as crianças começam a compreender de forma mais lógica o mundo ao seu 
redor. O ensino deve se concentrar em atividades que envolvam a resolução de problemas 
concretos e situações de aprendizagem que permitam a manipulação de objetos. 
O uso de materiais concretos e atividades práticas que estimulem o raciocínio lógico são 
essenciais para o desenvolvimento das habilidades cognitivas nessa fase. 
O professor, nesse estágio, atua como mediador, promovendo atividades que desafiem a 
criança a usar suas novas habilidades de forma aplicada, ajudando-a a entender as relações entre as 
diferentes partes de um problema e a encontrar soluções adequadas (Piaget, 1995, p. 73). 
No estágio operatório formal, que ocorre a partir dos doze anos, a criança começa a 
desenvolver a capacidade de pensar de maneira abstrata e a resolver problemas complexos de 
forma lógica, sem a necessidade de apoio concreto. 
A capacidade de raciocínio hipotético-dedutivo é desenvolvida, permitindo à criança (ou 
ao adolescente) pensar em possibilidades e consequências de maneira mais abrangente e 
sistemática. Nesse estágio, o educador deve proporcionar atividades que estimulem o raciocínio 
abstrato, como problemas hipotéticos, questões complexas e discussões que desafiem as crianças a 
pensar de maneira mais profunda e crítica sobre o mundo ao seu redor. 
A pedagogia, nesse estágio, deve ser voltada para o desenvolvimento da capacidade de 
pensar de forma independente e a tomada de decisões baseadas em análises lógicas e críticas. O 
papel do professor é, portanto, de estimular e apoiar a criança em sua jornada para o pensamento 
abstrato e a compreensão de conceitos mais complexos, garantindo que ela tenha as ferramentas 
cognitivas necessárias para avançar em seu desenvolvimento intelectual (Piaget, 1995, p. 80). 
A teoria piagetiana, ao estudar essas fases do desenvolvimento cognitivo, oferece ao 
educador um modelo valioso para a prática pedagógica, pois ela permite entender as necessidades 
cognitivas de cada criança em diferentes idades e ajustar o ensino conforme o estágio de 
desenvolvimento em que ela se encontra. Isso significa que o professor deve ser capaz de 
 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA. Página 21 
 
identificar o estágio de desenvolvimento de cada aluno e, a partir disso, planejar e implementar 
estratégias de ensino adequadas às suas capacidades cognitivas. 
A mediação do processo de aprendizagem, portanto, deve ser feita com base no 
conhecimento dos processos de desenvolvimento cognitivo da criança, garantindo que a 
aprendizagem seja efetiva e respeite o ritmo de cada aluno. 
O estudo das fases sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório 
formal, portanto, não apenas oferece uma base para a compreensão do desenvolvimento cognitivo 
da criança, mas também serve como uma ferramenta crucial para o educador. 
 Ao aplicar os conceitos de Piaget em sua prática pedagógica, o educador pode 
proporcionar experiências de aprendizagem mais significativas, que respeitem o desenvolvimento 
global da criança e promovam seu crescimento intelectual de forma progressiva e adaptada às suas 
necessidades. Dessa forma, a psicologia educacional e a prática pedagógica se tornam 
indissociáveis, pois ambas visam proporcionar uma educação que considere o desenvolvimento 
cognitivo e as necessidades de cada criança em seu processo de aprendizagem. 
2.5 A INTEGRAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA, COM BASE NAS 
CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET, REFORÇA O PAPEL DO EDUCADOR COMO 
MEDIADOR DA APRENDIZAGEM. 
A integração entre teoria e prática no processo educacional, especialmente sob a ótica das 
contribuições de Jean Piaget, reafirma o papel do educador como mediador da aprendizagem, 
assumindo uma função estratégica e indispensável no desenvolvimento integral da criança. O 
educador, ao compreender as fases do desenvolvimento cognitivo propostas por Piaget, pode 
planejar e executar estratégias pedagógicas coerentes com as necessidades e possibilidades de 
cada estágio, assegurando que o aluno não apenas memorize conteúdos, mas construa significados 
a partir de suas experiências e interações com o meio. Segundo Rappaport (1981, p. 87), "a 
aprendizagem significativa ocorre quando o sujeito interage com o objeto do conhecimento de 
maneira ativa, sendo capaz de atribuir sentido ao que aprende, integrando-o às estruturas já 
existentes". 
A teoria piagetiana parte da premissa de que a construção do conhecimento se dá através 
de um processo contínuo de interação entre o sujeito e o meio, no qual ocorre uma constante 
adaptação e reorganização das estruturas cognitivas. Essa perspectiva implica um papel ativo do 
aprendiz, desafiando a concepção tradicional de ensino como mera transmissão de saberes. Como 
ressalta Ramos (2003, p. 15), ―o construtivismo desloca o foco do ensino do professor para o 
aluno, compreendendo-o como protagonista do próprio processo de aprender, em uma relação 
dialética com o meio e os outros sujeitos‖. O educador deixa de ser um simples transmissor de 
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conteúdos e passa a atuar como mediador, facilitador e estimulador de situações que possibilitem a 
construção ativa do conhecimento. 
O ensino baseado na teoria de Piaget exige que o educador esteja atento às características 
cognitivas de cada fase do desenvolvimento infantil, criando propostas pedagógicas que desafiem 
o pensamento da criança dentro de suas possibilidades reais. É necessário que as atividades 
propiciem um desequilíbrio cognitivo que leve a criança a buscar novas formas de compreensão e 
organização dos objetos e fenômenos do mundo. Para Piaget, esse processo, denominado 
equilibração, é o motor da aprendizagem e se dá por meio da assimilação e da acomodação. 
Rappaport (1981, p. 89) explica que ―o equilíbrio cognitivo não é um estado fixo, mas uma busca 
constante de superação das contradições entre o que já se sabe e o que se descobre‖. 
Ao assumir o papel de mediador da aprendizagem, o educador atua intencionalmente no 
sentido de potencializar os processos de equilibração, promovendo situações-problema, atividades 
investigativas e contextos de socialização que favoreçam o desenvolvimento das operações 
mentais da criança. Essa atuação exige uma compreensão profunda das estruturas cognitivas e das 
etapas pelas quais o sujeito passa no seu processo de construção do conhecimento. Ramos (2003, 
p. 17) afirma que ―o professor construtivista precisa conhecer os estágios de desenvolvimento da 
inteligência e as possibilidades cognitivas correspondentes, para que as intervenções pedagógicas 
sejam realmente significativas e eficazes‖. 
A integração entre teoria e prática no contexto escolar se concretiza quando o professor 
consegue articularos princípios teóricos da psicologia do desenvolvimento com as práticas 
pedagógicas cotidianas, tornando a sala de aula um espaço dinâmico, de investigação e construção 
coletiva do conhecimento. Esse movimento exige do educador um posicionamento crítico e 
reflexivo sobre sua prática, bem como uma postura de pesquisador capaz de observar, interpretar e 
intervir de maneira ética e responsável. Como destaca Rappaport (1981, p. 91), ―a mediação 
pedagógica exige sensibilidade para identificar as necessidades de aprendizagem da criança e 
flexibilidade para ajustar as estratégias didáticas de acordo com essas necessidades‖. 
A mediação pedagógica baseada nas ideias de Piaget também pressupõe o respeito ao 
tempo e ao ritmo de aprendizagem de cada criança, considerando que o desenvolvimento 
cognitivo não ocorre de maneira uniforme nem linear. Cada sujeito apresenta um percurso próprio 
de construção de saberes, influenciado por fatores internos e externos, e o educador deve ser capaz 
de acompanhar esses processos individuais, promovendo intervenções adequadas e desafiadoras. 
Ramos (2003, p. 19) observa que ―o papel do professor é criar condições para que a criança possa 
agir, experimentar, descobrir e reconstruir o conhecimento, em um processo ativo e participativo‖. 
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A atuação mediadora do educador requer a criação de um ambiente educativo rico em 
estímulos, onde a curiosidade, a investigação e o pensamento crítico sejam constantemente 
incentivados. Isso implica na organização de situações didáticas que permitam à criança manipular 
objetos, explorar fenômenos e construir hipóteses, respeitando sua autonomia intelectual e 
promovendo a cooperação entre os pares. Conforme Rappaport (1981, p. 94), ―o conhecimento se 
constrói na interação social, no confronto de ideias e na negociação de significados, sendo o 
professor um facilitador desse processo dialógico‖. 
A integração entre teoria e prática pedagógica, com base nas contribuições de Piaget, 
demanda também uma revisão das concepções tradicionais de avaliação da aprendizagem, 
deslocando o foco da mensuração de resultados para a compreensão dos processos. Avaliar, nesse 
contexto, significa acompanhar o percurso da criança na construção do conhecimento, 
identificando avanços, dificuldades e possibilidades de intervenção. Ramos (2003, p. 21) aponta 
que ―a avaliação construtivista é diagnóstica, processual e formativa, orientada para a 
compreensão dos processos mentais subjacentes às ações da criança‖. 
Sob essa perspectiva, o educador deve utilizar a avaliação como ferramenta para planejar 
novas intervenções, promover o avanço das estruturas cognitivas e apoiar o desenvolvimento 
integral da criança. Isso exige o uso de instrumentos diversificados, como observações, registros, 
portfólios e produções das crianças, que permitam captar a complexidade do processo de aprender. 
Rappaport (1981, p. 96) enfatiza que ―a avaliação deve ser integrada ao processo de ensino, 
constituindo-se em um momento de reflexão conjunta entre professor e aluno sobre o que se 
aprendeu, como se aprendeu e o que ainda se pode aprender‖. 
A prática educativa mediada pelo educador, segundo a perspectiva piagetiana, também 
valoriza o erro como parte constitutiva da aprendizagem, compreendendo-o como uma 
oportunidade para a criança reorganizar suas ideias e construir novos conhecimentos. O erro, nesse 
contexto, não deve ser punido ou evitado, mas explorado pedagogicamente para favorecer a 
superação de concepções inadequadas e o desenvolvimento de formas mais complexas de 
pensamento. Ramos (2003, p. 23) destaca que ―o professor deve encarar o erro como um 
indicativo das hipóteses da criança, estimulando-a a revisar e reconstruir suas ideias a partir de 
novas experiências‖. 
A integração entre teoria e prática, fundamentada nas contribuições de Piaget, implica 
ainda em repensar o currículo escolar, tornando-o mais aberto, flexível e centrado no sujeito 
aprendiz. Um currículo construtivista valoriza os saberes prévios da criança, parte de suas 
experiências e interesses, e promove a articulação entre diferentes áreas do conhecimento, de 
modo interdisciplinar. Rappaport (1981, p. 98) afirma que ―o currículo deve ser concebido como 
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um projeto dinâmico, que se constrói no dia a dia da prática educativa, em diálogo com as 
necessidades e curiosidades das crianças‖. 
Essa concepção curricular exige do educador uma postura investigativa e colaborativa, 
capaz de dialogar com os saberes da comunidade, com os contextos culturais dos alunos e com os 
desafios contemporâneos da educação. Ao integrar teoria e prática, o professor amplia as 
possibilidades de aprendizagem significativa, promovendo o desenvolvimento integral da criança 
em seus aspectos cognitivo, afetivo e social. Ramos (2003, p. 25) reforça que ―a mediação 
pedagógica, ao articular teoria e prática, contribui para a formação de sujeitos críticos, autônomos 
e capazes de intervir de maneira responsável na realidade em que vivem‖. 
O brincar também assume um papel central como forma privilegiada de aprendizagem na 
infância, sendo uma atividade espontânea, prazerosa e altamente significativa para o 
desenvolvimento cognitivo e social da criança. Piaget reconheceu o valor do jogo simbólico, do 
jogo de regras e do jogo de exercício como momentos fundamentais para a construção de novas 
estruturas mentais. Rappaport (1981, p. 100) observa que ―o jogo é um espaço de experimentação, 
de elaboração de hipóteses e de simulação da realidade, possibilitando à criança explorar 
diferentes papéis, regras e significados‖. 
O professor, ao compreender a importância do brincar no desenvolvimento infantil, deve 
planejar e valorizar momentos lúdicos no cotidiano escolar, criando oportunidades para que a 
criança possa aprender de maneira prazerosa e criativa. Esses momentos lúdicos devem estar 
integrados às propostas pedagógicas, articulando-se com os objetivos educativos e respeitando as 
necessidades e os interesses das crianças. Ramos (2003, p. 27) ressalta que ―o brincar, longe de ser 
uma atividade meramente recreativa, é uma forma legítima de aprendizagem, que contribui para o 
desenvolvimento da autonomia, da cooperação e do pensamento crítico‖. 
A mediação pedagógica fundamentada na teoria piagetiana também valoriza o papel da 
linguagem no desenvolvimento do pensamento, compreendendo a linguagem como instrumento de 
comunicação, de expressão e de construção do conhecimento. O diálogo, a argumentação, a 
explicitação de ideias e a negociação de significados são práticas essenciais no contexto educativo, 
favorecendo a ampliação das estruturas cognitivas e o desenvolvimento de habilidades 
comunicativas. Rappaport (1981, p. 102) afirma que ―a linguagem, ao permitir a socialização do 
pensamento, potencializa a capacidade da criança de refletir, explicar e reconstruir suas 
concepções sobre o mundo‖. 
O professor deve criar situações de interação verbal ricas e significativas, estimulando a 
expressão oral e escrita das crianças, promovendo debates, rodas de conversa, contação de 
histórias e outras práticas comunicativas. Essas atividades possibilitam o desenvolvimento da 
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linguagem e contribuem para a construção de um pensamento cada vez mais elaborado e crítico. 
Ramos (2003, p. 29) aponta que ―o educador precisa valorizar as produções linguísticas da 
criança, acolhendo suas ideias e promovendo um ambiente de respeito, escuta e diálogo‖. 
A integração entre teoria e prática, mediada pelas contribuições de Piaget, reforça ainda a 
importância da autonomia intelectual da criança, estimulando-a a pensar por si

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