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Profª. Débora de Gois Santos 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Aula: Abordagem Humanística da Administração Disciplina: Administração de Obras – ENCIV0136 Professora: Débora de Gois Santos São Cristóvão (SE) Versão 4 Profª. Débora de Gois Santos 2 Abordagem Humanística da Administração A abordagem Humanística da Administração tem ênfase nas pessoas, ou seja, ela se preocupa com as pessoas. Esta abordagem surgiu com a Teoria das Relações Humanas, nos EUA, na década de 1930, através da psicologia do trabalho, que estudou: - A análise do trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho. Esta é a análise das características humanas e a aplicação de testes psicológicos. Os temas abordados foram: seleção de pessoas, orientação profissional, treinamento e métodos de aprendizagem, fisiologia do trabalho e estudo dos acidentes e da fadiga. - A adaptação do trabalho ao trabalhador. Esta adaptação se faz presente através dos aspectos individuais e sociais do trabalho, predominando sobre os aspectos produtivos. Os temas abordados foram: estudo da personalidade do trabalhador e do gerente, motivação e incentivos do trabalho, liderança, comunicação e relações interpessoais e sociais dentro da organização. As mudanças ocorreram principalmente após a grande depressão econômica em 1929, onde a busca pela eficiência foi intensificada. Embora sua divulgação fora dos EUA tenha ocorrido depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Esta abordagem é formada pela Teoria das Relações Humanas e Decorrência da Teoria das Relações Humanas. 1 Teoria das Relações Humanas Esta teoria tem como criador Elton Mayo, cientista social. Ela surgiu nos EUA como conclusão das Experiências de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. É um movimento de reação e oposição à Administração Científica. A Administração Científica nunca foi totalmente aceita pelos trabalhadores e sindicatos. Ela era encarada como um meio de exploração. Agravado pelo fato de que os americanos já viviam em uma democracia. Assim, a Teoria das Relações Humanas tem sua origem na necessidade de se humanizar e democratizar a administração (movimento tipicamente americano e voltado para a democratização dos conceitos administrativos); no desenvolvimento das ciências humanas (principalmente a psicologia); nas ideias da filosofia Profª. Débora de Gois Santos 3 pragmática de John Dewey e da psicologia dinâmica de Kurt Lewin; na sociologia de Pareto; por fim, nas conclusões da experiência de Hawthorne, realizada por Elton Mayo, entre 1924 e 1932. A experiência de Hawthorne, que se tornou marco da Teoria das Relações Humanas, ocorreu em uma fábrica da cidade de Hawthorne, a Western Eletric Company, que fabricava equipamentos e componentes eletrônicos. O objetivo do Conselho Nacional de Pesquisa, com este experimento, era avaliar a correlação entre iluminação e eficiência dos operários. Elton Mayo, coordenador da experiência, estendeu os estudos a fadiga, acidentes de trabalho, rotatividade do pessoal e efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. Além disso, os resultados foram de natureza psicológica. A situação era de que a empresa mantinha salários satisfatórios e boas condições de trabalho. A empresa não estava interessada em aumento de produtividade, mas em conhecer melhor seus empregados. Em 1924 ocorreu sua primeira fase. Neste momento, foram escolhidos dois grupos de trabalho, um sujeito à intensidade de luz variável e o outro com intensidade de luz constante. Não foi encontrada correlação entre as variáveis. Verificou-se, porém, desapontamentos, fatos psicológicos, onde a reação dos operários era de acordo com suas suposições pessoais. Comprovou-se a predominância do fator psicológico sobre o fisiológico. A segunda fase da experiência iniciou em 1927, quando foi criado um grupo de observação separado do departamento onde era realizada a produção dos equipamentos. Neste grupo foi incluído um contador de peças produzidas. O contador era formado de fitas perfuradas. O grupo experimental estava sujeito a mudanças nas condições de trabalho. Além de um supervisor tinha um observador somente para o grupo. Os operários eram formados em sua maioria por mulheres. Elas foram convidadas a participar da pesquisa e foram esclarecidas quanto aos seus objetivos. Eram informadas das mudanças que iriam ocorrer, como: período de descanso, lanches, redução no horário de trabalho; dos resultados; e pedia-se que trabalhassem normalmente. O resultado desta fase mostrou que havia um fator psicológico que levou ao aumento de produção, por meio de ambiente de trabalho divertido, supervisão branda (funcionava como orientador), trabalho em equipe e objetivos comuns. Na terceira fase do estudo, avaliaram-se os resultados da fase anterior, por intermédio das diferenças entre o grupo experimental e o de controle de produção Profª. Débora de Gois Santos 4 (departamento), o que fez com que os pesquisadores abandonassem o estudo das condições físicas e partissem para as relações humanas. Assim em 1928, iniciou-se o programa de entrevistas com os funcionários para conhecer suas atitudes e seus sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e o tratamento que recebiam, além de sugestões quanto ao treinamento dos supervisores. Esta fase do experimento teve sucesso e o programa passou a ser nacional e anual. Verificou-se a existência de uma organização informal por parte dos operários, como: - Existência de padrão de produção dos operários e que não eram ultrapassados por nenhum deles. - O operário que sabotasse o trabalho, excedesse o padrão, era punido pelo grupo. - Existia uma liderança informal do grupo. - Ocorrência de contentamentos e descontentamentos com relação aos superiores. Ocorreu ainda uma quarta fase do experimento. Nela, verificou-se que os operários queriam agradar tanto aos colegas como à empresa. Isto gerava conflitos e descontentamentos. Nesta fase realizou-se o estudo das relações informais dos operários com a relação formal da fábrica, onde os operários puniam quem ultrapassasse padrão definido por eles. Para colher estas informações, utilizaram um entrevistador do lado de fora da sala que continha o grupo experimental. Em 1932, a experiência foi suspensa por motivos financeiros. Apesar do curto espaço de tempo, os estudos abalaram a teoria da administração vigente. Como conclusões da experiência verificou-se que: - O nível de produção é resultante da integração social. Anteriormente supunha- se que a produção dependia da capacidade física ou fisiológica do empregado, mas esta suposição não foi comprovada. A realidade é que o nível de produção era regido por normas sociais e expectativas grupais, ou seja, a eficiência é dada pelo trabalho em grupo. - Comportamento social dos empregados. Verificou-se que o indivíduo se apóia no grupo, assim a qualquer desvio nas normas grupais o operário sofre punições sociais e morais dos colegas. Os empregadores passam a constatar que deve tratar os operários como membros de um grupo, onde a amizade e o comportamento do grupo são de extrema importância. Profª. Débora de Gois Santos 5 - Recompensas e sanções sociais. O comportamento do grupo é condicionado a normas e padrões sociais. Os operários preferiam produzir menos e ganhar menos a se indispor com os colegas. Cada grupo socialdefine crenças e expectativas com relação à administração. Assim, as pessoas são avaliadas pelo grupo em relação a essas normas e padrões de comportamento. Isto fica evidente na Teoria das Relações Humanas (RH) ao se analisar que a motivação econômica é secundária, não contribuindo na determinação do rendimento do trabalhador. Na referida teoria, as pessoas para serem motivadas necessitam de reconhecimento, aprovação social, e participação nas atividades do grupo. - Grupos informais. Ao estudar os grupos informais, dos quais os trabalhadores fazem parte, observa-se a ênfase nas crenças, atitudes e expectativas, além da motivação. A empresa passa a ser encarada como grupos sociais informais, que definem regras de comportamentos, formas de recompensa, sanções sociais, escala de valores sociais, que cada integrante vai assumindo por meio de suas atitudes e seus comportamentos. - Relações humanas. Trata do contato entre pessoas e grupos. - Importância do conteúdo do cargo. O conteúdo e a natureza do trabalho têm influencia sobre o moral do trabalhador. - Ênfase nos aspectos emocionais. Segundo Mayo, os métodos de trabalho visam a eficiência e não a cooperação entre as pessoas. Ele defende que: 1. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal, ou seja, vai além dos incentivos salariais. 2. O operário não reage como indíviduo isolado, mas como membro de um grupo social, o que vai de encontro às mudanças tecnológicas. 3. A tarefa básica da administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar, onde os chefes deveriam entender as limitações de sua lógica Profª. Débora de Gois Santos 6 e a lógica dos trabalhadores. O setor produtivo é cada vez mais competente, porém, sem levar em consideração o lado social. 4. O ser humano é motivado pela necessidade de estar junto, de ser reconhecido, em contraponto à motivação salarial. 5. A civilização industrializada traz como consequência a desintegração dos grupos primários da sociedade (família, grupos informais e religiosos). Surge então um conflito social entre eficiência e cooperação, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos é a fonte da democracia. 2 Decorrência da Teoria das Relações Humanas Após a criação da Teoria das Relações Humanas, fala-se em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo, etc., contestando- se os conceitos da Teoria da Administração, como: Teoria da Administração Científica Teoria das Relações Humanas Engenheiro e técnico Psicólogo e sociólogo Método e máquina Dinâmica de grupo Homo economicus Homem social Segunda Guerra Mundial Ênfase na estrutura e na tarefa Ênfase na pessoa As características do homem social são: - Criaturas sociais complexas com sentimentos, desejos e temores. - Satisfação das necessidades humanas por meio dos grupos sociais. - O comportamento dos grupos sociais é influenciado pelo estilo de supervisão e liderança. - As normas do grupo regulam o comportamento de seus membros. 2.1 Influência da motivação humana Diz-se que o homem não é influenciado por estímulos econômicos e salariais, mas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais. Profª. Débora de Gois Santos 7 2.1.1 Teoria de Campo e Lewin (Kurt Lewin) – comportamento social Nesta teoria o comportamento do homem é baseado em fatos coexistentes e que são de caráter dinâmico, que é definido como espaço de vida que contém a pessoa e seu ambiente psicológico, relacionado com as atuais necessidades dos indivíduos. 2.1.2 Necessidades humanas básicas As causas do comportamento humano são chamadas de motivos ou necessidades, ambas são forças conscientes ou inconscientes, que levam o homem a um determinado comportamento. A motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro do indivíduo e que é dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades. A satisfação de uma necessidade leva ao surgimento de outras e assim por diante. Elas dão direção e conteúdo ao comportamento humano. O homem passa em sua vida por três estágios de evolução, cada um a sua maneira: necessidades fisiológicas, psicológicas e de autorealização. a) Necessidades fisiológicas – são necessidades primarias, relacionadas com a sobrevivência do indivíduo. São inatas e instintivas. Ex.: alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo, segurança. b) Necessidades psicológicas – são necessidades secundárias e exclusivas do homem. São adquiridas ao longo da vida e são mais complexas que as primárias. Raramente são satisfeitas em sua plenitude. São: necessidades de segurança íntima (autodefesa – busca de tranquilidade pessoal), de plenitude (de um grupo, contato com outras pessoas, aprovação social, calor humano, ter amizade), de autoconfiança (decorre da auto-avaliação e auto-apreciação de cada indivíduo), de afeição (dar e receber afeto, amor e caminho). c) Necessidades de autorealização – são as mais elevadas e decorrem da educação e da cultura da pessoa. Também são raramente satisfeitas em sua plenitude. Profª. Débora de Gois Santos 8 2.1.3 Ciclo motivacional Trata da motivação do comportamento humano para a satisfação das necessidades. Leva o indivíduo a alguma forma de comportamento. Descreve-se como ciclo porque o homem está em equilíbrio psicológico até que um estímulo o rompa e crie uma nova necessidade. Essa necessidade provoca um estado de tensão em substituição ao estado de equilíbrio anterior. Se a necessidade é satisfeita, o organismo retorna ao estado de equilíbrio inicial até que outro estímulo sobrevenha (figura 01). Figura 01: Etapas do ciclo motivacional. Fonte: CHIAVENATO (2000). 2.1.4 Frustração e compensação Quando a necessidade não é alcançada não se atinge a satisfação. Isto acontece porque pode existir uma barreira ou obstáculo, o que leva à frustração, ao desequilíbrio e à tensão (figura 02). Satisfação Necessidade Equilíbrio Estímulo ou incentivo Comportamento ou ação Tensão Profª. Débora de Gois Santos 9 Figura 02: Frustração e compensação. Fonte: CHIAVENATO (2000). No caso da compensação, esta ocorre quando o indivíduo tenta satisfazer uma necessidade impossível, através da satisfação de uma necessidade complementar ou substitutiva, reduzindo ou evitando a frustração (figura 03). Figura 03: Necessidades humanas e suas relações com a satisfação. Satisfação Frustração Compensação Necessidades fisiológicas X X Necessidades psicológicas X X X Necessidades de auto-realização X X X Fonte: Quadro elaborado pela autora. A frustração leva à: - Desorganização do comportamento, alienação e apatia (mecanismo inconsciente de defesa do ego). - Agressividade (física, verbal), reações emocionais (ansiedade, aflição, nervosismo, insônia, etc.). 2.1.5 Moral e Clima Organizacional Neste caso, a motivação é o impulso para o alcance dos objetivos organizacionais, desde que também tenha capacidade de satisfazer a alguma necessidade individual. Daí decorre o conceito de moral. O moral é um conceito abstrato, intangível, mas perceptível. Na medida em que as necessidades das pessoas são satisfeitas pela organização, ocorre elevação do moral. Na situação contrária tem-se o abaixamento do moral. Barreira Necessidade Equilíbrio Estímulo ou incentivo Comportamento ou ação Tensão Profª. Débora de Gois Santos 10 O moral é responsável pelas atitudes das pessoas, ou seja, como pessoasjulgam objetos, pessoas ou situações, que predispõem as pessoas a um determinado tipo de comportamento. Do conceito de moral decorre o conceito de clima organizacional, que é o ambiente psicológico e social de uma organização e que condiciona o comportamento dos seus membros (figura 04). Figura 04: Moral e atitudes resultantes. Fonte: CHIAVENATO (2000). 2.2 Liderança A Administração Científica se referiu superficialmente à liderança e as suas implicações. A experiência de Hawthorne teve como mérito os líderes informais que determinavam normas e detinham o controle do grupo. A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana. É a condução das pessoas. Ela pode ser visualizada como: 1. Um fenômeno de influência interpessoal – através da comunicação para o atendimento de um ou mais objetivos específicos. • Fanatismo • Euforia • Atitudes positivas • Satisfação • Otimismo • Cooperação • Coesão • Colaboração • Aceitação dos objetivos organizacionais • Boa vontade • Identificação • Atitudes negativas • Insatisfação • Pessimismo • Oposição • Negação • Rejeição dos objetivos organizacionais • Má vontade • Resistência • Dispersão • Disforia • Agressão Moral Elevado Moral Baixo Profª. Débora de Gois Santos 11 Neste caso, a liderança é um fenômeno social. Decorre do relacionamento entre as pessoas de uma estrutura social. A influência é uma força psicológica que modifica comportamentos de forma intencional. Envolve conceitos de poder e autoridade. O poder é o potencial de influência de uma pessoa sobre outras. O poder pode ou não ser realizado. A autoridade é o poder legítimo de uma pessoa, em virtude do seu papel ou posição em uma estrutura organizacional. 2. Um processo de redução da incerteza de um grupo Neste aspecto, a liderança é um processo contínuo de escolha, que permite à empresa caminhar em direção a sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. O líder é escolhido como a pessoa que pode dar mais assistência e orientação. Ao tomar decisão, o líder reduz a incerteza do grupo. 3. Uma relação entre líder e subordinado É função das necessidades existentes em uma determinada situação, onde a maior parte das necessidades individuais é satisfeita por meio de relações com outras pessoas e grupos sociais. O líder é percebido pelo grupo como possuidor dos meios para satisfazer as necessidades. Ele é um estrategista que sabe identificar os rumos para as pessoas. 4. Um processo em função do líder, dos seguidores e de variáveis da situação Depende das características pessoais e da abordagem situacional. As teorias sobre liderança são: 1. Teoria de traços de personalidade. Ela tem características marcantes de personalidade de possuidor pelo líder, onde um líder deve inspirar confiança, ser inteligente, perceptivo e decisivo para ter condições de liderar com o sucesso. Nesta teoria, segundo os críticos, não existe ponderação das características e traços de personalidade. Ela ignora a influência e a reação dos subordinados. A pessoa pode ser líder no trabalho, mas não em casa. Profª. Débora de Gois Santos 12 2. Teoria sobre estilos de liderança. É a maneira e são os estilos de se comportar adotados pelo líder. O estilo pode ser autocrático, liberal e democrático. Significa aquilo que o líder faz, ou seja, seu estilo de comportamento para liderar. No caso do líder autocrático, ele busca a quantidade do trabalho. Ele centraliza as decisões e impõe ordem ao grupo. Neste caso, existe trabalho só com a presença do líder. O líder liberal se preocupa tanto com a quantidade como com a qualidade do trabalho. Ele realiza as decisões do grupo, libera o trabalho sem controle, as tarefas são desenvolvidas ao acaso e pode ocorrer o desrespeito ao líder. O líder democrático se preocupa mais com a produção. Ele conduz e orienta o grupo, incentiva a participação democrática das pessoas. Na prática são utilizados os três estilos de líder, de acordo com a situação, a pessoa e a tarefa a executar. 3. Teorias situacionais de liderança. É adequada ao comportamento do líder às circunstâncias da situação. Estas teorias explicam a liderança dentro de um contexto mais amplo e parte do princípio de que não existe um único estilo de liderança válido para toda e qualquer situação. São mais atrativas ao administrador. 2.3 Comunicação É a troca de informação entre as pessoas. É um dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social. Ela pode ser sonora, impressa ou na forma de símbolos. Quando sonora, é reforçada por gestos sinais e símbolos, pode ser expressa na comunicação presencial, por telefone ou internet (vídeo conferência). A comunicação impressa pode ser escrita em documentos ou em textos na internet. As falhas de comunicação nas organizações devem ser evitadas com: - Participação das pessoas na solução de problemas. Profª. Débora de Gois Santos 13 - Franqueza e confiança entre pessoas e grupos nas empresas. Ela busca: - Proporcionar informação e compreensão, para que as pessoas possam conduzir suas tarefas. - Proporcionar atitudes que promovam motivação, cooperação e satisfação nos cargos. Ambos os casos buscam a especialização de equipes, grupo, e o melhor desempenho nas tarefas. 2.4 Organização informal A organização informal é a necessidade de a pessoa conviver em grupo. Assim, o comportamento das pessoas no trabalho não pode ser compreendido sem se considerar a organização informal da fábrica. Os grupos sociais podem ser classificados em organização formal (racional), determinado pelos padrões da empresa, e organização informal (natural), como consequência das interações e dos relacionamentos espontâneos entre as pessoas (usos, costumes, tradições ideais e normas sociais). As características da organização informal são: - Relação de coesão ou de antagonismo (relação de simpatia ou de antipatia). - Status (independente de sua posição na organização formal). - Colaboração espontânea. - Possibilidade de oposição à organização formal, devido à inabilidade da direção. - Padrões de relações e alterações dos grupos informais, no sentido de que as pessoas participam de vários grupos informais, que se modificam na organização formal. - A organização informal transcende a organização formal, ou seja, o local físico e o horário de trabalho. - Padrões de desempenho nos grupos informais. Ele pode não corresponder aos padrões formais. As pessoas se preocupam com o reconhecimento e a aprovação social do grupo. Profª. Débora de Gois Santos 14 As origens da organização informal podem ser: - Os “interesses comuns” (política, esportes, atividades). - A interação provocada pela própria organização formal. - A flutuação do pessoal na empresa, o que altera os grupos sociais informais. - Os períodos de lazer. 2.5 Dinâmica de grupo A dinâmica de grupo é um dos assuntos preferidos da Teoria das Relações Humanas, por intermédio de Kurt Lewin, fundador da Escola de Dinâmica de Grupo. Os processos grupais não são estáticos e sim vivos e dinâmicos, cita-se, como exemplo, a compensação da ausência de um colega no grupo. Cada membro influencia e é influenciado pelos outros membros do grupo. As características dos grupos são: finalidade, estrutura dinâmica de comunicação, e coesão interna. A escola afirma que comportamento, atitude, crenças e valores do indivíduo baseiam-se nos grupos a que pertencem. As pessoas devem mudar seuscomportamentos para que se aceitem e se respeitem reciprocamente, independentemente de raça, religião, política ou nacionalidade. Toda pessoa traz consigo necessidades materiais, sociais ou psicológicas que procura satisfazer e que motiva e dirige seu comportamento. Desta forma, praticar as relações humanas é mais do que estabelecer contatos, é estar condicionado nessas relações por uma atitude ou estado de espírito, que permite compreender as pessoas, respeitando sua personalidade. Isto se aplica em qualquer situação, seja esta no lar, na escola ou no trabalho. No final da década de 1950, a Teoria das Relações Humanas entrou em declínio, passando a ser criticada e suas concepções revistas. As criticas foram: 1. Oposição cerrada à Administração Científica – o que era considerado em uma não era em outra. Na verdade elas são opostas, mas complementares. 2. Inadequada visualização dos problemas de relações industriais, do conflito e dos interesses conflitantes dos empregados e da organização Profª. Débora de Gois Santos 15 A Administração Científica acreditava que o que era bom para a organização o era para o empregado. Os humanistas diziam que esse interesse comum era indesejável. Procuravam propor a harmonia industrial, mas omitiam as funções sociais do conflito. A Teoria das Relações Humanas é um produto da ética e do espírito democrático americano, sendo um instrumento clínico para o administrador solucionar problemas de conflito e de insatisfação humana no trabalho. 3. Concepção ingênua e romântica do operário Os humanistas imaginavam um operário feliz, produtivo e integrado no ambiente de trabalho. Esta visão, porém, não foi confirmada pelos pesquisadores, tinha-se uma mescla entre sentimentos e estados de participação. 4. Limitação do campo experimental Os pesquisadores limitaram-se também à fábrica, deixando de lado outros tipos de organizações, como bancos, hospitais, universidades, etc., o que reduz a aplicação da teoria e suas conclusões. 5. Parcialidade das conclusões Isto ocorreu justamente pelos estudos se limitarem à organização informal, com poucas variáveis, ou seja, restringe-se à fábrica, deixando de lado as demais áreas da empresa. 6. Ênfase nos grupos informais A pesquisa supervaloriza a coesão do grupo, como forma de elevar a produtividade. Mayo queria mostrar que abstenção, rotatividade, baixo moral e baixa eficiência, se reduzem, a saber, como os grupos podem se solidificar para aumentar a colaboração social. A teoria trouxe uma visão humanística da administração: “participação dos escalões informais nas decisões da organização; busca de relacionamento entre indivíduos e grupos nas organizações; melhoria da competência dos administrados Profª. Débora de Gois Santos 16 no relacionamento interpessoal; introdução das ciências do comportamento nas práticas administrativas; definição de uma filosofia humanística e democrática na organização; importância da natureza humana” (CHIAVENATO, 2000). Segundo o autor, a teoria tinha como meta a administração participativa para aumentar a inclusão dos operários. 7. Enfoque manipulativo das relações humanas Esta crítica se refere especificamente à experiência de Hawthorne, em que os pesquisadores desenvolvem uma sutil estratégia manipulativa para enganar os operários e fazê-los trabalhar mais e exigir menos. Nesta realidade, as pessoas são convidadas a participar de forma parcialmente livre e foram condicionadas a pensarem assim. As organizações continuam a serem percebidas como um sistema fechado, imune às influências externas. Acreditava-se que poderia generalizar as conclusões para outras empresas. 8. Outras críticas A escola possui idéias úteis, assim como a Administração Científica, mas se aplicam a situações totalmente diferentes. Concluindo, apesar das críticas, o sucesso das organizações depende das pessoas. Isto passa a definir o novo papel do administrador, ou seja, ele deve saber comunicar, liderar, motivar e conduzir as pessoas. Precisa ainda ganhar a aceitação das pessoas e deixar claro seu comprometimento com a organização. Neste contexto, as competências do administrador seriam: relacionamento interpessoal, comunicação, liderança, motivação, solução de conflitos, construção e dinamização de equipes. Verifica-se que atualmente o trabalho em equipe está em alta no mundo dos negócios. Profª. Débora de Gois Santos 17 REFERÊNCIA CHIAVENATO, I. Introdução à teoria da administração. 6ª edição. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2000, 700p.
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