Prévia do material em texto
Resumo de FisioterapiaResumo de Fisioterapia NeurofuncionalNeurofuncional @FATOSDAFISIOTERAPIAOFICIAL Dadlla Pereira Conteúdo produzido por Dadlla Pereira Dadlla Pereira Ribeirão Preto - SP 2024 Direitos reservados. É proibida a venda ou reprodução total ou parcial deste e-book, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros, sem permissão por escrito do editor. @Fatosdafisioterapiaa FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL Avaliação Neurológica....................................................4 Sensibilidade......................................................................5 Atividades de vida diária (AVDs)......................................12 Tônus muscular..................................................................13 Coordenação motora.......................................................14 Sistema motor...................................................................17 Reflexos.............................................................................19 Equilíbrio..........................................................................22 Mobilidade.......................................................................24 Marchas patológicas....................................................26 Doenças neurológicas...................................................34 Acidente vascular cerebral..............................................35 Parkinson..........................................................................43 Traumatismo cranioencefálico.........................................50 Esclerose múltipla.............................................................60 Guillain Barré....................................................................73 Paralisia facial.................................................................82 Lesão medular..................................................................90 Esclerose lateral amiotrófica..........................................109 Neuropatias periféricas....................................................114 Doenças neuromusculares................................................119 Neuroplasticidade........................................................124 Sumário AvaliaçãoAvaliação NeurológicaNeurológica anamnese, faça um resumo de tudo o que foi respondido pelo paciente e repita para ele. Após isso, pergunte se as informações estão corretas Para inicio de uma avaliação é necessário uma identificação do paciente com os seguintes dados: Assim como também: Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica 5 • Nome • Idade • Sexo • Endereço • Telefone • Profissão • Hobby • Diagnóstico clínico • Diagnóstico funcional • Queixa principal • História da moléstia atual • História da moléstia pregressa • Exames Complementares Após a realização da SENSIBILIDADE A integridade sensorial é a habilidade de organizar e usar a informação sensorial. macio. O paciente deve nomear ou apontar a área estimulada. A avaliação do sistema sensorial é subjetiva e depende diretamente da cooperação do paciente. É indicado que seja feita em um ambiente silencioso e o paciente deve estar de olhos fechados. Há dois padrões de teste: distal para proximal e lado a lado; o examinador deve comparar um ao outro, e enfocar nos principais dermátomos e distribuições de nervos periféricos. Em caso de alterações, o exame deve ser repetido. Sensibilidade geral superficial: Sensibilidade tátil: testa-se com um algodão ou pincel Sensibilidade dolorosa: utiliza-se um estilete de ponta romba, que é capaz de provocar dor sem ferir o paciente. Sensibilidade térmica: utiliza-se dois tubos de vidro, um com água fria, outro com água a 45ºC Sensibilidade geral profunda: Sensibilidade barestésica: faz-se compressão digital ou manual 6 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica sensorial, muito utilizada em membros braço/plexo braquial, antebraço, punho e mão. Sensibilidade palestésica: pesquisada com diapasão de 128Hz, colocado em saliências ósseas. O que é estesiometria? Geralmente a estesiometria é utilizada para avaliar o limiar Para realizar o teste, a mão (ou membro) deve estar bem apoiada para não ativar outro sistema e alterar o teste e, durante o mesmo, o paciente permanecerá de olhos fechados, devendo informar se sente o monofilamento. O filamento é aplicado perpendicularmente á pele e pressionado suavemente até se curvar, mantendo a pressão por 1,5 segundos. Os filamentos mais finos são aplicados 3 vezes em cada ponto (azul e verde) e os demais apenas 1 vez, sendo o Sensibilidade cinética postural (artrocinética): desloca-se, suavemente, um segmento corpóreo em várias direções e, pede-se ao paciente para reconhecer a posição. A sensibilidade tátil pode ser avaliada através de estesiometria, método fácil, eficaz e com uma boa precisão desde que realizado de maneira correta 7 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica Geralmente, os filamentos são aplicados em pontos específicos de inervação (mapas) teste iniciado com o filamento verde. Caso o paciente não sinta o filamento, o seguinte é aplicado, e assim por diante, até que o paciente sinta. O procedimento deve ser previamente demonstrado em uma área do corpo do paciente onde há uma boa sensibilidade, de modo que tanto o paciente quanto o examinador se sintam confiantes nos procedimentos. Plexo Braquial 8 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica INTERPRETAÇÃO DO EXAME - ESTESIOMETRIA 9 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica DERMÁTOMOS E MIÓTOMOS 10 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica palavras ou números escrita sobre a pele estando de olhos fechados. Sensibilidade profunda: A sensibilidade profunda é avaliada através do movimento e posicionamento articular, através de descriminação de dois pontos, grafestesia, Esterognosia Descriminação de dois pontos: é um teste clássico, de fácil aplicação e baixo custo, que determina a sensibilidade tátil funcional, e a reprodutibilidade deste pode facilitar o acompanhamento do tratamento e das condutas adotadas. Grafestesia: capacidade de perceber a escrita de Esterognosia: A estereognosia gnose tátil é a capacidade de perceber e reconhecer a forma de um objeto na ausência de informações visuais e auditivas A sensibilidade pode apresentar diferentes alterações, como por exemplo: 11 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica mobilizar-se, manter controle sobre suas eliminações.Registros Normoestesia Hipoestesia Hiperestesia Anestesia sensibilidade sem alteração diminuição da sensibilidade sensibilidade abolida aumento da sensibilidade ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIA Atividades Básicas de Vida Diária (ABVDs) envolvem o auto cuidado como alimentar-se, banhar- se, vestir-se, arrumar-se, Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) – capacidade do indivíduo de levar uma vida independente dentro da comunidade onde vive e inclui a capacidade para preparar refeições, realizar compras, utilizar transporte, cuidar da casa, utilizar telefone, administrar as próprias finanças, tomar seus medicamentos. Devemos realizar questionamentos em relação as atividades de vida diária; Aplicar um índice de independência nas atividades 12 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica a trajetória do movimento (rigidez em “cano de chumbo”) e/ou um movimento que ocorre com pequenos solavancos (rigidez em roda dentada). como por exemplo, a escala de Katz e o índice de Barthel Os resultados indicam uma condição envolvendo o sistema extrapiramidal TÔNUS MUSCULAR O tônus de um músculo é a tensão na qual o músculo se encontra quando não está sendo deliberadamente tensionado. Interpretação Achados anormais • Rigidez • Espasticidade • Hipotonia Rigidez - Pode ser uma resistência ao longo de toda Espasticidade - É uma resistência que existe apenas 13 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica músculo foi interrompida, por exemplo, como o resultado de uma lesão grave de um nervode regulação da micção está no cone medular (S2-S3-S4) . Quadro clínico: Na fase aguda da lesão, encontra-se flacidez dos membros paralisados, abolição dos reflexos tendinosos e retenção urinária - choque medular, havendo recuperação entre 24 a 48 horas, podendo realizar um teste através do reflexo bulbocavernoso Infecções do trato urinário Alterações sexuais: Sexo masculino: Pode ocorrer Infertilidade, ejaculação retrógrada, disfunção erétil Sexo feminino:: Alterações de lubrificação vaginal, fertilidade preservada. 5101 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Úlceras por Pressão: Complicação comum e debilitante encontrada em pacientes com lesão medular. Podem ser responsáveis por hospitalizações e longos períodos de imobilidade. Quando a circulação é interrompida por tempo prolongado, as células morrem e surgem úlceras, geralmente, nas áreas onde os ossos são pouco protegidos por músculos; Distúrbios circulatórios: Hipotensão ortostática, trombose venosa profunda, crise autonômica hipertensiva. Complicações osteo- articulares: Osteoporose, fraturas, calcificação heterotópica Deficiências motoras e sensitivas: Controle térmico prejudicado – disfunção do controle hipotalâmico do fluxo sanguíneo cutâneo com perda da resposta termorreguladora; Deficiências respiratórias; Espasticidade 5102 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Prognóstico: A fisioterapia é fundamental para evitar ou minimizar deformidades articulares, osteopenia (diminuição da trama óssea) com fraturas secundárias e trombose venosa profunda. A incapacidade na lesão medular varia de acordo com o grau da lesão, do segmento medular e das vias nervosas e neurônios da medula envolvidos. A maioria dos pacientes apresenta melhora que se inicia a partir da primeira semana e vai até o 6º mês do trauma. A possibilidade de melhora espontânea diminui após o 6º mês. Estratégias de reabilitação instituídas precocemente podem minimizar a incapacidade a longo prazo. Fisioterapia Respiratória - facilita a eliminação de secreções e reduz a 5103 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas incidência de infecções e outras complicações pulmonares. completo para determinar o nível neurológico da lesão - avaliação do níveis sensitivos e motores que foram afetados. Exame os dermátomos; Determinação do nível neurológico da lesão - o mais baixo segmento da medula que apresenta função sensitiva e motora normais, em ambos os lados do corpo. Todas estas medidas podem reduzir a morbidade e a mortalidade, além de melhorar a qualidade de vida do paciente. Avaliação Deve-se realizar: Exame Os níveis sensitivos e motores precisam ser avaliados em ambos os lados do corpo. Deve-se verificar também: Função respiratória: função dos músculos respiratórios, expansão torácica, padrão respiratório; Avaliação da 5104 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Capacidades motoras:C2 - Occipital atrás da orelha C3 - Fossa supraclavicular C4 - Articulação acromioclavicular C5 - Epicôndilo lateral do cotovelo S1 - Borda lateral do calcâneo S2 - Fossa poplítea S3 - Tuberosidade isquial S4/S5 - Região perianal C6 - Superfície dorsal da FP do polegar C7 - Superfície dorsal da FP do dedo médio C8 - Superfície dorsal da FP do dedo mínimo T1 - Epicôndilo medial do cotovelo T2 - Sulco deltopeitoral L2 - Região medial da coxa T4 - Linha mamilar T6 - Processo xifoide T10 - Umbigo T12 - Linha média do ligamento inguinal L1 - Ponto médio entre T12 e L2 L3 - Côndilo femoral medial, acima do joelho L4 - Maléolo medial L5 - Dorso do pé no terceiro metatarsofalângica comum C5 - Flexores de cotovelo - Bícepa Braquial C6 - Extensores de punho - Extensor longo e curto C7 - Extensores de cotovelo - Triceps braquial C8 - Flexor profundo dos dedos - 3 dedo T1 - Abdutor do mínimo L2 - Flexores de quadril - Iliopsoas L3 - Extensores de joelho - Quadríceps L4 - Dorsiflexores de tornozelo - Tibial anterior L5 - Extensor longo do hálux S1 - Flexores plantares - Tríceps sural T2 - T6 - intercostais T7-T10 - Abdominais superiores T11-T12 - Abdominais inferiores pele: observação visual principalmente das regiões mais suscetíveis à pressão; Teste muscular manual (TMM); Avaliação da amplitude de movimento; Avaliação da habilidade funcional Dentre os dermátomos estão: 5105 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Devemos realizar: Continuidade do programa para os cuidados respiratórios, amplitude de movimento e posicionamento; Exercícios resistidos para todos os músculos que permaneceram inervados; Aquisição de controle postural e equilíbrio; Atividades em colchonete (rolar em todas as posições, realizar apoio ventral sobre os cotovelos, apoio ventral sobre as mãos, apoio dorsal sobre os cotovelos, adquirir postura sentada) Tratamento fase aguda: Temos como objetivos: Restabelecimento e conservação do equilíbrio vital; Prevenir complicações secundárias; Cuidados posturais; Manutenção de posições funcionais Dentre as condutas estão: Cinesioterapia; Fisioterapia respiratória; Vigilância dos esfíncteres; Treino para aquisição de posturas mais altas; Suporte psicológico; Orientação à família; Fortalecimento seletivo; Orientação para a posição vertical (mesa ortostática) Tratamento fase subaguda: 5106 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas C4: Cadeira de rodas motorizada; Dependência em AVDs, em transferências e Ortostatismo em prancha Mudanças de posição na cadeira (alívio de pressões); Transferências; Manejo da cadeira de rodas; Treino para deambulação com apoio Metas funcionais: C5: Cadeira de rodas motorizada; Semi dependência em AVDs (com adaptações); Dependência em transferências; Ortostatismo em ‘stand-in table C6: Cadeira de rodas com pinos em planos; Semi Independência nas AVDs (com adaptações); Semi dependência em transferências; Ortostatismo em ‘stand-in table’ C7: Cadeira de rodas com 5107 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas pouco funcionalpinos; Independência nas AVDs (com adaptações); Independência em transferências (com tábua); Ortostatismo em ‘stand-in table’ C8: Cadeira de rodas; Independência nas AVDs; Independência em transferências; Ortostatismo em ‘stand-in table’; Dirige carro adaptado T1-T10: Cadeira de rodas; Independência nas AVDs e transferências; Dirige carro adaptado; Órtese longa com cinto= ortostatismo T10-T12: Órtese longa com cinto + muletas = marcha L1-L2: Órtese longa com apoio isquiático + muletas = marcha para curtas e médias distâncias L3-L4: Órtese curta bilateral + muletas = marcha funcional L5: Marcha sem órteses, com muleta ou bengala em ambiente externo 5108 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas A descrição do seu nome, Esclerose Lateral Amiotrófica, significa: A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva, caracterizada por perda de neurônios motores na medula espinhal, tronco cerebral e córtex motor que reduz drasticamente a expectativa de vida do doente ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA A etiologia da doença é complexa e multivetorial, mas estudos recentes permeiam sua explicação por fatores como: Esclerose - endurecimento e cicatrização; Lateral - endurecimento da porção lateral da medula espinhal; Amiotrófica - fraqueza que resulta na redução do volume real do tecido muscular, atrofia. Genéticos; Exotocicidade; 5109 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas normalmente começam a aparecer após os 50 anos, mas também podem surgir em pessoas mais novas. Entre outros sinais e sintomas, pessoas com ELA têm: Fatores quimiotáxicos de neutrófilos; Estresse oxidativo; Lesão Mitocondrial; Fatores ambientais; Infecções Viróticas e Auto Imunidade A ELA é uma das principais doenças neurodegenerativas ao lado das doenças de Parkinson e Alzheimer. A idade é o fator preditor mais importante para a sua ocorrência, sendo mais prevalente nos pacientes entre 55 e 75 anos de idade. Ainda não existem evidências em nível mundial de tratamento que levem à cura da doença. Os sintomas da ELAPerda gradual de força e coordenação muscular; Incapacidade de realizar tarefas rotineiras, como subir escadas, andar e levantar; Dificuldades para respirar e engolir; Engasgar com facilidade; Babar; Gagueira (disfemia); Cabeça caída; Cãibras musculares; Contrações musculares; Problemas de dicção, como um padrão de fala lento ou anormal (arrastando as 5110 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Familiar: ao contrário do esporádico, esse tipo está associado ao histórico familiar, ou seja, a doença é hereditária. palavras); Alterações da voz, rouquidão; Perda de peso. Existem dois tipos da doença: Esporádico: considerado o mais comum, responde por cerca de 90% a 95% dos casos. Eles são aleatórios, ou seja, não têm causa conhecida. O tratamento da ELA envolve uma equipe multidisciplinar formada por fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, enfermeiros e neurologista. Em geral, esses profissionais desenvolvem um plano de tratamento personalizado, com terapias que melhoram a locomoção, a alimentação e a respiração. A fisioterapia tem como objetivos gerais: Otimização da função muscular ainda 5111 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas determinando intensidade, duração e repetições apropriadas para cada situação, sempre evitando que o paciente sinta fadiga e dor. Isso é muito importante, pois, exercícios excessivos, além de fadigar, podem levar à progressão da doença, com maior degeneração do neurônio motor, segundo estudos. existente; Prevenção das complicações decorrentes do desuso e da lesão; Manutenção do tônus muscular; Prevenção de possíveis quadros álgicos e edemas. Em ambos os casos, são indicados exercícios de resistência baixa a moderada, e a prescrição deverá ser feita de acordo com o quadro apresentado pelo paciente, 5112 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas para a manutenção da amplitude de movimento, para otimizar a função muscular ainda existente e para prevenir as complicações decorrentes do desuso e da lesão, para a manutenção do tônus muscular, e prevenção de possíveis quadros álgicos e edemas, realizando exercícios de preferência sem resistência Lembre-se: a fisioterapia motora deve ser indicada após uma avaliação minuciosa e individualizada, visto que a fisioterapia excessiva pode agravar os sintomas da doença. A justificativa é de que essas atividades, feitas de maneira leiga e sem o acompanhamento médico, podem provocar fadiga muscular ao exigir maior consumo de oxigênio. E uma das principais deficiências dos portadores de E.L.A. diz respeito à insuficiência respiratória e de oxigenação. O fisioterapeuta busca avaliar e prescrever exercícios 5113 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 Causas e complicações: A neuropatia é comumente caracterizada como um conjunto de patologias que acometem o sistema nervoso periférico (SNP), afetando os nervos periféricos, que são os responsáveis por encaminhar informações do cérebro e da medula espinhal para o restante do corpo. NEUROPATIAS PERIFÉRICAS Algumas complicações mais graves da Neuropatias Periféricas pode causar danos permanentes aos nervos, sendo algumas vezes um problema incapacitante e até mesmo fatal. Tendo em vista que há diversos fatores que podem estar por trás deste problema, uma análise clínica sequencial e lógica é a O aparecimento das Neuropatias Periféricas (NP) é de certo modo variável e as causas são inúmeras, pois nem sempre é fácil pontuar a causa. 114 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Quadro clínico:melhor conduta médica para o diagnóstico e o tratamento, se possível precoce. Isso se dá através da combinação do quadro clínico, do exame de eletroneuromiografia (ENMG) e dos exames laboratoriais. O quadro clínico das neuropatias periféricas possui algumas manifestações clínicas das NP que variam muito. Algumas manifestações clínicas podem ter diversas combinações quanto a presença e a intensidade dos sinais e sintomas sensitivos, autonômicos e motores, seguindo a fibra que é acometida. Em grande parte, é possível a definição da etiologia da neuropatia, permitindo assim saber o prognóstico e o tratamento da doença. Epidemiologia: A prevalência das Neuropatias Periféricas (NP) no mundo é em torno de 2 a 4%. Nota-se que em pessoas com idade superior a 55 anos a prevalência aumenta para 8%. 5115 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Alguns parâmetros devem ser considerados na avaliação e na classificação das Neuropatias Periféricas, dentre eles, destacam-se: a velocidade de instalação que pode ser classificada como aguda, subaguda e crônica; e o tipo de fibra nervosa envolvida: motora, sensitiva, autonômica ou mista. Isso vai revelar quais são as possíveis complicações. paciente pode ter mais de uma fibra acometida, no caso das fibras mistas. Caso um indivíduo tenha a fibra nervosa motora prejudicada, o paciente poderá apresentar dores musculares, alterações dos reflexos osteotendíneos, dentre outros, além disso, o Ademais, o tamanho da fibra nervosa envolvida: grossa, fina ou mista também é importante, visto que os sinais e sintomas poderão revelar qual tipo de fibra foi acometido: as fibras grossas irão causar problemas na sensibilidade vibratória, no tato de pressão (protopático) e até mesmo na propriocepção. Já as fibras finas, terão comprometimento, principalmente, da dor e da temperatura. 5116 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Outro parâmetro a ser considerado é a distribuição, sendo proximal, distal e difusa. Tal fato irá determinar o local onde a fibra será comprometida. Ademais, o padrão de acometimento nervoso também é relevante, podendo ser mononeuropatia, mononeuropatia múltipla, polineuropatia. macrófagos. Na desmielinização segmentar há acometimento interno isolado ou múltiplo da bainha de mielina. O último fator é a patologia, que pode ser classificada quanto a degeneração axonal, desmielinização segmentar ou mista. Na degeneração axonal não há modificações que indiquem degeneração dos axônios, tais como restos de mielina em células de Schwann ou Ao se avaliar o panorama clínico, nos pacientes em que a história e o exame neurológico sugerem o diagnóstico de Neuropatias Periféricas, a confirmação pode ser realizada pelo 5117 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas exame de eletroneuromiografia (ENMG). Na fibra nervosa, o elemento que é considerado mais suscetível é a mielina, acometida de forma primária ou secundária. Como dito anteriormente, a degeneração focal da bainha de mielina com preservação do axônio é chamada de desmielinização segmentar. Pode-se, então, classificar a distribuição do acometimento periférico, podendo ser mononeuropatia, mononeuropatia múltipla ou polineuropatia, tal como o tipo de acometimento fisiopatológico, seja ele axonal ou desmielinizante. Já o estudo anatomopatológico mostra diversos processos distintos que podem estar presentes em várias combinações em um mesmo paciente. São eles: degeneração walleriana, desmielinização segmentar e degeneração axonal A mononeuropatia ou mononeurite, é um tipo de 5118 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 neuropatia que só acarreta um único nervo periférico ou craniano. É importante que haja a diferenciação da neuropatia periférica da neuropatia autonômica. Essa diferenciação é feita por meio da limitação da extensão, haja vista que a mononeuropatia é um trauma localizado. Geralmente, a neuropatia do nervo ulnar é uma das mais comuns, devido a compressão na região do cotovelo. A mais comum é a síndrome do túnel do carpo, provocada pela compressão do nervo mediano no túnel carpiano. As doenças neuromusculares incluem um grupo de enfermidades de etiologia hereditária ou adquirida, muitas vezes com caráter progressivo, que podem afetar os componentes do sistema nervoso periférico , responsável por conduzir as informações de movimento e sensibilidade através da medula espinal, dos nervos e músculos. O comprometimento dessas estruturas pode ocasionar doenças específicas, tais como: DOENÇAS NEUROMUSCULARES -Doenças do neurôniomotor; 119 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Dentre as doenças neuromusculares estão: -Radiculopatias -Plexopatias -Ganglionopatias -Neuropatias periféricas -Miastenia gravis -Miopatias são relativamente raras, mas quando somadas afetam um número expressivo de pacientes, com comprometimento significativo da qualidade de vida. As doenças neuromusculares Podem se desenvolver em todas as etapas da vida humana: infância, adolescência, adultos e idosos, em ambos os sexos. Apesar de potencialmente incapacitantes, na maioria dos casos não afetam as aptidões intelectuais ou cognitivas dos seus portadores. Estes são diariamente confrontados com diversas dificuldades 5120 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 que, com o apoio de uma equipe multidisciplinar especializada, podem ser minimizadas. Esta anamnese é seguida por um exame clínico que avaliará sinais de: Fraqueza muscular Alterações dos reflexos Anormalidades sensitivas e autonômicas, bem como informações sobre dor e prejuízo funcional. A avaliação de um paciente com doença neuromuscular se inicia com uma anamnese, ou seja, um histórico completo, que inclui a duração e a progressão dos sintomas, os antecedentes pessoais, sociais e familiares, comportamentos e hábitos. A hipótese diagnóstica pode ser confirmada através de testes específicos, como exames de imagem 121 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Tratamento: secreção e os pulmões devidamente expandidos. Mesmo quando não há um tratamento definitivo para a doença, há muito o que fazer para melhorar a qualidade de vida e a independência desses pacientes. A reabilitação tem importância fundamental. Um paciente com doença neuromuscular vai necessitar por exemplo, de exercícios físicos adequados e especificamente indicados para o seu caso. A função respiratória, da mesma forma, pode ser melhorada por meio de exercícios e equipamentos que auxiliam a manter as vias respiratórias livres de As atividades de vida diária, como autocuidados e de trabalho, frequentemente podem ser facilitadas quando indicadas adaptações que melhoram sua funcionalidade. Quando há dificuldades para deglutir, a avaliação profissional permite implementar terapias e 5122 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas orientar a tomada de refeições de maneira segura, que garantam o aporte nutricional adequado ao paciente. ma equipe interdisciplinar com diferentes especialistas, engajada na melhora de cada indivíduo, faz grande diferença na evolução dessas doenças. 5123 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas NeuroplasticidadeNeuroplasticidade 5 A capacidade de alterar sua função, seu perfil químico ou a estrutura do neurônio é designada como neuroplasticidade orientar a tomada de refeições de maneira segura, que garantam o aporte nutricional adequado ao paciente. Uma equipe interdisciplinar com diferentes especialistas, engajada na melhora de cada indivíduo, faz grande diferença na evolução dessas doenças. NEUROPLASTICIDADE Conexões neurais estão continuamente sendo estabelecidas e desestabelecidas, todas modeladas por nossas vivências e nossos estados de saúde ou doença. A Neuroplasticidade inclui três processos: -Habituação -Aprendizado e memória -Recuperação celular após lesão 125 NeuroplasticidadeNeuroplasticidade estão mais presentes. Entretanto, a repetição prolongada da estimulação pode gerar alterações permanentes – o número de conexões sinápticas diminui Habituação É uma das formas mais simples da plasticidade. É uma diminuição da resposta a um estímulo benigno repetitivo. Ex: resposta a estímulo doloroso leve (habituação do reflexo flexor devido a uma diminuição da atividade sináptica entre os neurônios sensoriais e os interneurônios) Alterações imediatas na liberação de neurotransmissores e na sensibilidade dos receptores pós-sinápticos levam a uma resposta diminuída a Sabe-se que com a habituação há uma diminuição na liberação de neurotransmissores excitatórios; Após alguns segundos de repouso, os efeitos da habituação já não 5126 NeuroplasticidadeNeuroplasticidade Repetição da tarefa diminui o número de conexões sinápticas a serem ativadas no cérebro durante a execução das mesmas. estímulos específicos repetidos. Aprendizado e memória: Lesões que danificam ou seccionam os axônios de neurônios causam alterações degenerativas, mas podem não ocasionar a morte da célula. Envolvem alterações persistentes e duradouras na potência das conexões sinápticas. Ex: fases iniciais do aprendizado motor há muitas repetições, diminuindo a região cortical ativada devido ao aprendizado e memória. Recuperação celular após lesão: Alguns neurônios podem regenerar seu axônio (periféricos), sendo que ao destruir o corpo celular há morte neuronal. 5127 NeuroplasticidadeNeuroplasticidade ramos restantes recebem todos os neurotransmissores, liberando uma quantidade maior de neurotransmissores nos receptores pós-sinápticos Após a morte celular existe alterações e recuperação da lesão Alterações sinapticas: Recuperação da eficácia sináptica: Ex: compressão do corpo celular ou axônio de um neurônio por edema. Hipersensibilidade de denervação: Após destruição de terminais pré sinápticos, novos receptores são formados no neurônio pós- sináptico. Hipereficácia sináptica: Ocorre quando são destruídos apenas alguns ramos do axônio pré-sináptico, os Desmascarar de sinapses silenciosas: A destruição de uma via pode acarretar na ativação de sinapses antes silenciosas (inativas). 5128 NeuroplasticidadeNeuroplasticidade do córtex sensorial à estimulação excessiva e vice versa Reorganização Funcional do Córtex Cerebral Há justes contínuos das áreas corticais ativadas. As áreas de representação cortical, denominadas mapas corticais, podem ser modificadas por estímulos sensórias, experiência e aprendizado e após lesões corticais. Existe alterações na liberação de Neurotransmissores relacionadas à Atividade. A estimulação repetida de vias somatossensoriais pode causar aumento em neurotransmissores inibitórios, ocasionando menor resposta 5129 NeuroplasticidadeNeuroplasticidade Conteúdo produzido por Dadlla Pereira Dadlla Pereira Ribeirão Preto - SP 2024 Direitos reservados. É proibida a venda ou reprodução total ou parcial deste e-book, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros, sem permissão por escrito do editor. @Fatosdafisioterapiaa FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL 5130periférico ou danos agudos do trato corticoespinhal, o tônus muscular não estará presente durante uma parte da trajetória do movimento e o ponto em que ocorre varia. Após uma flexão persistente, a perda da resistência acontece de forma abrupta (rigidez em canivete). Este achado indica o envolvimento da via corticoespinhal (sistema piramidal). Hipotonia: O paciente não é capaz de manter qualquer tônus muscular Normalmente, mesmo quando um paciente está relaxado o músculo está ligeiramente contraído. No entanto, se a condução sensorial para o COORDENAÇÃO MOTORA Coordenação motora é a capacidade que uma pessoa tem de realizar movimentos articulados com os músculos esqueléticos, permitindo que a mesma domine seu corpo no espaço e controle seus movimentos. Ou seja, a coordenação é a capacidade de sincronizar vários movimentos por meio do cérebro, músculos e 14 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica jogo de basquete.articulações A coordenação motora pode ser dividida em quatro categorias, sendo elas: Coordenação Motora Geral – Faz com que o indivíduo consiga dominar seu próprio corpo e controlar todos os movimentos. É essencial para andar, pular e realizar outros exercícios do tipo. Coordenação Motora Específica – Faz com que o indivíduo controle os movimentos específicos para realizar um tipo determinado de atividade, como chutar uma bola ou participar de um Coordenação Motora Grossa – Envolve principalmente grandes grupos musculares, podendo ser desenvolvida a partir da prática de atividades físicas. 15 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica Pacientes com distúrbios da sensibilidade profunda não conseguirão atingir o alvo, ou o fazem de modo imperfeito, com a particularidade de agravar a ataxia ao fecharem os olhos. Pode-se utilizar variantes da prova índex-nariz como: índex-lobo da orelha; índex-nariz do examinador. Coordenação Motora Fina: Relaciona-se com atividades que exigem muita precisão, envolvendo músculos menores, como escrever, costurar A coordenação muscular (taxia) é proporcionada pela sensibilidade profunda e cerebelo. Analisaremos a seguir a coordenação dinâmica: Prova índex-nariz: Pede-se ao paciente para estender o braço e, em seguida, tocar a ponta do nariz com o dedo indicador. Inicialmente o paciente deve estar com os olhos abertos, e posteriormente fechados. Prova calcanhar-joelho: Paciente em decúbito dorsal com ambos os membros inferiores estendidos, pede-se para o paciente tocar o joelho com a ponta do calcanhar do lado oposto. 16 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica atento ao realizar a prova, evitando que a continuidade do movimento machuque o paciente. A prova deve ser repetida diversas vezes, com olhos abertos e fechados. Pode-se sensibilizar a prova pedindo para o paciente deslizar o calcanhar ao longo da crista da tíbia após tocar o joelho. Prova de Stewart-Holmes: Paciente sentado, pede-se para realizar flexão do antebraço contra resistência feita pelo examinador. O examinador bruscamente relaxa a resistência; em caso de distúrbio cerebelar o paciente terá assinergia muscular (não parando o movimento), de modo à continuar a flexão e bater o braço na região peitoral. O examinador deve estar 17 Motricidade Voluntária: SISTEMA MOTOR A avaliação da força muscular analisa a capacidade do paciente de Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica Semiotécnica: o paciente realiza movimentos da motricidade voluntária, e o examinador faz oposição aos mesmos, comparando os dimídios, avaliando a força de cada movimento. Como se trata de uma avaliação comparativa, a experiência do examinador auxilia em um exame fidedigno. Deve-se fazer uma avaliação individual dos movimentos com os grupos Flexão, extensão, abdução e adução contra a gravidade e a favor da gravidade. Ou podemos utilizar as chamadas provas deficitárias: 18 movimentar voluntariamente o sistema osteoarticular por meio dos músculos. A escala mais utilizada é a do Medical Research Council, listada abaixo. musculares: Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica chamadas provas deficitárias: Manobra de Mingazzini, semiotécnica: Paciente de olhos fechados, estende os braços e os mantém estendidos em pronação por 30 segundos. A prova será deficitária (positiva) caso o membro superior caia. A manobra de Mingazzini pode ser realizada nos membros inferiores: o paciente fica em decúbito dorsal, com os olhos fechados e com as pernas em posição ginecológica (90/90), deve-se manter-se na posição por 30 segundos. Prova de Barré, semiotécnica: Paciente em decúbito ventral com as pernas flexionadas em 45º, manter-se na posição por 30 segundos Podemos realizar também outros testes, como: Prova da queda do membro inferior em abdução; Sinal da pronação; Sinal do quinto dedo REFLEXOS Os reflexos são uma parte fundamental da avaliação, onde é realizada com o martelo neurológico, e pesquisa reflexos profundos e superficiais. Martelo de reflexos: 19 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica Reflexos Cutâneos ou Superficiais Deve-se observar o limiar de deflagração da resposta; a latência da resposta; amplitude da resposta; tamanho da área reflexora e número de respostas Os reflexos profundos podem ser graduados com cruzes: 0 → arreflexia + → Hiporreflexia ++ → Reflexo normal +++ →Reflexo aumentado ++++ → Hiperreflexia ou clônus São respostas à estimulação da pele ou de mucosas. São produzidos em resposta a um estímulo cutâneo superficial, com toque leve. A resposta ocorre na mesma área geral de aplicação do estímulo (sinal local). São polissinápticos, e a resposta ao estímulo é mais lenta que a do estiramento. Exemplos desses reflexos martelo neurológico, e pesquisa reflexos profundos e superficiais. Reflexo palmar (C6-T1): 20 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica 5 Reflexos abdominais superficiais: passa-se levemente na linha mediana dos três andares abdominais, a contração do músculo reto do abdome estimula desvio do umbigo (altura de T10) para o lado estimulado. faz-se um estímulo deslizante através da palma, seguido pela flexão dos dedos ou fechamento da mão. Quando exagerado é denominado reflexo de preensão. Inervado pelos nervos mediano e ulnar. pontiagudo, normalmente feito com abaixador de língua, inicia-se na parte lateral da planta do pé subindo em direção a parte medial. O reflexo esperado é a flexão dos dedos. Será positivo quando o paciente estender o primeiro pododáctilo ou abrir os dedos em leque (realizar extensão) Reflexo cutâneo plantar (L5 S1): paciente em decúbito dorsal com pernas estendidas. Com objeto 21 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica 5 O equilíbrio estático depende da integridade de três sistemas aferentes: propriocepção, visão e função vestibular. Quando duas destas funções estão íntegras, o equilíbrio se mantém. Tradicionalmente utiliza-se o sinal de Romberg, criado em 1851, para avaliar a função proprioceptiva do paciente. fixando o olhar a um ponto fixo a uma distância de 60 cm do paciente, ficando nessa posição por 60 segundos. O paciente fecha os olhos e mantém-se na posição por mais 30 segundos. Este teste afere a função proprioceptiva com e sem a função visual. Para o teste ser positivo basta que o paciente tenha uma latência para um dos lados, indicando disfunção vestibular homolateral.Sinal de Romberg Paciente preferencialmente sem sapatos, com tornozelos encostados um no outro. O examinador deve realizar mandatoriamente o teste de forma sensibilizada, o = EQUILÍBRIO Equilíbrio Estático Braços cruzados em frente ao tórax. Inicialmente o paciente mantém-se de olhos abertos, 22 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica 5 Na mesma posição inicial do primeiro exame, pede-se que o paciente alinhe em uma linha vertical pé ante pé, de forma a reduzir a base de sustentação corpórea, tornando o teste mais difícil. Solicita-se ficar de olhos abertos por 30 segundos, e fechados por mais 30 segundos. O teste é dado como positivo e encerrado quando o paciente move algum dos braços ouos pés. É importante salientar que o teste pode ser positivo sem indicação de doença em pacientes com mais de 65 anos. Nesta etapa observamos a marcha do paciente, é solicitado ao paciente para que este ande pelo consultório e sente-se novamente. Equilíbrio Dinâmico chamado Romberg pé ante pé (romberg tandem ou sharpened) 23 Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica 5 Para avaliação de equilíbrio, também podemos utilizar o teste de alcance funcional, Timed up and go (TUG), MOBILIDADE 24 A mobilidaade pode ser avaliada através da goniometria, onde vamos verificar a amplitude de movimento apresentada pelo paciente e comparar com valores normais. Avaliação NeurológicaAvaliação Neurológica 525 MarchasMarchas PatológicasPatológicas 5 Marchas patológicas são formas de caminhar com características específicas, causadas diversas doenças. Sua observação pode facilitar o fisioterapeuta a identificação deste algumas patologias. Existem oito tipos de marchas patológicas básicas que podem ser atribuídos a condições neurológicas: hemiplégica, espástica, neuropática, miopática, parkinsoniana, coreiforme, atáxica (cerebelar) e sensorial. A observação dessa marcha é um aspecto importante do diagnóstico que pode fornecer informações sobre diversas condições musculoesqueléticas e neurológicas. 27 Marchas PatológicasMarchas Patológicas 5 O paciente fica em pé com fraqueza unilateral no lado afetado, braço flexionado, aduzido e rodado internamente. Perna do mesmo lado está em extensão com flexão plantar do pé e dedos dos pés. Ao caminhar, o paciente mantém o braço de lado e arrasta a perna afetada em semicírculo (circundução) devido à fraqueza dos músculos distais (pé caído) e hipertonia extensora do membro inferior. Essa marcha é mais comumente visto em acidentes vasculares cerebrais. Com hemiparesia leve, a perda do balanço normal do braço e leve circundução podem ser as únicas anormalidades. MARCHA HEMIPLÉGICA MARCHA PARKINSONIANA Nessa marcha patológica, o paciente apresentará rigidez e bradicinesia. Ele ou ela ficará inclinado com a cabeça e o pescoço para a frente, com flexão nos joelhos. Toda a extremidade 28 Marchas PatológicasMarchas Patológicas 5 superior também está em flexão, com os dedos geralmente estendidos. O individuo caminha com pequenos passos lentos conhecidos por marcha festinante (caminhada de pequenos passos). O paciente também pode ter dificuldade para iniciar as etapas e pode apresentar uma inclinação involuntária para dar passos acelerados, conhecida como festinação. MARCHA ESPÁSTICA Pacientes com esse tipo de marcha patológica apresentam envolvimento de ambos os lados com espasticidade pior nas extremidades inferiores do que nas extremidades Essa marcha é observada na doença de Parkinson ou em qualquer outra condição que causa parkinsonismo, como efeitos colaterais de drogas. 29 Marchas PatológicasMarchas Patológicas Imagem desmonstrativa: superiores. O paciente caminha com uma base anormalmente estreita, arrastando ambas as pernas e raspando os dedos do pé. Essa marcha é observada em lesões periventriculares bilaterais, como as observadas na paralisia cerebral. Há também uma rigidez extrema característica dos adutores do quadril, que pode fazer com que as pernas cruzem a linha média, conhecido como marcha em tesoura MARCHA NEUROPÁTICA Pacientes com paralisia cerebral podem ser submetidos à cirurgia de liberação dos adutores do quadril para minimizar a tesoura. Visto em pacientes com pé caído (fraqueza na dorsiflexão do pé), a causa dessa marcha patológica se deve à tentativa de levantar a perna suficientemente alto durante a caminhada para que o pé não arraste no chão. 530 Marchas PatológicasMarchas Patológicas MARCHA MIOPÁTICA Se unilateral, as causas incluem paralisia do nervo fibular e radiculopatia L5. Se bilateral, as causas incluem esclerose lateral amiotrófica, doença de Charcot-Marie- Tooth e outras neuropatias periféricas, incluindo aquelas associadas ao diabetes não controlado. Os músculos do quadril são responsáveis por manter o nível da pelve ao caminhar. Se você tem fraqueza em um lado, isso levará a uma queda na pelve no lado contralateral da pelve durante a caminhada, com fraqueza bilateral, você terá o gingado. Essa marcha é observada em pacientes com miopatias, como distrofia muscular. 531 Marchas PatológicasMarchas Patológicas 5 MARCHA COREIFORME Neste tipo de marcha patológica podemos observar certos distúrbios dos gânglios da base, incluindo coreia de Sydenham, doença de Huntington e outras formas de coreia, atetose ou distonia. O paciente apresentará movimentos irregulares, espasmódicos e involuntários em todas as extremidades. Caminhar pode acentuar seu distúrbio de movimento basal. marcha é descrita como movimentos desajeitados e cambaleantes com uma marcha ampla. Enquanto está parado, o corpo do paciente pode balançar para frente e para trás e de um lado para o outro, o que é conhecido como titubação. Os pacientes não conseguem andar do calcanhar aos dedos do pé ou em linha reta. A marcha da intoxicação alcoólica aguda será semelhante à marcha da doença cerebelar. MARCHA ATÁXICA Mais comumente observada na doença cerebelar, essa Imagem ilustrada demonstrando a marcha atáxica para um melhor entendimento, uma melhor assimilação do conteúdo 32 Marchas PatológicasMarchas Patológicas 5 MARCHA SENSORIAL Quando nossos pés tocam o solo, recebemos informações propioceptivas para nos dizer sua localização. A marcha sensorial atáxica ocorre quando há perda dessa entrada propioceptiva. Em um esforço para saber quando os pés pousam e sua localização, o paciente vai bater o pé com força no chão para senti-lo Esse tipo de marcha patológica às vezes também é chamada de marcha pisoteada, pois os pacientes podem levantar as pernas muito alto para atingir o solo com força, logo essa marcha pode ser observada em distúrbios das colunas dorsais (deficiência de B12 ou tabes dorsalis) ou em doenças que afetam os nervos periféricos (diabetes não controlada). 33 Marchas PatológicasMarchas Patológicas Em sua forma grave, essa marcha pode causar uma ataxia que se assemelha à marcha atáxica cerebelar. DoençasDoenças NeurológicasNeurológicas 5 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO funcionais e qualidade de vida do paciente, trazendo a ele diversas limitações e com isso, uma menor funcionalidade. Na maioria dos casos, devido a grande limitação que o AVC trás, ele afasta o paciente do convívio com outras pessoas, podendo o levar a exclusão social e depressõo. O Acidente Vascular Cerebral (ou encefálico) (AVC ou AVE) ou popularmente chamado “derrame cerebral" é uma emergência médica em que parte do cérebro é privado de oxigênio. Ocasionado por um déficit neurológico, geralmente focal, de instalação súbita ou com rápida evolução, de insuficiência vascular do cérebro de origem arterial: espasmo, isquemia, hemorragia, trombose. 35 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Essa afecção afeta de forma significativa as atividades existem subtipos dele, como: Essa disfunção afeta em maior parte a população idosa, sendo que 20% dos AVC’s, ocorrem em indivíduos 65 anos, atingindo em maior parte a raça negra e o sexo masculino. 85% dos acidentes vasculares encefálicos têm origem isquêmica, 15% restantes são hemorrágicos. O AVC é a Terceira causa de morte no mundo. Há dois tipos de AVC, porém O AVC isquêmico Ocorre devido a uma falta de irrigação sanguínea (por obstrução parcial ou total de uma artéria) em um determinado território cerebral, causando morte de tecido nervoso Tipos de AVCI: -Embólico -Trombótico -Lacunar Em relação a fisiopatologia do AVC, o tecido nervoso 536 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Lacunar Trombótico Embólico Hemorrágico Cerebral (Intracerebral) Meníngeo (Subaracnóide) 5 possui aporte sanguíneo e células nervosas ativas que não possuem reservas. A interrupção sanguínea leva a falta de oxigênio e glicose, altera o metabolismo e leva a uma parada da atividadefuncional da área do cérebro afetada. Dentre as principais causas do acidente vascular estão: Tipos de AVCH -Cerebral -Meningeo -Trombos; -Embolismo; -Traumatismo craniocervical; -Hipertensão arterial; -Enfarte -Hemorragia cerebral; -Meningite/encefalite -Crises convulsivas; -Enxaqueca; -Hiper e hipoglicemia; -Abuso de drogas; -Trauma; -Tumores; -Malformação arteriovenosa; O AVC hemorrágico ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano, levando a uma hemorragia e a formação de um coágulo. 37 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas -Abcessos; -Doença hematológica; -Agentes anticoagulantes; -Hemorragia secundária; -Histórico familiar de AVC; -Predisposição genética; -Esclerose múltipla -ETC Cefaléias sentinelas; Rigidez de nuca; Alteração do nível de consciência; Déficit neurológico; Convulsões – 25% -Hipertensão arterial; -Doença cardíaca; -Colesterol elevado; -Tabagismo e bebidas alcool; -Estresse; -Diabete melitos; -Idade; -Dieta rica em sal e gorduras; -Anticoncepcionais orais; -Sedentarismo; -Obesidade. Dentre os principais sinais e sintomas estão: Tríade clássica: cefaléia súbita, náuseas e vômitos; Fatores de risco do AVC: Sinais indicativos: 538 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Os sintomas, sinais e gravidade dependem do local afetado, extensão da lesão e possibilidade de estabelecimento de fluxo colateral. O tratamento fisioterapêutico é fundamental após o AVCAVE, sendo que durante o processo de reabilitação, o paciente vai buscar reaprender a utilizar o segmento corporal acometido pelo AVC, voltando a realizar suas atividades de vida diária. Dentre os objetivos da reabilitação estão: Aumentar tolerância a posições e atividades; Diminuir o risco de -Perda de força; -Cefaléia súbita; -Alteração visual; -Dificuldade de equilíbrio; -Perda da fala; -Alteração da sensibilidade; -Instabilidade; -Vertigem súbita; -Náuseas ou vômitos; -Aumento da fadiga; -Mudanças na personalidade, emoções ou humor 539 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Imagem demonstrativa: 5 comprometimentos secundários; Manutenção e melhora da integridade e mobilidade articular; Adequar e melhorar a consciência em relação ao lado hemiplégico; Melhorar a função motora (aprendizado motor); Melhorar o controle do tronco e o equilíbrio; Adequar a ação muscular; Ganhar independência funcional nas AVDs; Possibilitar o conhecimento e a consciência em relação à patologia, seu diagnóstico, prognóstico, metas, resultados; Determinar as necessidades de adaptação ambiental; Melhorar a sensação de bem-estar; Reabilitação durante a fase flácida (metas) Minimizar os efeitos das anormalidades de tono; Manter ADM normal e impedir deformidades; Melhorar as funções respiratórias; Estimular atividades funcionais; Promover a conscientização, Movimentação ativa e o uso do lado hemiparético; Melhorar o controle do tronco e o equilíbrio na posição sentada; Iniciar as atividades de cuidados pessoais Reabilitação durante a fase flácida Nessa fase, é importante a 40 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas – Movimentação passiva – Ponte – Rolamento – Exercícios de tronco – Transferências Minimizar os efeitos da espasticidade e promover um equilíbrio dos antagonistas; Manter ADM e impedir deformidades; Promover o uso funcional e a reintegração do lado parético, e o controle dos movimentos seletivos.; Melhorar o controle postural e equilíbrio; Desenvolver independências; Melhorar a resistência cardiorrespiratória. realização das seguintes condutas: 1.Posicionamento 2.Mudanças de posições 3.Ex de exercícios no leito: Reabilitação durante a fase flácida (metas) Reabilitação durante a fase flácida Adequação do tono Estimulação Sensorial: Estímulos facilitatórios nos antagonistas ao padrão 541 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas no membro superior; Controle e ativação do membro superior; Treino de marcha (inibição recíproca): Exteroceptivo: escovação, uso repetitivo de gelo; Estímulos inibitórios: Imersão com gelo; Tala; Terapia de restrição para indução do movimento Inibição do padrão flexor membro superior; Transferência lateral – controle do tronco e equilíbrio; Descarga de peso Sem ação dos sinergistas, minimizar a marcha ceifante. – Transferências de peso – Inibição da espasticidade – Dissociação de cinturas – Equilíbrio – Diferentes trajetos – Uso de dispositivos auxiliares. – Treino com obstáculos – Fortalecimento muscular - Uso da esteira - Marcha simétrica - Descarga de peso - Dissociação de cinturas - Suporte parcial de peso 542 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. Deve-se trabalhar também o Equilíbrio; Descarga de peso unilateral; Tratamento para subluxação de ombro – Mobilização escapular – FES – Fortalecimento muscular – KinesioTaping Orientações pata facilitação de tarefas também devem ser feitas, assim como para transferências da cama para cadeira PARKINSON É causada pela perda de neurônios no SNC em região conhecida como substância 43 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Sabe-se que os sintomas da doença devem-se à degeneração dos neurônios da substância negra, no entanto, na maioria das vezes, é desconhecido o motivo que leva a essa degeneração. negra. Os neurônios dessa região sintetizam o neurotransmissor dopamina (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas). A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática. Na falta da dopamina, na região da substância negra, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos da doença. Causas: A DP é também chamada de parkinsonismo primário ou idiopático porque é uma doença para a qual nenhuma causa conhecida foi identificada. 544 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas anos, sendo raro antes dos 20 anos (parkinson juvenil), acometendo em maior parte a população masculina. Em relação ao risco de desenvolvimento da doença, 1 em cada 40 é a proporção Doença de Parkinson primária (ou idiopática) e secundária. O parkinsonismo primário envolve a perda de neurónios pigmentados na substância negra, também conhecida por paralysis agitans. O parkinsonismo secundário é causado por doenças que não Parkinson, isto é, traumas, infecções, neoplasma, aterosclerose, toxinas, intoxicação por fármacos, encefalites, doenças vasculares. No geral a doença acomete indivíduos com mais de 50 Os fatores que podem desencadear a síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo, são: 545 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas acinesia refere-se à dificuldade para iniciar o movimento. A bradicinesia refere-se a lentidão e dificuldade de realizar o movimento. Doença de Parkinson primária (ou idiopática) e secundária. Manifestações clínicas: Uso exagerado e contínuo de medicamentos; Trauma craniano repetitivo ( lutadores de boxe); Isquemia cerebral; Frequentar ambientes tóxicos (indústria de manganês); Rigidez: é uma das marcas clínicas da DP, os pacientes se queixam de “peso” e “dureza” dos membros, a rigidez é definida como resistência ao movimento passivo que não depende da velocidade; Acinesia e Bradicinesia: a Tremor: é o sintoma inicial da DP, consiste em uma oscilação involuntária de uma parte do corpo, ocorrendo à baixa frequência, cerca de 4 a 7 ciclos por segundo. 546 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Característica faciais: a expressa facial é como uma face em mascara com piscar infrequente e falta de expressão. Complicações: Pobreza dos movimentos: há uma diminuição geral no número total e na excursão dos movimentos Fadiga: dificuldade para manter a atividade e experimenta o aumento da fraqueza e letargia a medida que vai passando o dia. Distúrbios da marcha: caracterizado por pobreza de movimentos e diminuição da velocidade, os movimentos de quadril, joelho e tornozelo são reduzidos com falta deextensão nas três 547 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Disfunções autonômicas: problemas comuns incluem respiração excessiva, pele oleosa, aumento da salivação, disfunção de bexiga e impotência. articulações. A fase de apoio e apoio duplo são mais longas. O posicionamento encurvado pode contribuir para o desenvolvimento da marcha festinada. Complicações: Disfunções cardiovasculares: as anormalidades podem incluir a hipotensão ortostática e pressão arterial baixa em repouso, e também arritmias cardíacas como resultado da toxidade da L-dopa. O diagnóstico precoce da DP é difícil de ser obtido. O diagnóstico é feito com 548 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Existem diversas técnicas que auxiliam, como: Técnica de FNP de iniciação rítmica (movimentos progridem de passivo para ativo-assistido para levemente resistidos ou ativo); Exercícios de flexibilidade – tanto exercícios de ADM passivos e ativos; Exercícios de mobilidades – padrões de movimentos que envolvam vários segmentos do corpo ao mesmo tempo; Atividades de equilíbrio – movimentos de transição (sentado para em pé ou semi ajoelhado para em pé); Exercícios respiratórios – exercícios de respiração diafragmática, técnicas de transferência de ar, exercícios base na história e no exame clínico, amostras de escrita à mão, análise da fala e o exame físico são usados no estágio pré-clínico para detectar as primeiras manifestações. A fisioterapia é fundamental para os indivíduos que possuem essa disfunção, auxiliando nos sintomas apresentados. 549 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 que recrutem os músculos do pescoço, ombro e tronco; Exercícios para amplitude de movimento; Exercícios de mobilidade: deve basear-se nos padrões de movimentos funcionais que envolvam os diversos segmentos corporais, enfatizando-se os movimentos extensores, abdutores e rotatórios; Treinamento de marcha: este treinamento busca suplantar as seguintes deficiências primarias: deambulação festinada e arrastada, mau alinhamento postural e reflexos posturais anormais; TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO Ò traumatismo craniano pode ser caracterizado por agressão ao cérebro, não de natureza degenerativa ou congênita, mas causada por uma força física externa, que pode produzir um estado diminuído ou alterado de consciência ou do funcionamento motor, podendo provocar comprometimento funcional parcial ou total. 50 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas O traumatismo cranioencefálico (TCE) é considerado a maior causa de morte e incapacidade em todo mundo, principalmente entre adultos jovens. (1 aos 44 anos). Entende-se por TCE qualquer agressão de ordem traumática que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou seus vasos. No Brasil, estima-se que mais de um milhão de pessoas vivam com sequelas neurológicas decorrentes do TCE Em relação a sua classificação, ela pode ser da seguinte forma: -Fechado ou contuso -Fratura com afundamento -Fratura exposta Fechado ou contuso: Caracterizado quando não há ferimentos no crânio, ou existe apenas fratura linear que não acarrete desvio da 551 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas estrutura óssea. Lesões difusas: Acometem o cérebro como um todo e, usualmente ocorrem por forças que levam a rotação do encéfalo dentro da caixa craniana. Fratura com afundamento: Couro cabeludo e músculo pericrânio estão íntegros, porém o fragmento do osso fraturado se encontrará afundado, podendo comprimir ou lesionar o cérebro. Fratura exposta: A fratura exposta do crânio é denotada pela evidência de laceração do couro cabeludo e músculo pericrânio. Concomitante a isso, existe comunicação direta entre o a região externa do crânio com o parênquima cerebral, através dos fragmentos ósseos e pela duramáter também lacerada Mecanismo do TCE Lesões focais: Compostas por hematomas- intra ou extracerebrais, que acometem apenas uma região do cérebro 552 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 A Lesão cerebral pode ser causada por: da substância cinzenta e lesões difusas da substância branca -Lesões corto-contusas; -Perfurações -Fraturas de crânio -Golpe -Contragolpe Tipos de traumatismos (Fisiopatologia) Golpe: lesões no local do impacto (contusão cerebral) Contragolpe: lesões distantes da parte do cérebro que recebeu o golpe. Lesão primária: inclui fraturas do crânio, contusões Lesão secundária: inclui edema cerebral, hematoma intracraniano, hipoxia cerebral e isquemia. Lesões fechadas: Comoção; Contusão; Hematoma 53 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 Comoção: Perda da consciência em consequência de um golpe na cabeça”. Extradural: entre a placa óssea do crânio e a duramáter. Contusão: Com objeto pequeno: hemorragia imediata debaixo do lugar de impacto. Com objeto grande: pode romper os vasos sanguíneos que unem o cérebro e as meninges. Hemorragias: Na hemorrogia, há derrame de sangue por ruptura de algum vaso sanguíneo (sangue nas meninges). Subdural: entre a duramáter e as aracnoides Índices de gravidade: A profundidade e a duração do 54 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas coma são consideradas como índices de gravidade de TCE pontuação inicial igual ou inferior a 8 na Escala de Coma de Glasgow. Leve: quando o distúrbio fisiológico da função cerebral, induzido pelo trauma, é manifestado por ao menos um dos sintomas de qualquer período de perda de consciência ou memória; pontuação inicial de 13 a 15 na Escala de Coma de Glasgow; Moderado: pontuação inicial de 9 a 12 na Escala de Coma de Glasgow; amnésia pós- traumática de 1 a 24 horas; Grave: Perda de consciência por mais de seis horas; Avaliação da consciência Existem dois componentes da consciência a serem analisados. Primeiro componente é o 555 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas nível de consciência, que corresponde ao grau de alerta que um indivíduo apresenta. Usados para observar o estágio de recuperação imediato à lesão e durante o processo de recuperação na fase aguda. O segundo componente da consciência é o conteúdo,: Soma de todas as funções cognitivas e afetivas do ser humano, sendo mais dependente da função do córtex cerebral. Situações como os distúrbios psiquiátricos, oligofrenia (déficit de inteligência) e demência podem alterar o conteúdo da consciência sem alterar o nível de consciência. Estágios de recuperação do traumatismo craniano A -Escala de coma de Glasgow é bastante urilizada É uma escala neurológica que parece constituir-se num método confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de uma pessoa. 556 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Sequelas e complicações causa comum de alterações do comportamento; As consequências sociais do comportamento inadequado são desastrosas e um obstáculo para a aquisição das metas terapêuticas. Físicas: Distúrbios motores: hemiparesia/ hemiplegia; Quadriparesia/ quadriplegia. Perda do controle seletivo, perda do equilíbrio, perda das reações de endireitamento, alteração da sensibilidade e tônus anormal. Cognitivas: Distúrbios da memória e da função intelectual; Diminuição da capacidade de atenção, falta de iniciativa. Comportamentais: Lesões do lobo frontal são Prognóstico A recuperação depende de fatores como: idade; área lesada; dimensão da lesão ou lesões extensão da lesão 557 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas O prognóstico depende não só da gravidade da lesão mas também ao tratamento clínico inicial, reabilitação e envolvimento familiar. Metas a curto prazo devem estar relacionadas aos problemas iniciais como, mobilidade no leito e transferências. Reabilitação Inicialmente, em qualquer tipo de situação, deve=se realizar a avaliação fisioterapêutica, sendo que no trauma craniano, iniciamos com os seguintes objetivos: Determinar o estado inicial e atual da recuperação do paciente; Desenvolver metas e planos de tratamento fisioterapêuticos. Metas a longo prazo devem estar relacionadas a algum tipo de função (AVD).Estágio agudo: -Posicionamento do paciente -Cuidados com a pele -Função respiratória -Exercícios motores -Exercícios para mobilidade Recobrada a consciência o fisioterapeuta deverá iniciar programa de reabilitação especializado. 558 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Objetivos básicos do Programa de Posicionamento nos dois tipos de paciente -Posicionamento no leito -Posicionamento sentado- -Mudanças de decúbito -Exercícios motores - Tratamento hipotônico (flácido) Evitar encurtamentos musculares; Evitar limitações articulares; Caso evolua para hipertonia, evitar fortes padrões a normais (p. ex pronação do antebraço ou flexão plantar do pé) hipertônico (rígido) Reduzir encurtamentos musculares; Reduzir limitações articulares; Diminuir padrões anormais de hipertonia Condutas (EX) 559 Foco nas deficiências funcionais; Estratégias para o incremento da função cardiopulmonar, musculoesquelética e neurológica; Aprendizado das habilidades motoras – compreensão da tarefa (demonstração); Início da prática pelo paciente, da tarefa em partes e posteriormente a tarefa completa; Comando verbal; Intervenção do terapeuta na presença de movimentos Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 inadequados; Evitar fadiga; Agrupar os elementos corretos e refinar o controle isolado do movimento; Concentração para a realização das tarefas; Inibição das atividades indesejadas; Escolher posturas que inicialmente auxiliem a realização da função; Posteriormente mudar para posturas mais difíceis que desafiem o desenvolvimento; Auxiliar o movimento para a função inicialmente e progredir para atuação ativa e contra resistência assim que possível; Órteses. Foco nas deficiências (demonstração); Início da prática pelo paciente, da tarefa em partes e posteriormente a tarefa completa; Comando verbal; Intervenção do terapeuta na presença de movimentos Imagem demonstrativa da órtese ESCLEROSE MÚLTIPLA A esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante 60 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas inflamatória crônica, auto- imune, confinada ao sistema nervoso central (SNC), com predomínio de lesão da substância branca. As proteínas da bainha de mielina constituem os alvos das agressões. de diversos processos fisiopatológicos que incluem inflamação, desmielinização, lesão axonal. Tais processos caracterizam a EM como uma doença de evolução progressiva e imprevisível. Trata-se de uma condição complexa pelo envolvimento Estima-se que 2.3 milhões em 2013 obtiveram a doença. 100 por 100.000 na Europa e 561 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas América do Norte. Acomete em 2 : 1 no sexo feminino, atingindo em média de idade 30 anos Ela possui maior associação com brancos. Fatores de risco: Em relação a etiologia, a causa envolve predisposição genética (com alguns genes já identificados que regulam o sistema imunológico) ; Fatores ambientais; Infecções virais (vírus Epstein Barr); Exposição ao sol e consequente níveis baixos de vitamina D prolongadamente; Exposição ao tabagismo ; Obesidade, principalmente na fase da adolescência; Contato com solventes orgânicos Exposição à luz solar: Em locais de baixa exposição solar há maior incidência de EM, o que poderia estar relacionado a baixa produção de vitamina D interferindo com a atividade imunológica. 562 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Exposição a fatores estressores: pacientes expostos a fatores estressores como: conflitos, perdas, doenças variadas, entre outros, apresentaram evolução mais rápida da doença; Agentes infecciosos: Entre os agentes infecciosos mais estudados com influência na EM está o virus Epstein-Barr (EBV). Outros agentes infecciosos têm sido relacionados dentre outros vírus, como: da Poliomielite, Adenovírus, varicela zoster. Tabagismo: A incidência de EM nas mulheres tabagistas (acima de 15 cigarros/ dia) é 1,8 maior que em mulheres não fumantes. A destruição e a remoção da bainha de mielina levam à perda da condução saltatória rápida de impulsos. O axônio descoberto leva a alterações na distribuição dos canais de sódio e potássio, levando à perda da eficiência 563 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 de condução e propagação de impulsos. Pode ocorrer um bloqueio fisiológico da condução, que resulta em retorno transitório de sintomas até a resolução de estresse fisiológico. A recuperação resulta de uma combinação de fatores que restauram a condução, incluindo a resolução do processo inflamatório agudo, e ativação de vias colaterais. Os axônios desmielinizados são particularmente sensíveis ao aumento da temperatura e alteração nos níveis de cálcio e outros eletrólitos, que podem causar flutuações temporárias na expressão dos sintomas. A função pode retornar em vários graus; entretanto estresses fisiológicos, como: fadiga, calor ou doença intercorrente podem aumentar a demanda além da capacidade do impulso de ser conduzido através das fibras afetadas. 64 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas surgimento de um novo sintoma neurológico ou piora significativa de um sintoma “antigo”, com duração mínima de 24 horas. (Novo surto - intervalo mínimo de 30 dias entre eles) Os oligodendrócitos (principais fabricantes mielina) são formados por um tipo de células-tronco no cérebro chamadas de células progenitoras de oligodendrócitos (OPC) e são responsáveis pela remielinização de axônios com mielina em resposta a lesão ou doença. Esta capacidade de regeneração diminui com a idade e a esclerose múltipla. O desenvolvimento da esclerose múltipla •Os surtos (desmielinização) ocorrem a partir do O quadro clínico de cada surto é variável e pode associar-se a mais de um sintoma Piora dos sintomas na ocorrência de febre ou infecções, frio extremo, calor, fadiga, exercício físico, desidratação, variações hormonais e estresse emocional 565 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas uniformes, podendo apresentar-se de formas simples até formas de evolução extremamente agressivas. As lesões ocasionam um quadro clínico com manifestações multiformes de déficits funcionais decorrentes de lesão de qualquer parte do neuroeixo, frequentemente incapacitantes. A evolução da doença, gravidade e sintomas não são Sintomas: Os déficits funcionais e clínicos se relacionam com áreas localizadas de desmielinização no sistema nervoso central. Os sintomas podem se desenvolver rapidamente, em horas, ou lentamente durante vários dias ou semanas, mais comum se desenvolvem em 6 a 15 horas. A rapidez de aparecimento 566 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas principalmente nos membros inferiores. dos sintomas dependa do local e tamanho da lesão de fundo Também pode ocorrer fraqueza secundária à atrofia por desuso e a inatividade As conexões com o tronco cerebral, a partir do cerebelo, geralmente são comprometidos causando dismetria, ataxia da marcha e tremor conhecido com a Tríade de Charcot, além da incoordenação do tronco e membros. A incidência dos sintomas iniciais: Fraqueza motora, Neurite retrobulbar (optica), Parestesia, Marcha instável, Visão dupla, Vertigem Fadiga - A fadiga é um dos mais frequentes e incapacitantes sintomas, atingindo entre 75-90% dos pacientes. Fraqueza - Os sinais de fraqueza muscular secundária à lesão dos tratos piramidais, podem variar desde uma leve paresia até a total paralisia dos membros envolvidos, Ataxia, Dismetria, Tremor e Incoordenação – A marcha apresenta padrão titubeante, base alargada, 567 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas ou surto remissão A primeira forma de esclerose múltipla e a manisfestação mais comum, engloba cerca de 85% dos casos. É caracterizada pela ocorrência dos surtos e melhora após o tratamento (ou espontaneamente). mau posicionamento dos pés Os sintomas podem variar com perda mínima do déficit funcional, à perda grave do controle resultando em incapacidade para utilizar as extremidades superiores em tarefas funcionais. Tipos de esclerose Remitente-Recorrente (EMRR) Secundariamente Progressiva(EMSP) ou Progressivo secundária Nesta etapa os pacientes não se recuperam mais plenamente dos surtos e acumulam sequelas. Por exemplo, perda visual definitiva ou maior dificuldade para andar 568 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas A fisioterapia é fundamental para pacientes portadores dessa doença, agindo de forma efetiva nos sintomas apresentados Progressiva Primária (EMPP) Ocorre gradativa piora das funções – sem ter necessariamente surtos. 5% dos pacientes apresentam a quarta forma da doença, mais rápida e agressiva, chamada progressiva com surtos (EMPS). Nesta quarta forma estão combinados a progressão paralela do processo desmielinizante e comprometimento mais precoce dos axônios. Deve-se realizar uma avaliação precisa com os seguintes dados: - Amplitude de movimento; - Sensibilidade; - Tônus muscular; - Força muscular - Controle motor; - Coordenação e equilíbrio; - Marcha; - Padrões de fadiga; - Estado da pele; - Padrões respiratórios; - Habilidades cognitivas; - Estado funcional. 569 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas O fisioterapeuta atua tanto na fase aguda (pós-surto) quanto na fase remissiva. 570 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas mesmo tempo em que se faz o relaxamento do antagonista. •Espasticidade - Iniciar o tratamento: Atividades do tronco como rolar e rotações do tronco superior e inferior, evoluindo para posições mais complexas como sentada, quatro apoios até ficar de pé; Movimento ativo assistido; Padrões de facilitação neuromuscular; O posicionamento correto no leito, na cadeira de rodas pode maximizar/adequar o tônus muscular; Inibir padrões de reflexos primitivos e normalizar a postura; Para melhorar a mobilidade funcional, fortalecimento dos músculos agonistas relativamente fracos ao Fraqueza muscular: Exercícios ativo ou ativo- resistido de facilitação 571 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Disfunções Cerebelares - neuromuscular proprioceptiva (combinação vários grupos de movimento, reduzindo fadiga); Atividades com baixa carga e pouca repetição, pois reduz fadiga; Apesar dos exercícios de fortalecimento não reverterem o processo da doença, pode-se conseguir o fortalecimento de grupos musculares não afetados; Uso de órteses melhorar a mobilidade e diminuir as anormalidades da marcha e melhorar a habilidade do indivíduo com menos esforço. geral progredindo de controle motor grosseiro para fino, jogos adaptados e exercícios de membros superiores com demandas crescentes de velocidade e precisão; Exercícios de Frenkel Atividades de coordenação Nos casos de pacientes acamados, cadeirantes em especial, com alívio rotineiro da pressão e uso de almofadas, colchões de água, além da inspeção e cuidado com a pele. 572 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 Marcha e Dispositos Auxiliares Encorajar a marcha e prevenir o desenvolvimento de sintomas relacionados ao desuso e a possibilidade de aprender ou reaprender a andar mesmo com o uso de auxiliares. Inicialmente os problemas da marcha envolvem pouco equilíbrio, sensação de peso nos membros inferiores. Depois, envolvem, espasticidade, fraqueza crescente, perda sensitiva, ataxia Imagem demonstrativa: GUILLAIN-BARRÉ A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) consiste em um dos mais frequentes subtipos de polineuropatia periférica. É uma doença neurológica aguda inflamatória- autoimune, sendo a principal causa de paralisia flácida em indivíduos saudáveis. 73 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Há indícios de maior ocorrência da doença entre a população masculina e pessoas entre 50 a 74 anos, porém ela pode atingir indivíduos de todas as faixas etárias, ambos sexos ou raça. Entre 04 a 15% dos pacientes com SGB morrem durante o tratamento e cerca de 20% ficarão com alguma deficiência A SGB enquanto inflamação aguda adquirida leva à desmielinização dos nervos periféricos, causando fraqueza motora e alterações sensoriais Causas: Não se conhece a causa específica da síndrome. Duas ou três semanas antes, os portadores da síndrome manifestaram uma doença aguda provocada por vírus. Entre os agentes infecciosos mais comuns que precedem a SGB, encontramos citomegalovirus, Campylobacter jejuni, Epstein-Barr vírus (HHV-4), 574 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas entre outros. Cirurgias, vacinação, traumas, gravidez, linfomas, gastrenterite aguda e infecção das vias respiratórias altas podem ser consideradas outras causas possíveis da polirradiculoneuropatia aguda. produzir anticorpos contra os micro-organismos invasores. No entanto, a resposta imunológica é mais intensa do que seria necessário e, além do agente infeccioso, ataca também a bainha de mielina dos nervos periféricos. A hipótese é que uma infecção aciona o sistema de defesa do organismo para O agente infeccioso apresenta moléculas químicas, que são reconhecidas pelo sistema imunológico como antígenos. O organismo passa a produzir uma resposta específica contra esses antígenos levando à produção de anticorpos específicos. Moléculas químicas presentes nos nervos periféricos e raízes espinhais podem apresentar 575 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas semelhança estrutural com os antígenos e serem atacadas pelos anticorpos produzidos em função da infecção. A semelhança química entre essas moléculas é chamada de mimetismo molecular curado. Em alguns casos, a doença pode tornar-se crônica ou recidivar. O processo inflamatório e desmielizante interfere na condução do estímulo nervoso até os músculos e, no sentido contrário, na condução dos estímulos sensoriais até o cérebro. Em geral, a moléstia evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar meses até o paciente ser considerado completamente Síntomas: A evolução clínica se caracteriza por progressiva perda motora simétrica ascendente (de membros inferiores para os superiores); 576 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Hiporreflexia ou arreflexia, com comprometimento do nervo craniano; A progressão da fraqueza motora se dá de forma rápida; A fase aguda começa com os primeiros sintomas até a estabilização da desmielinização, a qual pode durar dias e atingir semanas; Após esse período inicia-se a fase de recuperação, que pode durar cerca de 2 anos e coincide com a remielinização e regeneração dos axônios; Fraqueza muscular pode estar acompanhada ou não de parestesias (alterações da sensibilidade, como coceira, queimação, dormência, etc.), que se manifesta inicialmente nas pernas; Com a evolução da doença, a fraqueza pode atingir o tronco, braços, pescoço e afetar os músculos da face, da orofaringe, da respiração e da deglutição; -Em número menor de casos, podem produzir sintomas relacionados com o sistema nervoso autônomo, como taquicardia, oscilações na pressão arterial, anormalidades na sudorese, no funcionamento dos intestinos e da bexiga, no controle dos esfíncteres e disfunção pulmonar; -O envolvimento do sistema autonômico é frequente e pode causar, taquicardia, hipertensão, hipotensão postural e arritmia cardíaca. 577 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 Outras complicações associadas são: insônia, formação de úlceras de pressão, dificuldade de comunicação, deficiência nutricional, imobilismo e trombose venosa. Os sintomas regridem no sentido inverso ao que começaram, isto é, de cima para baixo. Polineutopatia Inflamatória Aguda Desmielinizante (PIAD), que afeta a bainha de mielina. Há dois tipos principais de SGB: Neuropatia Motora Axonal Aguda (NMAA), conhecida por ser puramente motora. Na do tipo Desmielinizantes há as seguintes caracteristicas: Arreflexia (ausência de reflexos); Sinais e sintomas sensoriais discretos, particularmente parestesia e hiperestesia (situação anormal e desagradável sobre a pele); Disfunção autonômica como taquicardia 78 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas e arritmias, sintomas vasomotores; Ausência de febre no início dos sintomas; Comum históricode quadro semelhante à gripe; eletrodiagnóstico, velocidade de condução nervosa em geral alterada; A descrição mais comum de dor, é desconforto muscular tipicamente associado a exercício vigoroso ou excessivo; A dor é especialmente mais perturbadora durante a noite; Alta concentração de proteínas no líquor na 1ª semana do surgimento dos sintomas; Exame Na Neuropatia motora axonal aguda (NMAA) há as seguintes caracteristicas: Variante axonal da SGB, caracterizada por início abrupto de fraqueza generalizada, com músculos distais mais gravemente afetados do que os proximais; Déficit de nervos cranianos e 579 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas insuficiência respiratória exigindo VM estão presentes em 33% dos casos. Ao contrário da SGB e da NASMA, sintomas sensitivos estão ausentes, e os reflexos tendinosos podem ser normais; Os pacientes com NMAA costumam apresentar boa recuperação dentro do primeiro ano, mas fraqueza distal residual é comum. dias) da fraqueza generalizada, sendo necessária VM para a maioria dos pacientes. O prognóstico da NASMA é pior do que o da SGB e a maioria dos casos exibe recuperação motora lenta e incompleta. Forma mais grave, com comprometimento sensitivo. Originam-se de um mesmo tipo de ataque autoimune ao axônio. (Presença de macrófagos no espaço periaxonal realizando fagocitose dos axônios). Outras formas da doença: Neuropatia axonal sensitivo- motora aguda (NASMA) Apresentação clínica similar a forma desmielinizante; evolução mais rápida (poucos 580 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Síndrome de Miller-Fisher A recuperação costuma ser completa; Melhora clínica, fisiológica e funcional acontece, geralmente, entre 2 e 4 semanas; A síndrome geralmente não progride por mais de 5 semanas. ; A recuperação total pode demorar meses ( a maioria se recupera funcionalmente até o 6º mês); A necessidade de ventilação mecânica e a ausência de melhora funcional 4 semanas após a doença ter atingido o pico máximo são sinais de evolução mais grave É uma variante da SGB, caracterizada pela tríade ataxia, arreflexia a oftalmoplegia; Diplopia é a queixa inicial mais frequente, seguida por ataxia; Fraqueza apendicular proximal pode ser demonstrada ao longo do curso da doença, podendo haver progressão para fraqueza generalizada mais grave de forma semelhante à vista na SGB; A recuperação em geral se dá após 2 semanas do início dos sintomas, com evolução favorável após 3-5 meses. Prognóstico: As metas do tratamento fisioterapêutico são: 581 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 Mobilização passiva auxilia na prevenção de contraturas; Exercícios isométricos e isotônicos, promovem redução da perda de força muscular. Manutenção do trofismo muscular; Treino de marcha; Fortalecimento muscular global Minimizar os problemas respiratórios; Prevenir contraturas e úlceras de decúbito; Manter e melhorar a amplitude de movimento (ADM); Melhorar força muscular (desenvolver um programa de exercícios, evitando a fadiga, com períodos frequentes de repouso); Indicar uso de órteses quando necessário; (prevenir deformidades e auxiliar na marcha) PARALISIA FACIAL A paralisia de Bell ou paralisia 82 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas -Infecciosa -Traumática -Tumoral -Iatrogênica -Síndrome de Ramsey-Hunt (reação inflamatória aguda do nervo facial, causada pelo vírus varicela-zoster - vírus do Herpes Zoster) facial periférica é uma condição na qual o nervo facial que controla a contração da musculatura do rosto, é lesado por uma inflamação, que leva o nervo a parar de funcionar parcialmente ou completamente. Etiologia: -Idiopática (+ comum) Nervo facial: Função: motora, sensitiva, vegetativa Ele origina-se na ponte (sulcobulbo-pontino), penetra no osso temporal, deixa o crânio pelo forame estilomastóideo, atravessa a 583 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas glândulaparótida até os músculos da mímica facial, suprindo a inervação motora dos músculos da mímica facial, das regiões temporal, zigomática, bucal, marginal da mandíbula e cervical Tipos de paralisia facial A Paralisia Facial Periférica (PFP) é uma mononeuropatia com diversos tipos de afecção do nervo. Em 1830, Sir Charles Bell descreveu pela primeira vez a debilidade unilateral da face, por disfunção do nervo facial, condição idiopática com denominação - paralisia de Bell Segundo Cambier et al. (1998), a paralisia facial periférica, também conhecida como Paralisia de Bell é caracterizada por uma paralisia do conjunto dos músculos da face, comprometendo os territórios faciais superior e inferior. O tipo mais frequente de 584 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas paralisia facial. A Prevalência é de 10 a 30 por 100.000 na população em geral, principalmente entre 15-40 anos de idade. Pode estar associada a dor retroauricular, parestesia, disacusia e disgeusia (distorção paladar) homolaterais. Lesão do nervo facial em qualquer parte do seu percurso, desde sua saída na ponte até a musculatura resulta em paralisia da musculatura da mímica da face da metade lesada (quadrante superior e inferior). rima bucal para o lado normal - o músculo elevador da pálpebra (inervado pelo III nervo) fica ativo – mantendo o olho aberto; Há déficit de sensibilidade e diminuição da secreção lacrimal e salivar. Ela é homolateralmente à lesão; Possui desvio da A paralisia facial central é causada por lesão supranuclear. 585 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas É a Afecção da motricidade contralateral da metade inferior da face; Menorafecção da motricidade da metade superior da face; Há preservação das funções de gustação e de secreção; Há Desvio da rima bucal para o lado normal. A avaliação fisioterapêutica conta com: Anamnese, observação, exame físico, onde temos que verificar: Desvio dos traços fisionômicos para o lado são; Piscar ausente ou menos evidente do lado comprometido; Dor no olho; Sulcos da pele menos pronunciados do lado da lesão; Lagoftalmo (rima palpebral mais aberta do lado da lesão); Epífora (escorrimento da lágrima pelo lado paralisado); Verificamos também: Incapacidade para assoprar e 586 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas assoviar; Falta do enrrugamento da dapele com o levantar das sobrancelhas; Sinal de Bell – desvio do globo ocular para cima, ficando grande parte da córnea recoberta pela pálpebra superior; Sincinesias: caracterizadas por um movimento involuntário em associação a um movimento voluntário lado da lesão); Epífora (escorrimento da lágrima pelo lado paralisado); funcional; Estabelecer objetivos e metas do tratamento, revendo e reavaliando conforme a progressão e evolução do quadro clínico do paciente; Reabilitar o paciente parcial ou totalmente, permitindo o reestabelecimento de suas funções e atividades de vida diária e profissionais e/ou diminuir sua dependência; Evitar deformidades e contraturas Objetivos gerais da Fisioterapia: Qualificar e quantificar os déficits motores; Realizar diagnóstico cinético 587 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Manuais: manobras de deslizamentos orofaciais passivos, massagens, alongamentos Objetivos específicos da Fisioterapia: Restituição total da simetria facial; Aumentar o tônus da hemiface afetada; Favorecer a propagação da excitação nervosa. Reabilitação: O músculo depende da fibra nervosa para suas funções; Por isso, a integridade da relação nervo-músculo e junção neuromuscular são fundamentais; Na paralisia, quanto mais precoce a reinervação, maiores as perspectivas de recuperação favorável. Recursos: Cinesioterapêuticos: estimulação sensorial, método Kabat, exercícios faciais, exercícios isométricos, cinesioterapia ativa assistida e treinamento funcional. 588 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Mecânicos: acupuntura e ventosa; Na reabilitação dos movimentos orofaciais: Solicita-se mais a repetição rápida do orbicular dos olhos que a do orbicular da boca; Quando são solicitados exercícios para o orbicular da boca, deve-se repetir menos e manter mais tempode contração (isométrico) para se buscar o que músculo tem de melhor Eletrotermofototerapêutico s: FES, eletroacupuntura, laser e infravermelho As características das fibras musculares e o potencial de resistência à fadiga muscular que os músculos orofaciais apresentam fazem refletir como se deve solicitar esta musculatura. O músculo orbicular dos olhos atua com mais velocidade e tem menor resistência à fadiga quando comparado ao músculo orbicular dos lábios. 589 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas 5 •Na reabilitação da PFP, verificar se os exercícios desencadeiam respostas corretas; Identificar o mais precocemente possível as prováveis alterações de inervação durante a regeneração do nervo; evitando a sincinesia (hiperexcitabilidade ou à regeneração aberrante das fibras nervosas). gelo; Kinesio Há diferentes recursos também citados na literatura como: Método Rood com escovação; Exercícios de mímica facial em frente ao espelho; Estimulação com LESÃO MEDULAR O termo Lesão Medular é utilizado para se referir a qualquer tipo de lesão que ocorre nos elementos neurais localizados dentro do canal espinhal, o canal medular. A medula espinhal é o meio de comunicação do cérebro com o restante do corpo. 90 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Organização da medula espinhal segmentos da medula cervical são oito (C1 a C8) e controlam a sensibilidade e o movimento da região cervical e dos membros superiores. Ao nível cervical, as raízes emergem acima da vértebra correspondente. •As demais raízes emergem abaixo da vértebra correspondente. Regra - costumamos somar dois ao número da vértebra para estimar o segmento medular correspondente (em correspondência à 8ª vértebra torácica temos o 10° segmento torácico medular) Raízes nervosas de cada segmento inervam regiões específicas do corpo: Os Os segmentos torácicos (T1 a T12) controlam o tórax e abdome. Os segmentos lombares (L1 a L5) estão relacionados com movimentos e sensibilidade dos membros inferiores. Os sacrais (S1 a S5) controlam parte dos membros inferiores, sensibilidade da região genital e funcionamento da bexiga e intestino. 591 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas segmentos da medula cervical são oito (C1 a C8) e controlam a sensibilidade e o movimento da região cervical e dos membros superiores. Os segmentos torácicos (T1 a T12) controlam o tórax e abdome. Os segmentos lombares (L1 a L5) estão relacionados com movimentos e sensibilidade dos membros inferiores. Os sacrais (S1 a S5) controlam parte dos membros inferiores, sensibilidade da região genital e funcionamento da bexiga e intestino. 592 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas ou motociclísticos, mergulho em água rasa, agressão com arma de fogo ou queda resulta em lesão das estruturas medulares interrompendo a passagem de estímulos nervosos através da medula. Etiologia clínica Segundo Greve et al (2001), as lesões podem ser classificadas, didaticamente, em: Traumáticas: Fraturas; luxações de vértebras; compressão medular, causas que produzem secção da medula Não Traumáticas: Congênitas; Degenerativas; Tumorais; Infecciosas; Doenças Neurológicas; Doenças vasculares. Ocorre quando um evento traumático, como o associado a acidentes automobilísticos Coeficiente de incidência de lesão medular traumática no Brasil é desconhecido. De acordo com a rede SARAH, 57,5 % dos pacientes 593 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas que sofreram lesão medular evoluíram com sequela de traumatismo medular. Segundo Masini (2009), no Brasil ocorrem mais de 10.000 novos casos de lesão medular todo ano. O trauma é a causa predominante. Mecanismos traumáticos: Flexão forçada da cabeça sobre o tronco: Coluna cervical (C4 a C7). Áreas biomecanicamente mais susceptíveis: -Craniovertebral (C1 a C2); -Cervical (C5 a C7); -Toracolombar (T12 a L2) Forças de impacto em alta velocidade: Maioria das lesões na coluna resultam de forças indiretas geradas pelo movimento da cabeça e do tronco 594 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Flexão forçada do tronco sobre si próprio: Coluna junção toracolombar (T12 a L2). A lesão pode ser completa ou incompleta. Lesões em extensão: mais em nível cervical geralmente com ruptura do ligamento longitudinal anterior e fratura dos elementos posteriores da coluna Mecanismos não traumáticos: Compressão medular: neoplasias Prolapso de disco intervertebral para dentro do canal medular Classificações das lesões: A lesão é completa quando não existe movimento voluntário abaixo do nível da lesão. É Incompleta quando há algum movimento voluntário ou sensação abaixo do nível da lesão. 595 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Lesão medular completa: Tendem a preservar uma mistura de função motora e sensitiva; A maioria não apresenta padrões definidos de recuperação, nem quadros clínicos distintos. Não existe função motora ou sensorial abaixo do nível da lesão; Medula completamente seccionada, gravemente comprimida, ou comprometida por deficiência na circulação. Os pacientes são arreflexivos, há paralisia, perda de todas as modalidades sensitivas (tátil, dolorosa, para temperatura, pressão e localização de partes do corpo no espaço) abaixo da lesão e alteração do controle esfincteriano (urinário e fecal). Lesão medular incompleta: As lesões medulares incompletas são classificadas como: síndrome medular anterior, síndrome medular posterior, síndrome medular central, síndrome hemimedular e síndrome radicular (inclui a síndrome da cauda eqüina). 596 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Síndrome Medular Anterior Geralmente relacionada com lesões medulares da região cervical. Envolve a compressão da medula cervical anterior por, fratura- luxação ou protusão de disco. -Sensação do movimento, -Posição; -Vibração. Síndrome de Brown- Sequard Caracterizada por: perda da função motora (trato córtico espinhal), dor e temperatura (trato espinotalâmico) no nível da lesão e abaixo dele. A coluna posterior é preservada: Hemisecção da medula espinhal (lesão de um dos lados); Causada tipicamente por feridas cortantes (arma branca). Aspectos clínicos: Lado ipsolateral: Perda da sensibilidade no dermátomo correspondente à lesão; 597 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Perda da propriocepção e cinestesia Aspectos clínicos: Ocorre por hiperpressão da região cervical; Estenose degenerativa do canal vertebral; Forças Lado contralateral: Perda da sensação de dor e temperatura Síndrome Medular Central compressivas originam edemas e hemorragia gerando danos às regiões mais centrais da medula; Envolvimento mais severo dos membros superiores do que os membros inferiores. -Déficit motor -Menor déficit sensitivo -Normalmente estes pacientes recuperam a capacidade para andar com alguma debilidade 598 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas Síndrome Medular Posterior Extremamente rara No limite inferior da primeira vértebra lombar há uma coleção de raízes nervosas que são caracterizadas por cauda equina Aspectos clínicos: Preservação motora e das sensações de dor e tato leve; Perda da propriocepção e tato epicrítico (discriminação entre dois pontos, esterognosia) Lesões da cauda equina Injúrias de nervos periféricos, com mesmo poder de regeneração, porém sem o completo retorno da inervação. A Regeneração axonal pode não ocorrer pois pode ser bloqueada por cicatrização 599 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas ou completa dos quatro membros e do tronco, inclusive músculos respiratórios, sendo resultante de lesão da medula cervical Paraplegia: paralisia parcial ou completa do tronco, ou parte do tronco, e de ambos os membros inferiores, resultante de lesões da medula espinhal torácica ou lombar, ou das raízes sacrais. Classificação funcional: As lesões são divididas em duas grandes categorias funcionais: Tetraplegia: paralisia parcial 5100 Doenças NeurológicasDoenças Neurológicas (ITU) são muito frequentes durante o período de reabilitação. O centro