Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

09/05/2023
Relações hídricas de 
plantas
Conservação de Forragem
Profº Aline Cardoso Oliveira
Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Campus Arapiraca
 Por que conservar alimentos?
A principal razão para praticar conservação de forragens 
é tornar independente os processos de produção e de 
utilização
 Brasil (região tropical)
produção de forragem estacional
produção animal estacional
2
Estacionalidade de Produção Forrageira
Qualidade x 
Quantidade
3
Planejamento alimentar ?????
4
 Princípio básico da Conservação de Alimentos
 Ashbell (1994)
Praticamente todos os sistemas de conservação de 
alimentos são baseados na inativação de enzimas e 
microrganismos
Não existe tecnologia de conservação que impeça 
mudanças na qualidade dos alimentos ou perdas 
durante a estocagem, contudo o uso correto da 
tecnologia pode reduzí-las ao mínimo.
5
Existem sete técnicas mais comumente utilizadas para
conservação de alimentos:
 Congelamento;
 Adição de sal;
 Adição de açúcar;
 Radiação;
 Adição de químicos;
 Acidificação;
 Secagem.
ENSILAGEM
FENAÇÃO
Estratégias de 
conservação mais 
usadas no Brasil
6
09/05/2023
ENSILAGEM
7
CONCEITOS
Silagem O produto da fermentação anaeróbica controlada
de determinada forragem verde.
Ensilagem É o conjunto de operações (corte, picagem,
transporte, carregamento, compactação, etc) para
a produção da silagem.
Silo São as estruturas físicas nas quais são produzidas,
acondicionadas, armazenadas as silagens
8
OBJETIVOS DA ENSILAGEM
 Conservar a forragem produzida nos períodos de melhores
condições climáticas para o fornecimento aos animais nas épocas de
condições adversas
 Conservar a forragem com uma alta qualidade para o fornecimento
durante todo o ano
A ensilagem não melhora a qualidade das 
forragens, apenas conserva a qualidade original
9
Vantagens da silagem
- Manutenção do valor nutritivo, quando ensilado adequadamente
- Liberação de área mais cedo, para uso de safrinha ou formação de
pastagem
- Requer menos espaço de armazenagem, por unidade de matéria
seca, do que a fenação
- Permite a manutenção de um maior número de animais por área
- Menor dependência das condições climáticas
Desvantagens da silagem
- Estrutura especial de armazenamento (silos)
- Custo elevado em relação ao custo das pastagens (O produtor deve
cuidar o melhor possível de suas áreas de produção de forragem)
10
PRINCÍPIOS DA CONSERVAÇÃO DA SILAGEM
 Conservação pela ensilagem
 Conjunto de processos fermentativos que modificam
a estrutura física e composição química e
microbiológica do alimento ensilado.
11
PRINCÍPIOS DA CONSERVAÇÃO DA SILAGEM
Preservação dos nutrientes
fermentação por lactobacilos ou outras BAL
ácido lático
abaixamento do pH
12
09/05/2023
Ação efetiva destes m.o. 4 condições:
 Existir substrato fermentescível  crescimento
microbiano
 Ausência O2  favorecer crescimento BAL anaeróbicas
 Nº suficiente lactobacilos  dominantes sobre outros
m.o.
 Baixa umidade  evitar ácidos se diluam favorecendo
fermentação butírica.
PRINCÍPIOS DA CONSERVAÇÃO DA SILAGEM
13
14
PROCESSO DE ENSILAGEM
 Corte
 Enchimento
 Compactação
 Fechamento
14
15
 Corte
Tamanho de corte ou picagem (com 2,5 a 3cm)
Enchimento
Ideal 2 a 3 dias sem interrupção
 Compactação
Deve ser intensa contínua e uniforme
PROCESSO DE ENSILAGEM
15
 Vedação adequada
- Garante conservação por longo tempo
- Utilizar lona plástica (10 – 20 cm de terra)
 Cercas envolta do silo
- Protege contra perfuração da lona
 Contaminação com terra
- Deve ser evitado (rodas do trator período chuvoso)
 Fechamento
PROCESSO DE ENSILAGEM
16
 As fases do processo fermentativo do material 
ensilado são cinco:
 Fase Aeróbica
 Fase Anaeróbica I
 Fase Anaeróbica II
 Fase de Estabilidade
 Fase de Instabilidade Aeróbica ou Fase de 
Abertura do Silo 
FASES DO PROCESSO FERMENTATIVO
17
 Primeira fase processo fermentativo
 Caracterizada pela presença O2 retido com material 
ensilado
 Principal reação  respiração, tanto plantas como m.o. 
aeróbicos
O2 + substratos  CO2, H2O e calor
Fase Aeróbica
Carboidratos Solúveis
18
09/05/2023
Fase Aeróbica
Mesmo após compactação e vedação do silo
O2
Condições anaeróbicas do meio
respiração celular de plantas e m.o. aeróbicos 
19
Fase Aeróbica
Intensidade de respiração e conseqüentemente consumo CS
Disponibilidade de O2
rapidez no processo de ensilagem, fechamento silo em poucos 
dias e vedação final eficiente
20
Fase Aeróbica
 conteúdo energético da silagem
> eficiência processo fermentativo e 5,0 
Bactérias Heterofermentativas Atuação de proteases
Açúcares proteína amônia proteína
ác. Lático,acético, propiônico
Etanol, Manitol, CO2, calor... 
Clostridium
Açúcares e lactato proteases proteína aa.
Ác.butírico Aminas tóxicas (Putrecina, Cadaverina, Tiramina ...)
Alta umidade, pH>4,5, Tº 20 a 45ºC
Fase Anaeróbica I
Processo envolve descarboxilação do ácido lático (consumo de H+)26
Fase Anaeróbica II
pH diminui, ocorre mudança população bactérias
BAL homofermentativas
+ eficientes produção de ácido lático
pH cai + rapidamente
27
 Fase Fermentativa: Homofermentativa 
Bactérias Homofermentativa 
Fase Anaeróbica II
pH abaixo de 5,0
GlicoseÁcido lático
pH 3,8 a 4,2 (pH q inibe a atividade microbiana)
Fase estável
Lactobacillus
28
30 Fase – Fase Estável
- Alcançada em 17 a 21 dias após o fechamento do silo
Clostrídios e enterobactérias 
permanecem inativos ou na forma 
de esporos
Enzimas e alguns mo. (L. 
bucheneri) podem permanecer 
ativos a um nível baixo
pH 3,8 a 4,2
Capacidade de manter a estabilidade da silagem, 
tanto na fase anaeróbica como fase aeróbica 
(após abertura do silo).
29
Fase de Estabilidade
pH próximo 4,0
atividade bioquímica e biológica
população de bactérias 
Silagem inicia a fase estável
processos de produção do ácido lático
30
09/05/2023
Fase de Estabilidade
+ rápido o processo fermentativo
+ nutrientes serão preservados
melhor valor nutritivo da silagem.
31
 Quebra da vedação do silo
 Exposição ao O2
 Muito estudada ultimamente
 Importante para manutenção da forragem conservada
• Minimizar perdas
 Corte vertical
 Retirada mínima – 20 cm
Fase de Instabilidade Aeróbica ou Abertura do Silo ou 
Descargamento ou Fornecimento
32
Adaptado por McDonald et al. (1991)
Tabela - Perdas de energia no processo de ensilagem
33
Má conservação da silagem
silagem bem conservada
34
Facilidade de Cultivo
Plantio por mudas ou sementes, exigência,etc
BoaQualidade ou Bom Valor Nutritivo
Influencia no produto final a ser fornecido aos animais, visto q
os custos de implantação, adubação e ensilagem serão os
mesmos.
Características da planta a ser ensilada
35
Alto Rendimento de Massa
Tabela - Produtividade média das plantas forrageiras destinadas ao
processo de ensilagem
Forrageiras
Produção de Matéria Seca
(t/ha)
Milho 10 – 16
Sorgo 11 – 18
Braquiária 20,3 
Panicum 25,8
Capim elefante 60
Cana-de-açúcar 50 
Cynodon 28,3
Fonte: Adaptado de Zago (1991); Nussio et al. (1998); Landell et al. (2002) e Vilela
(2004).
Características da planta a ser ensilada
36
09/05/2023
 Teor de MS
 Carboidratos solúveis
 Poder Tampão
Características da planta a ser ensilada
 Teor de MS
 > concentração de nutrientes, facilita os processos
fermentativos e diminui a capacidade de ação dos clostrídeos
(Haigh, 1990)
 Teor de MS deve estar em torno de 30 a 35% (Muck, 1988;
MacDonald, 1991)
37
Características da planta antes de ser ensilada
 Teor de matéria seca
 Forragens contendo baixo teor de MS
propiciam maiores perdas por efluente;
multiplicação de clostrídeos;
 Forragens contendo alto teor de MS
 dificulta a compactação (O2)
38
Características da planta antes de ser ensilada
 Teor de Carboidratos Solúveis
 Mais importante substrato para boa fermentação
 Concentração mínima de 2,5 a 3,0% na MS (Haigh, 1990)
 Ideal: 12 a 15% na MS
 Disponibilidade de CS → grau de laceração da forragem
e da liberação da seiva
39
Características da planta antes de ser ensilada
Capacidade Tampão ou Poder tampão
 Capacidade de resistir ás alterações de pH
 Interferem no processo fermentativo, limitando o abaixamento do
pH
 São ácidos orgânicos e sais de ácidos orgânicos existentes na
forragem (málico, cítrico, fosfórico, glicérico, entre outros)
 Estes produtos orgânicos interferem no processo fermentativo,
limitando o abaixamento do pH
 Cada forrageira apresenta Capacidade Tampão específica (Moiso &
Heikonen, 1994)
 Também é influenciado pelo estádio vegetativo da planta
40
Características de uma Silagem Bem 
Fermentada
 Reduzidas perdas no valor nutritivo
 Elevada aceitação pelos animais
 Textura firme
 Odor agradável
 Coloração
 Ausência de mofo
 Pouco ou nenhum ácido butírico
 Alto teor de ácido lático
41
Classificação da Silagem
A conservação de forragens como silagem envolve um 
complexo processo bioquímico e microbiológico, desde a 
colheita até a sua utilização na alimentação animal.
Critérios utilizados
pH
Ácidos orgânicos 
N amoniacal/%NT
Nogueira (1995) Digestibilidade in vitro
42
09/05/2023
 Valores de pH
 A preservação da forragem na forma de silagem é baseada
no processo de conservação em ácido (Muck & Bolsen, 1991):
 rápido de pH
redução da atividade proteolítica
crescimento de Mos. indesejáveis
 geralmente, baixo pH final não garante que a atividade
clostridiana foi prevenida durante o processo
Redução rápida do pH (MacDonald et al., 1991)
43
44
 Nitrogênio Amoniacal
 75 a 90% do N total na forragem verde está na forma de proteína
 Conjuntamente com o pH o NH3 indica como se processou a
fermentação
 restante (nitrogênio não-protéico)
 N na forma de amônia é menor que 1% do N total
Após o corte e ensilagem proteólise
% de proteína pode ser reduzida em 50 a 60%
44
 Nitrogênio Amoniacal
 Van Soest (1994):
Abaixo de 10% do NT
não há quebra excessiva de ptn. 
em amônia
aa. constituem maior parte do NNP
Acima de 15% do NT
quebra considerável de proteína
silagens pouco consumidas
45
 Ácidos orgânicos
 Ácidos orgânicos mais encontrados nas silagens:
 Ácido lático
 Ácido acético 
 Ácido butírico
 Ácido isobutírico
 Ácido propiônico
 Ácido valérico
 Ácido isovalérico
 Ácido succínico
 Ácido fórmico
Ácido primário 
responsável pela 
redução do pH na 
silagem
46
 Digestibilidade in vitro da MS
 Método muito preciso da digestibilidade da MS e MO
(Minson, 1990);
 Juntamente com a composição química e o consumo de
MS, considerado para definir o valor nutritivo das
forragens (Minson, 1990);
 É influenciada pelas características da forragem e
pelas alterações durante a fermentação (Ojeda, 1988)
47
Maior para silagens de leguminosas
pH: 3,8 – 4,2
Menor para silagens de milho, sorgo e outros 
cereais.
Mais elevado para silagens emurchecidas
6-8% - silagens úmidas (>65% de umidade)
Ácido lático 3-4% - silagens emurchecidas (>45% de umidade)
1-3% - silagens de grãos úmidos
 15,0> 0,5> 4,5Ruim
Breirem e Uvesli 20,1> 0,40-Muito ruim
Uvesli e SaueConservação de forragens - Fenação
61
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Planejamento;
Necessidade de feno  Número de animais;
Consumo por animal;
Período de suplementação;
Percentual de perdas; 30%
Condições de clima;
Necessidade de máquinas, equipamentos e mão-de-obra.
Perfil do sistema de produção;
62
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Escolha da forrageira;
Facilidade de colheita;
Gramíneas: alta relação folha/colmo, colmo fino
Coast cross, estrela africana, tifton, Brachiaria, gordura,
quicuio, pangola
Leguminosas: porte rasteiro, caule fino
Soja perene, centrosema, siratro galactia, alfafa
Facilidade de desidratação;
63
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Tratos culturais;
 Colheita;
Ponto ideal  estádio vegetativo
Ceifadeira
Ceifadeira condicionadora
64
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Corte da forrageira;
Horário: entre 9 a 10 horas;
Teor de umidade inicial da forragem = 70-85%;
Redução da umidade até 45% é rápida
De 45% para 15 a 18% perda de umidade é lenta
65
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Viragem e enleiramento da forragem;
Maior o número de revolvimento  mais rápido e uniforme será 
a desidratação
Ponto adequado  forragem com 15 a 18% de umidade
Ancinho em operação de enleiramento 66
09/05/2023
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Viragem e enleiramento da forragem;
Ancinho espalhando a forragem 
67
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Enfardamento;
Facilita o transporte, o armazenamento e a distribuição;
Tamanho dos fardos – 0,30h x 0,40l x 1,0 m;
Densidade: 90 a 130 kg/m3
Enfardadeira mecânica Enfardadeira manual 
68
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Armazenamento;
Solto em galpões
Medas
Baixo custo;
Maiores perdas.
69
PROCESSO OPERACIONAL - ETAPAS DA FENAÇÃO:
 Armazenamento;
Fardos
70
FONTES DE PERDAS DE FORRAGEM NA FENAÇÃO:
 Respiração  até 30%;
 Chuvas;
 Atividades no campo (queda de folhas)  até 20%;
 Armazenamento;
 Distribuição aos animais.
71
CARACTERÍSTICAS DO FENO DE BOA QUALIDADE:
 Coloração esverdeada;
 Cheiro característico;
 Alta relação folha/colmo;
 Maciez;
 Ausência de mofos, impurezas e elementos tóxicos;
 Boa digestibilidade e valor nutritivo.
72
09/05/2023
Os processos de conservação de forragem permitem 
contornar os problemas decorrentes da estacionalidade de 
produção das pastagens.
A fenação e, especialmente, a ensilagem são os processos 
de conservação de forragem mais utilizados no Brasil.
Para obtenção de menor perda e melhor preservação da 
forragem, as etapas de cada processo devem ser conduzidas 
de maneira adequada.
Conservação de Forragens
73

Mais conteúdos dessa disciplina