Prévia do material em texto
Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Elétrica e Biomédica Disciplina: Física I Turma: Engenharia Elétrica 2024.4 Profa. Suzana Cescon & Prof. Sérgio Lima Revisão e Lista de Exercícios Questão 01 A Figura abaixo mostra três trajetórias de uma bola de futebol chutada a partir do chão. Ignorando os efeitos do ar, ordene as trajetórias de acordo com: (a) O tempo de percurso; (b) A componente vertical da velocidade inicial; (c) A componente horizontal da velocidade inicial; (d) A velocidade escalar inicial, em ordem decrescente. Resolução O movimento da bola segue as equações do movimento balístico, onde a trajetória segue uma parábola. A decomposição da velocidade inicial em componentes horizontal e vertical influencia diretamente no tempo de voo, na altura atingida e no alcance da bola. Os dados que influenciam a trajetória são: v0x = v0 cos θ0, (1) v0y = v0 sin θ0. (2) (a) Tempo de percurso O tempo total de voo é dado por: t = 2v0y g . (3) Como o tempo de voo depende da componente vertical da velocidade inicial, a trajetória com maior v0y terá o maior tempo de percurso. Ordem decrescente do tempo de percurso: 2 > 1 > 3. 1 (b) Componente vertical da velocidade inicial A componente vertical da velocidade inicial é: v0y = v0 sin θ0. (4) A trajetória que alcança a maior altura possui maior componente vertical da velocidade inicial. Ordem decrescente da componente vertical: 2 > 1 > 3. (c) Componente horizontal da velocidade inicial A componente horizontal da velocidade inicial é: v0x = v0 cos θ0. (5) O alcance horizontal é maior para trajetórias com maior v0x. Como a trajetória 3 cobre a maior distância horizontal, então ela tem o maior v0x. Ordem decrescente da componente horizontal: 3 > 1 > 2. (d) Velocidade escalar inicial A velocidade inicial total é: v0 = √ v20x + v20y. (6) A trajetória com maior velocidade inicial cobre a maior distância e atinge maior altura. Observando as trajetórias, a bola 2 atinge a maior altura, a bola 3 o maior alcance e a bola 1 um equilíbrio intermediário. Ordem decrescente da velocidade escalar inicial: 2 > 3 > 1. Conclusão A análise das trajetórias leva às seguintes classificações: (a) Tempo de percurso: 2 > 1 > 3. (b) Componente vertical da velocidade inicial: 2 > 1 > 3. (c) Componente horizontal da velocidade inicial: 3 > 1 > 2. (d) Velocidade escalar inicial: 2 > 3 > 1. Esses resultados confirmam que a trajetória mais alta tem maior tempo de voo e maior velocidade vertical, enquanto a trajetória com maior alcance tem maior velocidade horizon- tal. 2 Questão 02 Uma bola é chutada a partir do chão, em um terreno plano, com uma dada velocidade inicial. A Figura mostra o alcance R da bola em função do ângulo de lançamento θ0. Ordene os três pontos identificados por letras no gráfico: (a) De acordo com o tempo que a bola permanece no ar; (b) De acordo com a velocidade da bola na altura máxima, em ordem decrescente. Resolução O movimento segue as equações do movimento balístico, onde a trajetória é uma pará- bola. A decomposição da velocidade inicial influencia diretamente no tempo de voo e na velocidade na altura máxima. (a) Tempo de voo O tempo total que a bola permanece no ar é dado por: t = 2v0 sin θ0 g . (7) Como o tempo de voo depende de sin θ0, ele é máximo quando θ0 = 90◦ e se reduz para ângulos menores e maiores que esse. No gráfico, o ponto b está mais próximo do máximo alcance, o que sugere um ângulo intermediário próximo a 45◦. Ordem decrescente do tempo de voo: b > a > c. (b) Velocidade na altura máxima Na altura máxima, a velocidade da bola corresponde apenas à sua componente horizontal: vmax = v0 cos θ0. (8) A velocidade horizontal é máxima para ângulos pequenos e mínima para ângulos próxi- mos de 90◦. Assim, a ordem decrescente da velocidade na altura máxima será: Ordem decrescente da velocidade na altura máxima: c > a > b. 3 Conclusão A partir das equações do movimento balístico, podemos classificar os pontos da seguinte forma: (a) Tempo de voo: b > a > c. (b) Velocidade na altura máxima: c > a > b. Esses resultados confirmam que a trajetória com maior ângulo tem maior tempo de voo, enquanto a trajetória com menor ângulo tem maior velocidade na altura máxima. Questão 03 No Campeonato Mundial de Atletismo de 1991, em Tóquio, Mike Powell saltou 8, 95 m, batendo por 5 cm um recorde de 23 anos estabelecido por Bob Beamon para o salto em distância. Suponha que Powell iniciou o salto com uma velocidade de 9, 5 m/s (aproxima- damente igual à de um velocista) e que g = 9, 8 m/s2 em Tóquio. Calcule a diferença entre o alcance de Powell e o máximo alcance possível para uma partícula lançada com a mesma velocidade. Resolução O alcance máximo de um projétil em lançamento oblíquo ocorre quando o ângulo de lan- çamento é 45◦ e pode ser determinado pela equação: Rmax = v20 g . (9) Substituindo os valores: Rmax = (9, 5)2 9, 8 (10) = 90, 25 9, 8 (11) ≈ 9, 21 m. (12) A diferença entre o alcance máximo teórico e o salto de Powell é: ∆R = Rmax −RPowell (13) Substituindo os valores: ∆R = 9, 21− 8, 95 (14) = 0, 26 m. (15) Conclusão A diferença entre o alcance máximo teórico para a mesma velocidade e o salto de Mike Powell é aproximadamente 0, 26 m. Isso sugere que o salto de Powell foi realizado em um ângulo um pouco diferente de 45◦, o que afetou seu alcance. 4 Questão 04 Uma pedra é lançada por uma catapulta no instante t = 0, com uma velocidade inicial de módulo 20, 0 m/s e ângulo de 40, 0◦ acima da horizontal. Quais são os módulos das componentes: (a) Horizontal e (b) vertical do deslocamento da pedra em relação à catapulta em t = 1, 10 s? (c) Horizontal e (d) vertical em t = 1, 80 s? (e) Horizontal e (f) vertical em t = 5, 00 s? Resolução O deslocamento da pedra segue as equações do movimento balístico, onde: x = v0xt, (deslocamento horizontal) (16) y = v0yt− 1 2 gt2. (deslocamento vertical) (17) A velocidade inicial da pedra pode ser decomposta em componentes: v0x = v0 cos θ0 = 20, 0 cos 40◦ ≈ 15, 32 m/s, (18) v0y = v0 sin θ0 = 20, 0 sin 40◦ ≈ 12, 86 m/s. (19) A aceleração da gravidade é g = 9, 8 m/s2. (a) e (b) Deslocamento em t = 1, 10 s x1,10 = 15, 32× 1, 10 ≈ 16, 85 m, (20) y1,10 = 12, 86× 1, 10− 1 2 (9, 8)(1, 10)2 (21) = 14, 15− 5, 93 ≈ 8, 22 m. (22) (c) e (d) Deslocamento em t = 1, 80 s x1,80 = 15, 32× 1, 80 ≈ 27, 58 m, (23) y1,80 = 12, 86× 1, 80− 1 2 (9, 8)(1, 80)2 (24) = 23, 15− 15, 89 ≈ 7, 26 m. (25) 5 (e) e (f) Deslocamento em t = 5, 00 s x5,00 = 15, 32× 5, 00 ≈ 76, 60 m, (26) y5,00 = 12, 86× 5, 00− 1 2 (9, 8)(5, 00)2 (27) = 64, 30− 122, 50 ≈ −58, 20 m. (28) O resultado negativo indica que a pedra já atingiu o solo e percorreu um deslocamento adicional para baixo. Conclusão Os deslocamentos da pedra nos instantes indicados são: (a) x = 16, 85 m, (b) y = 8, 22 m em t = 1, 10 s. (c) x = 27, 58 m, (d) y = 7, 26 m em t = 1, 80 s. (e) x = 76, 60 m, (f) y = −58, 20 m em t = 5, 00 s (indicando que a pedra já caiu). Questão 05 Um projétil é disparado com uma velocidade inicial v0 = 30, 0 m/s, a partir do solo, com o objetivo de atingir um alvo que está no solo a uma distância R = 20, 0 m, como mostra a Figura. Qual é: (a) O menor ângulo de lançamento para o qual o projétil atinge o alvo? (b) O maior ângulo de lançamento para o qual o projétil atinge o alvo? Resolução O alcance de um projétil lançado obliquamente é dado pela equação: R = v20 sin 2θ g . (29) Rearranjando para encontrar o ângulo de lançamento: sin 2θ = gR v20 . (30) 6 Substituindo os valores dados: sin 2θ = (9, 8)(20, 0) (30, 0)2 (31) = 196 900 (32) = 0, 2178. (33) Agora, encontramos os dois ângulos possíveis resolvendo: 2θ = arcsin(0, 2178) (34) 2θ = 12, 6◦ (35) θ1 = 6, 3◦. (36) O segundo ângulo é obtido usando a relação: θ2 = 90◦ − θ1. (37) Portanto: θ2 = 90◦ − 6, 3◦ = 83, 7◦. (38) Conclusão Os dois ângulos de lançamento que permitem ao projétil atingir o alvo são: (a) O menor ângulo: 6, 3◦. (b) O maior ângulo:83, 7◦. Esses valores confirmam que um mesmo alcance pode ser obtido para dois ângulos comple- mentares de lançamento. Questão 06 Um carro move-se ao longo de uma curva circular de raio r = 90 m. No instante mostrado, sua taxa de rotação é θ̇ = 0, 4 rad/s, a qual está aumentando a uma taxa de θ̈ = 0, 2 rad/s2. Determine as intensidades da velocidade e da aceleração do carro neste instante. 7 Resolução O movimento do carro segue um movimento circular não uniforme, onde há tanto uma componente tangencial quanto uma componente centrípeta da aceleração. A velocidade tangencial do carro é dada por: v = rθ̇ (39) = 90× 0, 4 (40) = 36 m/s. (41) A aceleração total do carro possui duas componentes: • Aceleração normal (centrípeta), que mantém o carro na trajetória curva: an = v2 r (42) = 362 90 (43) = 1296 90 (44) = 14, 4 m/s2. (45) • Aceleração tangencial, que representa a variação da velocidade ao longo do tempo: at = rθ̈ (46) = 90× 0, 2 (47) = 18 m/s2. (48) A aceleração total é obtida pela soma vetorial das componentes normal e tangencial: aT = √ a2n + a2t (49) = √ (14, 4)2 + (18)2 (50) = √ 207, 36 + 324 (51) = √ 531, 36 (52) ≈ 23, 05 m/s2. (53) Conclusão Os resultados obtidos são: • Velocidade do carro: 36 m/s. • Aceleração total do carro: aproximadamente 23, 05 m/s2. Esses valores demonstram a influência da variação da taxa de rotação na aceleração do carro. 8 Questão 07 Um ciclista percorre uma pista circular de raio r = 120 m. Em determinado instante, sua taxa de rotação é θ̇ = 0, 5 rad/s, e essa taxa está aumentando a uma razão de θ̈ = 0, 3 rad/s2. Determine as intensidades da velocidade e da aceleração do ciclista neste instante. Resolução da Questão Adicional A velocidade tangencial do ciclista é: v = rθ̇ (54) = 120× 0, 5 (55) = 60 m/s. (56) As componentes da aceleração são: • Aceleração normal (centrípeta): an = v2 r (57) = 602 120 (58) = 3600 120 (59) = 30 m/s2. (60) • Aceleração tangencial: at = rθ̈ (61) = 120× 0, 3 (62) = 36 m/s2. (63) A aceleração total é: aT = √ a2n + a2t (64) = √ (30)2 + (36)2 (65) = √ 900 + 1296 (66) = √ 2196 (67) ≈ 46, 86 m/s2. (68) Conclusão da Questão Adicional Os resultados obtidos para o ciclista são: • Velocidade do ciclista: 60 m/s. • Aceleração total do ciclista: aproximadamente 46, 86 m/s2. 9