Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Previdenciário, 2a. Edição Obra organizada pelo Instituto IOB – São Paulo: Editora IOB, 2015. ISBN 978-85-8079-098-6 Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Tradição + Inovação Conciliando tradição e reconhecimento, o IOB Concursos traz uma metodologia simples e interativa. Presente em 100% do território nacional, conseguimos levar nossa tecnologia de ensino a todas as cidades, colaborando para a democratização do ensino no Brasil. As videoaulas e o material didático são as ferramentas de aprendizagem. Os livros que compõem os cursos preparatórios foram desenvolvidos com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas. Tudo desenvolvido para atender às necessidades de diferentes perfis de alunos. Com pesquisas e avaliações constantes junto aos alunos, nosso objetivo é garantir a satisfação e a excelência. www.iobconcursos.com Sumário Capítulo 1. Teoria Geral do Direito Previdenciário, 9 1. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social – Parte I, 9 2. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social – Parte II, 10 3. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social – Parte III e Conceito de Seguridade Social, 11 4. Conceito de Seguridade Social, 12 5. Seguridade Social – Saúde, 13 6. Seguridade Social – Assistência Social, 13 7. Seguridade Social – Previdência Social, 14 Capítulo 2. Princípios Constitucionais da Seguridade Social, 16 1. Princípios Constitucionais – Universalidade da Cobertura e do Atendimento, 16 2. Princípio da Irredutibilidade e Diversidade da Base Financeira, 17 3. Princípio da Equidade, Princípio da Gestão Democrática e Quadripartite e Princípio da Comutatividade, 18 4. Princípios Constitucionais da Seguridade Social – Preexistência do Custeio – Recomposição Monetária – Preservação do Valor Real – Valor Mínimo, 19 Capítulo 3. Legislação Previdenciária, 20 1. Legislação Previdenciária – Conceito e Fontes, 20 Capítulo 4. Regime Geral de Previdência Social, 21 1. Regime Geral de Previdência Social – Conceito – Diferença entre RGPS e RPP, 21 2. Regime Geral de Previdência Social – Disciplina Constitucional, 21 Capítulo 5. Segurados do Regime Geral de Previdência Social, 23 1. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Beneficiários – Segurados e Dependentes, 23 2. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Empregado – Parte I, 23 3. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Empregado – Parte II, 24 4. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Empregado Doméstico, 25 5. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Trabalhador Avulso, 25 6. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Contribuinte Individual – Parte I, 26 7. Segurado Obrigatório – Contribuinte Individual – Parte II, 26 8. Segurado Obrigatório – Segurado Especial – Parte I, 28 9. Segurado Obrigatório – Segurado Especial – Parte II, 29 10. Segurado Facultativo, 30 11. Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado – Parte I, 31 12. Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado – Parte II, 32 13. Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado – Parte III, 33 Capítulo 6. Dependentes do Regime Geral de Previdência Social, 34 1. Classe de Dependentes – Parte I, 34 2. Classe de Dependentes – Parte II, 35 3. Classes de Dependentes – Parte III, 36 4. Classe de Dependentes - Parte IV, 37 Capítulo 7. Benefícios e Serviços da Previdência Social, 39 1. Benefícios e Serviços: Introdução e Carência – Parte I, 39 2. Períodos de Carência, 40 3. Reingresso ao RGPS – Benefícios sem Carência, 41 4. Regras de Transição, 42 5. Cálculo dos Benefício – Salário de Benefícios, 44 6. Salário de Benefícios – Pontos Importantes, 46 7. Renda Mensal Inicial, 48 8. Auxílio-doença: concessão e carência, 50 9. Auxílio-doença: renda mensal inicial, 50 10. Auxílio-doença: modalidades, 52 11. Auxílio-acidente, 54 12. Auxílio-acidente II, 55 13. Aposentadoria por Invalidez, 56 14. Aposentadoria por Invalidez II, 58 15. Aposentadoria III, 60 16. Aposentadoria por Idade: requisitos, 61 17. Aposentadoria por Idade: concessão, 61 18. Aposentadoria por Idade à Pessoa Deficiente, 62 19. Aposentadoria por Tempo de Contribuição: requisitos, 63 20. Aposentadoria por Tempo de Contribuição: não Concessão, 64 21. Aposentadoria por Tempo de Contribuição da Pessoa Deficiente, 65 22. Aposentadoria Especial, 66 23 Salário-maternidade – Parte I, 67 24. Salário-maternidade – Parte II, 68 25. Salário-maternidade – Parte III, 69 26. Salário-família,70 27. Pensão por Morte, 70 28. Pensão por Morte II, 71 29. Pensão por Morte III, 72 30. Pensão por Morte IV, 73 31. Pensão por Morte V, 74 32. Auxílio-reclusão: requisitos, carência, renda mensal inicial, 75 33. Auxílio-reclusão: suspensão e cessação, 77 34. Abono Anual e Serviço Social, 78 35. Reabilitação Profissional, 79 Capítulo 8. Questões Relativas à Previdência Social, 80 1. Contagem Recíproca do Tempo de Contribuição, 80 2. Justificação Administrativa, 81 3. Decadência e Prescrição em Relação aos Benefícios da Previdência Social, 82 Capítulo 9. Financiamento da Seguridade Social, 84 1. Financiamento – Contribuições Sociais – Regras Constitucionais, 84 2. Financiamento: Orçamento, 85 3. Financiamento: Salário de Contribuição, 86 4. Salário de Contribuição – Parcelas Excludentes, 87 5. Contribuição dos Segurados – Parte I, 87 6. Contribuição dos Segurados – Parte II, 88 7. Contribuição dos Segurados – Parte III, 89 8. Financiamento – Contribuição das Empresas, 90 9. Contribuição das Empresas – SAT e RAT, 91 10. Contribuição das Empresas – Entidades Equiparadas, 93 11. Contribuições Substitutivas, 93 12. Contribuições Substitutivas do Produtor Rural, 94 13. Recolhimento Fora do Prazo Legal, 95 14. Responsabilidade Solidária e Retenção das Contribuições, 95 15. Compensação e Restituição das Contribuições Previdenciárias, 97 16. Decadência e Prescrição das Contribuições, 98 17. Obrigações Acessórias e Certidão Negativa, 99 Capítulo 10. Conselhos da Previdência Social, 101 1. Conselhos da Previdência Social, 101 Capítulo 11. Ações Previdenciárias, 102 1. Ações Previdenciárias – Introdução, 102 2. Competência, 103 Capítulo 12. Previdência do Servidor Público, 104 1. Aposentadoria do Servidor Público – Aposentadoria Voluntária, 104 2. Aposentadoria Compulsória, 105 3. Regras de Transição, 106 4. Regime Próprio – Pensão por Morte do Servidor Público, 107 Capítulo 13. Crimes Previdenciários, 108 1. Apropriação Indébita e Sonegação, 108 2. Inserção de Dados Falsos e Falsificação, 109 Capítulo 14. Assistência Social, 111 1. Loas – Introdução, 111 2. Loas – Cumulação de Benefícios, 112 Gabarito, 115 Capítulo 1 Teoria Geral do Direito Previdenciário 1. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social – Parte I O conceito de seguridade federal está no art. 194 da CF, que diz que seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes pú- blicos e da sociedade, destinadas a garantir direitos relativos à saúde, à assistência social e à previdência social. Sobre a origem e a evolução do direito previdenciário, importante saber que a assistência social surgiu na Inglaterra, com a Lei dos Pobres. A assistência privada existe desde antes de Cristo, pela qual os particulares acorrem as pessoas neces- sitadas. Já a assistênciapública, aquela que o Estado avoca para si como dever de amparar as pessoas em necessidades sociais, surgiu com a tal Lei dos Pobres. Com relação ao ramo da previdência, teve sua origem histórica na Alemanha, com Otto von Bismark, em 1883, com a edição da Lei do Seguro Social. A previdência, diferentemente da assistência social, depende de contribuição para fazer jus a uma proteção, materializada na aposentadoria. É importante lembrar-se, historicamente, da passagem do estado absolutista para o estado liberal, da Revolução Francesa e da Revolução Industrial, o surgi- mento do contrato, a exploração do trabalho, e os altos índices de acidentes do trabalho e a ausência de proteção ao trabalhador. Paralelamente, ocorreu o manifesto comunista. Lembra-se que, no estado absolutista, houve uma revolução; no estado libe- ral, o governante começou, então, a idealizar as mudanças necessárias: o que realmente preocupava era a falta de previsão do futuro, de previdência. E, assim, surgiu a Lei do Seguro Social. Esta lei impõe que quem deve custear a previdência é o empregador, que fica obrigado a contribuir para o seguro social para a proteção dos trabalhadores, e Direito Previdenciário10 bem assim a classe operária precisa contribuir para este sistema. Portanto, a lei surgiu com o fim de aquietar os movimentos tendenciosos a uma nova revolução. O Estado, neste momento, deixa de ser meramente liberal, e passa a ser um Estado Social. Exercício 1. (Cespe – DPU – Defensor Público – 2004) Cientificamente, o direito é uno, portanto, não se considera a autonomia de um ramo em relação a outro. Contudo, para fins didáticos, em relação à seguridade social, o ordenamento jurídico brasileiro e a doutrina adotaram a teoria monista, reconhecendo que o direito da seguridade vincula-se ao direito do trabalho. 2. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social – Parte II No Brasil, a evolução da previdência passa pelas constituições do Brasil: a primeira foi a do Brasil Império, de 1824, que nada previu sobre previdência. Depois, em 1891, a primeira Constituição Republicana também foi omissa sobre o tema. Em 1934, a nova Constituição trouxe, pela primeira vez, regras sobre a previ- dência. Antes disso, a Lei Eloy Chaves, de 1923, marcou o surgimento da previ- dência no Brasil. Esta lei criou as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP): cada empresa ficava obrigada a criar uma CAP, para dar direito à aposentadoria e pensão por morte a seus empregadores. O empregador e o empregado eram obrigados a contribuir. Posteriormente, foi criado o Instituto de Aposentadoria e Pensão (IAP): a ar- recadação era feita não mais por empresa, mas por categoria. Finalmente, sinte- tizaram-se todos os Institutos num só: o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), a fim de que os direitos de todas as categorias fossem igualizados. Com a atual CF, de 1988 (arts. 194 a 204), pela primeira vez, previu-se a nomenclatura Seguridade Social, abrangendo a saúde, a assistência social e a previdência social. Já no art. 6º da CF (dentro dos direitos e garantias fundamentais), a saúde, a previdência e a assistência social, dentre outros direitos, são previstos como direi- tos sociais. Assim, nem todos os direitos sociais são abrangidos pela previdência social. Direito Previdenciário 11 Exercício 2. (Cespe – DPU – Defensor Público – 2004) As ações propositivas de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade que asseguram os direitos relacionados à saúde, à educação, à assistência social e à previdência constituem o con- ceito de seguridade social, conforme estabelecido no título da Ordem Social da Constituição Federal. 3. Origem e Evolução Histórica da Seguridade Social – Parte III e Conceito de Seguridade Social Seguridade social, que surgiu pela primeira vez na CF/1988, é conceituada como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da socieda- de, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assis- tência social. Imprescindível a leitura dos arts. 40, e 193 a 204 da Constituição Federal. Importante lembrar que a sociedade está no conceito constitucional de segu- ridade, e que previdência social não é sinônimo de seguridade social. A principal diferença entre os três ramos que integram a seguridade é o aspec- to contributivo. Existem políticas de seguridade social não contributivas, que são as da saúde e as da assistência social. Já a previdência é contributiva, ou seja, só tem direito aos direitos da previdência aquele que foi contribuinte. O art. 201 da CF trata da previdência social, e afirma que a previdência tem caráter contributivo. O art. 203 fala da assistência social, determinando que será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição. A saúde, que está prevista no art. 196, igualmente, é direito de todos e dever do Estado, marcando o caráter não contributivo. No ramo da saúde, temos o SUS (Sistema Único de Saúde). Na assistência social, temos o Suas (Sistema Único de Assistência Social). Exercício 3. (TRT 7ª Região – Magistrado do Trabalho – 2005) No contexto da seguridade social, certo/errado: a) A seguridade social é um conjunto integrado de ações de iniciativa ex- clusiva dos poderes públicos destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social. Direito Previdenciário12 4. Conceito de Seguridade Social O conceito de seguridade social está no art. 194 da CF: conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. O órgão responsável pela previdência é o INSS, que é uma autarquia federal responsável pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Existe outro regi- me, o chamado Regime Próprio dos Servidores Públicos (RPSP), mas este não é administrado pelo INSS. Antigamente, existiam os Institutos de Aposentadoria e Pensão, que regula- vam categorias separadas. Todos esses institutos foram sintetizados no INPS, que não separava as categorias, que cuidava apenas de benefícios beneficiários. O IAPAS era outro órgão, responsável pelas contribuições previdenciárias. Em 1990, surgiu o INSS, resultado da fusão do INPS com o Iapas, e significa Instituto Nacional do Seguro Social, lembrando que cuida apenas da previdência e não de toda a seguridade social. Posteriormente, em 2007, com a Lei nº 11.457, foi criada uma nova atribui- ção para a Receita Federal (atualmente denominada Secretaria da Receita Federal do Brasil), qual seja, cuidar da parte de custeio previdenciário. Com isso, o INSS deixou de cuidar do custeio, ficando responsável apenas pelos benefícios previ- denciários. Com essa alteração legislativa, o INSS não tem mais legitimidade para ajuizar execuções fiscais tendo contribuições previdenciárias como objeto. Esta legitimi- dade é da União, e não da Receita Federal, porque esta é apenas um órgão e não tem personalidade jurídica. Exercício 4. (Ministério Público do Trabalho – 12ª Região) A respeito do sistema previden- ciário brasileiro, é correto afirmar que: a) O INSS – Instituto Nacional do Seguro Social é a autarquia federal en- carregada de manter o regime previdenciário obrigatório para os traba- lhadores em geral, ressalvados os servidores estatutários efetivos que possuam regime próprio de previdência. b) O INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social é a autarquia encarre- gada de manter o regime previdenciário obrigatório para os trabalhado- res em geral, ressalvados os servidores estatutários que possuam regime próprio de previdência. Direito Previdenciário 13 5. Seguridade Social – Saúde A saúde compõe o ramo da seguridade social. Trata-se de um direito de todos, ou seja, marcado pelauniversalidade no atendimento. É direito fundamental, cujo conceito encontra-se na OMS: saúde não é apenas ausência de doença, mas o completo bem-estar físico, mental e social. O ramo que cuida da saúde é o direito sanitário, e o art. 199 da CF determina que: – a atuação no ramo da saúde é livre à iniciativa privada; – é vedada a destinação de recursos públicos à iniciativa privada com finalidade lucrativa; – é vedada a atuação direta ou indireta de empresa ou capital estrangeiro no ramo da saúde, salvo nos termos previstos em lei (lei deve trazer rol taxativo de situações em que o capital estrangeiro poderá atuar na saúde brasileira). Pelo § 4º deste mesmo artigo, a lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e trans- fusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Excepcionalmente, admite-se a venda de partes do corpo cujo desprendimento não gere prejuízo funcional, que tenham reposição periódica e sem procedimento invasivo (como unhas e cabelo). A Lei nº 9.434/1997 determina que é requisito para remoção de órgão para transplante a morte encefálica, atestada por dois médicos não integrantes da equipe de transplante. Exercício 5. (Procurador Federal – AGU – 2006) Os planos de serviços e benefícios da seguridade social relacionados aos serviços de saúde devem ser elaborados pelo legislador, de tal forma a garantir que apenas os que realmente neces- sitam da proteção estatal a eles tenham acesso. 6. Seguridade Social – Assistência Social A assistência social pública surgiu na Inglaterra em 1601, com a edição da Lei dos Pobres. No Brasil, é prevista nos arts. 203 e 204 da CF. Direito Previdenciário14 Como regra, destina-se às pessoas hipossuficientes, pobres e às que se encon- tram abaixo da linha da pobreza (miséria). Na assistência social, temos, como aspecto mais importante, o benefício as- sistencial do art. 203, V: “a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.” É o chamado benefício de prestação continuada, e independe de contribuição. Além deste benefício constitucional, a Lei nº 10.836/2004 traz o Bolsa Família, que é a junção de diversos programas sociais que existiam. Este programa traz o benefício básico, devido a famílias na condição de extrema pobreza, e o benefício variável, destinado a famílias na pobreza e na extrema pobreza. A Lei nº 8.742/1993 (Loas), no art. 20, traz o regramento do benefício cons- titucional da assistência social. Por este artigo, é idosa a pessoa com 65 anos de idade. No art. 1º, tem-se que assistência social é direito do cidadão e dever do Estado. É política de seguridade social não contributiva, que provê mínimos sociais, realizada mediante um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas (provimento do mínimo social ou mínimo existencial). O art. 6º da mesma lei determina que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome é o responsável por essas políticas. Exercício 6. (Cespe – Procurador Federal – AGU – 2013) Ao idoso que tenha, no mínimo, 65 anos de idade e que não possua meios de prover sua subsistência ou de a ter provida por sua família, será assegurado o benefício de prestação con- tinuada previsto na LOAS, no valor de um salário mínimo. 7. Seguridade Social – Previdência Social A previdência social, integrante da seguridade social, divide-se em regime geral (art. 201 da CF), regime próprio dos servidores públicos (art. 40 da CF), essas duas de caráter público e obrigatório; e ainda o regime complementar (art. 202 da CF), esta é facultativa. Estudaremos o regime geral (RGPS), do art. 201: a previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação Direito Previdenciário 15 (relação jurídica que une segurado à previdência estabelecendo direitos e obri- gações recíprocas) obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, nos termos da lei. É administrada pelo INSS, e toda vez que uma pessoa física exercer atividade remunerada, obrigatoriamente, estará filiada à previdência, ainda que não haja registro em CTPS (o registro é ato de cadastro, e não de filiação). Atualmente, as Leis nos 8.212/1991 e 8.213/1991, ambas leis ordinárias, regu- lamentam o RGPS. O RPSP é regido pela Lei nº 8.112/1990 (também lei ordinária). Contudo, para previdência complementar, a Constituição exige lei comple- mentar. Exercício 7. (Cespe – Magistratura Federal, TRF 3ª Região – 2001) A inscrição e a filiação são institutos que se aplicam a todas as áreas da seguridade social. Por esta razão, somente o segurado e seus dependentes, nos termos da legislação previdenciária, têm direito aos serviços do Sistema Único de Saúde. 1. Princípios Constitucionais – Universalidade da Cobertura e do Atendimento Os princípios constitucionais da seguridade social estão no art. 194, parágrafo único. O termo “objetivos” utilizado pela CF neste dispositivo deve ser entendido como princípios. São termos sinônimos. Todos estes princípios são aplicáveis a todos os ramos da seguridade social. A universalidade da cobertura de atendimento tem sentido de dar abran- gência máxima ao atendimento (pessoas, rol de protegidos) e cobertura (riscos sociais, como morte, invalidez, idade avançada, etc.). Tendo em vista que a previdência social é um direito social, ou seja, obrigação do Estado de dar ou fazer, exige, portanto, lastro financeiro. Assim, o Estado de- pende sempre dos recursos financeiros orçamentários que dispuser. É a chamada reserva do possível, materializada no Princípio da Seletividade e Distributividade na prestação dos benefícios e serviços, ou seja, não havendo recursos para prote- ger a todos, contempla-se primeiro a proteção de riscos sociais mais graves e das pessoas mais necessitadas. No art. 201, IV, temos que o salário-família e o auxílio-reclusão serão restritos a segurados de baixa renda. É uma limitação, exemplificação do Princípio da Se- letividade e da Distributividade. Temos ainda o Princípio da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços para a população urbana e rural. Significa que os mesmos benefícios da população urbana estarão disponíveis ao trabalhador rural, e na mesma pro- porção. Capítulo 2 Princípios Constitucionais da Seguridade Social Direito Previdenciário 17 Exercícios 8. Indique qual das opções está correta com relação aos objetivos constitucio- nais da Seguridade Social: a) Irredutibilidade do valor dos serviços. b) Equidade na cobertura. c) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações rurais e urbanas. d) Seletividade na prestação dos benefícios e serviços às populações rurais e urbanas. e) Diversidade de atendimento. 9. (Cespe – Procurador Federal – AGU – 2013) A seguridade social compreen- de um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinados a assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, sendo que a universalidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações rurais e urbanas estão entre os objetivos em que se baseia a organização da seguridade social no Brasil. 2. Princípio da Irredutibilidade e Diversidade da Base Financeira Quanto ao princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios, previsto no inciso IV do parágrafo único do art. 194 da CF, havia uma discussão sobre tratar-se do valor real ou dovalor nominal. O STF determinou, por fim, que a proteção é con- tra a redução do valor nominal, ou seja, o valor nominal, e não proteção contra as perdas inflacionárias. Observe, por exemplo, o Bolsa Família, que se mantém no mesmo valor há 4 anos. Este fato não ofende o Princípio da Irredutibilidade dos Benefícios. Contudo, no que tange somente à previdência, § 4º do art. 201 determina que é obrigatória a recomposição anual das perdas inflacionarias. Outro princípio constitucional da seguridade social é o da diversidade da base de financiamento. Os recursos financeiros que sustentam a seguridade social devem ser diversificados, ou seja, devem vir de várias fontes. O art. 195 é uma exemplificação deste princípio. Assim, devem contribuir as empresas e os trabalhadores, mas os re- cursos da seguridade também devem vir das receitas de concursos de prognósticos (sorteios de símbolos ou números) bem como das importações de produtos e serviços. Ainda, no art. 195, o § 4º determina que é possível criar outras contribuições, utilizando-se para tanto de lei complementar. Direito Previdenciário18 Exercício 10. A receita da seguridade social não está adstrita a trabalhadores, a emprega- dores e ao poder público. Essa assertiva relacionada à receita da seguridade social está baseada, especificamente, ao Princípio da: a) Natureza Democrática e Descentralizada da Administração. b) Diversidade da Base de Financiamento. c) Universalidade da Cobertura e do Atendimento. d) Equidade na Forma de Participação no Custeio. e) Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios. 3. Princípio da Equidade, Princípio da Gestão Democrática e Quadripartite e Princípio da Comutatividade O Princípio da Equidade da Forma de Participação no Custeio não se trata de igualdade, isonomia. Trata-se, em verdade, do bom-senso do ente tributante na estipulação de alíquotas e bases de cálculos. Assim, empregadores e empregados terão percentuais de contribuição bem diferenciadas. Observa-se: empresas pagam, em regra, 20% de contribuição, mas havia uma determinação de que empresas instituições bancárias deveriam pagar 22% de con- tribuição. Os bancos começaram a ingressar com ações contra esta determinação. Por conta disso, foi criado o § 9º no art. 185: “As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômi- ca, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.” Outro princípio importante fala do caráter democrático e descentralizado (fe- deral, estadual e municipal) da administração, mediante gestão quadripartite, ou seja, com pelo menos 4 segmentos votando nos órgãos colegiados, quais sejam, dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo. A Lei nº 8.213 fala do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social). Ele é formado por representantes desses 4 segmentos acima citados, adicionando ainda os pensionistas. Os membros do CNPS são nomeados pelo Presidente da República. Os representantes da sociedade civil terão mandato de 2 anos, admiti- da uma recondução, mas nota-se que o representante do governo tem mandato por prazo indeterminado. Direito Previdenciário 19 Exercício 11. (Magistratura do Trabalho – 23ª Região – 2006) São princípios e diretrizes da seguridade social, exceto: a) Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa. b) Universalidade da cobertura e do atendimento. c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. d) Igualdade na forma de participação no custeio. e) Diversidade da base de financiamento. 4. Princípios Constitucionais da Seguridade Social – Preexistência do Custeio – Recomposição Monetária – Preservação do Valor Real – Valor Mínimo O Princípio da Prévia Fonte do Custeio também é conhecido como “Regra da Contrapartida” e pode ser identificado no art. 195, § 5º, da Constituição Federal. O art. 201, § 4º, da CF, traz o Princípio da Manutenção do Valor Real dos Benefícios que será aplicado tão somente à Previdência. Não será possível manter o mesmo valor do benefício, pois o poder aquisitivo deverá ser respeitado, me- diante um reajuste periódico. Este reajuste compreende a recomposição da perda inflacionária, por meio de um indexador oficial. Na Previdência, o indexador utilizado é o INPC. O salário mínimo não poderá ser utilizado como parâmetro. Exercício 12. Nenhum benefício da seguridade social poderá ser criado ou majorado sem a correspondente fonte de custeio total, salvo os de caráter emergencial para atendimento de calamidade pública. 1. Legislação Previdenciária – Conceito e Fontes A legislação previdenciária terá como fonte a Constituição Federal (arts. 140 e 193 a 204). As emendas à Constituição (nos 20, 41 e 47) refletem a reforma da Previdên- cia. Dessas reformas, houve a necessidade de lei complementar em três hipóte- ses: art. 40, § 4º e art. 201, § 1º, ambos da CF. A pessoa com deficiência poderá ter aposentadoria diferenciada (Lei nº 142/2013). Também será possível a aposentadoria diferenciada para os trabalhadores ex- postos às condições prejudiciais à saúde (exposição a agentes químicos, físicos ou biológicos). Para o caso de Previdência Complementar, também será preciso Lei Comple- mentar (nos 108 e 109). Serão necessárias para regramento e organização. O Decreto nº 3.048/1999 regulamenta as Leis nos 8.212/1991 e 8.213/1991. Há uma competência privativa da União para tratar sobre Seguridade Social, com previsão no art. 22, XXIII, da Constituição Federal. Já no art. 24, também da CF, traz a competência para legislar acerca da Previdência. Exercício 13. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS – 2012) Entre as fontes de financia- mento da Seguridade Social, encontra-se: a) O imposto de renda. b) O imposto sobre circulação de mercadorias. c) A contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. d) A contribuição social sobre a folha de salários. e) A contribuição de melhoria. Capítulo 3 Legislação Previdenciária 1. Regime Geral de Previdência Social – Conceito – Diferença entre RGPS e RPP O Regime Geral e o Regime Próprio para os servidores públicos trazem pontos em comum, tais como: filiação obrigatória, caráter contributivo e equilíbrio financeiro atuarial. No regime próprio, contribuem também os servidores inativos (aposentados e pensionistas). A contribuição incidirá na forma do art. 40, § 18, da Constituição Federal. Para o Regime Geral, teremos a sua administração pelo INSS e quanto aos seus Segurados, as referências para as Leis nos 8.212/1991 e 8.213/1991. Já para o Regime Próprio, administrado pelos entes federativos, quanto aos Servidores Públicos, a referência será para o art. 40 da Constituição Federal. Exercício 14. Para o trato de aposentadoria especial, tanto no regime próprio, de previ- dência dos servidores públicos, como para os segurados do regime geral, é necessária a edição de lei complementar. 2. Regime Geral de Previdência Social – Disciplina Constitucional O art. 201, caput, da Constituição Federal, determina que a Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral, caráter contributivo e filiação obri- gatória. Capítulo 4 Regime Geral de Previdência Social Direito Previdenciário22 Existe um benefício chamado “auxilio-funeral”, que pertence à assistência social – não é um benefício previdenciário. A referência à proteção ao trabalhador em situação de desemprego involun- tário se dará por meio do seguro-desemprego. Salário-família e auxílio-acidente são benefícios não substitutivos. 1. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Beneficiários – Segurados e DependentesSó poderá ser segurado facultativo quem não é segurado obrigatório – atendi- mento do Princípio da Universalidade da Previdência. São cinco as categorias de segurados obrigatórios, sendo qualquer pessoa fí- sica que exerça atividade remunerada, quando: agentes públicos, servidores tem- porários, servidores públicos (cargo efetivo e cargo em comissão), particulares em colaboração à administração pública e detentores de mandato eletivo. Nas hipóteses de servidor público que não possua regime próprio de previdên- cia, o enquadramento será o de categoria de segurados obrigatórios denominada “empregados” (art. 11, I, da Lei nº 8.213/1991). Exercício 15. Aos servidores detentores de emprego público, aos temporários e aos que ocupem exclusivamente cargo em comissão, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social, e não o chamado Regime Previdenciário Especial. 2. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Empregado – Parte I Qualquer pessoa que exerça atividade remunerada será considerada segurado obrigatório da previdência pública. Capítulo 5 Segurados do Regime Geral de Previdência Social Direito Previdenciário24 Empregado é toda pessoa física que exerça atividade remunerada, mediante remuneração, subordinação e habitualidade, prestando serviços de natureza ur- bana ou rural. Neste caso, o tomador de serviços será a empresa. A Previdência surgiu no sentido de proteger o empregado. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social. O servidor público ocupante de cargo efetivo será excluído do Regime Geral de Previdência Social. Exercício 16. (Defensor Público da União – Cespe – 2004) O servidor público titular de cargo efetivo, vinculado a ente público instituidor de regime próprio de pre- vidência social e que exerça atividade remunerada abrangida pelo RGPS, torna-se segurado obrigatório também em relação a esse regime. 3. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Empregado – Parte II O Diretor-empregado é aquele que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de direção das so- ciedades anônimas, mantém as características inerentes à relação de emprego. A idade mínima para filiação ao regime geral é de 16 anos de idade – tanto para o segurado obrigatório, quanto para o facultativo. Exceção: aprendiz – será considerada então a idade a partir dos 14 anos. Exercício 17. (Defensor Público da União – Cespe – 2007) A idade mínima para filiação ao RGPS é de 16 anos, ressalvados os contratos especiais com idade-limite inicial de 14 anos, ajustados nos termos da legislação trabalhista, de forma escrita e por prazo determinado, assegurando ao menor e ao aprendiz um programa de aprendizagem e formação técnico-profissional metódica com- patível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico. Direito Previdenciário 25 4. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Empregado Doméstico O empregado doméstico é segurado obrigatório para a previdência social. O tema, previsto no art. 7º, parágrafo único da CF, foi recentemente regulamenta- do pela LC 150 de 2015. Empregado doméstico é a pessoa física que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 dias por semana. A lei ainda determi- na a idade mínima para esta categoria de empregados: 18 anos. Os domésticos passaram a ter direito à proteção em decorrência do acidente do trabalho (e portanto o empregador doméstico deve recolher o SAT - ), salário família (quando de baixa renda) e seguro desemprego.. 5. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Trabalhador Avulso O trabalhador avulso é aquele que presta serviço a várias empresas, mas é con- tratado por sindicatos e órgãos gestores de mão de obra, ou seja: é aquele que presta serviços eventuais a diversos tomadores, mediante a intermediação da entidade de classe, sem vínculo de emprego. Não há exigência de que ele seja sindicalizado. Deverá contribuir todos os meses, de modo que o tomador de serviços rete- nha esta contribuição no contracheque. Há alíquotas oficiais para fins de recolhi- mento ao INSS, em percentuais vinculados ao salário de contribuição. Exercício 18. (Magistratura Federal – TRF 3ª Região – Concurso XIII) Podem beneficiar-se do auxílio-acidente: a) O estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior, o autônomo e o avulso. b) O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, ainda Direito Previdenciário26 que vinculado a regime próprio de Previdência Social, o avulso e o ga- rimpeiro. c) O síndico de condomínio que receba remuneração, o empregado do- méstico, o titular de firma individual rural. d) O avulso, o arrendatário rural que exerce suas atividades em regime de economia familiar e o diretor empregado. 6. Segurados do Regime Geral de Previdência Social – Segurado Obrigatório – Contribuinte Individual – Parte I Os contribuintes individuais formam a categoria de pessoas que trabalham por conta própria (autônomos), os empresários e os trabalhadores que prestam servi- ços de natureza eventual a empresas, sem vínculo empregatício. Eles serão considerados contribuintes individuais e, ao exercer atividade remu- nerada, serão considerados segurados obrigatórios perante o Regime Geral de Previdência Social, devendo nele inscrever-se. Exercício 19. (Defensor Público da União – Cespe – 2007) Considere que João e Fernanda sejam árbitros de futebol e atuem, de acordo com a Lei nº 9.615/1998, sem vínculo empregatício com as entidades desportivas diretivas em que atuam. Nessa situação hipotética, João e Fernanda podem ser inscritos na previdên- cia social na qualidade de segurados facultativos, tendo em vista inexistir qualquer disposição legal que os obrigue a serem filiados ao regime geral. 7. Segurado Obrigatório – Contribuinte Individual – Parte II Quem exerce atividade remunerada no Brasil será segurado obrigatório na cate- goria empregado. Nos casos descritos no art. 11, I, há as exceções, previstas nos casos de estran- geiro sem residência permanente no Brasil ou brasileiro amparado pela previdên- cia do país de origem. Direito Previdenciário 27 Sobre a extraterritorialidade, fora do território brasileiro, será o empregado segurado obrigatório do INSS em três situações: – estrangeiro ou brasileiro contratado por empresa brasileira para trabalhar na agência dessa empresa no exterior; – quando empresa estrangeira contratar brasileiro ou estrangeiro residente e domiciliado no Brasil sendo a empresa estrangeira controlada por empresa brasileira; – o brasileiro civil contratado pela União para trabalhar no exterior em um organismo internacional. Contribuinte individual, art. 12, V, da Lei nº 8.212/1991, “e” – o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social. O brasileiro civil, não importa onde é domiciliado e contratado, se ele tra- balhar para organismo internacional no exterior será segurado do INSS, mas a categoria dependerá de quem o contratou. Se for contratado pela União, será na categoria empregado. Se for contratado diretamente, por exemplo, pelo TPI (Tribunal Penal Internacional), não haverá como a legislaçãobrasileira possa impor ao organismo a inscrição desse brasilei- ro no INSS. Nessa hipótese, esse brasileiro poderá ser segurado como contribuin- te individual, sendo ele mesmo recolhendo suas contribuições. Exercício 20. Miguel, civil, brasileiro nato que mora há muito tempo na Suíça, foi contrata- do em Genebra para trabalhar na Organização Mundial de Saúde. Seu obje- tivo é trabalhar na entidade por alguns anos e retornar ao Brasil, razão pela qual optou por não se filiar ao regime próprio daquela organização. Nessa situação, Miguel é segurado obrigatório da previdência social brasileira na qualidade de contribuinte individual. 8. Segurado Obrigatório – Segurado Especial – Parte I Direito Previdenciário28 O segurado especial é diferenciado, tem peculiaridades. Trata-se de um pequeno produtor rural ou pescador artesanal que trabalha em regime de economia fami- liar ou, individualmente, sem empregados permanentes. O núcleo familiar cultiva ou pesca para sustento próprio e comercializa o ex- cedente. É preciso comprovar que exerce a atividade rural, além de outros requisitos dependendo do benefício pretendido. No caso do segurado especial, ele terá que comprovar a atividade rural, não se exige comprovação de contribuição pre- videnciária. A Lei de Custeio, nº 8.212/1991, traz o empregado especial como obrigatório, ele precisa contribuir, mas com alíquota pequena de 2,1% sobre a comercialização da sua produção rural. No caso do trabalhador rural que está, por exemplo, há três anos sem comer- cializar, se ele estiver inválido, terá direito à aposentadoria por invalidez, desde que comprove que ficou esse período cultivando a terra ou a pesca, ainda que não tenha recolhido contribuições nesse período. Os benefícios do segurado especial terão o valor certo de um salário mínimo. Ele não terá direito a alguns benefícios, como salário-família, aposentadoria especial e aposentadoria por tempo de contribuição. O índio, indígena aldeado, indígena não aldeado, índio em vias de integra- ção, índio isolado ou índio integrado, que exerça a atividade rural em regime de economia familiar e faça dessas atividades o principal meio de vida e de sustento, é segurado obrigatório na categoria de segurado especial. Isso porque o índio é considerado pequeno produtor rural. Se posteriormente ele ingressar no meio urbano e exercer outro tipo de atividade, já não se encaixará mais na figura do segurado especial. A Lei nº 11.718/2008 veio disciplinar os pontos controvertidos da figura do segurado especial. Para ser pequeno produtor rural, deverá ter a propriedade rural até 4 módulos fiscais. Exercício 21. (Cespe – TRF 5ª Região – 2011) Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, ainda que comprovada, nos autos, a exploração em regime de economia familiar. 9. Segurado Obrigatório – Segurado Especial – Parte II Direito Previdenciário 29 A Lei nº 11.718/2008 sobre o segurado especial exige que este segurado não tenha empregados permanentes. É possível que, na hora da colheita, o núcleo familiar não consiga sem ajuda; então, poderão ser contratados trabalhadores rurais para o período de safra, pelo período máximo de 120 dias. Esses dias podem ser intercalados. Se houver um fazendeiro com propriedade rural equivalente a 20 módulos fiscais, sendo que a esposa e os filhos não trabalham na fazenda, e ele tem em- pregados que cuidam do plantio, dos animais, nesse caso, ele é um empresário rural, um contribuinte individual e só terá direito à aposentadoria se comprovar o recolhimento das contribuições previdenciárias. Há uma diferença para o pequeno produtor rural, que cultiva a terra com a ajuda da esposa e dos filhos e, eventualmente, precisa de trabalhadores rurais para ajudar a família. Nesse caso, todo o núcleo familiar será segurado especial. Se o segurado especial exercer o cargo de vereador, continuará como segu- rado especial. O segurado especial pode explorar sua propriedade para fins de turismo, des- de que faça por até 120 dias no ano e ofereça hospedagem rústica. Se ultrapassar esse tempo, passará a ser empresário. O Decreto Federal nº 3.048/1999, em seu art. 18, § 5º, determina que, pre- sentes os pressupostos de filiação, admite-se a inscrição post mortem do segura- do especial. O seringueiro, sendo atividade de sustento da sua vida, é segurado especial. O garimpeiro, ainda que trabalhe em regime familiar, não é segurado especial. A partir de 8 de janeiro de 1992, data da publicação da Lei nº 8.398, o ga- rimpeiro passou à categoria de equiparado a autônomo, atual contribuinte indi- vidual, com ou sem auxílio de empregados. Exercício 22. (Cespe – Defensoria Pública Geral da União – Defensor Público da União – 2010) Considere que Lucas tenha exercido, individualmente, de modo sustentável, durante toda a vida, a atividade de seringueiro na região ama- zônica, tendo os frutos dessa atividade sido sua única fonte de renda. Após o falecimento dele, os herdeiros – demonstrados os pressupostos de filiação – poderão requerer a inscrição de Lucas, como segurado especial, no RGPS. Direito Previdenciário30 10. Segurado Facultativo Segurados facultativos são as pessoas que não exercem atividade remunerada, mas têm a faculdade de se filiarem ao INSS (art. 13 da Lei nº 8.213/1991). O empregado na empresa será obrigatório; ficando desempregado, poderá se filiar no INSS como segurado facultativo. O segurado especial é obrigatório, mas, para que tenha direito a mais benefícios, como aposentadoria por tempo de contribuição, deverá recolher contribui- ções como segurado facultativo. O estagiário em acordo com a lei do estágio, assim como o bolsista, podem contribuir como segurados facultativos, pois não são segurados obrigatórios. Filiação é a relação jurídica que se estabelece entre segurados e a previdência social, do qual decorrem direitos e obrigações. Há: a) filiação automática – decorre do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios; b) filiação condicionada – mediante prévia inscrição, formalizada com o pa- gamento da primeira contribuição para o segurado facultativo. Para o segurado obrigatório, basta o exercício da atividade remunerada para ser filiado. Para o segurado facultativo, deverá haver a inscrição na previdência para se filiar. Após a inscrição, deverá pagar a primeira inscrição. Exercício 23. (Cespe – Magistratura Federal – TRF 3ª Região – 2011) A inscrição e a filiação são institutos que se aplicam a todas as áreas da seguridade social; por essa razão, somente o segurado e seus dependentes, nos termos da legislação previdenciária, têm direito aos serviços do Sistema Único de Saúde. 11. Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado – Parte I A filiação será automática, quando se tratar de segurado obrigatório e condicio- Direito Previdenciário 31 nada, quando se tratar de segurado facultativo. O segurado facultativo só estará filiado ao RGPS quando se inscrever na pre- vidência, precisando, além da inscrição, do pagamento da primeira contribuição. Quando o empregado estiver na empresa, ainda que sua carteira de trabalho não tenha sido anotada, ele já será filiado ao RGPS. Se a empresa oculta ou resiste na formalização do vínculo, neste caso, fica o tomador de serviço obrigado a fazer a inscrição, sob pena de sonegação fiscal previdenciária. A inscrição ocorrerá mesmo no caso do segurado obrigatório, mas não se precisa dela para gerar a filiação, ao contrário do segurado facultativo. A idade mínima para inscrição do segurado facultativo ou obrigatório é de dezesseis anos de idade. A única ressalva é a dosegurado obrigatório aprendiz, na categoria emprega- do, que pode ser filiado a partir dos quatorze anos de idade. Se um pai, ao nascer o filho, desejar inscrevê-lo como segurado facultativo, a contribuição será feita, porém, não surtirá efeitos, já que é menor de dezesseis anos de idade. Os arts. 13 da Lei nº 8.213/1991 e 14 da Lei nº 8.212/1991 tratam do segu- rado facultativo. Fala-se que o segurado facultativo poderá filiar-se a partir dos quatorze, no entanto, está incorreto, a idade mínima é de dezesseis anos de idade. As Leis nos 8.212 e 8.213 são de 1991 e, nesse ano, a CF ainda trazia que o trabalho seria permitido a partir dos quatorze anos, mas a CF foi alterada, esta- belecendo que o trabalho seria permitido a partir dos dezesseis anos, e as Leis nos 8.212 e 8.213 não foram atualizadas nesse sentido. As contribuições feitas antes dessa idade não serão válidas, o que poderá ser pedido é a repetição de indébito requerendo a devolução dos últimos cinco anos. Se for perguntado no concurso a idade mínima para se filiar, devem ser con- siderado, dezesseis anos de idade, apenas com a exceção do aprendiz, que é de quatorze anos. Se for utilizado o texto das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, deverão ser considerados quatorze anos. Exercício 24. (Cespe – DPS – 2010) Suponha que João, servidor público federal aposenta- Direito Previdenciário32 do, tenha sido eleito síndico do condomínio em que reside e que a respectiva convenção condominial não preveja remuneração para o desempenho dessa função. Nesse caso, João pode filiar-se ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS) na condição de segurado facultativo e formalizar sua inscrição com o pagamento da primeira contribuição. 12. Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado – Parte II Previdência é um seguro social. A partir do momento que o segurado deixa de contribuir para a previdência, perde a qualidade de segurado? O empregado que perdeu o emprego no mês de janeiro e ficou desempre- gado, passa três meses sem contribuir, sofre um acidente e falece. Terá a família direito à pensão por morte? Na previdência, existe o denominado período de graça (art. 15 da Lei nº 8.213/1991). Se cair no concurso que o segurado obrigatório contribuiu por mais de 10 anos, o período de graça será de 24 meses e não 12. Se o segurado fizer o registro no órgão competente, terá direito a prorrogar por mais 12 meses do período de graça. Exercício 25. (Concursos Públicos para Provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto – 3ª Região) Quem já tenha vertido mais de cento e vinte contribuições, se ficar desempregado e comprovar essa situação perante o órgão competente, terá: a) Mantida a qualidade de segurado pelo prazo improrrogável de doze meses, salvo se vier a perceber benefício. b) Mantida a qualidade de segurado, desde que abra mão da percepção do seguro-desemprego. c) Mantida a qualidade de segurado por até vinte e quatro meses conta- dos da data em que cessar o recolhimento das contribuições. d) Mantida a qualidade de segurado pelo prazo de trinta e seis meses. 13. Perda e Manutenção da Qualidade de Direito Previdenciário 33 Segurado – Parte III O art. 15, I, da Lei nº 8.213/1991, dispõe que mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício. O dependente que recebe um benefício, como a pensão por morte, não man- tém a qualidade de segurado, sem limite, já que o dispositivo se refere a segurado. O inciso III dispõe que mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória. Também mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribui- ções até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso. Exercícios 26. (Cespe – 2011 – TRF – 5ª Região – Juiz Federal) Julgue o item: De acordo com a jurisprudência do STJ, no que se refere à tarifação legal de provas, o registro no Ministério do Trabalho e Emprego deve servir como o único meio de prova da condição de desempregado do segurado, o que representa exceção à prevalência do livre convencimento motivado do juiz. 27. (Cespe – 2008 – INSS – Técnico do Seguro Social) Ronaldo, afastado de suas atividades laborais, tem recebido auxílio-doença. Nessa situação, a condição de segurado de Ronaldo será mantida sem limite de prazo, enquanto estiver no gozo do benefício, independentemente de contribuição para a previdên- cia social. 28. (Cespe – 2008 – INSS – Técnico do Seguro Social) Osvaldo cumpriu pena de reclusão devido à prática de crime de fraude contra a empresa em que trabalhava. No período em que esteve na empresa, Osvaldo era segurado da previdência social. Nessa situação, Osvaldo tem direito de continuar como segurado da previdência social por até dezoito meses após o seu livramento 1. Classe de Dependentes – Parte I O tema dos dependentes em Direito Previdenciário sofreu diversas alterações re- centemente. Os dependentes do RGPS têm uma relação indireta ou reflexa com a Previdên- cia: não há vínculo direto, mas sim um vínculo com um segurado. Os dependentes do RGPS estão discriminados no art. 16 da Lei 8.213 e divi- dem-se em 3 classes. A princípio, importa saber que os dependentes da 1º classe têm a dependên- cia econômica presumida, e, havendo dependentes em classe superior, jamais o benefícios poderá ser concedido em classes inferiores. Na 1ª classe encontram-se o cônjuge, o companheiro (a), filhos não emanci- pados, menores de 21 anos ou inválidos ou que possuem deficiência intelectual ou mental que os torne absoluta ou relativamente incapazes, assim judicialmente declarados. Observe que esta norma sofreu uma modificação pela Lei 13.0146 de 07 de julho de 2015, que tem vigência em 180 dias após a publicação. Cônjuge e companheiro são dependentes do RGPS, independentemente do tempo de casamento ou união estável. O companheiro, hétero ou homoafetivo, precisa comprovar a união estável por meio dos documentos discriminados no art. 22 do Dec. 3048, mas não precisam comprovar a dependência econômica. Com relação aos filho, a lei traz as seguintes situações: a) filho menor de 21 anos: esta condição não será prorrogada se o filho esteja cursando ensino superior (entendimento sumulado pela TNU); b) entre os 18 e os 21 anos, os filhos não deixam de ser dependentes do segu- rado, ainda que o Código Civil traga a maioridade civil aos 18 anos; Capítulo 6 Dependentes do Regime Geral de Previdência Social Direito Previdenciário 35 c) filhos inválidos: a invalidez deve ocorrer antes de o filho completar 21 anos ou se emancipar, e perdurar até a ocorrência do fato gerados do benefício a que for se habilitar. Esta é a posição da Previdência Social, mas já há julgados que con- cedem os benefícios caso a invalidez se dê após os 21 anos, mas que se comprove a dependência econômica; d) filhos com deficiência mental ou intelectual que o tornem absoluta ou rela- tivamente incapaz, assim declarado judicialmente. 2. Classe de Dependentes – Parte II Em relação aos filhos, importa ainda fazermos uma observação. O inciso I do art. 16 da Lei 8.213 vai ter uma nova redação, a ser dada pela Lei 13.146/2015. Isto porque este dispositivo tem vigência em 180 dias a partir da publicação da lei, que ocorreu em 07 de julho de 2015. A nova redação será a que segue: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha de- ficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; As alterações são: a) o filho com deficiência grave passa a ter a condição de dependente; b) o filho com deficiência mental ou intelectualnão precisa mais da declaração judicial de incapacidade. Na 2ª classe estão os pais. Estes precisarão comprovar a dependência econô- mica, por meio de pelo menos 3 dos documentos discriminados no art. 22 do Dec. 3.048. Contudo, estes dependentes (os pais) somente figurarão na condição de dependente se não houver dependente na 1º classe, ainda que não habilita- dos. Uma vez concedido o benefícios aos pais, tal benefício é vitalício (a compro- vação somente deverá ser feita no momento da ocorrência do fato gerador da concessão do benefício). Na 3ª classe, por fim, estão os irmãos. Pela atual redação da lei, tem-se os irmãos de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que os torne absoluta ou relativamente incapazes, assim declarado judicialmente. A depen- dência econômica deve ser comprovada, e só poderá ser concedido o benefício se não houver dependentes nas classes superiores. Direito Previdenciário36 A lei 13.135/2015, com vigência a partir de 18.06.2015, temos que são de- pendentes de 3º classe: III - o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento; Retirou-se, aqui, a emancipação como causa de antecipação da maioridade. A distorção entre os o que ocorre com os irmãos e o que ocorre com os filhos será corrigida com a Lei 13.146/2015, que retoma a emancipação como causa de cessação da concessão do benefício. Mas tal dispositivo só terá vigência a partir de 180 a contar de 07 de julho de 2015. A Lei 13.135 traz uma redação que só passa a vigorar em 180 dias, a contar de 18 de junho de 2015. Assim sendo, a partir deste momento: a) o irmão com deficiência grave passa a integrar o rol de dependentes; b) o irmão com deficiência intelectual ou mental não precisa da declaração judicial da sua incapacidade civil para ser dependente. Por fim, temos a lei 13.146, que traz a nova redação: III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; A vigência desta lei é em 180 dias, a contar de 07 de julho de 2015. 3. Classes de Dependentes - Parte III Com relação ao menor tutelado o enteado. Ambos se equiparam ao filho para fins previdenciários, mas é necessária a comprovação da dependência econômica. Também é importante observar que não existe mais a figura da pessoa designada no RGPS. Os dependentes não são inscritos na previdência antes de ocorrer o fato gera- dor do benefício. Assim, a inscrição deste somente ocorrerá no momento em que for feito o requerimento do benefício. Conhecidos todos os dependentes do RGPS, passamos a estudar agora quan- do tais dependentes perdem esta condição. As regras estão presentes no art. 77 da Lei 8.213: a) filho, pessoa a ele equiparada ou irmão perdem a condição de dependente aos 2 anos, salvo se inválido ou com deficiência (lembrando das regras de vigên- cia das alterações deste dispositivo); Direito Previdenciário 37 b) filho ou irmão inválido perdem a condição quando cessar a invalidez; c) filho ou irmão com deficiência mental ou intelectual perdem a condição de dependente com o levantamento da interdição. Quando da vigência da Lei 13.146, a condição será perdida com o afastamento da deficiência, nos termos do regulamento; Com relação ao cônjuge, companheiro ou companheira, o art. 77 da Lei 8.213 traz novas regras para que estas figuras possam ter a pensão por morte, benefício que não exige carência mínima. Assim sendo, o legislador estipulou que, a depender do tempo de casamento ou união estável, e dependendo do número de contribuições do segurado, o côn- juge ou companheiro vão ter direito a receber por um período menor ou maior a pensão por morte: a) se, na data do óbito, o cônjuge ou companheiro tiver menos de 2 anos de casamento ou união estável e o segurado tiver menos de 18 contribuições, a pensão por morte cessa após 4 meses, exceto se a morte ocorrer por acidente de qualquer natureza. 4. Classe de Dependentes - Parte IV Ainda sobre as causas de perda da qualidade de dependente para os cônjuges e companheiros. Se a morte decorrer de acidente ou o segurado tinha 18 ou mais contribuições e o casamento ou união estável tenha mais de 2 anos de duração, o benefício não será por 4 meses. Garante-se a condição de dependente por um período maior, a depender da idade do dependente (cônjuge ou companheiro) na data do óbito. Observe a tabela: Pensão por morte: duração Idade de Referência Expectativa de Sobrevida Duração da Pensão 44 anos ou mais Até 35 anos 15 anos 39 a 43 anos Entre 35 e 40 anos 12 anos 33 a 38 anos Entre 40 e 45 anos 9 anos 28 a 32 anos Entre 45 e 50 anos 6 anos 22 a 27 anos Entre 50 e 55 anos 3 anos 21 anos ou menos Maior que 55 anos Esta tabela poderá ser alterada se a expectativa de vida do brasileiro aumentar. Se o cônjuge ou companheiro for inválido, perderá a condição quando cessar a invalidez ou quando for afastada a deficiência, respeitando-se o prazo mínimo Direito Previdenciário38 de 4 meses ou o prazo da tabela. , por outro lado, o c São condições para que as pessoas elencadas na 1ª classe tenham direito aos benefícios destinados aos dependentes: Exercício 29. (FCC/Técnico do Seguro Social/INSS/2012) João fora casado com Maria, com quem teve três filhos, João Junior, de 22 anos e universitário; Marília, com 18 anos e Renato com 16 anos, na data do óbito de João, ocorrido em dezembro de 2011. João se divorciara de Maria que renunciou ao direito a alimentos para si. Posteriormente, João veio a contrair novas núpcias com Norma, com quem manteve união estável até a data de seu óbito. Norma possui uma filha, Miriam, que mora com a mãe e foi por João sustentada. Nessa situação, são dependentes de João, segundo a legislação previdenciá- ria: a) João Junior, Marília e Renato. b) João Junior, Maria, Marília, Renato e Norma. c) Marília, Renato, Miriam e Norma. d) Maria, João Junior, Marília, Renato e Norma. e) João Junior, Marília, Renato, Maria, Norma e Miriam. 30. José, aposentado por tempo de contribuição, recebe o seu benefício no valor de um salário mínimo. Está casado há um ano e meio com Marília, profes- sora, com quem tem um filho de 6 meses, Tiago. Dependem, também, de José, sua mãe e seu irmão inválido de 15 anos, morando todos na mesma residência. Caso José venha a falecer de acidente, assinale a assertiva corre- ta, de acordo com o que dispõe a legislação previdenciária: a) Seráo dependentes de José Marília, Tiago e sua mãe. b) Serão dependentes de José Tiago, a mãe e o irmão de José. c) apenas Maria e Tiago receberão a pensão por morte de José. d) Se Marília contrair novo matrimônio, sua pensão será cessada. e) Tiago terá direito à pensão por morte de José até completar o curso universitário. 1. Benefícios e Serviços: Introdução e Carência – Parte I Na relação previdenciária, o objeto são os benefícios e os serviços. A tabela abaixo elenca todos os benefícios e serviços: PRESTAÇÕES DO RGPS Benefícios Serviços Quanto ao segurado Quando ao dependente Quando ao segurado e dependentes Auxílio-doença Auxílio-reclusão Reabilitação profissional Auxílio-acidente Pensão por morte Serviço social Salário-família Salário-maternidade Aposentadoria por inva- lidez Aposentadoria por idade Aposentadoria por tem- po de contribuição Aposentadoria especial Mas observe: cada benefício tem seus requisitos próprios nem todos os bene- fícios de segurados são assegurados a todos os tipos de segurados. O estudo da concessão dos benefícios passa, inicialmente, pelo tema da ca- rência. O período de carênciarepresenta o número mínimo de contribuições mensais vertidas para que o beneficiário faça jus ao benefício a partir do transcur- so do primeiro dia dos meses de suas competências. Capítulo 7 Benefícios e Serviços da Previdência Social Direito Previdenciário40 A princípio, importa a informação de que o segurado especial não tem, como exigência de carência, um determinado número de contribuições, mas sim a com- provação de tempo mínimo de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses necessários à concessão do benefício. É o que determina o o art. 62 do Decreto n. 3.048/99 (obs.: a prova exclusiva- mente testemunhal não é hábil para tal comprovação). A carência não se confunde com o período de graça: este é o tempo em que o segurado está vinculado à Previdência social, mesmo não contribuindo. Deve a carência ser cumprida antes do fato gerador do benefícios que se pleiteia. 2. Períodos de Carência - Parte I A tabela a seguir mostra todos os períodos de carência, de acordo com as recen- tes alterações legislativas: Benefícios Contribuições Mensais Com carência (art. 25 da Lei 8.213/91) Salário-maternidade para os segurados e seguradas facultativos, contribuintes individuais e especiais* 10** Aposentadoria por inva- lidez e auxílio-doença 12 Aposentadoria por idade 180 Aposentadoria por tem- po de contribuição 180 Aposentadoria especial 180 .* Para o segurado ou a segurada especial será exigida a carência mínima de 10 meses de exercício efetivo na atividade rural imediatamente anteriores à data do requerimento, ainda que descontínuos. ** Se o parto antecipar, o número mínimo de contribuições exigido será di- minuído em número igual aos meses de antecipação do parto, comprovada por atestado médico. Assim, se o parto acontecer no 8º mês de gestação, a carência sofrerá a diminuição de 1 mês, sendo exigidas apenas 9 contribuições mensais. O art. 27 da Lei 8.213 teve uma alteração significativa com a LC 150/2015: Direito Previdenciário 41 para o cômputo do período de carência serão consideradas as contribuições: I - referentes ao período a partir da data de filiação ao Regime Geral de Pre- vidência Social (RGPS), no caso dos segurados empregados, inclusive os domésti- cos, e dos trabalhadores avulsos; II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados contri- buinte individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13. Isso significa que os empregados domésticos passaram a gozar da chamada presunção de recolhimento. Antes da LC 150/2015, a carência do empregado doméstico era contada a partir do primeiro recolhimento sem atraso, mas para estes empregados, quem faz o recolhimento é o empregador. Portanto, se o em- pregador não fazia o recolhimento, a carência não era contada. Atualmente, a carência se dá com a filiação, e há a presunção de recolhimento. Observe que no caso do inciso II, as contribuições recolhidas com atraso não são computadas para fins de carência, mas são computadas para fins de tempo de recolhimento. Por isso se diz que para cômputo de carência não é possível o pagamento de competências anteriores à primeira sem atraso. 3. Reingresso ao RGPS - Benefícios sem Carência Vejamos, agora, o parágrafo único do art. 24 da Lei 8.213. “Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.” Este dispositivo bem para proteger aquele que perdeu a condição de segurado e depois reingressa no regime, mas que já tinha contribuído. Quando o segurado reingressa no RGPS, terá que cumprir 1/3 da carência para poder computar o pra- zo cumprido anteriormente. Mas observe que não será exigido o cumprimento de 1/3 no caso das apo- sentadorias por tempo de contribuição, especial e por idade, porque nestes be- nefícios, a perda da condição de segurado não importa para a concessão, desde que cumpridos todos os requisitos (ou seja, este requisito do 1/3 no reingresso é necessário apenas para o auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e salário- Direito Previdenciário42 -maternidade). Não será exigido o prazo de carência, em nenhuma hipótese, para as seguin- tes prestações: • Auxílio-acidente, • Salário-família, • Pensão por morte; • Auxílio-reclusão. Outros benefícios, que, em regra, exigem a carência, poderão ter ser isentos deste período em casos especiais. Vejamos. Auxílio-Doença e Aposentadoria por Invalidez: - casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, - doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especifi- cadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atua- lizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. A relação das doenças que isentam a carência mínima necessária neste caso está no art. 151, que, com a Lei 13.135 teve incluída em seu rol a esclerose múl- tipla. 4. Regras de Transição O salário maternidade, para o empregado, emprego doméstico, e trabalhador avulso, também não exige a carência mínima. E, por fim, importa lembrar que os serviços da Previdência Social também não exigem nenhuma carência mínima de contribuição. O art. 142 da Lei 8.213 trouxe a chamada Tabela Progressiva de Carência: Ano de Implementação das Condições Meses de Contribuição Exigidos 1991 60 meses 1992 60 meses 1993 66 meses 1994 72 meses Direito Previdenciário 43 Ano de Implementação das Condições Meses de Contribuição Exigidos 1995 78 meses 1996 90 meses 1997 96 meses 1998 102 meses 1999 108 meses 2000 114 meses 2001 120 meses 2002 126 meses 2003 132 meses 2004 138 meses 2005 144 meses 2006 150 meses 2007 156 meses 2008 162 meses 2009 168 meses 2010 174 meses 2011 180 meses Observe que a carência exigida para os segurados que já estavam inscritos é aquela exigida no ano em que implementou a idade (congelamento de carência). Neste sentido, a súmula 44 do TNU: “Para efeito de aposentadoria por idade ur- bana a tabela progressiva de carência prevista no artigo 42 da Lei 8.213/91 deve ser aplicada em função do ano em que o segurado completa a idade mínima para a concessão do benefício, ainda que o período de carência só seja preenchido posteriormente.” Exercício 31. (Técnico do Seguro Social/INSS/FCC/2012) Maria trabalhou de 02 de janeiro de 2006 a 02 de julho de 2006 como empregada de uma empresa, vindo a contrair moléstia não relacionada ao trabalho, com prejuízo do exercício de suas atividades habituais. Nessa situação, Maria: a) não terá direito ao recebimento do auxílio-doença, por ausência do cumprimento da carência. b) terá direito à aposentadoria por invalidez, que independe do cumpri- mento de carência. Direito Previdenciário44 c) terá direito ao auxílio-acidente, que não exige carência. d) terá direito ao auxílio-doença, que independe de carência. e) poderá receber aposentadoria por invalidez, se recolher mais duas con- tribuições. 32. (FCC – Analista Judiciário – Área Judiciária - TRT 16/2014 - adaptada)Paulo, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, foi acometido de doen- ça especificada em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdên- cia Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de de- formação. Paulo, então, requereu à Previdência, o auxílio-doença. Referido benefício será concedido: a) respeitada a carência de 10 (dez) contribuições mensais. b) respeitada a carência de 12 (doze) contribuições mensais. c) respeitada a carência de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais. d) independente de carência. e) respeitado o período de carência correspondente ao número de contri- buições realizadas a partir do momento em que a doença foi adquirida. 33. (DPU/ CESPE/2015) – Julgue o item: Considere a seguinte situação hipotética. José, trabalhador urbano, preen- cheu o requisito da idade para requerer aposentadoria por idade no ano de 2005, mas, à época, não havia atingido o número mínimo de contribuições previsto na tabela progressiva de carência constante do art. 142 da Lei n.º 8.213/1991. Nessa situação hipotética, é correto afirmar que a carência foi definida, com base na tabela progressiva, em função do ano de 2005, no qual José completou a idade mínima para concessão do benefício, ainda que tal período de carência só tenha sido preenchido em 2009, por exemplo. Ocorreu, portanto, o denominado congelamento da carência. 5. Cálculo dos Benefício - Salário de Benefícios O salário de benefício vem previsto no art. 28 da Lei n. 8.213/91 e no art. 31 do Dec. 3.048/99: “Art. 28: O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário de benefício.” Direito Previdenciário 45 “Art. 31. Salário de benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto o salário-família, a pensão por morte, o salário-maternidade e os demais benefícios de legislação especial.” Salário de benefício, portanto, não é o valor do benefício, mas sim uma téc- nica utilizada pela Previdência Social para se apurar o valor do benefício, exceto salário-família, salário maternidade, pensão por morte e aposentadoria e auxílio- -reclusão. O salário de benefício para o auxílio-doença e auxílio-acidente e para as apo- sentadorias por invalidez e especial consiste na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período con- tributivo. Para o auxílio-doença, há, contudo, uma observação a ser feita. O art. 29, § 10 da Lei 8.213, alterado pela Lei 13.135/2015, determina que o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-de-contribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética simples dos salários- -de-contribuição existentes. Para as aposentadorias por idade e tempo de contribuição, o alário de benefí- cio é calculado pela média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário. Observe a fórmula do fator previdenciário: F = Tc x a x [1 + (Id + Tc x a)] Es 100 F = Fator Previdenciário Tc = Tempo Contribuição até o momento da aposentadoria a = Alíquota de contribuição correspondente a 0,31 Id = Idade no momento da aposentadoria Es = Expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria O fator previdenciário existe para estimular o segurado a trabalhar por mais tempo e para desestimular as aposentadorias precoces. Observe que o fator previdenciário é obrigatório apenas na aposentadoria por tempo de contribuição de quem não é segurado com deficiência. Para as aposen- tadorias por idade de todos os segurados e para a aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficência, a aplicação do fator previdenciário é opcional: só será utilizada se resultar numa renda mensal mais elevada. Direito Previdenciário46 O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposen- tadoria, for de acordo com a seguinte tabela: Mulher Homem Até dez/2016 85 95 de jan/2017 a dez/2018 86 96 de jan/2019 a dez/2019 87 97 de jan/2020 a dez/2020 88 98 de jan 2021 a dez 2021 89 99 de jan/2022 em diante 90 100 Esta tabela não significa, no entanto, que não possa se aposentar se não atin- gir essa pontuação. Contudo, se o fizer, terá seu valor de benefício multiplicado pelo fator previdenciário. Para mulheres ou professor que se dedique exclusivamente ao ensino infantil, fundamental ou médio, o tempo de contribuição terá uma acréscimo de 5. Se for professora, o acréscimo será de 10. Observe, contudo que o fator previdenciário é obrigatório para a aposenta- doria por tempo de contribuição dos segurados não portadores de deficiência. É opcional para as aposentadorias por idade e aposentadoria por tempo de contri- buição do portador de deficiência. Só é utilizado se resultar numa renda mensal mais elevada. Exercício 34. (DPU/CESPE/2015) - O fator previdenciário só incidirá na aposentadoria por idade quando a sua aplicação for mais vantajosa ao segurado. 6. Salário de Benefício - Pontos Importantes • Os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, serão in- corporados ao salário para efeito de apuração do salário de contribuição e respectiva repercussão no cálculo do salário de benefício. • Os salários de contribuição considerados no cálculo do valor do benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com a variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC –, calculado pela Fundação Direito Previdenciário 47 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. • O valor do salário de benefício tem como limites o valor correspondente ao salário mínimo e o teto máximo do salário de contribuição, a partir do qual o segurado não pode verter contribuições. • O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário de contribuição para fins de cálculo do salário de benefício de qualquer aposentadoria. • Considera-se período contributivo para fins de cálculo do salário de bene- fício do empregado, do empregado doméstico e do trabalhador avulso, o conjunto de meses em que houve ou deveria ter havido contribuição em razão do exercício de atividade remunerada sujeita à filiação obrigatória ao RGPS e, para os demais segurados, inclusive o facultativo, o conjunto de meses de efetiva contribuição ao RGPS. CNIS - Cadastro Nacional de Informações do Segurado - é a base de “consul- ta” da Previdência Social. A previsão legal está no art. 29-A da Lei 8.213/91: Art. 29-A, “O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segu- rados, para fins de cálculo do salário de benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição e relação de emprego. § 1º O INSS terá até 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da solicitação do pedido, para fornecer ao segurado as informações previstas no caput deste artigo. § 2º O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, a inclusão, exclusão ou retificação de informações constantes do CNIS, com a apresentação de do- cumentos comprobatórios dos dados divergentes, conforme critérios definidos pelo INSS. § 3º A aceitação de informações relativas
Compartilhar