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CISTOS ODONTOGÊNICOS E 
NÃO-ODONTOGÊNICOS 
Ossos gnáticos podem ser sítio de diversos tipos de 
lesões com diferentes etiologias, apresentações clínicas, 
radiográficas e microscópicas 
 
- Lesões dos ossos gnáticos que surgem remanescentes 
aos dentes . 
 
Para um bom diagnóstico é necessário exame clínico 
Anamnese e exame físico - Sintomas e sinais - Perfil 
epidemiológico 
Exames de imagem- 
- Localização - Periferia e forma da lesão - Estrutura 
interna - Relação com estruturas adjacentes 
Exames histopatológicos- Comportamento biológico 
 O que é um cisto? 
Um cisto é uma cavidade patológica revestida por 
epitélio e preenchida geralmente por líquido, 
material semissólido ou gás. Ele pode se formar em 
qualquer tecido do corpo, mas na Odontologia, os 
cistos mais comuns ocorrem nos ossos maxilares e 
tecidos bucais 
(líquido, pus ou queratina). 
 Por que os cistos ocorrem? 
1. Desenvolvimento 
 Ocorrem devido a restos embrionários 
epiteliais que persistem após a formação 
dos dentes ou da face. 
 Ficam “adormecidos” e podem ativar-se por 
estímulos como inflamação, trauma ou por 
acaso. 
 Ex: Cisto dentígero, cisto queratocístico, 
cisto nasopalatino. 
 2. Inflamatórios 
 São resposta a uma infecção crônica ou 
inflamação. 
 A inflamação estimula a proliferação de 
células epiteliais remanescentes. 
 Ex: Cisto radicular, que se forma após 
necrose pulpar. 
 Como um cisto se desenvolve? 
1. Um epitélio (remanescente embrionário ou 
estimulado pela inflamação) começa a 
crescer. 
2. Forma uma cavidade fechada. 
3. A cavidade se enche de líquido, secreções 
ou detritos celulares. 
4. O cisto cresce de forma lenta, podendo 
causar: 
o Reabsorção óssea 
o Deslocamento de dentes 
o Aumento de volume 
o Dor (em casos infeccionados) 
CISTOS ODONTOGÊNICOS 
 
São cistos que se originam a partir de 
tecidos envolvidos no 
desenvolvimento dentário, como a 
lâmina dental, epitélio reduzido do 
órgão do esmalte ou restos de 
Malassez. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CISTOS 
ODONTOGÊNICOS 
 1. Cistos Odontogênicos Inflamatórios 
🔹 Cisto Radicular 
Cisto odontogênico inflamatório que está aderido ao 
periápice de um dente com polpa necrosada. 
 Mais comum de todos. 
 Origem: Epitélio de Malassez (ligamento 
periodontal), ativado por necrose pulpar. 
 Localização: Região apical de dentes não 
vitais. 
 Clínica: Assintomático ou aumento de 
volume. 
 Radiografia: Radiolucidez unilocular bem 
delimitada na ponta da raiz. 
 Tratamento: Endodontia ou exodontia com 
curetagem. 
Surge a. partir da proliferação do epitélio dos 
restos de Malassez, localizados no ligamento 
periodontal. 
Epidemiologia 
• Maioria dos autores não menciona a faixa etária 
de maior incidência 
 • Pico de distribuição etária: 3ª a 6ª décadas de vida 
 • Relativamente raro na 1ª década de vida 
 
 
 Fisiopatologia: 
1. Pulpite → Necrose pulpar → Liberação de 
toxinas. 
2. Inflamação periapical crônica. 
3. Estímulo aos restos epiteliais → Formação 
do cisto. 
4. A cavidade se preenche com líquido → 
Cisto radicular. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
-Assintomáticos – DENTE SEM VITALIDADE PULPAR 
-Descobertos em exames radiográficos de rotina 
-Frequência relativamente alta na região anterior 
superior 
 -Com o crescimento da lesão pode haver: 
deslocamento dentário, tumefação/expansão óssea 
-Dor- AGUDIZAÇÃO 
Aumento de mobilidade dental 
-Sensibilidade à percussão Mucosa avermelhada ou 
amarelada e formação de fístula 
Sinais Clínicos Comuns 
1. Aumento de Mobilidade Dental 
 Ocorre quando o cisto cresce e destrói o 
osso alveolar de suporte. 
 A destruição óssea afeta o ligamento 
periodontal, levando à mobilidade do 
dente envolvido. 
 Mais comum em cistos grandes ou de 
longa evolução. 
 2. Sensibilidade à Percussão 
 Indica inflamação periapical ativa, mesmo 
em lesões crônicas. 
 A pressão sobre o dente transmite força ao 
ápice, onde o cisto se localiza. 
 É mais comum quando o cisto está 
infectado ou em expansão. 
 Dente testa negativo à vitalidade, pois está 
necrosado. 
 3. Mucosa Avermelhada ou Amarelada 
 Avermelhada: Inflamação da mucosa 
sobrejacente ao cisto (sinal de infecção ou 
irritação). 
 Amarelada: Pode indicar pús acumulado na 
região – sinal de cisto infectado ou com 
fístula ativa. 
4. Formação de Fístula 
 O cisto pode se infectar secundariamente, 
gerando exsudato purulento. 
 O organismo forma uma fístula drenante 
para aliviar a pressão. 
 A fístula se comunica com a área cística e 
geralmente libera secreção ao pressionar a 
mucosa. 
Cisto Radicular x Granuloma 
Periapical 
 Ambos são lesões inflamatórias 
periapicais, causadas por necrose pulpar e 
reação crônica nos tecidos periapicais. 
O cisto radicular não pode ser diferenciado do 
granuloma apenas pela radiografia. A aparência 
deles é praticamente idêntica. O diagnóstico 
definitivo só é possível com análise histológica. 
GRANULOMA PERIAPICAL 
 Lesão inflamatória crônica sem cavidade, 
composta por tecido de granulação. 
 Também é consequência de necrose pulpar. 
 Radiografia: 
 Radiolucidez apical difusa ou bem 
definida. 
 Menor que o cisto, geralmente. 
 Pode parecer idêntico ao cisto radicular. 
� Teste de vitalidade: � Negativo 
� Assintomático na maioria das vezes. 
 DISPLASIA CEMENTO-
ÓSSEA PERIAPICAL (DCOP) 
 Lesão não inflamatória e não neoplásica, 
de origem mesenquimal, que forma tecido 
fibroso e cemento displásico. 
 Acomete frequentemente mulheres negras 
de meia-idade. 
 Radiografia: 
 Fase inicial: radiolucidez apical (pode 
confundir com cisto ou granuloma). 
 Fase mista: radiolúcida com áreas opacas. 
 Fase madura: radiopaca com halo 
radiolúcido ao redor. 
 Lesão múltipla e geralmente em mais de 
um dente (frequentemente em incisivos 
inferiores). 
Teste de vitalidade: � Positivo (os dentes 
são vitais) 
 Assintomática, descoberta em exames de 
rotina. Resumo clínico para o diagnóstico 
diferencial: 
 Se o dente está necrosado → pensar em 
granuloma ou cisto radicular 
 Se o dente está vital e a lesão é múltipla ou com 
áreas opacas → pensar em displasia cemento-óssea 
 
 
 É necessário um dente desvitalizado para estabelecer o 
diagnóstico de cisto radicular. ( ele sem vitalidade fica 
escurecido). Faz o teste frio com um contonete ou pinça 
e algodão e coloca na cervical do dente, para ver a sua 
vitalidade. ( o paciente não irá sentir nada, devido sua 
polpa necrosada). 
TIPOS DE CISTO RADICULAR 
 1. Cisto Radicular Apical 
 Forma mais comum. 
 Localizado no ápice da raiz. 
 Associado à necrose pulpar. 
 2. Cisto Radicular Lateral 
 Menos comum. 
 Localizado na lateral da raiz, geralmente 
devido a infecção que escapou por canais 
acessórios. 
 Também em dentes necrosados. 
 Tratamento 
=Endodontia + possível 
cirurgia periapical 
 3. Cisto Residual 
 Um cisto radicular que permanece após a 
extração do dente. 
 Localizado no alvéolo cicatrizado. 
 Radiolucidez semelhante, mas sem dente 
associado. 
 Deve ser sempre removido e enviado para 
biópsia (pode simular lesões mais sérias). 
 Lesão cística odontogênica de natureza 
inflamatória; 
 Resulta da remoção incompleta ou ausente 
do tecido inflamatório periapical 
 • História prévia de exodontia/ trat. 
endodôntico; 
 • Ausência de sintomatologia; 
 Tratamento : Enucleação cirúrgica (pode 
ser assintomático por anos) 
• Tratamento endodôntico. 
• Apicectomia. 
• Exodontia + enucleação da lesão. 
• Lesões extensas: Enucleação. 
Descompressão. 
Marsupialização. 
Ressecção em bloco. 
 Sempre associe cisto radicular com 
necrose pulpar e inflamação crônica. 
 Se não houver dente associado → cisto 
residual. 
 Se o dente for vital → provavelmente não é 
radicular. 
 1. CISTO PERIAPICAL 
Cisto radicular apical. 
É o tipo mais comum de cisto odontogênico. 
 Características: 
 Associado a necrose pulpar. 
 Origem:
Restos epiteliais de Malassez 
ativados por inflamação crônica. 
 Localização: Ápice da raiz de dentes não 
vitais. 
 Radiografia: Radiolucidez unilocular bem 
delimitada no ápice. 
 Tratamento: 
 Endodontia ou exodontia + curetagem do 
cisto. 
 2. CISTO PERIRRADICULAR 
 Termo sinônimo genérico de "cisto periapical". 
Abrange todas as formas associadas à raiz de 
dentes necrosados, tanto apicais quanto laterais. 
3. CISTO PERIODONTAL 
APICAL 
 Cisto radicular apical (inflamatório, 
origem pulpar) 
ou 
 Está confundindo com o cisto periodontal 
lateral (origem de desenvolvimento, em 
dentes vitais). 
Cistos Odontogênicos de 
Desenvolvimento 
 Cisto Dentígero ( mais comum) 
 Origem: Epitélio 
reduzido do órgão do 
esmalte. 
 Local: Associado à 
coroa de dentes inclusos 
(3º molar, canino). 
 Radiografia: 
Radiolucidez bem definida 
envolvendo a coroa. 
 Clínica: Pode causar deslocamento dentário. 
 Tratamento: Exodontia + enucleação. 
 envolve a coroa de um dente não irrompido 
causando expansão do seu folículo 
permanecendo preso à região cervical 
 Responsável por cerca de 14 - 20% de todos 
os cistos revestidos por epitélio nos ossos 
gnáticos. 
 Acúmulo de fluido entre epitélio reduzido 
do esmalte e a coroa do dente 
 ; • Proliferação epitelial relacionada; 
 • Reabsorção óssea. 
 Um 
CD pode se 
desenvolve
r ao redor 
da coroa de 
um dente 
permanente 
como consequência da inflamação periapical 
de um dente decíduo sobrejacente 
EPIDEMIOLOGIA 
• CD pode ser encontrado em pacientes com uma 
ampla variação de idade 
 • São descobertos mais frequentemente em 
pacientes entre 10 e 30 anos. 
Frequentemente descobertos ao acaso durante 
investigação de retardo na erupção de algum dente. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
CD poder ocorrer em associação com qualquer dente 
impactado/incluso 
Terceiros molares inferiores - 65%; 
• Caninos superiores; 
 • Segundos pré-molares inferiores; 
• Terceiros molares superiores; 
 • Raramente envolvem Decíduos. 
 CISTO DENTÍGERO – 
Características Radiográficas 
É um cisto de desenvolvimento, associado ao 
folículo de um dente incluso ou impactado 
1. Radiolucidez unilocular (área escura) 
2. Bem definida e com contorno corticado 
(bordas finas e regulares) 
3. Envolvendo a coroa de um dente não 
erupcionado 
o A lesão está aderida ao esmalte na 
junção amelocementária 
4. Pode deslocar o dente incluso ou 
reabsorver raízes de dentes adjacentes 
(em lesões maiores) 
5. O espaço folicular normal tem até 3 mm. 
Se ultrapassa 5 mm, deve-se suspeitar de 
cisto dentígero. 
Teste de vitalidade: 
 Dentes adjacentes geralmente são vitais, 
pois o cisto não é inflamatório. 
 
 
CD de grandes 
dimensões pode passar 
a impressão de um 
processo multilocular 
devido à persistência 
de trabéculas ósseas 
dentro da lesão 
radiolúcida. 
 
ASSOCIAÇÃO COM SÍNDROMES 
São raramente associados a síndromes de 
desenvolvimento: displasia cleidocraniana, síndrome 
do carcinoma nevóide basocelular e às vezes, 
induzidas por drogas: como a ciclosporina e 
bloqueadores do canal de cálcio 
HISTOPATOLOGIA 
O revestimento epitelial consiste em duas a quatro 
camadas de células achatadas não ceratinizadas, e a 
interface entre o epitélio e o tecido conjuntivo é 
plana. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
O Cisto dentígero tem como diagnóstico diferencial: 
• Cisto paradentário (cisto colateral); 
 • Ceratocistos 
• Ameloblastomas unicísticos envolvendo os dentes 
adjacentes não irrompidos 
CISTO DENTÍGERO X FOLÍCULO 
HIPERPLÁSICO 
Para a lesão ser 
considerada como um 
cisto dentígero, 
alguns investigadores 
acreditam que o 
espaço radiolúcido 
que envolve a coroa 
do dente deve ser de aproximadamente 3 a 4 mm de 
diâmetro (Damante). 
 
Tratamento do Cisto Dentígero 
1. Enucleação (remoção cirúrgica 
completa) É o tratamento mais comum 
- Consiste em remover todo o cisto, inclusive o 
dente impactado envolvido. 
- Indicado quando: 
 O dente incluso não tem potencial de 
erupção funcional 
 Há risco de reabsorção radicular nos dentes 
vizinhos 
 O cisto é grande, mas bem delimitado 
2. Descompressão / Marsupialização 
🔹 Procedimentos conservadores que visam reduzir 
o tamanho do cisto antes da remoção total 
🔹 Indicados quando: 
 O cisto é muito grande e poderia causar 
fratura óssea ou comprometer estruturas 
vitais 
 Há interesse em manter o dente envolvido 
para possível erupção ou tracionamento 
 
3. Tracionamento Ortodôntico 
🔹 Utilizado após a 
descompressão/marsupialização, quando o dente 
incluso é viável funcionalmente e pode ser 
aproveitado na arcada 
🔹 O ortodontista aplica força controlada para 
trazer o dente à posição normal 
🔹 Comum em caninos superiores e pré-molares
 
 Escolha do tratamento depende de: 
 Tamanho do cisto 
 Idade do paciente 
 Importância funcional do dente incluso 
 Risco cirúrgico e reabsorção de estruturas 
vizinhas 
Prognóstico 
Excelente. 
 Rara recidiva após a remoção completa do cisto. 
Transformação neoplásica para um ameloblastoma. 
• Frequência muito baixa 
• Surgimento de Carcinoma de células escamosas; 
 • Carcinomas mucoepidermóides intraósseos 
desenvolvidos a partir das células do revestimento de 
um cisto dentígero. 
 
Cisto de erupção 
 Variante do 
dentígero, mas 
localizado em tecidos 
moles. 
 Local: Dente 
em erupção, mais 
comum em crianças. 
 Clínica: 
Abaulamento azul-arroxeado na gengiva. 
 Tratamento: Pode romper espontaneamente. 
 Contraparte extraóssea do cisto dentígero 
 Separação do folículo dentário da coroa de 
um dente em erupção que já está 
posicionado nos tecidos moles que recobrem 
o osso alveolar. 
 Possíveis fatores causais: trauma, infecção, 
espaço deficiente para a erupção 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 Crianças com menos de 10 anos de idade. Mais 
comumente associada a: 
 • Incisivos centrais 
decíduos inf. 
• Primeiros molares 
permanentes. 
 • Incisivos decíduos 
superiores 
Trauma pode resultar 
em uma quantidade considerável de sangue no 
fluido cístico, o que concede uma cor azul a 
arroxeada ao cisto - hematoma de erupção 
-Pode não haver necessidade de tratamento 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
• Epitélio oral de superfície na porção superio 
 • A lâmina própria subjacente mostra infiltrado 
inflamatório variável. 
 • A porção profunda do espécime (teto do cisto), 
mostra uma fina camada de epitélio escamoso 
não ceratinizado. 
 
Cisto Odontogênico 
Queratoquístico (COQ) 
 Origem: Restos da lâmina dental (Serres). 
 Clínica: Crescimento silencioso, agressivo e 
infiltrativo. 
 Radiografia: Radiolucidez uni ou 
multilocular (pode simular ameloblastoma). 
 Histologia: Epitélio paraceratinizado. 
 Alta taxa de recidiva. 
 Tratamento: Enucleação ampla, com 
controle a longo prazo. 
 ⚠️ Pode estar associado à Síndrome de 
Gorlin-Goltz. 
 Cisto Periodontal Lateral 
 Local: Lateral da raiz de dentes vitais, 
geralmente pré-molares inferiores. 
 Radiografia: Radiolucidez lateral bem 
delimitada. 
 Clínica: Assintomático. 
 Tratamento: Enucleação conservadora. 
 Cisto Odontogênico Glandular (raro) 
 Comportamento agressivo e potencial de 
recidiva. 
 Revestido por epitélio com diferenciação 
glandular. 
 Tratamento: Excisão com margem de 
segurança. 
 Cisto + crescimento agressivo e 
recorrente? → Queratoquístico 
Não se originam de tecidos relacionados ao 
desenvolvimento dentário. 
Ceratocisto Odontogênico (CO) 
É um cisto de desenvolvimento agressivo, 
derivado da lâmina dentária, com alto potencial de 
crescimento e recidiva. 
O crescimento do CO parece estar relacionado a fatores 
genéticos inerentes do seu próprio epitélio ou de 
atividade enzimática na parede fibrosa do cisto. 
Características Clínicas 
 Pode ser assintomático ou causar aumento 
de volume e deslocamento de dentes 
 Mais comum em adultos
jovens (2ª e 3ª 
décadas de vida) 
 Localização preferencial: mandíbula 
posterior, especialmente o ramo 
mandibular 
 Características Radiográficas 
 Radiolucidez bem definida, unilocular ou 
multilocular 
 Contornos corticais regulares e finos 
 Pode envolver dentes inclusos (imitando 
um cisto dentígero) 
 Expansão óssea discreta, mas cresce ao 
longo do osso 
 Características Histológicas 
 Revestido por epitélio pavimentoso 
queratinizado paraceratinizado 
 Tecido epitelial fino e frágil 
 Crescimento ativo, com células satélites e 
ilhotas epiteliais que favorecem recidiva 
Associação com Síndrome: 
 Síndrome do Carcinoma Nevoide Basocelular 
(Gorlin-Goltz) 
 Múltiplos COQs 
 Alterações ósseas, cutâneas e neurológicas 
Tratamento: 
1. Enucleação com curetagem cuidadosa 
2. Ressecção (em casos muito extensos ou 
recorrentes) 
3. Carnoy (solução química) pode ser usada 
para reduzir risco de recidiva 
4. Acompanhamento radiográfico 
prolongado 
ETIOPATOGENIA 
• Recentes Estudos: gene patched (PTCH) 
• Ceratocistos não-sindrômicos 
 • Associado a Síndrome do carcinoma nevóide 
basocelular ou Gorlin-Goltz 
Etiopatogenia do Ceratocisto 
Odontogênico (CO) 
Mecanismo de Formação: 
1. Proliferação epitelial espontânea: 
o As células epiteliais da lâmina dentária sofrem 
proliferação anormal e autônoma, mesmo na 
ausência de inflamação ou trauma. 
2. Formação de cavidade cística: 
o A proliferação epitelial cria uma cavidade 
revestida por epitélio queratinizado, com 
produção de queratina no interior do cisto. 
o O conteúdo queratinoso pode gerar pressão 
osmótica interna → aumento progressivo da 
lesão. 
3. Crescimento agressivo: 
o O CO cresce de forma lenta, mas 
infiltrativa, podendo se estender amplamente 
ao longo da medular óssea sem causar 
grande expansão da cortical. 
o Pode causar deslocamento de 
dentes e reabsorção radicular leve. 
Fatores de Recidiva: 
 O epitélio do CO é muito fino e frágil, 
dificultando sua remoção completa na 
cirurgia. 
 Possui ilhas epiteliais satélites (filamentos) 
que podem permanecer e originar recidivas. 
 Alguns casos têm comportamento 
semelhante a tumor, por isso há quem 
defenda o termo “tumor odontogênico 
queratocístico”. 
Ceratocisto Odontogênico & 
Síndrome de Gorlin-Goltz 
É uma síndrome genética autossômica 
dominante, causada por mutações no gene 
PTCH1, que está envolvido na regulação da via 
Hedgehog, importante para o crescimento celular e 
o desenvolvimento embrionário. 
Características principais da síndrome: 
1. Múltiplos ceratocistos odontogênicos 
2. Carcinomas basocelulares (lesões de pele, 
principalmente em áreas fotoexpostas) 
3. Calcificação da foice do cérebro (falce do 
cérebro) – visível em radiografias de crânio 
4. Anomalias esqueléticas, como: 
o Costelas bífidas 
o Hipoplasia de mandíbula ou maxila 
o Fissuras palatinas ou labiopalatais 
5. Cistos epidermoides e outras alterações 
cutâneas 
6. Macrocefalia, hipertelorismo (olhos 
afastados) e outras dismorfias faciais 
 Importância do Ceratocisto nessa 
síndrome: 
 O ceratocisto odontogênico é um dos 
sinais iniciais e mais comuns da síndrome. 
 Costuma aparecer em idade precoce, 
multifocal (vários cistos ao mesmo tempo). 
 A alta taxa de recidiva e a ocorrência 
bilateral levantam suspeita de forma 
sindrômica. 
 Muitas vezes o diagnóstico da síndrome 
começa após avaliação odontológica. 
 Diagnóstico: 
 Presença de 2 ou mais critérios maiores (ex: 
múltiplos COQs + carcinoma basocelular) 
ou 
 1 critério maior + 2 menores (ex: COQ + 
costela bífida + macrocefalia) 
 
Conduta clínica: 
 Encaminhamento para avaliação médica 
genética 
 Acompanhamento multidisciplinar 
(odontologia, dermatologia, neurologia) 
 Cirurgia conservadora com controle 
rigoroso dos ceratocistos 
 Acompanhamento radiográfico contínuo 
(inclusive de crânio e tórax) 
 Ceratocisto Odontogênico – 
Características Clínicas 
• Pico entre a segunda e terceira décadas de 
vida 
 • Assintomático, crescimento lento e 
infiltrativo; 
 • Se negligenciado pode promover grandes 
destruições; 
• 60% a 80% Mandíbula; 
• Cerca da metade origina-se: ângulo da 
mandíbula; 
• Podem estar associados a dentes 
impactados - 3 molares inclusos; 
Bem delimitado; 
• Pode romper corticais ósseas; 
 • Pode invadir estruturas adjacentes. 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
• Epitélio 
pavimentoso 
estratificado 
paraqueratinizado • 
Superfície de 
paraqueratina - 
corrugação 
superficial • 
Espessura de 5 a 8 camadas de células • 
Camada basal bem definida, com células 
cúbicas e colunares em paliçada • Núcleos das 
células basais em paliçada são geralmente 
basofílicos 
Conhecer a biologia e o comportamento da 
lesão é essencial para a escolha da melhor 
forma de tratamento 
 Sintomas 
 Geralmente assintomático nos estágios iniciais 
 Descoberto em exames radiográficos de rotina 
 Quando sintomático, pode apresentar: 
o Aumento de volume discreto na mandíbula 
o Dor leve ou desconforto (em casos grandes ou 
infectados) 
o Secreção ou fístula (se houver infecção 
secundária) 
Crescimento 
 Crescimento lento, silencioso e infiltrativo 
 Pode atingir grandes proporções sem 
causar deformidade externa visível 
 Cresce no sentido anteroposterior, ao 
longo do osso, com expansão óssea 
discreta 
 Pode deslocar dentes ou causar reabsorção 
radicular leve 
 Idade e gênero 
 Mais comum entre os 20 e 40 anos 
 Leve predomínio no sexo masculino 
Quando suspeitar de CO clinicamente? 
 Paciente jovem com radiolucidez extensa e 
poucos sintomas 
 Lesão que recidivou após enucleação 
 Presença de múltiplos cistos → investigar 
síndrome de Gorlin-Goltz 
Principais Cistos Não 
Odontogênicos: 
Não se originam de tecidos relacionados ao 
desenvolvimento dentário. 
1. Cisto Nasolabial 
 Extraósseo (não aparece na radiografia) 
 Surge na região do sulco nasolabial 
 Mais comum em mulheres adultas 
 Pode causar aumento de volume e 
assimetria facial 
 Revestido por epitélio respiratório 
(pseudoestratificado ciliado) 
2. Cisto Ducto 
Nasopalatino (ou Incisivo) 
 Radiograficamente: 
imagem radiolúcida oval ou 
em forma de coração 
 Pode causar expansão 
palatina leve e parestesia 
(raro) 
 É o cisto não odontogênico 
mais comum da região anterior do palato, originado 
dos remanescentes epiteliais do ducto nasopalatino 
(canal incisivo), localizado na linha média, atrás dos 
dentes incisivos centrais superiores. 
 - Tem vitalidade e precisa fazer o teste 
EPIDEMIOLOGIA 
• Cisto não odontogênico mais comum 
 • 4ª e 6ª década de vida 
 • Sexo masculino 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS 
Tumefação da região anterior do palato, drenagem e 
dor 
• Lesão radiolúcida; 
• Bem-circunscrita; 
• Formato de coração ou pera invertida 
Enucleação cirúrgica; Recidiva rara;
 
Tratamento do Cisto do Ducto 
Nasopalatino 
 Excisão cirúrgica completa: 
o A remoção cirúrgica é o tratamento padrão, pois 
o cisto não desaparece espontaneamente. 
o A cirurgia é feita por via intraoral, geralmente 
sob anestesia local. 
o Importante retirar todo o revestimento epitelial 
para evitar recidiva. 
o Pode ser necessária biópsia para confirmar o 
diagnóstico e excluir outras lesões. 
 Cuidados pós-operatórios: 
o Controle da dor e inflamação com analgésicos e 
anti-inflamatórios. 
o Higiene oral rigorosa para evitar infecção. 
o Acompanhamento clínico para observar 
cicatrização. 
Prognóstico 
 Geralmente excelente: 
o Após remoção completa, o cisto raramente 
recorre. 
o Não costuma causar complicações graves se 
tratado adequadamente. 
o Pode haver algum desconforto pós-cirúrgico, 
mas a cicatrização é rápida. 
 Sem tratamento: 
o O cisto pode crescer, causando aumento da área 
palatina, desconforto, dificuldade para prótese, 
ou até reabsorção óssea na região. 
3. Cisto do Ducto Nasolacrimal 
 Menos
comum 
 Associado ao ducto nasolacrimal 
 Pode gerar aumento na região do assoalho 
nasal e obstrução do ducto 
4. Cisto Epidermoide e Dermóide 
 Mais comuns na linha média do assoalho 
bucal (submentoniana ou sublingual) 
 Revestidos por epitélio escamoso 
(epidermoide) ou com anexos cutâneos 
(dermoide) 
 Causam aumento de volume indolor na 
região sublingual/submentoniana 
 Podem causar dificuldade de fala, 
mastigação e deglutição 
5. Cisto da Linha Média Palatina 
 Localizado no meio do palato duro 
posterior 
 Possivelmente de origem fissural 
 Radiograficamente: imagem radiolúcida 
bem delimitada na linha média do palato 
6. Cisto Glóbulo-Nasal (atualmente 
considerado o mesmo que o nasolabial) 
 Obsoleto como classificação separada 
 Como diferenciar dos cistos 
odontogênicos? 
 Localização anatômica (ex: linha média 
palatina ou região nasolabial) 
 Ausência de relação com dentes (não há 
envolvimento periapical nem de coroas 
dentárias) 
 Presença extraóssea ou de origem em 
ductos embrionários 
 Em geral, assintomáticos e detectados por 
aumento de volume 
Cistos Não Odontogênicos — Cistos 
Palatinos do Recém-Nascido 
 
Os cistos palatinos do recém-nascido são pequenas 
lesões benignas, geralmente assintomáticas, que 
surgem na mucosa do palato duro ou na linha média 
palatina. Eles são considerados cistos não 
odontogênicos, ou seja, não relacionados à 
formação dos dentes. 
Principais tipos de cistos palatinos do 
recém-nascido 
1. Cistos de Bohn 
 Localização: Margem alveolar, mais comuns 
na região do palato lateral. 
 Origem: Restos das glândulas salivares ou 
epitélio escamoso. 
 Apresentação clínica: Pequenas pápulas 
brancas ou amareladas, múltiplas. 
 Tratamento : mordedor 
2. Cistos de Epstein (ou Cistos Palatinos 
Médios) é o acumulo de queratina 
 Localização: Região da linha média do 
palato duro. 
 Origem: Restos epiteliais da linha média 
palatina, provavelmente remanescentes do 
desenvolvimento embriológico. 
 Apresentação clínica: Pequenas lesões 
brancas na linha média do palato. 
 Nenhum tratamento é necessário 
3. Cistos de Dentição de Gingiva (Gengivais) 
 Podem aparecer também como pequenas 
lesões brancas na mucosa alveolar, mas não 
são específicos do palato. 
Características clínicas dos cistos palatinos 
do recém-nascido 
 Aparência: Pápulas ou nódulos 
esbranquiçados, opacos, pequenos (1 a 3 
mm). 
 Sintomas: Geralmente assintomáticos, sem 
dor ou desconforto. 
 Diagnóstico: Clínico pela aparência típica. 
 Prognóstico: São autolimitados, 
desaparecendo espontaneamente em 
semanas ou meses. 
 Tratamento: Geralmente nenhum, apenas 
observação. Não precisam ser removidos. 
Importância Clínica 
 São comuns, presentes em até 75% dos 
recém-nascidos. 
 Podem ser confundidos com outras lesões, 
mas sua identificação evita tratamentos 
desnecessários. 
 Não interferem na alimentação ou no 
desenvolvimento oral. 
 
 
Apicectomia 
Apicectomia é um 
procedimento cirúrgico 
odontológico que consiste 
na remoção da ponta da 
raiz do dente (ápice) 
junto com o tecido 
inflamado ou infectado ao 
redor, geralmente após o fracasso de tratamento 
endodôntico (canal). 
Indicações 
 Persistência de lesão periapical após 
tratamento de canal adequado. 
 Lesão periapical sintomática com dor ou 
edema. 
 Dentes com anatomia radicular complexa 
que impossibilita o tratamento 
convencional. 
 Fraturas ou perfurações apicais. 
 Canais calcificados ou obstruídos. 
Procedimento 
1. Anestesia local. 
2. Incisão e descolamento do retalho gengival. 
3. Acesso ao ápice radicular e remoção do osso 
ao redor (fenestração óssea). 
4. Ressecção da ponta da raiz 
(aproximadamente 3 mm). 
5. Curetagem do tecido inflamado ou cístico. 
6. Preparo e obturação retrógrada da raiz, 
geralmente com materiais como MTA 
(agregado trióxido mineral). 
7. Sutura do retalho gengival. 
Cuidados pós-operatórios 
 Controle da dor e inflamação (analgésicos e 
anti-inflamatórios). 
 Higiene oral cuidadosa para evitar infecção. 
 Evitar trauma e esforço mastigatório na 
região por alguns dias. 
 Retirada dos pontos em 7 a 10 dias. 
 
Prognóstico 
 Taxa de sucesso geralmente alta (70-90%), 
dependendo da técnica e do caso clínico. 
 Pode haver recidiva se o tecido patológico 
não for completamente removido ou se 
houver falha na obturação retrógrada. 
 Importante acompanhamento radiográfico 
para avaliar cicatrização óssea. 
Cureta Aveolar de Lucas 
É uma cureta cirúrgica específica usada para 
raspagem e remoção de tecido inflamado, 
granulação ou material patológico na cavidade 
óssea alveolar após extrações dentárias ou em 
cirurgias periodontais. 
Uso Clínico 
 Após extrações dentárias: para limpar a 
cavidade alveolar, removendo restos de 
tecido granulado ou debris. 
 Cirurgias periodontais: para raspagem das 
paredes ósseas e remoção de tecido 
inflamado. 
 Pequenas lesões ósseas: ajuda na 
curetagem para favorecer a cicatrização 
óssea. 
Diferença para outras curetas 
 A cureta aveolar de Lucas é específica para 
tecidos ósseos e cavidades maiores, 
diferente das curetas periodontais que são 
menores e mais delicadas para bolsas 
gengivais.

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