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TGP - Nota de Aula 05 - Princípioas Constitucinais do Processo - 2016.1 - word

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nota 05
Princípios Constitucionais do Processo
1 - Introdução: Dizer que a força normativa da Constituição sobre todo o sistema de leis de um ordenamento é inescapável, parece obvio, porém, houve um tempo no qual essa premissa não era tão clara a todos. Nesse tempo havia uma certa autonomia dos vários ramos do direito, que, na edição de suas normas, não se preocupavam com a harmonia entre essas e a constituição do dado país. Contudo, esse momento é passado e o estudo do Direito Constitucional corrigiu essa falha, lançando luzes no caminho dos juristas. Hoje, a todo estudioso do direito, desde o iniciante até o mais graduado, cobra-se o conhecimento de que a constituição de um país é a norma da qual nascem todas as outras e com a qual todas elas devem se coadunar.
2 - Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo: À esse movimento de cobertura exercida pelo direito constitucional, que alcança a todas as normas do ordenamento, dá-se o nome de Neoconstitucionalismo. Sobre esse nova égide, três premissas passam a guiar todo o estudo do Direito: a) a consagração da teoria dos direitos fundamentais; b) a consagração da força normativa da Constituição e, c) a expansão do controle de constitucionalidade.	
- Tais premissas, como não poderia deixar de ser, também se aplicam ao estudo do direito processual, desencadeando um novo momento de estudo nesse ramo: o neoprocessualismo;
o neoprocessualismo não é nada além da aplicação dos métodos do neoconstitucionalismo ao estudo do processo, com a aplicação das premissas acima elencadas, ao processo;
2.1 Relação entre processo e direitos fundamentais
- Existem na Constituição vários direitos fundamentais de conteúdo processual, a começar pelo devido processo legal, p. ex., sendo essa a primeira relação que se nos apresenta. 
- A segunda relação surge pelo fato de que os direitos fundamentais têm dupla dimensão: 
Dimensão subjetiva: os direitos fundamentais são direitos de todos os cidadãos . 
Dimensão objetiva: os direitos fundamentais são normas e são princípios que orientam a produção das leis. As leis brasileiras têm que estar em conformidade com os direitos fundamentais. 
2.2 Relação de processo e a dimensão subjetiva dos direitos fundamentais:
- O processo tem de ser adequado à proteção dos direitos fundamentais. O processo tem de servir como instrumento para proteger e realizar os direitos dos cidadãos, ex.: HC protege o direito fundamental a liberdade. 
2.3 Relação de processo e a dimensão objetiva dos direitos fundamentais: 
- o processo tem de ser estruturado de acordo com os direitos fundamentais. As leis processuais devem ser criadas em conformidade com os direitos fundamentais, ex.: uma lei que vede o contraditório é uma lei em desconformidade com os direitos fundamentais, é, portanto, inconstitucional. 
	
3 - Os princípios fundamentais e seus reflexos sobre o processo: no momento atual o estudo do processo fixou alguns princípios que são comuns a todos os sistemas processuais, e outros que são próprios de cada sistema, refletindo as várias formas de as nações se organizarem, refletindo o estado da arte da ciência processual em cada uma delas. 
essas particularidades de cada sistema podem demonstrar quanto há de democracia em cada nação;
o processo tem objetivos sociais e políticos que traduzem a moral e a ética de cada Estado;
a doutrina separa os princípios fundamentais (gerais) em duas categorias. assim, sob esse aspecto, além dos “princípios gerais”, existem os “princípios informativos” ou “princípios ideológicos" do processo conforme se lê abaixo, que apesar de serem distintos dos "princípios gerais"", sobre eles exercem influência”, pois estão presentes em todos os sistemas processuais:
3.1 - Princípios Informativos ou princípios ideológicos:
princípio lógico - conjunto de meios que procuram rapidamente desvendar a verdade e evitar erros;
princípio jurídico - meios que buscam a igualdade e justiça;
princípio político - meios que visam o equilíbrio entre garantia social e limitação das liberdades individuais;
princípio econômico - meios que garantem o livre acesso a justiça, com o menor custo e a menor duração possíveis.
3.2 Outra forma de analisar os princípios eclode na moderna doutrina processual. Expoentes como J.J. Gomes Canotilho e Jorge Miranda dividem os princípios em:
estruturantes - são os de índole puramente constitucional, são aqueles que consistem nas premissas constitucionais aplicadas ao processo (juiz natural, imparcialidade, igualdade, contraditório, publicidade, processo em tempo razoável);
fundamentais - são os mesmo princípios só que transformados em regras processuais específicas, contidas em cada sistema processual;
instrumentais - são os que se destinam a garantir que o processo atenda aos princípios fundamentais (princípio da demanda, do impulso oficial, da oralidade o da persuasão racional do juiz, entre outros).
 passamos agora ao estudo individual de cada princípio geral ou princípios filosóficos ou ainda “princípios sistemáticos, dependendo do doutrinador que se leia.
4 O Princípio da Imparcialidade do juiz: garante que o juiz possa atuar no processo com a isenção necessária, sem que haja favorecimento de qualquer das partes. 
quando se suspeita de que o juiz seja parcial, há meios processuais que podem suscitar e solucionar essa dúvida. 
para que um processo se instaure validamente o juiz deve ter essa qualidade, ou seja ele deve ter capacidade (subjetiva) de atuar com imparcialidade no processo, se colocando entre as partes, de forma neutra;
para assegurar essa imparcialidade em nosso sistema a CF oferece várias garantias aos juízes ao mesmo tempo em que lhe impõe proibições (art.95 CF);
somente o juiz é órgão investido de jurisdição;
a CF veda também os tribunais de exceção (art. 5o. inc. XXXVII);
o juiz competente não pode ser afastado;
respeitada a imparcialidade, o processo não se torna apenas técnico, como também ético;
a Declaração Universal do Direitos Humanos garante em seu artigo 10 que “toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.”
5 - O Princípio da igualdade: as partes e seus procuradores merecem o mesmo tratamento no processo;
esse princípio descende do princípio da igualdade perante a lei, garantida na CF, art. 5o, caput;
o art.125, I do CPC vigente afirma que compete ao juiz “assegurar às partes igualdade de tratamento (ver também art. 139 I do CPC 2015);
o art.9o. assegura que se uma das partes for incapaz o juiz dará a ela curador especial, bem como ao réu preso e ao réu revel citado por edital, além de outros dispositivos que laboram nesse sentido (ver também art. 72 do CPC 2015);
esse princípio deve ser sopesado para garantir a igualdade real entre as partes, pois pode ocorrer que no processo estejam presentes outros desequilíbrios que devam ser amenizados pela atuação do juiz. Podemos citar a desigualdade econômica entre as partes, ou a desigualdade entre os consumidores e os fornecedores, p. ex.;
assim, devem ser tratados igualmente aqueles que realmente são iguais, ou seja, para garantir a igualdade entre desiguais, eles devem ser tratados desigualmente. Essa é a igualdade substancial, ou também conhecida como igualdade real;
no processo penal a igualdade é mitigada pelo princípio que garante que a pretensão punitiva tem menor peso do que a proteção à liberdade do réu, que é considerado inocente até que sua culpa se comprove;
a igualdade substancial permite que os litigantes se enfrentem com “paridade de armas”.
 
6 - O Princípio do contraditório e da ampla defesa: esse princípio advém da efetiva obrigação que tem o juiz de ser imparcial. Ele(a) se mantém entre as partes e se distancia delas para se decidir sobre a melhor forma de fazer a justiça prevalecer. Assim, deve daroportunidades iguais a ambas de se manifestarem no processo.
– garante às partes o direito de participar do processo que lhe possa prejudicar. É o mínimo que se deve dar a alguém. 
contraditório devido é aquele em que o diálogo processual seja aprimorado (será melhor tratado no item 12.2.5 dessa nota). 
da junção do contraditório + boa fé objetiva surge o “princípio da cooperação”, significa que os sujeitos processuais devem agir em cooperação em busca da melhor composição do conflito. (ver também art. 5o. e 6o. do CPC 2015);
as partes também têm o dever de não atrapalhar. As partes não podem criar obstáculos não razoáveis à efetivação do processo. Perde-se a ideia de “guerra” de uma parte contra a outra;
o princípio da cooperação também se dirige ao juiz (o art 6o. se refere a todos os sujeitos do processo). Desse dever surgem para o juiz algumas obrigações:
a) Dever de consulta – consultar as partes sobre ponto relevante e que até então era ignorado pelas mesmas;
b) Dever de prevenção ou proteção – se o juiz constata algum defeito processual, ele tem o dever de apontar (indicar) essa falha e apontar também como ela deve ser corrigida, ex.: o STJ já decidiu que o indeferimento da petição inicial não pode ser feito sem que se tenha dado chance de emenda;
c) Dever de esclarecimento – o juiz tem o dever de esclarecer as suas manifestações que por ventura sejam obscuras, só que o juiz também tem o dever de pedir esclarecimentos quando ele tiver dúvidas, ex.: o juiz não pode dizer que não deu provimento a algum pedido porque não o entendeu.
7 - O Princípio da ação: também conhecido como princípio da demanda, ou ainda princípio da iniciativa das partes, o princípio da ação é o que garante à parte interessada a possibilidade de buscar o judiciário e provocar a função jurisdicional.
a jurisdição é inerte como já visto, assim, para que essa atividade ocorra é necessário que o interessado utilize seu direito (ou poder) de provocá-la;
estudos afirmam que quando os processos são instaurados por iniciativa dos julgadores (nos sistemas onde isso é possível) esses mesmos julgadores não são capazes de manter a imparcialidade, pois encontram-se envolvidos no processo, como se fossem partes interessadas. Os processos inquisitórios obedeciam esse formato, sendo, em geral secretos, sem contraditório e no formato escrito;
atualmente, alguns sistemas processuais ainda possuem partes inquisitórias, que são secretas e não contraditórias, principalmente em regimes políticos fechados;
já o nosso sistema processual adota o modelo acusatório;
apesar de o modelo no Brasil se acusatório e não inquisitório, há exceções, bem restritas, presentes em alguns diplomas, como, por exemplo, na CLT, nos procedimentos falimentares e em algumas cautelares, como as fiscais;
tais procedimentos se justificam por certas situações particulares de cada caso concreto; 
O juízes, além de não poderem provocar a jurisdição também não podem entregar aos autores mais do que esses tiverem pedido (459 e 460 do CPC e 383 e 384 do CPP), (ver também arts. 490, 491 e 492 do CPC 2015);
no processo civil “dar” mais do que o que se pediu é entregar providência ultra petita. Já no processo penal, se o juiz entender que o crime pelo qual o réu é denunciado não é o correto ele pode dar nova definição jurídica ao fato delituoso, nada havendo de ilegal, desde que o contraditório seja obedecido;
se o processo necessitar, se não for o caso apenas de dar nova definição jurídica, mas sim de alteração da configuração dos fatos o MP deverá aditar a denúncia (384, parágrafo primeiro do CPP).
8 - O Princípio da disponibilidade e da indisponibilidade (ou inquisitivo): a liberdade de exercer ou não o direito-poder de provocar a jurisdição chama-se “poder dispositivo”:
em processo civil esse “poder dispositivo” é quase absoluto, a depender do direito material que seja objeto da pretensão, pois se o próprio direito material for indisponível, não há direito de não exercer a jurisdição, ou seja, há a obrigação de apresentar em juízo sua pretensão;
no direito processual o “poder dispositivo” se traduz na possibilidade de o interessado provocar ou não a jurisdição;
como já dito acima, se houver supremacia do interesse público sobre o privado não haverá disponibilidade;
na seara penal, como, em geral, há supremacia do interesse público sobre o privado (ao contrário do que ocorre no campo civil), em regra os direitos são, em sua maioria, indisponíveis, prevalece o Princípio da Indisponibilidade;
é e por conta dessa indisponibilidade que os órgãos que podem dar início aos processos penais não podem exercer a discricionariedade que outros funcionários públicos podem. Eles estão obrigados à instalação de inquéritos e processos penais. Pode-se concluir que no processo penal prevalece o Princípio da Indisponibilidade como regra;
a transação penal é uma forma de mitigar o Princípio da Indisponibilidade nessa esfera, pois, pode ocorrer nos delitos de menor potencial ofensivo (notadamente os da Lei 9099/95) que haja uma composição entre o réu e o órgão do MP;
há ainda, no Brasil e em alguns outros países, a formação da jurisprudência acerca do princípio da insignificância, cujo emprego suspende a persecução penal quando o delito se enquadra em patamar de insignificância para uma dada sociedade, como, por exemplo, prender e processar por furto uma mãe que subtrai uma lata de leite para alimentar um filho que tem fome;
também nas ações penais privadas, o órgão do Ministério Público não pode interferir, pois a provocação da atividade jurisdicional cabe apenas ao interessado, sendo também o que ocorre nas ações públicas condicionadas à representação;
outras situações onde a obrigatoriedade da provocação jurisdicional fica afastada são: ações subordinadas à requisição do Ministro da Justiça; nas infrações nas quais o MP pode propor diretamente as penas restritivas de direito o multas, entre outras situações;
durante o trâmite dos inquéritos e das ações penais a indisponibilidade perdura, portanto há a presunção da aplicação da regra da irretratabilidade. Nas ações privadas é permitida a retratabilidade, porém nas condicionadas à representação, uma vez apresentada a denuncia não pode mais haver retratação;
embora muito desconhecida e quase em desuso, há no Brasil a ação penal popular, que só pode ser exercida por pessoas do povo nos casos de delitos cometidos pelo Procurador-Geral da República e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
9 - O Princípio dispositivo e princípio da livre investigação das provas - verdade formal e verdade real: esse princípio assegura que a decisão do juiz se fundamentará nas provas produzida pelas partes, bem como na fundamentação por elas elaborada.
daí concluirmos que o juiz também depende de que as partes tomem a iniciativa na produção das provas;
o princípio dispositivo ainda informa que o juiz estará restrito (no impulso do processo bem como na sua decisão) à argumentação eleita pelas partes;
por meio da aplicação desse princípio tem-se certeza de que o juiz estará mantendo sua imparcialidade;
na atualidade, porém, o juiz não é mais mero espectador e maestro do litígio. Ele assume posição de coadjuvante no alcance da verdade real dos fatos, cumprindo assim a função sociopolítica do processo;
no processo penal a participação estatal na produção das provas sempre foi mais ativa, prevalecendo o interesse público que já foi demonstrado;
dessa analise, podemos percebem que no processo civil o juiz pode se satisfazer com a verdade obtida da contraposição das provas produzidas pelas partes e por meio de suas alegações, (verdade formal), porém no processo penal, o juiz deve perseguir a verdade formal, ou verdade material para fundamentar a sentença;
de tudo estudado, percebe-se que prevalece, tanto no processo civil, quanto no penal, a livre investigação das provas.
10 - O Princípio do impulso oficial: princípio que informa que ao juiz cabe mover o processo até queseu fim seja alcançado. Por “fim” entende-se a condenação ou não da parte promovida e o exaurimento de função jurisdicional. 
ele visa assegurar a continuidade do processo, sempre em busca do esgotamento da atividade jurisdicional;
o Estado tem interesse na rápida solução dos conflitos, daí que a jurisdição é inerte, uma vez provocada ela deve ser exercida no menor tempo possível;
para garantir que o processo prossiga, as partes recebem prazos fatais para realizar suas pretensões, e uma vez vencidos, devem ser apontados ao juiz que encerrará uma dada fase e iniciará a próxima;
10.1 O Princípio do Impulso oficial e a preclusão: Preclusão: é a perda de um poder jurídico processual, perda de uma situação (oportunidade de falar nos autos) jurídica processual do juiz ou das partes. Direito que se tinha no processo e que por alguma razão não se tem mais. Não existe processo sem preclusão. Todo o processo pauta-se nesse princípio senão o processo iria ao infinito. 
Tradicionalmente a preclusão costuma ser classificada de acordo com os fatos jurídicos que há produzem:
Temporal – perda de um poder processual em decorrência da perda de um prazo. O poder não foi exercido dentro do lapso temporal estabelecido. 
Consumativa – perda de um poder processual em razão do seu exercício, da sua consumação. É importante ressaltar que todos os atos processuais são preclusivos, ex.: revisão criminal.
Lógica – perda de um poder processual em razão de um comportamento anterior que é contraditório ao poder pretendido. Não pode, no processo, praticar um ato contraditório, conforme o princípio “Nemo potest venire contra factum proprium” - “Princípio da proibição à atitudes contraditórias”: ninguém pode agir contraditoriamente, pois geraria na outra parte uma expectativa legítima que seria frustrada, ex.: se a parte cumpriu a sentença não pode recorrer. 
Obs.: Preclusão sanção – perda do poder processual decorrente da prática de um ilícito processual, ex.: atentado: perde-se a possibilidade de falar nos autos enquanto permanecer as conseqüências do atentado.
Ex: se houver uma demora irrazoável para julgar uma causa ele perde o direito de julgar (a competência art. 198, CPC atual) (ver também art. 235 do CPC 2015);. Didier acrescentou esse último. Decorre de ato ilícito.
Preclusão pro iudicato é possível? Sim, pois o magistrado também perde poder no processo. Ex: coisa julgada (o juiz não pode decidir novamente).
Preclusão e questões de ordem pública:
(1) Há preclusão para o juiz do poder de examinar questões de ordem pública ao longo do processo? 
Resp.: Enquanto o processo estiver pendente não há preclusão para o juiz examinar as questões de ordem pública (art. 267, parágrafo 3º, CPC). Terminado o processo, só se discute questões em Ação Rescisória.
(2) A questão de ordem pública que já foi examinada pode ser reexaminadas há qualquer tempo? Há preclusão para o juiz reexaminar as questões de ordem pública? 
Resp.: A maioria da doutrina entende que não há preclusão para o reexame de questões de ordem pública. Contudo, existe corrente minoritária que defende que uma vez decidida uma questão de ordem pública ela não pode ser reapreciada (Barbosa Moreira, Frederico Marques, Calmon, Didier).
11 - O Princípio da oralidade: vem sendo mitigado e o que prevalece em nosso sistema é um misto de oralidade com procedimentos escritos. 
na seara trabalhista prevalece muito a oralidade, assim como nos juizados especiais;
já no processo penal a oralidade é muito reduzida;
no processo civil o princípio da oralidade é muito atenuado.
Alguns ligam o Princípio da oralidade a um outro, o da Concentração, que aduz que todos os atos orais devem ser praticados em uma mesma audiência. (ex. Aud trabalhista)
12 - Princípio do Devido Processo Legal
- É a tradução de uma expressão em inglês chamada “Due processo of law” (expressão essa que existe há 800 anos). 
“Law” não significa lei e sim Direito como um todo. Tanto o é que alguns autores chegam a utilizar a expressão “Devido Processo Constitucional”. 
Há 800 anos utiliza-se a mesma expressão – Devido Processo Legal - só que o conteúdo que nós extraímos dela é totalmente diferente do que se extraía do Processo em 1815. Na época feudal, processo devido tinha um significado, hoje é complemente diferente, ainda que textualmente a frase seja a mesma.
 - Não podemos confundir texto com norma. Norma é o que extraímos do texto. Exemplo clássico: numa estação de trem há uma placa vedando a entrada de cachorro. Um cego com um cão guia pode entrar ou não? O texto veda, mas a norma permite, porque o cão funciona como a visão do cego.
O devido processo legal é, portanto, uma cláusula geral, ou seja, ele é um texto normativo aberto cujo conteúdo será determinado pelos tribunais de acordo com as circunstâncias histórico-culturais do momento da decisão. 
Por todo o exposto, não há como definir exaustivamente o que é o Devido Processo Legal. O que se pode dizer é qual é o conteúdo mínimo do Devido Processo Legal, ou seja, são os direitos fundamentais processuais estabelecidos na Constituição Federal, ex.: Contraditório, Juiz Natural, Proibição de Prova Ilícita, Motivação das Decisões etc. 
Conclui-se que não há como apontar qual é o conteúdo integral do DPL e nem haverá porque o DPL é uma cláusula geral em constante desenvolvimento, acompanhado pelo progresso do processo democrático que incide sobre o processo. 
12.1. Dimensões do Devido Processo Legal
a) Dimensão Formal ou Processual (Devido o Processo Legal Formal): é a exigência de que se respeite o conjunto das garantias processuais, ex.: contraditório, motivação etc.
b) Dimensão Substancial ou Substantiva ou Material (Devido Processo Legal Substancial): é a exigência de que o conteúdo das decisões seja razoável, equilibrado. A decisão, que é produto de um processo, é substancialmente devida quando o seu conteúdo for razoável, ou seja, em conformidade com os direitos fundamentais - PROPORCIONALIDADE
As decisões só serão as “decisões devidas” se, além de observarem as garantias processuais (devido processo legal formal), observarem também a razoabilidade. Não serve qualquer decisão, a decisão deve ser equilibrada. 
12.2 “Processo devido” é o processo EFETIVO, ADEQUADO, TEMPESTIVO E LEAL.
12.2.1 PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE:
É um princípio que não tem texto, ele decorre do DPL. É corolário do DPL.
A todos é garantido o direito a efetivação dos seus direitos. Quem tem direito tem o direito de efetivá-lo. O direito a efetivar os direitos, é o direito fundamental à efetividade. 
12.2.2 PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO:
Processo devido é processo adequado. Para que um processo seja adequado é preciso que se observem três critérios de adequação:
a) Critério Objetivo: o processo tem de ser adequado ao direito que será tutelado. Os direitos têm características que impõem que os processos sejam diferentes.
b)Critério Subjetivo: o processo tem de ser adequado aos sujeitos que vão participar do processo. Ex.: quando um menor é sujeito de um processo é preciso que as regras processuais sejam adequadas para ele.
A adequação subjetiva do processo é a aplicação do princípio da igualdade no processo. É por isso que há prazos diferenciados para a Defensoria Pública e Fazenda Pública, por exemplo.
c) Critério Teleológico: o processo tem que ser adequado aos seus propósitos, as suas finalidades. 
Não há prevalência de um critério sobre outro, tem que observar os três critérios quando da análise de uma regra processual.
A adequação do processo tem que ser legislativa, ou seja, as leis processuais têm que ser criadas de forma adequada, o legislador tem que respeitar o princípio da adequação, pois lei processual inadequada é inconstitucional.
A evolução da teoria dos direitos fundamentais fez com que se passasse a dizer que os juízes também deveriam fazer valer os direitos fundamentais e não só o legislador. 
Hoje se fala num princípio da adequação jurisdicional do processo. A adequação não é sólegislativa, cabe ao juiz também fazer a adequação do processo no caso concreto. 
O juiz pode, inclusive, não aplicar a lei ao caso concreto quando esta lei se mostrar inconstitucional para aquele caso.
12.2.3 PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL:
Processo devido é um processo que dure um tempo razoável, não é processo rápido. Rapidez não se confunde com a razoabilidade. Processo essencialmente é demorado. Se há direito ao contraditório, há direito à demora. O DPL exige uma demora, mas essa demora tem que ser razoável, não pode utilizar um tempo desnecessário. Fala-se em direito fundamental à duração razoável do processo. Critérios para aferir se no caso concreto é razoável ou não:
a) Averiguar a complexidade da causa, ex.: causas simples tendem a serem mais céleres;
b) Estrutura do órgão jurisdicional;
c) Verificar comportamento do juiz, ex.: é preciso ver se o juiz fez tudo que podia fazer para o processo andar (ver também art. 139 II do CPC 2015);;
d) Verificar comportamento das partes.
12.2.4 PRINCÍPIO DA LEALDADE OU DA BOA-FÉ OBJETIVA
A ideia de boa-fé objetiva foi uma conquista do séc. XX. Desenvolveu-se na Alemanha no direito civil e acabou se disseminando em todos os ramos do direito. Boa-fé é uma regra de conduta, um princípio que impõe aos sujeitos da relação jurídica o dever de comportar-se de acordo com a confiança e a lealdade e a ética.
RE 464.963-2 (14.02.2006): “O princípio do devido processo legal, que lastreia todo o leque de garantias constitucionais voltadas para a efetividade dos processos jurisdicionais e administrativos, assegura que todo o julgamento seja realizado com a observância das regras procedimentais previamente estabelecidas, e, além representa ...”
Esse julgamento do STF tem uma importância muito grande no campo processual, porque, como já foi dito, o devido processo legal é uma cláusula aberta, preenchido historicamente, ou seja, a lealdade e a boa-fé objetiva são consequências do devido processo legal. Contudo, tem doutrina que entende que a boa-fé objetiva advém do princípio da igualdade entre as partes (Menezes Cordeiro). É que esse princípio tem vários fundamentos que não se excluem. 
Já os civilistas brasileiros entendem o princípio da boa-fé tem fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana. 
Cláusula geral de proteção da boa-fé (art. 14, II do CPC) (ver também art. 77, II do CPC 2015);:
“São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo...
II – proceder com lealdade e boa-fé.”
O inc. II está desde 1973, o que não é nenhuma novidade, mas a leitura que se faz hoje é totalmente diferente da que se fazia na década de 70. Antigamente se extraia desse inciso a boa-fé subjetiva, que é o dever de agir com boas intenções. Era quase um dever religioso. O CPC de 2015 repetiu o texto e reforçou o conceito de forma sistemática.
12.2.5 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO:
Embora já tenhamos estudado esse princípio no início dessa nota, cabe lembrar que uma decisão não pode ser proferida contra uma pessoa se não der oportunidade dessa manifestar-se. Direito de participar do processo; ser ouvido. Divide-se em duas dimensões:
– Garante as partes o direito de participar do processo que lhe possa prejudicar. É o mínimo que se deve dar a alguém. 
Contraditório devido é aquele em que o diálogo processual seja aprimorado. Da junção do contraditório + boa fé objetiva surge o “princípio da cooperação”, significa que os sujeitos processuais devem agir em cooperação em busca da melhor composição do conflito. As partes também têm o dever de não atrapalhar. As partes não podem criar obstáculos irrazoáveis à efetivação do processo. Perde-se a ideIa de “guerra”, um contra o outro. O princípio da cooperação também se dirige ao juiz.
12.2.6 PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE
O processo deve ser interpretado como um instrumento de realização do direito material. O que não minimiza a importância do processo. Não está se querendo dizer que o processo seja subalterno ao direito material, cada um tem o seu papel, que são complementares. Há uma relação simbiose, mutualismo, um preciso do outro. 
Teoria Circular dos planos material e processual – o direito processual precisa do direito material para dar sentido e o direito material precisa do processual para poder efetivar-se. Explica a relação entre direito material e processual numa perspectiva circular, sem subordinação nem hierarquia, há uma relação de complementaridade. 
“O processo serve ao direito material à medida em que é servido por ele.”
Adequação objetiva, nada mais é o do a adequação do processo ao direito material. 
13. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: nada mais é que a dimensão substancial do contraditório: possibilidade de influenciar a decisão do julgador (já tratado no item 6).
14 - O Princípio da persuasão racional do juiz: é o princípio que atrela as decisões do juiz as provas e às alegações contidas no processo, mas o deixa livre para dar a cada uma delas o valor que entender que contêm:
esse é um sistema que resultou da soma de dois outros que eram antagônicos - o sistema da “prova legal” e o sistema “segundo a consciência”;
o primeiro restringia o juiz às provas dos autos. O juiz era apenas uma pessoa que emitia uma sentença baseada nas provas. Não exercia senso crítico nem juízos. Atuava quase como um autômato (utilizado na Alemanha, e por toda a Europa, no direito romano, canônico e no comum, até o século XVI);
a partir do século XVI passa a prevalecer o segundo sistema, no juiz era totalmente livre para julgar, de acordo com as provas, sem elas e até contra elas, portanto, esse se mostrou também um sistema falho (principalmente na Alemanha e na Áustria);
o atual sistema adotado pelo Brasil, funde os acima descritos, fazendo com que o juiz se convença por meio das provas e da alegações, avaliando o conjunto probatório de forma crítica e racional (art.131 do CPC e 436 do CPP); 
15 - O Princípio da motivação das decisões judiciais: é o princípio por meio do qual pode o povo exercer um maior controle das atividades exercidas pelos juízes, seguindo a mesma linha do princípio da publicidade dos atos processuais.
em princípio acreditava-se que a necessária motivação das decisões processuais destinava-se apenas a dar subsídios para a possível oferta de recursos ofertados pela parte descontente com a dita decisão;
após esse fase, percebeu-se que, além das partes envolvidas num processo e o juiz que viria a julgar o recurso interposto por qualquer delas, interessava a qualquer do povo acompanhar os serviços jurisdicionais prestados e descobrir que tipo de justiça está sendo produzida em dado Estado;
nesse sentido diversas constituições elevaram o conteúdo desse princípio a conteúdo constitucional. A nossa Constituição de 1988 também adota esse linha (art. 93, inc. IX). 
16 - O Princípio da publicidade: é aquele que garante que as decisões judiciais podem ser conhecida de qualquer pessoa do povo. Nesse sentido, o juiz, ciente de que suas decisões são públicas, toma ainda mais cuidado no exercício da função jurisdicional:
o princípio da publicidade garante a todos do povo que o exercício da jurisdição é livre de qualquer influência de alguém que seja mais forte ou mais poderoso;
surgiu da efervescência da Revolução Francesa, a qual reagiu contra os juízos secretos e inquisitivos que vigiam anteriormente a ela;
ele é sem sobra de dívida uma das maiores garantias da independência dos juízes;
além da independência, o princípio da publicidade garante também a imparcialidade, a autoridade e a responsabilidade do juiz;
existem dois tipos de publicidade, a que se opera sobre qualquer pessoa do povo (publicidade popular, como a que vimos nos últimos julgamentos rumorosos como o do mensalão, p. ex.) e a publicidade entre as partes que compões o processo. Essa é chamada publicidade restrita;
No brasil, o princípio da Publicidade tem status de princípio constitucional (art.93, inc.IX);
no CPC está traduzidono artigo 155 (ver também art. 189 do CPC 2015); e no CPP pelo artigo 792;
Fora daqui, é garantido desde 1948 pela Declaração Universal dos Direitos do Homem (art.10);
o princípio da publicidade encontra esbarro quando o interesse social e o decoro indiquem que não haja publicidade popular (como nos casos de litígios familiares, ou nos crimes sexuais p. ex.);
17 - O Princípio da lealdade processual: esse princípio impõe a todas as partes de um processo (autor, réu, juízes, advogados, órgão do Ministério Público, Defensores, servidores e auxiliares da justiça) o dever de agir com moralidade e probidade, pois o processo tem, além do alcance entre as partes, um alcance sociopolítico ainda maior, de pacificação da sociedade:
nesse sentido as partes devem utilizar o processo com o propósito de verem seus interesses lícitos atendidos ou restituídos;
dessa forma pode-se entender reprovável que as partes mintam no processo, que atrasem propositalmente os processo, que sejam desleais ou que façam uso de meios fraudulentos para atingirem seus objetivos;
a falta ao dever de lealdade é um ilícito processual (dolo ou fraude), punível por sanções definidas legalmente;
são as chamadas causas de litigância de má-fé que desde 1980 não alcançam mais os atos meramente culposos (ver artigos 14, 15, 17, 18, 31, 133, 135, 144, 147, 153, 193 ss, 600 e 601 todos do CPC) (ver também art. 77, 78, 79, 80,81, 143, 145, 155, 157,164 e 233 entre outros do CPC 2015);
18 - O Princípio da economia e da instrumentalidade das formas: esse princípio obriga que haja o máximo de efetividade processual com o mínimo emprego possível de atividade processual:
preconiza o equilíbrio entre fins e meios, entre custo e benefício;
por economia processual entendem-se medidas de junção de processos que mantenham continência, conexão, medidas como litisconsórcio, e reconvenção, também atendem à economia processual;
o aproveitamento dos atos processuais, erigido por alguns a status de princípio, muito colabora para a economia processual (ver at. 250 CPC) (ver também art. 283 do CPC 2015);
quando um procedimento erradamente eleito atingir o fim desejado, e podendo ser aproveitado, deve o juiz manter a decisão atendendo a esses princípios (fungibilidade entre as ações possessórias p. ex.);
19 - O Princípio do duplo grau de jurisdição: garante a todos o acesso a um grau superior que reaprecie a pretensão inatendida, total ou parcialmente, pelo grau inferior. Assim, não há que se falar em sentenças definitivas em primeira instância:
os juízes são independentes entre si e o nome instância superior e instância inferior apenas se referem à competência de julgar em primeiro lugar, e de outro lado, de rever o julgamento;
há aqueles que entendem que esse princípio é maléfico, pois traz instabilidade social;
porém, é sempre possível que o juiz, por ser uma pessoa humana possa errar, assim o duplo grau de jurisdição é uma garantia, ainda que falível, ao caráter falível das decisões humanas, pois o segundo grau é formado de tribunais, que são órgãos colegiados, em geral formados por juízes mais velhos e mais experientes;
ademais, esse princípio tem uma função política, que visa dar mais garantia ao povo, quanto à justiça das decisões, já que os juízes não são representantes eleitos pelo povo;
ele não está expresso na CF, porém aparece de modo implícito quando Ela atribui as competências recursais (art, 102, inc. II; art. 105, inc. II; art. 108, inc II) (ver também arts. 54, 57 e 61 do CPC 2015);
há determinados assuntos sobre os quais não há duplo grau de jurisdição, uma vez que já são matérias processadas e julgadas nas instâncias superiores);
A instância Superior no Brasil é o STF - Supremo Tribunal Federal;

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