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HAM II 
Escola de Coma de 
Glasgow (ECG)
2025
Profº Geiferson Santos do Nascimento
Especialista em Neurologia
Mestre em Psicologia
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Nível de Consciência 
Consciência é definida como a
capacidade do indivíduo de
reconhecer a si mesmo e aos
estímulos do ambiente. As
alterações da consciência podem
se dar no estado de alerta ou nível
de consciência ou no conteúdo da
consciência, que englobariam as
funções mentais e cognitivas do
indivíduo.
Causas mais comuns:
a) distúrbio metabólico, geralmente distúrbio
da glicose ou overdose de drogas;
b) lesão cerebral traumática;
c) massa intracraniana;
d) doença psiquiátrica; e
e) Diversos tipos de encefalopatias
metabólicas.
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Fisiopatologia do Nível de Consciência
As estruturas capazes de manter o
indivíduo alerta ou desperto, estão
localizados na formação reticular e outras
estruturas entre a região ponte-
mesencefálica e o diencéfalo (tálamo e
hipotálamo), chamada de sistema ativador
reticular ascendente (SARA).
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Escala de Coma Glasglow
É instrumento para a avaliação da profundidade do nível de inconsciência e coma
que o paciente está, e essa existe há 40 anos. Ela utiliza 3 critérios, abertura ocular,
resposta verbal e resposta motora, para serem pontuados e gerar uma resposta,
em números (3 a 15), da condição de saúde do paciente.
• As alterações propostas por Sir Graham Teasdale em 2014 e que foram
implementadas agora em 2017.
• A justificativa das mudanças com foco na melhoria da precisão da avaliação,
comunicação multiprofissional e da equipe em si, além de confiabilidade.
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Escala de Coma de Glasgow (Passo I e Passo II)
• A primeiro passo é o VERIFIQUE com o objetivo de checar fatores que interferem com a
comunicação, capacidade de respostas e outras lesões. Deve-se avaliar se o paciente
apresenta algum fator que impossibilite a aplicação da escala.
• O segundo ponto é OBSERVE. Nesse ponto o profissional observa 3 critérios: 1.
Abertura ocular; 2. Conteúdo do Discurso; e 3. Movimentos do Hemicorpos direito e
esquerdo.
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Escala de Coma de Glasgow (Limitações da avaliação)
IMPORTANTE: A escala de Glasgow pode ser aplicada em apenas algumas das variáveis.
Isso se dá porque alguns fatores podem impossibilitar a avaliação, por exemplo:
• 1. Fatores pré- existentes
- Linguagem ou diferenças culturais
- Défice intelectual ou neurológico
- Perda auditiva ou impedimento de fala
• 2. Efeitos do tratamento atual
- Intubação ou traqueostomia
- Sedação
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Escala de Coma de Glasgow (Limitações da avaliação)
• 3. Efeitos de outras lesões ou lesões
- Fratura orbital/craniana
- -Disfasia ou hemiplegia
- - Dano na medula espinhal
É necessário individualizar o paciente quando houver algum dos fatores limitantes
determinados acima. Se houver, por exemplo: hemiplegia, impossibilitando a
movimentação de um dos lados do corpo, deve-se avaliar a outro. Caso haja, por
exemplo, edema na região do arco supraorbitária, este vai inviabilizar que o profissional
realize a aplicação do item abertura ocular.
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Observação Importante!!
A atualização trouxe: se houve uma impossibilidade de aplicar algum dos estímulos,
não se informar um número e sim NT, ou seja, não testado.
Houve ainda mudança no termo dor para pressão, isso por que em um paciente em
coma há incerteza sobre a sua sensação de dor!
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Escala de Coma de Glasgow (Passo III)
Terceiro Passo: ESTIMULE.
Nesse pronto deverá ser feito:
1. Estimulação sonora com ordem em tom de voz normal ou em voz alta;
2. Estimulação física com pressão na extremidade dos dedos, trapézio ou incisura
supraorbitária.
Um dos destaques da atualização é que invés do estimulo doloroso, será feita uma pressão
no dedo, um pinçamento do músculo trapézio por 10 segundos e uma incisura no arco
supraorbitária por 10 segundos, por exemplo, e após, a cada componente atribuir um valor
de melhor encaixe.
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Escala de Coma de Glasgow (Atualização de 2018) – Reação Pupilar
Em 2018, essa escala sofreu algumas modificações importantes na sua aplicação, com o
intuito de que fossem obtidas informações mais precisas sobre o prognóstico do
paciente.
Agora, na nova versão, foi incluída a Reatividade Pupilar, ou seja, a reatividade da pupila
à luz. Ao contrário dos outros critérios, este é pontuado de forma decrescente: o pior
resultado apresenta a maior pontuação.
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Escala de Coma de Glasglow (Passo V)
Analise a reatividade pupilar (atualização 2018):
suspenda cuidadosamente as pálpebras do paciente e direcione um foco de luz para os
seus olhos. Registre a nota correspondente à reação ao estímulo. Esse valor será
subtraído da nota obtida anteriormente, gerando um resultando final mais preciso.
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Escala de Coma de Glasgow (Mudança no Score)
Na antiga versão da Escala de Coma de Glasgow, a pontuação variava de 3 a 15 pontos.
Agora, na nova versão, a escala varia de 1 a 15 pontos.
Isso acontece porque, na nova aplicação, pontuaremos normalmente todos os outros critérios e, após
a nota final, o score da reatividade pupilar será subtraído!
Como assim?
O cálculo do score será feito da seguinte forma:
Esquematizando: ECG-P = ECG – (no de pupilas não reagentes)
Caso todos os critérios estejam normais, teremos um escore de 15 (afinal, as pupilas normais
significam 0 pontos a menos!). Entretanto, caso o paciente apresente a menor pontuação em todos os
critérios, teremos o escore final de 1!
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Exemplo de Avaliação!
Médico socorrista do SAMU chega à cena de um acidente e ao avaliar o paciente, seus olhos não
abriram nem a estímulo sonoro nem a verbal, ele emite sons que não chega a formar palavras, e seus
membros estão em extensão.
O = 1 (Nenhuma Resposta)
V= 2 (Palavras incompreensíveis)
M = 2 (Extenso anormal)
Total = 5 pontos
Em seguida foi verificada a reatividade pupilar à luz, e somente a pupila direita foi fotorreativa. Logo,
na ECG-P deve-se subtrair 1 ponto da escala original.
ECG-P = ECG – P
ECG-P = 5 – 1
ECG-P = 4
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Escala de Coma de Glasgow (Descrição)
Lembre-se que cada etapa tem sua quantidade de pontuação, ou seja:
Abertura Ocular = O são 4, Resposta Verbal = V são 5, Melhor Resposta Motora = M são 6
e Reatividade Pupilar = P são 2.
Para escrever o resultado da avaliação você escreverá a letra da etapa e a pontuação, e
depois somará os números e subtrair a reatividade pupilar:
Exemplo: O3V4M6P0 = 13
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Casos para discutir!!
Paciente feminina, 31 anos, apresenta cefaleia progressiva, náuseas e vômitos há 3 dias.
Evoluiu com alteração da fala e rebaixamento do nível de consciência.
Na admissão, o exame físico neurológico mostrava abertura ocular a dor, retirada
inespecífica dos membros testados e resposta verbal ausente. Musculatura ocular
extrínseca normal e pupilas iso/fotorreagentes. Sem limitações que pudessem
descaracterizar a avaliação.
O = ?
V = ?
M = ?
P = ?
ECG-P = ?
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Casos para discutir!!
Paciente de 72 anos de idade, sexo masculino, hipertenso, procedente do município de
Sabinópolis, interior de Minas Gerais, é encaminhado para a unidade de pronto, devido à
queda que sofreu de escada, a uma altura de 2 metros. Acompanhantes relataram
inconsciência de duração menor que 3 minutos no local e negaram a ocorrência de uma
crise convulsiva. Paciente foi encaminhado para hospital local com alteração do nível de
consciência, apresentando abertura ocular ao estímulo verbal, sons incompreensíveis
que não formam palavras, porém obedecendo mais de dois comandos motores
solicitados. Durante a avaliação pupilar, paciente apresentou pupila direita fotorreativa
e pupila esquerda arreativa.
O = ?
V = ?
M = ?
P = ?
ECG-P = ?
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Casos para discutir!!
Paciente de 15 anos de idade, sexo feminino, encefalopatia crônica não progressiva (PC),
apresentou crise convulsiva em casa e foi encaminhada ao serviço de urgência e
emergência por rebaixamento de nível de consciência. Durante o exame físico, paciente
apresentou abertura ocular ao estímulo pressórico, preservação de vias aéreas através
de uso de traqueostomia metálicanº 6,5, padrão espástico de decorticação (Flexão de
MMSS e Extensão de MMII), nível de sonolência elevado. Durante a avaliação pupilar,
paciente apresentou pupila bilateral arreativa.
O = ?
V = ?
M = ?
P = ?
ECG-P = ?
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Bibliografia
1. Glasgow Coma Scale Official Site: www.glasgowcomascale.org
2. American College Of Surgions Committee on Trauma. Advanced Trauma Life Suport –
ATLS. 10 ed. , 2018.
3. Ministério da Saúde. Minsaúde – Linhas de cuidado: escala de coma de glasgow. 2019.
Disponível em:

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