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TUBERCULOSE P R O F . C L A R I S S A C E R Q U E I R A Estratégia MED Prof. Clarissa Cerqueira | Tuberculose 2INFECTOLOGIA @estrategiamed /estrategiamedEstratégia MED t.me/estrategiamed @draclarissacerqueira PROF. CLARISSA CERQUEIRA APRESENTAÇÃO: Olá, futuro(a) Residente, tudo bem? Este é um resumo de um dos temas quentes da Infectologia: a tuberculose! Quero reforçar que é um resumo, ou seja, não vou falar de tudo que cai nas provas, mas sim dos tópicos mais frequentes e dos temas mais cobrados. Se quiser se aprofundar, é só ler o livro digital completo na área do aluno e assistir às videoaulas. Meu objetivo com este resumo é fazer você acertar a maioria das questões de provas de Residência Médica sobre a tuberculose. Tudo que está descrito aqui é de importância para a prova. @estrategiamed https://www.instagram.com/estrategiamed/?hl=pt https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://t.me/estrategiamed https://t.me/estrategiamed https://www.instagram.com/profa.camilamoma/ http://@draclarissacerqueira Estratégia MED Prof. Clarissa Cerqueira | Tuberculose 3INFECTOLOGIA Os tópicos mais quentes e que vou resumir aqui para você são: • Clínica e patogênese: saber reconhecer os casos suspeitos de tuberculose e as diferenças entre tuberculose primária e secundária. • Diagnóstico: saber diagnosticar um paciente pelo quadro clínico e saber os exames disponíveis para diagnóstico e quando indicá-los. • Tratamento: que medicações usar, quanto tempo deve ser feito o tratamento e quais são os efeitos colaterais de cada droga. • Infecção Latente por Tuberculose (ILTB): qual é a conduta diante de um contato exposto, qual é o tratamento da ILTB, quem tem indicação de tratar e quais são os valores de referência do teste tuberculínico. Preparado(a)? Vamos lá! Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 4 SUMÁRIO 1.0 ASPECTOS GERAIS 5 2.0 TRANSMISSÃO 5 3.0 PATOGÊNESE 5 4.0 QUADRO CLÍNICO DA TB PULMONAR 7 5.0 DIAGNÓSTICO 10 6.0 TRATAMENTO 13 6.1 ESQUEMA BÁSICO 13 6.1.1 HEPATOPATAS 14 6.1.2 HIV/AIDS 15 6.2 TB DROGARRESISTENTE 15 6.3 EFEITOS ADVERSOS 16 6.4 SEGUIMENTO DO TRATAMENTO 17 7.0 INFECÇÃO LATENTE PELO M. TUBERCULOSIS 18 7.1 DIAGNÓSTICO DA ILTB 18 7.2 TRATAMENTO DA ILTB 19 7.3 QUIMIOPROFILAXIA PRIMÁRIA 22 8.0 AVALIAÇÃO DOS CONTATOS 23 9.0 LISTA DE QUESTÕES 24 10.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25 11.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 25 Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 5 CAPÍTULO 1.0 ASPECTOS GERAIS A tuberculose é uma doença muito importante no Brasil e no mundo. Ela é causada por qualquer uma das sete espécies de micobactérias que fazem parte do complexo Mycobacterium tuberculosis (MTB). Elas têm lipídios na sua parede celular, como o ácido micólico e, por causa disso, são resistentes a diversos antibióticos e também aos álcool-ácidos (são bacilos álcool-ácidos resistentes – BAAR). CAPÍTULO 2.0 TRANSMISSÃO A tuberculose é uma doença transmitida principalmente pela via aérea por meio da geração de aerossóis quando o paciente infectado tosse, fala ou espirra. Preste atenção no quadro a seguir: PONTOS IMPORTANTES SOBRE A TRANSMISSÃO 1) As formas clínicas da tuberculose que são transmitidas por aerossol são SOMENTE a tuberculose pulmonar e a laríngea. As outras formas extrapulmonares exclusivas, como a tuberculose pleural ou ganglionar, não são transmissíveis. 2) A principal forma de transmissão da micobactéria é por aerossol. 3) Ambientes fechados e mal arejados aumentam a transmissão da tuberculose e ambientes com circulação de ar e luz solar reduzem a transmissão. CAPÍTULO 3.0 PATOGÊNESE Entenda aqui comigo um pouco sobre como a pessoa pode adoecer por tuberculose. A depender da resposta imunológica do hospedeiro, o paciente infectado pode eliminar a infecção, desenvolver a tuberculose primária ou evoluir para um quadro de latência que, em seguida, pode ou não se reativar. Veja com atenção este ciclo abaixo: Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 6 Figura 1. Ciclo da patogênese da tuberculose. PACIENTE BACILÍFERO Lesão alcançada via aérea e os bacilos podem ser eliminados Falha na imunidade celular: lesão pulmonar com necrose caseosa Proliferam no pulmão e formam um granuloma (nódulo de Ghon), que cresce e atinge linfonodos (complexo de Ranke) Bactérias chegam aos alvéolos e são fagocitadas por macrófagos Desenvolvimento da imunidade celular Hospedeiro susceptível Infecção eliminada Tuberculose primária Tuberculose latente Tuberculose secundária Transmite Pela patogênese da tuberculose, podemos subdividir a doença da seguinte forma: DIVISÃO DA TUBERCULOSE PELA PATOGÊNESE Tuberculose latente Tuberculose secundária Tuberculose primária Reativação em 5 a 10% dos casos em indivíduos sem comorbidades90% dos infectados10% dos infectados Figura 2. Divisão da tuberculose pela patogênese. Já aprendemos como a tuberculose é transmitida e como ela se desenvolve. Vamos agora aprender sobre seu quadro clínico. Preste atenção, porque é muito importante você saber sobre os próximos tópicos. Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 7 CAPÍTULO 4.0 QUADRO CLÍNICO DA TB PULMONAR Vou resumir aqui o quadro clínico da TB pulmonar. Preste atenção! Existem três manifestações clínicas da TB pulmonar: • a TB primária, que ocorre no primeiro contato com o bacilo, geralmente na infância; • a TB pós-primária ou secundária, que é decorrente de uma reativação dos bacilos que ficaram latentes dentro dos macrófagos após a infecção; • a TB miliar, que ocorre quando o bacilo alcança a corrente sanguínea e se dissemina para vários órgãos. Ela pode ser resultado de uma TB primária ou da reativação de um foco latente de TB com disseminação hematogênica. Ela é mais comum em pacientes com AIDS, numa fase avançada de imunossupressão. Sobre o quadro clínico dessas três manifestações, coloquei tudo descrito na tabela abaixo, porque você já aproveita e faz a comparação entre elas. Grifei em negrito algumas palavras-chave importantes: Parâmetros avaliados TB primária TB secundária TB miliar Epidemiologia Mais comum em crianças. Mais comum em adultos e adolescentes. Mais comum em pacientes imunocomprometidos, como aqueles infectados pelo HIV. Quadro clínico • Febre; • Sudorese noturna; • Inapetência; • Sintomas respiratórios não são frequentes. • Febre; • Sudorese noturna; • Perda ponderal e inapetência; • Tosse com ou sem hemoptise. • Febre; • Sudorese noturna; • Perda ponderal e inapetência; • Tosse. Radiografia e tomografia de tórax • Geralmente normal • Se alterada: - Adenopatia hilar (achado mais frequente); - Infiltrados pulmonares; - Derrame pleural; - Complexo de Ranke; - Nódulo de Ghon. • Geralmente alterada • Envolve com frequência os lobos superiores; • Achados mais frequentes: cavidades e infiltrados. • TC de tórax: pode ter padrão de árvore em brotamento. • Micronódulos difusos no parênquima pulmonar. Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 8 Na TB primária, a tosse pode estar presente ou não, ou seja, sintoma respiratório não é regra nesse caso. Veja aqui, agora, como são as alterações radiográficas que expliquei de cada uma das formas de TB pulmonar: Figura 3. TB primária. A presença de um nódulo pulmonar calcificado em hemitórax direito (nódulo de Ghon) e a linfonodomegalia hilar formam o chamado complexo de Ranke. Essa alteração é característica de um quadro prévio de TB primária. Figura 4. TB secundária. Na imagem da esquerda, observe uma radiografia de tórax com duas cavitações em ápicespulmonares (uma em hemitórax direito e outra em hemitórax esquerdo). Na imagem da direita, veja que o lobo superior direito está acometido com consolidações e cavidades. Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 9 Figura 5. Tomografia computadorizada de achados da TB secundária. Na imagem da direita, você consegue ver uma imagem de tomografia de tórax com nódulos centrolobulares com padrão “árvore em brotamento”. São densidades ramificadas centrolobulares com pequenas nodulações nas extremidades, assemelhando-se ao aspecto em brotamento de algumas árvores, como você consegue ver na imagem da esquerda. Figura 6. TB miliar. Aspecto da radiografia de tórax dos pacientes com tuberculose miliar. Perceba a presença de micronódulos difusos na aparência pulmonar. Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 10 A respeito das formas extrapulmonares de tuberculose, lembre-se daquelas mais frequentes: • Mais comum na população geral: TB pleural. • Mais comum em pacientes com HIV: TB ganglionar. • Mais comum em crianças: TB ganglionar. Figura 7: Formas de tuberculose pulmonar TUBERCULOSE PULMONAR Primária Ocorre após contato com bacilo Mais frequente na infância Reativa após quadro de latência Mais frequente em adultos Pode ser após TB primária ou secundária, quando o bacilo cai na corrente sanguínea Mais frequente em pacientes com AIDS MiliarSecundária Para diagnosticar uma tuberculose pulmonar, precisamos levar em consideração três fatores: o quadro clínico do paciente, o exame de imagem compatível com o caso e uma pesquisa bacteriológica que evidencie a presença do MTB. CAPÍTULO 5.0 DIAGNÓSTICO SUSPEITA DE TB PULMONAR COM BASE NA ANAMNESE E NO EXAME FÍSICO. DUAS AMOSTRAS DE BACILOSCOPIA E/OU TRM-TB E/OU CULTURA. RADIOGRAFIA DE TÓRAXPEDIR Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 11 BACILOSCOPIA • Consiste na pesquisa do bacilo por meio da coloração de Ziehl-Neelsen. • Se um paciente tiver um quadro clínico compatível com TB pulmonar e a baciloscopia for negativa, a hipótese diagnóstica deve continuar sendo TB pulmonar, já que esse exame não é muito sensível (sensibilidade de 60 a 80%). • A baciloscopia não é específica para o M. tuberculosis. Ela pode detectar outras micobactérias e Nocardia, por exemplo. • A baciloscopia deve ser realizada em duas amostras: uma no primeiro contato com o paciente suspeito e a outra no dia seguinte, ao despertar. • Deve ser feita em todos os sintomáticos respiratórios durante a estratégia de busca ativa. Já expliquei sobre o quadro clínico e os achados radiográficos compatíveis. Agora vou resumir os pontos mais importantes dos métodos de pesquisa bacteriológica: Qual é a definição de sintomático respiratório? - Pelo Ministério da Saúde: é aquela pessoa que apresenta tosse por 3 semanas ou mais. - Pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia: é o paciente com tosse por 2 semanas ou mais. TESTE RÁPIDO MOLECULAR (TRM) - TB • O TRM é um teste que utiliza a técnica de PCR em tempo real para detectar o material genético (DNA) do M. tuberculosis (TRM-TB). • É específico para o M. tuberculosis (não detecta outras micobactérias). • Detecta também a resistência à rifampicina. • Não é indicado para controle de cura; afinal, pode detectar micobactérias mortas. CULTURA PARA MICOBACTÉRIA • É o padrão ouro para diagnóstico da tuberculose. • Como a cultura é mais sensível do que a baciloscopia, caso um paciente apresente baciloscopias sucessivas negativas, o próximo exame mais indicado é a cultura do escarro. • Permite a detecção de outras micobactérias. • Permite a realização de teste de sensibilidade (TS) aos antibióticos. • A desvantagem principal é o tempo de demora do resultado, que pode ser de até 8 semanas. Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 12 Agora compare aqui as indicações de cada exame: Exame Indicação Baciloscopia • Nos sintomáticos respiratórios, durante estratégia de busca ativa. • Em casos suspeitos de TB pulmonar, independentemente do tempo de tosse. • Para controle de cura e acompanhamento de pacientes com tuberculose já confirmada. TRM • Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea. • Diagnóstico de TB extrapulmonar em outras amostras biológicas. • Triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento ou suspeita de falência do tratamento. Cultura • Todo caso de diagnóstico de TB com TRM positivo. • Todo caso suspeito de TB com TRM negativo e persistência do quadro clínico. • Todo caso suspeito de TB em que não estiver disponível o TRM. • Suspeita de infecção por micobactéria não tuberculosa (MNT). • Persistência de baciloscopia positiva após o segundo mês de tratamento. • Recidivas. Depois disso tudo, vamos reforçar sobre todos os pontos principais do diagnóstico da TB? Analise este esquema com cuidado: Assim que o diagnóstico for feito, todos os pacientes devem ser investigados para HIV, com solicitação da sorologia; afinal, a tuberculose é a principal causa de óbito nesses pacientes. Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 13 Figura 8. Diagnóstico da TB pulmonar. DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE PULMONAR Bacteriológica Baciloscopia TRM Cultura para micobactéria Radiológico Micronódulos difusos Clínico Febre vespertina Tosse Perda ponderal Sudorese noturna Perda de apetite Radiografia de tórax: Geralmente anormal Cavitações Infiltrados alveolares Radiografia de tórax: Normal Adenopatia hilar Nódulo Ghon Complexo de Ranke Infiltrados TB primária TB secundária TB miliar CAPÍTULO 6.0 TRATAMENTO 6.1 ESQUEMA BÁSICO O tratamento da tuberculose deve ser feito em duas fases: • Fase intensiva (ataque): rifampicina (R) + isoniazida (I ou H) + pirazinamida (P ou Z) + etambutol (E). Deve ser feito por 2 meses. • Fase de manutenção. rifampicina (R) + isoniazida (I ou H). É iniciado após a fase de ataque e dura, no mínimo, 4 meses, a depender da apresentação clínica da tuberculose. Sabendo dessas fases, o esquema básico de tratamento da TB pulmonar e extrapulmonar é o seguinte: Tratamento da tuberculose pulmonar e extrapulmonar em maiores de 10 anos: RIPE/RHZE por 2 meses + RI/RH por 4 meses = total de 6 meses de tratamento Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 14 Nos pacientes com TB meningoencefálica ou osteoarticular, o tratamento é o seguinte (o que muda é o tempo da fase de manutenção): Tratamento da tuberculose pulmonar meningoencefálica ou osteoarticular: RIPE/RHZE por 2 meses + RI/RH por 10 meses = total de 12 meses de tratamento Os pacientes alcoólatras, portadores de HIV, diabéticos e gestantes devem receber piridoxina (vitamina B6) em associação com o esquema básico. 6.1.1 HEPATOPATAS Algumas drogas do esquema básico são hepatotóxicas e podem levar a uma piora do perfil hepático com necessidade de suspensão temporária do tratamento. Vamos lembrar aqui quando esse esquema deve ser suspenso? • Elevação das transaminases por, pelo menos, cinco vezes o valor normal em pacientes sem sintomas digestivos; ou • três vezes o valor normal naqueles com sintomas dispépticos ou icterícia. O esquema deve ser reiniciado da seguinte forma, após a melhora dos exames: rifampicina + etambutol >> fazer por 3 a 7 dias e pedir exames hepáticos. Se normais, associar a isoniazida >> fazer por 3 a 7 dias e pedir exames hepáticos. Se normais, associar a pirazinamida. Caso o paciente com tuberculose tenha cirrose, não podemos usar esse esquema. Nesses casos, o tratamento da tuberculose é feito da seguinte forma: Ataque: cinco meses de amicacina 3 vezes na semana + etambutol + levofloxacino. Manutenção: sete meses de etambutol + levofloxacino. Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 EstratégiaMED INFECTOLOGIA Tuberculose 15 6.1.2 HIV/AIDS Os pontos mais importantes sobre a coinfecção HIV-TB são os seguintes: COINFECÇÃO TB E HIV • Não usar rifampicina simultaneamente com inibidores de proteases (IP) como atazanavir, ritonavir, lopinavir e darunavir. A preferência é substituir a terapia antirretroviral do paciente (trocar o IP por efavirenz ou dolutegravir), porém, nos casos em que o esquema não pode ser modificado, devemos trocar a rifampicina pela rifabutina. • Quem é virgem de tratamento de HIV deve esperar algumas semanas para iniciar a terapia antirretroviral (TARV), a depender do CD4: • CD4e por infecções por micobactérias não tuberculosas. Além disso, ele não precisa que o paciente retorne em 48 a 72 horas e seu resultado não está sujeito a viés de leitura. Desvantagens do método estão relacionadas ao preço elevado e ao fato de não ser indicado para menores de dois anos de idade. 7.2 TRATAMENTO DA ILTB O tratamento deve ser feito naqueles que apresentam IGRA positivo ou com PPD ≥ 5 mm ou 10 mm. Existem situações em que a indicação do tratamento não depende desses exames. Analise essa tabela com cuidado e atenção, pois isso é muito cobrado em provas (lembre-se do mnemônico CINCO): https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24893135 Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 20 Indivíduos com PT documentada e maior do que 5 mm não devem ser submetidos à nova testagem, mesmo após nova exposição a pacientes com tuberculose. Indicações de tratamento de ILTB com base no PPD/IGRA IGRA positivo PPD ≥ 5 mm C Contatos de casos com TB incluindo Crianças IN INibidores de TNF-alfa e Imunocomprometidos (HIV e quem usa corticoides) C Cicatriz de TB na radiografia O Órgãos (antes de transplantes) PPD ≥ 10 mm Silicose Neoplasias de cabeça e pescoço, hematológicas e outras em uso de quimioterapia imunossupressora Diabetes mellitus (DM) Doença renal crônica (DRC) em diálise Baixo peso ( 1 maço/dia) Calcificação isolada na radiografia Indicações de tratamento de ILTB que não precisam de exames de PPD/IGRA Pessoas infectadas pelo HIV e contagem de linfócitos T CD4 ≤ 350 células/mm3 Pessoas com HIV com contato intradomiciliar ou institucional de pacientes com TB pulmonar ou laríngea https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-multiple-endocrine-neoplasia-type-2/abstract/14 https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-multiple-endocrine-neoplasia-type-2/abstract/14 Prof. Clarissa Cerqueira | Resumo Estratégico | 2023 Estratégia MED INFECTOLOGIA Tuberculose 21 Para os pacientes acima, com indicação de tratamento, há três opções de drogas para tratamento da ILTB, sendo a preferência atual pelo uso do primeiro esquema a seguir: • Rifapentina com isoniazida (esquema 3HP) Este é o esquema preferencial. Podem usar adultos, crianças acima de 2 anos, idosos e pessoas vivendo com o HIV. Consiste no uso de rifapentina (P) com isoniazida (H) em dose semanal, por 3 meses, totalizando 12 doses (esquema 3HP). Em relação aos esquemas anteriores, tem uma comodidade posológica superior e isso facilita a adesão ao tratamento. O paciente adulto deve receber rifapentina 900 mg com isoniazida 900 mg, uma vez por semana. Pela falta de estudos, seu uso não é indicado em gestantes. Em crianças, a dose é indicada conforme o peso e ele pode ser usado 7.2.1 REGIMES TERAPÊUTICOS Figura 12. Condutas no tratamento de ILTB. PASSO 1: Descartar TB ativa PASSO 2: Avaliar exames ou indicação de tratamento sem exames PASSO 3: Iniciar tratamento ou Fazer anamnese exame físico e pedir radiografia de tórax IGRA positivo ou Prova tuberculínica reatora HIV contactante de caso confirmado de TB ou CD4 ≤ 350 Esquemas: 3HP (3 meses de rifapentina e isoniazida) 9H ou 6H (9 ou 6 meses de isoniazida) 4R (4 meses de rifampicina) em maiores de 2 anos de idade. • Isoniazida (esquema 6H ou 9H) A isoniazida, no adulto, é usada na dose de 300 mg/dia e, na criança, 10 mg/Kg/dia. Em hepatopatas, criançase a visualização das videoaulas. Tenho certeza que você será bem-sucedido(a) nessa jornada. Faça agora uma pausa para descansar, mas não se esqueça de ampliar seu aprendizado e aumentar suas chances de aprovação com a leitura das outras matérias. Recomendo seguir o Instagram do Estratégia MED (@estrategiamed), meu perfil @draclarissacerqueira e o perfil dos outros professores. Dessa forma, você vai se manter atualizado(a) sobre todas as novidades referentes à Residência Médica. Lembre-se de que estou à disposição no Fórum de Dúvidas. Abraços, Clarissa Cerqueira https://med.estrategia.com 1.0 ASPECTOS GERAIS 2.0 TRANSMISSÃO 3.0 PATOGÊNESE 4.0 QUADRO CLÍNICO DA TB PULMONAR 5.0 DIAGNÓSTICO 6.0 TRATAMENTO 6.1 ESQUEMA BÁSICO 6.1.1 HEPATOPATAS 6.1.2 HIV/AIDS 6.2 TB DROGARRESISTENTE 6.3 EFEITOS ADVERSOS 6.4 SEGUIMENTO DO TRATAMENTO 7.0 INFECÇÃO LATENTE PELO M. TUBERCULOSIS 7.1 DIAGNÓSTICO DA ILTB 7.2 TRATAMENTO DA ILTB 7.3 QUIMIOPROFILAXIA PRIMÁRIA 8.0 AVALIAÇÃO DOS CONTATOS 9.0 LISTA DE QUESTÕES 10.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS