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CONCEITO DE ESPORTE 
 
1. Dificuldade de Definição 
● O termo esporte possui múltiplos significados, influenciados por 
fatores históricos, sociais, econômicos, políticos e culturais. 
 
● Não há definição única e precisa, sendo interpretado de formas 
distintas pela ciência, pela mídia e pelo senso comum. 
 
2. Perspectiva Sociológica (Ronaldo Helal) 
● Brincadeira: atividade espontânea, voluntária, sem regras fixas e 
com foco no prazer. 
 
● Jogo: brincadeira com regras estabelecidas. 
 
● Esporte: competição com atividade física relevante, organizada e 
regulada por entidades externas aos participantes. 
 
3. Definições em Dicionários 
● Geralmente incluem elementos como prática metódica, atividade 
física, destreza, recreação, condicionamento, saúde e competição. 
 
● Algumas definições também incorporam o esporte como 
passatempo ou hobby. 
 
 
4. Esporte e Lazer 
● Ao longo do tempo, o conceito de esporte se aproximou do lazer, 
gerando confusão. 
 
● A mídia muitas vezes inclui atividades que não se enquadram 
totalmente nas definições acadêmicas (ex.: xadrez, cassino, 
hipismo). 
 
5. Lei Pelé (Lei nº 9.615/1998) 
● Reconhece diversas dimensões: formal, não formal, profissional, 
amador, educacional, de rendimento, participação e formação. 
 
● Considera aspectos como cidadania, lazer, saúde e 
desenvolvimento pessoal, o que amplia e torna mais imprecisa a 
definição. 
 
6. Diferença entre Linguajar Popular e Acadêmico 
● Na internet, o termo esporte é amplamente usado, mas bases 
acadêmicas apresentam número muito menor de registros. 
 
7. Relatório PNUD (2017) 
● Objetivo: mapear atividades físicas e esportivas no Brasil, motivado 
por eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. 
 
● Definição de Atividades Físicas e Esportivas (AFEs): práticas com 
significativo esforço físico, sem fins produtivos, associadas a saúde, 
competição, sociabilidade, diversão, relaxamento, estética, entre 
outros. 
 
● Apenas 22,5% dos adultos brasileiros cumprem a recomendação da 
OMS de 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 
vigorosa. 
 
O conceito de esporte é amplo e não possui uma definição única, pois é 
influenciado por aspectos históricos, sociais, econômicos, políticos e 
culturais. A sociologia do esporte, segundo Ronaldo Helal, diferencia três 
níveis de prática: a brincadeira, que é espontânea, voluntária e sem regras 
fixas; o jogo, que surge quando a brincadeira adota regras; e o esporte, 
que é uma competição com atividade física relevante, regulada por uma 
organização externa aos participantes. Dicionários tradicionais descrevem 
o esporte como prática metódica, individual ou coletiva, que exige 
exercício físico e destreza, podendo ter fins de recreação, manutenção da 
saúde, condicionamento ou competição. Com o tempo, o termo passou a 
se confundir com lazer, e a mídia muitas vezes inclui na categoria esportes 
atividades que não se encaixam completamente nas definições 
acadêmicas, como xadrez ou hipismo. No Brasil, a Lei Pelé (Lei nº 
9.615/1998) amplia ainda mais o conceito ao considerar modalidades 
formais, não formais, profissionais, amadoras, educacionais, de 
rendimento, de participação e de formação, associando o esporte a 
valores como cidadania, lazer, saúde e desenvolvimento pessoal. Essa 
diversidade de interpretações cria diferenças entre o uso popular e o uso 
acadêmico do termo. Um relatório do PNUD, elaborado após a Copa de 
2014 e as Olimpíadas de 2016, definiu Atividades Físicas e Esportivas como 
práticas que envolvem movimentação corporal significativa, sem fins 
produtivos, relacionadas a objetivos como saúde, competição, 
sociabilidade, estética e relaxamento. Apesar disso, apenas 22,5% dos 
adultos brasileiros cumprem a recomendação da OMS de pelo menos 150 
minutos semanais de atividade física moderada ou vigorosa. 
 
 
PRÁTICA DE AFES NO BRASIL 
 
1. Influência das desigualdades sociais 
● Oportunidades de prática são desiguais e influenciadas por renda, 
escolaridade, gênero, cor da pele, idade e localização geográfica. 
 
● Brasil está entre os 10 países mais desiguais do mundo. 
 
● Melhor condição socioeconômica e educacional aumenta o acesso 
às AFEs. 
 
2. Participação na Educação Básica 
● Sul do país apresenta maior frequência às aulas de Educação Física, 
Norte a menor. 
 
● Diferenças explicadas pela obrigatoriedade da disciplina, 
disponibilidade de professores e estrutura escolar. 
 
● No Ensino Médio, a participação diminui. 
 
3. Participação na população adulta 
● Apenas 31,5% praticaram esportes nos últimos 3 meses. 
 
● Maior participação entre pessoas com renda acima de 5 salários 
mínimos e ensino superior completo. 
 
● Homens praticam mais que mulheres, jovens mais que idosos, 
brancos mais que negros. 
 
● Grupos com menor índice: pessoas com deficiência, baixa 
escolaridade e menor renda. 
 
4. Modalidades mais praticadas 
● Caminhada: 37% dos praticantes. 
 
● Futebol (campo, areia, society, futsal): 23%. 
 
● Academia/fitness: 12%. 
 
● Essas três modalidades somam 80% das práticas, indicando baixa 
diversidade. 
 
● Futebol é o único esporte coletivo com destaque. 
 
5. Motivos para prática 
● Adultos e mulheres: melhora da qualidade de vida. 
 
● Jovens e homens: relaxamento ou diversão. 
 
6. Motivos para não praticar 
● Jovens (15-17 anos) e pessoas de menor renda: desinteresse. 
 
● Adultos (18+ anos) e rendas de 1 a 5 salários mínimos: falta de 
tempo. 
 
7. Situação de crianças e adolescentes 
● Estudos internacionais mostram influência da renda, apoio familiar, 
acesso a espaços esportivos, segurança e desigualdade de gênero. 
 
● Famílias praticantes incentivam mais seus filhos. 
 
● Meninas recebem menos apoio familiar para permanecer no 
esporte. 
 
● No Brasil, a PeNSE aponta baixa adesão, mas sem detalhamento por 
modalidade. 
 
8. Perfil mais ativo no Brasil 
● Jovem, homem, branco, de alta renda e alta escolaridade. 
 
9. Perfil menos ativo 
● Idosos, mulheres, negros, pessoas com deficiência e com baixa 
renda e escolaridade. 
 
 
A prática de atividades físicas e esportivas (AFEs) no Brasil está 
fortemente ligada a desigualdades sociais que limitam o acesso e a 
participação da população. Apesar de fatores individuais como 
motivação e hábito influenciarem, as oportunidades de prática são 
desiguais e dependem de marcadores como renda, escolaridade, gênero, 
cor da pele, idade e localização geográfica. O país, entre os mais 
desiguais do mundo, apresenta um cenário em que o acesso às AFEs é 
maior para quem tem melhores condições socioeconômicas e 
educacionais. 
Entre estudantes da Educação Básica, a presença nas aulas de Educação 
Física varia conforme a região, sendo mais alta no Sul e mais baixa no 
Norte, influenciada pela disponibilidade de professores e pela 
obrigatoriedade da disciplina. No Ensino Médio, a participação cai ainda 
mais. Entre adultos, apenas 31,5% praticaram esportes nos últimos três 
meses, e o grupo com maior participação é formado por pessoas com 
renda acima de cinco salários mínimos e ensino superior completo. 
Homens praticam mais que mulheres, jovens mais que idosos, e brancos 
mais que negros. Pessoas com deficiência, baixa escolaridade ou menor 
renda apresentam os índices mais baixos de envolvimento. 
As modalidades mais praticadas no país são caminhada, futebol e 
atividades de academia/fitness, representando 80% das escolhas, o que 
revela baixa diversidade esportiva. O futebol é o único esporte coletivo 
com destaque. Os motivos para a prática variam: melhora na qualidade 
de vida é o mais citado por adultos e mulheres, enquanto 
relaxamento/diversão é mais mencionado por jovens e homens. Já a falta 
de tempo e o desinteresse são as principais barreiras, especialmente para 
quem tem menor renda ou é mais jovem. 
No caso de crianças e adolescentes, estudos internacionais mostram que 
renda, apoio familiar, proximidade e acesso a espaços esportivos, bem 
como segurança, influenciamdiretamente a participação, e 
desigualdades de gênero reduzem o suporte recebido por meninas. 
Famílias que praticam esportes tendem a incentivar mais seus filhos. No 
Brasil, faltam dados detalhados sobre crianças, mas a Pesquisa Nacional 
de Saúde do Escolar (PeNSE) indica baixa adesão às AFEs. Em geral, o perfil 
mais ativo é o jovem, homem, branco, de alta renda e alta escolaridade, 
enquanto idosos, mulheres, negros, pessoas com deficiência e de baixa 
renda e instrução estão entre os menos ativos, evidenciando um forte 
impacto das iniquidades sociais no acesso às práticas esportivas. 
 
 
Iniquidades sociais no esporte 
● Desigualdades socioeconômicas e acesso ao esporte 
 
○ Participação de crianças e adolescentes no esporte está 
diretamente relacionada à renda familiar. 
 
○ Países como EUA, Finlândia e Alemanha mostram que crianças 
de famílias de maior renda praticam mais esportes. 
 
○ Minorias étnicas (afro-americanos, negros, hispânicos) 
participam menos que crianças brancas ou não hispânicas. 
 
● Barreiras para prática esportiva 
 
○ Restrição de tempo, distância até locais de prática, 
mobilidade, segurança e tipo de ambiente. 
 
○ Acesso facilitado a locais de prática e status socioeconômico 
positivo aumentam participação. 
 
● Suporte familiar 
 
○ Famílias oferecem menos apoio às meninas, dificultando sua 
continuidade no esporte. 
 
○ Pais praticantes influenciam positivamente filhos, pais não 
praticantes impactam negativamente. 
 
○ Crianças em famílias reconstruídas ou monoparentais 
apresentam menor participação. 
 
● Lesões e condições socioeconômicas 
 
○ Nos EUA, crianças em esportes de contato intenso sofrem 
lesões, agravadas por baixa escolaridade e condições 
econômicas deficientes. 
 
● Situação no Brasil 
 
○ Falta de pesquisas detalhadas sobre participação infantil no 
esporte. 
 
○ PeNSE mostra baixa adesão dos jovens às atividades físicas e 
esportivas (AFEs). 
 
○ Adultos também apresentam baixa prática (meninas. 
 
○ Plataforma de Ação de Pequim, 1995, reconheceu o esporte 
como ferramenta de empoderamento feminino. 
 
○ Incentivar meninas no esporte promove autoestima, liderança, 
conhecimento corporal e direitos. 
 
● Desafios atuais 
 
○ Meninas se envolvem mais tarde e abandonam o esporte 
mais cedo, especialmente negras e em áreas urbanas. 
 
○ Dados mostram que menos da metade das meninas pratica 
atividade física regular em relação aos meninos. 
 
○ Professores de educação física ainda reproduzem métodos 
sexistas que reforçam desigualdades. 
 
O esporte é uma ferramenta poderosa de desenvolvimento humano e 
social. Segundo a ONU, ele promove cultura de paz, empoderamento, 
autoestima, habilidades para a vida e bem-estar psicossocial, 
transformando a maneira como as pessoas se relacionam entre si e com 
o mundo. No Brasil, o direito ao esporte, lazer e acesso a equipamentos 
comunitários é garantido por lei, ajudando na sociabilidade e no 
desenvolvimento de competências para a vida adulta. 
O esporte também combate discriminações relacionadas a raça, gênero, 
idade e orientação sexual, valorizando a diversidade cultural e social. No 
entanto, desigualdades de gênero ainda persistem. Crianças internalizam 
padrões de gênero desde cedo, e esportes como futebol e voleibol 
carregam estigmas que limitam a participação feminina, enquanto 
modalidades menos conhecidas tendem a ser mais inclusivas. 
Historicamente, meninos e meninas eram separados nas aulas de 
educação física, e apenas na Plataforma de Ação de Pequim, em 1995, o 
esporte foi reconhecido como importante para empoderar mulheres. 
Incentivar meninas no esporte aumenta autoestima, liderança, 
conhecimento corporal e consciência de direitos. Apesar disso, meninas 
costumam se envolver mais tarde e abandonar a prática antes dos 
meninos, especialmente em áreas urbanas e entre meninas negras. Além 
disso, pesquisas apontam que professores de educação física ainda 
podem reproduzir métodos sexistas, reforçando desigualdades de gênero. 
 
Papel educacional do esporte 
● Histórico do esporte na educação 
 
○ Antiguidade: valorização das práticas físicas na Grécia para 
culto ao corpo e fins bélicos. 
 
○ Influência das escolas inglesas no modelo educativo, 
inspirando Pierre de Coubertin e os Jogos Olímpicos 
modernos. 
 
○ Década de 1970: Movimento “Esporte para Todos” e Carta 
Internacional de Educação Física e Esportes da UNESCO 
reconhecem o esporte como direito humano, incluindo lazer e 
educação. 
 
● Tipos de esporte 
 
○ Esporte-Educação: foca nos princípios socioeducativos 
(participação, cooperação, coeducação, corresponsabilidade, 
inclusão, desenvolvimento esportivo e espírito esportivo). 
 
○ Esporte-Lazer: destinado ao bem-estar e ao tempo livre. 
 
○ Esporte de Desempenho: foca em competições e rendimento, 
aceitando talentos individuais. 
 
● Distinção entre esporte educacional e escolar 
 
○ Esporte educacional: aberto a todos, independente de 
vocação, visa formar cidadania, respeitar regras, aprender a 
lidar com vitórias e derrotas, desenvolver espírito de equipe e 
promover inclusão. 
 
○ Esporte escolar: voltado a vocações esportivas e competições 
externas intercolegiais, priorizando desenvolvimento esportivo 
e espírito esportivo. 
 
● Marco legal no Brasil 
 
○ Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do 
Adolescente, Lei Zico (1993) e Lei Pelé (1998) reforçam o direito 
ao esporte e destacam a função do esporte educacional 
como democratizador e formador de cultura e cidadania. 
 
● Desafios e oportunidades 
 
○ A maioria das crianças não participa de práticas esportivas 
por falta de tempo, recursos e infraestrutura. 
 
○ O esporte educacional promove autonomia, inclusão, 
desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social, 
autoestima e cidadania. 
 
● Função pedagógica e valores 
 
○ Professores devem criar atividades estruturadas e 
intencionais, usando jogos e situações-problema que 
extrapolem o contexto esportivo. 
 
○ Esporte desenvolve socialização, disciplina, trabalho em 
equipe, liderança, persistência, solidariedade, cooperação e 
motivação. 
 
● Exemplo prático 
 
○ O jogo “bobinho” pode ser transformado em uma ferramenta 
educacional ao trabalhar habilidades motoras, organização 
em grupo, estratégias coletivas e regras compartilhadas, 
promovendo aprendizado e valores sociais. 
 
O esporte sempre teve papel importante na educação, desde a Grécia 
antiga, com foco no corpo e na preparação bélica, e mais tarde nas 
escolas inglesas, que influenciaram Pierre de Coubertin e os Jogos 
Olímpicos modernos. Na década de 1970, movimentos como “Esporte para 
Todos” e a Carta Internacional da UNESCO reconheceram o esporte como 
direito humano, incluindo lazer e educação. Hoje, ele se divide em 
esporte-educação, esporte-lazer e esporte de desempenho, cada um 
com objetivos diferentes, sendo o esporte-educação voltado para 
princípios socioeducativos como inclusão, cooperação e desenvolvimento 
do espírito esportivo. 
O esporte educacional é aberto a todos, independente de talento, e tem 
como objetivo formar cidadãos, ensinar a lidar com vitórias e derrotas, 
respeitar regras e promover a colaboração. Já o esporte escolar valoriza 
vocações e foca em competições intercolegiais. No Brasil, leis como a 
Constituição de 1988, o ECA, a Lei Zico e a Lei Pelé reforçam o direito ao 
esporte e seu papel na cidadania, cultura e inclusão. 
Apesar disso, muitas crianças não participam de atividades esportivas 
devido à falta de tempo, recursos ou infraestrutura. O esporte educacional, 
quando bem estruturado, promove autonomia, autoestima, 
desenvolvimento físico, cognitivo e social, além de preparar os indivíduos 
para a vida em sociedade. Professores de educação física têm papel 
fundamental, criando jogos e situações-problema que ensinem valores 
como disciplina, liderança, persistência, solidariedade, cooperação e 
motivação. Um exemplo é o jogo “bobinho”, que pode ser usado para 
desenvolver habilidades motoras, trabalho em equipe, estratégias e 
respeito às regras, mostrando que o esporte pode ser uma poderosa 
ferramenta pedagógica e social. 
 
Sistema Nacional do Desporto (SND) e políticas públicas 
● Base legal e estrutura do esporte brasileiro 
 
○ Lei Pelé define princípios, finalidades, manifestações 
esportivas, Sistema Brasileiro do Desporto (SBD), prática 
profissional e justiça desportiva. 
 
○ SBD engloba o SND, Ministério do Esporte, Conselho Nacional 
do Esporte, sistemas de desporto estaduais, do Distrito Federal 
e municipais, organizados de forma autônoma e colaborativa. 
 
○ Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Comitê Paralímpico 
Brasileiro (CPB), Confederação Brasileira de Clubes (CBC), 
federações estaduais e ligas regionais fazem parte do 
SND/SBD. 
 
● Objetivos do SBD e SND 
 
○ SBD: garantir prática desportiva regular e melhorar padrões de 
qualidade. 
 
○ SND: promover e aprimorar práticas desportivas de 
rendimento. 
 
● Esporte escolar e rendimento 
 
○ Esporte escolar integra o sistema e recebe verba de COB, CPB 
e CBC. 
 
○ Estrutura atual privilegia esporte de rendimento, atendendo 
pequena parcela da população, enquanto a maioria pratica 
esporte sem vínculo institucional. 
 
● Recursos e programas governamentais 
 
○ Recursos vêm de Lei Agnelo Piva, Lei de Incentivo ao Esporte, 
convênios, contratos de desempenho e patrocínios de 
empresas públicas e privadas. 
 
○ Programas voltados para megaeventos (Copa 2014, 
Olimpíadas 2016) priorizam formação de atletas de 
rendimento. 
 
● Exemplos de programas 
 
○ Segundo Tempo (Ministério do Esporte): prática e 
aprendizado de modalidades, sem foco em seleção de 
talentos. 
 
○ Forças do Esporte (Ministério da Defesa): baseado no modelo 
do Segundo Tempo. 
 
○ Mais Educação e Esporte e Lazer da Cidade (Ministério da 
Educação): levam esporte pedagógico ao ambiente escolar e 
municipal. 
 
○ Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs): infraestruturapara prática esportiva (Ministério da Cultura). 
 
○ Academia da Saúde (Ministério da Saúde): programas de 
atividades físicas e esportivas. 
 
○ Apesar dos esforços, menos de 2% da população é atendida, 
principalmente crianças, adolescentes e jovens. 
 
● Proposta de novo sistema nacional (2015) 
 
○ Estrutura para incluir jovens, adultos e idosos, com progressão 
etária: vivência esportiva, aprendizagem, formação esportiva, 
especialização, aperfeiçoamento e alto rendimento. 
 
● Desafios e recomendações para políticas públicas 
 
○ Distribuição de recursos deve atender todos os cidadãos, não 
apenas o esporte de rendimento ou populações vulneráveis. 
 
○ Políticas públicas devem abranger todas as idades, 
considerando o aumento da longevidade e a necessidade de 
inclusão de adultos e idosos. 
 
O esporte brasileiro é regulamentado pela Lei Pelé, que estabelece 
princípios, finalidades e define a organização do Sistema Brasileiro do 
Desporto (SBD) e do Sistema Nacional do Desporto (SND). O SBD inclui o 
SND, o Ministério do Esporte, o Conselho Nacional do Esporte e os sistemas 
estaduais, do Distrito Federal e municipais, que devem atuar de forma 
autônoma e colaborativa. No SND estão o Comitê Olímpico Brasileiro, o 
Comitê Paralímpico Brasileiro, a Confederação Brasileira de Clubes, 
federações estaduais e ligas regionais. 
O SBD busca garantir a prática desportiva regular e de qualidade, 
enquanto o SND foca nas práticas de rendimento. O esporte escolar, parte 
do sistema, recebe verba das entidades de alto rendimento, mas a maior 
parte da população pratica esporte de forma independente, mostrando 
que a estrutura atual privilegia o rendimento em detrimento da 
massificação do esporte. 
Os recursos para o esporte de rendimento vêm de leis de incentivo, 
convênios, contratos de desempenho e patrocínios públicos e privados. 
Muitos programas governamentais, como os criados para a Copa do 
Mundo de 2014 e Olimpíadas 2016, priorizam atletas de rendimento. Entre 
os programas sociais, o Segundo Tempo (Ministério do Esporte) e o Forças 
do Esporte (Ministério da Defesa) promovem vivência e aprendizagem 
esportiva, sem foco em talentos. Outros programas, como Mais Educação, 
Esporte e Lazer da Cidade, CEUs e Academia da Saúde, oferecem 
infraestrutura e atividades físicas, mas juntos atendem menos de 2% da 
população, concentrando-se em crianças, adolescentes e jovens. 
Em 2015, foi proposta uma nova organização do esporte nacional, 
prevendo progressão etária e inclusão de jovens, adultos e idosos, desde 
vivência esportiva até alto rendimento. Para que o esporte beneficie toda 
a população, as políticas públicas precisam distribuir recursos de forma 
mais equilibrada, atender todas as faixas etárias e não se limitar a 
populações vulneráveis, acompanhando o aumento da longevidade da 
população brasileira. 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
DOS ESPORTES 
 
● Definição de esporte 
 
○ Prática regida por regras formais e organizada por 
associações, federações e confederações. 
 
○ Modalidades classificadas com base na lógica interna, 
interação com adversário, desempenho motor e objetivos 
táticos (Gonzalez, 2004). 
 
○ Modelo usado na BNCC para ensino escolar. 
 
● Critério de interação 
 
○ Esporte só existe com disputa entre adversários. 
 
○ Sem interação: ginástica rítmica, patinação artística, boliche. 
 
○ Com interação: futebol, judô, handebol, tênis, voleibol. 
 
● Esportes sem interação 
 
○ Esportes de marca: comparação de tempo, distância ou peso 
(atletismo, remo, ciclismo, levantamento de peso). 
 
○ Esportes técnico-combinatórios: avaliação estética e grau de 
dificuldade do movimento (ginásticas, patinação artística, 
nado sincronizado, saltos ornamentais). 
 
○ Esportes de precisão: arremesso ou lançamento para acertar 
alvo (bocha, golfe, tiro com arco, sinuca). 
 
● Esportes com interação 
 
○ Esportes de combate: disputa individual com controle ou 
ataque ao adversário (judô, boxe, karatê, jiu-jítsu). 
 
○ Esportes de campo e taco: rebater bola para percorrer bases 
e marcar pontos (beisebol, críquete, softbol). 
 
○ Esportes com rede divisória ou parede de rebote: enviar bola 
ou peteca para quadra adversária, dificultando devolução 
(voleibol, tênis, badminton, raquetebol, squash, peteca). 
 
○ Esportes de invasão: equipes atacam a meta adversária e 
defendem a própria, geralmente com posse de bola (futebol, 
basquetebol, handebol, futsal, rugby, polo aquático, floorball). 
 
● Aplicação prática 
 
○ Compreender tipos de esporte ajuda o profissional de 
educação física a escolher atividades que desenvolvam 
habilidades e competências. 
 
○ Esportes podem ser classificados como individuais ou 
coletivos e de acordo com princípios táticos ou interação com 
adversário. 
 
○ JECs (jogos esportivos coletivos) se enquadram na categoria 
de esportes coletivos com interação. 
 
O esporte é definido como uma prática organizada por regras formais e 
por instituições esportivas, como federações e confederações. A 
classificação de Gonzalez (2004), utilizada pela BNCC, organiza os 
esportes com base na interação com adversário, desempenho motor e 
objetivos táticos, permitindo entender melhor suas características. 
As modalidades podem ser divididas em sem interação e com interação 
entre adversários. Nos esportes sem interação, temos três categorias 
principais: esportes de marca, que medem tempo, distância ou peso, 
como atletismo e remo; esportes técnico-combinatórios, que avaliam a 
estética e dificuldade do movimento, como ginásticas e patinação 
artística; e esportes de precisão, que exigem arremesso ou lançamento 
em direção a um alvo, como tiro com arco e golfe. 
Nos esportes com interação, há quatro categorias: esportes de combate, 
disputados individualmente com contato ou controle sobre o adversário, 
como judô e boxe; esportes de campo e taco, onde a equipe rebate a bola 
para percorrer bases e marcar pontos, como beisebol e softbol; esportes 
com rede divisória ou parede de rebote, em que a bola ou peteca é 
enviada à quadra adversária dificultando a devolução, como voleibol, 
tênis e badminton; e esportes de invasão, nos quais as equipes atacam a 
meta adversária e defendem a própria, com posse de bola, como futebol, 
basquetebol e handebol. 
Compreender essa classificação ajuda profissionais de educação física a 
identificar semelhanças entre modalidades, escolher atividades 
adequadas e desenvolver competências. Os JECs, ou jogos esportivos 
coletivos, se enquadram na categoria de esportes coletivos com 
interação, sendo importantes para ensino e prática escolar. 
 
Esportes coletivos e JECs 
● Definição de esportes coletivos 
 
○ Modalidades com equipes de duas ou mais pessoas. 
 
○ Podem estar em qualquer categoria de esportes com 
interação, exceto esportes de combate, que são individuais. 
 
● Jogo e esporte coletivo 
 
○ O jogo é lúdico e competitivo, imprevisível, dinâmico e com 
regras claras. 
 
○ O esporte coletivo é um sistema complexo, onde uma equipe 
tenta desequilibrar a outra, enquanto ambas buscam 
organização e equilíbrio. 
 
○ O esporte é considerado uma manifestação do jogo; o jogo é 
a categoria maior que engloba o esporte. 
 
● Princípios operacionais dos JECs 
 
○ Ataque: manter posse de bola, progredir até a meta 
adversária e marcar pontos. 
 
○ Defesa: proteger a própria meta, impedir a progressão do 
adversário e recuperar a bola. 
 
○ Estruturas de esportes coletivos, como basquete e futebol, 
possuem lógica semelhante; gestos técnicos e sistemas 
defensivos podem variar. 
 
● Família dos JECs 
 
○ JECs integram a família dos jogos esportivos coletivos. 
 
○ Experiências em uma modalidade podem ser transferidas 
para outra da mesma família (ex.: basquete e polo aquático). 
 
○ Outros jogos não esportivizados também contribuem para o 
aprendizado de esportes coletivos (ex.: jogo dos 10 passes). 
 
● Características dos JECs 
 
○ Grupo de esportes de cooperação/oposição, comou sem 
compartilhamento do terreno. 
 
○ Conflito de objetivos opostos, decisões táticas rápidas e 
autonomia dos jogadores. 
 
○ Sistema complexo, que exige estratégias pedagógicas 
baseadas na lógica do jogo. 
 
● Pedagogia dos JECs 
 
○ Ensino fundamentado na dimensão tática e na lógica do jogo. 
 
○ Permite práticas significativas e aprendizagem plena, 
diferenciando-se de atividades meramente físicas. 
 
○ Muitos profissionais ainda utilizam abordagens divergentes, 
não fundamentadas no jogo. 
 
 
Esportes coletivos são aqueles em que equipes de duas ou mais pessoas 
competem, estando incluídos nas categorias de esportes com interação, 
exceto os esportes de combate, que são individuais. O jogo é um 
fenômeno lúdico e competitivo, imprevisível e dinâmico, com regras 
claras, e o esporte coletivo é considerado uma manifestação do jogo, 
sendo um sistema complexo no qual uma equipe busca desequilibrar a 
outra enquanto ambas tentam se organizar e manter equilíbrio. 
Nos JECs, os princípios de ataque incluem manter a posse de bola, 
progredir até a meta adversária e marcar pontos, enquanto na defesa, a 
equipe protege sua meta, impede a progressão do adversário e recupera 
a bola. A lógica desses esportes é semelhante entre modalidades, como 
basquete e futebol, embora gestos técnicos e sistemas defensivos 
possam variar. 
Os JECs fazem parte da família dos jogos esportivos coletivos, permitindo 
que a experiência em uma modalidade seja transferida para outra da 
mesma família. Além disso, outros jogos não esportivizados podem 
contribuir para o aprendizado dessas modalidades. Caracterizam-se 
como esportes de cooperação e oposição, com autonomia dos jogadores, 
decisões táticas rápidas e conflito de objetivos, formando um sistema 
complexo que exige estratégias pedagógicas baseadas na lógica do jogo. 
A pedagogia dos JECs se fundamenta na dimensão tática e na lógica do 
jogo, proporcionando práticas significativas e aprendizagem efetiva. No 
entanto, grande parte dos profissionais de educação física ainda adota 
abordagens que não consideram essas características, limitando o 
potencial educativo dos esportes coletivos.

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