Questoes_Spitz_Capitulo_6

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Capítulo 6 – A plasticidade da psique na primeira infância
Cite o período mais plástico no desenvolvimento humano.
R: O primeiro ano de vida.
Em se tratando do desenvolvimento do objeto libidinal, discorra sobre:
O primeiro estágio.
R: O aparecimento da reação de sorriso marca o final do primeiro estagio que é o da não diferenciação, estágio de maior desamparo do recém-nascido.
O segundo estágio.
R: O bebê passa por um estagio no qual explora experiências e expande o território conquistado ate então. Progrediu para uma atividade dirigida e para uma ação estruturada. Sai de um estágio de passividade para atividade.
Estágio de transição.
R: O bebê tem características de estágios anteriores e posteriores. É um momento de apropriação/adaptação de mecanismos posteriores.
Descreva os resultados apresentados com a experiência de apresentação da máscara sorrindo em movimento.
R: O mesmo estímulo é apresentado nas 3 fases:
- 3 meses: (estabelecimento do precursor do objeto – 2º estágio) o bebê responde ao aparecimento da mascara com o sorriso, pois responde apenas a uma Gestalt sinal. É o inicio de diferenciação entre bebê e mundo.
- 7,5 meses: (estabelecimento do objeto libidinal – 3º estágio – transição) o bebe ainda sorri, mas tenta retirar os olhos da mascara.
- 14 meses: há nesta fase o pensamento mágico (quando o experimentador coloca a mascara é como se ele tivesse magicamente desaparecido), o bebê foge da mascara, cobre os olhos com a mão, se afasta. O objeto libidinal já esta estabelecido.
Interprete as diferenças dos resultados mencionados na questão anterior à luz das relações objetais e do desenvolvimento do ego.
R: Aos 3 meses a criança esta em transição do estagio não-objetal para um estagio pré-objetal, Nesta transição, a Gestalt sinal assinala a aproximação do objeto que satisfaz a necessidade. A mascara preenche as condições dessa Gestalt sinal, então a resposta à mascara é o sorriso. Aos 7,5 meses, a criança esta exatamente no estagio de transição da reação a uma Gestalt sinal para o estagio de reconhecimento e diferenciação do próprio objeto libidinal. A Gestalt sinal ainda não perdeu sua eficácia e nem o objeto libidinal propriamente dito esta bem definido, então a criança sorri para a máscara, aproxima-se dela ativamente e a explora. Aos 14 meses, as relações objetais com a mãe foram firmemente estabelecidas e novas camadas estão sendo acrescentadas ao núcleo original “multidão de dois”, estão surgindo relações objetais secundárias. A Gestalt sinal perdeu sua eficácia pois os rostos adquiriram individualidade. Ao colocar a mascara a amiga/observadora “magicamente” se transformou em uma pessoa estranha e então a criança foge e grita apavorada. Quando a observadora retira a mascara, “magicamente” volta a ser a amiga conhecida.
Identifique as diferenças entre o bebê e o adulto e as relacione com o tema do trauma.
R: O bebê não é comparável ao adulto. Sua fisiologia é diferente, bem como suas sensações, suas reações físico-quimicas, sua maneira de vivenciar o ambiente que o cerca. Destacando as questões da dor, na qual os bebês são mais tolerantes a ela pelo fato de não verbalizarem (choro), o que não descarta a possibilidade de causar traumas (bebê hospitalizado).
Discorra sobre os organizadores da psique.
R: O primeiro organizador da psique é a reação de sorriso, este organizador esta numa fase de transição. O estabelecimento da resposta de sorriso indica que estas correntes foram agora integradas, organizadas, e irão operar, dai em diante, como uma unidade distinta no sistema psíquico. A emergência da resposta de sorriso marca uma nova maneira de ser, basicamente diferente da anterior. Se a criança estabelecer e consolidar com êxito um organizador no momento apropriado, seu desenvolvimento pode prosseguir na direção do próximo organizador. Entretanto, quando a consolidação do organizador fracassa, o desenvolvimento é interrompido. O desequilíbrio maturação-desenvolvimento é muito facilitado pela plasticidade da psique infantil.
Comente sobre o papel do ego.
R: (inicialmente não existe ego, depois o ego vai tomando as funções da mãe). Outra razão da plasticidade da personalidade do bebê no decorrer do primeiro ano de vida é a falta de estrutura psíquica bem estabelecida e bem diferenciada. O ego é a esfera da psique que serve como mediador nas relações entre interior e exterior, nas transações entre o mundo interno e o ambiente. O recém-nascido não tem ego. No curso posterior do desenvolvimento, por um lado, os núcleos do ego são integrados; por outro, ocorre uma redução progressiva do limiar perceptivo. Estímulos vindos de fora forçam o bebê a reagir e a iniciar um processo formativo. No decorrer dos meses e anos o ego lida com os estímulos que recebe e os domina. A maneira como determinado ego se estrutura e se organiza é determinada pela maneira como são denominados os estímulos ambientais e internos.