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novo.progressaoonline.com.br 1 - INTRODUÇÃO: Partindo-se do processo, em sentido amplo, em que se apresenta como uma série de atos coordenados para a realização dos fins estatais, pode-se fazer uma primeira classificação, separando-se, de um lado, o processo legislativo, pelo qual o Estado elabora a lei, e, de outro, os processos judicial e administrativo, pelos quais o Estado aplica a lei. O processo judicial se instaura sempre mediante provocação de uma das partes (autor), que por ser titular de interesse conflitante com outra parte (o réu), necessita da intervenção da terceira pessoa (o Estado). O processo Administrativo, que pode ser instaurado mediante provocação do interessado, ou por iniciativa da própria administração, estabelece uma relação bilateral, “inter partes”, ou seja, de um lado o administrado que deduz uma pretensão, e de outro, a administração, que quando decide, não age como terceiro estranho à controvérsia, mas como parte que atua no própria interesse e nos limites que lhe são impostos por lei. Dessa posição da Administração como parte decorre a gratuidade do processo administrativo, em oposição à onerosidade do processo judicial. Pela mesma razão, não pode a Administração proferir decisões com força de coisa julgada, pois ninguém pode ser juiz e parte ao mesmo tempo ou ninguém pode ser juiz em causa própria. 2 – O PROCESSO ADMINISTRATIVO: A expressão “processo administrativo”, na linguagem corrente, é utilizada em sentidos diferentes: 1. Num primeiro sentido, designa e conjunto de papéis e documentos organizados numa pasta e referentes a um dado assunto de interesse do funcionário ou da administração; 2. É ainda usado como sinônimo de processo disciplinar, pelo qual se apuram as infrações administrativas e se punem os infratores; 3. Em sentido mais amplo, designa o conjunto de atos coordenados para a solução de uma controvérsia no âmbito administrativo; 4. Como nem todo processo administrativo envolve controvérsia, também se pode falar em sentido ainda mais amplo, de modo a abranger a série de atos preparatórios de uma decisão final da Administração. 3 – PROCESSO E PROCEDIMENTO: Processo existe sempre como instrumento indispensável para o exercício de função administrativa. Procedimento é o conjunto de formalidades que devem ser observadas para a prática de certos atos administrativos. Equivale a rito, a forma de proceder. O procedimento se desenvolve dentro de um processo administrativo. Todos os processos que envolvem solução de controvérsia ou que resultem alguma decisão por parte da Administração compreendem, pelo menos, três fases: Instauração, instrução e decisão. 1 - Instauração (de ofício ou a pedido) – Indica os requisitos a serem observados, proíbe a recusa imotivada de documentos etc; 2 - Instrução – a lei contém o princípio da oficialidade, veda as provas obtidas por meios ilícitos etc; 3 - Decisão (é dever do administrador decidir) – estabelece prazo de 30 dias para fazê-lo, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. Modalidades de processo administrativo: Gracioso e contencioso. No processo Administrativo gracioso, os próprios órgãos da Administração são encarregados de fazer atuar a vontade concreta da lei, com vistas à consecução dos fins estatais que lhe estão confiados e que nem sempre envolvem decisão sobre pretensão do particular. Para chegar à prática do ato final pretendido pela Administração, pratica-se uma série de atos procedentes necessários para apuração dos fatos, averiguação da norma legal aplicável, apreciação dos aspectos concernentes à oportunidade e conveniência. Essa série de atos constitui o processo, que vai culminar com a edição de um ato administrativo. É nesse sentido que se fala em processo administrativo no direito brasileiro. Contencioso – decisões com força de coisa julgada. Não aplicado no Brasil. Ainda se pode falar em duas outras modalidades de processo administrativo: o técnico e o jurídico. Essa classificação parte da idéia de que naqueles processos que são provocados por iniciativa da própria Administração existem, em regra, duas fases: a decisória e a executória. A primeira é uma fase de escolha de meios, é uma operação TÉCNICA, como a que ocorre com os estudos que antecedem a realização de uma obra pública; a segunda coloca a Administração frente aos administrados, sendo, por isso mesmo, uma fase JURÍDICA, porque exige adaptação da vontade da Administração aos interesses dos administrados; surgem relações jurídicas, e a escolha dos meios de ação deve ser feita de acordo com a lei. Na primeira fase, que é interna e corresponde ao processo técnico, apenas o interesse público está em jogo; na segunda, que é externa, acrescenta-se o interesse do particular atingido pela execução do ato administrativo. 4 - PRINCÍPIOS: Existem alguns princípios comuns aos processos administrativos e judicial que constituem objeto da teoria geral do processo: tais são os princípios da publicidade, da ampla defesa, do contraditório, do impulso oficial, da obediência à forma e aos procedimentos estabelecidos em lei. E existem outros princípios que são próprios do direito administrativo, como o da oficialidade, o da gratuidade, o da atipicidade. 4.1 – Princípio da Publicidade: Por ser pública a atividade da Administração, os processos que ela desenvolve devem estar abertos ao acesso dos interessados. Esse direito de acesso ao processo administrativo é mais amplo do que o de acesso ao processo judicial. O direito de acesso ao processo não se confunde com o direito de “vista”, que somente é assegurado às pessoas diretamente atingidas por ato da Administração, para possibilitar o exercício do seu direito de defesa. JO N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 novo.progressaoonline.com.br O direito de acesso só pode ser restringido por razões de segurança da sociedade e do Estado, hipótese em que o sigilo deve ser resguardado; ainda é possível restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. 4.2 – Princípio da Oficialidade: A instauração do processo por iniciativa da Administração e ainda a possibilidade de impulsionar o processo, adotando todas as medidas necessárias a sua adequada instrução. Embora a lei só faça referência à revisão de ofício nos processos de que resultem sanção, é evidente que tal possibilidade existe em relação a qualquer ato da Administração, uma vez reconhecido ter ele sido praticado com inobservância da lei (autotutela). Portanto, a oficialidade está presente: 1. No poder de iniciativa para instaurar o processo; 2. Na instrução do processo; 3. Na revisão de suas decisões. Em todas essas fases, a Administração pode agir ex officio. 4.3 – Princípio da obediência à forma e aos procedimentos: No direito administrativo, fala-se em princípio do informalismo. O procedimento administrativo é formal no sentido de que deve ser reduzido a escrito e conter documentado tudo o que ocorre no seu desenvolvimento; é informal no sentido de que não está sujeito a formas rígidas. A necessidade de maior formalismo existe nos processos que envolvem interesses dos particulares, como é o caso dos processos de licitação, disciplinar e tributário.Na realidade, o formalismo somente deve existir quando seja necessário para atender o interesse público e proteger os direitos dos particulares. 4.4 – Princípio da gratuidade Sendo a administração uma das partes do processo administrativo, não se justifica a mesma onerosidade que existe no processo judicial. É ilegítima a exigência de depósito prévio para a admissibilidade de recurso administrativo (Súmula 373 do STJ) É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiros ou bens para admissibilidade de recurso administrativo (Súmula Vinculante 21). 4.5 – Princípio da ampla defesa e do contraditório O princípio da ampla defesa é aplicável a qualquer tipo de processo que envolva situações de litígio ou o poder sancionatório do Estado sobre as pessoas físicas e jurídicas. O princípio do contraditório, que é inerente ao direito de defesa, é decorrente da bilateralidade do processo. Quando uma das partes alega alguma coisa, há que ser ouvida também a outra, dando-lhe oportunidade de resposta. 4.6 – Princípio da atipicidade A tipicidade, no direito administrativo, nem sempre está presente, tendo em vista que muitas infrações administrativas, ainda que previstas em lei, não são descritas com precisão, ou seja, não correspondem a um modelo definido em lei. A grande maioria da doutrina defende, hoje, o princípio da TIPICIDADE na esfera administrativa, como decorrência do princípio da legalidade e aplicação analógica do princípio do direito penal. No entanto, a legislação nem sempre o observa. Deste modo, o princípio da tipicidade, no direito administrativo, ainda é aplicável de forma limitada, se comparado com o direito penal. 4.7 – Princípio da pluralidade das instâncias Decorre do poder de autotutela de que dispõe a Administração Pública e que lhe permite rever os próprios atos, quando ilegais inconvenientes ou inoportunos; esse poder está reconhecido pelo STF. O administrado que se sentir lesado em decorrência de decisão administrativa, pode ir propondo recursos hierárquicos até chegar à autoridade máxima da organização administrativa. Segundo este princípio, na esfera administrativa, é possível: 1. Alegar em instância superior o que não foi arguido de início; 2. Reexaminar a matéria de fato; 3. Produzir novas provas. Só não há possibilidade de pluralidade de instâncias quando a decisão já partiu da autoridade máxima, hipótese em que caberá apenas pedido de reconsideração; se não atendido, restará ao interessado procurar a via judicial. 4.8 – Princípio da economia processual: Devem ser evitados os formalismos excessivos, não essenciais à legalidade do procedimento que só possam onerar inutilmente a Administração Pública, emperrando a máquina administrativa. Desse princípio decorre o princípio do aproveitamento dos atos processuais, que admite o saneamento do processo quando se tratar de nulidade sanável, cuja inobservância não prejudique a Administração ou o Administrado. 4.9 – Princípio da participação popular: É inerente à idéia de Estado Democrático de Direito. Exemplos (participação na Gestão da atividade administrativa do Estado): Gestão democrática do ensino público (Art. 206, VI, CF/88); Participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados do órgãos públicos (Art. 10); etc. Exemplos (instrumentos de controle): Direito à informação (Art. 5°, XXXIII); mandado de injunção (Art. 5°, LXXI); ação popular (Art. 5° LXXIII); direito de denunciar irregularidades perante o Tribunal de Contas etc. Dentre outros exemplos. JO N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 novo.progressaoonline.com.br 5 – OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES DO LIVRO DA DI PIETRO: 5.1 – Processo administrativo disciplinar É obrigatório para a aplicação das penas que impliquem perda de cargo para o funcionário estável (Exigência da CF/88). A lei 8112/90 exige a realização desse processo para a aplicação das penas de suspensão por mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade e destituição de cargo em comissão. O decreto-lei 200/67, ainda exige o mesmo processo para a demissão ou dispensa do servidor efetivo ou estável, comprovadamente ineficiente no desempenho dos encargos que lhe competem ou desidioso no cumprimento de seus deveres. 5.2 – Sindicância (que é um processo sumário) Segundo a lei 8112/90, ela existe para apuração de irregularidade, dela podendo resultar: arquivamento do processo; aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias; e instauração do processo disciplinar. A lei não estabelece o procedimento para sindicância. 5.3 – Verdade sabida (que também é um processo sumário) É o conhecimento pessoal e direto da falta pela autoridade competente para aplicar a pena. (Não mais prevalece diante da CF/88 e a lei 8112/90 não prevê a aplicação de pena pela verdade sabida). LEI Nº 9.784, DE 29 JANEIRO 1999 Regula o PROCESSO ADMINISTRATIVO no âmbito da Administração Pública Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos,nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. JO N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 novo.progressaoonline.com.br DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I - expor os fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. DO INÍCIO DO PROCESSO Art. 5º. O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. Art. 6º. O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - identificação do interessado ou de quem o represente; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. Art. 7º. Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes. Art. 8º. Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. DOS INTERESSADOS Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. DA COMPETÊNCIA Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. § 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; JO N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 novo.progressaoonline.com.br II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. CAPÍTULO XII DA MOTIVAÇÃO Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ouagravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. § 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. § 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. CAPÍTULO XIII DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. § 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado. § 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige. Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. CAPÍTULO XIV DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá- los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. CAPÍTULO XVIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). III – (VETADO) IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. JO N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Msg/VEP-609-09.htm novo.progressaoonline.com.br § 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê- lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas. § 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). § 3º (VETADO) § 4º (VETADO) Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. JO N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 J O N AT H AN W IL LI AN 1 56 26 28 37 22 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Msg/VEP-609-09.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Msg/VEP-609-09.htm