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02040501-Processo-Administrativo

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Tamires Neves

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1 - INTRODUÇÃO: 
 
 Partindo-se do processo, em sentido amplo, em que 
se apresenta como uma série de atos coordenados para a 
realização dos fins estatais, pode-se fazer uma primeira 
classificação, separando-se, de um lado, o processo legislativo, 
pelo qual o Estado elabora a lei, e, de outro, os processos 
judicial e administrativo, pelos quais o Estado aplica a lei. 
 O processo judicial se instaura sempre mediante 
provocação de uma das partes (autor), que por ser titular de 
interesse conflitante com outra parte (o réu), necessita da 
intervenção da terceira pessoa (o Estado). 
 O processo Administrativo, que pode ser instaurado 
mediante provocação do interessado, ou por iniciativa da própria 
administração, estabelece uma relação bilateral, “inter partes”, ou 
seja, de um lado o administrado que deduz uma pretensão, e de 
outro, a administração, que quando decide, não age como terceiro 
estranho à controvérsia, mas como parte que atua no própria 
interesse e nos limites que lhe são impostos por lei. 
 Dessa posição da Administração como parte 
decorre a gratuidade do processo administrativo, em oposição à 
onerosidade do processo judicial. 
 Pela mesma razão, não pode a Administração 
proferir decisões com força de coisa julgada, pois ninguém pode 
ser juiz e parte ao mesmo tempo ou ninguém pode ser juiz em 
causa própria. 
 
2 – O PROCESSO ADMINISTRATIVO: 
 
 A expressão “processo administrativo”, na 
linguagem corrente, é utilizada em sentidos diferentes: 
1. Num primeiro sentido, designa e conjunto de papéis e 
documentos organizados numa pasta e referentes a um 
dado assunto de interesse do funcionário ou da 
administração; 
2. É ainda usado como sinônimo de processo disciplinar, 
pelo qual se apuram as infrações administrativas e se 
punem os infratores; 
3. Em sentido mais amplo, designa o conjunto de atos 
coordenados para a solução de uma controvérsia no 
âmbito administrativo; 
4. Como nem todo processo administrativo envolve 
controvérsia, também se pode falar em sentido ainda 
mais amplo, de modo a abranger a série de atos 
preparatórios de uma decisão final da Administração. 
 
3 – PROCESSO E PROCEDIMENTO: 
 
 Processo existe sempre como instrumento 
indispensável para o exercício de função administrativa. 
 Procedimento é o conjunto de formalidades que 
devem ser observadas para a prática de certos atos 
administrativos. Equivale a rito, a forma de proceder. 
 O procedimento se desenvolve dentro de um 
processo administrativo. 
 Todos os processos que envolvem solução de 
controvérsia ou que resultem alguma decisão por parte da 
Administração compreendem, pelo menos, três fases: 
Instauração, instrução e decisão. 
1 - Instauração (de ofício ou a pedido) – Indica os 
requisitos a serem observados, proíbe a recusa imotivada 
de documentos etc; 
2 - Instrução – a lei contém o princípio da oficialidade, 
veda as provas obtidas por meios ilícitos etc; 
3 - Decisão (é dever do administrador decidir) – 
estabelece prazo de 30 dias para fazê-lo, salvo 
prorrogação por igual período expressamente motivada. 
 
Modalidades de processo administrativo: 
 
 Gracioso e contencioso. 
 No processo Administrativo gracioso, os próprios 
órgãos da Administração são encarregados de fazer atuar a 
vontade concreta da lei, com vistas à consecução dos fins 
estatais que lhe estão confiados e que nem sempre envolvem 
decisão sobre pretensão do particular. Para chegar à prática do 
ato final pretendido pela Administração, pratica-se uma série de 
atos procedentes necessários para apuração dos fatos, 
averiguação da norma legal aplicável, apreciação dos aspectos 
concernentes à oportunidade e conveniência. Essa série de atos 
constitui o processo, que vai culminar com a edição de um ato 
administrativo. É nesse sentido que se fala em processo 
administrativo no direito brasileiro. 
 Contencioso – decisões com força de coisa julgada. 
Não aplicado no Brasil. 
 Ainda se pode falar em duas outras modalidades de 
processo administrativo: o técnico e o jurídico. 
 Essa classificação parte da idéia de que naqueles 
processos que são provocados por iniciativa da própria 
Administração existem, em regra, duas fases: a decisória e a 
executória. A primeira é uma fase de escolha de meios, é uma 
operação TÉCNICA, como a que ocorre com os estudos que 
antecedem a realização de uma obra pública; a segunda coloca a 
Administração frente aos administrados, sendo, por isso mesmo, 
uma fase JURÍDICA, porque exige adaptação da vontade da 
Administração aos interesses dos administrados; surgem 
relações jurídicas, e a escolha dos meios de ação deve ser feita 
de acordo com a lei. Na primeira fase, que é interna e 
corresponde ao processo técnico, apenas o interesse público está 
em jogo; na segunda, que é externa, acrescenta-se o interesse do 
particular atingido pela execução do ato administrativo. 
 
4 - PRINCÍPIOS: 
 
 Existem alguns princípios comuns aos processos 
administrativos e judicial que constituem objeto da teoria geral 
do processo: tais são os princípios da publicidade, da ampla 
defesa, do contraditório, do impulso oficial, da obediência à 
forma e aos procedimentos estabelecidos em lei. E existem 
outros princípios que são próprios do direito administrativo, 
como o da oficialidade, o da gratuidade, o da atipicidade. 
 
4.1 – Princípio da Publicidade: 
 
 Por ser pública a atividade da Administração, os 
processos que ela desenvolve devem estar abertos ao acesso dos 
interessados. 
 Esse direito de acesso ao processo administrativo é 
mais amplo do que o de acesso ao processo judicial. O direito 
de acesso ao processo não se confunde com o direito de “vista”, 
que somente é assegurado às pessoas diretamente atingidas por 
ato da Administração, para possibilitar o exercício do seu 
direito de defesa. 
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 O direito de acesso só pode ser restringido por 
razões de segurança da sociedade e do Estado, hipótese em que 
o sigilo deve ser resguardado; ainda é possível restringir a 
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade 
ou o interesse social o exigirem. 
 
4.2 – Princípio da Oficialidade: 
 
 A instauração do processo por iniciativa da 
Administração e ainda a possibilidade de impulsionar o 
processo, adotando todas as medidas necessárias a sua adequada 
instrução. 
 Embora a lei só faça referência à revisão de ofício 
nos processos de que resultem sanção, é evidente que tal 
possibilidade existe em relação a qualquer ato da 
Administração, uma vez reconhecido ter ele sido praticado com 
inobservância da lei (autotutela). 
Portanto, a oficialidade está presente: 
1. No poder de iniciativa para instaurar o processo; 
2. Na instrução do processo; 
3. Na revisão de suas decisões. 
 Em todas essas fases, a Administração pode agir ex 
officio. 
 
4.3 – Princípio da obediência à forma e aos 
procedimentos: 
 
 No direito administrativo, fala-se em princípio do 
informalismo. 
 O procedimento administrativo é formal no sentido 
de que deve ser reduzido a escrito e conter documentado tudo o 
que ocorre no seu desenvolvimento; é informal no sentido de 
que não está sujeito a formas rígidas. 
 A necessidade de maior formalismo existe nos 
processos que envolvem interesses dos particulares, como é o 
caso dos processos de licitação, disciplinar e tributário.Na realidade, o formalismo somente deve existir 
quando seja necessário para atender o interesse público e 
proteger os direitos dos particulares. 
 
4.4 – Princípio da gratuidade 
 
 Sendo a administração uma das partes do processo 
administrativo, não se justifica a mesma onerosidade que existe 
no processo judicial. 
 É ilegítima a exigência de depósito prévio para a 
admissibilidade de recurso administrativo (Súmula 373 do STJ) 
 É inconstitucional a exigência de depósito ou 
arrolamento prévios de dinheiros ou bens para admissibilidade 
de recurso administrativo (Súmula Vinculante 21). 
 
4.5 – Princípio da ampla defesa e do contraditório 
 
 O princípio da ampla defesa é aplicável a qualquer 
tipo de processo que envolva situações de litígio ou o poder 
sancionatório do Estado sobre as pessoas físicas e jurídicas. 
 O princípio do contraditório, que é inerente ao 
direito de defesa, é decorrente da bilateralidade do processo. 
Quando uma das partes alega alguma coisa, há que ser ouvida 
também a outra, dando-lhe oportunidade de resposta. 
 
 
 
 
4.6 – Princípio da atipicidade 
 
 A tipicidade, no direito administrativo, nem sempre 
está presente, tendo em vista que muitas infrações 
administrativas, ainda que previstas em lei, não são descritas 
com precisão, ou seja, não correspondem a um modelo definido 
em lei. 
 A grande maioria da doutrina defende, hoje, o 
princípio da TIPICIDADE na esfera administrativa, como 
decorrência do princípio da legalidade e aplicação analógica do 
princípio do direito penal. 
 No entanto, a legislação nem sempre o observa. 
Deste modo, o princípio da tipicidade, no direito administrativo, 
ainda é aplicável de forma limitada, se comparado com o direito 
penal. 
 
4.7 – Princípio da pluralidade das instâncias 
 
 Decorre do poder de autotutela de que dispõe a 
Administração Pública e que lhe permite rever os próprios atos, 
quando ilegais inconvenientes ou inoportunos; esse poder está 
reconhecido pelo STF. 
 O administrado que se sentir lesado em decorrência 
de decisão administrativa, pode ir propondo recursos 
hierárquicos até chegar à autoridade máxima da organização 
administrativa. 
 
 Segundo este princípio, na esfera administrativa, é 
possível: 
 
1. Alegar em instância superior o que não foi arguido de 
início; 
2. Reexaminar a matéria de fato; 
3. Produzir novas provas. 
 
 Só não há possibilidade de pluralidade de instâncias 
quando a decisão já partiu da autoridade máxima, hipótese em 
que caberá apenas pedido de reconsideração; se não atendido, 
restará ao interessado procurar a via judicial. 
 
4.8 – Princípio da economia processual: 
 
 Devem ser evitados os formalismos excessivos, não 
essenciais à legalidade do procedimento que só possam onerar 
inutilmente a Administração Pública, emperrando a máquina 
administrativa. Desse princípio decorre o princípio do 
aproveitamento dos atos processuais, que admite o saneamento 
do processo quando se tratar de nulidade sanável, cuja 
inobservância não prejudique a Administração ou o 
Administrado. 
 
4.9 – Princípio da participação popular: 
 
 É inerente à idéia de Estado Democrático de 
Direito. 
 Exemplos (participação na Gestão da atividade 
administrativa do Estado): Gestão democrática do ensino 
público (Art. 206, VI, CF/88); Participação dos trabalhadores e 
empregadores nos colegiados do órgãos públicos (Art. 10); etc. 
 Exemplos (instrumentos de controle): Direito à 
informação (Art. 5°, XXXIII); mandado de injunção (Art. 5°, 
LXXI); ação popular (Art. 5° LXXIII); direito de denunciar 
irregularidades perante o Tribunal de Contas etc. 
 Dentre outros exemplos. 
 
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5 – OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES DO 
LIVRO DA DI PIETRO: 
 
5.1 – Processo administrativo disciplinar 
 É obrigatório para a aplicação das penas que 
impliquem perda de cargo para o funcionário estável (Exigência 
da CF/88). A lei 8112/90 exige a realização desse processo para 
a aplicação das penas de suspensão por mais de 30 dias, 
demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade e 
destituição de cargo em comissão. O decreto-lei 200/67, ainda 
exige o mesmo processo para a demissão ou dispensa do 
servidor efetivo ou estável, comprovadamente ineficiente no 
desempenho dos encargos que lhe competem ou desidioso no 
cumprimento de seus deveres. 
 
5.2 – Sindicância (que é um processo sumário) 
 Segundo a lei 8112/90, ela existe para apuração de 
irregularidade, dela podendo resultar: arquivamento do 
processo; aplicação de penalidade de advertência ou suspensão 
de até 30 dias; e instauração do processo disciplinar. A lei não 
estabelece o procedimento para sindicância. 
 
5.3 – Verdade sabida (que também é um processo sumário) 
 É o conhecimento pessoal e direto da falta pela 
autoridade competente para aplicar a pena. (Não mais prevalece 
diante da CF/88 e a lei 8112/90 não prevê a aplicação de pena 
pela verdade sabida). 
 
LEI Nº 9.784, DE 29 JANEIRO 1999 
Regula o PROCESSO ADMINISTRATIVO no âmbito 
da Administração Pública Federal. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o 
processo administrativo no âmbito da Administração Federal 
direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos 
direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins 
da Administração. 
 § 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos 
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, 
quando no desempenho de função administrativa. 
 § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da 
Administração direta e da estrutura da Administração 
indireta; 
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade 
jurídica; 
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de 
poder de decisão. 
 Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre 
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e 
eficiência. 
 Parágrafo único. Nos processos administrativos 
serão observados, entre outros, os critérios de: 
I - atuação conforme a lei e o Direito; 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia 
total ou parcial de poderes ou competências, salvo 
autorização em lei; 
III - objetividade no atendimento do interesse público, 
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e 
boa-fé; 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas 
as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior 
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do 
interesse público; 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que 
determinarem a decisão; 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia 
dos direitos dos administrados; 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar 
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos 
dos administrados; 
 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de 
alegações finais, à produção de provas e à interposição de 
recursos,nos processos de que possam resultar sanções e 
nas situações de litígio; 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, 
ressalvadas as previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem 
prejuízo da atuação dos interessados; 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que 
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, 
vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS 
 Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos 
perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe 
sejam assegurados: 
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, 
que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o 
cumprimento de suas obrigações; 
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos 
em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, 
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as 
decisões proferidas; 
III - formular alegações e apresentar documentos antes da 
decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão 
competente; 
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo 
quando obrigatória a representação, por força de lei. 
 
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DOS DEVERES DO ADMINISTRADO 
 Art. 4º São deveres do administrado perante a 
Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato 
normativo: 
I - expor os fatos conforme a verdade; 
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
III - não agir de modo temerário; 
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e 
colaborar para o esclarecimento dos fatos. 
 
DO INÍCIO DO PROCESSO 
Art. 5º. O processo administrativo pode iniciar-se de 
ofício ou a pedido de interessado. 
Art. 6º. O requerimento inicial do interessado, salvo 
casos em que for admitida solicitação oral, deve ser 
formulado por escrito e conter os seguintes dados: 
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; 
II - identificação do interessado ou de quem o 
represente; 
III - domicílio do requerente ou local para recebimento 
de comunicações; 
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e 
de seus fundamentos; 
V - data e assinatura do requerente ou de seu 
representante. 
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa 
imotivada de recebimento de documentos, devendo o 
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de 
eventuais falhas. 
Art. 7º. Os órgãos e entidades administrativas deverão 
elaborar modelos ou formulários padronizados para 
assuntos que importem pretensões equivalentes. 
Art. 8º. Quando os pedidos de uma pluralidade de 
interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, 
poderão ser formulados em um único requerimento, salvo 
preceito legal em contrário. 
 
DOS INTERESSADOS 
 Art. 9º São legitimados como interessados no 
processo administrativo: 
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares 
de direitos ou interesses individuais ou no exercício do 
direito de representação; 
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos 
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser 
adotada; 
III - as organizações e associações representativas, no 
tocante a direitos e interesses coletivos; 
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas 
quanto a direitos ou interesses difusos. 
 Art. 10. São capazes, para fins de processo 
administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada 
previsão especial em ato normativo próprio. 
 
DA COMPETÊNCIA 
 Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce 
pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como 
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente 
admitidos. 
 Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular 
poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da 
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que 
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando 
for conveniente, em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
 Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo 
aplica-se à delegação de competência dos órgãos 
colegiados aos respectivos presidentes. 
 Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade. 
 Art. 14. O ato de delegação e sua revogação 
deverão ser publicados no meio oficial. 
 § 1º O ato de delegação especificará as matérias e 
poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a 
duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, 
podendo conter ressalva de exercício da atribuição 
delegada. 
 § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer 
tempo pela autoridade delegante. 
 § 3º As decisões adotadas por delegação devem 
mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão 
editadas pelo delegado. 
 Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e 
por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação 
temporária de competência atribuída a órgão 
hierarquicamente inferior. 
 Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas 
divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, 
quando conveniente, a unidade fundacional competente em 
matéria de interesse especial. 
 Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o 
processo administrativo deverá ser iniciado perante a 
autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
 
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO 
 
 Art. 18. É impedido de atuar em processo 
administrativo o servidor ou autoridade que: 
 
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
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II - tenha participado ou venha a participar como perito, 
testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem 
quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o 
terceiro grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o 
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. 
 Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em 
impedimento deve comunicar o fato à autoridade 
competente, abstendo-se de atuar. 
 Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar 
o impedimento constitui falta grave, para efeitos 
disciplinares. 
 Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de 
autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou 
inimizade notória com algum dos interessados ou com os 
respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o 
terceiro grau. 
 Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição 
poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. 
CAPÍTULO XII 
DA MOTIVAÇÃO 
 Art. 50. Os atos administrativos deverão ser 
motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ouagravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou 
seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo 
licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a 
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e 
relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou 
convalidação de ato administrativo. 
 § 1º A motivação deve ser explícita, clara e 
congruente, podendo consistir em declaração de 
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, 
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão 
parte integrante do ato. 
 § 2º Na solução de vários assuntos da mesma 
natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza 
os fundamentos das decisões, desde que não prejudique 
direito ou garantia dos interessados. 
 § 3º A motivação das decisões de órgãos 
colegiados e comissões ou de decisões orais constará da 
respectiva ata ou de termo escrito. 
CAPÍTULO XIII 
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO 
PROCESSO 
 Art. 51. O interessado poderá, mediante 
manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido 
formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 
 § 1º Havendo vários interessados, a desistência ou 
renúncia atinge somente quem a tenha formulado. 
 § 2º A desistência ou renúncia do interessado, 
conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do 
processo, se a Administração considerar que o interesse 
público assim o exige. 
 Art. 52. O órgão competente poderá declarar 
extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o 
objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado 
por fato superveniente. 
CAPÍTULO XIV 
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO 
 Art. 53. A Administração deve anular seus próprios 
atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-
los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos. 
 Art. 54. O direito da Administração de anular os 
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para 
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em 
que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
 § 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o 
prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro 
pagamento. 
 § 2º Considera-se exercício do direito de anular 
qualquer medida de autoridade administrativa que importe 
impugnação à validade do ato. 
 Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não 
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
poderão ser convalidados pela própria Administração. 
 
 
CAPÍTULO XVIII 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
 Art. 69. Os processos administrativos específicos 
continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes 
apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. 
 Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em 
qualquer órgão ou instância, os procedimentos 
administrativos em que figure como parte ou interessado: 
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
 I - pessoa com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
 II - pessoa portadora de deficiência, física ou 
mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
 III – (VETADO) 
 IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, 
esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia 
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de 
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, 
hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget 
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome 
de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com 
base em conclusão da medicina especializada, mesmo que 
a doença tenha sido contraída após o início do processo. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Msg/VEP-609-09.htm
 
 
 
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 § 1º A pessoa interessada na obtenção do 
benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-
lo à autoridade administrativa competente, que determinará 
as providências a serem cumpridas. 
 § 2º Deferida a prioridade, os autos receberão 
identificação própria que evidencie o regime de tramitação 
prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
 § 3º (VETADO) 
 § 4º (VETADO) 
 
 Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua 
publicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Msg/VEP-609-09.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Msg/VEP-609-09.htm

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