Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

📚 Resumo – Nulidades no Processo Penal 
⚖ Fundamento legal principal 
● Art. 563 do CPP – "Pas de nullité sans grief" 
 
 
 Nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a parte 
que a alega. 
 
 
 
🧠 Princípios centrais 
1. Pas de nullité sans grief 
 
 
 Só há nulidade se houver prejuízo comprovado (regra geral). 
 
 
2. Preclusão 
 
 
 A nulidade relativa precisa ser arguida no momento oportuno, sob pena de 
preclusão (art. 572, CPP). 
 
 
3. Nulidade absoluta x relativa 
 
Tipo Pode ser reconhecida de 
ofício? 
Sujeita à 
preclusão? 
Precisa provar 
prejuízo? 
Absoluta ✅ Sim ❌ Não ❌ Não 
Relativa ❌ Não ✅ Sim ✅ Sim 
4. 
 
 
📌 Jurisprudência estudada 
📄 RHC 110.623/DF – STF 
● Defesa alegava nulidade por falta de intimação pessoal. 
 
● STF negou, pois não houve demonstração de prejuízo → reforça o art. 563 do 
CPP. 
 
📄 AgR no RHC 154.235/DF – STF 
● Defesa não teve acesso a mídias de interceptações telefônicas. 
 
● STF entendeu que não ficou provado o prejuízo, e que HC não é via para 
reexame de provas. 
 
 
📘 Súmulas relevantes 
Súmula Conteúdo Ligação com nulidades 
160 
(STF) 
É nula a decisão que acolhe, contra o 
réu, nulidade não arguida pela 
acusação, salvo recurso de ofício. 
Protege o réu da reformatio in 
pejus. Tribunal só pode agir nos 
limites do recurso do MP. 
366 
(STF) 
Não é nula a citação por edital que 
apenas indica o artigo penal, mesmo 
sem transcrever denúncia. 
Exemplo de que formalidade 
ignorada não gera nulidade, se a 
função foi cumprida. 
523 
(STF) 
Falta total de defesa = nulidade 
absoluta. Deficiência na defesa = só 
anula se houver prejuízo. 
Diferencia ausência x falha da 
defesa. Reforça o prejuízo como 
requisito da nulidade relativa. 
 
✍ Conclusão prática 
✔ Sempre avaliar: 
● O tipo da nulidade (absoluta ou relativa); 
 
● O momento em que foi arguida; 
 
● Se há demonstração concreta de prejuízo; 
 
● Se o ato processual atingiu sua finalidade. 
 
 
Claro! Vamos analisar detalhadamente o art. 564 do Código de Processo Penal, que trata 
das hipóteses de nulidade absoluta (aquelas que afetam a estrutura do processo penal e 
não podem ser convalidadas). Explicarei cada inciso e alínea com exemplos práticos: 
 
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
I - Por incompetência, suspeição ou suborno do juiz 
Explicação: O processo é nulo se for conduzido por um juiz: 
 
incompetente (sem jurisdição legal); 
 
suspeito (ex: tem relação pessoal com as partes); 
 
corrupto (ex: recebeu dinheiro para decidir de certo modo). 
 
Exemplo: Se um juiz que tem interesse no resultado da causa (por ser parente da vítima, 
por exemplo) julgar o processo, a nulidade é absoluta. 
 
II - Por ilegitimidade de parte 
Explicação: O processo é nulo quando alguém que não tem legitimidade legal está atuando 
como parte (autor ou réu). 
 
Exemplo: Se uma pessoa tenta processar em nome da vítima sem autorização legal para 
isso, o processo pode ser anulado. 
 
III - Por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
Agora, vamos às alíneas do inciso III, que são hipóteses específicas de nulidade: 
 
a) Falta da denúncia, queixa, representação, portaria ou auto de prisão em flagrante 
Exemplo: Se o processo se inicia sem uma denúncia do Ministério Público em crime de 
ação penal pública, é nulo. Nos crimes de ação penal privada, a ausência da queixa-crime 
causa nulidade. 
 
b) Falta do exame de corpo de delito em crimes que deixam vestígios (salvo Art. 167) 
Exemplo: Em um homicídio, não se faz exame do corpo (ou seja, necropsia), e não há 
testemunhas. O processo é nulo por falta de prova pericial essencial. 
 
🔸 Alínea "c" 
“a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao 
menor de 21 anos;” 
 
Essa alínea trata de três situações diferentes, mas todas ligadas à garantia do direito de 
defesa. 
 
✅ 1. Nomeação de defensor ao réu presente, que não tiver advogado 
✔ Explicação: 
Se o réu comparece, mas não tem advogado constituído, o juiz deve nomear um defensor 
público ou dativo para assegurar o direito de defesa técnica. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
Pedro está presente na audiência, mas não tem advogado. O juiz decide seguir com o 
processo sem nomear defensor. Isso viola o direito à defesa técnica e torna os atos nulos. 
 
✅ 2. Nomeação de defensor ao réu ausente 
✔ Explicação: 
Se o réu não é localizado (por exemplo, citado por edital), o juiz deve nomear um defensor 
para acompanhá-lo no processo em sua ausência. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
Joana é citada por edital e não aparece no processo. O juiz não nomeia defensor para ela. 
Os atos seguintes são nulos por falta de representação da defesa. 
 
✅ 3. Nomeação de curador ao menor de 21 anos 
⚠ Esse item exige atenção: a norma é anterior à Constituição de 1988, que reduziu a 
maioridade civil e penal para 18 anos. 
 
Hoje, essa parte é interpretada como aplicável aos menores de 18 anos (ou aos incapazes, 
de modo geral). O curador serve para proteger quem não tem plena capacidade civil. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
Se um adolescente de 17 anos responde a um processo e o juiz não nomeia curador, isso 
pode gerar nulidade. 
 
🔸 Alínea "d" 
“a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da 
intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;” 
 
✔ Explicação: 
Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público (MP) é o titular da ação penal e deve 
estar presente em todos os atos do processo — até mesmo quando a ação foi iniciada pela 
vítima (ação subsidiária). 
 
👉 A ausência do MP em qualquer fase processual (denúncia, audiência, alegações finais, 
julgamento etc.) gera nulidade absoluta. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
Durante uma audiência de instrução, o juiz ouve testemunhas e interroga o réu sem a 
presença do MP. Isso é nulo, pois fere a regularidade da acusação. 
 
📌 Observação importante: 
Mesmo quando a ação penal pública subsidiária é movida pela vítima (quando o MP fica 
inerte), o MP ainda assim deve intervir durante o processo. 
 
🔸 Alínea "f" 
“a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de 
testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;” 
 
Essa alínea se aplica exclusivamente aos processos do Tribunal do Júri, que julga crimes 
dolosos contra a vida. 
 
✔ O que é essencial aqui: 
Sentença de pronúncia: decisão do juiz que manda o réu a júri popular. 
 
Libelo: peça acusatória com a qual se dá início ao julgamento em plenário (hoje, substituído 
por peças mais simples, mas o sentido permanece). 
 
Cópia do libelo com o rol de testemunhas: o réu tem direito de saber exatamente do que 
está sendo acusado e por quem será testemunhado. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
João foi pronunciado (vai a júri), mas não recebeu a cópia da acusação com as 
testemunhas. Isso prejudica sua defesa e torna o processo nulo. 
 
🔸 Alínea "g" 
“a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não 
permitir o julgamento à revelia;” 
 
✔ Explicação: 
O réu tem direito de ser intimado da data do julgamento no Tribunal do Júri. 
→ A revelia (julgamento mesmo sem a presença do réu) não é sempre permitida. 
 
Se a lei exige a presença do réu, e ele não é intimado, o julgamento não pode ocorrer. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
O réu está preso, mas não foi intimado da sessão do júri. O julgamento acontece mesmo 
assim. Isso é nulo. 
 
🔸 Alínea "h" 
“a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos 
estabelecidos pela lei;” 
 
✔ Explicação: 
As testemunhas indicadas pela acusação e pela defesa devem ser intimadas corretamente. 
Se isso não ocorrer de forma legal, o processo pode ser anulado. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
A defesa indicou testemunhas, mas o juiz não mandou intimar. E o julgamento aconteceu 
sem elas. O réu foi prejudicado, e o ato é nulo. 
 
🔸 Alínea "i" 
“a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;” 
 
✔ Explicação:No dia do julgamento, devem estar presentes ao menos 15 jurados (para que 7 sejam 
sorteados para o conselho de sentença). 
Se houver menos de 15, não há quórum. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
Comparecem apenas 14 jurados e o juiz faz o julgamento assim mesmo. → Isso fere o CPP 
e gera nulidade. 
 
🔸 Alínea "j" 
“o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;” 
 
✔ Explicação: 
Devem ser sorteados 7 jurados para compor o Conselho de Sentença. 
 
Após o sorteio, não podem mais se comunicar com ninguém sobre o caso até o fim do 
julgamento. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
Após o sorteio, um jurado usa o celular para falar com alguém sobre o caso → isso quebra 
a incomunicabilidade e gera nulidade. 
 
🔸 Alínea "k" 
“os quesitos e as respectivas respostas;” 
 
✔ Explicação: 
No júri, os jurados respondem a quesitos como: 
 
O crime existiu? 
 
O réu participou? 
 
Ele deve ser absolvido? 
 
Essas perguntas (quesitos) e suas respostas devem estar devidamente registradas e estar 
coerentes. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
Os jurados absolvem, mas o juiz interpreta como condenação por erro nos quesitos. → Isso 
anula a sentença. 
 
🔸 Alínea "l" 
“a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;” 
 
✔ Explicação: 
Tanto o Ministério Público quanto a defesa devem se manifestar oralmente durante o 
julgamento no júri. 
 
Sem isso, o julgamento não é válido, pois fere o contraditório e a ampla defesa. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
O defensor do réu não é ouvido ou é impedido de falar → julgamento nulo. 
 
🔸 Alínea "m" 
“a sentença;” 
 
✔ Explicação: 
Todo processo penal deve terminar com sentença, fundamentada, clara, e que defina se 
houve ou não crime, e se o réu é culpado ou inocente. 
 
Se não houver sentença, ou se ela for inexistente ou ilegível, há nulidade. 
 
Se quiser, posso continuar com as alíneas "n" até "p", o inciso IV e o V também — com o 
mesmo cuidado e exemplo. Deseja? 
 
 
 
 
 
 
Você disse: 
continue, por favor 
 
 
O ChatGPT disse: 
Claro! Vamos continuar explicando as demais alíneas do art. 564, III do Código de Processo 
Penal, mantendo a explicação clara e com exemplos práticos: 
 
🔸 Alínea "n" 
“o recurso de ofício, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;” 
 
✔ Explicação: 
O recurso de ofício (também chamado de reexame necessário) ocorre quando a lei obriga o 
juiz a enviar a decisão para instância superior, mesmo que nenhuma das partes tenha 
recorrido. 
 
Isso acontece, por exemplo, quando o juiz absolve o réu em casos graves — a lei exige que 
isso seja revisado pelo tribunal. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
O juiz absolve o réu de um crime doloso contra a vida e não envia o processo ao tribunal 
para reexame (recurso de ofício obrigatório). Isso torna a decisão nula, pois falta um ato 
essencial previsto em lei. 
 
🔸 Alínea "o" 
“a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos 
de que caiba recurso;” 
 
✔ Explicação: 
As partes (defesa e acusação) devem ser formalmente intimadas das decisões (sentenças 
ou despachos) contra as quais é possível recorrer. 
 
Se uma parte não é intimada, ela não tem como recorrer — o que prejudica seu direito à 
ampla defesa. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
A sentença condena o réu, mas ele não é intimado da decisão, e o prazo recursal corre sem 
ele saber. → Isso é nulo. 
 
🔸 Alínea "p" 
“no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o 
julgamento;” 
 
✔ Explicação: 
STF e Tribunais de Apelação (hoje os Tribunais de Justiça ou TRFs) devem julgar com o 
número mínimo de juízes (quorum legal). 
 
Exemplo: 
 
Se a lei diz que devem julgar 3 desembargadores e só 2 participam → julgamento é nulo. 
 
❌ Exemplo de nulidade: 
Uma apelação é julgada por dois desembargadores, quando o mínimo exigido é três. → 
Nulidade do julgamento. 
 
🔸 Inciso IV – "por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato." 
✔ Explicação: 
Mesmo que a formalidade não esteja expressamente prevista nas alíneas anteriores, se for 
essencial ao ato, sua ausência gera nulidade. 
 
Ou seja: nem toda nulidade está listada detalhadamente no art. 564, III — mas se faltar uma 
etapa essencial, isso também pode anular o ato. 
 
❌ Exemplo: 
A audiência de instrução ocorre sem a presença do defensor do réu, mas o juiz não percebe 
e prossegue. → Isso não está listado nas alíneas, mas é uma nulidade clara por omissão de 
formalidade essencial. 
 
🔸 Inciso V – "em decorrência de decisão carente de fundamentação." 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 – Pacote Anticrime) 
 
✔ Explicação: 
Toda decisão judicial precisa ser fundamentada (art. 93, IX, da Constituição). 
Se o juiz não explica o porquê da sua decisão (condenação, absolvição, prisão preventiva 
etc.), isso torna o ato nulo. 
 
❌ Exemplo: 
A sentença condena o réu a 10 anos de prisão, mas não explica os motivos, nem fala sobre 
provas. → A sentença é nula, por falta de fundamentação. 
 
🔸 Parágrafo único – "Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas 
respostas, e contradição entre estas." 
✔ Explicação: 
Esse parágrafo trata especificamente do Tribunal do Júri. 
 
Se os quesitos forem: 
 
mal formulados, 
 
confusos, 
 
ou as respostas forem contraditórias entre si (por exemplo, dizem que o réu é inocente mas 
pedem condenação), 
 
→ Isso gera nulidade automática. 
 
❌ Exemplo: 
Os jurados dizem: 
 
“O réu cometeu o crime?” → Sim. 
 
“O réu deve ser absolvido?” → Sim. 
 
→ Isso é contraditório. A sentença não pode ser mantida. 
 
 
	📚 Resumo – Nulidades no Processo Penal 
	⚖️ Fundamento legal principal 
	🧠 Princípios centrais 
	📌 Jurisprudência estudada 
	📄 RHC 110.623/DF – STF 
	📄 AgR no RHC 154.235/DF – STF 
	📘 Súmulas relevantes 
	✍️ Conclusão prática

Mais conteúdos dessa disciplina