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CAPITULO I
ÉTICA EMPRESARIAL
 A importância e o sentido da ética para o homem.
O uso da razão, que o torna capaz de refletir, emitir juízos e elaborar conceitos e ideias, é o grande diferencial do ser humano em relação a tudo o que existe.
A convivência com os outros indivíduos faz com que a pessoa estabeleça juízos de valor sobre seu modo de ser e também em relação ás atitudes dos seus companheiros. Trata – se da sua dimensão ética.
As coletividades humanas são origem ao que comumente se denomina de cultura, ou seja, “tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade”.
Cultura é a totalidade dos produtos desenvolvidos pela atividade humana, sejam materiais ou simbólicos. Os instrumentos que o homem constrói para sobreviver, a linguagem que usa para se comunicar, as leis e normas que regulam a convivência social e ate mesmo a religião são partes fundamentais de uma cultura.
A convivência dos homens em sociedade deve acontecer dentro de uma ordem. Devem existir regras, leis e normas que regulem o relacionamento humano e sirvam de orientação quanto ao que é certo ou errado, justo ou injusto, licito ou ilícito, permitido ou proibido.
O que é ética?
A palavra ética admite varias interpretações e significados, sendo geralmente traduzido como “ciência da conduta” ( Abbagnano, 1998,p.380), pois procura sempre analisar e definir a natureza da vida correta, tanto no campo social como no individual. Faz parte da ética o estudo de como de dá a formação dos hábitos, costumes e até mesmo as regras e leis que regem uma dada sociedade. 
Na linguagem corrente as palavras ética e moral são muitas vezes, usadas de maneira indistintas, praticamente como sinônimos, mas na linguagem filosófica adquirem significados mais precisos.
	No campo da filosofia é mais apropriado utilizar a palavra ética para designar a disciplina ou a ciência que tem por foco o estudo das normas morais. Ou seja, a ética é o estudo de uma forma especifica de comportamento humano, uma ciência que tem por objetivo a moral. 
	Enquanto a moral fica relacionada aos costumes e as normas de comportamento, internalizadas e aceita no interior de uma determinada comunidade humana.
O interesse maior da ética é compreender como se dá a formação dos hábitos, dos costumes e até mesmo das regras e leis que regem uma determinada sociedade.
 Teorias éticas.
Divididas em função de suas motivações básicas, em: ética das virtudes, ética religiosa, ética do dever, finalismo e utilitarismo.
Ética das virtudes
	Significa uma qualidade positiva de um individuo que o motiva a agir de forma a fazer o bem para si e para os outros.
Etapas apresentadas pela professora Elizabeth Bório, num interessante trabalho intitulado A moral nossa de cada dia:
1ª Etapa: Anomia.
Sem lei, sem regras. É a etapa do comportamento puramente instintivo, que se orienta pelo prazer ou pela dor.Nesta fase a criança procurar o prazer e foge da dor e não consegue correlacionar suas atitudes ás normas morais. Já um adulto em estado de anomia, agiria puramente pelo prazer que sua ação lhe causa sem se qualquer preocupação ou respeito com as pessoas afetadas pela sua atitude.
2ª Etapa: Heteronomia.
Lei estabelecida por outros. Nesta fase a criança obedece ás oredens para receber a recompensa ou para evitar castigo. O adulto pode se dizer daquela pessoa que observa as leis, as regras, apenas para não ser punido, mas não como um conceito interiorizado e aceito como verdadeiro e necessário.
3ª Etapa: Socionomia.
Lei interiorizada. Seria a fase na qual os critérios morais da criança vão se firmando por meio de suas relações com outras crianças. Ou seja, começa a não fazer para os outros o que não gostaria que fizessem a ela. Age buscando a aprovação e evitando a censura dos outros.
4ª Etapa: Autonomia.
Lei própria. Nesta fase a criança já interiorizou as normas morais e passa a comportar-se de acordo com elas. 
Ética religiosa:
É uma ética delimitada por parâmetros religiosos. A ética cristã é um bom exemplo do que seria uma ética religiosa, visto que apregoa a obediência aos deveres religiosos.
Ética do dever:
Este sistema foi proposto por Immanuel Kant (1724-1804). Para esse importante filosofo alemão, o dever nasce do reconhecimento por parte do ser humano, por meio do uso da razão, da necessidade obrigatória de obedecer a certas regras. A primeira regra é a necessidade imperativa, da qual nenhum homem pode escapar, de respeitar todos os seres racionais na qualidade de fins em si mesmo. 
A segunda regra seria a obrigação de agir apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.
A “ética do dever”, de Imannuel Kant, aplica-se em uma organização empresarial na criação de regras de conduta interna que todos deverão seguir. Para ele, o dever nasce do reconhecimento por parte do ser humano ( ser racional), por meio do uso da razão, da necessidade obrigatória de obedecer a certas regras, ou “imperativos categóricos”. As regras devem ser respeitadas por todos. É forte a presença de Kant nas deontologias, quando há necessidade de se formatar regras universais.
Ética finalista ( finalismo).
Os finalistas não partem de regras, mas de objetivos, e avaliam suas ações a medida que favorecem esses objetivos . Em síntese os fins justificam os meios. Melhor dizendo, a bondade dos fins justificam as ações a serem implementadas.
Utilitarismo
Teve como principais mentores Jeremy Bentham e John Stuart Mill, que relacionaram o útil ao bom. Para eles, o objetivo da ética é o de proporcionar o máximo de felicidade ao maior numero de pessoas. Esse seria o principio da maior felicidade ou maior utilidade.
Assim a principal característica do utilitarismo, enquanto teoria ética, são: proporcionar o maior bem, para o maior número de possíveis beneficiados.
Ética, moral e direito: diferenças e semelhanças:
Para muitos juristas, o direito e a lei representariam apenas o mínimo de moral declarada obrigatória para quem uma sociedade possa sobreviver. Todo mundo sabe 	que em qualquer grupo social sempre existem aqueles que não podem ou não querem realizar espontaneamente suas obrigações morais. Sendo assim, é indispensável fortalecer certos preceitos morais – sob a forma de lei, para que a vida em sociedade não se transforme num caos.
	A moralidade é sempre assumida pela consciência individual (autônoma), enquanto que a lei é heterônoma, ou seja, as normas morais são incorporadas pelo individuo por adesão intima, enquanto que as normas legais são impostas pelos aparatos legislativos.
	A ética tem caráter mais geral do que a moral e o direito, sendo utilizada para justificar e legitimar as normas morais e jurídicas, bem como para criticá-las em caso de não estarem adequadas as reais necessidades da sociedade. Ela sempre indaga o que é o certo, o bom e o obrigatório, preocupando-se em desenvolver e fundamentar tais conceitos tomando-os como principio geral, retirando, ao assim proceder, os juízos normativos.
Questões para revisão:
Descreva as principais características do “utilitarismo” como teoria ética.
R: proporcionar o maior bem, para o maior número de possíveis beneficiados.
O que significa a afirmação “ a ética, como teoria normativa, pode influenciar diretamente as normas jurídicas e, numa instancia superior, até mesmo as ações de caráter político?
R: A ética, enquanto “filosofia moral” ou “ciência do comportamento moral dos homens em sociedade “, é uma constante reflexão sobre as normas, leis e costumes estabelecidos, muitas vezes conduzindo a uma revisão desses mesmos costumes.
Analise as seguintes proposições relacionadas ao conceito de ética.
Reflexão sobre os fundamentos da moral.
Dada a sua subjetividade, é impossível conceituar ética.
Estudo dos hábitos e costumes morais adotados por um determinado povo.
O estudo da ética pertence exclusivamente ao campo da religião e da teologia.
Discussão filosófica sobre anatureza do bem e do mal.
No que se refere á sua conceituação, é correto apenas o que se afirma em:
I,II e V.
I,III e V
I, III e IV
II, IV e V.
O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.). propôs um sistema ético cuja influência é presente ainda hoje nas discussões sobre o tema. De acordo com ele, as virtudes:
São adquiridas pelo hábito.
Nascem com a pessoa.
São uma dádiva de Deus.
Variam de individuo a individuo.
Imannuel Kant propôs uma ética sustentada pela razão e centrada no dever e em princípios universais. Sua máxima é: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (Kant, 1984, p.129). Essa “ética do dever” aplica-se em uma organização empresarial na seguinte situação:
Na busca das virtudes necessárias ao bom desempenho profissional.
Na criação de regras de conduta interna que todos deverão seguir.
Na decisão de um diretor demitir alguns funcionários para garantir o emprego de muitos outros.
Num processo de recrutamento e seleção no qual o caráter do individuo pesa na escolha.
CAPÍTULO II
A ética no mundo da empresa
Foi no final dos anos 1960 que por conta de uma série de escândalos acontecidos no mundo empresarial norte-americano, a ética empresarial começou a ser debatida com mais intensidade.
2.1- Ética nos negócios, impostura ou realidade?
Existe hoje uma intensa relação de troca no relacionamento entre as empresas e a sociedade em que estão inseridas. Códigos de conduta, regulamentos, responsabilidade social, políticas, contratos e lideranças são exemplos de como as empresas podem desenvolver sua ética no contrato com a sociedade.
2.2- Definindo a ética empresarial.
A ética nos negócios, ou ética empresarial, é “ comportamento da empresa entendida como lucrativa quando age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade ( regras éticas)”. ( Moreira, 1999,p.28). Essa definição reforça o que já havíamos comentado no capitulo de introdução, de que a empresa ética é aquela que cumpre com seus compromissos e age de forma honesta com todos os que mantêm relacionamentos com ela, sendo que esses compromissos refletem expectativas éticas da sociedade como um todo.
2.3- Etapas da formação moral de uma empresa.
A autora norte-americana Linda Starke(1999,p.186-187), para que existem cinco etapas para a evolução moral de uma empresa, a saber:
Corporação amoral
Persegue o sucesso a qualquer custo, vê os empregados como meras unidades econômicas de produção. Um exemplo: é o caso da Film Recovery System, que atuava em Illinois ( EUA), que extraia prata de velhas chapas de raio X utilizando cianido, um composto químico toxico, até que foi fechada em 1983 depois que um epregado morreu intoxicado.
Corporação legalista
	Apegada à letra da lei, mas não a seu espírito, adotam códigos de conduta que amis se parecem a produtos de departamentos legais. Buscam adotar algumas posturas “éticas” apenas para evitar problemas legais.
Corporação receptiva
Interessada em mostrar-se responsável porque isso é conveniente, não porque é certo; possui códigos de conduta que começam a parecer códigos de ética. Acontecimentos externos frequentemente obrigam companhias a se enquadrar no estagio receptivo. 
Corporação ética que aflora.
Reconhece a existência de um contrato social entre os negócios e a sociedade, procurando generalizar essa atitude ao longo da corporação.
Um exemplo é a Johnson & Johnson, excelente exemplo, pela forma como equilibra preocupações éticas e lucratividade. A maneira como solucionou o caso Tylenol.
A corporação ética
Equilibra lucros e ética tão completamente que os empregados são recompensados por se afastarem de ações comprometedoras, inclui problemas éticos na educação, dispõe de mentores para dar orientação moral aos novos empregados.
2.4- A empresa como comunidade moral
O que é uma empresa? Para Peter Drucker ( 2004,p.20), “ empresa é uma organização de pessoas com uma visão compartilhada de contribuição socialmente legitima, definida em termos de desempenho econômico”. Ou seja, “ um grupo de pessoas associadas para a exploração de uma atividade comercial ou industrial” ( Ettinger, 1998,p.30). A empresa “é o somatório das pessoas que a compõem” (Morgensztern, 1999,p.113).
Uma organização, seja de que tipo for, é sempre uma comunidade humana e, dessa forma, sujeita a todos os fatores que emergem na interação entre pessoas. A cultura organizacional ou cultura corporativa é, portanto, o conjunto de hábitos, crenças e realidades socialmente construídas e assimiladas pelos seus membros.
Dessa forma, é licito conceber uma organização como “comunidade moral’, pois todas as organizações, para existirem quanto coletividades humanas, pressupõem a existência de uma ética.
A empresa pode ser como um iceberg, existe uma parte visível (racional), na qual estão os organogramas, cargos, autoridade formal, política e objetivos e indicadores, na qual estão detalhados formalmente o que a empresa gostaria que todos ficassem sabendo. No entanto tem também a parte invisível ( emocional), na qual estão as influencias, sentimentos, poder, relações interpessoais, valores, confiança e necessidades e desejos, pois nem sempre são fáceis de serem percebidos.
2.5- A ética convencionada
Os valores devem materializar as convicções claras e fundamentais que a empresa defende e, a fim de manter uma conduta ética impecável ela precisa fazer da ética uma questão mais concreta e passível de discussão, ou seja, uma questão a ser implementada diariamente. 
Para fins ilustrativos, apresentaremos a seguir um exemplo do que seria a ética convencionada, representada pelo credo corporativo da “Jurubeba Comercio e Industria Ltda”. Observe a simplicidade e a clareza dos princípios explicitados, que não deixam margem para duvidas quanto à conduta correta a ser adotada por qualquer membro da organização.
Os colaboradores da Jurubeba devem exercer suas funções em conformidade com as leis do país no qual trabalham.
Os colaboradores devem agir com honestidade, lealdade e integridade para com os colegas, com a empresa e com nossos clientes.
Etc....
Questões para revisão.
Uma organização, seja de que tipo for, é sempre uma comunidade humana e, dessa forma, sujeita a todos os fatores que surgem na interação entre pessoas. A cultura organizacional ou cultura corporativa é, portanto, o conjunto de hábitos, crenças e realidades socialmente construídas e assimiladas pelos seus membros. As diversas culturas organizacionais têm um ethos próprio, que se desdobra em valores, princípios, crenças, políticas, sistemas e clima organizacional. Dessa forma é licito conceber uma organização como “ comunidade moral”, pois todas as organizações, para existirem enquanto coletividades humanas, pressupõem a existência de uma ética. Essa ética deve estar explicita num código de ética ou código de conduta. 
Sendo assim, qual a importância do “código de conduta para os empregados da empresa? Fundamente o seu ponto de vista com argumentos.
R: Os valores devem materializar as convicções claras e fundamentais que a empresa defende. A fim de manter uma conduta ética impecável, a empresa precisa fazer dela uma questão mais concreta e passível de discussão, uma questão a ser implementada diariamente. Para simplificar a compreensão dessa necessidade, terá de estabelecer um código de conduta, que devera ser escrito. É absolutamente recomendável que todas as empresas elaborem um código de conduta ética. Do contratio, certas opções que os empregados tiverem de enfrentar seriam decididas de modos diversos (e, muito possivelmente, incompatíveis entre si), já que os valores individuais podem variar enormemente de pessoa a pessoa.
Neste capitulo utilizamos a analogia do iceberg organizacional para fazer a distinção da organização “racional” (visível) da “emocional” (invisível). Sendo assim, em que parte do iceberg surgem os dilemas éticos nas empresas? Fundamente o seu pontode vista com argumentos.
R: Os dilemas éticos surgem tanto na organização “racional” (visível) como na “emocional” (invisível) e atuam de forma sinérgica. Por exemplo: uma política mal elaborada de cargos e salários mal feita ( organização racional) pode acirrar ainda mais os ânimos entre os colegas de trabalho (organização emocional) e estragar a convivência entre as pessoas.
Sob o ponto de vista da ética empresarial, uma empresa é:
Uma organização que se traduz apenas numa unidade econômica e que visa exclusivamente ao lucro.
Uma organização que também representa uma comunidade humana e que deve considerar fatores emocionais no seu dia a dia.
Uma organização apenas racional, constituída por organogramas, cargos e planejamento estratégico.
Uma organização que visa utilizar adequadamente os fatores produtivos, na qual o elemento humano não deve ser considerado.
Assinale a opção que apresenta corretamente elementos que compõe a cultura organizacional de uma empresa.
Fluxogramas, plano de carreira e sistemas informatizados.
Indicadores, planejamento e organograma.
Fatores produtivos, metas e resultados.
Hábitos, crenças e valores.
Para que se garanta uma efetiva disseminação da conduta ética no âmbito de uma empresa, é necessário:
Estabelecer rígidos código de ética a ser imposto a todos os membros da organização, sob pena se severas punições. 
Oferecer um manual de ética para cada empregado, a fim de que eles possam notificar os gerentes sobre possíveis deslizes praticados pelos colegas.
Desenvolver um clima organizacional no qual a reflexão ética possa ser exercida.
Criar uma forte estrutura hierárquica, pois só com uma clara definição de poder na empresa é que pode haver ética.
CAPITULO III
PRINCÍPIOS ÉTICOS APLICÁVEIS ÁS ATIVIDADES EMPRESARIAIS.
Quem não adequar suas praticas de negocio ao novo ambiente social que esta sendo desenhado poderá sofrer muitas perdas com isso, pois as pessoas estão se sentido capazes – e têm instrumentos para isso- de punir as companhias que não correspondam suas expectativas. Em outras palavras, as exigências da sociedade estão se antecipando ás regulamentações legais e, em muitos casos, obrigando a própria legislação a se adequar a essas exigências.
Por conta desse novo contexto, neste capitulo estudaremos quais são as obrigações da empresa nos seus relacionamentos com clientes, concorrentes, empregados e nas suas atividades de vendas e negociação. Também, por entendermos que cabe à liderança o papel de guardiã dos valores da empresa e também pela manutenção de um clima organizacional saudável.
A empresa e as suas obrigações 
O filósofo Thomas Donaldson, citado por João Mattar (2004,p.317-318), utiliza a analogia di contrato social para avaliar as obrigações das empresas, é possível pensar em um contrato nos negócios a ser estabelecido entre a empresa e a sociedade.
Seria um “contrato moral” que traria vantagens e benefícios, assim como obrigações, para todos os envolvidos. Quando falamos em relacionamento da empresa com a sociedade, é interessante conhecer o conceito de stakeholder.
	Os stakeholders são todos os afetados e que têm direitos e expectativas legítimos em relação às atividades da organização, o que inclui os empregados, os consumidores e os fornecedores, assim como a comunidade envolvida e a sociedade em seu conjunto, representados pelo Estado ou pela própria humanidade.
	É um conceito que amplia o campo das funções da empresa e, por outro lado, expande o papel desses stakeholders, considereando –os como parte da comunidade inerente ao contexto organizacional, sendo capazes inclusive, de influenciarem na adoção de postura moralmente mais corretas na condução de seus negócios. A figura a seguir apresenta uma organização e todos os agentes que fazem parte do seu raio de ação e que se envolvem, direta ou indiretamente, com as consequências das decisões da empresa.
Organização e todos os seus stakeholders.
	
Organização
	Entidades de credito
	
	Fornecedores
	
	Clientes
	
	Governos estrangeiros
	
	Atividades sociais
	
	Grupo de apoio à empresa
	
	Meios de comunicação
	
	Atividades sociais
	
	Comunidades locais
	
	Distribuidores
	
	Concorrentes
	
	Trabalhadores
	
	Acionista
A ética no trato com os concorrentes
A competição faz parte do mundo dos negócios. Entretanto, a ética nos ensina que a competição deve acontecer dentro de certas regras, de modo que não se transforme em algo predatório e destrutivo para as necessárias relações sociais. 
O que seria uma pratica antiética num ambiente que defende a “livre concorrência”?
Sem duvida, o termo concorrência desleal responde bem a essa questão. De forma simplificada, a concorrência desleal representa atos praticados pela industria ou comercio para prejudicar os concorrentes (Mattar, 2004,p.319).
No campo macroeconômico, a formação de cartéis ou trustes, ou seja, coalizão de empresas para impor condutas uniformes no mercado e que também impedem a entrada de novos concorrentes no mercado, é uma pratica antiética. O cartel, alem de destruir o principio constitucional da livre concorrência, também impede que a sociedade possa escolher livremente de quem e como adquirir seus bens de consumo.
Atitudes como o desvio de segredos industriais e comerciais (“espionagem industrial”), difamação do concorrente e aliciamento de funcionários também são consideradas posturas antiéticas.
A pratica da “concorrência parasitária”, na qual se imita, de forma continua e sistemática, tudo o que o concorrente faz, sejam produtos, embalagens, marcas e ate mesmo a publicidade. (Mattar, 2004,p.320).
Relações com clientes
Em relação aos clientes da empresa, devemos respeitar sempre os seguintes princípios, já consagrados nas boas praticas comerciais:
Atuar sempre no âmbito da lei.
Manter a qualidade do produto.
Evitar produtos que oferecem perigo à saúde e à segurança das pessoas ou a ao meio ambiente.
Oferecer atendimento que observe os melhores padrões comerciais (cortesia e boa vontade).
Respeitar a liberdade de escolha do cliente.
Obrigações para com os empregados
Para Moreira (1999,p.131-132), a empresa tem uma série de obrigações morais e leais para com seus empregados, que se materializam nas tomadas de decisão em relação a ações relacionadas ao recrutamento e seleção, contratação, promoção, remuneração, recisões de contrato etc. Para tanto, dela deve, além de cumprir a Le, garantir a liberdade de deus empregados, não permitir abusos e assédios (moral e sexual), garantir a saúde e a segurança no ambiente de trabalho e não permitir que preconceitos ou discriminações possam interferir no dia a dia organizacional.
Para Nash (2001,p.10) outras situações se apresentam para a discussão dos deveres para com os empregados. Por exemplo, o sacrifício do inocente e do mais fraco para que as coisas sejam feitas; a humilhação das pessoas no trabalho por meio de estereótipos; a mentira aos empregados pelo “bem” da empresa; a não cooperação com as outras áreas, a concordância com fantasias corporativas que desperdiçam tempo e dinheiro.
O assedio sexual é uma coerção de caráter sexual geralmente praticada por alguém que se encontra numa posição hierárquica superior na empresa em relação ao subordinado. As características do assedio sexual geralmente são ameaças ou insinuações de caráter sexual, tais como condições para uma promoção que envolvam concessões sexuais ou ameaças de demissão caso o subordinado recuse o assedio de seu superior.
O assédio pode ocorrer tanto do homem para com a mulher como no sentido contrario, embora a maior parte dos casos ocorre por iniciativas masculinas (Costa,1995,p.21).
O que a empresa pode fazer para evitar o assédio sexual? Cabe ao empregador deixar claro que não tolera esse tipo de prática e informar aos seus empregados o direito que eles têm. A empresa deve ter uma política definida para abordar a questão, inclusive mantendo canais formais para a comunicação desse tipo de problema. Alemdisso, um treinamento preventivo pode ser útil e também proporcionar subsidio na orientação jurídica caso o assedio venha acontecer. O ambiente de trabalho também não pode ser permissivo à pornográfica e brincadeiras de mau gosto sobre sexo.
Assédio Moral. O assédio moral é a exposição frequente do empregado a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho. Exemplos: advertências feitas de forma humilhante e na frente de outros empregados, preconceitos, autoritarismo exagerado por parte das “chefias”, solicitação de tarefas impossíveis de realização, obrigar os funcionários a fazer constantemente hora extra, etc.
O assedio moral é uma questão complicada para a organização, pois alem de seus desdobramentos legais, destrói um bom clima organizacional.
Mas como evitar que situações de assédio aconteçam dentro das empresas? A conscientização dos gestores sobre a questão e como estes devem lidar com suas equipes têm sido uma das alternativas para evitar que fatos vexatórios aconteçam no ambiente de trabalho e acabem culminando nos tribunais. Além dos trabalhos de conscientização das “chefias”, também é necessário um trabalho de conscientização interno e que atinja a todos da organização, a iniciativa de promover palestras com consultores externos é sempre muito eficaz para que quaisquer duvidas sobre o assunto sejam eliminadas. O código de ética interno esteja bem claro o posicionamento da empresa em relação ao assunto. No código, a empresa deve deixar explicitas, com maior clareza possível, as regras internas e a punição para o assediador.
A ética em vendas e negociação.
Uma das áreas mais vulneráveis às praticas antiéticas numa empresa é seu setor comercial (compra e venda).
Quais seriam as praticas antiéticas mais comuns realizadas em vendas? A lista é imensa: falar mal dos concorrentes, mentir para o cliente, oferecer comissão para o comprador, contratos enganosos, espionagem, divisão de comissão e favorecimentos são apenas alguns exemplos do que acontece na frente de batalha que é o cotidiano de um vendedor.
Outra prática desonesta é a chamada venda paralela, na qual um representante comercial tem atribuições paralelas em duas ou mais empresas concorrentes.
Qual seria a postura ética de um profissional envolvido com vendas e negociação?
Confiança acima de tudo. Isso vale para todas as práticas humanas. È possível par ao profissional aumentar sua confiabilidade melhorando a sua conduta. E, para isso, ele deve seguir quatro regras (Mello,2003p.24-25).
Ser previsível; 2. Ser Claro e transparente; 3. Honrar suas promessas, ou seja, cumprir o prometido; 4. Ser honesto.
Relações humanas e ética no trabalho
Muitas vezes é necessário ceder e abrir mão do nosso egoísmo em prol da coletividade, ou seja, dos ambientes em que vivemos (família, escola, empresa etc).
A ecologia é a ciência que estuda as inter – relações dos organismos vivos com o seu meio ambiente e dos organismos entre si, inclusive o homem. (ABNT,1993).
	Numa perspectiva ecológica, os seres humanos precisam conviver em harmonia entre si e com o ambiente.
Autoconhecimento, casa individuo deve buscar as “chaves” para ampliar seu conhecimento interno, para daí construir melhores relações com as outras pessoas, melhorando assim seus ambientes de convivência diária.
	Cada ser humano tem necessidades fisiológicas, psicológicas, sociais, culturais, de afeto e de autorrealização que precisam ser atendidas e que passam a constituir motivação básica de seu comportamento.
Como se defender de um sociopata? O primeiro passo é não se transformar em uma pessoa assim, tentando usar as mesmas armas que ela para a sobrevivência na organização, pois isso seria profundamente antiético e prejudicial ao bom clima organizacional. Algumas medidas simples podem ser adotadas, por exemplo: (a) manter a calma, a diplomacia, o direcionamento adequado em suas condutas, mesmo diante de provocações; (b) não fazer nada de errado para não ser objeto de chantagem; (c) Manter cautela no que diz ou faz, quando diante desse tipo de pessoa; (d) Pedir conselhos a pessoas sensatas e mais experientes e ajuda profissional se existir na empresa; (e) Documentar-se, pois em situação extremas, como no caso de assedio, pode ser muito útil; (f) Dividir as angustias com amigo, familiares e colegas de trabalho em quem confie muito.
	Virtude da responsabilidade: Uma pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá maior probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses da empresa e de seus clientes, dento e fora da organização. 
	Virtude da lealdade: Um funcionário leal alegra-se quando a organização ou seu departamento é bem sucedido, defende a organização tomando medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte dela, fala positivamente sobre ela e a defende contra criticas. 
	Virtude da iniciativa: Assumir responsabilidades por sua complementação e implementação.
O papel da liderança.
O líder determina o tom moral da organização, representando e reformulando seus valores. (Mattarr,2004p.237).
Mas o que é liderança? Líder é diferente de chefe. O chefe se contenta com tarefas enquanto o líder consegue entusiasmo, interesse pelo trabalho, cooperação e comprometimento. “Líder é too individuo que, graças à sua personalidade, dirige um grupo social, com a participação espontânea dos seus membros”. ( Weil,1992,p.63).
Quais seriam as necessidades humanas com as quais as lideranças estão envolvidas? Para o psicólogo norte-americano Abraham Maslow, existe uma “hierarquia das necessidades humanas”, dispostas em uma espécie de pirâmide, em ordem de importância e de força de influência sobre o comportamento humano. Na base da pirâmide estariam as necessidades básicas e no topo as mais sofisticadas e intelectualizadas. Essa hierarquia de necessidades são as “necessidades – fim” dos seres humanos, que traduzem todas as suas outras necessidades.
 Seria as necessidades básicas e as mais sofisticadas e intelectualizadas.
O líder, ao conhecer as necessidades das pessoas que trabalham com ele, exerce um papel fundamental como elemento capaz de estimular a motivação de seus subordinados, criando assim um ambiente saudável para sua equipe.
A teoria X pode desencadear certos tipos de praticas gerenciais, como o paternalismo, a não delegação de decisões, o controle e a punição, tornando a remuneração e a segurança as únicas formas de incentivo ao trabalho.
A inadequação da teoria X reside na preocupação em satisfazer exclusivamente às necessidades fisiológicas do ser humano. Os gerentes “tipo X” acabam por estimular comportamentos negativos por parte de seus empregados.
Já na teoria Y, a forma de influência pregada é o da integração entre as necessidades e as aspirações do individuo e o sucesso da empresa. O individuo que estiver comprometido com os objetivos da empresa não precisa ser controlado, PIS ele mesmo se autocontrola, ou seja, a autodisciplina depende do grau de comprometimento do individuo com os objetivos da empresa.
Mario Sergio Cortella (2009,p.94-101), para esse autor o líder precisa ter a mente aberta estar atento naquilo que muda e estar sempre disposto a aprender. Ele também deve ser capaz de fazer sua equipe crescer, pois um “líder que não eleva a equipe, que só pensa em crescimento, não é um líder, é um chefe, no sentido hierárquico do termo”.
Estilos de lideranças proposta por Wiliam Hitt:
Para o líder manipulador, os fins justificam os meios. Adepto de uma ética maquiavélica, esse tipo de líder preocupa-se exclusivamente com os resultados e fará de tudo para atingi-los. Sua autoridade, está baseada no poder e seus subordinados devem ser passivos, dependentes e submissos.
O administrador burocrático é aquele que comunica e faz cumprir as regras e normas da empresa. Ele representa uma ética de regras. É o tipo ideal para as organizações burocráticas, que têm descrições detalhadas de cargos e funções e devem continuar a funcionar normalmente e na mesma direção, independente dequem esteja na liderança.
Administrador profissional, que procura conseguir que as coisas sejam feitas com o propósito de atingir os objetivos da organização.
Líder transformador, aquele que, por meio da motivação, procura retirar o melhor de cada pessoa.É um tipo de líder que percebe o potencial de cada pessoa e tem prazer no seu crescimento. Sua ética é, de acordo com Hitt, personalística, justificada por fortes virtudes morais, que transmite pelo seu exemplo.
Questões para revisões
João Francisco, vendedor no ramo de medicamentos, recebeu de um comprador a seguinte proposta: “ Só vou adquirir seus produtos se você me der 10% sobre o valor da fatura”. João se negou e na semana seguinte foi direto ao diretor clinico da organização e fechou o negocio sem ceder à tentação das propinas. Sob o ponto de vista da boa ética nos negócios, a atitude dele foi correta? Fundamente o seu ponto de vista com argumentos.
R: Confiança é a base das negociações saudáveis. Ceder a proprinas e coisas desse tipo quebra um dos elos fundamentais que dá credibilidade aos negócios. Além do mais, se João Francisco cedesse à tentação da propina, ficaria na mão daquele comprador. Uma viagem sem volta. 
Douglas McGregor (1999) desenvolveu os conceitos denominas teorias X e Y, que concebem o homem de forma totalmente diversa, pois estão baseados em visões do mundo diferentes e que permitem a determinação dos diversos estilos de liderança existentes. A teoria X é mais focada no controle, enquanto a teoria Y na autonomia dos indivíduos. Qual das duas teorias é a mais adequada para uma liderança eficaz? Fundamente o seu ponto de vista com argumentos.
R: Os bons lideres e administradores conhecem bem os extremos das duas teorias. Existem uma gama de posições entre esses extremos e é possível escolher e trabalhar em posições diferentes em ocasiões diferentes (liderança situacional). Isso também esta intimamente relacionada com o nível de amadurecimento e comprometimento da equipe. Em outras palavras, existem momentos em que o líder deve ser mais diretivo (Teoria X) e, à medida que a equipe demonstra amadurecimento e comprometimento, deve pender para o estilo Y. 
Para o psicólogo norte-americano Abraham Maslow (2000), existe uma “hierarquia das necessidades humanas”, dispostas em uma espécie de pirâmide, em ordem de importância e de força de influencia sobre o comportamento humano. Na base da pirâmide estariam as necessidades básicas e no topo as mais sofisticadas e intelectualizadas. Essa hierarquia de necessidades são as “necessidades – fim” dos seres humanos, que traduzem todas as suas outras necessidades. Quando um colaborador recebe um elogio da organização por conta de um projeto bem feito, qual das necessidades está sendo contemplada?
Fisiológica
Estima
Segurança
Social
“Agir corretamente é um requisito para uma carreira longa, respeitada e sólida”.
Assinale a alternativa que apresenta a interpretação correta para essa afirmação (considerar sempre as discussões sobre ética empresarial envolvidas nas aulas):
Basta um deslize ético que a imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha vermelha da desconfiança.
A ética é importante numa carreira, mas o que conta mesmo são os aspectos técnicos.
O bom profissional é aquele que dá lucro. Agir corretamente é proporcionar resultado para a empresa.
No mundo corporativo, vale a ética do lucro. Ou seja, correto é quem dá lucro.
No que diz respeito a ética do trabalho, analise as preposições abaixo, marcando (V) para verdadeiro e (F) para as falsas.
( V) Seleção de indivíduos com fortes princípios éticos.
(F) Alta qualificação técnica dos gerentes.
(V) Compatibilidade ética com parceiros e fornecedores.
(F) Sucesso empresaria a qualquer preço.
(V) Liderança moral por parte dos gerentes.
Assinale a alternativa que corresponde a sequencia correta:
V,F,V,F,V.
F,V,F,V,F.
F,F,V,F,V.
V,F,F,V,F.
CAPITULO IV
RESPONSABILIDADE SOCIAL
A ideia de responsabilidade social incorporada aos negócios surge a partir de novas demandas e maior pressão por transparência e ética nos negócios. É dato conhecido que hoje é cada vez mais forte a tendência do consumidor em procurar empresas não apenas voltadas para a produção e lucros, mas que também estejam preocupadas com a solução de problemas mais amplos, como a preservação do meio ambiente e o bem-estar social. 
A responsabilidade social das empresas representa, portanto, mais do que uma postura mercadológica: é uma selo de qualidade que direciona o consumo de produtos e serviços, um conjunto de valores éticos e de transparência que envolve, entre outros, o bom relacionamento entre comunidade, trabalhadores, fornecedores, clientes e governo.
4.1 Um pouco da historia sobre responsabilidade social.
A ideia de responsabilidade social por parte das empresas, embora tenha tomado corpo apenas recentemente, já vem sendo concebida há bastante tempo, sendo que há registros de manifestação em prol desse tipo de comportamento já no inicio do século XX. Mas foi somente em 1960 nos EUA e no inicio da década de 1970 na Europa que o movimento começou a ganhar forças, talvez por conta de uma cobrança da sociedade por uma maior responsabilidade das empresas (Torres, 2003).
Ciro Torres (2003) nos lembra que os anos de 1960 e 1970 foram de grande efervescência cultural e social. Esses anos viram nascer uma ampla “contracultura”, que, entre outras coisas, questionou de forma incisiva os valores da então sociedade industrial capitalista, exigindo intensa transformações políticas, culturais e comportamentais.
A entrada das empresas no universo das ações de responsabilidade social foi também provocada pela crise do Welfare State, ( Estado de bem-estar social em inglês: Welfare State. Também conhecido como Estado – providência, é “uma mobilização em larga escala do parelho de Estado em uma sociedade capitalista a fim de executar medidas orientadas diretamente ao bem-estar de sua população”. (Medeiros, 2001,p.6)).
No Brasil, embora já na Carta de Princípios do Dirigente Cristão, datada de 1965, o termo de responsabilidade social tenha sido utilizado, esse conceito so ganhou força no final da década de 1980, consolidando-se no período de 1990-2003. Vários fatores influenciaram esse fortalecimento, entre eles a reorganização do capital, o fortalecimento dos movimentos sociais e a própria dificuldade do Estado em dar conta do papel social.
4.2 Conceitos
Na visão clássica, a responsabilidade de uma empresa consiste em compromisso com acionistas (lucro), trabalhadores (salário), governo (impostos) e comunidade ( ações filantrópicas pontuais).
Para o respeitado economista Paul Samuelson, segundo Heloisa Weeneck Mendes Guimarães (1984,p.216) “ a Responsabilidade Social Empresarial é a capacidade desenvolvida pelas organizações de ouvir, compreender e satisfazer expectativas/interesses legítimos de seus diversos públicos”.
Mas afinal, qual é a definição mais adequada para a responsabilidade social? A responsabilidade social seria toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida na sociedade, ou seja, o compromisso que a empresa tem para com um desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando, entre outras ações, para o bem-estar e melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas famílias e comunidade local em geral (WBCSD, 2010).
Para o Instituto Ethos (2009),
Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
O modelo conceitual proposto por Archie Carroll (1991,p.42), que aborda a responsabilidade social tanto pela ótica do desempenho empresarial quanto pelo comportamento empresarial responsável. É um modelo que contempla a responsabilidadeeconômica da empresa em ser produtiva e rentável, sem a qual ela não sobrevive, com seu envolvimento social, tal como apresentado esquematicamente na pirâmide a seguir.
Contribuir para a comunidade e a qualidade de vida.
Responsabilidade discricionária 
 
Fazer o que é certo.
Responsabilidade ética
Ser lucrativa
Obedecer à lei.
Responsabilidade econômica
Responsabilidade legal
A responsabilidade econômica é a base da pirâmide. Não é novidade, pois é do conhecimento de todos que a atividade econômica é indispensável na geração de empregos, investimentos e pagamentos de taxas e impostos.
A responsabilidade legal consiste no respeito às regras do jogo, ou seja, a obrigação que a empresa tem de respeitar as leis da sociedade em que está inserida.
A responsabilidade ética representa o compromisso de se fazer o que é devidamente correto, mesmo que tais ações não estejam contempladas formalmente nas leis determinadas pela sociedade.
A responsabilidade discricionária ou filantrópica é uma extensão da dimensão ética e compreende as contribuições relacionadas ao arbítrio individual ou voluntario para a sociedade, com o objetivo da qualidade de vida e da sustentabilidade socioambiental.
Responsabilidade social deve estar vinculada à estratégia empresarial, fazendo parte do planejamento da empresa e compreendendo ações pró-ativas, inseridas na cultura da empresa como um todo.
A filantropia esta relacionada apenas às ações, quase sempre pontuais, da organização junto à comunidade. São praticas assistenciais que surgem normalmente por iniciativa pessoal (voluntariado) dos empregados e/ou dirigentes da empresa. A filantropia geralmente é o primeiro passo para a responsabilidade social.
4.3 Responsabilidade social e desenvolvimento sustentável 
O desenvolvimento sustentável visa o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, o meio ambiente e as questões sociais.
Gilberto Montibeller Filho (2004,p,54) o define como o “processo continuo de melhoria das condições de vida (de todos os povos), enquanto minimize o uso re recursos naturais, causando um mínimo de distúrbios ou desequilíbrios ao ecossistema”.
O desenvolvimento sustentável é então um referencial para medir o progresso do país, em que existe cada vez mais demanda por projetos responsáveis que possam ser sustentáveis em educação, saúde, meio ambiente e tudo o que diz respeito à ecologia e ao social, com vista à manutenção dos recursos necessários às gerações futuras.
As empresas de um modo geral, desempenham um papel árduo no desenvolvimento econômico, social e também podem influenciar na redução do impacto sobre o uso dos recursos e do meio ambiente do país, utilizando – se de recursos mais eficientes que produzam menos resíduos.
O modelo de empresa utilizado hoje é o Triple bottom line, ou tripé da sustentabilidade, expressão apresentada pelo economista John Elkington (1997). O Triple bottom line ficou conhecido como os 3 Ps ( people, planet and profit), pois se manifesta em três dimensões ( gerente ou capital humano, planeta ou capital natural e beneficio econômico) que devem interagir para que se atinja um desenvolvimento sustentável.
Profit
 (resultado econômicoO triple bottom line
Tr
iple 
botton
 
line
People
 (responsabilidade social)
Planet
 
( 
meio ambiente)
O People tem a ver com as pessoas que compõem a sociedade e, consequentemente, suas organizações. No que diz a respeito às praticas empresariais, está ligado ao conceito de responsabilidade social. Contempla aspectos como salários justos, respeito a legislação trabalhista vigente, desenvolvimento de ambiente de trabalho saudáveis e, sobretudo, um envolvimento positivo com a sociedade em geral. 
O planet representa os objetivos ambientais a serem perseguidos. No caso das empresas, estas devem buscar formas e diminuir e compensar seus impactos ambientais negativos e buscar a eficiência no uso dos recursos naturais. 
O profit é o nosso velho conhecido resultado econômico positivo, sem o qual nenhuma organização sobrevive, mas que, a partir de agora , deve considerar outros dois aspectos.
4.4 Ética e responsabilidade social
A responsabilidade social deve ser encarada como uma complexa estratégica empresarial que, entre outras coisas, representa uma exteriorização dos princípios que regem a organização. Em outras palavras, a ética é o fundamento da responsabilidade social.
As empresas precisam atorar uma linha de coerência entre as atividades externas ( exógenas), voltadas à comunidade, e as internas ( endógenas), focadas nos colaboradores. 
Figura sobre o equilíbrio que deve haver entre ação e discurso.
Semântica 
( 
falar sobre ética	
Responsabilidade
 
 
Social
	
Teoria 
( 
pensar sobre ética)
Prática 
( 
atuar eticamente)
O professor de filosofia e administração da Universidade do Texas, Robert C. Solomon (2000), também defende o ponto de vista de que a ética é a base para obtenção do sucesso empresarial. Para ele, a incorporação da ética aos negócios, além de fortalecer o fator confiança com os atakeholders da organização, também evita com que ela venha ser vitima de litígios e até mesmo da interferência de governos.
Capital reputacional ( é a importância de cultivar uma solida reputação de comportamento ético e responsabilidade social), é um elemento muito importante nas relações comerciais, formais ou informais, quer estas digam à respeito a publicidade, aos produtos e serviços ou a questões ligadas aos recursos humanos. 
4.5 A prática da responsabilidade social
Para muitos especialistas no assunto, a responsabilidade social assume diversas características, englobando o publico interno ( dimensão endógena) – tal como funcionários e seus familiares – e externo (dimensão exógena), que se preocupa com fatores ligados à comunidade e ao meio ambiente.
No que tange à comunidade, o empresário Ricardo Semler (1998), chamou a atenção para o fato de que o conceito de comunidade ainda não era bem entendido pelo empresariado. Para ele “comunidade é palavra que não costuma passar das declarações de princípios das empresas” e que “poucos empresários reconhecem com convicção o fato de que a empresa tem que exercitar sua função interativa na comunidade”.
4.6 Normas e indicadores de responsabilidade social
	Existem várias iniciativas sobre a criação e a adoção voluntarias de responsabilidade social, pois há necessidade de que, além dos códigos de conduta interno adotados pelas empresas, muitos dos quais apresentam regras para o trato com os stakeholders, sejam desenvolvidos algumas referencias internacionais a serem observadas.
	A Social accountability 8000 (SA8000) é a primeira certificação interncional com alcance global que trata da questão da responsabilidade social. A SA8000 também verifica se as legislações locais, no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores e das crianças estão sendo cumpridas. Ela possui, basicamente, nove itens de verificação, que apresentaremos de forma resumida. (SAI,2010):
Trabalho infantil
Não é permitido. Considera-se trabalho infantil aquele executado por pessoa menir do que 15 anos ou a idade mínima determinada pelas leis locais.
Trabalho forçado
Não é permitido. Trata-se da atividade laboral na qual o trabalhador não recebe remuneração.
Saúde e segurança
Devem ser assegurados. Isso implica a manutenção de um ambiente de trabalho saudável e a adoção, por parte da organização, de todas as medidas necessárias ao gerenciamento da saúde e da segurança na empresa.
Liberdade de associação e negociação coletiva
Devem ser garantidas. Nenhum trabalhador é obrigado a participar de sindicatos e associações de classe, mas esse direito deve ser garantido.
Discriminação
Não é permitido. Ninguém pode ser discriminado, seja na contratação, na prmocao, no acesso a treinamentos etc. por conta de sua raça, classe social, etnia, sexo, orientação sexual, religião, problemas físicos ou afiliação político – partidária.
Práticas disciplinaresNão são permitidas as punições e as coerções de ordem física ou mental.
Horário de trabalho
Não deve ultrapassar 48 horas semanais ( no Brasil 44 horas) e 12 horas extras por semana. O dia de descanso semanal deve ser garantido.
Remuneração
Deve ser suficiente para suprir os custos de moradia, vestuários e alimentação.
Sistemas de gestão
Deve garantir, pela sua organização, que todos os requisitos da norma sejam aplicados e acompanhados através de um bom monitoramento. A ser publicada em 2010, a norma ISSO 26000 de responsabilidade social é uma iniciativa de alcance internacional para a padronização nessa área. A ISSO decidiu lançar o desenvolvimento de um padrão internacional para a Responsabilidade Social (SR). 
Para Marcos Aurélio de França (2007,p.126-127), outra referencia importante no que diz respeito às diretrizes para a divulgação das informações sociais é o chamado padrão GRI, desenvolvido pela Global Reporting Initiative, uma instituição sem fins lucrativos com sede em Amsterdã, Holanda. Seu foco está na avaliação do Triple botton line, ou seja, por meio de um conjunto de indicadores para cada uma das três áreas (econômica, ambiental e social) é possível mensurar as praticas socioambientais desenvolvidas pelas empresas com fins de comparação, algo até então considerado muito difícil.
O GRI contempla, entre outros fatores, a avaliação da visão estratégica da organização, seus sistemas de gestão, o engajamento das partes interessadas (stalkeholders) e os indicadores de desempenho econômico, ambiental e social ( França,2007,p.131-135).
No Brasil, um dos principais indicadores de responsabilidade social utilizado é o Balanço Social. Por meio dele a empresa demonstra respeito aos direitos humanos de seus colaboradores, bem como sua responsabilidade social perante a atual e futura sociedade. “ O Balanço Social é o conjunto de informações com base técnica contábil, gerencial e econômica capaz de proporcionar uma visão da relação capital-trabalho no que diz respeito aos seus diferentes aspectos econômico-sociais”. Ele é um instrumento de medida que permite verificar a situação da empresa no campo social, registrar as realizações efetuadas neste campo e, principalmente, avaliar as relações ocorridas entre o resultado da empresa e a sociedade.
Para o Ibase, as vantagens de se publicar o Balanço Social são inúmeras, tais como:
Porque é ético; Porque agrega valor; Porque diminui os riscos; Porque é um moderno instrumento de gestão; Porque é instrumento de avaliação; Porque é inovador e transformador.
Questões para revisão.
Pablo, 10 anos e seu irmão Josué, de 12 anos, trabalham em uma fabrica de vestuário localizada num pais da America Central, no processo de Stone washing de jeans, que exige a utilização de produtos químicos cáusticos. A fabrica, subcontratada por uma grande empresa do setor de modas localizada em um país desenvolvido, tem vários empregados cuja faixa etária é equivalente a de Pablo e seu irmão. Ademais, o processo fabril PE feito sem o uso de equipamentos de proteção individual, como mascaras, luvas, aventais etc. Tendo como referência o conceito de responsabilidade social, essa fabrica esta agindo corretamente? Fundamente o seu ponto de vista com argumentos.
R: Não. Obviamente o trabalho infantil e as suas más condições de trabalho são o oposto da responsabilidade social. No caso, alem de socialmente inconsequente, a empresa fere frontalmente as diretrizes da Organização Mundial do Trabalho, e certamente, as leis trabalhistas do país que esta instalada. 
A ética está na base do conceito de responsabilidade social e se expressa por meio dos princípios e valores adotados pela organização. Não há responsabilidade social sem ética nos negócios. Apresente argumentos que justifiquem essa relação entre ética e responsabilidade social. Além da argumentação, procure fundamentar sua resposta com exemplos.
R: A fórmula é simples. È fundamental que a empresa siga uma linha de coerência entre suas práticas e seu discurso. Se ela tem um discurso, muitas vezes divulgado pela mídia, que exalta suas ações sociais, mas ao mesmo tempo pratica o contrário, o que pode acontecer é perder sua credibilidade e afastar seus stakeholders. 
Responsabilidade social é vista como uma forma de gestão da empresa e sua relação com seus stakeholders ou públicos com os quais ela se relaciona e que, de alguma maneira, são afetados por suas operações, sejam elas na fabricação de produtos ou na prestação de serviços. Assinale a alternativa que apresenta corretamente exemplos de stakerolders de uma organização.
Os funcionários, os clientes, as pessoas que moram nas proximidades das unidades da empresa, os consumidores e o meio ambiente.
Apenas aqueles que mantêm interesse comercial com a empresa, tal como clientes, acionistas, governo e fornecedores.
As organizações não governamentais (ONGs) que formam o terceiro setor e o governo são os únicos stakeholders legalmente constituídos.
Além dos gerentes e executivos, estão incluídos na categoria exclusivamente os acionistas e os agentes de mercado.
Há muita confusão, inclusive nos meios empresariais, sobre as diferenças entre filantropia e responsabilidade social. Sobre a filantropia, é correto afirmar:
É a forma mais digna de responsabilidade social, pois é realizada com objetivos altruístas e não visa ao chamado marketing social.
Atende as questões emergenciais, como enchentes, incêndio, fome, seca etc., e muitas vezes representa o primeiro passo para a responsabilidade social.
Filantropia e responsabilidade social, são dois termos que se equivalem, ou seja, são sinônimos.
A responsabilidade social esta ligada aos processos mercadológicos da empresa, enquanto a filantropia responde apenas a motivações éticas e caridosas.
Se até meados da década de 1970 uma empresa era considerada sustentável se fosse economicamente saudável, ou seja, se tivesse um bom patrimônio e um lucro crescente, hoje essa visão está sendo modificada. O modelo utilizado é o Triple bottom line, ou tripé da sustentabilidade, que contempla as seguintes dimensões:
 Capital humano, capital natural e resultado econômico.
Capital financeiro, capital intelectual e resultado mercadológico.
Capital reputacional, capital motivacional e resultado financeiro.
Capital promocional, capital trabalhista e resultado intangível.

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