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RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS MOBILIZAÇÃO ARTICULAR Carlos Alexandre Batista Metzker Luciana Sucasas Vani Poliane Cardoso de Freitas Terapia Manual: Definição: Método sistemático de avaliação e tratamento de disfunções do sistema neuromusculoesquelético. • Sistemas de terapias • Função articular anormal • Restrição intrínseca = articular • Restrição extrínseca = músculos, tecido conectivo. Mobilização articular: Definição: É o processo de tornar uma parte móvel, de movimentação de um seguimento restrito.É a técnica passiva mais comum. Movimentos Articulares: Movimento Fisiológico: movimento realizado por contração muscular ativa através de uma ADM disponível, ou passivamente, através dessa ADM. Movimento Acessório: movimentos que ocorrem entre superfícies articulares de uma articulação normal que está envolvida em um movimento fisiológico ativo ou passivo.Não podem ser produzidos voluntariamente. � Spin (giro) = rotação sobre o eixo mecânico e o ponto de contato não muda. � Roll (rolar) = pontos de contato mudam e a área de contato muda.Ocorre na direção do movimento. � Slide (deslizar) = área de contato altera e as superfícies de contato se afastam. Barreira de movimento: sensação de restrição de movimento antes da ADM final fisiológica ser alcançada. Resultando de: • Espasmo muscular • Encurtamento muscular • Periarticular • Lesão articular • Dor Barreira Fisiológica: limite funcional dentro da ADM anatômica; acomodação dos tecidos moles antes da barreira anatômica. ADM disponível no movimento ativo. Barreira Anatômica: limite imposto por estrutura anatômica. É o ponto no qual a sensação do fim do movimento é percebida. ADM disponível no movimento passivo. Barreira Patológica: limite patológico da ADM fisiológica. Tipos de articulações: O tipo de movimento que ocorre entre partes ósseas dentro de uma articulação é influenciado pelo formato das superfícies articulares: • Ovóide: uma superfície é côncava e a outra convexa. • Selar: uma superfície é côncava em uma direção e convexa na outra, com a superfície oposta convexa e côncava, respectivamente. Outros movimentos na superfície articular: • Compressão: é a diminuição no espaço articular entre as partes ósseas. Ex: ocorre compressão nos MMII e articulações da coluna durante a sustentação de peso. • Tração: é a separação das superfícies articulares. Ex: ocorre separação dentro da articulação quando as superfícies são puxadas uma distalmente da outra. Regra Côncavo-convexo: Toda superfície é côncava, convexa ou selar (uma parte côncava e outra convexa). Convexo na côncava - (convexo movendo e côncavo estabilizado). Deslizamento no sentido oposto ao movimento angular. Côncavo na convexa –(côncavo movendo e convexo estabilizado). Deslizamento no mesmo sentido do movimento angular. Graus de mobilização: Maitland Grau I: • Pequena ADM • Início da ADM nas articulações ativas e dolorosas • Cada mobilização 10seg (oscilação por 10 seg.) • 2-3 repetições • 15-30 seg de intervalo Grau II: • Grande ADM • No meio da ADM nas articulações subagudas • Cada mobilização 20-30 seg • 3 repetições • 30 seg de intervalo Grau III: • Grande ADM • No final da ADM nas articulações com restrição • Cada mobilização 30-60 seg • 4 -5 repetições • 30-60 seg de intervalo Grau IV: • Pequena ADM • No final da ADM nas articulações com restrição • Cada mobilização 30-60 seg • 4 –5 repetições • 30-60 seg intervalo Mobilização de Maitland Adaptado de Maitland : C A II III B I IV A) início da ADM acessória B) final da ADM acessória C) restrição da ADM acessória Efeitos da mobilização articular: Biomecânicos: • Aumentar flexibilidade de tecidos • Prevenir aderências • Promover lubrificação intra-articular • Reposicionar corpos estranhos intra-articulares. Neurofisiológicos: • O estímulo mecânico bloqueia a transmissão da dor na medula. (teoria das comportas) • Vibração e movimentos suaves articulares podem relaxar a tensão muscular. • Efeito endócrino: movimentos articulares também podem estimular a produção de endorfina que gera um bem estar geral do paciente. Psicológicos: • Às vezes a presença de um barulho articular associado a uma sensação agradável faz o paciente pensar que algo importante ocorreu na sua articulação • A habilidade do terapeuta em reproduzir a dor pode sugerir ao paciente que foi encontrada a causa da lesão • Efeito placebo. Indicações da mobilização articular: Mobilizações moderadas: Graus I e II • Irritabilidade articular • Dor em todos os movimentos • Espasmo muscular protetor • Dor constante • Sintomas irradiados • ADM severamente limitada • Déficit neurológico. Mobilizações vigorosas: Graus III e IV • Dor moderada • Nenhuma dor ao movimento • Dor intermitente • Nenhum espasmo postural • Dor não irradiada • Limite moderado de ADM • Nenhum déficit neurológico. Contra – indicações: Absoluta: • Osteomielite • Instabilidade articular - luxações • Degenerações massivas • Tumor-metastase • Lesões de cauda equina • Lesões medulares • Envolvimento de múltiplas raízes • Envolvimento de S2,S3,S4 (bexiga) • Fraturas em consolidação • Artrite reumatóide ativa. Cautela: • Osteoporose • Artrite reumatóide • Espondilite anquilozante • Espondilolistese • Espondilolólise • Crianças e grávidas. COMPLEXO DO OMBRO Articulação gleno-umeral: Tipo : ovóide Relação: úmero - convexo, cavidade glenóide-côncava. Técnica: Tração - aumenta o espaço articular Técnica: Deslizamento caudal – aumenta abdução Técnica: Deslizamento posterior – aumenta flexão e rotação interna Técnica: Deslizamento anterior – aumenta extensão e rotação externa Articulação esterno-clavicular: Tipo: selar Relação: Supero-inferiormente : Clavícula - convexa Esterno - côncavo Antero-posteriormente: Clavícula - côncava Esterno - convexo Técnica : Deslizamento posterior – aumenta retração Técnica: Deslizamento anterior – aumenta protração Técnica: Deslizamento inferior – aumenta elevação Técnica: Deslizamento superior – aumenta depressão Articulação escápulo-torácica: Tipo : ovóide Relação: escápula – côncava, tórax – convexo. Técnica: Tração – aumenta a mobilidade global Técnica: Deslizamento cranial – aumenta a elevação escapular Técnica: Deslizamento caudal – aumenta a depressão escapular Técnica: Deslizamento medial – aumenta a retração escapular Técnica: Deslizamento lateral – aumenta a protração escapular COMPLEXO DO COTOVELO Articulação úmero-ulnar: Tipo: selar Relação : Látero-medial : Ulna - convexaÚmero – côncavo Antero-posterior: Ulna – côncava Úmero – convexo Técnica: Tração – aumenta o espaço articular e diminui a dor Técnica: Deslizamento lateral – Flexão, extensão e adução Técnica: Deslizamento medial – Flexão, extensão e abdução Articulação úmero-radial: Tipo: ovóide Relação : Rádio - côncavo Úmero - convexo Técnica: Tração – aumenta o espaço articular e diminui a dor Técnica: Compressão – reduz falha de posição (Rádio) Técnica: Deslizamento posterior – aumenta extensão Técnica: Deslizamento anterior – aumenta flexão COMPLEXO DO ANTEBRAÇO Articulação rádio-ulnar proximal: Tipo : ovóide Relação: rádio – convexo, ulna – côncava. Técnica: Deslizamento posterior – aumenta pronação Técnica: Deslizamento anterior – aumenta supinação Articulação rádio-ulnar distal: Tipo: ovóide Relação: rádio - côncavo, ulna – convexa Técnica: Deslizamento posterior – aumenta supinação Técnica: Deslizamento anterior – aumenta pronação COMPLEXO DO PUNHO Articulação radiocarpal e Articulação ulnocarpal Tipo: ovóides Relação: Rádio e Ulna – côncavos, Carpo – convexo. Técnica: Tração – aumenta o espaço articular e diminui a dor Técnica: Deslizamento posterior – aumenta flexão Técnica: Deslizamento anterior – aumenta extensão Técnica: Deslizamento medial – aumenta desvio radial Técnica: Deslizamento lateral: aumenta desvio ulnar COMPLEXO DA MÃO Articulações metacarpofalangeanas do 1º ao 5º dedos: Tipo: ovóides Relação: Falanges – côncavas, Metacarpos – convexos. Técnica: Tração – aumenta o espaço articular e diminui a dor. Técnica: Deslizamento dorsal – aumenta extensão metacarpofalangeana Técnica: Deslizamento volar – aumenta flexão metacarpofalangeana Técnica: Deslizamento radial – aumenta addução dedos (1-2) aumenta abdução radial dedo (3) aumenta adução dedos (4-5) Técnica: Deslizamento ulnar – aumenta adução dedos (1-2) aumenta abdução ulnar dedo (3) aumenta abdução dos dedos (4-5) Articulações interfalangeanas do 1º ao 5º dedos: Tipo: selar, porém funcionalmente ovóide. Relação: Ventre-dorsalmente: Falange distal – côncava Falange proximal -convexa Técnica: Tração –aumenta o espaço articular e diminui a dor. Técnica: Deslizamento dorsal – aumenta extensão interfalangeana Técnica: Deslizamento ventral – aumenta flexão interfalangeana COMPLEXO DO QUADRIL Articulação do coxo-femural: Tipo: ovóide Relação: Fêmur - convexo, acetábulo – côncavo. Técnica: Tração – aumenta o espaço articular e diminui da dor Técnica:Deslizamento caudal – aumenta abdução do quadril Técnica: Deslizamento dorsal – aumenta flexão e rotação interna Técnica: Deslizamento ventral – aumenta extensão e rotação externa. Técnica: Deslizamento lateral – aumenta adução e rotação interna. COMPLEXO DO JOELHO Articulação tíbio-femural: Tipo: ovóide Relação: Tíbia - côncava, fêmur – convexo. Técnica: Tração – aumenta o espaço articular e diminui da dor Técnica: Deslizamento dorsal – aumenta a flexão do joelho Técnica: Deslizamento ventral – aumenta a extensão do joelho. Técnica: Deslizamento medial – aumenta a mobilidade global. Técnica: Deslizamento lateral – aumenta a mobilidade global. Articulação fêmuro-patelar: Tipo: ovóide Relação: Patela - convexa, fêmur - côncavo. Técnica: Deslizamento cranial – aumenta a extensão do joelho. Técnica: Deslizamento caudal – aumenta a flexão do joelho. Técnica: Deslizamento medial - aumenta a flexão do joelho. Técnica: Deslizamento lateral - aumenta a flexão do joelho. COMPLEXO DA PERNA Articulação Tíbio-fibular proximal: Tipo: ovóide Relação: Fíbula – côncava, Tíbia – convexa. Técnica: Deslizamento dorsal – reduz falha de posição ventral da fíbula. Técnica: Deslizamento ventral – reduz falha de posição dorsal da fíbula. Articulação Tíbio-fibular distal: Tipo: ovóide Relação: Fíbula - convexa, Tíbia - côncava. Técnica: Tração –aumenta o espaço, diminui a dor e aumenta a dorsiflexão Técnica: Deslizamento dorsal –aumenta a flexão plantar do tornozelo. Técnica: Deslizamento ventral –aumenta a dorsiflexão do tornozelo. Técnica: Deslizamento cranial –aumenta a dorsiflexão do tornozelo. Técnica: Deslizamento caudal –aumenta a flexão plantar do tornozelo. COMPLEXO DO TORNOZELO Articulação talocrural: Tipo: selar Relação: Sentido ventral-dorsal: Tálus - convexo Tíbia e fíbula -côncava. Sentido medial-lateral: Tálus-côncavo Tíbia e fíbula –convexa. Técnica: Tração –aumenta o espaço articular e diminui a dor Técnica: Deslizamento dorsal –aumenta a dorsiflexão do tornozelo. Técnica: Deslizamento ventral –aumenta a plantiflexão do tornozelo. Articulação subtalar: Tipo : ovóide Relação : facetas ventrais do calcâneo - côncavas. facetas ventrais do tálus - convexas. Técnica: Tração –aumenta a ADM geral e diminui a dor Técnica: Manipulação em eversão –aumenta a eversão subtalar. Técnica: Manipulação em inversão –aumenta a inversão sutalar. COMPLEXO DO PÉ Articulações interfalangeanas: Tipo: ovóide Relação: falange distal - côncava, falange proximal – convexa. Técnica: Tração – aumenta o espaço articular e diminui a dor Técnica: Deslizamento dorsal – aumenta a extensão interfalangeana. Técnica: Deslizamento plantar – aumenta a flexão interfalangeana. Bibliografia: D’ANGELO & FATTINI. Anatomia humana sistêmica e segmentar. São Paulo: Atheneu,2005. GUYTON, A. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2002. KALTENBORN, F.M. Mobilização manual das articulações. São Paulo: Manole, 2001. KAPANDJI, I.A., Fisiologia Articular. 5ª ed. São Paulo: Medicina Panamericana, 2000. MAITLAND, G.D. Princípios das técnicas. In: MAITLAND, G. D, editor. Maitland’s Vertebral Manipulation. 6 nd ed. London: Butterworth Heinemann; 2001. p. 171- 182.
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