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Antinflamatórios Profº Gregório F. Gonçalves Reação do organismo a uma agressão sofrida (lesão celular ou tecidual). Inflamação Principais efeitos: - vasodilatação - aumento na permeabilidade vascular - aumento no fluxo sanguíneo - acúmulo de plasma no tecido - migração de leucócitos e macrófagos calor tumor dor Perda função rubor Inflamação Regressão da resposta inflamatória (sistema imune). Intervenção farmacológica: Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES) Fármacos antireumatóides Glicocorticóides (anti-inflamatórios esteroidais) Inflamação Anti-inflamatórios não- esteroidais (AINEs) Mecanismo de ação dos AINEs Inibição da produção enzimática de prostaglandinas não inibe outros mediadores inflamatórios em doses terapêuticas Amplamente utilizados. Existem mais de 50 AINES diferentes. Nenhum deles atua na modificação dos sinais da inflamação. Praticamente todos estes possuem efeitos indesejáveis. Efeito farmacológicos “AAA”: - Antiinflamatório - Antipirético - Analgésico Eicosanóides Eicosanóides São formados a partir de alguns ácidos graxos polinsaturados (principalmente ácido araquidônico - AA). Envolvidos em vários controles fisiológicos. Mediadores e moduladores mais importantes da reação inflamatória. Processos Fisiopatológicos: Moduladores mais importantes da reação inflamatória Asma Tônus do músculo liso Hemostasia Trombose Parto Secreção gastrintestinal Febre e dor Eicosanóides Ativação da Fosfolipase A2 (PLA2) citosólica (Tipo IV): ação da trombina nas plaquetas ação do C5a nos neutrófilos bradicinina nos fibroblastos reação antígeno-anticorpo nos mastócitos lesão celular em geral Biossíntese dos Eicosanóides Fosfolipase A2 Adaptado de Rajnish A. Gupta & Raymond N. DuBois/ Nature Reviews Cancer 1, 11-21 (October 2001) Ácido Araquidônico PLA2 Ácido araquidônico PGG2 PGH2 TxA2 PGI2 PGE2 PGD2 PGF2α COX COX PGF2α Contração uterina Vasoconstrição PGD2 Inflamação PGE2 Dor Febre Vasodilatação Citoproteção Gástrica PGI2 Dor Vasodilatação Citoproteção Gástrica Inibe agregação plaquetária TxA2 Vasoconstrição Induz agregação plaquetária Eicosanóides Cicloxigenases: COX-1 (PGH2S-1) É constitutiva Localização: com função de citoproteção. Vasos sanguíneos Estômago Plaquetas Rins Obs.: Não existe COX nas hemácias É induzida pelo estado inflamatório e por citocinas em leucócitos. É expressa fisiologicamente: Células endoteliais Ovário Útero Cérebro Medula espinhal Rins Cicloxigenases: COX-2 (PGH2S-2) Lipoxigenases É expressa fisiologicamente: Plaquetas Pulmões Leucócitos Mastócitos Mecanismo de ação dos AINEs Ácido Araquidônico COX-1 COX-2 Constitutiva (maioria dos tecidos e células) Citocinas e mediadores inflamatórios Citroproteção GI Agregação plaquetária Função renal Fase inicial da inflamação Inflamação Dor Febre Prostaglandinas Expressa em áreas dos rins e cérebro Ação dos AINES: inibem COX-1 e/ou COX-2. Ácido araquidônico Cicloxigenases Lipoxigenases Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxanos Leucotrienos Mecanismo de ação dos AINEs COX-2 (Constitutiva) (Induzível) COX-1 (Constitutiva) Inibidores não seletivos da COX Inibidores seletivos da COX-2 Homeostase Manutenção do fluxo sanguíneo renal Citoproteção GI Agregação plaquetária Início do parto Homeostase Manutenção do fluxo sanguíneo renal Dor Febre Inflamação Efeitos colaterais Efeitos antiinflamatórios, analgésicos e antipiréticos Anti-inflamatórios não-esteroidais Inibidores da biossíntese dos eicosanóides Medicamentos que diminuem a disponibilidade do Ca2+. Os glicocorticóides (-) a PLA2 indiretamente por induzir a síntese de anexinas (lipocortinas) (proteínas que bloqueiam a PLA2). Os AINES (AAS, diclofenaco, indometacina, etc) que (-) as COXs. A COX-2 (local inflamatório) é mais sensível que a COX-1 (rins, estômago, vasos e plaquetas). Os AINES seletivos COX-2 (Coxibes) Derivados do ácido salicílico Ácido acetilsalicílico, salicilato de sódio, diflunisal, Derivados do para-aminofenol Paracetamol ou Acetaminofeno Ácidos Indolacético e Indenacético Indometacina e Sulindaco Ácidos heteroaril acéticos Tolmetina, Diclofenaco, Cetorolaco Ácidos Arilpropiônicos Ibuprofeno, Naproxeno, Flurbiprofeno, Cetiprofeno, Fenoprofeno, Oxaprozina Ácidos Antranílicos (fenamatos) Ácido mefenâmico, Ácido meclofenâmico Ácidos Enólicos Piroxicam,, Meloxicam Derivados Pirazolônicos Antipirina, Aminopirina, Dipirona, Fenilbutazona, Feprazona Alcanonas Nabumetona Coxibes Celecoxibe Valdecoxibe Lumiracoxibe Parecoxibe Etoricoxibe Efeito antipirético: - Desequilíbrio termostato hipotalâmico febre; - AINEs: normalizam o ponto de ajuste temperatura - PGE2 temperatura; - Efeito antipirético adicional sem mecanismo conhecido; - Temperatura normal não é afetada. Anti-inflamatórios não-esteróidais Efeito analgésico: - PGs = hiperalgesia - Dor de origem muscular e vascular, artrite, bursite, dor de dente, dismenorréia, cefaléia, dor de estados pós-parto, dor de metástase óssea (câncer); - Alívio da cefaléia abolição da vasodilatação por PGs (vasculatura cerebral). Anti-inflamatórios não-esteróidais Efeitos antiinflamatórios: AINEs componentes da resposta inflamatória (COX-2): - vasodilatação - edema - dor Lesão muscular, tendinite, bursite, artrite reumatóide, osteoartrite, artrite gotosa. Anti-inflamatórios não-esteróidais Efeitos indesejáveis dos AINEs - Inibição da COX-1; - COX-1 PGs citoproteção gástrica; - Dispepsia, diarréia (constipação), náuseas, vômitos, hemorragia gástrica e ulceração; - Uso de análogos das PGs (Misoprostol) dano gástrico; - Pirose ou indigestão ajuste da dose, antiácidos, administração dos fármacos após as refeições. Distúrbios gastrintestinais: Anti-inflamatórios não-esteróidais Efeitos indesejáveis dos AINEs Reações cutâneas: - Erupções leves, urticária, reações de fotossensibilidade, doenças graves e fatais; - Ácido mefenâmico (10-15 %) e Sulindaco (5-10 %); Efeitos renais: - Pacientes susceptíveis insuficiência renal aguda; - Uso crônico nefrite crônica e necrose renal; - Uso regular em altas doses por longo período (Paracetamol). Anti-inflamatórios não-esteróidais Contra-indicações: História de doença ulcerosa, idade avançada, tratamento com certos fármacos, terapia de longa duração com AINEs, tabagismo, consumo maciço de álcool risco de sangramento GI. Utilizados com cautela em pacientes comprometimento renal, insuficiência cardíaca, hipertensão, edema. Contra-indicados para pacientes que já sofreram reação de hipersensibilidade (indivíduos asmáticos). Anti-inflamatóriosnão-esteróidais ASS COX-1 COX-2 Efeitos colaterais GI, efeito antiplaquetário Antiinflamatório, analgésico e antitérmico - Distúrbios musculoesqueléticos (bursite, tendinite, miosite), febre, cefaléia, doenças inflamatórias (febre reumática, artrite reumatóide, osteoartrite); - Preferência de outros AINEs nas doenças crônicas. - - Anti-inflamatórios não-esteróidais Ác. Acetilsalicílico (ASS) Outros efeitos benéficos: - Distúrbios cardiovasculares: infarto do miocárdio (ação antiplaquetária). - Câncer de colo e retal: reduz incidência, mas inibidores seletivos de COX-2 são mais específicos. - Doença de Alzheimer: reduz risco e retarda o início. Anti-inflamatórios não-esteróidais Efeitos adversos da aspirina: - Distúrbios GI (úlcera, hemorragia GI grave). - Erupções cutâneas e agravamento da asma em pacientes sensíveis a aspirina. Anti-inflamatórios não-esteróidais Ác. Acetilsalicílico (ASS) Efeitos adversos da aspirina: Salicilismo: - Ingestão repetida de doses muito altas (acúmulo de salicilatos); - Zumbido, vertigem, da audição, náuseas e vômitos. Síndrome de Reye: - Raro distúrbio observado em crianças; - Crianças com infecções virais febris encefalopatia; - Taxa de mortalidade: 20-40 % Anti-inflamatórios não-esteróidais Pacientes com diminuição de plaquetas; - Dengue; - Portadores de distúrbios sanguíneos (hemofilia). Contra-indicações: Pacientes com gastrite ou úlceras. Na gota (reduz eliminação de uratos). Ác. Acetilsalicílico (ASS) Anti-inflamatórios não-esteróidais Paracetamol (acetominofeno) - Cirrose hepática e necrose ou uso crônico de altas doses Lesão hepática. Analgésico e antipirético mais comumente usado – fármaco de escolha na dengue. Tem fraca atividade anti-inflamatória. Não provoca os efeitos adversos gástricos ou plaquetários dos outros AINEs. Acredita-se que inibe COX-3 no SNC (em investigação). Metabolismo hepático metabólito tóxico Anti-inflamatórios não-esteróidais Efeitos indesejáveis Poucos e incomuns (reações cutâneas alérgicas). Dose tóxica (10-15g): hepatotoxicidade grave e fatal, toxicidade renal. Paracetamol (acetominofeno) Anti-inflamatórios não-esteróidais Paracetamol (acetominofem) Toxicidade: Sintomas agudos: náuseas e vômitos. Hepatotoxicidade: sintomas tardio (24-48 h). Tratamento: lavagem gástrica com carvão ativado (v.o.), acetilcisteína (i.v.) ou metionina (v.o.). Mais de 12h desde a ingestão de dose: < probabilidade de eficiência dos antídotos. Anti-inflamatórios não-esteróidais Antireumatóides Indometacina: Potente inibidor da COX-1 e COX-2 (moderadamente seletiva da COX-1). Efeito analgésico, antipirético e antiinflamatório. Artrite reumatóide, artrite gotosa, espondilite, osteoartrite. incidência de irritação gástrica, cefaléia, náusea, efeitos hematológicos não são utilizados para o tratamento inicial da dor. Diclofenaco: Potente inibidor não-seletivo da COX Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios Artrite reumatóide, osteoartrite, inflamação oftálmica, dismenorréia Efeitos adversos: distúrbios GI, sangramento gastrintestinal oculto, ulceração gástrica, cefaléia, transaminases séricas (15 %). Antireumatóides Associação com o misoprostol (cytotec) diminui a ulceração gastrintestinal superior, mas pode causar diarréia. Associação com o omeprazol ou isoprostol mostra-se efetiva na prevenção do sangramento recorrente. Contudo, efeitos adversos renais podem ser ocorrer. Diclofenaco: Antireumatóides Agentes seletivos para a COX-2 Celecoxib e Rofecoxib Antiartríticos, dismenorréia, dor após cirurgia dentária ou ortopédica. Risco de eventos cardiovasculares: PA, infarto do miocárdio e AVC. Outros em fase de desenvolvimento. Anti-inflamatórios não-esteróidais Corticosteróides Corticosteróides Esteróides supra-renais Porção interna (medula) Porção externa (córtex) Glicocorticóides Mineralocorticóides Hormônios sexuais Adrenalina Noradrenalina Corticosteróides Corticosteróides Glicocorticóides: Hidrocortisona ou cortisol. ACTH (hormônio adenocorticotrófico) secretado pela hipófise anterior regula a liberação de glicocorticóides pelo córtex da supra renal. Mineralocorticóides: Aldosterona. A liberação de mineralocorticóides do córtex da supra-renal é controlada pelo sistema de renina-angiotensina. Glicocorticóides Mecanismo de ação: GR Endógenos e sintéticos Influenciam a função da maioria das células. Normalmente promovem ações demoradas. Impedir ou induzir a transcrição de genes Ações metabólicas: Sobre os carboidratos: a captação e utilização da glicose e da gliconeogênese = hiperglicemia. Sobre as proteínas: catabolismo, do anabolismo. Sobre os lipídios: efeito permissivo sobre os hormônios lipolíticos e redistribuição da gordura (Síndrome de Cushing). Glicocorticóides Ações antiinflamatórias e imunossupressoras: Ácido araquidônico Cicloxigenases Lipoxigenases Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxanos Leucotrienos Fosfolipídio de membrana Fosfolipase A2 Quimiotaxia de neutrófilos, permeabilidade vascular Glicocorticóides Glicocorticóides Efeitos indesejáveis: Os efeitos indesejáveis são observados principalmente com o uso sistêmico prolongado como agentes antiinflamatórios ou imunossupressores. - supressão da resposta à infecção -supressão da síntese de glicocorticóides endógenos - ações metabólicas - síndrome de Cushing Glicocorticóides Euforia (ou depressão e sintomas psicóticos) Enfraquecimento da pele Cicatrização deficiente de feridas Hematomas fáceis Além disso: Osteoporose Tendência à hiperglicemia Aumento do apetite Aumento da susceptibilidade à infecções Obesidade Aumento da gordura abdominal Hipertensão Catarata Fraqueza muscular Glicocorticóides Usos clínicos: Terapia de reposição em pacientes com insuficiência supra- renal (doença de Addison). Terapia antiinflamatória/imunossupressora: asma, eczema, conjuntivite alérgica, rinite, alergia, doenças com componentes auto- imunes e inflamatórios (artrite reumatóide), após transplante de órgãos ou de medula, neoplasias. Glicocorticóides Hidrocortisona (cortisol) Terapia de reposição Prednisolona Efeitos antiinflamatórios sistêmicos e imunossupressores Prednisona Inativa até ser convertida em prednisolona Triancinolona Relativamente mais tóxica que os outros fármacos Dexametasona Antiinflamatório e imunossupressor. Utilizada quando a retenção de água é indesejável (edema cerebral) Beclometasona Budesonida Antiinflamatório e imunossupressor. Eficaz topicamente e como aerossol Endógenos e sintéticos Receptores encontrados em poucos tecidos-alvo (rim, cólon, bexiga). Impedir ou induzir a transcrição de genes Mecanismo de ação: Mineralocorticóides Efeitos farmacológicos: Aumenta a reabsorção de Na+ através de uma ação sobre os túbulos distais ( Excreção de K+ e H+); Mineralocorticóides Efeitos farmacológicos: Fludrocortisona: para produzir efeito mineralocorticóide (doença de Addison minalocorticóides perda de Na2+). Terapia de reposição – administração por via oral. Mineralocorticóides
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