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ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 1 ENEM Exasiu Exasiu EXTENSIVO Aula 00 - Conceitos básicos O que é arte?; Como interpretar uma obra de arte; Definições importantes; Arte e sociedade (política, mercado e crítica); Função social da arte. Prof.ª Celina Gil ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 2 Sumário APRESENTAÇÃO 3 Quem sou eu 3 1 – COMO INTERPRETAR IMAGENS 4 2- O QUE É ARTE? 4 3 – DEFINIÇÕES IMPORTANTES 7 Elementos formais 8 Conceitos 12 Técnicas 18 Gêneros 23 4 - ARTE E SOCIEDADE 27 Intercâmbio entre culturas 30 Arte e mercado 34 Relação entre artistas e poder constituído 37 5- ARTE E REALIDADE 39 Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica 41 Indústria cultural 43 6 - EXERCÍCIOS 45 6.1 – Já caiu no ENEM 45 6.2 – Outras instituições 55 6.3 – Gabarito 91 6.4 – Questões comentadas 92 CONSIDERAÇÕES FINAIS 150 ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 3 Apresentação Olá! Seja muito bem-vindo a nosso curso de Artes! Espero que possamos juntos trabalhar pela sua aprovação! Sabemos que Artes é um tema um pouco mais complicado, principalmente porque não é um assunto que vemos com profundidade na escola. Porém, muitos vestibulares irão cobrar conhecimentos, não só de movimentos artísticos, como de análise da imagem. Estamos aqui para ajudar, tanto em artes plásticas quanto artes da cena, cinema, arte contemporânea e demais expressões artísticas. Antes de começar nossa primeira aula, é importante que você tenha algumas informações: • Quem sou eu. • Qual a nossa metodologia no Estratégia Vestibulares. • Como encontrar nosso cronograma de aulas. Vamos lá? Quem sou eu Meu nome é Celina Gil e fui a responsável por esse material que você está vendo. Ingressei na USP em 2009, no curso de Letras, onde me formei em Português e Latim. Hoje em dia, faço doutorado em História do Teatro também pela USP. Ou seja, pode contar comigo tanto para gramática e redação quanto para literatura. Também sou formada em Cinema, pela FAAP. Por isso, muitas vezes ao longo dos meus materiais você pode encontrar dicas de filmes, games e séries ajudar deixar o estudo mais divertido. Já dei aula para crianças, mas me especializei em trabalhar com jovens e adolescentes, principalmente em cursos preparatórios para provas e vestibulares. Montei esse curso de modo que você possa ter contato com a teoria e sua aplicação prática. A maioria dos exercícios que você encontra aqui veio das provas do vestibular a que esse curso se dedica e de outros grandes vestibulares semelhantes. Espero que ajude você a passar por esse momento tão importante. Vamos lá? ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 4 1 – Como interpretar imagens Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões: não saber como interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A parte de ensinar a interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós dois. Nessa aula, eu vou indicar alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora da prova, mas é muito importante que você tenha a mente aberta para as imagens! O método mais simples que encontramos até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste em: A partir dessa metodologia, o trabalho de interpretar uma imagem fica muito mais simples. Mas não se esqueça que numa prova de vestibular, o enunciado da questão é tão importante quanto! Você sempre deve ler a imagem à luz do que a questão está perguntando! Vamos começar a pensar agora sobre alguns conceitos acerca do que é arte! 2- O que é arte? Um dos principais questionamentos quando o assunto é arte parece ser como defini-la. Vamos buscar algumas definições para adentrarmos nesse tema. “O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos "obras de arte" não é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos feitos por seres humanos para seres 1- Identificar: - Qual é o tipo de imagem que estamos vendo? (publicidade, quadro, charge etc.?) - Quais as técnicas empregadas nessa imagem?(fotografia, pintura, escultura etc?) - Observar cores, traços, formas etc. 2 - Analisar: - O que compõe essa imagem? - Há textos que complementam a imagem? - Observar quais são os elementos mais destacados e se há detalhes menos óbvios. 3 - Contextualizar: - Qual foi o momento histórico da procução dessa imagem? - Com que objetivo essa imagem foi criada e onde ela foi veiculada ou exposta? - Buscar informações nas legendas! Signos presentes na imagem em si. Signos externos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 5 humanos. (...) Lembremos que cada uma de suas características é o resultado de uma decisão pessoal do artista; que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las repetidas vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao longo das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser exibida como Arte. Foram feitas para uma ocasião definida e um propósito determinado, que estavam na mente do artista quando meteu mãos à obra.” (Ernest Gombrich) Antes de mais nada, portanto, a arte é uma atividade humana, ou seja, seres humanos são capazes de produzir arte. São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou ressignifica- se alguma matéria de modo a despertar a percepção do outro e provocar algo nele. As definições antigas do que é arte não servem para definir a arte no século XXI. No contemporâneo, já vimos diversas expressões artísticas que não se enquadram nos limites tradicionais. Quando Marcel Duchamp colocou um mictório assinado em exposição no museu, não havia nenhuma técnica manual envolvida na produção do objeto. Ele deixou de ser arte por isso? Quando vemos um vaso num museu, que foi feito para ser uma urna funerária e não um objeto artístico, ele deixa de ser arte por não ter sido criado com essa intenção? A resposta para todas essas perguntas é não. A arte não pode mais ser definida a partir do que pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em dia? A partir de alguns parâmetros não sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser: • A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento; • Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da ressignificação de um objeto; • Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles pensavam e sentiam sobre seu tempo; • Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana, como outros objetos de design. A arte tem função de transcender o material, não de servir ao mundo da praticidade e do utilitarismo; • Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias em um objeto para a apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro também; • Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além de um fenômeno cultural, uma vez que regras sobre a arte não são perenes, mas sim mutáveis no tempo e contexto. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 6 Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e Artistas”, no livro A História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte e o que é preciso para se deixar tocar por uma obra de arte. Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para que você chegue com a mente aberta: “Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente artistas.” “Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papão e de um fetiche.” “Muitas pessoas gostam de ver em quadros o queartística e questionamentos sobre se as pessoas que desenvolvem trabalhos nesse sentido merecem a denominação de artistas. Até aspectos como autoria são colocados em questão com o surgimento de experiências artísticas na internet que permitem a intervenção dos internautas. Apesar das controvérsias, um número cada vez maior de herdeiros dos movimentos de vanguarda, artistas de bagagem tradicional e da nova geração investem na exploração de ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 43 recursos tecnológicos. No Brasil, nomes de destaque das artes plásticas já se aventuraram por esse campo como Antônio Dias, Cildo Meireles, Décio Pignatari, Raimundo Collares e Eduardo Kac. Disponível em: Acesso em 10ago. 2021 Acerca da relação entre arte e tecnologia, a partir do texto, é correto afirmar que: a) é um processo recente na história das artes. b) surge com o aumento da capacidade dos computadores. c) ainda não é tão popular entre o público comum. d) sempre permite intervenção dos internautas na feitura. e) não se realiza, pois a tecnologia mina os aspectos artísticos. Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois o texto aponta que, desde o surgimento da tecnologia – portanto, no fim do século XIX – temos ligação com a tecnologia. A alternativa B está INCORRETA, pois, segundo o texto, essa relação começa a realizar-se já com o surgimento da fotografia. O que surge com a melhoria das tecnologias de computação são as expressões de arte digital. A alternativa C está CORRETA, pois o texto indica que o grande público ainda questiona o valor artístico das obras, por vezes pondo em xeque a ideia de que seriam obras de arte verdadeiramente. A alternativa D está INCORRETA, pois, ainda que isso possa ocorrer por vezes, não se pode afirmar que seja um processo que ocorre sempre. A alternativa E está INCORRETA, pois em nenhum momento do texto defende-se que essa é uma relação impossível de ocorrer. Gabarito: C Indústria cultural O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto conceito pela Escola de Frankfurt, principalmente pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 – 1973). A Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela formação do pensamento das sociedades mediadas pelo consumo e pela massificação. A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz bens culturais padronizados e homogeneizados. Esses produtos alienam quem os consomem, pois não incentivam a reflexão ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 44 ou o questionamento das estruturas. São apenas entretenimento, com o objetivo de domesticar as pessoas. Nos habituamos sempre aos mesmo produtos, o que faz com que propostas mais inovadoras causem estranhamento e, por isso mesmo, nem sempre sejam capazes de atrair muito público. Por gerarem menos lucro, essas produções são vistas como inúteis, ou seja, colocamos na possibilidade de monetarização o valor da arte. Outro conceito importante para esse assunto é a ideia de cultura de massa. Chama-se de cultura de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas com o intuito de serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é atingir o grande público. Uma de suas principais características é ser capaz de absorver aquilo que se opõe a ela: sabe aquele programa que passa na televisão e fala mal de televisão? É isso! As principais influências da cultura de massa na literatura partem do cinema e da televisão. Hoje em dia, é possível ouvir falar também em cultura pop. São expressões, portanto, intimamente ligadas à ideia de consumo. Nem tudo é maligno na Indústria Cultural e na produção de arte e cultura no sistema capitalista. Para outro pensador da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin (1892-1940), a maior difusão da arte através dos meios de comunicação pode ser uma via de democratização da arte, pois a cultura alcança um número maior de pessoas. Outra vantagem é que incentiva trabalhos não comerciais, já que incentiva o acesso às ferramentas de produção cultural. No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão entre alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla. Podemos pensar desde as novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade de criação e disseminação de notícias falsas no contemporâneo (ambos temas importantes para a realidade brasileira). Mas e a arte nesse contexto todo? Não se pode, obviamente pensar na arte de maneira descolada do contexto social em que se insere. Então a pergunta que cabe ser feita é: como fica a arte num momento em que as produções artístico-culturais parecem estar a serviço do sistema. Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte estava não só em expressar a sensibilidade do artista como também causar incômodo e contestar as estruturas dadas, com a consolidação da Indústria Cultural tudo fica um pouco mais difícil. A arte passou a ser uma mercadoria de um modo novo: não se compra uma obra para fins contemplativos, mas sim como um objeto como qualquer outro, obedecendo leis de oferta e procura como nunca. A sociedade de consume, que transforma tudo em mercadoria, estaria apagando da arte o seu traço crítico? ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 45 Stencil Kissing Coppers de Banksy. Fonte: Unsplash 6 - Exercícios 6.1 – Já caiu no ENEM 1. (ENEM – 2018 – 1ª aplicação) TEXTO I BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017 (adaptado). TEXTO II Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica (Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros. Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado) Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a) A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais. B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS. C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 46 D) análise dos problemas de mobilidade urbana. E) foco na promoção cultural da sua cidade. 2. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação) Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil evidencia o processo de modernização pela A) verticalização do espaço. B) desconstrução da forma. C) sobreposição de elementos. D) valorização da natureza. E) abstração do tema. 3. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação) TEXTO I MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em: www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado). ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 47 TEXTO II GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre, Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016. TEXTO III A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros, apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estargalopando: “na imagem científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz, em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo não para”. FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a) A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento. B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico. C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua representação. D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção de realidade. E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e fidedigno da realidade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 48 4. (ENEM – 2017 – Libras) E a sujeira virou arte Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes, 27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que consiste em apagar a sujeira para criar desenhos que dialogam com a problemática da cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que, na verdade, elas não veem porque não querem”, diz. SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado). A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo que a sociedade reveja valores e preconceitos. O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de a) ressaltar o descaso do poder público com a limpeza. b) evidenciar a humanidade dos usuários de drogas. c) apresentar a estética da paisagem urbana. d) destacar a poética dos espaços públicos. e) debater o perigo da poluição. 5. (ENEM – 2017 – 2ª APLICAÇÃO) Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural, no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte- americano. WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado). De acordo com o texto, em décadas passadas, a dificuldade das empresas norte-americanas indica a influência de um viés cultural e econômico na ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 49 A) popularização do futebol no país frente à concorrência com o basquete. B) conquista da alta lucratividade por meio do futebol no cenário norte-americano. C) implantação do basquete como esporte mundial frente à força cultural do futebol. D) importância dada por empresas esportivas ao futebol, similar àquela dada ao basquete. E) tentativa de fazer com que o futebol transmitido pela TV seja consumido por sua população. 6. (ENEM – 2016 – 2ª APLICAÇÃO) A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um procedimento artístico representativo da década de 1960 por A) visar a conservação das representações e dos registros visuais. B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade. C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura. D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados. E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas. 7. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 50 A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca presença no panorama da arte brasileira e internacional. Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado manual para A) obtenção das linhas retas paralelas. B) valorização do tracejado retilíneo. C) exploração de diferentes texturas. D) obtenção do equilíbrio assimétrico. E) inscrição homogênea das formas e palavras. 8. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação) Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”? OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015. O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada à A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao trabalho do artista. B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte então elaborado. C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por fatores externos. D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma vertente artística. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 51 E) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram da temática. 9. (ENEM – 2013 – 1ª aplicação) KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução) O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessaobra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. B) estabelecer uma postura proativa da sociedade. C) provocar a reflexão sobre essa realidade. D) propor alternativas para solucionar esse problema. E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo. 10. (ENEM – 2013 – 2ª aplicação) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 52 Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores, percebe-se a A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que tornam a obra de abrangência regional. B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes novo sentido condizente. C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado inacabado. D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter feminista. E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária. 11. (ENEM - 2012) Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem movimento. Essa obra retrata a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada. b) o inconformismo da população de baixa renda da capital. c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital. d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil. e) a solidariedade da população nordestina. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 53 12. (ENEM – 2009 – Cancelado) O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima utilizada. Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região do Brasil o artefato acima foi produzido? A) Sul. B) Norte. C) Sudeste. D) Nordeste. E) Centro-Oeste. 13. (ENEM – 2009 – Cancelado) TEXTO A ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 54 TEXTO B Metaesquema I Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas, os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica também era um artista extremamente rigoroso com a técnica. Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado). Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se em consideração o texto e a obra Metaesquema I, reproduzidos acima, verifica-se que A) a obra confirma a visão do texto quanto à ideia de estruturas que parecem se movimentar, no campo limitado do papel, procurando envolver de maneira mais efetiva o olhar do observador. B) a falta de exatidão no espaçamento entre as figuras (retângulos) mostra a falta de rigor da técnica empregada, dando à obra um estilo apenas decorativo. C) Metaesquema I é uma obra criada pelo artista para alegrar o dia a dia, ou seja, de caráter utilitário. D) a obra representa a realidade visível, ou seja, espelha o mundo de forma concreta. E) a visão da representação das figuras geométricas é rígida, propondo uma arte figurativa. 14. (ENEM - 2002) A leitura do poema "Descrição da guerra" em Guernica traz à lembrança o famoso quadro de Picasso. Entra pela janela o anjo camponês; com a terceira luz na mão; minucioso, habituado aos interiores de cereal, aos utensílios que dormem na fuligem; os seus olhos rurais não compreendem bem os símbolos desta colheita: hélices, motores furiosos; e estende mais o braço; planta ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 55 no ar, como uma árvore a chama do candeeiro.(...) (Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.) Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos trechos do poema. Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: a) a1, a2, a3 b) f1, e1, d1 c) e1, d1, c1 d) c1, c2, c3 e) e1, e2, e3 6.2 – Outras instituições 15. (UNESP – 2020) Perspectiva. Técnica de representação, numa superfície plana, do espaço tridimensional, baseado no uso de certos fenômenos ópticos, como a diminuição aparente no tamanho dos objetos e a convergência das linhas paralelas à medida que se distanciam do observador. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.) Verificam-se distorções e ambiguidades em relação à técnica da perspectiva na seguinte obra: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 56 16. (UNESP – 2018) Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do mundo exterior. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.) De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 57 a) b) c) d) e) 17. (UNESP – 2018) Na Europa, os artistas continuam a explorar caminhos traçados pelos primeiros pintores abstratos. Mas a abstração desses artistas não é geométrica: sua pintura não representa nenhuma realidade, tampouco procura reproduzir formas precisas. Cada artista inventa sua própria linguagem. Cores, formas e luz são exploradas, desenvolvidas e invadem as telas. Traços vivos e dinâmicos... Para cada um, uma abstração, um lirismo. (Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.) O comentário do historiador Christian Demilly aplica-se à obra reproduzida em: a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 58 c) d) e) 18. (UNESP – 2017) O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz. O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser. As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes, produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossaessência brasileira – sol, terra, vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973): ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 59 a) b) c) d) e) 19. (UNESP – 2017) A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado. (Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.) Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 60 a) b) c) d) e) 20. (UNESP – 2016) Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema deriva de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa. (David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.) O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 61 a) (Andy Warhol. Elvis I, 1962.) b) (Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon, 1907.) c) (Jackson Pollock. Convergência, 1952.) d) (Henri Matisse. Interior, jarra com peixes vermelhos, 1914.) e) (Kasemir Malevitch. Cruz Negra, 1923.) 21. (Uel - 2019) Relacione as imagens às manifestações artísticas a seguir. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 62 (A) Representa a natureza e o cotidiano, bem como a visão do homem na captação de formas simples. (B) Ocupa espaços públicos, por meio de intervenções e performances artísticas, estabelecendo a relação entre arte e cidade. (C) Utiliza a pintura para causar efeitos ilusórios por meio da perspectiva arquitetônica das cenas. (D) Expressa o poder, respeitando as convenções, como a frontalidade e a indicação do lugar das personagens na composição. Assinale a alternativa que contém a associação correta. a) I-B, II-D, III-A, IV-C. b) I-C, II-A, III-D, IV-B. c) I-C, II-B, III-A, IV-D. d) I-D, II-A, III-C, IV-B. e) I-D, II-C, III-A, IV-B. 22. (Uem - 2018) Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto. 01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia. 02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 63 04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade. 08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são compostas apenas por duas dimensões. 16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas são as esculturas feitas em barro ou em argila. 23. (Uepg - 2018) Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for correto. 01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza aspectos bidimensionais como altura e largura. 02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva. 04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias. 08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica. 24. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) A videodança é um produto híbrido realizado com a mistura entre o audiovisual e a dança e tem como principal elemento o movimento. É diferente do mero registro documental de um espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela. Isso significa que os movimentos da câmera – travellings, panorâmicas, zoom in, zoom out –, assim como a escolha dos planos, a montagem e a edição das cenas são tão importantes para o resultado final quanto os movimentos capturados pelas lentes. Com isso, o vídeo deixa de ser apenas meio para se transformar em um “sistema de expressão”, conforme descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto em película cinematográfica. VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 Segundo o texto, a videodança a) é um registro documental de um espetáculo, que se torna popular a partir do século XX, em diálogo com o cinema. b) demanda um pensamento tanto na coreografia quanto nos movimentos de câmera e edição para compor a obra. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 64 c) é um termo para um tipo de filmagem que leva em consideração os movimentos de câmera dinâmicos. d) consiste em um sistema de expressão contemporâneo do audiovisual, ligado ao cinema digital e em vídeo. e) é um gênero de cinema contemporâneo que consiste em retratar narrativas ligadas ao mundo da dança. 25. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna. O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim, entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento, transformando e reinventando. (Disponível em Acesso em 20 nov. 2020) A partir da descrição no texto, apreende-se que o teatro de rua a) dialoga de maneira política com a sociedade em que se encontra, pois ocupa o espaço público de maneira sincrética. b) obriga o espectador a olhar a produção artística, o que nem sempre gera uma boa recepção por parte do público. c) cria uma maior preservação da arte, já que não cobra ingressos para a entrada do público nos locais de apresentação. d) elabora questões irreais, criando elementos para os espetáculos próximos da fantasia e do realismo fantástico. e) transforma a cidade de maneira permanente, já que precisa reelaborar locais de passagem para que sejam cenários. 26. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto ospersonagens de Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 65 bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo. Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis. O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é. Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida. Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um protagonista negro. (Disponível em Acesso em 20 nov. 2020) A importância da publicação da tirinha, no contexto da trajetória das histórias em quadrinhos no tempo, é de a) tratar de maneira lúdica sobre a história de uma personagem pouco conhecida pela maioria dos leitores do universo. b) colocar no centro da história uma personagem de uma minoria sub-representada no protagonismo das HQs. c) abordar de maneira realista um problema tipicamente brasileiro que é a desigualdade social entre brancos e negros. d) acompanhar a evolução de uma personagem de maneira inédita da trajetória dos quadrinhos da companhia. e) retratar pessoas de diferentes etnias numa mesma história, mostrando pessoas que convivem de maneira pacífica. 27. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil) Uma exposição em cartaz no Museu de Artes e Indústrias de Hamburgo, na Alemanha, inova ao abordar tatuagens como obras de arte. “Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick, antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 66 “Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta. Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora. (Disponível em: Acesso em 16 jun. 2020) Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a partir de a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da colonização ou exotização. b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o corpo como suporte. c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo de feitura da obra, não só o resultado final. d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura corporal como passíveis de exposição. e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural no campo da arte corporal. 28. (Estratégia Vestibulares – 2021) Texto I: (Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 67 Texto II: Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos trabalhadores das minas. O homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça. Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador a pensar em múltiplas possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o colega já havia passado por essa situação e, por isso, logo o pesadelo teria fim? A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria da esposa do fotógrafo - Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas, as outras já haviam sido divulgadas em uma publicação da Taschen). A mostra também passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e Tallin. A série, que virou livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que o motivou a realizar o trabalho: "O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares, vender os seus pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a sua sanidade por um sonho?" Sebastião Salgado (Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021) Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à condição sub-humana enfrentada pelos trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em a) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade. b) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo. c) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem sobreviver no atual sistema políticoeconômico. d) colaborar para a harmonia entre culturas diversas. e) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade. 29. (Estratégia Vestibulares – 2021) No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados, radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de natureza fundamentalmente estética. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é um modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo. Nas indústrias de consumo, o design, a moda, a publicidade, a decoração, o cinema, o show business criam em massa produtos carregados de sedução, veiculam afetos e sensibilidade, ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 68 moldando um universo estético proliferante e heterogêneo pelo ecletismo dos estilos que nele se desenvolvem. Com a estetização da economia, vivemos num mundo marcado pela abundância de estilos, de design, de imagens, de narrativas, de paisagismo, de espetáculos, de músicas, de produtos cosméticos, de lugares turísticos, de museus e de exposições. LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Jean. A estetização do mundo – viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. Os autores abordam no texto uma característica do mercado envolvendo a arte e a cultura na sociedade contemporânea. Essa característica pode ser entendida como uma: a) elevação da propaganda e dos bens de consumo cotidianos aos status de arte, podendo ser expostos. b)contaminação das formas artísticas com a estética e linguagem da propaganda e dos bens de consumo. c) hierarquização entre arte e artesanato que persiste nos museus e galerias, influenciando o consumo. d) mudança na forma como comerciais são feitos, hoje contando, por exemplo, com equipes cinematográficas. e) penetração da estética nos bens de consumo, tensionando a separação entre arte, cultura e mercado. 30. (Estratégia Vestibulares – 2021) O termo instalação é incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960, designando assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias e museus. As dificuldades de definir os contornos específicos de uma instalação datam de seu início e talvez permaneçam até hoje. Quais os limites que permitem distinguir com clareza a arte ambiental, a assemblage, certos trabalhos minimalistas e a instalações? As ambiguidades que apresentam desde a origem não podem ser esquecidas, tampouco devem afastar o esforço de pensar as particularidades dessa modalidade de produção artística que lança a obra no espaço, com o auxílio de materiais muito variados, na tentativa de construir um certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre objetos, construções, o ponto de vista e o corpo do observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos. (Disponível em Acesso em 14 dez. 2020) Segundo o texto, a instalação pressupõe a existência de: a) repertório erudito em artes. b) espaços públicos de exposição. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 69 c) equipe semelhante às teatrais. d) interação do público com a obra. e) uma pequena gama de materiais. 31. (Estratégia Vestibulares – 2021) O termo se refere a um procedimento nas artes plásticas, principalmente nas artes moderna e contemporânea, em que o artista faz uso de imagens já consagradas na história da arte, como referência na composição de seu próprio trabalho. Essa citação, que pode ser implícita ou explícita, acaba por evocar um diálogo entre artistas e obras, de diferentes períodos e estilos, criando novos contextos para uma mesma imagem. CITACIONISMO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso em: 24 de Jul. 2020. Pode-se dizer que a imagem que se enquadra nesse tipo de procedimento é a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 70 c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 71 32. (Estratégia Vestibulares – 2021) A expressão indica um gênero pictórico -caracterizado pela representação de personagens e cenas da mitologia greco-romanas -que tem um longo trajeto na história da arte. Nasce na Grécia e em Roma, como pintura religiosa, e se desenvolve no Ocidente, sobretudo no Renascimento e no neoclassicismo, ora como exaltação da antiguidade, ora com sentido alegórico (por exemplo, Vênus como representação da beleza; Minerva, da sabedoria; Marte como personificação da guerra e assim por diante). (Verbete de “Pintura Mitológica”, Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em Acesso em 15 mai. 2020) Verifica-se uma pintura que se enquadra na categoria de pintura mitológica na seguinte obra: a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 72 c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 73 33. (Estratégia Vestibulares – 2021) A MODA NÃO É UNIVERSAL. Não é um fenômeno que exista em toda parte e em todos os tempos. Suas raízes não estão nem na natureza humana nem em mecanismos de grupo em geral. Mas desde que surgiu pela primeira vez em uma sociedade, levou um número cada vez maior de outras sociedades e áreas sociais a seguirem sua lógica. Afirma-se em geral que a moda no vestuário teve suas origens no fim do período medieval, possivelmente no início do Renascimento, talvez em conexão com a expansão do capitalismo mercantil. Costuma-se dizer que não podemos falar de moda na Antiguidade grega e romana no sentido em que o fazemos hoje, porque não havia autonomia estética individual na escolha das roupas – ainda que houvesse certas possibilidades de variação. O vestuário europeu tinha mudado relativamente pouco da era romana até o século XIV. Embora tivesse havido, é claro, variações nos materiais e nos detalhes das roupas, para todos os efeitos sua forma permaneceu inalterada. Em geral, ricos e pobres usavam roupas com formas semelhantes, embora os ricos mandassem fazer as suas de materiais mais caros e usassem ornamentos. O impulso para se enfeitar não é em absoluto um fenômeno recente na história humana, mas as coisas com que as pessoas se enfeitavam no mundo pré- moderno nada tinham a ver com moda. Os vikings, por exemplo, mostravam grande preocupação com a aparência, e costumavam usar, entre outras coisas, um pente pendurado no cinto, ao lado de símbolos de posição social – mas não existiram modas vikings. As sociedades pré-modernas são conservadoras. Nelas, as pessoas podem usar ornamentos simples ou sofisticados e podem ter extremo interesse em fenômenos estéticos, mas é uma característica recorrente que coisas como penteados, roupas e joias permaneçam mais ou menos inalterados ao longo de gerações. Os romanos da Antiguidade eram vaidosos, homens e mulheres usando maquiagem e perfume, o cabelo tingido e anelado, quando não usavam peruca. Mas esses estilos eram também muito duradouros. Ocasionalmente, o estilo de um país podia se tornar apreciado em outro, levando a uma súbita mudança – como quando os gregos começaram a raspar suas barbas para se parecerem com Alexandre Magno. Uma mudança de estilo como essa, entretanto, não pode ser propriamente qualificada de moda, porque dali em diante os gregos mantiveram suas faces e queixos escanhoados. O que aconteceu foi a substituição de uma norma estética duradoura por outra, sem que mudanças subsequentes pareçam ter sido desejadas ou mesmo consideradas. Para que possamos falar de “moda”, não basta que ocorra uma mudança de raro em raro. A moda só se configura quando a mudança é buscada por si mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente. (SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Companhia das Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013) A partir do texto, julgue os itens: - Objetos de uso pessoal, como pentes, joias e adereços de modo geral são considerados, após a passagem do tempo, como peças de museu de valor expográfico, ainda que não tenham sido criados originalmente com a intenção de serem obras de arte. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 74 C) Certo. E) Errado. - A apreciação do estilo de um povo por outro não é necessariamente um processo de apropriação -cultural, porque esse intercâmbio não se passa de maneira obrigatória por questões de opressão ou dominação, mas pela possibilidade de troca mútua entre culturas. - Certo. - Errado. 34. (Estratégia Vestibulares – 2021) Leia o texto de Graça Proença para responder à questão Muitos dos objetos expostos em museus ou que fazem parte da nossa vida diária têm uma utilidade evidente: basta vê-los para logo sabermos para que servem; outros, por serem mais complexos, exigem que alguém mais informado nos explique seu funcionamento e sua finalidade. Contudo, o ser humano também produz coisas que, apesar de não terem uma utilidade imediata, sempre estiveram presentes em sua vida. É a respeito delas que nos perguntamos por que para que foram feitas. A resposta a essa pergunta nos mostra que o homem cria objetos não apenas para se servir utilitariamentedeles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para expressar sua visão do momento histórico em que vive. Essas criações constituem as obras de arte e também contam – talvez de forma muito mais fiel - a história dos homens ao longo dos séculos. Segundo Ruskin, crítico de arte inglês, "as grandes nações escrevem sua autobiografia em três volumes: o livro de suas ações, o livro de suas palavras e o livro de sua arte". E acrescenta: "nenhum desses três livros pode ser compreendido sem que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode confiar é o último". (História da arte, 2007) Segundo o conceito de arte exposto no texto, a) tudo aquilo que é exposto em um museu adquire o status de arte na medida em que informam sobre seu funcionamento da época. b) não é necessariamente uma criação humana, uma vez que pode ser uma produção natural do período em que foi encontrada. c) uma obra de arte não tem funcionalidade prática, ainda que seja capaz de expressar sentimentos e visões de mundo. d) os livros podem ser considerados obras de arte na medida em que representem ações e palavras, bem como obras. e) o registro menos fiel de um tempo são suas produções artísticas, entendendo que podem ser permeadas por subjetividades. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 75 35. (Estratégia Vestibulares – 2020) Um tema frequente para a pintura ocidental são as cenas históricas. São obras que representam fatos históricos de modo geral. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo. Tendo em vista a definição acima, a obra que apresenta como tema uma cena histórica é a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 76 d) e) 36. (Estratégia Vestibulsres – 2020) A apropriação cultural acontece quando elementos de uma cultura são adotados por indivíduos que não pertencem a esta cultura. Isso inclui o uso de acessórios e roupas, a exploração de símbolos religiosos, o sequestro de tradições e de manifestações artísticas. A apropriação cultural é especialmente terrível quando se trata de elementos de uma cultura historicamente marginalizada e explorada. A linha entre apropriação cultural e intercâmbio cultural é tênue. Intercâmbio cultural é um fenômeno natural e bem frequente. Mas a apropriação cultural é um processo bem problemático que precisa ser mais bem compreendido, pois dá uma margem enorme para que elementos de uma cultura sejam banalizados, trivializados e estereotipados. Um grande problema de sequestrar elementos de culturas não dominantes e adotá-los de maneira descontextualizada, é que as pessoas que fazem a apropriação se beneficiam dos aspectos que julgam “interessantes” de uma cultura, ignorando os significados reais desses elementos, enquanto os membros dessa cultura tem que lidar com opressão diariamente. (Disponível em Acesso em 15 jul. 2020) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 77 Sobre o texto, é correto afirmar que a apropriação cultural a) reforça relações de dominação no âmbito cultural. b) é intrínseca às situações de intercâmbio cultural. c) decorre do espólio material das culturas não dominantes. d) ressignifica elementos marginalizados pela cultura de origem. e) resulta do interesse genuíno sobre a cultura do Outro. 37. (Estratégia Vestibulares – 2020) A ressignificação nas artes ocorre quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico ou trabalhado artisticamente. Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse procedimento. Tendo em vista a definição acima, a obra criada a partir da noção de ressignificação é a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 78 c) d) e) 38. (Estratégia Vestibulares – 2020) A metalinguagem, uma das funções da linguagem, muitas vezes tem sido usada como um recurso artístico. Como função, ocorre sempre que a linguagem se volta para o seu próprio código – por exemplo, quando perguntamos a alguém o significado de uma palavra desconhecida. Na literatura, é um recurso capaz de criar distanciamento entre o leitor e a obra. Daí o fato de ter sido largamente usada pelos autores modernistas, que tinham como ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 79 parte de seu projeto estético a intenção de despertar no leitor a consciência de que a arte é um "fazer artístico". Thaís Nicoleti de Camargo. Artigo: Metalinguagem é objeto de questão da Fuvest. Disponível em: . Acesso em: 01 maio 2020. Das obras reproduzidas, aquela em que se observa o uso da metalinguagem é: a) Autorretrato com a Orelha Cortada, por Vincent Van Gogh. b) A Leitora, por Jean-Honoré Fragonard c) Autorretrato mole com bacon frito, por Salvador Dalí. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 80 d) Desenhando mãos, por M.C. Escher. e) Ilustração de Moda para o Diário Espanhol ABC, por Cecilio Pla. 39. (Fuvest – 2018) Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos uso dos nossos próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que tem sua origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar. Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte moderna. As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. Não nos dirigimos a elas diretamente, mas contornamo-las. Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu significado não está perdido porque o significado que uma obra assume para uma geração posterior é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores. Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado. De acordo com o texto, a compreensão do significado de uma obra de arte pressupõe a) o reconhecimento de seu significado intrínseco. b) a exclusividade do ponto de vista mais recente.. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 81 c) a consideração de seu caráter imutável. d) o acúmulo de interpretações anteriores. e) a explicação definitiva de seu sentido. 40. (Uel - 2019) Na contemporaneidade, vivemos o predomínio das imagens visuais, conforme sugere a figura. Nesse aspecto, percebê-las como portadoras de conceitos e sentidos leva teóricos a discutirem sobre a necessidade da alfabetização visual. Tanto a imagem quanto a sua leitura produzem conceitos e transformam a percepção da realidade e seu contexto cultural. Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais, cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação. Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos. ( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais. ( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada pelo espectador/observador. ( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagemna composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os seus elementos estruturais. ( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da linguagem articulada. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, V, V, F. b) V, V, V, F. F. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 82 c) F, V, F, V, F. d) F, V, V, F, V. e) F, F, F, V, V. 41. (UNIOESTE – 2016) O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao mercado. Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar. A) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas publicitárias para ser divulgada para o público. B) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações complexas e diversidade cultural. C) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da sociedade. D) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da socied ade. E) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo. 42. (FGV – 2015) Marco Cianfanelli, Release (Soltura), 2012, África do Sul, aço pintado e cortado a laser, profundidade 20,8 m, altura 9,48 m e largura 5,19 m. As imagens apresentam, de diversos ângulos, a escultura de Marco Cianfanelli em homenagem ao 50º aniversário da captura e prisão de Nelson Mandela, em 1962. A obra é ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 83 composta por hastes de aço de altura variável, cortadas a laser e inseridas na paisagem, na província de KwaZulu-Natal, onde Mandela foi detido pelo regime do apartheid. Ao comentar a sua obra, o artista afirmou: "As 50 colunas representam os 50 anos que se passaram desde a sua captura, mas também sugerem a ideia de que muitos compõem um conjunto; referem-se à solidariedade. Indicam a ironia de que o encarceramento de Mandela o transformou em um ícone de luta, alimentando a resistência que levou o país à democracia". As afirmações abaixo constituem aspectos da proposta política e estética do artista, EXCETO: A) De perto, a escultura parece um punhado de barras de aço negro de formato irregular, apontando para o céu e reproduzindo a sensação de estar entre grades. B) À medida que o observador se afasta da floresta de colunas pelo caminho, elas gradualmente se alinham, formando a imagem focada e tornando reconhecível o líder político da luta contra o apartheid. C) A cor preta das hastes permite destacá-las da paisagem, mas também se refere à atuação do Presidente Mandela, que construiu uma África do Sul para os negros sul-africanos, perseguindo a minoria branca. D) De lado, visualiza-se um agrupamento disperso de hastes, que, frontalmente, transforma- se em uma imagem coerente e solidária, evocando a ação coletiva que levou à derrubada do apartheid. E) A escultura impacta a paisagem por sua monumentalidade e a ressignifica, transformando o lugar da detenção de Mandela em memorial do combate à segregação racial e da conquista dos direitos civis na África do Sul. 43. (FGV – 2018) Observe as imagens a seguir. A primeira reproduz o quadro Auto-retrato (Manteau Rouge), de Tarsila do Amaral (1923); a segunda, a campanha para o lançamento do perfume Rouge, d’O Boticário (2006). ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 84 O uso das artes visuais no campo publicitário é uma tendência na linguagem do marketing da sociedade pós-industrial. As afirmações a seguir caracterizam corretamente relações entre comunicação publicitária e artes visuais, à exceção de uma. Assinale-a. A) Uma empresa apropriou-se da obra de Tarsila para associar seu nome e um de seus produtos ao trabalho e ao nome de uma artista conhecida por retratar a brasilidade em suas obras. B) O olhar e o gesto do retrato são usados para destacar os aspectos funcionais e as características técnicas do produto, elementos concretos que determinam a escolha do consumidor na sociedade pós-industrial. C) O jogo intertextual promovido pela releitura da imagem explora a memória cultural para veicular a mensagem publicitária e persuadir os consumidores da excelência e originalidade do produto. D) A referência ao quadro de Tarsila no anúncio fornece valor agregado ao produto ao identificá-lo com uma artista modernista que representou as vanguardas no Brasil, particularmente em São Paulo, na década de 1920. E) A arte é utilizada no processo de construção da imagem da marca por comunicar significado e subjetividade, características importantes em um contexto global, no qual os produtos são cada vez mais padronizados. 44. (Estratégia Vestibulares - 2021) (Babushka) Yulia Brodskaya começou a trabalhar como designer e ilustradora em 2006, mas rapidamente abandonou os programas de computador para se dedicar à arte com papel: “O papel sempre exerceu um fascínio sobre mim. Eu tentei vários métodos e técnicas diferentes ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 85 para trabalhar com o papel, até eu encontrar a minha forma particular: agora eu desenho com o papel ao invés de desenhar sobre ele“. A técnica utilizada é chamada de quilling e envolve o uso de tiras de papel que podem ser enroladas, torcidas ou espichadas, conforme o desenho a se criar. Essas tiras são coladas em um fundo de papel e compõem imagens impressionantes. Foi com essas ilustrações em papel inovadoras que Brodskaya ganhou reputação internacional. O material parece atuar sobre as percepções e ideias de maneira singular, de modo que a observação se torna uma parte importante da mensagem. Sendo um objeto tridimensional, a obra de Brodskaya oferece múltiplas visões. Dependendo do ângulo de observação, da intensidade e da direção da iluminação a mensagem emocional emitida pela obra a e a experiência visual do observador mudam significativamente. Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 De acordo com o texto, a grande particularidade da artista Yulia Brodskaya está em seu uso singular do papel como matéria-prima artística, criando a) obras que tencionam os limites da ilustração, criando obras que parecem ter volume físico verdadeiramente. b) uma nova relação entre papel e digital, em que a artista não mais desenha sobre papel, mas com papel. c) um trabalho que lembra a colagem devido a sobreposição de elementos de texturas diversas de modo não figurativo. d) obras que mudam de acordo com a interpretação do espectador, que vê significados diferentes. e) uma obra tridimensional com um material tradicionalmente usado para criações bidimensionais. 45. (Estratégia Vestibulares - 2021) A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Brasil A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Rio de Janeiro. Centenas de peças devem chegar ao Brasil em agosto para uma exposição na Casa de Herança Oduduwa, local inaugurado no ano passado por Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi Ojaja II, rei da cidade de Ifé e soberano do povo iorubá. A proposta do espaço é aproximar cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entreo Brasil e o povo iorubá que, originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó, áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Há ainda um grande número de iorubás vivendo no Togo e em Serra Leoa, além de, fora da África, em Cuba, na República Dominicana e no Brasil. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 86 Grande parte dos escravos trazidos para a então colônia brasileira eram de origem iorubá – também chamados de nagôs. A mitologia que originou o candomblé, a umbanda e outras religiões afro-brasileiras tem muita influência nagô, bem como o samba, nascido nas casas de senhoras do século XIX que mantiveram os cantos e os batuques de seus antepassados. Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 De acordo com o autor, a exposição tem como objetivo principal a) valorizar a maior coleção de arte africana fora da África. b) explorar a diversidade cultural do continente africano. c) compreender as origens da mitologia que origina o candomblé. d) expor obras realizadas no Brasil sob influência africana. e) promover uma aproximação entre o Brasil e o povo iorubá. 46. (Estratégia Vestibulares - 2021) A gente foi feliz aqui é um projeto de intervenções urbanas, através de colagens, que procura reverberar e perpetuar a memória coletiva do bairro Pinheiro. Localizado em Maceio/AL, o Pinheiro foi um dos quatro bairros acometidos pela tragédia socioambiental do processo de subsidência do solo, causado pela extração das jazidas de sal-gema a partir da metade do século XX . Desde o ano de 2018, a migração forçada de milhares de vidas culminou no esmorecimento das dinâmicas socioespaciais do bairro e, consequentemente, no tolhimento das redes relacionais-afetivas comunitárias, construídas ao longo de décadas. Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 Na obra em questão, há um uso de colagens e intervenção urbana para uma reconfiguração da memória de um espaço físico e tem como objetivo principal a) não deixar sumirem as histórias das pessoas que vivam na região, cujas vidas sofreram uma drástica mudança. b) a reconfiguração do espaço público para impedir que as casas sejam desocupadas por questões financeiras. c) chamar a atenção para as questões de sustentabilidade e meio ambiente que acometeram a região do bairro Pinheiro. d) criar espaços para a convivência comunitária, já que estas pessoas perderam seus espaços de lazer. e) a vontade de criar um espaço acolhedor para pessoas que vivem em uma situação ruim nas jazidas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 87 47. (Estratégia Vestibulares - 2021) Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 Uma versão da famosa capa do disco dos Beatles, Abbey Road, foi produzida no Snoopy’s Home Ice, um espaço dentro do museu do personagem Charlie Brown, criado por Charles M. Schulz. No local há um aviso, dizendo o ponto exato onde se colocar para fotografar a calçada, mantendo a ilusão de volume das personagens. Essa intervenção urbana conjuga elementos das artes plásticas tradicionais ao brincar com elementos como a) harmonia, criando uma obra cujos elementos se relacionam a partir de qualquer ponto, sem distorção. b) perspectiva, usando a noção de ponto de observação do espectador para garantir o efeito da obra. c) equilíbrio, pois as figuras estão distribuídas de maneira igual pela faixa, sem distorção de perspectiva. d) ritmo, já que o caminhar das personagens sobre a faixa garante ilusão de movimento e de musicalidade. e) simetria, deixando evidente a distribuição das imagens a partir do olhar de um ponto específico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 88 48. (Estratégia Vestibulares - 2021) (Vinie Graffiti) Obras como a da artista francesa Vinie convidam o espectador a pensar sobre a a) presença da natureza nas grandes cidades. b) relação entre obra de arte e a cidade. c) sustentabilidade nos dias de hoje. d) diferença entre grafite e pichação. e) necessidade de ressignificar cores. 49. (Estratégia Vestibulares - 2021 - Inédita - Prof.ª Celina Gil) Instalação interativa para crianças: 'The Obliteration Room' / Yayoi Kusama De dezembro de 2011 e até março de 2012, uma instalação surpreendentemente simples da artistas Yayoi Kusama foi realizada na Queensland Gallery of Modern Art, na Austrália. O espaço reconstruiu um entorno doméstico, com diversos móveis e objetos, e em seguida foi todo pintado de branco brilhante. Embora isso possa sugerir uma topografia cotidiana, esvaziada de toda a cor e a especificidade, ao mesmo tempo funciona como uma tela branca a ser energizada – ou, no vocabulário de Kusuma, ‘desvainecida’- através da aplicação, em todas as superfícies disponíveis, de etiquetas de cores brilhantes com a forma de pontos. No decorrer de duas semanas, os jovens visitantes do museu receberam milhares de stickers coloridos e foram convidados a colaborar na transformação do espaço, convertendo a casa em uma vibrante explosão de manchas de cor. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 89 (Fonte: Wikimedia Commons) (Fonte: Flickr) Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 No texto e nas imagens, a concepção de interatividade está relacionada à prática de a) construção de uma ideia bastante simples com a qual as pessoas se relacionam. b) alteração do espaço físico por parte da intervenção dos espectadores. c) reconstrução de um ambiente doméstico que acessa as memórias pessoais. d) preenchimento do espaço com composições artísticas do público expostas. e) contrastar o branco e o colorido a partir das mensagens diferentes que passam. 50. (Estratégia Vestibulares - 2021 - Inédita - Prof.ª Celina Gil) Tamman Azzam nasceu em Damasco, na Síria, em 1980. Após um treinamento artístico na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Damasco, e quando iniciou a revolta na Síria ele voltou-se para a mídia digital e arte gráfica para criar composições visuais do conflito, com grande repercussão internacional. Superposição da obra “O beijo”, de Gustav Klimt em prédio devastado pela guerra, na Siria. Por Tamman Azzam. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 90 Uma das criações mais famosas de Azzam é a superposição da icônica obra “O beijo“, de Gustav Klimt, em paredes de um prédio devastado pela guerra em sua terra natal, o que provoca sentimentos contraditórios, oscilando do horror à contemplação, e vice-versa… Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 A originalidade do grafite com a imagem de uma obra famosa parte da a) disposição de um tema amoroso em um espaço urbano de guerra. b) integração entre diferentes estilos artísticos e arquitetônicos. c) manutenção de um estilo artístico clássico mesmo num prédio atual. d) liberdade de criação de modificar a imagem que escolheu reproduzir. e) reprodução de uma obra famosa em um prédio histórico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 91 6.3 – Gabarito 1. A 2. C 3. E 4. B 5. C 6. D 7. D 8. C 9. C 10. B 11. A 12. D 13. A 14. C 15. B 16. E 17. D 18. A 19. C 20. A 21. B 22. 11 23. 14 24. B 25. A 26. B 27. B 28. C 29. E 30. D 31. C 32. C 33. C – C 34. C 35. D 36. A 37. C 38. D 39. D 40. A 41. D 42. C 43. B 44. E 45. E 46. A 47. B 48. B 49. B 50. AESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 92 6.4 – Questões comentadas 1. (ENEM – 2018 – 1ª aplicação) TEXTO I BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017 (adaptado). TEXTO II Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica (Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros. Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado) Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a) A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais. B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS. C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade. D) análise dos problemas de mobilidade urbana. E) foco na promoção cultural da sua cidade. Comentários: - A alternativa A é a resposta, afinal o autor faz uso de um GPS, objeto de uso cotidiano, para a produção de uma obra artística. - A alternativa B está incorreta, pois não se busca explicar o funcionamento do aparelho GPS, mas se apropriar de sua função para constituir uma obra de arte. - A alternativa C está incorreta, pois a originalidade da obra não consiste no uso da bicicleta, algo visto em diversas outras composições, mas sim a utilização do GPS para produzir algo inovador. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 93 - A alternativa D está incorreta, pois a obra não faz referência aos problemas de mobilidade urbana no Rio de Janeiro. Assim sendo, não é possível considerá-la um trabalho crítico. - A alternativa E está incorreta, pois a partir das informações do texto é possível constatar que se trata de um artista canadense representando um elemento cultural que é o cartão-postal do Rio de Janeiro e do Brasil. Gabarito: A 2. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação) Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil evidencia o processo de modernização pela A) verticalização do espaço. B) desconstrução da forma. C) sobreposição de elementos. D) valorização da natureza. E) abstração do tema. Comentários: - A alternativa A está incorreta, afinal não são representados edifícios vertiginosos na tela. A alternativa B está incorreta, pois os elementos representados pela tela são facilmente identificáveis. Com isso, trata-se de uma arte figurativa. - A alternativa C é a resposta. A tela de Tarsila do Amaral representa os avanços técnicos vivenciados no contexto de produção por meio da sobreposição de elementos, colocando a frente símbolos da modernidade, como postes, carros, pontes e trilhos de trem, enquanto se veem ao fundo elementos que podem ser associados à paisagem rural, como casas baixas e uma igreja. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 94 - A alternativa D está incorreta, afinal na imagem prevalecem elementos produzidos pelo homem, como casas, carros e postes telegráficos. - A alternativa E está incorreta, afinal trata-se de um exemplar de arte figurativa, que deixa clara a intenção da autora de representar uma paisagem em processo de transformação pelas inovações técnicas. Gabarito: C 3. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação) TEXTO I MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em: www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado). TEXTO II GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre, Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016. TEXTO III A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros, apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 95 científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz, em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo não para”. FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a) A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento. B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico. C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua representação. D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção de realidade. E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e fidedigno da realidade. Comentários: Essa é uma questão de intepretação de texto. Vejamos as alternativas: - A alternativa A está incorreta, afinal o Texto III questiona a capacidade da fotografia de captar o efêmero de maneira verossímil, ao menos como realmente se julga ser possível. - A alternativa B está incorreta, pois a obra nem sempre busca expressar os sentimentos do artista. No caso dos Texto I e II, vê-se a preocupação dos autores de representar o movimento dos cavalos em corrida. - A alternativa C está incorreta, afinal o Texto III se indaga sobre os limites da fotografia de captar o mundo. Cabe destacar que ele discute a fotografia enquanto técnica, o que não a impede de ser contemplada como uma expressão artística. - A alternativa D está incorreta, afinal o texto não considera a representação de Roudin como equivocada, mas ambígua diante do descompasso entre o movimento projetado pelas patas traseiras e dianteiras dos cavalos representados. Com isso, não se busca estabelecer o movimento tal como ele realmente é, mas sim explorar suas possibilidades. - A alternativa E é a resposta. De acordo com o texto III, a fotografia não é uma representação fidedigna da realidade, na medida em que não consegue explorar as múltiplas possibilidades do movimento em um mesmo plano, diferente do que se vê nas telas reproduzidas nos textos I e II. Obs: É importante que o aluno não compreenda a fotografia não como uma representação fidedigna do real, mas fruto de escolhas e concepções do artista, que seleciona alguns elementos em seu enquadramento, em detrimento de outros. Gabarito: E ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 96 4. (ENEM – 2017 – Libras) E a sujeira virou arte Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes, 27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que consiste em apagar a sujeira paratambém lhes agradaria ver na realidade. Isso é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na natureza e somos gratos aos artistas que a preservaram em suas obras.” “Mas essa propensão para admirar o tema bonito e atraente é passível de se converter num obstáculo se nos levar a rejeitar obras que representam um tema menos atraente.” “De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside realmente na beleza de seu tema.” “Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos, deixando algo para ser adivinhado, também há os que gostam de pinturas ou esculturas que deixem alguma coisa sobre que se possa conjeturar e meditar.” “Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência daquilo que viu. (...) A outra é que nunca deveríamos condenar uma obra por estar incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda convicção de estarmos certos e o pintor errado.” “Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância em descartar hábitos e preconceitos.” (Estratégia Vestibulares – 2020) A arte não é, como vemos, algo isolado das demais atividades humanas. Ela está presente nos inúmeros artefatos que fazem parte do nosso dia-a-dia. Muitas coisas que hoje observamos nos museus, ontem faziam parte do cotidiano do homem. Da mesma forma, muitas construções que atualmente são monumentos tombados como patrimônio histórico ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 7 de um povo, antigamente eram locais de moradia e, neles, famílias viveram momentos de tranquilidade, de apreensão, de medo e de alegria. Assim, as construções em que moramos hoje, bem como os utensílios que agora fazem parte da nossa vida diária, futuramente poderão estar nos museus, atestando os nossos hábitos, os nossos valores e o nosso modo de vida. (Adaptado de História da Arte, Graça Proença. 2004) Sobre o texto, é correto afirmar que a as obras artísticas a) se encontram desvinculadas da noção de utilidade. b) são artefatos que atendem a uma determinada coletividade c) são essencialmente objetos cotidianos e históricos. d) são criações de caráter individual e subjetivo. e) podem refletir as práticas e concepções de um povo. Comentários: As alternativas A e B estão incorretas, pois nem todas as obras artísticas são utensílios, moradias e outros objetos difundidos na coletividade. A alternativa C está incorreta, pois nem toda obra artística é um artefato histórico. A alternativa D está incorreta, pois a construção de moradias e a fabricação de utensílios que se tornam artefatos históricos nem sempre envolve a externalização da individualidade do autor. A alternativa E é a resposta. A produção artística se encontra profundamente integrada à cultura e aos sentimentos de um povo, por vezes externalizando elementos cotidianos do passado, as crenças e as práticas de seus membros. Gabarito: E 3 – Definições importantes Para que você não encontre dificuldades ao longo do material, separamos algumas definições importantes quando o assunto é arte. Utilize esse material como um glossário sempre que for preciso. Muitas questões do seu vestibular podem ser resolvidas a partir dessas definições. Veremos então quatro grupos de definições técnicas, elementos formais, conceitos e gêneros. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 8 Elementos formais Cor É uma percepção visual a partir da luz. A cor de um objeto é definida a partir da frequência de onda que ele reflete, ou seja, os comprimentos de onda que ele não consegue absorver. As cores podem ser primárias – amarelo, azul e vermelho; secundárias – verde (união de azul e amarelo), laranja (união de amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (união de vermelho e azul); ou terciárias – vermelho-arroxeado (união de vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (união de vermelho e laranja); amarelo-esverdeado (união de amarelo e verde) e amarelo-alaranjado (união de amarelo e laranja); azul- arroxeado (união de azul e roxo) e azul-esverdeado (união de azul e verde). Forma O modo como identificamos os elementos. Uma forma pode ser figurativa, quando representa um elemento de maneira definida; abstrata, quando se constitui de formas indefinidas, como manchas; geométricas, quando é formada a partir de um conjunto de pontos com determinada propriedade (ex.: um conjunto de pontos equidistantes de uma origem, forma um círculo), plana ou espacial. Linha Um dos elementos essenciais nas artes. A linha é obtida a partir de uma série de pontos, um depois do outro. É obtida quando se arrasta o instrumento sobe a superfície, deixando um rastro. Dependendo do modo como é organizada na superfície, pode denotar diferentes expressividades, como fluidez, dinamismo, direção, movimento, tensão, ilusões de ótica, texturas etc. Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal, inclinada, convergente, divergente, paralela, perpendicular, entre outros. Cada um desses usos gera uma expressividade diferente. Luz A luz, aliada à sombra, é o que faz com que vejamos um objeto no espaço – seja ele tridimensional ou bidimensional. Ela pode ser natural ou artificial, trazendo diferentes expressividades cada uma delas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 9 A luz projetada também cria sombra própria e sombra projetada. Em diversas escolas de arte, a luz será essencial para a criação de verossimilhança ou imitação do real. É um dos primeiros elementos a serem explorados e aprimorados quando se desenha utilizando técnicas como lápis e grafite. Matiz Característica que define e distingue uma cor de outra. Verde e amarelo, por exemplo, são matizes. O brilho das cores é dado pela intensidade do matiz, que pode ser forte (saturada) ou fraca (dessaturada). Ponto Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma superfície. É a menor unidade possível em um desenho ou traçado sobre superfície. É um dos elementos essenciais nas artes. Pode servir para delinear uma imagem, formando o pontilhado ( ); para sombrear uma imagem e gerar volume (a partir do agrupamento de muitos pontos, gerando claro e escuro); ou mesmo criar desenhos completos a partir da alteração de cor e concentração. Essa última ideia será a base para o Pontilhismo ou para as imagens a partir de pixels, na criação de retícula tipográfica. Superfície Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar uma obra de arte. Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc. Textura A textura é o aspecto de uma superfície. Ela pode ser lisa, ondulada, áspera, rugosa etc. Pode não ter necessariamente um volume, ou seja, pode não ser táctil, mas sim provocar uma sensação visual, quando realizadas a partir da intervenção de instrumentos manipulados sobre superfícies: diversos riscos, de diferentes cores, sobre um papel, por exemplo. Tom Refere-se à quantidade de luz presente em uma cor. Escalas tonais mais escuras são aquelas em que houve acréscimo de preto ao matiz. Escalas tonais mais claras são aquelas em que houve acréscimo de branco ao matiz. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 10 Volume É aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de tridimensionalidade numa produção bidimensional. Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos. (Estratégia Vestibulares – 2020) O volume é aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objetocriar desenhos que dialogam com a problemática da cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que, na verdade, elas não veem porque não querem”, diz. SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado). A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo que a sociedade reveja valores e preconceitos. O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de a) ressaltar o descaso do poder público com a limpeza. b) evidenciar a humanidade dos usuários de drogas. c) apresentar a estética da paisagem urbana. d) destacar a poética dos espaços públicos. e) debater o perigo da poluição. Comentários: - A alternativa A está incorreta, pois a poluição urbana é utilizada como matéria-prima para abordar um outro tema: a situação dos dependentes químicos na capital mineira. - A alternativa B é a resposta. Ao representar rostos de usuários de crack, o autor busca chamar atenção para uma população hostilizada e invisibilizada nos espaços urbanos. - As alternativas C e D estão incorretas, pois o enfoque do autor não é a paisagem urbana ou os espaços públicos, mas sim a população invisibilizada nestes espaços. - A alternativa E está incorreta, pois a poluição é utilizada para criar novos desenhos, técnica chamada pelo texto de grafite reverso. Gabarito: B 5. (ENEM – 2017 – 2ª APLICAÇÃO) Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 97 estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural, no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte- americano. WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado). De acordo com o texto, em décadas passadas, a dificuldade das empresas norte-americanas indica a influência de um viés cultural e econômico na A) popularização do futebol no país frente à concorrência com o basquete. B) conquista da alta lucratividade por meio do futebol no cenário norte-americano. C) implantação do basquete como esporte mundial frente à força cultural do futebol. D) importância dada por empresas esportivas ao futebol, similar àquela dada ao basquete. E) tentativa de fazer com que o futebol transmitido pela TV seja consumido por sua população. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o país não estava diante de um quadro de popularização maior do que o basquete nos EUA segundo o texto. A alternativa B está incorreta, pois o que o texto aponta é que o futebol teve e ser incorporado nos programas estratégicos, mas não que era algo que tinha maior lucratividade, frente a outros esportes mais típicos dos Estados Unidos. A alternativa C está correta, pois o texto aponta que houve uma tentativa de implantar o basquete, esporte tipicamente americano, para fazer frente ao futebol, um dos esportes mais conhecidos e adorados do mundo. A alternativa D está incorreta, pois o basquete era tratado ao longo do tempo como mais importante que o futebol nos EUA. A alternativa E está incorreta, pois o texto aponta que os canais tiveram que lidar de última hora com um esporte pouco comum aos americanos. Gabarito: C 6. (ENEM – 2016 – 2ª APLICAÇÃO) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 98 A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um procedimento artístico representativo da década de 1960 por A) visar a conservação das representações e dos registros visuais. B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade. C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura. D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados. E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois a colagem não promove conservação, mas ressignificação, recriação de elementos na criação de uma nova obra. A alternativa B está incorreta, pois a colagem não se envolve necessariamente com a sustentabilidade, ainda que reaproveite elementos. A alternativa C está incorreta, pois a colagem não é um movimento artístico que se proponha a apagar o passado, mas criar uma ressignificação das imagens envolvidas. A alternativa D está correta, pois a base da técnica da colagem é a mistura de elementos de diferentes naturezas, criando novos significados quando integrados. A alternativa E está incorreta, pois independentemente se é uma técnica criada de maneira digital ou manual, não há a abolição do trabalho artesanal. Gabarito: D 7. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação) A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca presença no panorama da arte brasileira e internacional. Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado manual para A) obtenção das linhas retas paralelas. B) valorização do tracejado retilíneo. C) exploração de diferentes texturas. D) obtenção do equilíbrio assimétrico. E) inscrição homogênea das formas e palavras. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 99 Comentários: A alternativa A está incorreta, pois não há apenas o uso de linhas paralelas nessa obra. A alternativa B está incorreta, pois esse tracejado não tem o maior destaque da obra. A alternativa C está incorreta, pois há apenas o uso da textura do bordado livre aqui. A alternativa D está correta, pois ainda que haja equilíbrio na distribuição de elementos sobre o tecido, eles são diferentes entre si, não promovendo uma simetria completa. A alternativa E está incorreta, pois não há aqui uma homogeneidade na produção, ainda que haja distribuição equilibrada. Gabarito: D 8. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação) Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileirae desfrutar de um lugar de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”? OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015. O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada à A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao trabalho do artista. B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte então elaborado. C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por fatores externos. D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma vertente artística. E) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram da temática. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 100 Comentários: A alternativa A está incorreta, pois não se trata de uma incorporação a alguma corrente teórica específica, mas de um contexto social como um todo. Não necessariamente algo que pertence a uma corrente teórica específica foi considerado belo. A alternativa B está incorreta, pois o belo é uma questão de contexto, não de perenidade, deixando uma obra datada muitas vezes. A alternativa C está correta, pois o Belo na arte não é necessariamente atrelado à ideia de beleza da sua época. O belo aparece na capacidade de uma obra de tocar o espectador, fundamentando-se em ideologias e questões sociais da época. Não há nada essencialmente belo, pois essa ideia é condicionada por um contexto. A alternativa D está incorreta, pois o texto indica que a apropriação do pintor sobre o ideal de beleza em alguns momentos não corresponde ao conceito de belo dos receptores. A alternativa E está incorreta, pois o pintor apontado no texto utilizou técnicas e recursos já conhecidos na sua época e ainda assim a obra não foi considerada bela por não estar alinhada a um projeto ideológico contemporâneo a ela. Gabarito: C 9. (ENEM – 2013 – 1ª aplicação) KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução) O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. B) estabelecer uma postura proativa da sociedade. C) provocar a reflexão sobre essa realidade. D) propor alternativas para solucionar esse problema. E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto não explora as origens do problema, apenas expõe os contrastes na sociedade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 101 A alternativa B está incorreta, pois o artista critica o contraste e entre a condição de vida das duas crianças, não estabelece um incentivo à ação da sociedade sobre o problema. A alternativa C está correta, pois o artista promove uma crítica à exploração do trabalho infantil ao comparar duas crianças: uma brincando com um trem de brinquedo e outra puxando um vagão de verdade. A alternativa D está incorreta, pois a obra não propõe alternativas, apenas expõe o problema. A alternativa E está incorreta, pois o texto não localiza no espaço onde se passa o problema social descrito. Gabarito: C 10. (ENEM – 2013 – 2ª aplicação) Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores, percebe-se a A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que tornam a obra de abrangência regional. B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes novo sentido condizente. C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado inacabado. D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter feminista. E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária. Comentários: - A alternativa A está incorreta, pois os elementos empregados na confecção da obra são amplamente utilizados em território nacional. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 102 - A alternativa B é a resposta, afinal Rosângela Paulino se apropria de elementos tradicionais e cotidianos – os instrumentos de costura – para a realização de sua obra, ao qual é atribuído sentido artístico. - A alternativa C está incorreta, pois a obra não apresenta indícios de que não foi concluída. - A alternativa D está incorreta, afinal a autora se apropria de elementos da costura para representar uma mulher negra com a boca costurada, como se fosse silenciada, mas não se coloca como uma arte feminista. Além disso, a costura não é um elemento exclusivo do cotidiano feminino. - A alternativa E está incorreta, afinal a obra não possui caráter utilitário, afinal é voltada para a contemplação. Gabarito: B 11. (ENEM - 2012) Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem movimento. Essa obra retrata a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada. b) o inconformismo da população de baixa renda da capital. c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital. d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil. e) a solidariedade da população nordestina. Comentários - A alternativa A é a resposta. Heitor dos Prazeres foi um sambista e pintor no Rio de Janeiro, destacando-se como um personagem marcante da Praça Onze, um dos pontos de efervescência da cultura afro-brasileira. Como pintor, suas telas retrataram comunidades, crianças, bares, festas e outros elementos do cotidiano das camadas populares da capital. - A alternativa B está incorreta, pois o quadro de Heitor dos Prazeres não sugere uma reação da população de baixa renda quanto a uma situação de injustiça social ou cenário político, mas um momento de festejo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 103 - A alternativa C está incorreta, pois o autor retratou uma cena de celebração entre pessoas das camadas populares. - A alternativa D está incorreta, afinal a cena representada pelo artista sugere um momento de descontração entre quatro pessoas, não sendo possível, portanto, concluir que se trata de uma representação de uma situação instável. - A alternativa E está incorreta, afinal não há elementos que sugiram que a cena retratada pelo autor se passa na região Nordeste ou represente a população Nordestina. Gabarito: A 12. (ENEM – 2009 – Cancelado) O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima utilizada. Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região do Brasil o artefato acima foi produzido? A) Sul. B) Norte. C) Sudeste. D) Nordeste. E) Centro-Oeste. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois ainda que no sul gaja artesanato de argila, são mais objetos utilitários do que estátuas. A alternativa B está incorreta, pois na região norte há uma quantidade maior de artesanato em cerâmica marajoara, argila e cestaria. A alternativa C está incorreta, pois na região sudeste há uma quantidade mais frequente de peças de tecido e renda. A alternativa D está correta, pois o artesanatos mais típicos da região nordeste são os trabalhos em barro, madeira,areia e em cerâmica, principalmente criando carrancas e personagens do dia a dia ou do imaginário popular, como figuras do cangaço, por exemplo. A alternativa E está incorreta, pois os temas mais frequentes do artesanato do centro-oeste lembram cenas de caça, lendas, danças e demais situações folclóricas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 104 Gabarito: D 13. (ENEM – 2009 – Cancelado) TEXTO A TEXTO B Metaesquema I Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas, os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica também era um artista extremamente rigoroso com a técnica. Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado). Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se em consideração o texto e a obra Metaesquema I, reproduzidos acima, verifica-se que A) a obra confirma a visão do texto quanto à ideia de estruturas que parecem se movimentar, no campo limitado do papel, procurando envolver de maneira mais efetiva o olhar do observador. B) a falta de exatidão no espaçamento entre as figuras (retângulos) mostra a falta de rigor da técnica empregada, dando à obra um estilo apenas decorativo. C) Metaesquema I é uma obra criada pelo artista para alegrar o dia a dia, ou seja, de caráter utilitário. D) a obra representa a realidade visível, ou seja, espelha o mundo de forma concreta. E) a visão da representação das figuras geométricas é rígida, propondo uma arte figurativa. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 105 A alternativa A está correta, pois por não serem completamente alinhadas as formas dão a impressão de movimento mesmo na bidimensionalidade do papel. A alternativa B está incorreta, pois o texto afirma que “além de transgressor e muito radical, Oiticica também era um artista extremamente rigoroso com a técnica”. A alternativa C está incorreta, pois a obra é descrita como de caráter participativo, não contemplativo. A alternativa D está incorreta, pois a obra não busca mimetizar o real. É uma imagem abstrata. A alternativa E está incorreta, pois a arte aqui é abstrata, não figurativa. Gabarito: A 14. (ENEM - 2002) A leitura do poema "Descrição da guerra" em Guernica traz à lembrança o famoso quadro de Picasso. Entra pela janela o anjo camponês; com a terceira luz na mão; minucioso, habituado aos interiores de cereal, aos utensílios que dormem na fuligem; os seus olhos rurais não compreendem bem os símbolos desta colheita: hélices, motores furiosos; e estende mais o braço; planta no ar, como uma árvore a chama do candeeiro.(...) (Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.) Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos trechos do poema. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 106 Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: a) a1, a2, a3 b) f1, e1, d1 c) e1, d1, c1 d) c1, c2, c3 e) e1, e2, e3 Comentários Essa é uma questão de interpretação da imagem. Na sessão e1 é possível ver o “anjo camponês” entrando pela janela; ao passo que na sessão d1, vê-se um braço segurando um candeeiro (lampião), disposto na sessão c1. Feitas essas considerações, a alternativa C é a resposta. Gabarito: C 15. (UNESP – 2020) Perspectiva. Técnica de representação, numa superfície plana, do espaço tridimensional, baseado no uso de certos fenômenos ópticos, como a diminuição aparente no tamanho dos objetos e a convergência das linhas paralelas à medida que se distanciam do observador. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.) Verificam-se distorções e ambiguidades em relação à técnica da perspectiva na seguinte obra: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 107 Comentários: A alternativa A está incorreta, pois a obra “A clarividência” não faz nenhuma subversão da perspectiva; pelo contrário, ela é marcada por figurativismo. A alternativa B está correta, pois percebe-se que não há mudança no tamanho dos elementos a depender da distância em que se encontram. As pessoas do quadro também são do mesmo tamanho, independentemente de onde estão. Outro modo de responder à questão seria identificar que o pintor é Escher, artista que tem como uma de suas principais características a subversão da perspectiva. A alternativa C está incorreta, pois há um uso da perspectiva como descrito no verbete que compõe o enunciado, principalmente na diminuição dos tamanhos. A alternativa D está incorreta, pois vê-se diferença de tamanho nas personagens, indicando que há uso da perspectiva. A alternativa E está incorreta, pois há um aprofundamento da paisagem, que por estar mais distante se encontra menor. Gabarito: B 16. (UNESP – 2018) Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do mundo exterior. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.) De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra: a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 108 c) d) e) Comentários: O expressionismo é descrito como “ toda arte em que as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista” e o autor afirma que o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do mundo exterior”. Assim, a obra de arte expressionista aqui é aquela que não busca a representação real/fiel do mundo, mas sim representa-o de acordo com as emoções do artista. A única obra que representa o mundo dessa maneira aqui é A igreja de Auvers-Sur-Oise, de Van Gogh – artista notadamente expressionista. Isso se comprova pela distorção das formas do prédio e pelos traços bem marcados dos caminhos e grama. Todas as outras obras buscam representar fielmente a realidade, ainda que possuam estilos diferentes. Gabarito: E 17. (UNESP – 2018) Na Europa, os artistas continuam a explorar caminhos traçados pelos primeiros pintores abstratos. Mas a abstração desses artistas não é geométrica: sua pintura não representa nenhuma realidade, tampouco procura reproduzir formas precisas. Cada artista inventa sua própria linguagem. Cores, formas e luz são exploradas, desenvolvidas e invadem as telas. Traços vivos e dinâmicos... Para cada um, uma abstração, um lirismo. (Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.) O comentário do historiador Christian Demilly aplica-se à obra reproduzida em: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 109 a) b) c) d) e) Comentários: A obra descrita no enunciado possui características como“abstração não geométrica”, “pintura que não representa nenhuma realidade”, “não reproduz formas precisas”, “cor, forma e luz exploradas”, “traços vivos e dinâmicos”. Analisando-se uma a uma as alternativas percebe-se, que: A alternativa A está incorreta, pois busca representar uma realidade. A alternativa B está incorreta, pois também busca representar uma realidade. A alternativa C está incorreta, pois apresenta uma abstração geométrica. A alternativa E está incorreta, pois reproduz formas precisas. Assim, a única alternativa que possui todas as características elencadas no enunciado é alternativa D, Azul II, de João Miró. Gabarito: D ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 110 18. (UNESP – 2017) O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz. O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser. As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes, produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra, vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973): a) b) c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 111 Comentários: O quadro a que o enunciado se refere possui as seguintes características: Ø formas brutas, essenciais, remetendo ao estado natural, primitivo; Ø plantas de contornos inchados; Ø pés agigantados e seio caído (apelo da gravidade); Ø cabecinhas sem faces; Ø seres não construídos, mas sim naturais; e Ø palheta de cores em verde, amarelo, azul e branco, além de um ocre avermelhado na pele. O único quadro que se adequa a essa descrição é o Antropofagia. A pintura mostra duas figuras de cabeças pequenas e pés gigantes, além de uma figura com o seio grande e caído. Além disso, há grandes plantas atrás das personagens, obedecendo os tons de cores descritos do enunciado como brasileiros, nacionais (o verde, o amarelo, o azul e o branco). O tom da pele das personagens obedece ao ocre do enunciado. Assim a alternativa correta é alternativa A. Gabarito: A 19. (UNESP – 2017) A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado. (Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.) Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em: a) b) c) d) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 112 e) Comentários: O enunciado apresenta as seguintes características como específicas da obra citada: Ø Feita no século XX, na França Ø Não representar o que era visto, mas o que não podia ser visto. Ø Os rostos de perfil têm dois olhos. Ø A natureza se decompõe em formas geométricas. Além da frase “a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado”. A única obra que se encaixa nessas características é Mulher sentada, de Pablo Picasso. O próprio nome do artista já poderia ser um indício para responder, pois Picasso é um dos maiores artistas cubistas. Analisando-se a imagem, porém, é perceptível a composição envolvendo o nariz e boca de perfil juntamente com os dois olhos aparecendo. Isso é exatamente o modo como essa pintura é descrita no enunciado. A mulher também é construída com formas geométricas. Portanto, a alternativa correta é alternativa C. Gabarito: C 20. (UNESP – 2016) Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema deriva de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa. (David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.) O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em: a) (Andy Warhol. Elvis I, 1962.) b) (Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon, 1907.) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 113 c) (Jackson Pollock. Convergência, 1952.) d) (Henri Matisse. Interior, jarra com peixes vermelhos, 1914.) e) (Kasemir Malevitch. Cruz Negra, 1923.) Comentários: A obra descrita no enunciado conta com as seguintes características: Ø Atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. Ø Cores saturadas, formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. Ø Tema derivado de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa. A chave para responder a essa questão estaria na expressão consumo de massa. Essa expressão se liga à ideia de indústria cultural e cultura de massa. Chama-se de cultura de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas com o intuito de serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é atingir o grande público. Por vezes, algumas figuras podem simbolizar bastante esses ideias. Pessoas como Marilyn Monroe e Elvis Presley se tornam ao longo do tempo muito conhecidas, fazendo com que suas imagens sejam recriadas frequentemente em diferentes obras de arte. A Pop Art é o movimento artístico que mais se apropria desses referenciais. Assim, a obra que melhor representa essas características é Elvis I, de Andy Warhol, um dos principais representantes da cultura pop. Gabarito: A 21. (Uel - 2019) Relacione as imagens às manifestações artísticas a seguir. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 114 (A) Representa a natureza e o cotidiano, bem como a visão do homem na captação de formas simples. (B) Ocupa espaços públicos, por meio de intervenções e performances artísticas, estabelecendo a relação entre arte e cidade. (C) Utiliza a pintura para causar efeitos ilusórios por meio da perspectiva arquitetônica das cenas. (D) Expressa o poder, respeitando as convenções, como a frontalidade e a indicação do lugar das personagens na composição. Assinale a alternativa que contém a associação correta. a) I-B, II-D, III-A, IV-C. b) I-C, II-A, III-D, IV-B. c) I-C, II-B, III-A, IV-D. d) I-D, II-A, III-C, IV-B. e) I-D, II-C, III-A, IV-B. Comentários: A imagem I se refere à manifestação em C. Os afrescos romanos na parede são criados de tal modo que possam criar ilusão de perspectiva e volume. A imagem II se refere à manifestação em A. As pinturas pré-históricas em paredes imitam elementos cotidianos e da natureza. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 115 A imagem III se refere à manifestação em D. As imagens vistas aqui são mosaicos bizantinos, que respeitam regras de frontalidade, sem se apegar a noções de perspectiva. A imagem IV se refere à manifestação emB. o grafite está numa superfície pública, um muro, estabelecendo relação com a cidade. Gabarito: B 22. (Uem - 2018) Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto. 01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia. 02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor. 04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade. 08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são compostas apenas por duas dimensões. 16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas são as esculturas feitas em barro ou em argila. Comentários: O item 01 está correto, pois de fato as artes visuais, como o nome já aponta, são aquelas que podem ser compreendidas e apreciadas a partir do sentido da visão. O item 02 está correto, pois todos os elementos citados são considerados conceitos básicos para a composição de obras visuais. O item 04 está incorreto, pois as dimensões do espaço são altura, largura e profundidade. O item 08 está correto, pois todas as linguagens citadas são realizadas em suportes bidimensionais. O item 16 está incorreto, pois durante a pré-história se produziam objetos a partir de lascas de pedra e ossos. Apenas posteriormente, com o advento do fogo, se criam os artefatos em argila. Gabarito: 01 + 02 + 08 = 11. 23. (Uepg - 2018) Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for correto. 01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza aspectos bidimensionais como altura e largura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 116 02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva. 04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias. 08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica. Comentários: O item 01 está incorreto, pois obras bidimensionais não podem ser percebidas pelo tato. O item 02 está correto, pois a definição de melodia é a sequência de notas e sons, harmonizados formando uma linha melódica. O item 04 está correto, pois a partir do círculo cromático é possível compreender as relações entre cores primárias e secundárias, compreendendo sua formação. O item 08 está correto, poisas imagens são impressas a partir de uma sucessão de pontos sobrepostos em diferentes cores, à semelhança do que se fazia no pontilhismo. Gabarito: 02 + 04 + 08 = 14. 24. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) A videodança é um produto híbrido realizado com a mistura entre o audiovisual e a dança e tem como principal elemento o movimento. É diferente do mero registro documental de um espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela. Isso significa que os movimentos da câmera – travellings, panorâmicas, zoom in, zoom out –, assim como a escolha dos planos, a montagem e a edição das cenas são tão importantes para o resultado final quanto os movimentos capturados pelas lentes. Com isso, o vídeo deixa de ser apenas meio para se transformar em um “sistema de expressão”, conforme descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto em película cinematográfica. VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 Segundo o texto, a videodança a) é um registro documental de um espetáculo, que se torna popular a partir do século XX, em diálogo com o cinema. b) demanda um pensamento tanto na coreografia quanto nos movimentos de câmera e edição para compor a obra. c) é um termo para um tipo de filmagem que leva em consideração os movimentos de câmera dinâmicos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 117 d) consiste em um sistema de expressão contemporâneo do audiovisual, ligado ao cinema digital e em vídeo. e) é um gênero de cinema contemporâneo que consiste em retratar narrativas ligadas ao mundo da dança. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto aponta que a videodança não é um simples registro. Os movimentos de câmera são pensados para dialogar narrativamente com a coreografia. A alternativa B está correta, pois o texto aponta que “É diferente do mero registro documental de um espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela”. A alternativa C está incorreta, pois videodança são obras que contam com uma coreografia executada fisicamente e uma filmagem cujos movimentos de câmera acompanham a movimentação do performer. A alternativa D está incorreta, pois o texto deixa claro que o registro cinematográfico em película também é possível, não sendo exclusivamente ligada ao vídeo e ao digital. A alternativa E está incorreta, pois não há nada no texto que indique que isso seria um gênero cinematográfico, mas uma expressão artística. Gabarito: B 25. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna. O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim, entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento, transformando e reinventando. (Disponível em Acesso em 20 nov. 2020) A partir da descrição no texto, apreende-se que o teatro de rua a) dialoga de maneira política com a sociedade em que se encontra, pois ocupa o espaço público de maneira sincrética. b) obriga o espectador a olhar a produção artística, o que nem sempre gera uma boa recepção por parte do público. c) cria uma maior preservação da arte, já que não cobra ingressos para a entrada do público nos locais de apresentação. d) elabora questões irreais, criando elementos para os espetáculos próximos da fantasia e do realismo fantástico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 118 e) transforma a cidade de maneira permanente, já que precisa reelaborar locais de passagem para que sejam cenários. Comentários: A alternativa A está correta, pois o texto afirma que ninguém fica imune ao teatro de rua, já que ele ocupa todos os espaços, se abrindo para o olhar do público de maneira indiscriminada. . Se pensamos em política como algo que diz respeito à relação do cidadão com o espaço público, o entendimento de que a rua pode ser um espaço de ocupação artística, não só de passagem, é um ato modificador. A alternativa B está incorreta, pois não há nada no texto que indique que o público não recebe bem,mas que ele não fica nunca imune ao que ocorre. A alternativa C está incorreta, pois a rua não exige o pagamento de ingressos. Além disso, o texto aponta para uma democratização da arte, não maior preservação. A alternativa D está incorreta, pois a ideia de fantasia aqui não é necessariamente de gênero literário, mas de criação de outro mundo, como proporcionado pelas artes cênicas. A alternativa E está incorreta, pois o espetáculo é perene, não permanente. Assim, não há uma modificação para sempre. Gabarito: A 26. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo. Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis. O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é. Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida. Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um protagonista negro. (Disponível em Acesso em 20 nov. 2020) A importância da publicação da tirinha, no contexto da trajetória das histórias em quadrinhos no tempo, é de a) tratar de maneira lúdica sobre a história de uma personagem pouco conhecida pela maioria dos leitores do universo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 119 b) colocar no centro da história uma personagem de uma minoria sub-representada no protagonismo das HQs. c) abordar de maneira realista um problema tipicamente brasileiro que é a desigualdade social entre brancos e negros. d) acompanhar a evolução de uma personagem de maneira inédita da trajetória dos quadrinhos da companhia. e) retratar pessoas de diferentes etnias numa mesma história, mostrando pessoas que convivem de maneira pacífica. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois a importância está em abordar a vivência do racismo e do bullying contra negros, não no pouco destaque da personagem. A alternativa B está correta, pois há poucos exemplos ao longo da história das HQs de protagonistas negros. No próprio contexto expresso, fica claro o ineditismo da personagem principal ser negra. A alternativa C está incorreta, pois esse não é um problema tipicamente brasileiro. A desigualdade racial e o racismo não podem ser considerados apenas problemas do Brasil. A alternativa D está incorreta, pois o mais importante é retratar o racismo e colocar uma personagem negra como protagonista, não necessariamente a evolução interna da personagem. A alternativa E está incorreta, pois o HQ é descrito como uma história sobre preconceito, indicando que não há uma convivência pacífica. Gabarito: B 27. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil) Uma exposição em cartaz no Museu de Artes e Indústrias de Hamburgo, na Alemanha, inova ao abordar tatuagens como obras de arte. “Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick, antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo. “Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta. Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora. (Disponível em: Acesso em 16 jun. 2020) Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a partir de a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da colonização ou exotização. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 120 b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o corpo como suporte. c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo de feitura da obra, não só o resultado final. d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura corporal como passíveis de exposição. e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural no campo da arte corporal. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois não se pode apontar a partir do texto que haja uma ideia de tratar o outro de maneira exótica, mas sim de valorizar diferentes expressões artísticas. A alternativa B está correta, pois o texto aponta para os usos da tatuagem por diversas civilizações e em diferentes contextos, ainda que tenham sido pouco exploradas. Os “corpos pintados” citados, por exemplo, remetem não só a tatuagens como a pinturas corporais, por exemplo. No contemporâneo, pode-se observar diálogos com a performance, como no caso da performance dos anos 1970. A alternativa C está incorreta, pois não há nada no texto que aponte apenas para uma valorização do processo de feitura das artes corporais, ainda que se mencione uma performance que o processo de fazer a tatuagem fosse a própria ação artística. A alternativa D está incorreta, pois o texto aponta o contrário: que há espaço para a exposição de diferentes tipos de obras de arte, inclusive a própria tatuagem e as artes corporais. A alternativa E está incorreta, pois a artista que discute questões de gênero é apenas um exemplo de uso da tatuagem como arte. Não quer dizer que as artes corporais sejam necessariamente ligadas a gênero. Gabarito: B 28. (Estratégia Vestibulares – 2021) Texto I: (Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 121 Texto II: Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos trabalhadores das minas. O homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça. Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador a pensar em múltiplas possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o colega já havia passado por essa situação e, por isso, logo o pesadelo teria fim? A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria da esposa do fotógrafo - Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas, as outras já haviam sido divulgadas em uma publicação da Taschen). A mostratambém passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e Tallin. A série, que virou livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que o motivou a realizar o trabalho: "O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares, vender os seus pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a sua sanidade por um sonho?" Sebastião Salgado (Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021) Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à condição sub-humana enfrentada pelos trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em a) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade. b) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo. c) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem sobreviver no atual sistema políticoeconômico. d) colaborar para a harmonia entre culturas diversas. e) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade. Comentários: A letra A está incorreta pois os textos exploram a crítica ao trabalho como algo que pode desumanizar os indivíduos. A letra B está incorreta pois a visão é negativa em relação às empreitadas humanas. A letra C está correta pois a série busca a reflexão sobre o comportamento humano de gana, o que traz grande risco para a vida dos indivíduos. A letra D está incorreta pois não há menção à harmonia, mas sim à exploração do problema em diversos locais, demonstrando sua relevância. A letra E está incorreta pois trata-se de textos com críticas específicas à realidade objetiva dos indivíduos. Gabarito: C 29. (Estratégia Vestibulares – 2021) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 122 No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados, radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de natureza fundamentalmente estética. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é um modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo. Nas indústrias de consumo, o design, a moda, a publicidade, a decoração, o cinema, o show business criam em massa produtos carregados de sedução, veiculam afetos e sensibilidade, moldando um universo estético proliferante e heterogêneo pelo ecletismo dos estilos que nele se desenvolvem. Com a estetização da economia, vivemos num mundo marcado pela abundância de estilos, de design, de imagens, de narrativas, de paisagismo, de espetáculos, de músicas, de produtos cosméticos, de lugares turísticos, de museus e de exposições. LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Jean. A estetização do mundo – viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. Os autores abordam no texto uma característica do mercado envolvendo a arte e a cultura na sociedade contemporânea. Essa característica pode ser entendida como uma: a) elevação da propaganda e dos bens de consumo cotidianos aos status de arte, podendo ser expostos. b) contaminação das formas artísticas com a estética e linguagem da propaganda e dos bens de consumo. c) hierarquização entre arte e artesanato que persiste nos museus e galerias, influenciando o consumo. d) mudança na forma como comerciais são feitos, hoje contando, por exemplo, com equipes cinematográficas. e) penetração da estética nos bens de consumo, tensionando a separação entre arte, cultura e mercado. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois isso não está no texto. O texto apenas aponta uma contaminação estética, não necessariamente uma elevação da propaganda. A alternativa B está incorreta, pois o texto fala o contrário: sobre a arte influenciando esteticamente bens de consumo. A alternativa C está incorreta, pois o texto não aborda a questão da arte e do artesanato. A alternativa D está incorreta, pois em nenhum momento do texto é falado sobre as equipes, apenas sobre a nova estética estabelecida. A alternativa E está incorreta, pois o que o texto aponta é que hoje os bens de consumo se aproveitam da estética e de conceitos antes reservados ao campo da arte da cultura. Gabarito: E ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 123 30. (Estratégia Vestibulares – 2021) O termo instalação é incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960, designando assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias e museus. As dificuldades de definir os contornos específicos de uma instalação datam de seu início e talvez permaneçam até hoje. Quais os limites que permitem distinguir com clareza a arte ambiental, a assemblage, certos trabalhos minimalistas e a instalações? As ambiguidades que apresentam desde a origem não podem ser esquecidas, tampouco devem afastar o esforço de pensar as particularidades dessa modalidade de produção artística que lança a obra no espaço, com o auxílio de materiais muito variados, na tentativa de construir um certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre objetos, construções, o ponto de vista e o corpo do observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos. (Disponível em Acesso em 14 dez. 2020) Segundo o texto, a instalação pressupõe a existência de: a) repertório erudito em artes. b) espaços públicos de exposição. c) equipe semelhante às teatrais. d) interação do público com a obra. e) uma pequena gama de materiais. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois em nenhum momento se afirma que seria preciso um repertório elevado. A alternativa B está incorreta, pois o texto também fala em galerias e museus como possíveis espaços para instalações. A alternativa C está incorreta, pois não se fala da divisão de equipes do teatro no texto. A alternativa D está correta, pois o texto afirma que “Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos”. A alternativa E está incorreta, pois o texto fala que é possível usar uma grande diversidade de materiais. Gabarito: D 31. (Estratégia Vestibulares – 2021) O termo se refere a um procedimento nas artes plásticas, principalmente nas artes moderna e contemporânea, em que o artista faz uso de imagens já consagradas na história da arte, como referência na composição de seu próprio trabalho. Essa citação, que pode ser implícita ou explícita, acaba por evocar um diálogo entre artistas e obras, de diferentes períodos e estilos, criando novos contextos para uma mesma imagem. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 124 CITACIONISMO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso em: 24 de Jul. 2020. Pode-se dizer que a imagem que se enquadra nesse tipo de procedimento é a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 125 d) e) Comentários: A alternativa A está incorreta, pois aqui o artista fez uso de um bem de consumo e o ressignificou em arte, não reelaborou uma obra de arte existente. A alternativa B está incorreta, pois aqui o artista fez uso de um objeto cotidiano e o ressignificou em arte, não reelaborou uma obra de arte existente. A alternativa C está correta, pois aqui há uma obra conhecidareelaborada a partir da adição de um bigode. A alternativa D está incorreta, pois aqui há um objeto do cotidiano que se torna uma peça de museu cm valor de arte a partir de nosso olhar contemporâneo, não há a ressignificação de uma obra de arte. A alternativa E está incorreta, pois aqui há uma tapeçaria que, independentemente de ser uma técnica têxtil, não deixa de ser uma obra de arte. Gabarito: C 32. (Estratégia Vestibulares – 2021) A expressão indica um gênero pictórico -caracterizado pela representação de personagens e cenas da mitologia greco-romanas -que tem um longo trajeto na história da arte. Nasce na Grécia e em Roma, como pintura religiosa, e se desenvolve no Ocidente, sobretudo no ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 126 Renascimento e no neoclassicismo, ora como exaltação da antiguidade, ora com sentido alegórico (por exemplo, Vênus como representação da beleza; Minerva, da sabedoria; Marte como personificação da guerra e assim por diante). (Verbete de “Pintura Mitológica”, Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em Acesso em 15 mai. 2020) Verifica-se uma pintura que se enquadra na categoria de pintura mitológica na seguinte obra: a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 127 d) e) Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois esse quadro apresenta uma imagem religiosa cristã, ou seja, não se enquadra na necessidade de referência à mitologia grega. A alternativa B está INCORRETA, pois essa é uma imagem secular, ou seja, não faz referência a religiões, representando uma mulher comum na água. A alternativa C está CORRETA, pois ainda que haja a presença de um imaginário cristão na figura de cupido próxima à iconografia de um anjo, essa é uma imagem clássica da mitologia greco-romana: Vênus e Cupido, os nomes latinos de Afrodite e Eros. A alternativa D está INCORRETA, pois esse quadro apresenta uma imagem religiosa cristã, ou seja, não se enquadra na necessidade de referência à mitologia grega. A alternativa E está INCORRETA, pois essa é uma imagem secular, ou seja, não faz referência a religiões, representando uma mulher comum na água. Gabarito: C ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 128 33. (Estratégia Vestibulares – 2021) A MODA NÃO É UNIVERSAL. Não é um fenômeno que exista em toda parte e em todos os tempos. Suas raízes não estão nem na natureza humana nem em mecanismos de grupo em geral. Mas desde que surgiu pela primeira vez em uma sociedade, levou um número cada vez maior de outras sociedades e áreas sociais a seguirem sua lógica. Afirma-se em geral que a moda no vestuário teve suas origens no fim do período medieval, possivelmente no início do Renascimento, talvez em conexão com a expansão do capitalismo mercantil. Costuma-se dizer que não podemos falar de moda na Antiguidade grega e romana no sentido em que o fazemos hoje, porque não havia autonomia estética individual na escolha das roupas – ainda que houvesse certas possibilidades de variação. O vestuário europeu tinha mudado relativamente pouco da era romana até o século XIV. Embora tivesse havido, é claro, variações nos materiais e nos detalhes das roupas, para todos os efeitos sua forma permaneceu inalterada. Em geral, ricos e pobres usavam roupas com formas semelhantes, embora os ricos mandassem fazer as suas de materiais mais caros e usassem ornamentos. O impulso para se enfeitar não é em absoluto um fenômeno recente na história humana, mas as coisas com que as pessoas se enfeitavam no mundo pré- moderno nada tinham a ver com moda. Os vikings, por exemplo, mostravam grande preocupação com a aparência, e costumavam usar, entre outras coisas, um pente pendurado no cinto, ao lado de símbolos de posição social – mas não existiram modas vikings. As sociedades pré-modernas são conservadoras. Nelas, as pessoas podem usar ornamentos simples ou sofisticados e podem ter extremo interesse em fenômenos estéticos, mas é uma característica recorrente que coisas como penteados, roupas e joias permaneçam mais ou menos inalterados ao longo de gerações. Os romanos da Antiguidade eram vaidosos, homens e mulheres usando maquiagem e perfume, o cabelo tingido e anelado, quando não usavam peruca. Mas esses estilos eram também muito duradouros. Ocasionalmente, o estilo de um país podia se tornar apreciado em outro, levando a uma súbita mudança – como quando os gregos começaram a raspar suas barbas para se parecerem com Alexandre Magno. Uma mudança de estilo como essa, entretanto, não pode ser propriamente qualificada de moda, porque dali em diante os gregos mantiveram suas faces e queixos escanhoados. O que aconteceu foi a substituição de uma norma estética duradoura por outra, sem que mudanças subsequentes pareçam ter sido desejadas ou mesmo consideradas. Para que possamos falar de “moda”, não basta que ocorra uma mudança de raro em raro. A moda só se configura quando a mudança é buscada por si mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente. (SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Companhia das Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013) A partir do texto, julgue os itens: - Objetos de uso pessoal, como pentes, joias e adereços de modo geral são considerados, após a passagem do tempo, como peças de museu de valor expográfico, ainda que não tenham sido criados originalmente com a intenção de serem obras de arte. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 129 C) Certo. E) Errado. - A apreciação do estilo de um povo por outro não é necessariamente um processo de apropriação -cultural, porque esse intercâmbio não se passa de maneira obrigatória por questões de opressão ou dominação, mas pela possibilidade de troca mútua entre culturas. - Certo. - Errado. Comentários: - CERTO Muitos objetos expostos no museu, desde adereços pessoais até objetos de uso cotidiano, não foram pensados como obras de arte. Ainda assim, por serem registros de civilizações anteriores, possuem valor de exposição para museus. - CERTO Há uma diferença entre apropriação e intercâmbio cultural. A apropriação é fruto de um processo de dominação e opressão, em que o opressor assume para si elementos de culturas hierarquicamente menos valorizadas. O intercâmbio cultural é a troca mútua entre referenciais. Nem todo encontro cultural, portanto, é intercâmbio nem apropriação. As circunstâncias variam. Gabarito: C - C 34. (Estratégia Vestibulares – 2021) Leia o texto de Graça Proença para responder à questão Muitos dos objetos expostos em museus ou que fazem parte da nossa vida diária têm uma utilidade evidente: basta vê-los para logo sabermos para que servem; outros, por serem mais complexos, exigem que alguém mais informado nos explique seu funcionamento e sua finalidade. Contudo, o ser humano também produz coisas que, apesar de não terem uma utilidade imediata, sempre estiveram presentes em sua vida. É a respeito delas que nos perguntamos por que para que foram feitas. A resposta a essa pergunta nos mostra que o homem cria objetos não apenas para se servir utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para expressar sua visão do momento histórico em que vive. Essas criações constituem as obras de arte e também contam – talvez de forma muito mais fiel - a história dos homens ao longo dos séculos. Segundo Ruskin, crítico de arte inglês, "as grandes nações escrevem sua autobiografia em três volumes: o livro de suas ações, o livro de suas palavras e o livro de sua arte". E acrescenta: "nenhum desses três livros pode ser compreendido sem que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode confiar é o último". (História da arte, 2007) Segundo o conceito de arte exposto no texto, ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOSBÁSICOS 130 a) tudo aquilo que é exposto em um museu adquire o status de arte na medida em que informam sobre seu funcionamento da época. b) não é necessariamente uma criação humana, uma vez que pode ser uma produção natural do período em que foi encontrada. c) uma obra de arte não tem funcionalidade prática, ainda que seja capaz de expressar sentimentos e visões de mundo. d) os livros podem ser considerados obras de arte na medida em que representem ações e palavras, bem como obras. e) o registro menos fiel de um tempo são suas produções artísticas, entendendo que podem ser permeadas por subjetividades. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto aponta que os instrumentos feitos para o dia a dia não são objetos artísticos, mesmo que nos informem sobre o período em que foram criados. A alternativa B está incorreta, pois, segundo o texto, obras de arte são criações, não elementos naturais ou coletados na natureza. A alternativa C está correta, pois o texto aponta que “o homem cria objetos não apenas para se servir utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para expressar sua visão do momento histórico em que vive”. Não são objetos criados para ter utilidade prática, mas sim para serem fruídos de maneira estética. A alternativa D está incorreta, pois os livros aqui são apenas uma metáfora para a construção social e cultural das sociedades. A alternativa E está incorreta, pois, segundo o texto, a arte é mais confiável que os relatos, porque expressa verdadeiramente o espírito de seu tempo. Gabarito: C 35. (Estratégia Vestibulares – 2020) Um tema frequente para a pintura ocidental são as cenas históricas. São obras que representam fatos históricos de modo geral. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo. Tendo em vista a definição acima, a obra que apresenta como tema uma cena histórica é a) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 131 b) c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 132 Comentários: A alternativa A está incorreta, pois essa imagem é um retrato, não representa uma cena histórica. A alternativa B está incorreta, pois essa imagem é um retrato, não representa uma cena histórica. A alternativa C está incorreta, pois essa imagem é uma cena mitológica, não representa uma cena histórica. A alternativa D está correta, pois essa imagem mostra uma cena histórica, demonstrando uma das maiores vitórias de Napoleão Bonaparte. A alternativa E está incorreta, pois essa imagem é uma cena religiosa, não representa uma cena histórica. Gabarito: D 36. (Estratégia Vestibulsres – 2020) A apropriação cultural acontece quando elementos de uma cultura são adotados por indivíduos que não pertencem a esta cultura. Isso inclui o uso de acessórios e roupas, a exploração de símbolos religiosos, o sequestro de tradições e de manifestações artísticas. A apropriação cultural é especialmente terrível quando se trata de elementos de uma cultura historicamente marginalizada e explorada. A linha entre apropriação cultural e intercâmbio cultural é tênue. Intercâmbio cultural é um fenômeno natural e bem frequente. Mas a apropriação cultural é um processo bem problemático que precisa ser mais bem compreendido, pois dá uma margem enorme para que elementos de uma cultura sejam banalizados, trivializados e estereotipados. Um grande problema de sequestrar elementos de culturas não dominantes e adotá-los de maneira descontextualizada, é que as pessoas que fazem a apropriação se beneficiam dos aspectos que julgam “interessantes” de uma cultura, ignorando os significados reais desses elementos, enquanto os membros dessa cultura tem que lidar com opressão diariamente. (Disponível em Acesso em 15 jul. 2020) Sobre o texto, é correto afirmar que a apropriação cultural a) reforça relações de dominação no âmbito cultural. b) é intrínseca às situações de intercâmbio cultural. c) decorre do espólio material das culturas não dominantes. d) ressignifica elementos marginalizados pela cultura de origem. e) resulta do interesse genuíno sobre a cultura do Outro. Comentários: A alternativa A é a resposta. Conforme destaca o texto, a apropriação cultural ocorre quando elementos de uma cultura não dominante são apropriados por agentes que não pertencem àquela comunidade cultural, com o intuito de conferir-lhes alguma vantagem. Na prática, isso reforça a marginalização dos elementos identitários de grupos historicamente estigmatizados, afinal eles só dispõem de algum valor quando associados aos grupos dominantes. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 133 A alternativa B está incorreta. De acordo com o próprio texto, nem todas as situações de intercâmbio cultural implicam em apropriação. A alternativa C está incorreta, pois essa apropriação não se dá por meio do roubo em sentido literal de bens culturais, mas da incorporação não consentida de elementos culturais imateriais. A alternativa D está incorreta, pois não há nada no texto que corrobore para ideia de que são incorporados somente elementos desconsiderados pela sua comunidade cultural de origem. A alternativa E está incorreta, pois essa incorporação é feita de maneira descontextualizada, sem considerar seus significados reais. Gabarito: A 37. (Estratégia Vestibulares – 2020) A ressignificação nas artes ocorre quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico ou trabalhado artisticamente. Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse procedimento. Tendo em vista a definição acima, a obra criada a partir da noção de ressignificação é a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 134 c) d) e) Comentários: A alternativa A está incorreta, pois essa taça apresenta um trabalho artístico que indica que ela não foi pensada apenas como objeto do cotidiano, mas como peça artística –ainda que não necessariamente expositiva. A alternativa B está incorreta, pois o sarcófago era pensado também como uma peça de trabalho artístico além de ritual. A alternativa C está correta, pois essa obra de Marcel Duchamp transformou um mictório em uma obra de arte assinada. O objeto original foi modificado na medida em que era um objeto do cotidiano que ganhou status de obra de arte ao ser colocado em exposição e assinado. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 135 A alternativa D está incorreta, pois o jarro tem um trabalho artístico envolvido. Além disso, ele não está apresentado como uma obra diferente daquilo para que foi criado. A alternativa E está incorreta, pois as iluminuras apresentavam trabalho artístico e eram consideradas obras de arte, ainda que não fossem decorativas. Gabarito: C 38. (Estratégia Vestibulares – 2020) A metalinguagem, uma das funções da linguagem, muitas vezes tem sido usada como um recurso artístico. Como função, ocorre sempre que a linguagem se volta para o seu próprio código – por exemplo, quando perguntamos a alguém o significado de uma palavra desconhecida. Na literatura, é um recurso capaz de criar distanciamento entre o leitor e a obra. Daí o fato de ter sido largamente usada pelos autores modernistas, que tinham como parte de seu projeto estético a intenção de despertar no leitor a consciência de que a arte é um "fazer artístico". Thaís Nicoleti de Camargo. Artigo: Metalinguagem é objeto de questão da Fuvest. Disponível em: . Acesso em: 01 maio 2020. Das obrasreproduzidas, aquela em que se observa o uso da metalinguagem é: a) Autorretrato com a Orelha Cortada, por Vincent Van Gogh. b) A Leitora, por Jean-Honoré Fragonard ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 136 c) Autorretrato mole com bacon frito, por Salvador Dalí. d) Desenhando mãos, por M.C. Escher. e) Ilustração de Moda para o Diário Espanhol ABC, por Cecilio Pla. Comentários As alternativas A e C estão incorretas, pois se tratam de autorretratos nos quais não se observa referência à linguagem utilizada pelos seus autores (pintura). As alternativas B e E estão incorretas, pois se tratam de uma obras apenas se utilizam de outras linguagens –a literatura e as artes visuais –como temas, não como recursos. Dessa forma, não são obras metalinguísticas. A alternativa D é a resposta, afinal Escher representa em seu desenho uma mão representando o próprio ato de desenhar. Dessa maneira, trata-se de uma obra metalinguística Gabarito: D ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 137 39. (Fuvest – 2018) Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos uso dos nossos próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que tem sua origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar. Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte moderna. As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. Não nos dirigimos a elas diretamente, mas contornamo-las. Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu significado não está perdido porque o significado que uma obra assume para uma geração posterior é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores. Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado. De acordo com o texto, a compreensão do significado de uma obra de arte pressupõe a) o reconhecimento de seu significado intrínseco. b) a exclusividade do ponto de vista mais recente.. c) a consideração de seu caráter imutável. d) o acúmulo de interpretações anteriores. e) a explicação definitiva de seu sentido. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto afirma que uma obra pode ser reinterpretada de maneiras diferentes dependendo do momento histórico. Assim, não há significado intrínseco, pois ela pode ser vista de diferentes modos. A alternativa B está incorreta, pois o texto assume que a interpretação mais recente é herdeira das anteriores. Não se deve supor uma hierarquia entre elas. A alternativa C está incorreta, pois assume-se que a obra de arte é mutável, ou seja, sua interpretação e significado pode variar de acordo com o momento histórico. A alternativa D está correta. No trecho “Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu significado não está perdido porque o significado que uma obra assume para uma geração posterior é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores” fica claro que o autor presume que a obra de arte é resultado de uma sequência de interpretações ao longo do tempo, nenhuma superior à outra. A alternativa E está incorreta, pois se há a possibilidade de novas interpretações para uma obra de arte, então não é possível dizer que há explicação definitiva de sentido. Gabarito: D ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 138 40. (Uel - 2019) Na contemporaneidade, vivemos o predomínio das imagens visuais, conforme sugere a figura. Nesse aspecto, percebê-las como portadoras de conceitos e sentidos leva teóricos a discutirem sobre a necessidade da alfabetização visual. Tanto a imagem quanto a sua leitura produzem conceitos e transformam a percepção da realidade e seu contexto cultural. Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais, cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação. Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos. ( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais. ( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada pelo espectador/observador. ( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os seus elementos estruturais. ( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da linguagem articulada. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, V, V, F. b) V, V, V, F. F. c) F, V, F, V, F. d) F, V, V, F, V. e) F, F, F, V, V. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 139 A afirmativa I é verdadeira, pois a imagem é interpretada tanto a partir daquilo que o objeto traz como das referências do próprio espectador, que significa a obra a partir de suas vivências. A afirmativa II é verdadeira, pois a imagem é compreendida a partir de contextos culturais específicos, tanto da existência da imagem quanto das pessoas que leem a obra. A afirmativa III é verdadeira, pois que dá significado à obra é o receptor, a partir de suas vivências de mundo e bagagem cultural. A afirmativa IV é verdadeira, pois as imagens possuem muitos níveis de compreensão. Para além dos elementos visuais, há também o modo como os espectadores compreendem cada um desses elementos. A leitura de imagens não é feita do mesmo modo que de um texto verbal. A afirmativa V é falsa, pois a linguagem articulada, ou seja, próximas às expressões verbais, não se aplica a imagens. Uma imagem é entendida de diferentes maneiras, considerando conhecimentos e vivências, além de contextos culturais. Gabarito: A 41. (UNIOESTE – 2016) O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao mercado. Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar. A) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas publicitárias para ser divulgada para o público. B) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações complexas e diversidade cultural. C) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da sociedade. D) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da socied ade. E) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 140 A alternativa A está incorreta, pois segundo a teoria da Indústria Cultural ocorrefísico; ou criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de tridimensionalidade numa produção bidimensional. Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos. Tendo em vista a definição acima, a obra que busca criar ilusão de tridimensionalidade a partir de um jogo de luz e sombra é a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 11 c) d) e) Comentários: A alternativa A está incorreta, pois essa obra não busca dar ilusão de tridimensionalidade. As figuras são chapadas. A profundidade vem principalmente dos tamanhos das pessoas, não da luz e sombra. A alternativa B está correta, pois aqui as sombras projetadas contra a parede e o modo como a luz da vela incide sobre os rostos das personagens é responsável pelo volume das formas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 12 A alternativa C está incorreta, pois aqui a única sombra que vemos é a do cavalo no chão. Não se pode dizer que o contraste entre luz e sombra seja responsável pelo volume. A alternativa D está incorreta, pois aqui não há tentativa de variação de luz no quadro. A variação se dá por um leve sombreado, sem uso de luz e sombra. A alternativa E está incorreta, pois esse quadro não se preocupa com a construção de volume pela luz e sombra, mas pela variação de tamanhos. Gabarito: B Conceitos Abstrato Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à realidade. Pode aparecer em composições com formas geométricas, respingos de tinta etc., em maior ou menos grau. Foca muitas vezes no mundo interior e na subjetividade dos artistas. Bidimensional Característica daquilo que possui apenas duas dimensões: altura e largura. Técnicas como o desenho, a pintura e a gravura utilizam de suportes bidimensionais. O desafio que muitas vezes se colocou foi como criar ilusão de tridimensionalidade num suporte bidimensional. Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas como as de luz e sombra para criar essa ilusão. Perspectiva, distorção e simetria são outras estratégias para criar a ilusão de tridimensionalidade. Outras escolas não se preocuparão com isso, assumindo a visualidade bidimensional sem se preocupar com artifícios para criar volume em superfícies planas. Contraste e semelhança O contraste é fundamentalmente a distinção entre elementos que compõe uma composição. Assim, elementos opostos com, consequentemente, significados opostos, formarão entre si uma relação de contraste. Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa distinção pode ocorrer a partir de muitos elementos. Contrastes de cor, por exemplo, entre cores frias e quentes, podem trazer uma série de significados. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 13 Já a semelhança ocorre quando os elementos, cores, formas etc. encontram-se harmônicos, não gerando tensões entre si. La Berceuse (Woman Rocking a Cradle; Augustine-Alix Pellicot Roulin, 1851–1930) 1889, Vincent van Gogh, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Distorção (deformação) Mudança nas formas ou proporções com a intenção de transmitir alguma ideia. Foi muito utilizada a partir do século XIX, quando os artistas passam a se dedicar menos a uma mimese do real e mais a expressões carregadas de subjetividade. Self-Portrait (1911), Egon Schiele, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Estilização Ocorre quando se retira de uma forma o máximo de elementos possíveis, deixando o mínimo de informação possível para que ela possa ser compreendida. Um bom exemplo são os ícones das placas, como os das portas dos banheiros. São convenções compreendidas por todos. Equilíbrio Modo como se organizam as formas em uma obra de acordo com suas dimensões. Colocar muitas formas em um canto de uma tela, por exemplo, seria um sinal de desequilíbrio na ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 14 composição. Alguns atributos como ritmo, unidade, proporção e contraste serão determinantes para definir o equilíbrio de uma obra. Figura e fundo A ideia de figura e fundo está ligada à noção de profundidade. Por muito tempo, a arte representou as figuras de modo plano. A partir do século XVII principalmente começam a surgir composições que criam efeitos de profundidade nas telas, ou seja, que diferenciam o objeto do espaço atrás dele. Figurativo Qualidade das obras pautadas na representação de objetos, espaços e seres em suas formas reconhecíveis, ou seja, em consonância com aquilo que vemos no mundo real. Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo parte de seu espaço com o surgimento da arte abstrata no século XX. Harmonia Uma obra harmônica é aquela que parece “correta” para nossos padrões de belo. Uma obra harmônica é bem distribuída, tendo os elementos colocados na superfície de modo a direcionar o olhar do observador, respeitando proporções. Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony van Dyck, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Movimento Uma obra é dotada de movimento quando ela é capaz de fazer o olhar do observador passar de um ponto a outro sobre a superfície, ou seja, quando não ficamos olhando apenas para um ponto da obra. Esse movimento não é aleatório. Depende da composição do artista, que direciona a atenção do observador para onde deseja. Perspectiva Técnica de representação de um objeto ou espaço tridimensional em um suporte bidimensional. Está especialmente ligada à profundidade espacial. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 15 Elementos mais próximos do olhar do observador devem parecer maiores do que aqueles que se encontram distantes do observador. Se aproxima dos conhecimentos científico- matemáticos, principalmente a partir do renascimento. Outras áreas, como a geometria e ótica, também influenciam na construção da perspectiva. Proporção Relação entre as partes de uma obra ou elemento, conjugando seus tamanhos e formas de modo a alcançar a harmonia. Se relaciona diretamente com os padrões clássicos de beleza. A figura humana, por exemplo, possui uma proporção específica nas definições de beleza clássica. A imagem ao lado mostra o Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, obra representativa da proporção do corpo humano. Ressignificação Quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico. Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse procedimento. Ritmo O ritmo é definido pela sucessão de elementos, formas etc. que se repetem constantemente em uma obra. Essa repetição pode ser constante, crescente, decrescente e outras categorias. Simetria A simetria ocorre quando podemos dividir uma imagem em seções iguais. Quando colocamos a mesma quantidade e qualidade de elementos nos dois lados de um quadro, por exemplo, temos uma imagem simétrica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 16 Tridimensional O mundo é tridimensional, ou seja, as coisas do mundo são dotadas de altura, largura e profundidade. Tradicionalmente, arquitetura, escultura, modelagem etc. são obras de arte tridimensionais, mas a pintura muitas vezes tenta mimetizar a tridimensionalidade através de artifícios como luz e sombra. Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century), Fang peoples, Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Unidade Um fenômeno que ocorre quando todos os elementos de uma obra trabalham juntos e fazem sentido no todo. (Estratégia Vestibulares – 2020) Abstrato Fazer artístico que não representauma fusão entre arte e mercadoria, fazendo com que a primeira seja encarada apenas como a segunda. Há também a presença de campanhas publicitárias para sua divulgação, fazendo com que alcance o público. A alternativa B está incorreta, pois a grande característica dá cultura de massa é justamente a uniformização artística. A alternativa C está incorreta, pois não há autonomia entre os bens culturais e a possibilidade de reprodução deles na sociedade. A alternativa D está correta, pois a reprodutibilidade das obras de arte para de massa, pois as obras se tornam bens de consumo que precisam se adequar a uma lógica industrial e, portanto, de reprodução e lucro. A alternativa E está incorreta, pois o que ocorre com a cultura de massa é o contrário, a arte se transforma em artigo de consumo esvaziado. Gabarito: D 42. (FGV – 2015) Marco Cianfanelli, Release (Soltura), 2012, África do Sul, aço pintado e cortado a laser, profundidade 20,8 m, altura 9,48 m e largura 5,19 m. As imagens apresentam, de diversos ângulos, a escultura de Marco Cianfanelli em homenagem ao 50º aniversário da captura e prisão de Nelson Mandela, em 1962. A obra é composta por hastes de aço de altura variável, cortadas a laser e inseridas na paisagem, na província de KwaZulu-Natal, onde Mandela foi detido pelo regime do apartheid. Ao comentar a sua obra, o artista afirmou: "As 50 colunas representam os 50 anos que se passaram desde a sua captura, mas também sugerem a ideia de que muitos compõem um conjunto; referem-se à solidariedade. Indicam a ironia de que o encarceramento de Mandela o transformou em um ícone de luta, alimentando a resistência que levou o país à democracia". As afirmações abaixo constituem aspectos da proposta política e estética do artista, EXCETO: A) De perto, a escultura parece um punhado de barras de aço negro de formato irregular, apontando para o céu e reproduzindo a sensação de estar entre grades. B) À medida que o observador se afasta da floresta de colunas pelo caminho, elas gradualmente se alinham, formando a imagem focada e tornando reconhecível o líder político da luta contra o apartheid. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 141 C) A cor preta das hastes permite destacá-las da paisagem, mas também se refere à atuação do Presidente Mandela, que construiu uma África do Sul para os negros sul-africanos, perseguindo a minoria branca. D) De lado, visualiza-se um agrupamento disperso de hastes, que, frontalmente, transforma- se em uma imagem coerente e solidária, evocando a ação coletiva que levou à derrubada do apartheid. E) A escultura impacta a paisagem por sua monumentalidade e a ressignifica, transformando o lugar da detenção de Mandela em memorial do combate à segregação racial e da conquista dos direitos civis na África do Sul. Comentários: A alternativa A está correta, pois ao se observar de perto a obra de arte percebe-se que ela busca reproduzir a visualidade de uma grade de prisão. A alternativa B está correta, pois o desenho proposto pelo artista se torna identificável apenas à distância pelo observador. A alternativa C está incorreta, pois não há associação entre as cores das barras de ferro e o tom de pele de Nelson Mandela as cores dos materiais apenas ajudam a formar o rosto do presidente A alternativa D está correta, pois ao construir uma obra que é preciso observar todo conjunto para que ela faça sentido o artista faz referência à necessidade de uniao coletiva para o processo revolucionário A alternativa E está correta, pois o tamanho da obra traz um aspecto monumental a ela e a escolha do local onde ela assim instala para as novo significado para o ambiente em que inicialmente Mandela for a preso Gabarito: C 43. (FGV – 2018) Observe as imagens a seguir. A primeira reproduz o quadro Auto-retrato (Manteau Rouge), de Tarsila do Amaral (1923); a segunda, a campanha para o lançamento do perfume Rouge, d’O Boticário (2006). O uso das artes visuais no campo publicitário é uma tendência na linguagem do marketing da sociedade pós-industrial. As afirmações a seguir caracterizam corretamente relações entre comunicação publicitária e artes visuais, à exceção de uma. Assinale-a. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 142 A) Uma empresa apropriou-se da obra de Tarsila para associar seu nome e um de seus produtos ao trabalho e ao nome de uma artista conhecida por retratar a brasilidade em suas obras. B) O olhar e o gesto do retrato são usados para destacar os aspectos funcionais e as características técnicas do produto, elementos concretos que determinam a escolha do consumidor na sociedade pós-industrial. C) O jogo intertextual promovido pela releitura da imagem explora a memória cultural para veicular a mensagem publicitária e persuadir os consumidores da excelência e originalidade do produto. D) A referência ao quadro de Tarsila no anúncio fornece valor agregado ao produto ao identificá-lo com uma artista modernista que representou as vanguardas no Brasil, particularmente em São Paulo, na década de 1920. E) A arte é utilizada no processo de construção da imagem da marca por comunicar significado e subjetividade, características importantes em um contexto global, no qual os produtos são cada vez mais padronizados. Comentários: A alternativa A está correta, pois AO uso do nome da artista como parte da construção visual do produto. A alternativa B está incorreta, pois não há aqui características concretas do produto, apenas uma associação visual com a artista modernista A alternativa C está correta, pois considerando-se que Tarsila do Amaral é uma artista modernista, de vanguarda, pode-se afirmar que há uma associação da sua imagem com a ideia de originalidade pretendida pelo produto. A alternativa D está correta, pois há um valor embutido no objeto ao se colocar uma artista do modernismo brasileiro ao produto, indicando que o produto seria tao moderno quanto a artista. A alternativa E está correta, pois a associação com a artista modernista ajuda a diferenciar o produto dentro de uma perspectiva massificada atual. Gabarito: B 44. (Estratégia Vestibulares - 2021) Yulia Brodskaya começou a trabalhar como designer e ilustradora em 2006, mas rapidamente abandonou os programas de computador para se dedicar à arte com papel: “O papel sempre exerceu um fascínio sobre mim. Eu tentei vários métodos e técnicas diferentes para trabalhar com o papel, até eu encontrar a minha forma particular: agora eu desenho com o papel ao invés de desenhar sobre ele“. A técnica utilizada é chamada de quilling e envolve o uso de tiras de papel que podem ser enroladas, torcidas ou espichadas, conforme o desenho a se criar. Essas tiras são coladas em um fundo de papel e compõem imagens impressionantes. Foi com essas ilustrações em papel inovadoras que Brodskaya ganhou reputação internacional. O material parece atuar sobre as percepções e ideias de maneira singular, de modo que a observação se torna uma parte importante da mensagem. Sendo um objeto tridimensional, ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 143 a obra de Brodskaya oferece múltiplas visões. Dependendo do ângulo de observação, da intensidade e da direção da iluminação a mensagem emocional emitida pela obra a e a experiência visual do observador mudam significativamente. (Babushka) Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 De acordo com o texto, a grande particularidade da artista Yulia Brodskaya está em seu uso singular do papel como matéria-prima artística, criando a) obras que tencionam os limites da ilustração, criando obras que parecem ter volume físico verdadeiramente. b) uma nova relação entre papel e digital, em que a artista não mais desenha sobre papel, mas com papel. c) um trabalho que lembra a colagem devido a sobreposiçãode elementos de texturas diversas de modo não figurativo. d) obras que mudam de acordo com a interpretação do espectador, que vê significados diferentes. e) uma obra tridimensional com um material tradicionalmente usado para criações bidimensionais. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois as obras de fato têm algum volume por conta do modo como o papel é organizado para formar o desenho. A alternativa B está incorreta, pois ainda que isso seja parte verdade, não se fala aqui em arte digital. A alternativa C está incorreta, pois a imagem aqui é uma representação figurativa. A alternativa D está incorreta, pois o texto fala que as obras mudam de acordo com posição da luz e distância, não necessariamente interpretação do espectador. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 144 A alternativa E está correta, poiso uso do papel nas obras da artista transforma as obras em objetos artísticos tridimensionais, mesmo feitos com esse elemento que normalmente é a base para ilustrações e gravuras, ou seja, obras bidimensionais. Gabarito: E 45. (Estratégia Vestibulares - 2021) A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Brasil A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Rio de Janeiro. Centenas de peças devem chegar ao Brasil em agosto para uma exposição na Casa de Herança Oduduwa, local inaugurado no ano passado por Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi Ojaja II, rei da cidade de Ifé e soberano do povo iorubá. A proposta do espaço é aproximar cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entre o Brasil e o povo iorubá que, originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó, áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Há ainda um grande número de iorubás vivendo no Togo e em Serra Leoa, além de, fora da África, em Cuba, na República Dominicana e no Brasil. Grande parte dos escravos trazidos para a então colônia brasileira eram de origem iorubá – também chamados de nagôs. A mitologia que originou o candomblé, a umbanda e outras religiões afro-brasileiras tem muita influência nagô, bem como o samba, nascido nas casas de senhoras do século XIX que mantiveram os cantos e os batuques de seus antepassados. Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 De acordo com o autor, a exposição tem como objetivo principal a) valorizar a maior coleção de arte africana fora da África. b) explorar a diversidade cultural do continente africano. c) compreender as origens da mitologia que origina o candomblé. d) expor obras realizadas no Brasil sob influência africana. e) promover uma aproximação entre o Brasil e o povo iorubá. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois ainda que possamos entender que a exposição denota uma visão valorizada dessa arte, não se fala especificamente obre a valorização dessas obras. A alternativa B está incorreta, pois as obras são de um grupo específico, não da África como um todo. A alternativa C está incorreta, pois a mitologia é apenas mencionada, não há indício de que isso seja o foco da exposição. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 145 A alternativa D está incorreta, pois as obras expostas são produzidas no continente africano. A alternativa E está correta, pois o texto indica que o espaço tem como proposta “aproximar cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entre o Brasil e o povo iorubá que, originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó”. Gabarito: E 46. (Estratégia Vestibulares - 2021) A gente foi feliz aqui é um projeto de intervenções urbanas, através de colagens, que procura reverberar e perpetuar a memória coletiva do bairro Pinheiro. Localizado em Maceio/AL, o Pinheiro foi um dos quatro bairros acometidos pela tragédia socioambiental do processo de subsidência do solo, causado pela extração das jazidas de sal-gema a partir da metade do século XX . Desde o ano de 2018, a migração forçada de milhares de vidas culminou no esmorecimento das dinâmicas socioespaciais do bairro e, consequentemente, no tolhimento das redes relacionais-afetivas comunitárias, construídas ao longo de décadas. Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 Na obra em questão, há um uso de colagens e intervenção urbana para uma reconfiguração da memória de um espaço físico e tem como objetivo principal a) não deixar sumirem as histórias das pessoas que vivam na região, cujas vidas sofreram uma drástica mudança. b) a reconfiguração do espaço público para impedir que as casas sejam desocupadas por questões financeiras. c) chamar a atenção para as questões de sustentabilidade e meio ambiente que acometeram a região do bairro Pinheiro. d) criar espaços para a convivência comunitária, já que estas pessoas perderam seus espaços de lazer. e) a vontade de criar um espaço acolhedor para pessoas que vivem em uma situação ruim nas jazidas. Comentários: A alternativa A está correta, pois o projeto busca resgatar a historias das pessoas que viviam nas casas hoje abandonadas. A alternativa B está incorreta, pois a obra foi feita já após a desocupação, não para impedi-la. A alternativa C está incorreta, pois a obra chama a atenção para questões socioambientais, não apenas de sustentabilidade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 146 A alternativa D está incorreta, pois a ideia é fazer uma espécie de homenagem, um memorial para a história das pessoas que viveram ali. A alternativa E está incorreta, pois o espaço nao é pensado para pessoas que vieram lá terem um espço para serem felizes nos momentos ruins. Gabarito: A 47. (Estratégia Vestibulares - 2021) Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 Uma versão da famosa capa do disco dos Beatles, Abbey Road, foi produzida no Snoopy’s Home Ice, um espaço dentro do museu do personagem Charlie Brown, criado por Charles M. Schulz. No local há um aviso, dizendo o ponto exato onde se colocar para fotografar a calçada, mantendo a ilusão de volume das personagens. Essa intervenção urbana conjuga elementos das artes plásticas tradicionais ao brincar com elementos como a) harmonia, criando uma obra cujos elementos se relacionam a partir de qualquer ponto, sem distorção. b) perspectiva, usando a noção de ponto de observação do espectador para garantir o efeito da obra. c) equilíbrio, pois as figuras estão distribuídas de maneira igual pela faixa, sem distorção de perspectiva. d) ritmo, já que o caminhar das personagens sobre a faixa garante ilusão de movimento e de musicalidade. e) simetria, deixando evidente a distribuição das imagens a partir do olhar de um ponto específico. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 147 A alternativa A está incorreta, pois o que o texto indica é justamente o contrário: que há um ponto específico de observação da obra. A alternativa B está correta, pois o fato de que é preciso olhar para a obra a partir de um ponto específico indica que foi feito o uso das ideias de perspectiva para a construção da obra. A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que as figuras de distorcem a depender do local de onde se olha. A alternativa D está incorreta, pois ritmo em artes visuais indica repetição rítmica de estruturas visuais, o que não ocorre aqui. A alternativa E está incorreta, pois ainda que a descrição da obra esteja correta, a simetria não é sobre isso. Simetria é sobre distribuição igual das figuras. Gabarito: B 48. (Estratégia Vestibulares - 2021) (Vinie Graffiti) Obras como a da artista francesa Vinie convidam o espectador a pensar sobre a a) presença da natureza nas grandescidades. b) relação entre obra de arte e a cidade. c) sustentabilidade nos dias de hoje. d) diferença entre grafite e pichação. e) necessidade de ressignificar cores. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois ainda que faça uso de elementos naturais, essa obra não discute as questões ligadas a essa temática. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 148 A alternativa B está correta, pois a obra se realiza a partir da interação entre a paisagem local e o grafite, criando uma relação visual entre eles em que a cidade em si completa o desenho. A alternativa C está incorreta, pois, assim como em A, ainda que faça uso de elementos naturais, essa obra não discute as questões ligadas a essa temática. A alternativa D está incorreta, pois não se levanta a discussão da pichação nessa obra. É apenas um grafite cujo propósito é dialogar com o espaço urbano. A alternativa E está incorreta, pois não se pode afirmar que as cores estejam pensadas em campos tão distantes de seu entendimento mais comum. Gabarito: B 49. (Estratégia Vestibulares - 2021 - Inédita - Prof.ª Celina Gil) Instalação interativa para crianças: 'The Obliteration Room' / Yayoi Kusama De dezembro de 2011 e até março de 2012, uma instalação surpreendentemente simples da artistas Yayoi Kusama foi realizada na Queensland Gallery of Modern Art, na Austrália. O espaço reconstruiu um entorno doméstico, com diversos móveis e objetos, e em seguida foi todo pintado de branco brilhante. Embora isso possa sugerir uma topografia cotidiana, esvaziada de toda a cor e a especificidade, ao mesmo tempo funciona como uma tela branca a ser energizada – ou, no vocabulário de Kusuma, ‘desvainecida’- através da aplicação, em todas as superfícies disponíveis, de etiquetas de cores brilhantes com a forma de pontos. No decorrer de duas semanas, os jovens visitantes do museu receberam milhares de stickers coloridos e foram convidados a colaborar na transformação do espaço, convertendo a casa em uma vibrante explosão de manchas de cor. (Fonte: Wikimedia Commons) (Fonte: Flickr) Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 No texto e nas imagens, a concepção de interatividade está relacionada à prática de a) construção de uma ideia bastante simples com a qual as pessoas se relacionam. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 149 b) alteração do espaço físico por parte da intervenção dos espectadores. c) reconstrução de um ambiente doméstico que acessa as memórias pessoais. d) preenchimento do espaço com composições artísticas do público expostas. e) contrastar o branco e o colorido a partir das mensagens diferentes que passam. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois a simplicidade faz com que a instalação funcione, porém não traz necessariamente a interatividade. A alternativa B está correta, pois o que caracteriza a interatividade é a possibilidade de que o público possa interagir com a obra, se tornando ele mesmo parte atuante em sua criação. Ao modificar o espaço físico, o espectador se torna parte criador também. A alternativa C está incorreta, pois o ainda que o ambiente doméstico traga memórias, isso não indica necessariamente uma interação. A alternativa D está incorreta, pois não há exposição de obras do público. Há uma intervenção do público sobre uma obra existente, modificando-a. A alternativa E está incorreta, pois o contraste é fruto da intervenção e da interatividade, mas seus múltiplos significados não influenciam interação. Gabarito: B 50. (Estratégia Vestibulares - 2021 - Inédita - Prof.ª Celina Gil) Tamman Azzam nasceu em Damasco, na Síria, em 1980. Após um treinamento artístico na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Damasco, e quando iniciou a revolta na Síria ele voltou-se para a mídia digital e arte gráfica para criar composições visuais do conflito, com grande repercussão internacional. Superposição da obra “O beijo”, de Gustav Klimt em prédio devastado pela guerra, na Siria. Por Tamman Azzam. Uma das criações mais famosas de Azzam é a superposição da icônica obra “O beijo“, de Gustav Klimt, em paredes de um prédio devastado pela guerra em sua terra natal, o que provoca sentimentos contraditórios, oscilando do horror à contemplação, e vice-versa… ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 150 Disponível em: Acesso em 10 ago. 2021 A originalidade do grafite com a imagem de uma obra famosa parte da a) disposição de um tema amoroso em um espaço urbano de guerra. b) integração entre diferentes estilos artísticos e arquitetônicos. c) manutenção de um estilo artístico clássico mesmo num prédio atual. d) liberdade de criação de modificar a imagem que escolheu reproduzir. e) reprodução de uma obra famosa em um prédio histórico. Comentários: A alternativa A está correta, pois a originalidade não está exatamente na ilustração, mas na colocação na parede de um prédio destruído. A alternativa B está incorreta, pois o estilo arquitetônico original pouco importa aqui. O que importa é a colocação de uma figura de amor num prédio acabado pela guerra. A alternativa C está incorreta, pois a originalidade está no prédio ser destruído, independentemente de ser atual. A alternativa D está incorreta, pois há uma reprodução, logo, não há bem uma liberdade criativa. A alternativa E está incorreta, pois não se pode afirmar que o prédio seja histórico apenas pela imagem ou pelo texto. Gabarito: A Considerações finais A partir da próxima aula, iremos começar a nos dedicar a movimentos artísticos em si! Até lá, pratique bastante com os exercícios desta aula, para chegar sem dúvidas na próxima aula! Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou redes sociais! Prof.ª Celina Gil /professora.celina.gil Professora Celina Gil @professoracelinagil Versão Data Modificações 1 26/11/2021 Primeira versão do texto.objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à realidade. Dentre as obras abaixo, a que apresenta maior grau de abstração é a pintura: a) (Steamboats in the Port of Rouen, 1896, Camille Pissarro) b) (View of the Seacoast near Wargemont in Normandy, 1880, Auguste Renoir) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 17 c) (View of the Domaine Saint-Joseph, 1880s, Paul Cézanne) d) (The Ballet from “Robert le Diable”, 1971, Edgard Degas) e) (Untitled, 1945, Jackson Pollock) Comentários: Apesar de todas as obras apresentadas apresentarem algum grau de abstração, seja pela escolha de cores, seja pela menor nitidez de formas e contornos, a alternativa E é a que apresenta desenho com maior abstração, sendo praticamente impossível encontrar grandes referenciais na realidade. Exceto por algumas imagens, poucos elementos são identificáveis. A obra é mais fortemente fundada nas imagens abstratas. Gabarito: E ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 18 Técnicas Arquitetura Toda construção ou modificação do ambiente físico, num processo que inclui tanto o projeto quanto a execução em si. Também pode aparecer aliado a uma época ou região específica para denotar um estilo (ex.: Arquitetura gótica). Envolve conhecimentos nas áreas da matemática, artes, ciências sociais, política, entre outros. Colagem Composição feita a partir de materiais de texturas diferentes, tanto sobrepostas quanto lado a lado. Consiste na criação de uma nova imagem a partir da junção de outras. Passa a ser vista como possibilidade artística principalmente a partir do século XX, com a influência do cubismo, que utilizava muito dessa técnica. Pode ser tanto manual quanto digital. Desenho Nome genérico para traço linear, de forma pictórica, realizado em diversos suportes e a partir de diversas ferramentas, para expressar alguma ideia, podendo ser técnica ou estética. Deve levar em consideração a escolha das cores e texturas da superfície e a forma do desenho em si, que pode ser por contorno/linear, com volumes ou não, fazendo uso de luz e sombra. Escultura ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 19 Criação artística que consiste na manipulação de matérias de diversas naturezas para a criação de uma obra tridimensional. Diversas técnicas podem ser empregadas em sua criação, como esculpir ou talhar – ambas envolvendo a retirada de matéria de um bloco uno –, modelar – que envolve a adição de materiais para criar uma forma – ou fundir – quando se esculpe em metais. Fotografia Técnica de criar imagens a partir da exposição à luz de uma superfície sensível. Foi utilizada inicialmente mais para fins de registro e científicos do que artísticos, a fotografia logo se torna uma nova possibilidade nas artes. Pode ser tanto analógica quanto digital, colorida ou preto e branca. Depende de um equipamento fotográfico para ocorrer. Gravura Geralmente produzida com objeto cortante que cria motivo em uma superfície, chamada de matriz, que pode ser madeira, metal, pedra ou tecido. Tem a imagem invertida da que será vista na gravura, obra em papel que será gerada pelo processo de gravação. Os tipos mais comuns de gravura são xilogravura – gravação em superfície de madeira – litogravura – prensa que pode sobrepor camadas de cor – e serigrafia – tela criada em tecido fino. História em Quadrinhos Arte de narrar histórias por meio produções que envolvem textos verbais e não verbais. Possuem os elementos básicos das narrativas. Uso de recursos gráficos, como balões e molduras, para indicar diferentes intenções. Foi inspiração para produções da Pop Art. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 20 Instalação Termo incorporado nos anos 1960 para designar obras que utilizam o espaço como potência, ativando o espaço como parte da obra de arte. Possibilita a participação do espectador, que pode entrar ou interagir com a obra, tendo papel mais ativo sobre ela. Pode combinar diversas linguagens e técnicas na sua construção. Modelagem Técnica que consiste em moldar materiais, transformando-os de maleáveis a objetos tridimensionais. É uma técnica que permanece sendo muito artesanal. É uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo homem, acessada principalmente na construção de elementos de uso cotidiano. Mosaico Arte ornamental cujo principal aparecimento está nos revestimentos de pisos, paredes e tetos. Causa efeito suntuoso, podendo representar padrões ou formas figurativas. Deve-se levar em conta o local em que foi aplicado, em relação com a arquitetura, e as técnicas de elaboração – tipo de fragmento, tamanho etc. Ourivesaria e Prataria Produções que usam metais como suporte, tanto na fabricação de objetos cotidianos como na criação de obras de arte. Incluem elementos figurativos e ornamentos, além de dialogar com a arquitetura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 21 Performance Nome genérico para designar apresentações de canto, dança, mímica, teatro, entre outros. Na segunda metade do século XX, surge um novo gênero artístico chamado simplesmente “performance”, ligado aos movimentos de vanguarda, que consiste em ações pensadas de intervenção e atuação no espaço. Também envolve as práticas de body art. Pintura Nome genérico para técnica de aplicar pigmento – principalmente líquido – sobre uma superfície. É uma técnica bidimensional em que se atribuem cores, tons, textura etc., criando uma imagem. Pode aparecer em diferentes técnicas, como aquarela, pintura a óleo, acrílica ou guache. Vitral Trabalho com vidro, considerado por muito tempo uma arte aplicada. Seu desenvolvimento é muito marcante principalmente durante a Baixa Idade Média, nas catedrais góticas, em que causam um efeito sensorial místico intenso. Também se torna popular no fim do século XIX, por conta da Art Nouveau, movimento que revisita o vitral com uma nova estética. (Estratégia Vestibulares – 2021) Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe (1977) foi construída postumamente, a partir das instruções deixadas por Hélio Oiticica em textos, plantas, maquetes e amostras. O uso do termo square, que traduzido para português pode significar tanto “praça” quanto “quadrado”, revela elementos fundamentais para o pensamento do artista: o interesse pelo espaço público como lugar de encontro e a herança da tradição geométrica em sua formação. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 22 Aqui, a cor –outro elemento fundamental na produção de Oiticica –atinge a escala ambiental, na articulação de nove paredes em alvenaria, tinta acrílica, tela de arame e vidro. A presença da luz natural com as mudanças que sofre ao longo dos dias completa a obra, modificada a cada instante. Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe, 1977, [detalhe]. Foto: Brendon Campos (Disponível em Aceso em 08jul. 2021) As formas usadas na composição da instalação denotam preocupações do artista quanto ao/à a) reprodução de formas abstratas para a criação de obras de paisagismo e urbanismo. b) escolha de cores, ligada diretamente ao movimento concretista brasileiro. c) percepção da natureza como espaço mais criativo que o urbano, lembrando a land art. d) uso do espaço público, aproveitando-se da ambiguidade gerada pelo termo em inglês. e) preferência pelo uso de materiais do cotidiano, que podem ser facilmente encontrados. Comentários: A alternativa A é INCORRETA, pois o que se cria aqui é uma instalação artística, não uma obra de paisagismo e urbanismo.A alternativa B é INCORRETA, pois as cores não impactam na escolha da forma nesse caso. A alternativa C é INCORRETA, pois não se pode afirmar que o projeto fosse necessariamente para o meio da natureza. Isso ocorre devido à configuração do museu. A alternativa D é CORRETA, pois o texto aponta que o projeto elaborado pelo artista levava em consideração seu interesse sobre o espaço público. Nessa obra, cria-se uma praça com formas geométricas quadradas, incentivando o aproveitamento do espaço público. A alternativa E é INCORRETA, pois os materiais não impactam na escolha da forma aqui. Gabarito: D ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 23 Gêneros Cenas do cotidiano Se refere a obras que fazem referência ou tratam situações da vida cotidiana. Ao longo do tempo, quão mais afastada da religiosidade a arte se tornava – ou seja, conforme se secularizava – mais crescia o interesse em retratar cenas do dia a dia. Além de espaços públicos e domésticos, o mundo do trabalho será um objeto de interesse da arte. Festas comunitárias, no campo e na cidade, também serão retratadas aqui. Costumam ser imagens com grande riqueza de detalhes e que apresentam personagens “anônimos”. Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Cenas históricas Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral. Alguns teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa tambpem seriam históricas, mas estritamente falando, são obras que registram eventos políticos e históricos, como guerras, batalhas, feitos notáveis e personagens notáveis. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo. The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Cenas mitológicas Representações de personagens ou cenas mitológicas greco-romanas. As cenas mitológicas fazem parte de uma longa tradição na história da arte. Grosso modo, chama-se mitologia grega todo um conjunto de narrativas sobre deuses e heróis. São mitos fundadores do pensamento religioso – e até mesmo filosófico – grego, sendo base para muito da cultura ocidental. Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova York. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 24 Cenas religiosas Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Assim, as representações de cenas da mitologia cristã se tornaram muito frequentes. Entre alguns tópicos frequentes estão passagens do Velho Testamento, a Virgem Maria com menino Jesus, a Santa Ceia e a Crucifixão de Cristo. The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Natureza morta Representações de objetos inanimados. Ainda que tenham sido frequentes na pintura ao longo do tempo, é só no século XVI que deixam a posição de cenário ou detalhe para se tornarem temas centrais de quadros. Costumam ser representados alimentos, flores, livros, instrumentos musicais etc. A ideia é que se possa representar as coisas tal como são vistas por nossos olhos. Apples (1878), Paul Cézanne, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Paisagem Obras, principalmente pinturas, que retratam espaços naturais ou ao ar livre. Pressupõe uma maior presença da natureza do que de construções humanas. Se populariza sobremaneira a partir do século XVIII e terá seu apogeu no século XIX, também por conta de inovações tecnológicas: a invenção da bisnaga de tinta, que permitia a pintura ao ar livre, fazendo com que artistas pudessem ir para a natureza pintar, não ficando restritos aos estúdios. Mewport Rock (1872), John Frederick Kensett, Metropolitan Museum of Art, Nova York. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 25 Retrato Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos, elaboradas na maior parte das vezes a partir de modelos vivos. Mais recentemente, utilizaram-se também fotografias como base para a criação de retratos. Era muito ligado à ideia de mimesis, imitação: era importante ser capaz de reproduzir perfeitamente o modelo num momento em que não existiam fotografias – o que tornou o gênero popular nas academias e escolas de artes. Apesar de já serem existentes no século XIV, é com a ascensão da burguesia no século XV que o gênero se populariza. Os autorretratos, pinturas de si próprios feitas pelos artistas, também serão muito populares. Portrait of a Man (1650), Velázquez, Metropolitan Museum of Art, Nova York. (Estratégia Vestibulares – 2020) Um dos temas mais comuns à pintura ocidental são as cenas religiosas. Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Tendo em vista a definição, a obra que apresenta temática de uma cena religiosa é a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 26 c) d) e) Comentários: A alternativa A está incorreta, pois ainda que o nome remeta à mitologia cristã, não se pode dizer que a cena representada seja religiosa ou que represente passagens da religiosidade cristã. A alternativa B está incorreta, pois essa pintura mostra o interior de uma igreja, mas não uma cena religiosa. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 27 A alternativa C está correta, pois nessa cena vemos uma passagem da mitologia cristã representada: o momento em que a Virgem Maria sabe que irá ascender aos céus. A alternativa D está incorreta, pois não se observa elementos que remetam à religiosidade da época na tela. A alternativa E está incorreta, pois essa cena é da mitologia grega, ou seja, não se enquadra como religiosa, mas como mitológica. Gabarito: C 4 - Arte e Sociedade A relação entre arte e política deve ser observada sempre a partir de algumas ideias que temos sobre arte. Qual o papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa relação? Mais à frente discutiremos o papel social da arte, mas por ora, vamos pensar juntos sobre alguns modos de fazer arte. A arte pode ser provocativa. Pode, por exemplo, criticar movimentos da sociedade contemporânea a ela ou produzir críticas contra uma pessoa ou governo em especial. A imagem ao lado, por exemplo, mostra um homem cercado de tecnologia. Ele está com as mãos amarradas e o corpo atado por fios, segurando um celular. No rosto, ele tem um aparelho de assistir à realidade virtual. Isso pode ser lido como uma crítica à sociedade que vivemos, que deposita expectativas demais na tecnologia e acaba ficando presa a ela, sem ser capaz de olhar para o real. Uma obra que busque despertar o senso crítico tem como objetivo ampliar os horizontes de pensamento, fazendo com que, muitas vezes, nos questionemos acerca do mundo como ele é. Por isso, diversos governos autoritários ao longo da história promoveram censura às artes. Ao longo da história, obras de arte foram censuradas por diversas razões, mas principalmente dois conteúdos provocavam maior número de proibições: questões morais ou críticas diretas ao governo/governante da época. Algumas obras que tratamos como clássicas sofreram oposição em sua época. A Capela Sistina de Michelangelo, por exemplo, foi considerada imoral por muitos por apresentar pessoas peladas na parede que representava o Juízo Final. Um pupilo de Michelangelo chegou a pintar panos sobre as personagens do afresco para cobrir seus órgãos genitais. No século XIX, GustaveCourbet teve sua obra “A origem do mundo”, que representava um órgão sexual feminino proibida de ser exposta e só foi parar nas paredes dos museus em 1995. Hoje em dia, obras de conteúdo “potencialmente ofensivas” são retiradas das redes sociais o tempo todo. Fonte: Unsplash. Disponível em Acesso em 04/05/20. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 28 A discussão sobre a censura às artes no contemporâneo é fundamental para os vestibulares e você pode acabar encontrando-a, por exemplo, em uma proposta de redação. Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram contrárias a governos autoritários ao redor do mundo. Principalmente regimes totalitários na América Latina, África e Oriente Médio foram alvo de oposição dos artistas – muitos dos quais acabaram exilados ou perseguidos por suas produções. No Brasil, a censura às obras incidiu principalmente sobre a música, fazendo com que alguns artistas populares até hoje – como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem obrigados a deixar o país. A arte produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente referida como arte engajada, quando se propõe a produzir conteúdos subversivos ou até mesmo revolucionários para os padrões de sua época. Pussy Riot Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a governos ou lideranças políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy Riot, de origem russa. O grupo formado apenas por mulheres faz shows e performances contra as políticas discriminatórias do governo russo e o presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito conhecido pelo uso das balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de fora – coloridas. A arte também já serviu de propaganda e instrumento político de legitimação de governos ao longo da história. A sustentação de um governo depende não só de suas ações como também de apoio popular. Esse apoio pode ser construído através da arte e da cultura, usando das bens culturais como propaganda do governo. Essa mistura entre arte e política foi muito profícua na primeira metade do século XX, principalmente durante o período das Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Veja dois exemplos abaixo: ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 29 Arte Nazista Baseada em suas interpretações de mundo centradas na eugenia e na superioridade da raça ariana, a arte nazista vendia um mundo idílico e clássico. Representava a Alemanha como uma nação forte. Diferente da arte de vanguarda do período, a arte nazista fugia das abstrações e representavam o mundo de maneira mais naturalista. A escola de arte Bauhaus foi perseguida pelo regime por se opor ao ideal de arte do regime. Era parte do que eles chamavam de arte degenerada. Arte Soviética Após a Revolução Russa, em 1917, havia uma necessidade de garantir que a população apoiasse uma mudança tão brusca de governo. A cultura e as artes serviram pra por um lado reforçar os ideias da revolução e por outro criar um novo movo de fazer arte, com referenciais diferentes dos anteriores. Havia o incentivo à formação de grupos como o Proletkult (em português Cultura Proletária), com o objetivo de incentivar uma literatura de cunho social acessível ao povo. O cinema do início do século XX foi fundamental para a produção de arte ligada aos governos. Veja aqui alguns filmes fundamentais: O encouraçado Potemkin (1925) Dir.: Sergei M. Eisenstein Filme do principal cineasta soviético que retrata a história de uma rebelião ocorrida em um navio de guerra, em 1905. Os oficiais se rebelaram por conta das más condições de trabalho. O objetivo do filme é mostrar, pela comparação, que o governo soviético garantia melhores condições para os trabalhadores. O triunfo da vontade (1935) Dir.: Leni Riefenstahl Filme dirigido pela principal cineasta alemã. Documentário, o filme influenciou a linguagem da publicidade no futuro. Intercala cenas cotidianas dos membros do partido e soldados com discursos do próprio Hitler. O objetivo do filme é mostrar a lealdade do povo alemão para com o partido nazista. O Grande Ditador (1940) Dir.: Charles Chaplin Na mesma época, o cinema americano produz filmes que se opõe ao regime nazista, garantindo o apoio popular à guerra travada na época – prática usada até hoje em momentos de embate político. Em “O Grande Ditador”, Chaplin faz uma sátira à figura de Hitler, como um líder atrapalhado. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 30 Intercâmbio entre culturas Quando se pensa em contato entre culturas diferentes, há algumas questões envolvidas, principalmente a ideia de Apropriação cultural. Apropriação Cultural acontece quando uma pessoa de uma cultura hegemônica adota aspectos de uma cultura que não é a sua, usando esses elementos sem a devida referência. Ela também se caracteriza pelo uso de elementos que eram originalmente fonte de opressão de um grupo por um outro dominante. Isso pode ocorrer principalmente em contextos de colonização. Muitas vezes, os grupos colonizadores se apropriam de elementos sem compreender seu verdadeiro significado cultural. Dentre os elementos mais comuns a terem seus usos questionado, encontramos acessórios e trajes, símbolos, culinária e expressões artísticas. 1 PANTERA NEGRA O filme “Pantera Negra” faz uma discussão importante sobre o assunto, abordando principalmente uma questão muito contemporânea: a devolução ou não de objetos de museus para seus países de origem. Fonte: Instagram Um filme me disse Muitos dos grandes museus do mundo têm parte de seu acervo fruto de saques. O espólio das colonizações são entendidas hoje como parte da violência colonialista e 1 A partir do texto disponível em Acesso em 22 dez. 2020. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 31 países como França e Holanda têm promovido ações de devolução de obras para seus países de origem. O desafio desses países hoje é garantir condições de manutenção, exposição e restauro das obras que retornarem, já que um dos argumentos usados pelas instituições que resistem às devoluções é justamente o risco de deterioração das peças. Esse assunto não é apenas do passado: na Síria, desde o início da guerra, houve uma grande quantidade de tráfico ilícito de antiguidades. Mas qual a problemática envolvida? O problema não é você individualmente usar algo que acha bonito, mas quando um elemento de um grupo minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a outro grupo. Quando isso acontece, esse novo grupo é considerado inovador ou criativo, enquanto o grupo que usava originalmente pode ter sido marginalizado pelo mesmo elemento. Nos anos 50 nos EUA, por exemplo, o jazz era considerado música de negros e visto de maneira negativa. Quando músicos brancos começaram a gravar nesse ritmo, o jazz acabou se tornando uma música considerada refinada. A apropriação cultural, então, é um modo de reforçar o desequilíbrio social entre pessoas de grupos dominantes e minoritários. Fonte: Pixabay (Estratégia Vestibulares – 2021) Na última semana, a grife Alexander McQueen se envolveu em uma polêmica com internautas brasileiros que acusaram a marca de apropriação cultural. Tudo aconteceu após o lançamento da coleção Pre-Fall 2021, que traz uma peça com estampa que lembra a xilogravura de cordel, técnica artística tradicional de alguns estados da região Nordeste. (...) Muitos compararam a estampa com o trabalho do famoso gravador pernambucano J.Borges. Contudo, em comunicado enviado ao jornal Diário do Nordeste, o filho do artista e membro do Memorial J.Borges, Pablo, disse que o caso nãose trata de um plágio do trabalho de seu pai. “Eu dei uma olhada bem detalhada e vi que não tem nada dele. Ainda arrisco em dizer que é a mesma técnica da xilogravura, porém não é da gente”, esclareceu. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 32 A grife descreve a técnica usada para criar os desenhos como "parpercut", que utiliza de recortes em papel para produzir as impressões no tecido. Os ícones presentes na estampa, como o pássaro e o coração, são símbolosque já foram explorados anteriormente pela marca em outras coleções, assim como o método de estamparia. Até o momento, a Alexander McQueen e sua diretora criativa, Sarah Burton, não comentaram o caso. (Disponível em . Acesso em:09 jun. 2021) Sobre apropriação cultural e as técnicas mencionadas no texto, há a) um equívoco teórico, pois, visualmente falando, não há dúvidas de que a técnica empregada na feitura do vestido seja algo que não “parpercut”. b) uma imitação da obra do artista brasileiro J. Borges, que se tornou muito famoso no exterior devido ao Movimento Armorial nos anos 1970. c) um erro de atribuição, já que as obras dos trajes são oriundas do acervo de J. Borges, mas a marca não realizou a atribuição correta das referências. d) uma dubiedade, pois não fica claro se houve apropriação de um elemento artístico brasileiro ou se a técnica do “parpercut” produziu um efeito semelhante. e) uma coincidência, já que a família afirma que não conhece a marca e a marca aponta que o uso da mesma técnica que o artista não caracteriza plágio. Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois as técnicas são semelhantes em resultado, o que torna dúbia a interpretação do que seria a inspiração para a criação da estampa. A alternativa B está INCORRETA, pois, ainda que possamos enquadrar a valorização da xilogravura no Movimento Armorial, não se pode dizer que seja um movimento de projeção internacional, mas nacional. A alternativa C está INCORRETA, pois, segundo o texto, não podemos afirmar com certeza que seja uma referência a J. Borges, ainda que a semelhança visual seja muito grande. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 33 A alternativa D está CORRETA, pois, ainda que haja muita semelhança visual, não se pode afirmar com certeza se foi uma apropriação das obras de J. Borges —o que parece mais provável —ou se o efeito produzido pela técnica escolhida é muito semelhante à xilogravura do artista brasileiro. A alternativa E está INCORRETA, pois não se usa a mesma técnica: J. Borges faz xilogravuras e a marca trabalhou com uma técnica chamada "parpercut". Gabarito: D Essencialmente, você deve aprender a diferença entre apropriação, intercâmbio e assimilação cultural: (Estratégia Vestibulares – 2021) O blackface é uma prática que tem pelo menos 200 anos. Acredita-se que ela tenha se iniciado por volta de 1830 em Nova York. Mas não se trata apenas de pintar a pele de cor diferente. Era uma prática na qual pessoas negras eram ridicularizadas para o entretenimento de brancos. Estereótipos negativos vinham associados às piadas, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. No século 19, atores brancos usavam tinta para pintar os rostos de preto em espetáculos humorísticos, se comportando de forma exagerada para ilustrar comportamentos que os brancos associavam aos negros. Também ridicularizavam os sotaques dos personagens que incorporavam nas peças. Isso surgiu numa época em que os negros nem eram autorizados a subir nos palcos e atuar, por causa da cor da pele. Mesmo no século 20, era muito raro atores negros receberem posição de destaque. Papéis que exigiam uma aparência africana ou asiática eram frequentemente desempenhados por atores brancos usando blackface, ou seja, com a pele tingida. (...) Conforme movimentos antirracistas foram crescendo, o blackface foi sendo eliminado do entretenimento e, atualmente, é algo visto como vergonhoso e lamentável. (Disponível em Aceso em 08jul. 2021) De acordo com o texto, pode-se dizer que a prática do blackface é considerada hoje ofensiva, pois a) remete a um período em que os atores se comportavam de maneira exagerada em cena. b) produz uma caracterização de atores negros que não condiz com seu tom real de pele. Apropriação Cultural é necessariamente uma relação de dominação, opressão. Intercâmbio Cultural ocorre quando diferentes culturas promovem trocas mútuas. Assimilação Cultural ocorre quando há uma obrigatoriedade por parte de povos oprimidos de performar a cultura de seu opressor. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 34 c) ridiculariza pessoas negras, frequentemente reproduzindo estereótipos de personagens. d) reproduz uma prática específica do século XIX de não contratar atores negros para os papéis. e) exclui personagens de diferentes tons de pele nas criações teatrais ou audiovisuais. Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois há uma falta de detalhamento na alternativa. Não era qualquer ator que se comportava de maneira exagerada, mas os brancos interpretando negros em papéis estereotipados. A alternativa B está INCORRETA, pois esse termo se refere a atores brancos interpretando negros, não a atores negros em cena. A alternativa C está CORRETA, pois, segundo o texto, a prática do blackface reproduz estereótipos no teatro e no audiovisual, colocando pessoas brancas como intérpretes de pessoas negras em papéis ofensivos. Além disso, remete a uma época em que pessoas negras sequer podiam participar dessas produções. A alternativa D está INCORRETA, pois o texto aponta que essa prática persistiu até o século XX. A alternativa E está INCORRETA, pois há personagens de diferentes tons de pele. O que não há são atores com tom de pele correspondente. Gabarito: C Arte e mercado Uma das questões sobre as quais os alunos mais se questionam é o que define o preço de uma obra de arte. Antes de mais nada, é importante que você saiba que o valor de uma ora não está em questões puramente estéticas ou de gosto. Um obra de arte pode ser valorada a partir de diferentes critérios, tanto objetivos quanto subjetivos. Critérios Objetivos • Materiais e ferramentas (tinta, tela, papel etc); • Ateliê ou estúdio; • Despesas de marketing e divulgação; e • Comissões das galerias de arte ou merchands. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 35 Critérios Subjetivos • Valor da mão de obra, ou seja, valor da hora do artista; • A importância do artista no cenário cultural; • A notoriedade do tema ou técnica; • Estado de conservação da obra; • Assinatura e comprovação de veracidade; e • Exclusividade ou ineditismo. Há outros fatores que podem influenciar no valor de uma obra de arte. Dados mais específicos de cada realidade, como a fase de trabalho de algum artista, se a obra tem histórico de participação em exposições importantes, quem foram os donos anteriores e até mesmo a realidade econômica do país na época da venda. Outra diferenciação que pode impactar na valoração de uma obra é se ela é uma obra de vanguarda ou acadêmica. A depender do momento ou do que se passa com o país no momento, uma ou outra pode ser mais valorizada. A diferença entre elas, porém, é essencial: Há, por fim, outras definições importantes quando o assunto é o valor de uma obra de arte. Essas definições são importantes também para compreender os limites entre arte e artesanato, que pensaremos ao longo de nosso curso. Arte acadêmica Produções ditadas por uma escola ou academia mais focada em reprodução da técnica do que na criação de algo novo ou de estilo pessoal. Arte de vanguarda Arte que busca ruptura com os sistemasestabelecidos. Pode ser uma produção individual ou de um grupo. São artistas eu costumam estar “à frente de seu tempo”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 36 (Estratégia Vestibulares – 2021) O artesanato é uma parte da técnica da arte, a mais desprezada infelizmente, mas a técnica da arte não se resume no artesanato. O artesanato é a parte da técnica que se pode ensinar mas há uma parte da técnica de arte que é por assim dizer, a objetivação, a concretização de uma verdade interior do artista. Esta parte da técnica obedece segredos, caprichos imperativos do ser subjetivo, em tudo o que ele é, como indivíduo e como ser social. Isto não se ensina e reproduzir é imitação. Isto é o que chamamos a técnica de Rembrant, e Fra Angelico ou de Renoir, que divergem os três profundamente não apenas na concepção do quadro, mas consequentemente na técnica do fazer. (Disponível em Acesso em 21 abr. 2021) Sobre a distinção entre arte e artesanato, segundo o texto, é correto afirmar que: a) arte e artesanato diferenciam-se principalmente por serem campos de produção estética que fazem uso de técnicas diferentes. b) há um componente criativo individual característico da arte que transcende a execução exímia da técnica de que o artesanato se vale. “Arte erudita” X “Arte popular” X “Arte de Massa” Essa é uma oposição reproduzida com frequência pelo senso comum, como se um tipo de arte fosse “superior” a outro. A contraposição se baseia em diversos fatores. Vamos entender os significados de cada uma dessas expressões. Arte erudita é aquela produzida por e para uma elite, seja ela econômica ou intelectual. É um tipo de produção que frequentemente demanda conhecimentos em diferentes áreas para ser melhor compreendida. É mais facilmente encontradas em galerias e museus, além de contar com a apreciação da crítica. Arte popular é a que possui interfaces com o folclore e demais representações da cultura popular. Costuma manter sua ligação com tradições locais e com ancestralidades. É produzida pelo povo para o povo, dialogando com elementos do cotidiano. Muitas vezes representa motivos místicos ou sagrados e cenas cotidianas. O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é “melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões. Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 37 c) o artesanato transforma materialmente realidades subjetivas dos artistas, criando a partir de suas experiências técnicas específicas. d) há uma noção hierárquica que diferencia as duas expressões artísticas, levando-se em consideração a beleza da execução técnica. e) a arte concretiza uma verdade interior do artista, enquanto o artesanato apenas é capaz de reproduzir e imitar expressões subjetivas. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto indica que frequentemente as técnicas são as mesmas. A alternativa B está correta, pois, segundo o texto, a arte tem um traço da subjetividade do autor para além da execução da técnica, característica frequentemente associada ao artesanato. A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que quem faz isso é a arte. A alternativa D está incorreta, pois a diferença não é exatamente pela beleza da execução técnica, mas pela expressão subjetiva envolvida. A alternativa E está incorreta, pois ainda que se afirme que a arte materializa uma verdade interior do artista, o texto não aponta que o artesanato produza cópias. Apenas que o artesanato está no campo da técnica. Gabarito: B Relação entre artistas e poder constituído Um dos modos de relacionar-se com o poder, para além das críticas sociais ou questionamento de sistemas é através da cooperação. Uma das principais relações entre artistas e Estado está nas políticas de apoio às artes. Veja um breve histórico dos aportes financeiros do Estado para artes no Brasil. Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos culturais. Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como acontecia na Europa. Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda. Nos 20 anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar. Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía mecanismos de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída em 1991 pela Lei Federal de Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 38 O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas oferecem recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que recebam contrapartidas, como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens. O fomento cultural também pode surgir por meio de apoio ou parceria, mas nesses casos, não há a política de incentivo fiscal. (Disponível em ) A relação entre arte e Estado, porém, sempre suscita uma série de discussões. Elencamos aqui algumas das principais questões que podem aparecer na sua prova ou até mesmo na sua redação. O que é crítica de arte? Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz respeito a análises e juízos de valor emitidos sobre as obras de arte que, no limite, reconhecem e definem os produtos artísticos como tais. Envolve interpretação, julgamento, avaliação e gosto. A crítica de arte nesse sentido específico surge no século XVIII, num ambiente caracterizado pelos salões literários e artísticos, acompanhando as exposições periódicas, o surgimento de um público e o desenvolvimento da imprensa. Nesse momento, observam-se as primeiras tentativas de distinguir mais nitidamente crítica de arte e história da arte, que aparecem como domínios distintos: o historiador voltado para a arte do passado e o crítico comprometido com a análise da produção do seu tempo. O Estado deveria financiar a cultura e a arte? A formação de público no Brasil é de responsabilidade de quem? Quais as consequências da dependência de editais? Quem consome arte no Brasil? Como preservamos a Cultura e a Arte no Brasil? Arte e cultura são equivalentes? INDO MAIS FUNDO! ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 39 A despeito desse esforço em marcar diferenças, as dificuldades em estabelecer limites claros entre os dois campos se mantêm até hoje. Embora distintos, os campos da história e da crítica de arte encontram-se imbricados; afinal o juízo crítico é sempre histórico, na medida em que dialoga com o tempo, e a reconstituição histórica, inseparável dos pontos de vista que impõem escolhas e princípios. As meditações sobre o belo, no domínio da estética, alimentam as formulações da crítica e da história da arte. Disponível em 5- Arte e Realidade Uma das antigas teorias relacionadas à arte é a ideia de arte como imitação do real. Essa ideia pareceu inquestionável pormuitos anos. A arte era considerada uma espécie de espelho, capaz de refletir e fixar o mundo da maneira mais fiel possível. Isso se liga diretamente à ideia de mimesis: Mímesis A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada para definir as obras produzidas pelo Homem em que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação do Homem. A palavra mimesis é grega e é traduzida por imitação. A teoria da arte como imitação tem dois objetivos: reproduzir algo fielmente; compreender que tanto melhor é uma obra que mais fielmente reproduza aquilo que imita. Ao longo do tempo, porém, fica claro que a função social da arte não é apenas imitar a realidade. A arte tem muitas possibilidades de atuação e de criação frente ao real. Elencamos aqui algumas das principais funções sociais da arte: Fruição estética, ou seja, ser bela. Utilitária, ou seja, não como um fim em si mesmo, mas um meio para alcançar alguma finalidade. Remeter à realidade, tanto a partir da cópia quanto da ressignificação, buscando reavaliar criticamente o mundo. Ritual, como forma de ligação com o metafísico, por exemplo. Educar, ensinando algo para aqueles que a apreciam. Memória, nos permitindo resguardar do esquecimento acerca de algo que gostamos. Conserva e documenta. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 40 (Estratégia Vestibulares – 2021) Enciclopédia Negra: personalidades invisibilizadas na história do Brasil Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano. A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, reitera o compromisso com a visibilidade e a pluralidade de histórias e movimentos que se propõe a contar por meio da arte e inaugura Enciclopédia negra. Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano, publicado em março de 2021 pela Companhia das Letras. A mostra é um desdobramento da publicação e também se conecta com a nova apresentação da coleção do museu que se apoia em questionamentos contemporâneos e reverbera narrativas mais inclusivas e diversas. No livro, estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes individuais e coletivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e histórias de vida apagadas ou nunca registradas. Para interromper essa invisibilidade, 36 artistas contemporâneos foram convidados a produzir retratos dos biografados. Zumbi (PE-AL) pelo artista Arjan Martins. Crédito da imagem: reprodução de Filipe Bernd (Disponível em Aceso em 25 jun. 2021) A função social da exposição é, através da obra de arte, a) ressignificar imagens famosas de pessoas cujas histórias foram menos relevantes. b) divulgar uma obra de autores contemporâneos, como parte do lançamento. c) fazer o público conhecer a verdadeira história de personalidades populares. ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 41 d) mostrar a relevância da arte contemporânea na construção da história. e) resgatar uma memória de pessoas que não tiveram suas histórias registradas. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois não há aqui nem a ideia de ressignificar imagens nem a de que essas pessoas sejam menos relevantes. A alternativa B está incorreta, pois a exposição parte das informações levantadas em um livro, mas não tem o foco de divulgá-la. A alternativa C está incorreta, pois não há nada que indique que essas pessoas seriam tão populares. São pessoas cujas vidas não foram registradas adequadamente. A alternativa D está incorreta, pois há a informação de que a exposição faz parte de uma apresentação da coleção contemporânea do museu, mas isso não é a função social da exposição, cujo foco é a ressignificação de memórias. A alternativa E está correta, pois aqui a reportagem afirma que são criadas obras que reverberam narrativas de pessoas negras que tiveram suas vidas apagadas ou que não foram registradas Gabarito: E Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica Esse é o título de um dos textos mais famosos do pensador Walter Benjamin. Esse texto é fundamental para compreender muitas das questões em torno da produção de arte do século XX, principalmente após a Segunda Guerra. O texto foi publicado em 1955. É importante pontuar que sempre foi possível reproduzir uma obra. Segundo Benjamin: Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os homens faziam sempre podia ser imitado por outros homens. Essa imitação era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos mestres, para a difusão das obras, e finalmente por terceiros, meramente interessados no lucro. Em contraste, a reprodução técnica da obra de arte representa um processo novo, que se vem desenvolvendo na história intermitentemente, através de saltos separados por longos intervalos, mas com intensidade crescente. O que Benjamin aponta nesse ensaio é que após a possibilidade de reproduzir uma obra de maneira idêntica, principalmente a partir do advento da fotografia e, posteriormente do cinema, há um impacto na própria concepção do que seria arte. Primeiro porque a arte deixa de depender da mão do artista e pode depender apenas de seu olho: criar um enquadramento ESTRATÉGIA VESTIBULARES AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 42 para uma fotografia não demanda a mesma habilidade manual que pintar um quadro, por exemplo. O que ele aponta é que “a reprodução técnica atingiu tal padrão de qualidade que ela não somente podia transformar em seus objetos a totalidade das obras de arte tradicionais, submetendo-as a transformações profundas, como conquistar para si um lugar próprio entre os procedimentos artísticos”. Ou seja, a partir de técnicas como a fotografia, qualquer objeto pode se tornar arte – se fotografado de determinada maneira. Benjamin aponta que, inicialmente, as obras de arte eram produzidas a serviço da “magia”, ou seja, a arte era ritual e, depois, religiosa – basta lembrar do que vimos desde pintura rupestre até o renascimento. Assim, imagens possuíam aquilo que ele chamava de valor de culto. Quando passamos a ser capazes de produzir e difundir de maneira industrial as obras de arte, estas perderam aquilo que ele chama de aura. Segundo o autor a aura é definida por ser uma “figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja”. A aura só seria possível numa obra única, que não pudesse ser produzida de maneira industrial. É o que a liga ao seu aspecto ritual, mágico. Após as possibilidades de reprodutibilidade técnica, a arte passa a ter valor de exposição, ou seja, quanto ela pode ser vista e apreciada. Assim, obras que possam ser mais reproduzidas atendem a essa necessidade de disponibilidade. A arte, portanto, para Walter Benjamin, ganha uma nova função. (Estratégia Vestibulares – 2021) No lugar do cavalete, das tintas e dos pincéis, o computador. A tecnologia se incorpora cada vez mais à arte, embora as tradicionais técnicas artísticas continuem tendo espaço. Esse processo, contudo, não é novo —começou há décadas. Primeiro foi a fotografia, depois o cinema, o vídeo. Esses recursos analógicos foram a tônica da primeira metade do século 20. Porém, quando os computadores adquiriram a capacidade de manipular imagens, os artistas começaram a explorar um novo recurso: a linguagem digital. A arte tecnológica ainda não foi assimilada totalmente pelo grande público. Surgem polêmicas sobre o valor desse tipo de manifestação