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Indaial – 2020
Gestão da ComuniCação 
nas orGanizações e 
assessoria de imprensa
Prof. Arnaldo Zimmermann 
Prof. Luís Augusto Zillmer Cardoso 
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Arnaldo Zimmermann 
Prof. Luís Augusto Zillmer Cardoso
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
Z73g
Zimmermann, Arnaldo
 
 Gestão da comunicação nas organizações e assessoria de 
imprensa. / Arnaldo Zimmermann; Luís Augusto Zillmer Cardoso. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 
 207 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-247-6
 ISBN Digital 978-65-5663-245-2 
 
 1. Assessoria de imprensa. - Brasil. I. Cardoso, Luís Augusto 
Zillmer. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
 CDD 070
apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Gestão da 
Comunicação nas Organizações e Assessoria de Imprensa. A comunicação 
nas empresas é uma ferramenta essencial para o processo de desenvolvimento 
e crescimento no mercado como também uma necessidade para com os 
públicos com os quais se relaciona.
Através da comunicação as organizações constroem suas marcas e 
reputação e fortalecem sua identidade e credibilidade. Por essas e outras 
razões, como discutiremos no presente livro-texto, essa comunicação precisa 
ser gerenciada e utilizada a partir de um conjunto de técnicas.
Nesse sentido, aprenderemos inicialmente os aspectos relacionados 
à imagem e identidade corporativa e os elementos que integram a 
comunicação empresarial. Destacaremos ainda a necessidade de adoção de 
novas estratégias de comunicação com os stakeholders da organização.
A partir disso, apresentaremos os compromissos sociais da organização 
e as formas de abrir e manter relacionamento com os vários públicos em uma 
sociedade, como mídia, governos, funcionários, investidores e comunidade 
em que estão inseridas.
O foco da disciplina, no entanto, está em demonstrar como a 
organização constitui-se como um centro de informações capazes de 
fortalecer sua imagem institucional e credibilidade e como essas notícias 
impactam os diversos públicos. Nesse sentido, buscaremos destacar as 
funções e o trabalho da assessoria de imprensa em uma organização a fim 
de estabelecer o que é notícia, a comunicação com a administração pública 
e os órgãos de mídia e relacionamentos e ainda os serviços prestados pela 
assessoria de imprensa.
Estes serviços exigem abordagens diferentes de acordo com as 
características dos públicos a serem atendidos, e cujos temas serão abordados 
ainda na Unidade 2 do e que nos levam para a etapa dos estudos a respeito 
do planejamento das ações de comunicação empresarial.
Assim, a terceira unidade revela as formas de se planejar as atividades 
de assessoria de imprensa e comunicação organizacional a partir da realização 
do diagnóstico e da avaliação e mensuração de resultados e balanços 
periódicos. Para isso, mostraremos também a importância da definição dos 
objetivos de comunicação e sua relação com os objetivos empresariais globais 
e como as novas mídias podem contribuir para a consecução desses objetivos 
de maneira dinâmica e dialógica.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Trataremos, ainda, da necessidade de os gestores e colaboradores 
serem preparados através de treinamentos de mídia para fornecer as notícias 
aos mais variados públicos e como eles devem se portar para a preservação 
da imagem organizacional em momentos de crise.
Buscamos, desta forma, fortalecer os conhecimentos aprendidos na 
disciplina de Comunicação nas Organizações e ampliar a sua visão sobre as 
possibilidades de atuação no mercado profissional de comunicação.
Aproveite bem e desejamos a você um bom curso!
Prof. Arnaldo Zimmermann 
Prof. Luís Augusto Zillmer Cardoso
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL ................................................................... 1
TÓPICO 1 — COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO .............................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ................................................................................... 3
3 IDENTIDADE, IMAGEM E REPUTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ........................................... 8
4 PÚBLICOS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ................................................... 10
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS TIPOS DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ............. 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19
2 COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E PROPAGANDA CORPORATIVA ............... 19
3 PRINCIPAIS TIPOS DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES .................................... 24
3.1 COMUNICAÇÃO CULTURAL .................................................................................................. 24
3.2 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVAversa.	Isso	porque	a	comunicação	interna	objetiva	manter	o	colaborador	informado,	
enquanto	o	endomarketing	visa	a	satisfação	do	colaborador.
Para	comunicar-se	de	maneira	efetiva	com	seus	funcionários,	as	empresas	
podem	utilizar	as	mídias	 internas	 (vídeos,	 jornais,	 revistas,	alto-falantes,	painéis	
eletrônicos,	 folhetos,	 displays,	 jornais-murais,	 e-mails)	 e	 essa	 comunicação	 não	
deve	ser	apenas	no	fluxo	descendente,	ou	seja,	de	cima	para	baixo,	ensinam	Tomasi	
e	Medeiros	(2009).
Para	desenvolvermos	uma	ação	de	endomarketing,	no	entanto,	precisamos	
inicialmente	 aferir	 o	 clima	 organizacional	 através	 de	 uma	 pesquisa	 com	 os	
colaboradores	e	público	interno	para	que	possamos	ter	um	diagnóstico	da	situação.
Na	 sequência,	 precisamos	 definir	 uma	meta	 global	 para	 o	 programa	de	
endomarketing,	que	podem	estar	relacionados	com	o	aumento	da	produtividade,	
a	melhoria	da	qualidade,	a	 conquista	da	credibilidade	 interna,	o	 lançamento	de	
novos	produtos	ou	outros	tantos,	diz	Brum	(1998).
A	 próxima	 etapa	 consiste	 na	 criação	 dos	 ícones	 de	 comunicação	 que	
sintetizam	o	movimento	desejado	pela	empresa.	Em	seguida,	precisamos	dividir	
os	públicos	internos	de	acordo	com	suas	características	a	fim	de	usarmos	os	meios	
corretos	de	comunicação	interna	para	eles.
Brum	(1998)	ainda	acrescenta	a	necessidade	de	seguir	o	plano	com	as	ações	
a	serem	desenvolvidas	pelo	programa	de	endomarketing,	cujo	objetivo	consiste	em	
informar,	integrar	e	encantar	o	público	interno.
A	 última	 etapa	 do	 programa	 de	 endormarketing	 reside	 na	 escolha	 de	 um	
momento	mais	adequado	para	o	lançamento	do	programa	com	a	finalidade	de	envolver	
e	integrar	todos	os	colaboradores,	diretoria	e	demais	envolvidos	no	programa.
3.2 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA OU GERENCIAL
Conforme	 Torquato	 (2002),	 a	 comunicação	 administrativa	 e	 gerencial	
atende	às	áreas	centrais	de	planejamento	e	às	estruturas	técnico-administrativas.	
Ela	visa	orientar,	atualizar,	ordenar	e	reordenar	o	fluxo	das	atividades	funcionais.
26
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
A	 comunicação	 administrativa	 está	 presente	 nas	 normas,	 instruções,	
políticas	 comerciais/negociais,	 políticas	 de	 desenvolvimento	 pessoal,	 políticas	
de	promoção,	políticas	salariais,	políticas	de	gestão/organização/modernização,	
regulamentos,	 portarias,	 avisos,	 informações	 sobre	 novos	 lançamentos,	
programas,	 produtos	 e/ou	 serviços,	 mudanças	 institucionais	 e	 programáticas,	
projetos	de	expansão/racionalização	da	rede,	movimentos	negociais,	resultados	
de	campanhas	(TORQUATO,	2002).
Devido	a	essa	amplitude	e	abrangência	das	comunicações	administrativas,	
Tomasi	e	Medeiros	(2009)	sustentam	que	ela	fica	suscetível	a	ocorrência	de	ruídos	
nas	mensagens.	A	fim	de	evitar	esses	problemas,	os	autores	recomendam:
a)	Informatizar	a	comunicação.
b)	Enxugar	os	excessos	de	informação.
c)	Racionalizar	os	fluxos	informativos.
d)	Treinar	as	pessoas	para	a	prática	da	comunicação.
e)	Aperfeiçoar	e	padronizar	a	apresentação	gráfica	das	informações.
f)	Imprimir	maior	rapidez	às	comunicações,	escolhendo	canais	adequados.
g)	Melhorar	as	comunicações	ascendentes	(de	baixo	para	cima).
A	comunicação	administrativa/gerencial	 compreende	apenas	mais	uma	
modalidade	que	precisa	ser	planejada	e	bem	elabora	nas	empresas.	Isso	porque	
todos na organização em algum momento são emissores e receptores das 
mensagens	administrativas	e	gerenciais.
3.3 COMUNICAÇÃO SOCIAL
A	 comunicação	 social	 envolve	 as	 áreas	 de	 jornalismo,	 relações	 públicas,	
publicidade,	editoração	e	marketing	e	é	a	mais	desenvolvida,	tanto	do	ponto	de	
vista	conceitual	quanto	dos	pontos	de	vista	operacional	e	tecnológico	(TORQUATO,	
2002).
Essa	 modalidade	 de	 comunicação	 (social)	 responde	 pela	 imagem	 da	
organização	no	mercado	e	visa	atingir	a	opinião	pública	(TOMASI;	MEDEIROS,	
2009).	Ela	visa	ocupar	posições	na	mente	do	consumidor	e	na	lógica	que	regula	o	
seu	comportamento	e	decisões	de	compra.
É	 comum	 encontrarmos	 nas	 bibliografias	 a	 comunicação	 social	 sob	 a	
nomenclatura	de	Comunicação	 Integrada	de	Marketing	 (CIM),	 entendida	 como	
um	 conjunto	 de	 comunicações	 coordenados	 e	 integrados	 de	modo	 a	 criar	 uma	
imagem	única	da	marca,	produto	ou	serviço	(LIMEIRA,	2004).
Diante	 do	 exposto,	 podemos	 relacionar	 as	 principais	 ferramentas	 de	
comunicação	social	com	suas	respectivas	características,	conforme	proposto	pelos	
autores a seguir:
TÓPICO 1 — COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO
27
• Propaganda: é	 a	 forma	 paga	 e	 não	 pessoal	 de	 comunicação	 de	 marketing,	
com	um	patrocinador	identificado,	dirigida	a	um	público	definido	e	veiculada	
por	mídia	 de	massa,	 segmentada	 ou	 dirigida,	 visando	 criar	 imagem	para	 a	
marca	com	base	em	seu	posicionamento,	e	estimular	a	aquisição	do	produto	
(LIMEIRA,	2004).
• Promoção de vendas:	a	oferta	de	incentivos	imediatos,	de	curto	prazo,	como	
brindes,	descontos,	prêmios	e	bonificações,	por	um	patrocinador	identificado,	
com	ou	sem	o	apoio	da	propaganda,	para	estimular	a	experimentação,	aquisição	
ou	repetição	de	compra	do	produto	(PINHEIRO;	GULLO,	2005).
• Venda pessoal:	 é	 a	 forma	de	 comunicação	persuasiva	 e	 interativa	 realizada	
por	meio	de	contato	pessoal,	 face	a	face,	entre	o	representante	da	empresa	e	
o	 cliente,	 visando	 eliminar	 as	 objeções	 deste	 e	 realizar	 a	 venda	 do	 produto	
(PÚBLIO,	2008).
• Marketing direto:	o	conjunto	de	atividades	de	comunicação	impessoal	e	direta,	
sem	intermediários,	entre	a	empresa	e	o	cliente,	via	correio,	fax,	telefone,	internet	
ou	outros	meios	diretos	de	comunicação,	visando	obter	respostas	imediata	do	
cliente	e,	por	fim,	a	venda	do	produto	(PINHEIRO;	GULLO,	2005).
• Relações públicas:	 atividades	 de	 comunicação	 com	 os	 públicos	 direta	
ou	 indiretamente	 interessados	 nas	 atividades	 da	 empresa,	 os	 chamados	
stakeholders,	visando	criar	atitude	favorável	em	relação	à	marca	e	às	atividades	
da	empresa	com	maior	credibilidade	do	que	as	ações	de	propaganda	(TOMASI;	
MEDEIROS,	2009).
• Publicidade:	 informações	 sobre	 as	 atividades	 da	 empresa	 e	 seus	 produtos,	
divulgadas	por	meio	da	 imprensa,	para	o	público-alvo,	 sem	custo	 adicional	
(TORQUATO,	2002).
• Assessoria de imprensa: relacionamento com órgãos e representantes da 
imprensa,	que	são	formadores	de	opinião,	visando	criar	atitude	favorável	em	
relação	à	marca	do	produto	e	à	empresa	(TORQUATO,	2002).
• Promoção de eventos: atividade de comunicação por meio da realização ou 
patrocínio	de	eventos	como	feiras,	exposições,	congressos,	palestras,	seminários,	
espetáculos,	concursos	e	torneios	culturais	ou	esportivos,	visando	divulgar	e	
criar	imagem	da	organização	(PINHEIRO;	GULLO,	2005).
• Merchandising ou comunicação no ponto de venda: as atividades de 
comunicação	 e	 exposição	 do	 produto	 no	 ponto-de-venda,	 como	 cartazes,	
folhetos	e	displays,	que	visam	chamar	a	atenção,	facilitar	o	acesso	do	consumidor	
ao	produto	e	estimular	as	vendas	imediatas	(LIMEIRA,	2004).
• Atendimento ao cliente:	 comunicação	 interativa,	 iniciada,	 em	 geral,	 pelo	
cliente,	com	o	propósito	de	responder	dúvidas	e	perguntas,	esclarecer	sobre	
a	maneira	de	consumir	e	resolver	problemas	decorrentes	do	uso	do	produto	
(TOMASI;	MEDEIROS,	2009).
• Comunicação pela internet:	conjunto	de	atividades	de	comunicação	interativa	
com	os	clientes,	canais	de	vendas	e	parceiros	que	se	utiliza	da	rede	mundial	
Internet,	como	e-mails,	páginas	na	web,	redes	sociais	e	anúncios	na	forma	de	
banners (LIMEIRA,	2004).
• Embalagem:	além	de	ser	o	recipiente	ou	envoltório	para	o	produto,	com	design	
e	material	diferenciada,	é	um	meio	de	comunicação	de	suas	características	e	
de	seus	benefícios,	contribuindo	para	a	formação	da	imagem	da	organização	
(PINHEIRO;	GULLO,	2005).
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
28
A	comunicação	social	abrange	ainda	a	figura	do	atendimento	ao	cliente	
através	da	ouvidoria	ou	do	ombudsman	(ouvidor	responsável	por	encaminhar	
as	sugestões,	elogios	e	reclamaçõesdos	consumidores	aos	responsáveis	e	cobrar	
respostas	para	dar	retorno	aos	consumidores).
Ainda	na	comunicação	social	devemos	incluir	as	atividades	de	lobby,	ou	
seja,	aquelas	realizadas	através	das	relações	públicas	junto	aos	governantes	para	
que	as	organizações	possam	defender	seus	interesses	de	forma	clara	e	transparente	
(TOMASI;	MEDEIROS,	2009).
Finalmente,	a	comunicação	social	também	fica	responsável	pela	defesa	e	
proteção	da	imagem	da	organização	em	situações	de	crise	ou	emergência,	aquelas	
que	ocorrem	de	forma	inesperada	e	urgente	e	que	requerem	uma	resposta	rápida	
da	empresa.
3.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
A	modalidade	de	comunicação	de	sistemas	de	informação	está	baseada	no	
uso	da	tecnologia	da	informação	e	comunicação.	Como	nos	explicam	Terciotti	e	
Macarenco	(2009,	p.	13),	“os	sistemas	de	informação	são	um	conjunto	de	recursos	
tecnológicos	destinados	ao	armazenamento,	ao	processamento	e	à	 transmissão	
de	informações”.
A	 função	 do	 sistema	 de	 informação	 reside	 em	 dar	 suporte	 à	 gestão	
do	 conhecimento	 como	 elemento	 de	 apoio	 à	 tomada	 de	 decisão,	 à	 troca	 de	
experiências	e	ideias	e	à	comunicação	empresarial	através	dos	recursos	e	meios	
digitais	existentes	na	atualidade.
Segundo	Tomasi	e	Medeiros	(2009),	a	Internet	pode	ser	considerada	um	
dos	meios	mais	utilizados	pela	comunicação	nas	organizações.	 Isso	se	deve	ao	
fato	de	que	ela	 transmite	ao	público-alvo	a	sensação	de	que	ele	pode	 interagir	
com	a	empresa	e	tem	necessidade	dos	seus	produtos/serviços.
Assim,	 o	 sistema	 de	 informação	 tanto	 serve	 para	 nos	 relacionarmos	
com	 o	 público	 interno	 como	 também	 com	 o	 público	 externo,	 através	 de	
e-mails,	 comunicadores	 instantâneos,	videoconferências,	e-learning,	 sites,	blogs,	
comunidades	e	mídias	sociais.
Todas	as	ferramentas	baseadas	em	sistemas	de	informação	e	comunicação	
possuem	um	aspecto	que	as	diferencia	das	demais	formas	de	comunicação.	Isso	
pode	ser	comprovado	por	sua	mobilidade,	ou	seja,	pela	possibilidade	de	acesso	
de	 qualquer	 local	 conectado	 à	 rede	 mundial	 de	 computador	 (TERCIOTTI;	
MACARENCO,	2009).
Observe	na	figura	a	seguir	os	tipos	de	comunicação	nas	organizações	e	os	
públicos	e	funções	a	que	atendem	cada	um	deles.
TÓPICO 1 — COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO
29
FIGURA 4 – TIPOS DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUAS FUNÇÕES
FONTE: O autor
O	uso	integrado	de	todas	essas	formas	é	o	que	caracteriza	a	comunicação	
empresarial,	 afinal,	 ela	 compreende	 a	 somatória	 de	 todas	 as	 atividades	 de	
comunicação	de	uma	empresa	com	os	seus	mais	diversos	públicos.
A	comunicação	nas	organizações	possui	um	caráter	estratégico,	conforme	
estudamos	no	tópico	inicial	da	unidade	e	que	tem	sido	reforçado	ao	longo	dos	
nossos	estudos	dos	tipos	de	comunicação	empresarial.	Nesse	sentido,	sugerimos	
a leitura do texto seguinte que ressalta a necessidade de um alinhamento 
estratégico	entre	missão,	visão	e	valores	com	todas	as	atividades	de	comunicação	
realizadas	na	organização.	Vale	a	reflexão!
As estratégias da comunicação
O	entendimento	da	empresa,	sua	história,	cultura	e	negócio	são	o	passo	
inicial	 para	 traçar	uma	 estratégia	de	 comunicação,	 e	 não	há	duas	 situações	
iguais entre empresas ou mesmo nas próprias unidades de uma mesma 
empresa.	O	que	funcionou	com	êxito	na	filial	de	um	país	pode	ser	um	desastre	
em	outro.	No	topo	da	pirâmide	estratégica	está	o	futuro	desejado,	o	caminho	
a	ser	seguido	e	como	se	pretende	alcançá-lo.	Trata-se	da	visão,	missão	e	dos	
valores	declarados	pela	empresa,	que	orientam	todas	as	suas	manifestações	e	
estabelecem	condutas	desejadas	para	suas	lideranças	e	empregados.	Seguem-
se	a	elas	as	políticas	e	diretrizes	estratégicas	para	cada	área	e	a	comunicação.	
O	 conteúdo	 das	 mensagens,	 as	 prioridades	 para	 cada	 assunto	 da	 agenda	
corporativa	e	as	atitudes	desejadas	para	as	lideranças	deverão	subordinar-se	
a	esses	fatores.	
O	diagnóstico	sobre	a	reputação	da	empresa	e	como	é	percebida	pelos	
seus	públicos	de	interesse	é	outro	fator	para	orientar	as	mensagens,	sejam	elas	
verbais,	 escritas	ou	por	 imagens.	Pesquisa	específica	nos	abastece	de	dados	
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
30
primários	tratados	segundo	o	objetivo	da	investigação,	mas	pode-se	recorrer	a	
dados	secundários,	tais	como	pesquisas	sobre	produto,	relatórios	de	clientes,	
pesquisas	tradicionais	de	clima	organizacional,	entre	outros.	
Outra	 valiosa	 fonte	 de	 informações	 é	 a	 conversa	 com	 equipes	 dos	
diversos	subsistemas	que	interagem	com	os	públicos	de	interesse	–	comercial,	
suprimentos,	 técnicos,	 produção,	 relação	 com	 investidores,	 entre	 outros.	
Também	 o	 financeiro,	 por	 meio	 do	 setor	 “contas	 a	 pagar”	 e	 do	 “contas	 a	
receber”,	fala	frequentemente	com	clientes	e	fornecedores	e	passa	mensagens	
sobre	 a	 empresa,	 seja	 por	 informação	direta	 ou	pela	 sua	 atitude	 e	 postura,	
amigável	 ou	 arrogante,	 correta	 ou	 imprecisa.	 O	 trabalho	 com	 lideranças	
em empresas deve merecer atenção especial da comunicação em qualquer 
empresa,	em	particular	as	de	commodities.	Se	a	comunicação	formal	fornece	a	
pele,	as	lideranças	fornecem	a	alma,	a	emoção.	Assim,	influenciar	as	ações	de	
treinamento	ou	a	criação	de	módulos	dirigidos	para	desenvolver	a	habilidade	
do	comunicador	em	cada	liderança	será	fundamental	para	uma	comunicação	
eficaz.	
O	 líder	centralizador,	que	pouco	compartilha	dados	e	evita	 repassar	
informações	 que	 aprimorem	 a	 capacidade	 de	 suas	 equipes	 para	 a	 tomada	
de	decisões	representa	um	obstáculo	para	a	comunicação.	Da	mesma	forma	
encontramos	 problema	 com	 o	 líder	 omisso,	 por	 não	 se	 posicionar,	 e	 o	
burocrático,	que	evita	tomar	risco.	Ignorá-los	pode	trazer	prejuízo	no	médio	
e	 longo	 prazos	 para	 os	 resultados	 da	 comunicação.	 Trabalhar	 treinamento	
de	liderança	é	papel	da	comunicação?	A	resposta	é	sim,	para	esse	e	todos	os	
demais	fatores	que	podem	comprometer	a	projeção	de	uma	imagem	correta	
e	 favorável	da	 empresa,	 ou	 comprometer	 a	 sua	 reputação.	A	ação	deve	 ser	
desenvolvida	em	conjunto	com	a	área	responsável,	como	o	Recursos	Humanos,	
o	caso	de	treinamento.
FONTE: CHAMPI JUNIOR, A. Comunicação em empresas que produzem commodities. In: 
NASSAR, Paulo (Org.). Comunicação empresarial: estratégia de organizações vencedoras, v. 
2. São Paulo: ABERJE, 2006, p. 19-30.
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 	A	comunicação	empresarial	 compreende	um	conjunto	de	atividades,	ou	a	
soma	de	 todas	as	ações	de	 comunicação,	 com	os	diversos	públicos	 com	os	
quais	a	organização	mantém	relacionamento.
•	 	A	propaganda	serve	como	uma	ferramenta	de	apoio	às	ações	de	divulgação	
da	marca,	dos	seus	produtos	e	serviços.
•	 	 A	 comunicação	 em	 marketing	 contempla	 um	 conjunto	 de	 elementos	
facilitadores	 no	 processo	 de	 troca	 de	 mensagens	 e	 que	 estabelecem	 um	
compartilhamento	 de	 informações	 entre	 a	 organização	 e	 os	 clientes/
consumidores.
•	 	O	processo	de	comunicação	envolve	emissor,	receptor,	mensagem,	código,	
canal	e	contexto.
•	 	A	propaganda	pode	ser	um	instrumento	para	formação	e	consolidação	da	
imagem	corporativa	da	organização.
•	 	A	propaganda	corporativa	pode	ser	de	imagem,	cujo	objetivo	é	de	formar	a	
imagem	de	personalidade;	ou	a	propaganda	temática	ou	de	defesa,	que	visa	
dar	suporte	a	uma	posição	e	aos	interesses	da	organização.
•	 	A	propaganda	corporativa	possui	uma	função	de	contrabalançar	as	atitudes	
negativas	e	desfavoráveis	que	possam	existir	em	relação	à	instituição.
•	 	A	 nova	 cultura	 de	 comunicação	 tem	 como	pressuposto	 a	 colaboração	 em	
massa,	em	que	se	estabelecem	parcerias	entre	organizações	e	cidadãos	para	
criar,	inventar,	produzir,	comercializar	e	distribuir	globalmente	bens,	serviços	
e	conteúdo.
•	 	 A	 Wikieconomia	 compreende	 a	 criação	 conjunta	 entre	 organizações	 e	 as	
pessoas.
•	 	 As	 organizações	 atravessam	 quatro	 estágios	 no	 ciclo	 de	 vida,	 cujas	
características	influenciam	na	forma	de	uso	da	comunicação	organizacional.•	 	A	comunicação	nas	organizações	compreende	o	uso	de	diversas	ferramentas	
e	formas	de	comunicação	a	fim	de	estabelecer	relacionamento	com	os	diversos	
públicos.
32
•	 	São	quatro	os	tipos	de	comunicação	nas	organizações:	cultural,	administrativa	
ou	gerencial,	social	e	sistema	de	informação.
 
•	 	A	comunicação	cultural	destina-se	ao	público	interno	e	é	responsável	pelo	
clima	e	a	cultura	organizacional.
•	 	A	comunicação	administrativa	atende	às	áreas	centrais	de	planejamento	e	às	
estruturas	técnico-administrativas.
•	 	A	comunicação	social	responde	pela	imagem	da	organização	no	mercado	e	
visa	atingir	a	opinião	pública.
•	 	O	sistema	de	informação	são	um	conjunto	de	recursos	tecnológicos	destinados	
ao	armazenamento,	ao	processamento	e	à	transmissão	de	informações.
•	 	O	uso	 integrado	de	 todas	essas	 formas	é	o	que	caracteriza	a	comunicação	
empresarial.
33
1	 A	 comunicação	 em	 marketing	 contempla	 um	 conjunto	 de	 elementos	
facilitadores	 no	 processo	 de	 troca	 de	mensagens	 e	 que	 estabelecem	 um	
compartilhamento	 de	 informações	 entre	 a	 organização	 e	 os	 clientes/
consumidores	 (BENDIT,	 2010).	 Apesar	 de	 ser	 uma	 ferramenta	 de	
comunicação	com	o	mercado,	a	propaganda	também	pode	ser	usada	com	
fins	corporativos	para	construção	da	imagem	organizacional.	Assim,	avalie	
as	asserções	a	seguir	a	respeito	dos	tipos	de	propaganda	corporativa.
I-	 A	 propaganda	 de	 imagem	 visa	 formar	 a	 imagem	 de	 personalidade	
corporativa,	enquanto	a	propaganda	temática	ou	de	defesa	dá	suporte	a	
uma	posição	e	aos	interesses	da	organização.
PORQUE
II-	 A	propaganda	de	imagem	atinge	o	público	em	geral	e	busca	criar	o	máximo	
de	associações	positivas	da	marca	para	o	público-alvo	da	ação.
A	respeito	dessas	asserções,	assinale	a	opção	CORRETA:
a)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
da	I.
b)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	mas	a	II	não	é	uma	
justificativa	da	I.
c)	 (	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	verdadeira,	e	a	II	é	uma	proposição	
falsa.
d)	(	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	falsa,	e	a	II	é	uma	proposição	verdadeira.
e)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	falsas.
2	 A	 wikieconomia está alicerçada na disposição e na capacitação para a 
construção	de	produtos	e	caminhos	coletivos	a	partir	das	possibilidades	
geradas	pelas	novas	tecnologias	digitais.	O	uso	dessas	novas	tecnologias	
também	deve	 ser	 feito	 pela	 comunicação	 empresarial,	 cuja	 justificativa	
reside em:
a)	 (	 )	 É	uma	forma	de	massificar	as	mensagens	de	forma	monodirecional.
b)	 (	 )	 Visa	a	uma	resposta	rápida	a	partir	do	uso	da	televisão,	rádio,	jornal,	
outdoor	etc.
c)	 (	 )	 Há	uma	nova	cultura	de	comunicação	para	o	estabelecimento	de	par-
cerias	entre	as	organizações	e	os	cidadãos.
d)	 (	 )	 As	organizações	permanecem	como	centro	de	informações	e	únicas	
responsáveis	pela	comunicação.
e)	 (	 )	 Dificulta	a	inovação	e	não	agrega	valor	ao	processo	de	comunicação	e	
nem	à	marca	no	curto	prazo.
AUTOATIVIDADE
34
3 O uso da comunicação nas organizações depende em muito do estágio 
do	ciclo	de	vida	em	que	a	instituição	se	encontra.	De	acordo	com	Pimenta	
(2010),	 as	 organizações	passam	por	 quatro	 estágios	 em	 seu	 ciclo	de	 vida	
empresarial.	Associe	as	colunas	contendo	os	estágios	do	ciclo	de	vida	com	
suas	respectivas	características.
1	Estágio	empresarial.
2	Estágio	de	formalização.
3	Estágio	de	elaboração.
4	Estágio	de	coletividade.
(	 )	 As	 comunicações	 são	 menos	 frequentes	 e	 mais	 formas	 com	 o	
estabelecimento	de	normas,	regras	e	sistemas	de	controle.
(	 )	 A	 organização	 ganha	 um	 sentido	 de	 colaboração,	 autodisciplina	 e	
controle	social.
(	 )	 É	o	início	do	estabelecimento	de	metas	e	diretivas	claras,	hierarquia	de	
autoridade,	entendimento	mútuo	e	canais	de	comunicação	definidos.
(	 )	 A	comunicação	é	frequente,	intensa	e	caótica	e	costumam	ser	face	a	face.
A	alternativa	correspondente	à	sequência	CORRETA	é:
a)	 (	 )	 3,	2,	1,	4.
b)	 (	 )	 1,	3,	2,	4.
c)	 (	 )	 4,	1,	3,	2.
d)	(	 )	 3,	4,	1,	2.
e)	 (	 )	 2,	4,	3,	1.
4	 A	comunicação	administrativa	ou	gerencial	compreende	todos	os	conteúdos	
relacionados	ao	cotidiano	da	administração	(TOMASI;	MEDEIROS,	2014).	
Essa	 modalidade	 de	 comunicação	 visa	 atingir	 aos	 seguintes	 objetivos	
organizacionais:
a)	 (	 )	 Atualizar	as	informações	para	os	consumidores	e	fornecedores.
b)	 (	 )	 Orientar,	 atualizar,	 ordenar	 e	 reordenar	 os	 fluxos	 das	 atividades	
funcionais.
c)	 (	 )	 Obter	 comprometimento	 e	 a	 aceitação	 na	 produção	 de	 resultados	
para	organização.
d)	 (	 )	 Contribuir	para	a	existência	de	um	clima	organizacional	favorável	ao	
cumprimento	das	metas	da	organização.
e)	 (	 )	 Conscientizar	 o	 público	 interno	 da	 missão,	 visão	 e	 valores	 da	
organização.
35
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO 
DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Ao	trabalharmos	a	comunicação	nas	organizações,	precisamos	encarar	a	
empresa	como	um	centro	de	informações.	Ela	deve	fornecer	informações	a	cada	
um	dos	públicos	visados	pela	organização,	com	o	tipo	de	comunicação	adequado	
para	atingi-lo,	para	formar	a	sua	imagem.
Iniciaremos	 o	 tópico	 com	 a	 importância	 de	 a	 organização	 tornar-se	 o	
centro	 das	 ações	 de	 comunicação	 corporativa.	Mostraremos	 ainda	 como	 essas	
informações	fornecerão	a	base	para	as	atividades	da	comunicação	para	alimentar	
o	relacionamento	com	os	diversos	públicos.
Em	um	segundo	momento	abordaremos	como	a	assessoria	de	imprensa	e	o	
profissional	de	comunicação	contribuem	para	a	gestão	da	imagem	da	corporação,	
as	 formas	 de	 se	 relacionar	 com	 a	 mídia	 e	 o	 público	 e	 como	 acompanhar	 a	
velocidade	das	informações	na	era	digital.	Vamos	aprender?
2 AS ÁREAS DE COMUNICAÇÃO E A GERAÇÃO 
DE CONTEÚDO
Você	 já	 parou	 para	 refletir	 sobre	 o	 impacto	 social	 da	 atividade	 dos	
profissionais	de	comunicação	para	a	sociedade?	Já	pensou	como	uma	organização	
pode	se	aproveitar	desse	impacto	para	tornar-se	fonte	de	informações	e	consolidar	
sua	imagem	e	identidade	na	sociedade?
Os	profissionais	de	comunicação	atuam	para	transmitir	informações,	de	
forma	clara	e	objetiva.	O	impacto	social	da	atividade	de	comunicação	decorre	da	
importância	de	sua	função,	explica	Chinem	(2012).
Com	o	crescente	acesso	à	informação	e	interação	entre	as	pessoas,	causadas	
pela	tecnologia	e	a	internet,	a	mídia	deixou	de	ser	a	detentora	do	monopólio	da	
fonte	de	notícias	e	análises	sobre	os	fatos	(CHINEM,	2012).
Essa	 característica	 da	 nossa	 sociedade	 aumentou	 a	 possibilidade	 e	
a	 responsabilidade	 dos	 profissionais	 de	 comunicação	 em	 conseguir	 atingir	
os	 públicos,	 com	 credibilidade	 e	 relevância,	 e	 tornar-se	 fonte	 e	 referência	 de	
informações.	Nessa	linha	de	raciocínio,	Vieira	(2007,	p.	195)	destaca:
36
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
O	 mundo	 dos	 negócios	 na	 era	 da	 informação	 e	 do	 conhecimento	
exige	 empresas	 qualificadas	 para	 levar	 ao	 público	 informações	
de	 interesse	 geral,	 sejam	 elas	 comerciais,	 políticas,	 financeiras,	
econômicas,	culturais,	sociais,	religiosas	ou	outras.	Essa	prestação	de	
serviços	necessitada,	sobretudo,	de	credibilidade,	além	da	segurança	
da	 informação	 que	 transmite.	 Todo	 e	 qualquer	 ramo	 de	 negócios	
pode usar os sérvios de uma empresa de assessoria para divulgar 
informações	sobre	produtos,	serviços	e	negócios	para	o	mercado	por	
meio	da	tevê,	do	rádio,	de	revistas	e	jornais.
Nesse	contexto,	encontramos	em	Chinem	(2012)	a	 justificativa	para	que	
uma	organização	adote	e	mantenha	uma	assessoria	de	comunicação	empresarial,	
capaz	 de	 fornecer	 suporte	 estratégico	 à	 administração.	 Afinal,	 precisamos	
reforçar	aquilo	que	já	conceituamos	anteriormente	a	respeito	da	importância	da	
imagem	institucional	como	elemento	de	sustentação	das	bases	para	o	permanente	
progresso	e	desenvolvimento	empresarial.
Mais	do	que	estreitar	as	relações	com	a	mídia,	a	assessoria	de	comunicação	
deve	 ocupar	 espaços	 namídia.	 As	 organizações	 precisam	 se	 comunicar	 com	
seus	públicos	de	forma	adequada	como	uma	exigência	do	mundo	globalizado	e	
requisito	de	sobrevivência	no	mercado	(CHINEM,	2012).
Ainda	nessa	linha	de	pensamento,	Chinem	(2012)	conceitua	a	assessoria	
de comunicação como uma área encarregada de divulgar a corporação para a 
mídia.	Isso	só	pode	ser	feito	a	partir	do	diálogo	com	os	públicos,	em	uma	via	de	
mão	dupla.	Ainda	de	acordo	com	Chinem	(2012,	p.	12-13):
As	assessorias	de	comunicação	tiveram	um	crescimento	extraordinário	
em	 todo	o	País,	principalmente	devido	à	 expansão	dos	negócios	no	
âmbito	das	grandes	companhias.	Passamos	a	ver,	nos	últimos	tempos,	
incorporações,	 fusões,	 enfim,	 um	 adensamento	 de	 organizações,	
e tudo isso propiciou o aumento da quantidade de assessores de 
comunicação	 internos	 e	 externos.	 Houve	 uma	 visível	 mudança	 de	
atitude.	As	posturas	low profile (baixo	perfil)	deram	lugar	às	posturas	
high profile	 (alto	 perfil).	 Cada	 vez	 mais,	 as	 empresas	 e	 os	 negócios	
tornam-se	 transnacionais.	Os	 países	 perdem	 fronteiras	 do	 ponto	 de	
vista	político	e	econômico,	e	esse	fato	determina	a	necessidade	de	se	
comunicar.	E	 comunicação	não	pode	ser	 tarefa	de	amador;	para	 ser	
benfeita,	exige	profissionalismo	e	um	planejamento	estratégico.
Isso	 nos	 mostra	 como	 a	 comunicação	 institucional	 contribui	 para	 a	
divulgação	 das	 informações	 aos	 públicos	 de	 interesse	 sobre	 os	 objetivos,	 as	
práticas,	 as	políticas	 e	 as	 ações	 institucionais	das	 organizações.	 Tavares	 (2010)	
acrescenta	 que	 o	 principal	 objetivo	 da	 comunicação	 institucional	 reside	 na	
construção,	manutenção	e	melhoria	da	imagem	da	organização	no	mercado.
Para	isso,	é	preciso	que	todas	as	atividades	da	empresa	estejam	articuladas	
e	alinhadas	com	a	comunicação	interna	e	externa	e	em	acordo	com	o	planejamento	
estratégico	global,	reforça	Chinem	(2012).	É	isso	que	permitirá	a	construção	da	
imagem	institucional	da	empresa.
TÓPICO 3 —ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
37
Em muitos autores encontramos os fundamentos para que essa atividade seja 
desempenhada por um profissional de relações públicas, responsável pela manutenção da 
imagem institucional da organização. Isso não impede que os profissionais de comunicação 
em geral, tanto formados em relações públicas, como em publicidade e propaganda ou 
ainda em jornalismo, possam exercer a função de gestor da comunicação organizacional.
NOTA
O	 importante	 é	 que	 todas	 as	 informações	 e	 notícias	 a	 respeito	 da	
organização	 sejam	 formuladas	 e	 acompanhadas	 pelo	 setor	 de	 comunicação	
interna	e	externa	da	organização.	O	uso	de	uma	assessoria	externa	pode	se	dar	a	
qualquer	momento,	ressalta	Chinem	(2012).
Da	mesma	forma,	Rego	(1986)	entende	que	a	setorização	da	comunicação	
nas	 empresas	 está	 relacionada	 à	 necessidade	 de	 se	 assegurar	 eficácia	 aos	 atos	
comunicativos	e	reduzindo	os	riscos	por	ocasião	de	sistemas	de	comunicação.
Seguindo	 essa	 abordagem,	Rego	 (1986)	 ressalta	 ainda,	 que	o	 objetivo	 é	
definir	 claramente	 os	 limites	 dos	 comportamentos	 e	 atos	 comunicativos,	 que	
devem	ser	ordenados	em	função	dos	seguintes	fatores:
• Número	e	natureza	dos	elementos	físicos	do	processo	comunicativo.
• Maneira	de	utilização	dos	meios	empregados	para	transmissão/recepção	de	
mensagens.
• Caracterização	dos	receptores.
• Formas	de	elaboração	e	estruturação	de	mensagens.
Em	função	desse	posicionamento	e	 com	o	 intuito	de	abranger	 todos	os	
aspectos	da	comunicação	nas	organizações,	Rego	(1986)	ainda	sugere	a	classificação	
dos	atos	comunicativos	nas	áreas-chaves,	já	apresentadas	no	tópico	anterior:	área	
de	comunicação	cultural,	área	de	comunicação	coletiva	(social)	e	área	de	sistemas	
de	informação.	Não	podemos	nos	esquecer,	também,	de	abrangermos	a	área	de	
comunicação administrativa e gerencial!
Na	 visão	 de	 Matos	 (2014),	 essa	 integração	 de	 todas	 as	 atividades	 de	
comunicação	é	que	caracteriza	a	comunicação	empresarial	ao	estabelecer	a	relação	
da	empresa	com	a	sociedade	e	com	os	seus	públicos	interno	e	externo.
Para	 isso,	 não	 devemos	 pensar	 que	 a	 comunicação	 deve	 ficar	 sob	
responsabilidade	única	de	um	profissional	ou	departamento.	Esse	compromisso	
deve	ser	de	todos	os	que	trabalham	na	organização	ao	favorecer	o	compartilhamento	
de	informação	e	a	corresponsabilização	por	objetivos	e	metas,	acrescenta	Matos	
(2014).	Assim:
38
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
A	 cultura	 da	 comunicação	 pressupõe	 a	 construção	 participativa	 e	
orgânica	 de	 um	 ambiente	 de	 trabalho	 favorável	 ao	 relacionamento	
humano,	à	transmissão	e	recepção	de	informações,	ao	compartilhamento	
de	conhecimentos,	quebrando	a	hierarquia	na	distribuição	do	saber,	
ao	considerar	que	todos	os	funcionários,	 independentemente	da	sua	
função,	contribuem	efetivamente	para	a	concretização	dos	objetivos,	
metas	e	missão	da	empresa	(MATOS,	2014,	p.	97).
Ao	adotarmos	essa	prática	nas	organizações,	estaremos	fazendo	com	que	o	
fluxo	de	comunicação	interno	e	externo	estejam	alinhados,	agilizando	a	transmissão	
de	 informações	 e	 fortalecendo	 a	 cultura	 de	 transparência	 e	 abertura	 do	 diálogo,	
ensina	Matos	(2014).
Como	pela	empresa	transitam	muitas	informações	técnicas,	gerenciais,	sociais	
e	políticas,	Matos	(2014)	ainda	defende	a	necessidade	de	se	criar	um	sistema	integrado	
que	favoreça	a	consolidação	de	processos	de	comunicação	ativos	e	dinâmicos.
Isso	tudo	deve	estar	claro	ao	planejarmos	a	comunicação	nas	organizações	e	
estabelecermos	a	política	de	comunicação.	A	estratégia	de	comunicação	deve	definir	
o	público-alvo	de	cada	mensagem	e	os	meios	mais	adequados	para	atingi-los	com	as	
informações	institucionais.
É	 nesse	 sentido	 que	 podemos	 entender	 a	 empresa	 como	 um	 centro	 de	
informações	 e	 notícias.	 De	 acordo	 com	 Matos	 (2014),	 essa	 rede	 de	 informações	
significa	a	existência	de	um	contato	direto	da	empresa	com	os	seus	clientes	internos	
e	externos.
A	 rede	 de	 informações	 não	 deve	 ficar	 limitada	 a	 prática	 de	 técnicas	 de	
comunicação,	 mas	 buscar	 contato	 com	 os	 públicos	 com	 os	 quais	 a	 organização	
mantém	relacionamento	a	fim	de	descobrir	o	que	eles	querem,	pensam	e	precisam.	
Portanto:
O	fluxo	de	informações	na	empresa	é	fundamental	para	a	intensificação	
do	 inter-relacionamento	entre	 as	partes	da	organização.	 Sem	eles,	no	
lugar	 de	 movimentações	 estratégicas	 e	 eficazes,	 teríamos	 apenas	 a	
tentativa	 frustrada	 de	 um	 empreendimento	 estagnado,	 ou	 seja,	 não	
haveria	 empresa	 eficaz	 e	 dinâmica.	 O	 conceito	 de	 empresa	 (aquilo	
que	 se	 empreende/organização)	 pressupõe	 o	 funcionamento	 de	 um	
sistema integrado de métodos de gestão e de pessoas nas mais diversas 
funções,	 que	 trocam	 informações,	 e	 comunicam-se	 constantemente,	
para	concretizar	as	metas	e	os	objetivos	comuns	ao	sucesso	de	todos.	A	
consolidação de canais de comunicação com o mercado e a sociedade 
não	 é	 função	 exclusiva	 para	 profissionais	 de	 comunicação.	No	 dia	 a	
dia	 de	 uma	 empresa	 moderna,	 a	 comunicação	 sistêmica	 é	 realizada	
em	 todos	 os	momentos,	 na	 relação	 entre	direção	 e	 gerência,	 chefes	 e	
subordinados,	nos	contatos	com	os	clientes,	fornecedores	e	terceirizados,	
na	relação	com	as	entidades	sindicais,	órgãos	governamentais	e	com	os	
meios	de	comunicação	(MATOS,	2014,	p.	117).
De	fato,	Torquato	(2015)	reforça	esse	conceito	ao	entender	que	o	jornalismo	
empresarial ou notícia empresarial consiste na necessidade de a organização criar 
e	manter	fluxos	de	comunicação	para	sobreviver.
TÓPICO 3 —ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
39
Por	notícia	empresarial,	Torquato	(2015)	entende	o	sistema	de	comunicação	
empresarial	 e	 os	fluxos	 que	podem	 se	dirigir	 tanto	para	 as	partes	 internas	da	
organização	como	para	o	meio	ambiente	externo	à	organização.
Assim,	a	notícia	empresarial	é	aquela	caracterizada	como	uma	mensagem	
socialmente	significativa,	que	abrange	a	atualidade,periodicidade,	universalidade	
e	difusão	coletiva	no	âmbito	da	organização	(TORQUATO,	2015).
Nesse	 sentido,	 o	 que	determina	 o	 que	 é	 uma	notícia	 será	 a	 política	de	
comunicação	 empresarial.	 Ela	 não	 deve	 ser	 sensacionalista,	 escandalosa	 ou	
com	informações	que	possam	colocar	em	risco	a	integridade	da	empresa	ou	das	
pessoas	ou	que	questionem	as	normas	empresariais,	acrescenta	Torquato	(2015).
A	partir	desse	entendimento	do	que	é	uma	notícia	empresarial,	Torquato	
(2015,	s.p.)	destaca	os	objetivos	a	serem	atingidos	pelas	publicações	empresariais:
•	 Contribuir	 para	 o	 desenvolvimento	 de	 virtudes	 básicas	 nos	
funcionários	 (honestidade,	 consciência	 profissional,	 desejo	 de	
aperfeiçoamento	 técnico,	 solidariedade,	 dignidade	 pessoal	 e	
profissional,	culto	da	família	etc.).
•	Estabelecer,	pela	informação	e	promoção	dos	produtos	e	atividades	
da	 empresa,	 uma	 sincronização	 de	 iniciativas	 e	 interesses	 entre	 a	
empresa	e	seus	agentes	diretos	e	indiretos	de	produção	e	vendas.
•	Ampliar	e	consolidar	uma	consciência	de	qualidade	em	relação	aos	
produtos	e	processos	da	empresa,	tanto	com	o	público	externo	como	
com	o	público	interno.
•	Exercer	uma	função	de	congraçamento	e	relações	humanas	dentro	
do	público	 interno,	visando	 fortalecer	os	vínculos	de	 identificação	e	
integração	desse	público	com	a	empresa	em	que	ele	trabalha.
•	Contribuir	para	a	valorização	cultural	e	humana	dos	funcionários,	
principalmente	dos	operários,	por	meio	da	divulgação	de	informações	
úteis,	recreações,	ensinamentos	etc.
•	Estabelecer	uma	vinculação	efetiva	entre	a	empresa	e	a	família	dos	
funcionários	por	meio	da	divulgação	de	informações	e	ensinamentos	
que	interessem	não	só	aos	funcionários,	mas	também	a	seus	familiares.
•	Promover	um	maior	relacionamento	entre	empregador	e	empregado.
Constatamos,	a	partir	dessa	exposição,	como	tudo	o	que	estudamos	até	
o	momento	se	relaciona	na	comunicação	organizacional.	A	formação	
da	 imagem,	 identidade	 e	 reputação	 depende	 da	 comunicação	 com	
todos	públicos	empresariais	através	da	comunicação	eficaz	e	eficiente.
Isso	 porque	 a	 comunicação	 faz	 parte	 da	 estratégia	 de	 negócios	 das	
empresas	e	das	políticas	das	instituições,	ressalta	Chinem	(2010).	A	organização	
tem interesse em ser notícia e a assessoria de comunicação tem interesse para que 
isso	de	fato	ocorra	a	fim	de	atingir	os	mais	variados	públicos.
Nesse	 sentido,	 o	 trabalho	 da	 assessoria	 de	 comunicação	 consiste	 em	
fazer	com	que	a	empresa	se	torne	notícia.	Desde	o	momento	em	que	surgem,	as	
organizações	precisam	dizer	ao	mercado	a	razão	de	sua	existência,	anunciar	ao	
mercado	seus	produtos	e	serviços	(CHINEM,	2012).	Também	Vieira	(2007,	p.	197)	
reforça	esse	aspecto:
40
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
As	assessorias	procuram	dar	visibilidade	aos	seus	clientes	–	as	empresas	
–,	que	são	capazes	de	oferecer	novas	informações	e	notícias,	de	modo	
que	 a	 imprensa,	 quando	 necessário,	 tenha	 à	 sua	 disposição	 fontes	
adequadas	para	enriquecer	e	ampliar	o	conteúdo	sobre	determinado	
tema.	A	imprensa	precisa	de	informações	e	notícias,	e	as	empresas	são	
capazes	de	gerá-las;	portanto	necessitam-se	mutuamente.	Quando	isso	
é	feito	de	maneira	série,	ética	e	sólida,	o	resultado	pode	ser	excelente.
Na	mesma	linha	de	pensamento,	Tavares	(2010)	diz	que	é	necessário	um	
trabalho	proativo	de	relacionamento	da	organização	com	todos	os	públicos	e	a	
imprensa	com	o	objetivo	de	gerar	publicidade	sobre	suas	ações	institucionais	e	
mercadológicas.
É	 por	 essa	 razão	 que	 a	 figura	 do	 assessor	 de	 comunicação	 ou	 dos	
departamentos	de	comunicação	estão	em	uma	fase	de	crescimento	e	com	potencial	
para	ampliar	sua	presença	nas	organizações	da	sociedade.
A	função	principal	da	assessoria	de	comunicação	será	sempre	a	de	planejar	
e	operar	as	estratégias,	o	que	significa	ser	bem	mais	consistente	do	que	meramente	
estreitar	o	relacionamento	da	organização	com	a	mídia,	explica	Chinem	(2012).
Para	isso,	a	organização	deve	adotar	uma	postura	profissional	em	relação	
as	suas	atividades	de	comunicação.	Isso	inclui	a	contratação	de	profissionais	de	
comunicação	alinhados	com	o	negócio	da	empresa	e	que	ajuste	os	interesses	da	
empresa	com	os	interesses	da	sociedade.	Segundo	Chinem	(2012,	p.	26):
É	preciso	entender	a	 comunicação	como	um	processo	de	 integração	
entre	a	organização	e	a	sociedade,	valorizando-se	a	informação	sobre	o	
produto,	sobre	os	valores	da	organização,	criação	de	climas	favoráveis	
à	 compra	 e	 ajustamentos	 internos	 das	 estruturas	 de	 comunicação	
organizacional.	[...]	A	comunicação	deve	analisar	e	valorizar	os	próprios	
itens	que	estão	na	pasta	da	empresa,	ou	seja,	elementos	de	identidade	
institucional	 que	 ajudam	 a	 construir	 e	 a	 fortalecer	 percepções	 no	
público.	 São	 eles:	 a	 história	 da	 empresa,	 o	 passado	de	 contribuição	
à	comunidade,	à	sociedade	e	ao	país,	os	produtos	e/ou	serviços.	De	
uma empresa de qualidade o consumidor espera produtos e serviços 
também	de	qualidade.
Em	 relação	 ao	 conteúdo	 das	 mensagens,	 Torquato	 (2015,	 s.p.)	 propõe	
alguns deles que podem caracterizar a notícia da empresa:
•	 Relações	 públicas	 da	 empresa:	 objetiva	 aperfeiçoar	 os	 contatos	
entre	 a	 empresa	 e	 seus	diferentes	públicos	 (clientes,	 representantes,	
fornecedores,	acionistas,	pessoal,	revendedores,	varejistas	etc.).
•	Relações	públicas	financeiras:	enfoca	os	problemas	das	organizações	
no	 diz	 respeito	 às	 finanças	 (bancos,	 bolsa	 ou	 companhias	 de	
investimentos,	relações	com	investidores	e	clientes	etc.).
• Promoção comercial e industrial: a notícia empresarial se propõe 
a	 informar	o	público	 sobre	 as	 atividades	de	uma	associação	ou	um	
grupo	de	empresas.
•	 Promoção	 de	 produtos:	 compreende	 a	 informação	 relativa	 a	
produtos	e	sua	difusão	em	publicações	especializadas.
TÓPICO 3 —ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
41
•	Relações	com	a	imprensa:	a	notícia	empresarial	procura	estreitar	as	
ligações	entre	a	empresa	e	os	órgãos	de	informação,	apresentando	fatos	
de	 interesse	 da	 imprensa	 ou	 simplesmente	 convocando	 jornalistas	
para	entrevistas	coletivas,	visitas	etc.
•	Relações	 com	poderes	públicos:	procura	 estreitar	 contatos	 entre	 a	
empresa	e	os	órgãos	da	administração	pública,	incluindo	organismos	
internacionais.
•	Relações	com	o	meio	comunitário	próximo	à	organização:	procura	
enfatizar	características	da	comunidade,	realçando	aspectos	positivos	
extraídos	de	sondagens	de	opinião	sobre	a	empresa	ou	produtos	e/ou	
mostrando	as	relações	da	empresa	com	a	comunidade	próxima.
•	Organização	de	manifestações	(feiras,	exposições,	mesas-redondas):	
a	notícia	empresarial	procura	atingir	públicos	diversos.
•	 Contato	 com	 os	 meios	 culturais:	 o	 objetivo	 é	 o	 de	 promover	 a	
aceitação	 da	 empresa	 no	 mundo	 cultural	 –	 universitário-técnico-
profissional.
• Comunicações internas: procura criar um clima social interno 
favorável,	 seja	 explicando	 aos	 funcionários	 as	 grandes	 decisões	 da	
empresa,	 seja	 mostrando	 aspectos	 desconhecidos	 do	 trabalho,	 do	
ambiente	e	da	própria	comunidade.
Como estruturar e operacionalizar na prática uma assessoria de 
comunicação	em	uma	organização?	Como	definir	as	suas	 funções	e	atividades	
para	fazer	com	que	a	empresa	se	torne	uma	referência	e	um	centro	de	notícias	e	
de	informação?	É	o	que	descobriremos	na	sequência.
3 COMO ESTRUTURAR UM DEPARTAMENTO DE 
COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
A	prática	da	comunicação	empresarial	exige	que	a	organização	adote	uma	
estrutura	capaz	de	atender	às	demandas	dos	públicos	por	informações	e	colocar	
em práticas as estratégias e técnicas para construção e manutenção da imagem e 
identidade	institucional.
Para	 isso,	 precisamos	 aprender	 como	 montar,	 estruturar	 e	 definir	 as	
responsabilidades,	atividades	e	profissionais	capacitados	para	ocupar	os	cargos	
de	gestão	da	comunicação	nas	organizações.
Como	 nos	 lembra	 Matos	 (2014,	 p.	 119,	 grifo	 do	 autor),	 para	 que	 as	
empresas	sobrevivam	emum	mercado	competitivo	e	dinâmico,	elas	precisam	se	
comunicar:
• Com seus clientes externos: consumidores/usuários;	 opinião	
pública/sociedade;	acionistas	e	fornecedores;	governos	–	municipais,	
estaduais	e	federal	–	e	concorrentes.
• Com seus clientes internos:	funcionários,	colaboradores,	prestadores	
de	serviços	e	terceirizados.
• Com a mídia:	meios	 de	 comunicação	 de	massa	 (jornais,	 revistas,	
rádios,	televisão	e	internet).
42
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
FIGURA 5 – PÚBLICOS COM OS QUAIS A EMPRESA SE RELACIONA
FONTE: O autor
A	ausência	de	 informação	e	as	 falhas	de	 comunicação	costumam	gerar	
distorções	nos	fatos	ou	até	mesmo	a	criação	de	boatos	que	podem	comprometer	
a	imagem	pública	da	organização,	bem	como	sua	marca	e	a	reputação	dos	seus	
produtos	e	serviços	(MATOS,	2014).
Disso	resulta	a	necessidade	de	adoção	de	uma	estrutura	profissional	de	
comunicação	para	as	organizações	ou	de	uma	assessoria	de	comunicação.	Essa	
assessoria	 também	 costuma	 ser	 chamada	 de	 assessoria	 de	 imprensa,	mas	 que	
deve	se	responsabilizar	pelas	informações	e	manutenção	do	relacionamento	com	
todos	os	públicos	de	uma	organização.
Nesse	sentido,	Tavares	(2010,	p.	64-66)	sugere	a	seguinte	organização	sobre	
os	profissionais	responsáveis	pela	assessoria	de	comunicação	ou	de	imprensa	de	
uma instituição:
Um	 profissional	 com	 formação	 em	Relações Públicas,	 competente	 em	
todas	as	formas	de	comunicação	empresarial.	Na	institucional,	poderá	planejar,	
organizar,	dirigir,	controlar	e	avaliar	as	seguintes	funções:
• Cuidar	 do	 relacionamento	 entre	 empresa	 e	 públicos	 da	 comunicação	
institucional:	 imprensa,	 comunidades,	 público	 interno,	 opinião	pública	 em	
geral	etc.
• Eventos	institucionais:	sociais,	desportivos,	ambientais	etc.
• Desenvolvimento	de	pesquisas.
• Gerenciamento	de	crises.
• Ouvidoria.
• Assessoria	de	 comunicação	 em	geral:	 apoio	 aos	porta-vozes,	 assessores	de	
imprensa,	desenvolvimento	de	material	institucional	etc.
Um	profissional	 com	 formação	 em	Publicidade e Propaganda para as 
funções:
TÓPICO 3 —ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
43
• Criar	material	 institucional	 interno,	 como:	 folders,	 cartazes,	 logomarcas	de	
eventos	etc.
• Colaborar	na	elaboração	do	Plano	de	Comunicação	institucional.
• Desenvolver	ou	acompanhar	junto	à	agência	o	material	desenvolvido	como	
peças	e	campanhas	institucionais	etc.
Um	profissional	com	formação	em	Jornalismo,	com	as	seguintes	funções:
• Assessoria	de	imprensa.
• Jornalismo	empresarial.
• Textos	jornalísticos	para	veículos	impressos	e	eletrônicos.
• Desenvolvimento	e	análise	de	clipping	de	mídia	impressa	e	eletrônica.
• House organ	etc.
E,	se	possível,	um	profissional	com	formação	nas	três	áreas:	Jornalismo,	
Relações	Públicas	e	Publicidade	e	Propaganda.	Este	seria	o	assessor	de	comunicação	
que	poderia	gerenciar	melhor	a	comunicação	institucional	da	organização.
Uma	secretária	com	formação	ou	cursando	na	área	de	ciências	humanas,	
preferencialmente	 secretariado	 executivo.	 Suas	 principais	 funções	 resumem-se	
em apoio a todas as áreas da comunicação institucional no cumprimento de suas 
ações.
Um	estagiário,	obviamente,	cursando	faculdade	de	Comunicação	Social.	
A	habilitação	em	Jornalismo	ou	Relações	Públicas	poderá	permitir	apoiar	todos	
os	 profissionais	 da	 comunicação	 institucional.	 O	 ideal	 é	 a	 empresa	 ter	 dois	
estagiários,	cada	um	com	especialização	específica.
Toda essa estrutura de uma assessoria de comunicação está representada 
no	organograma	da	figura	seguinte.
FIGURA 6 – ESTRUTURA E ORGANOGRAMA DE UMA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO EMPRE-
SARIAL
FONTE: O autor
44
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Por	outro	lado,	encontramos	em	Pimenta	(2010)	uma	outra	possibilidade	
de	 estruturar	 as	 atividades	 de	 comunicação	 empresarial.	 Nesse	 caso,	 os	
departamentos	 envolvidos	 são	 relações	 públicas,	 assessoria	 de	 imprensa	 e	
marketing.
De	 acordo	 com	 a	 proposta	 de	 Pimenta	 (2010,	 p.	 137),	 as	 atividades	 de	
relações	públicas	seriam	de	implementar	e	avaliar	continuamente	as	atividades	
de	interação	da	empresa	com	seu	público	interno	e	externo.	Assim:
• Para	 o	 público	 interno	 organiza:	 Festas	 (Natal,	 para	 veteranos	 etc.);	Open 
House (visita	 de	 familiares	 à	 empresa);	 programa	 de	 integração	 Padrinho/
Madrinha;	Apoio	cultural	e	esportivo.
• Para	 o	 público	 externo:	 coordenar	 visitas	 de	 escolas	 à	 empresa;	 participar	
nos eventos da comunidade em que a empresa está localizada: campanha 
do	agasalho,	coleta	de	alimentos	etc.;	coquetéis,	almoços	e	solenidades	para	
autoridades.	
Já	 as	 atividades	 de	 assessoria	 de	 imprensa	 relacionadas	 por	 Pimenta	
(2010,	p.	136-137)	são:
•	 Elaboração	 de	 house organ,	 jornal	 (ou	 revista)	 com	 assuntos	 e	
informações	de	interesse	dos	funcionários.
• Produção de press-release	 (documento	 escrito)	 e	press-kit	 (conjunto	
de	folhetos,	fotos,	vídeos)	que	são	enviados	para	os	MCM	(meios	de	
comunicação	de	massa),	contendo	informações	sobre	a	empresa.
•	Treinamento	de	 funcionários	para	 lidarem	com	a	 imprensa	 (mídia 
training),	participar	de	reuniões	etc.
Além	 disso,	 Pimenta	 (2010)	 atenta	 para	 o	 fato	 de	 que	 a	 assessoria	 de	
imprensa	 deve	 sempre	 responder	 às	 demandas	 dos	 meios	 de	 comunicação	
em	 casos	 de	 acidente,	 avaliação	 pública	 e	 evitar	 omissões	 nesses	 casos	 com	 a	
tradicional	frase:	“a	empresa	não	se	pronunciou”.
Outro departamento envolvido na comunicação empresarial apontado 
por	Pimenta	 (2010)	 está	o	marketing,	 cuja	 responsabilidade	é	 fazer	ou	delegar	
a	propaganda	dos	produtos	ou	serviços	de	acordo	com	a	filosofia	empresarial	e	
pautada	na	ética	e	na	transparência.
Apesar	de	já	termos	apresentado	as	atividades	correspondentes	a	cada	um	
dos	cargos	em	uma	estrutura	ideal	de	assessoria	de	comunicação,	relacionamos	na	
sequência	os	serviços	mais	comuns	prestados	pelo	setor,	conforme	nos	apresenta	
Vieira	(2007,	p.	196):
•		Assessoria	de	imprensa.
•	 Comunicação	 dirigida	 (elaboração	 de	 material	 e	 ações	 dirigidas	
aos	diversos	públicos:	newsletter,	folders,	house organs,	conteúdos	para	
internet	etc.).
• Clipping	(algumas	empresas	especializam-se	em	serviços	de	clipagem	
de	notícias,	impressas	ou	eletrônicas,	para	organizações,	autoridades,	
instituições;	 o	 material	 é	 apresentado	 em	 CDs	 ou	 apostilas,	 e	 pode	
TÓPICO 3 —ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
45
incluir clipping	da	concorrência,	centimetragem,	isto	é,	área	ocupada	no	
meio	de	comunicação	e	seu	respectivo	custo,	se	a	notícia	foi	gerada	pela	
assessoria	de	imprensa,	portanto	não-paga).
•	Auditoria	de	imagem	e	opinião	(levantamento	de	informações	com	o	
público-alvo	para	identificação	da	imagem	da	empresa	no	mercado	em	
que	atua).
• Media training	 (preparo	de	 executivos	para	o	 relacionamento	 com	a	
imprensa,	entrevistas	etc.).
•		Prevenção	e	gestão	de	crises.
•		Publicações.
Vieira	 (2007,	 p.	 196-197)	 atenta	 para	 alguns	 aspectos	 importantes	 quando	
uma organização adota uma estrutura de assessoria de comunicação:
A	 empresa	 que	 contrata	 um	 jornalista	 ou	 uma	 empresa	 para	 fazer	
assessoria	de	 imprensa	deve	 ter	um	mínimo	de	 conhecimento	 sobre	a	
natureza	desse	serviço,	além	de	saber	com	clareza	o	que	deseja	e	o	que	
pode	 esperar	 do	 trabalho	 jornalístico.	 Toda	 empresa	 tem	 alguém	 que	
fala	com	a	imprensa	em	seu	nome,	como	porta-voz.	Essa	regra	deve	ser	
seguida	 com	 cuidado	 para	 evitar	 problemas	 na	 comunicação.	 Quem	
designa	essa	pessoa,	em	geral,	é	a	presidência	do	conselho	ou	o	principal	
executivo	da	corporação.
Perceba	como	isso	reforça	o	caráter	estratégico	atribuído	à	comunicação	nas	
organizações	 nos	 tópicos	 anteriores.	 O	 porta-voz	 deve	 ser	 alguém	 de	 confiança,	
credibilidade,	postura	e	identificado	com	a	organização	para	bem	representá-la.
Por	essa	razão,	a	estratégia	deve	estar	alinhada	entre	a	alta	administração	da	
organização	e	o	departamento	de	comunicação	(quandoesse	existir	internamente)	
ou	com	a	assessoria	de	comunicação	ou	profissionais	terceirizados	contratados	para	
a	prestação	do	serviço.
A	assessoria	de	comunicação	fica	responsável	por	 intermediar	os	contatos	
entre	o	porta-voz	e	a	mídia	ou	outros	públicos	 interessados,	orienta	e	produz	ou	
avalia	os	comunicados	e	mensagens	distribuídas	pela	organização	(VIEIRA,	2007).
Além	disso,	 também	cabe	 ao	profissional	de	 comunicação	 falar	 em	nome	
da	 empresa	 quando	 for	 necessário	 e,	 para	 isso,	 deve	 estar	 preparado.	 Ele	 deve	
ter	habilidade,	sagacidade	e	conhecimento	dos	assuntos	da	empresa,	do	setor,	do	
mercado	em	que	ela	atua.
O	profissional	de	comunicação	deve	 transmitir	 segurança,	 tranquilidade	e	
estar	bem	informado	sobre	tudo	o	que	acontece	na	organização.	Ele	deve	capacitar	
as pessoas na organização para as atividades de comunicação através dos programas 
de media training	(treinamento	de	mídia)	para	melhorar	o	desempenho	delas	junto	à	
imprensa	ou	outros	públicos,	acrescenta	Vieira	(2007).
Constatamos,	dessa	forma,	que	o	trabalho	de	uma	assessoria	de	comunicação	
contribui	para	o	fortalecimento	da	marca	para	obtenção	de	credibilidade.	Chinem	
(2012)	 ainda	 atenta	 para	 a	 importância	 da	 comunicação	 como	 uma	 forma	 de	 a	
organização	liderar,	orientar,	negociar,	planejar	e	implementar	atividades	estratégicas.
46
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
O	autor	 ainda	nos	 conta	que	o	 trabalho	desenvolvido	pela	 assessoria	de	
comunicação	vai	além	de	produzir	e	divulgar	informações	da	organização	a	custos	
menores do que aqueles que seriam pagos através de uma propaganda em um 
meio	de	comunicação	tradicional.
De	 acordo	 com	Chinem	 (2012),	 empresas	 de	médio	 e	 grande	 porte	 têm	
maior	potencial	para	implantar	e	manter	estruturas	de	assessoria	de	comunicação.	
As	pequenas	organizações	também	têm	a	possibilidade	de	contar	com	profissionais	
terceirizados	ou	por	uma	pessoa	só.
Nesse	caso,	como	nos	mostra	Matos	(2014),	mesmo	quando	uma	empresa	
não dispõe de uma estrutura de comunicação ou não possui uma política de 
comunicação,	sempre	há	a	possibilidade	de	diálogo	e	condições	de	acesso	a	telefone,	
internet,	mural	de	avisos	e	outros	meios	com	os	quais	a	organização	pode	dialogar	
com	os	diversos	públicos.
Para	isso,	ele	recomenda	clareza,	objetividade,	concisão	e	criatividade,	cujas	
características	 tornam	 possível	 informar,	motivar,	 convencer	 e	 integrar	 pessoas,	
grupos,	equipes	e	até	mesmo	toda	uma	organização.
No	 caso	 de	 uma	 grande	 organização	 prestadora	 de	 serviços	 básicos	 à	
população pode haver uma estrutura de assessoria interna que garanta o mínimo 
de	condições	de	trabalho	aos	seus	profissionais,	e	também	uma	estrutura	mista	com	
empresas	terceirizadas	e	especializadas	em	atividades	específicas	de	comunicação,	
tais	como	eventos	ou	propaganda.	Nesse	caso	exemplificado	por	Chinem	(2012,	p.	
22)	temos:
A	comunicação	torna-se	a	somatória	de	uma	série	de	ações.	Sua	atuação	
ocorre	de	 forma	multidisciplinar,	 baseada	 em	 técnicas	de	 jornalismo,	
relações	públicas,	propaganda,	promoções,	recursos	humanos,	pesquisa	
e	marketing.	Nesse	novo	cenário,	portanto,	entram	os	profissionais	em	
condições	de	gerir	a	comunicação	de	forma	estratégica.	A	comunicação	
é	uma	 ferramenta	 eficaz	para	 introduzir	novos	 conceitos.	Trata-se	de	
um	empreendimento	a	ser	desenvolvido	no	médio	e	longo	prazos.	Os	
projetos	de	comunicação,	nesse	caso,	precisam	incorporar	os	valores	e	
princípios	da	nova	ordem	cultural.
Em	 relação	 à	 atuação	 do	 profissional	 de	 comunicação	 a	 ser	 contratado	
por	 uma	 organização,	 Tavares	 (2010,	 p.	 67-68)	 descreve	 os	 seguintes	 aspectos	
importantes:
•	Os	profissionais	devem	ser	cada	vez	mais	capacitados	e	especializados.
•	O	profissional	que	irá	manter	o	contato	com	a	mídia	deve	ter	condições	
de “alinhar” a comunicação da empresa com qualquer tipo de veículo 
que	seja	de	interesse	da	empresa	em	relacionar-se.
•	Um	erro	comum	no	relacionamento	entre	empresa	e	imprensa	é	buscar	
sempre	temas	que	só	são	de	interesse	da	empresa.	Ações	institucionais	em	
geral:	sociais,	ambientais,	culturais	etc.	O	departamento	de	comunicação	
institucional	 não	 deve	 evitar	 temas	 difíceis,	 como	 crises,	 acidentes,	
demissões	etc.	A	imprensa	valoriza	muito	as	empresas	que	abrem	suas	
portas	para	qualquer	tipo	de	informação	de	interesse	público.
TÓPICO 3 —ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
47
A	ideia	de	toda	a	estrutura	e	gestão	da	comunicação	nas	organizações	reside	
em	transformar	os	meios	de	comunicação	e	os	públicos	em	parceiros	da	empresa.	
A	finalidade	é	manter	um	bom	relacionamento	para	o	sucesso	e	boa	reputação	da	
organização.
Seguindo	nessa	linha,	Bueno	(2009)	aponta	o	bom	relacionamento	com	a	
mídia	como	uma	forma	de	potencializar	a	divulgação	de	fatos	relevantes	associados	
a	uma	empresa	ou	entidade,	o	que	repercute	nos	públicos	de	interesse	e	na	opinião	
pública.
Isso	sem	esquecer	que,	em	uma	situação	de	crise	ou	quando	as	coisas	não	
vão	bem	para	a	organização,	 a	mídia	 também	pode	amplificar	 essas	questões	 e	
expor	resultados	desfavoráveis	para	a	organização,	ressalta	Bueno	(2009).
Para	que	uma	organização	transforme	a	mídia	em	sua	parceira	é	essencial	
que	ela	segmente	os	conteúdos	e	a	personalização	dos	contatos	com	os	profissionais	
que	trabalham	nos	veículos	de	comunicação.	Como	nos	ensina	Bueno	(2009,	p.	212):
Os assessores de imprensa precisam se dar conta dessa realidade 
porque,	 com	a	 segmentação,	 o	 relacionamento	 com	os	veículos	 (pelo	
menos	com	os	grandes,	e	os	profissionalizados)	que,	outrora	se	restringia	
aos	proprietários,	agora	precisa	ser	exercido	com	cada	“dono”	daquele	
espaço	 em	 particular.	 Os	 grandes	 jornais	 e	 revistas,	 por	 exemplo,	 já	
indicam,	em	seu	expediente,	 seja	versão	 impressa,	 seja	na	versão	on-
line,	 os	 responsáveis	 por	 esses	 espaços,	 remetendo	 fornecedores	 de	
informações	 e	 leitores/radiouvintes/telespectadores	 aos	 endereços	
específicos.	 [...]	 A	 segmentação	 provoca,	 portanto,	 a	 necessidade	 da	
personalização	dos	contatos,	o	que	significa	o	conhecimento	detalhado	
de	cada	um	dos	espaços	nos	veículos	e	dos	profissionais	a	que	eles	estão	
circunscritos.
Outro	aspecto	importante	a	considerarmos	no	trabalho	de	uma	assessoria	
de	 comunicação	 reside	 na	 administração	 da	 velocidade	 causada	 pela	 internet.	
Nesse	sentido,	Bueno	(2009)	entende	que	a	organização	precisa	estar	sempre	de	
prontidão	para	ser	fonte	de	notícias	e	informações.
Para	 se	 tornar	 um	 bom	 assessor	 de	 comunicação,	 no	 atual	 contexto,	
será	 preciso	 manter-se	 atualizado	 e	 fazer	 leituras	 prévias	 e	 antecipando-se	 às	
intervenções	dos	jornalistas	e	fornecendo	informações	para	as	fontes	de	informação	
que	poderão	ser	entrevistadas	ou	requisitadas.
Bueno	(2009)	acrescenta	também	a	necessidade	dessas	fontes	de	informação	
da	 organização	 serem	 preparadas	 e	 capacitadas	 para	 o	 estabelecimento	 do	
relacionamento	 com	 a	 mídia	 e	 entender	 a	 dinâmica	 de	 funcionamento	 dos	
produtores	de	notícias.
Ao	agir	dessa	forma,	o	assessor	de	comunicação	ou	assessor	de	imprensa	
estará	 ampliando	 a	 sua	 função	 para	 além	 do	 assessoramento,	 mas	 ganhando	
o	 status	de	 gestor	de	 relacionamentos	 com	a	mídia	 e	 todos	 os	demais	públicos	
organizacionais	(BUENO,	2009).
48
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
É	por	esta	razão	que	não	devemos	distinguir	o	profissional	de	comunicação	
entre	relações	públicas,	jornalista	ou	publicitário	para	atuação	na	área.	Isso	porque	
o	assessor	de	comunicação	precisa	combinar	as	duas	vertentes	de	comunicação,	
mercadológica	e	institucional.
Como	nos	lembra	Bueno	(2009),	essas	duas	linhas	de	atuação	caminham	
juntas	e	sobrepõem-se	a	todo	momento,	porque	a	imagem	não	é	algo	que	se	cria,	
mas	se	forma	a	partir	de	uma	leitura	ampla	que	o	público	faz	da	organização.	
Tratamos	disso	no	Tópico	1	desta	unidade.
Como o próprio status da Comunicação Organizacional se alterou 
(ela	passou	de	tática	aestratégica	e	superou	os	limites	essencialmente	
técnicos	ou	operacionais	para	 integrar-se	ao	processo	de	 tomada	de	
decisões),	 o	 assessor	de	 imprensa	 (um	comunicador	organizacional,	
na	 verdadeira	 acepção	 do	 conceito)	 não	 pode	 abrir	 mão	 (sob	 pena	
de	perder	a	cabeça)	de	seu	papel	de	gestor.	Ele	precisa	estar	apto	a	
planejar	 e	 a	 viabilizar	 oportunidades	de	divulgação,	 a	 conhecer	 em	
profundidade	o	processo	de	produção	jornalístico	(que,	como	vimos,	
se	tornou	mais	complexo	com	a	internet	e	a	segmentação)	e	a	entender	
a	dinâmica	do	mercado	e	da	sociedade,	para	que	as	ações,	os	produtos	
e	 as	 estratégias	 que	 colocar	 em	 prática	 cumpram	 os	 objetivos	 da	
empresa	(que	conciliam	interesses	comerciais	e	institucionais).	Precisa	
estar	em	dia	com	os	modernos	processos	de	gestão,	dominar	as	novas	
tecnologias	 e	 realizar	 uma	 leitura	 sistemática	 do	 macroambiente,	
em	 particular	 o	 que	 circunscreve	 o	 universo	 da	 comunicação,	 para	
que	 seus	 instrumentos	 estejam	 em	 sintonia	 com	 o	 que	 vigora	 num	
momento	histórico	determinado	(BUENO,	2009,	p.	231).
A	 gestão	 da	 comunicação	 nas	 organizações	 requer,	 portanto,	 um	
alinhamento	 estratégico.	 De	 acordo	 com	 Carneiro	 (2006),	 isso	 refere-se	 à	
unidade	de	estabelecer	um	discurso	corporativo	único	em	todas	as	atividades	de	
comunicação.
Para	ele,	esse	alinhamento	deve	ocorrer	em	nível	estratégico,	uma	vez	que	
operacionalmente	a	comunicação	deve	se	adequar	à	natureza	e	às	especificidades	
de	cada	atividade	da	empresa.
Com	isso,	Carneiro	 (2006)	quer	nos	mostrar	a	necessidade	de	coerência	
entre	 aquilo	que	 a	 organização	prega	 interna	 e	 externamente.	 Isso	 inclui	mais	
do	que	a	retórica	do	discurso,	mas	de	ações	e	atitudes	de	todos	os	envolvidos	na	
organização	para	solidificar	a	identidade	e	imagem.
Dessa	 forma,	 a	 gestão	 da	 comunicação	 nas	 organizações	 requer	
planejamento	corporativo	com	o	estabelecimento	de	objetivos,	metas,	mensagens-
chave	e	públicos-alvo.	Esses	elementos	do	plano	de	comunicação	foram	estudados	
na	disciplina	de	Comunicação	nas	Organizações.
Segundo	 Carneiro	 (2006),	 a	 gestão	 eficiente	 da	 comunicação	 nas	
organizações,	de	forma	planejada,	resulta	em	sinergia	de	atividades	e	processos	
com	a	otimização	dos	resultados	para	a	imagem	corporativa.	Depois	de	estruturar	
TÓPICO 3 —ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
49
uma	área	de	 comunicação	organizacional,	 alocar	os	profissionais	 e	planejar	 as	
ações	para	o	diálogo	com	todos	os	públicos,	será	preciso	avaliar	os	resultados	de	
uma	assessoria	de	comunicação.
Nessa	linha,	Carneiro	(2006)	apresenta	a	diversidade	de	técnicas	para	avaliar	
os	resultados,	tais	como	a	pesquisa	qualitativa	até	os	métodos	de	mensuração	de	
retorno	financeiro.	Além	disso,	existe	a	metodologia	de	Balanced Scorecard	(BSC),	
que	prevê	o	monitoramento	contínuo	das	atividades	organizacionais	(incluindo	
a	comunicação).
O	importante	é	que	estes	instrumentos	de	aferição	sejam	definidos	ainda	
na	etapa	de	planejamento	da	comunicação	nas	organizações	e	podem	ser	tanto	do	
tipo	quantitativos	como	qualitativos.
Para	Carneiro	(2006),	o	mais	importante	é	que	os	indicadores	contemplem	
não	apenas	os	efeitos	visíveis	e	imediatos,	mas	também	as	mudanças	de	opinião	
no	longo	prazo	e	verificar	o	relacionamento	com	os	públicos,	com	o	objetivo	de	
gerar	uma	atitude	favorável	à	organização.
Todas	essas	atividades	de	comunicação,	realizadas	de	 forma	planejada,	
estruturada,	feita	por	profissionais,	e	com	a	mensuração	dos	resultados,	levam	à	
credibilidade	na	imagem,	identidade	e	reputação	da	organização.
Afinal,	 a	 sociedade	 cobra	das	 organizações	por	 resultados	 econômicos,	
sociais	e	ambientais.	É	por	essa	razão	que	as	empresas	precisam	ter	o	senso	de	
responsabilidade	social,	cujo	tema	será	abordado	no	tópico	final	da	unidade.
Aprendemos	neste	tópico	como	a	organização	é	um	centro	de	informações	
e	fonte	de	notícias	para	os	diversos	públicos	e	como	utilizar	essas	informações	
para	 construir	 a	 imagem,	 identidade	e	 reputação	através	de	uma	estrutura	de	
comunicação	organizacional.	Por	isso,	escolhemos	uma	leitura,	para	aprofundar	
seus	conhecimentos,	que	trata	da	importância	dos	investimentos	em	comunicação	
e	cujas	ações	estejam	alinhadas	em	toda	a	organização.
O alcance do holofote com o poder do laser
A	questão	que	se	coloca,	obviamente,	é	quais	os	parâmetros,	meios	e	
processos	 da	 comunicação	 eficaz,	 capazes	 de	 contribuir,	 no	 âmbito	 interno	
e	 externo,	 para	 alavancar	 o	 desempenho	 das	 organizações	 e	 transformar-
se	 em	vantagem	competitiva.	E	que	papel	 cabe	 aos	 estrategistas,	 gestores	 e	
profissionais	 da	 comunicação.	 Vale	 reconhecer,	 em	 primeiro	 lugar,	 que	 a	
comunicação	ocorre	o	tempo	todo	nas	empresas,	quer	se	aloque,	ou	não,	verba,	
estrutura	e	profissionais	para	seu	planejamento	e	gestão.	
50
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Como	lembra	Philip	Kotler	em	Marketing	de	A	a	Z,	tudo	comunica	o	
tempo	todo.	“Os	trajes	do	pessoal	de	vendas	comunicam,	o	catálogo	de	preços	
comunica,	os	escritórios	da	empresa	comunicam”.	Ou	seja,	não	adianta	despejar	
milhões	 em	publicidade	na	 televisão	 se	 a	 comunicação	no	ponto	de	venda,	
no	site	ou	no	call	center	da	empresa	confunde	ou	desrespeita	o	consumidor.	
Potencializar	a	contribuição	da	comunicação	pressupõe	também	deixar	para	
trás	 os	 paradigmas	 da	 comunicação	 convencional,	 que	 se	 confunde	 com	
publicidade	 e	 disseminação	 de	 informações.	Aquela	 que	 se	 processa	 quase	
sempre	num	modelo	assimétrico,	de	baixo	para	 cima,	 sob	 responsabilidade	
de	departamentos	distintos	que	não	se	comunicam,	e	sem	respeito	a	critérios	
básicos	de	relevância	e	credibilidade.	
A	comunicação	capaz	de	mobilizar	os	melhores	recursos	da	empresa	
em	direção	ao	sucesso	requer	planejamento	com	visão	estratégica	ou	em	360	
graus,	 a	 fim	 de	 irrigar	 todos	 os	movimentos	 da	 organização.	 Precisa	 estar	
alinhada	 com	 sua	 visão	 e	 objetivos,	 numa	 arquitetura	 que	 contemple,	 em	
sinergia,	os	meios	formais	e	informais,	a	comunicação	por	canais	e	a	pessoal.	
Tem	que	processar-se	num	modelo	 simétrico	 em	que	os	fluxos	ascendentes	
são	tão	valorizados	quanto	os	descendentes,	seja	na	dimensão	interna	quanto	
na	 interna.	 Ou	 seja,	 a	 empresa	 não	 pode	 apenas	 falar	 de	 si	 mesma,	 como	
ainda	é	a	tônica,	por	exemplo,	na	maioria	dos	sites	corporativos:	precisa	ser	
capaz	de	ouvir	seus	funcionários	e	públicos	externos.	Precisa	transformar-se	
num	espaço	de	diálogo.	E	aí	as	novas	mídias	interativas	–	Internet,	Intranets	
e	Extranets	–	têm	uma	contribuição	importante	a	dar;	infelizmente	ainda	não	
plenamente	explorada.	
A	 comunicação	 tem	 que	 ser,	 sobretudo,	 e	 cada	 vez	mais	 integrada.	
Precisa	 ancorar-se	 em	uma	única	 voz:	 não	dá	para	 fazer	 um	discurso	para	
fora	e	outro	para	dentro.	Lembro	do	caso	de	uma	das	maiores	 corporações	
brasileiras	que	enfrentou	recentemente	um	problema	de	clima	organizacional:	
a promessa de excelência de serviços propagada por uma campanha maciça 
de	televisão	entrou	em	choque	com	os	cortes	de	pessoal	e	verbas	que	estavam	
sendo	 realizados,	 sem	 suporte	 de	 comunicação	 adequado.	 A	 comunicação	
integrada	ainda	é	uma	promessa,	tantos	são	os	desafios	para	implementá-la.	
Ela	requer	a	adequação	do	discurso	às	necessidades	dos	diferentes	públicos,	
em	cada	contexto	e	circunstância.	E	também	um	planejamento	detalhado	que	
permita	tirar	o	melhor	partido	das	características	das	várias	mídias	e	canais,	
explorando	 sua	 complementaridade.	 Só	 assim	 é	 possível	 alinhar,	 agilizar	 e	
otimizar	investimentos	a	partir	de	diretrizes	e	uma	política	única,	com	escopo	
abrangente.	 Garantir,	 ao	 mesmo	 tempo,	 o	 amplo	 alcance	 do	 holofote	 e	 a	
precisão	científica	do	laser.	
A	 visão	 integrada	 deve	 orientar,	 da	 mesma	 forma,	 os	 esforços	 de	
mensuração	de	resultados	e	o	retorno	de	investimentos.	Afinal,	se	cada	ação	de	
comunicação	se	soma	no	conjunto	para	construir	um	ambiente	de	negóciose	
desenvolvimento	organizacional	favorável,	não	basta	medir	os	efeitos	de	cada	
TÓPICO 3 —ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
51
ação	por	seu	impacto	imediato,	nem	focalizar	apenas	a	construção	de	reputação	
e	imagem.	Será	preciso	desenvolver	metodologias	para	tentar	estabelecer	as	
relações de causalidade entre os investimentos gerais em comunicação e o 
desempenho	da	empresa	como	um	todo.
FONTE: CRUZ, S. S. A Comunicação como vantagem competitiva crítica na nova economia. 
In: NASSAR, P. (Org.). Comunicação empresarial: estratégia de organizações vencedoras, v. 2. 
São Paulo: ABERJE, 2006, p. 145-152.
52
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 Os	 profissionais	 de	 comunicação	 atuam	 para	 transmitir	 informações,	 de	
forma	clara	e	objetiva.
•	 	A	mídia	deixou	de	ser	a	detentora	do	monopólio	da	fonte	de	notícias	e	análises	
sobre	os	fatos.
•	 	 O	 profissional	 de	 comunicação	 da	 atualidade	 tem	mais	 responsabilidade	
para	atingir	os	públicos,	com	credibilidade	e	relevância.
•	 	A	assessoria	de	comunicação	fornece	suporte	estratégico	à	administração	na	
empresa.
•	 	A	 assessoria	 de	 comunicação	 como	 uma	 área	 encarregada	 de	 divulgar	 a	
corporação	para	a	mídia.
•	 	 O	 principal	 objetivo	 da	 comunicação	 institucional	 reside	 na	 construção,	
manutenção	e	melhoria	da	imagem	da	organização	no	mercado.
•	 	A	setorização	da	comunicação	nas	empresas	está	relacionada	à	necessidade	
de	se	assegurar	eficácia	aos	atos	comunicativos.
•	 	A	 integração	 de	 todas	 as	 atividades	 de	 comunicação	 é	 que	 caracteriza	 a	
comunicação	empresarial	ao	estabelecer	a	relação	da	empresa	com	a	sociedade	
e	com	os	seus	públicos	interno	e	externo.
•	 	A	estratégia	de	comunicação	deve	definir	o	público-alvo	de	cada	mensagem	
e	os	meios	mais	adequados	para	atingi-los	com	as	informações	institucionais.
•	 	A	organização	 tem	 interesse	em	ser	notícia	e	a	assessoria	de	comunicação	
tem	interesse	para	que	isso	de	fato	ocorra	a	fim	de	atingir	os	mais	variados	
públicos.
•	 	A	função	principal	da	assessoria	de	comunicação	será	sempre	a	de	planejar	
e	 operar	 as	 estratégias,	 o	 que	 significa	 ser	 bem	 mais	 consistente	 do	 que	
meramente	estreitar	o	relacionamento	da	organização	com	a	mídia.
•	 	 As	 organizações	 devem	 comunicar-se	 com	 os	 clientes	 internos,	 clientes	
externos	e	a	mídia.
53
• Um departamento de comunicação organizacional deve incluir relações 
públicas,	assessoria	de	imprensa	e	marketing.
•	 	A	assessoria	de	comunicação	fica	 responsável	por	 intermediar	os	contatos	
entre	o	porta-voz	e	a	mídia	ou	outros	públicos	interessados,	orienta	e	produz	
ou	avalia	os	comunicados	e	mensagens	distribuídas	pela	organização.
•	 	 A	 assessoria	 de	 comunicação	 não	 deve	 se	 limitar	 às	 médias	 e	 grandes	
corporações,	 as	 pequenas	 empresas	 também	 devem	 utilizar	 profissionais	
terceirizados	para	a	função.
•	 	A	ideia	de	toda	a	estrutura	e	gestão	da	comunicação	nas	organizações	reside	
em	 transformar	 os	 meios	 de	 comunicação	 e	 os	 públicos	 em	 parceiros	 da	
empresa.
•	 	Para	que	uma	organização	transforme	a	mídia	em	sua	parceira	é	essencial	
que ela segmente os conteúdos e a personalização dos contatos com os 
profissionais	que	trabalham	nos	veículos	de	comunicação.
•	 	O	profissional	de	comunicação	em	uma	empresa	é	mais	do	que	um	assessor,	
ele atua como um gestor de relacionamentos da organização com os variados 
públicos.
•	 	A	gestão	da	comunicação	exige	um	alinhamento	estratégico	para	unificação	
de	um	discurso	corporativo.
•	 A	gestão	da	comunicação	nas	organizações	requer	planejamento	corporativo	
com	o	estabelecimento	de	objetivos,	metas,	mensagens-chave	e	públicos-alvo.
 
•	 	Todo	 trabalho	de	 assessoria	de	 comunicação	deve	 ser	mensurado	 através	
de indicadores quantitativos e qualitativos e de mudanças de atitude dos 
públicos.
54
1	 As	 organizações	 precisam	manter-se	 em	 evidência,	 prestando	 contas	 de	
sua	atuação	para	os	públicos	estreitar	suas	relações	com	a	mídia	e	ocupar	
espaços nos diversos meios de comunicação para transmitir sua imagem e 
reputação.	Nesse	sentido,	podemos	conceituar	a	assessoria	de	comunicação	
como:
a)	(	 )	 Uma	rede	de	 informações	 capaz	de	 construir,	manter	 e	melhorar	a	
imagem	da	organização	no	mercado.
b)	(	 )	 A	área	encarregada	de	divulgar	a	corporação	para	a	mídia	e	manter	
diálogo	com	todos	os	públicos	relacionados	à	organização.
c)	 (	 )	 O	 departamento	 responsável	 por	 integrar	 todas	 as	 áreas	 da	
organização	com	uma	finalidade	única.
d)	(	 )	 Um	setor	que	presta	suporte	à	alta	administração	da	organização	em	
suas	decisões.
e)	 (	 )	 O	setor	independente	que	elabora	e	divulga	notícias	da	organização	
para	a	mídia.
2	 De	 acordo	 com	 Torquato	 (2015),	 o	 jornalismo	 empresarial	 ou	 notícia	
empresarial	consiste	na	necessidade	de	a	organização	criar	e	manter	fluxos	
de	comunicação	para	sua	sobrevivência	e	manutenção	no	mercado.	Nesse	
sentido,	avalie	as	asserções	a	seguir	a	respeito	das	notícias	empresariais.
I-	 A	notícia	empresarial	é	um	sistema	de	comunicação	empresarial	e	fluxos	
que	podem	se	dirigir	tanto	ao	público	interno	quanto	externo	à	organização.
PORQUE
II-	A	 notícia	 empresarial	 caracteriza-se	 como	 uma	 mensagem	 socialmente	
significativa,	que	envolve	a	atualidade,	a	periodicidade,	a	universalidade	e	
a	difusão	coletiva	no	âmbito	organizacional.
A	respeito	dessas	asserções,	assinale	a	opção	CORRETA:
a)	(	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
correta	da	I.
b)	(	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	mas	a	II	não	é	uma	
justificativa	correta	da	I.
c)	 (	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	verdadeira,	e	a	II	é	uma	proposição	
falsa.
d)	(	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	falsa,	e	a	II	é	uma	proposição	verdadeira.
e)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	falsas.
3	 Analise	a	figura	seguinte	relacionada	à	estruturação	de	um	departamento	
de	comunicação	organizacional.
AUTOATIVIDADE
55
FIGURA – ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO
De	acordo	com	o	esquema,	é	possível	afirmar	que:
a)	 (	 )	 O	assessor	de	comunicação	deve	ter	formação	em	qualquer	uma	das	
habilitações	de	comunicação	social.
b)	 (	 )	 Os	 profissionais	 de	 relações	 públicas,	 publicidade	 e	 propaganda	 e	
jornalismo	atuam	de	forma	independente	entre	si.
c)	 (	 )	 O	 estagiário	 de	 comunicação	 está	 diretamente	 subordinado	 ao	
assessor	de	comunicação.
d)	(	 )	 A	 secretária	 possui	 o	 mesmo	 poder	 e	 controle	 sobre	 as	 áreas	 de	
relações	públicas,	publicidade	e	propaganda	e	jornalismo.
e)	 (	 )	 A	publicidade	e	a	propaganda	são	o	carro-chefe	de	uma	assessoria	de	
comunicação	e	recebe	apoio	de	relações	públicas	e	jornalismo.
4	A	assessoria	de	comunicação	fica	responsável	por	 intermediar	os	contatos	
entre	o	porta-voz	e	a	mídia	ou	outros	públicos	interessados,	orienta	e	produz	
ou	 avalia	 os	 comunicados	 e	 mensagens	 distribuídas	 pela	 organização	
(VIEIRA,	 2007).	Avalie	 as	 asserções	 a	 seguir	 a	 respeito	das	 atividades	do	
profissional	de	comunicação	em	uma	assessoria.
I-	 Sua	função	é	intermediar	os	contatos	entre	o	porta-voz	e	a	mídia	ou	outros	
públicos	interessados	na	informação.
II-	 O	profissional	de	comunicação	jamais	deve	falar	em	nome	da	organização,	
uma	vez	que	ele	desconhece	os	assuntos	inerentes	a	ela.
III-	O	profissional	deve	atuar	como	um	assessor	da	alta	administração	e	não	
como	um	conselheiro	e	estrategista	para	a	tomada	de	decisões.
É	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a)	 (	 )	 I,	apenas.
b)	 (	 )	 II	e	III,	apenas.
c)	 (	 )	 I	e	III,	apenas.
d)	(	 )	 I	e	II,	apenas.
e)	 (	 )	 I,	II	e	III.
FONTE: O autor
56
57
TÓPICO 4 — 
UNIDADE 1
 RESPONSABILIDADES SOCIAIS DAS 
ORGANIZAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Para	conquistar	a	credibilidade	e	criar	uma	imagem	e	atitude	favorável	
nos	 diversos	 públicos	 com	 os	 quais	 mantém	 relacionamento,	 as	 organizações	
precisam	adotar	uma	postura	transparente	e	uma	governança	corporativa,	cujo	
tema	será	abordado	no	decorrerdo	tópico,	de	acordo	com	determinadas	normas	
e	comportamentos.
Nesse	 contexto,	 apresentaremos	 inicialmente	 os	 conceitos	 de	
responsabilidade	 social	 a	 que	 estão	 sujeitas	 às	 organizações	 e	 o	 papel	 e	 a	
padronização	 da	 comunicação	 nas	 organizações.	 Conheceremos	 como	 as	
organizações	devem	apresentar	os	relatórios	desempenho	social.
Discutiremos	 ainda	 no	 tópico	 outro	 aspecto	 tão	 importante	 quanto	
a	 responsabilidade	 social,	 que	 é	 a	 ética	 nas	 comunicações	 empresariais.	
Estudaremos os aspectos legais envolvidos nas comunicações e sua relação com a 
responsabilidade	social.	Vamos	concluir?
2 RESPONSABILIDADE SOCIAL E A COMUNICAÇÃO 
CORPORATIVA
Você	 já	 reparou	 que	 na	 embalagem	 do	 seu	 refrigerante	 existe	 uma	
indicação	de	que	ela	reciclável	e	ajuda	para	a	preservação	do	planeta?	Já	notou	
como	existem	parques	e	florestas	mantidas	com	a	ajuda	de	grandes	corporações?
Pode	 até	 parecer	 contraditório,	 por	 exemplo,	 que	 uma	 empresa	 que	
explore	minérios	queira	evitar	danos	ao	meio	ambiente.	Todos	esses	casos	são	
exemplos	de	como	as	organizações	estão	preocupadas	com	sua	responsabilidade	
social.
As	 organizações	 estão	 cada	 vez	 mais	 engajadas	 em	 questões	 sociais	
relevantes	para	as	 comunidades	em	que	atuam	e	 transformam	sua	ação	 social	
em	um	elemento	integrante	do	processo	de	gestão	empresarial,	diz	Bueno	(2009).
É	 a	 consciência	 das	 organizações	 em	 relação	 às	 comunidades	 que	
caracterizam	 a	 responsabilidade	 social	 pautada	 em	 valores	 e	 princípios	 éticos	
com	o	objetivo	de	balizar	suas	práticas	e	políticas.
58
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Há	 um	 entendimento	 no	mundo	 organizacional	 de	 que	 as	 instituições	
devem	fazer	mais	do	que	fazem	atualmente	com	o	objetivo	de	ampliar	sua	ação	
na	sociedade	e	comprometer-se	com	determinados	valores	(TORQUATO,	2015).
O	papel	social	das	organizações	foi	defendido	nas	décadas	finais	do	Século	
XX	e	ganhou	ainda	mais	força	no	início	desse	século.	A	razão	para	isso,	segundo	
Torquato	(2015),	é	de	que	as	organizações	devem	se	submeter	às	leis	sociais	da	
mesma	forma	com	que	se	submetem	às	leis	fiscais.
Conforme	 Bueno	 (2009),	 essa	 relação	 estreita	 com	 a	 comunidade	
redimensiona	o	papel	 social	das	empresas	e	 confere	 legitimidade	e	prestígio	à	
imagem	e	reputação	da	organização.	E	é	isso	que	toda	empresa	busca	para	que	os	
públicos	tenham	uma	atitude	favorável	em	relação	a	ela.
Nesse	 contexto,	 encontramos	 em	 Barbieri	 e	 Cajazeira	 (2010)	 duas	
abordagens	em	relação	à	responsabilidade	social	das	organizações.	A	primeira	
delas	 refere-se	 à	geração	de	 lucros	dentro	da	 lei,	 enquanto	 a	 segunda	 inclui	 a	
preocupação	com	o	desenvolvimento	sustentável	da	sociedade.
A	 abordagem	 meramente	 econômica	 tem	 encontrado	 cada	 vez	 mais	
críticos,	enquanto	o	movimento	do	desenvolvimento	sustentável	ganha	cada	vez	
mais	força	e	adeptos.	Essa	segunda	abordagem	surgiu	na	década	de	1980	e	adota	
como	filosofia	o	atendimento	das	necessidades	do	presente	sem	comprometer	a	
possibilidade	das	gerações	futuras	de	atenderem	as	suas	próprias	necessidades.
Sob	 o	 mesmo	 raciocínio,	 Bueno	 (2009)	 diz	 que	 cabe	 um	 trabalho	 de	
conscientização,	de	análise	e	reflexão	sobre	os	hábitos	de	consumo,	a	intervenção	
humana	sobre	a	natureza,	a	perda	da	capacidade	de	indignação	com	a	injustiça	
social	e	o	abandono	do	espírito	de	solidariedade.
Nesse	sentido,	o	conceito	de	desenvolvimento	sustentável	combina	 três	
dimensões	da	 sustentabilidade:	 econômica,	 social	 e	 ambiental.	De	acordo	 com	
Barbieri	 e	 Cajazeira	 (2010),	 cada	 uma	 dessas	 dimensões	 atende	 aos	 seguintes	
aspectos:
• Dimensão econômica: envolve	a	obtenção	de	resultados	para	os	acionistas,	
como	 lucratividade,	 crescimento,	 valorização	das	 ações,	 redução	de	 riscos,	
entre	 outros,	 bem	 como	 empregos	 gerados,	 impostos	 arrecadados,	 custos	
sociais	evitados	pela	 internalização	de	problemas	ambientais,	práticas	 leais	
de	concorrência.
• Dimensão social:	inclui	a	não	discriminação	no	trabalho,	combate	à	corrupção,	
valorização	dos	direitos	humanos	e	políticas	de	benefícios.
• Dimensão ambiental:	abrange	as	reduções	de	materiais	e	energia	por	unidade	
produzida,	reduções	das	emissões	de	poluentes,	substituição	de	componentes	
tóxicos,	reuso	e	recuperação	de	materiais.
 TÓPICO 4 — RESPONSABILIDADES SOCIAIS DAS ORGANIZAÇÕES
59
Ainda	de	 acordo	 com	Barbieri	 e	Cajazeira	 (2010),	 essas	 três	 dimensões	
muitas	 vezes	 se	 sobrepõem	 e,	 a	 rigor,	 somente	 as	 questões	 que	 tenham	 sido	
tratadas	 sob	 essas	 três	 dimensões	 seriam	 efetivamente	 ações	 coerentes	 com	 o	
desenvolvimento	sustentável.
Ao	atender	às	dimensões	da	sustentabilidade,	a	empresa	passa	a	ter	uma	
responsabilidade	social,	cuja	característica	está	na	atuação	ética	e	transparente	da	
empresa	com	todos	os	públicos	com	os	quais	se	relaciona	e	pelo	estabelecimento	
de	metas	compatíveis	com	o	desenvolvimento	sustentável	da	sociedade.
Você	 também	 pode	 encontrar	 essas	 questões	 sob	 a	 denominação	 de	
governança	 corporativa.	 Segundo	Bueno	 (2009),	 a	governança	 tem	um	sentido	
amplo de um sistema de direção e monitoramento da organização e sua relação 
com os stakeholders.
A	 governança	 corporativa	 impõe	 como	 princípios	 a	 transparência,	
a	 equidade	 (respeito	 a	 todos	os	 interessados	na	organização)	 e	 a	prestação	de	
contas	 (accountability)	 e	 a	 responsabilidade	 corporativa.	De	 acordo	 com	Bueno	
(2009,	p.	283):
Os mercados e a sociedade têm ao longo do tempo proposto modelos 
diversos	de	governança	corporativa	e	essa	multiplicidade	tem	que	ver,	
sobretudo,	 com	 o	 contexto	 de	 cada	 nação,	 caracterizada	 não	 apenas	
por	 suas	 particulares	 circunstâncias	 legais	 ou	 jurídicas,	 ou	 regimes	
econômicos,	 mas	 também	 por	 sua	 cultura	 de	 gestão.	 Esses	 modelos	
definem	práticas	 de	 governança	 que	 são	 reguladas	 pelo	mercado	 de	
capitais	e	incorporam	as	contribuições	das	empresas	e	de	seus	acionistas.
É	por	essa	razão	que	muitas	organizações	estabelecem	normas	de	conduta	
ou	princípios	voltados	para	as	práticas	organizacionais	a	fim	de	evitar	escândalos,	
abusos	e	causar	prejuízos	aos	stakeholders	da	organização,	complementa	Bueno	(2009).
A	 comunicação,	 nesse	 sentido,	 assume	 um	 papel	 preponderante	 de	
informar	sobre	o	que	acontece	dentro	e	fora	da	organização	para	a	prestação	de	
contas	e	demonstração	das	ações	de	responsabilidade	social	da	organização.
Segundo	 Bueno	 (2009),	 a	 comunicação	 é	 um	 atributo	 básico	 da	 boa	
governança	 corporativa	 e	 está	 implícita	 também	 na	 enunciação	 dos	 outros	
princípios	da	governança	corporativa,	tais	como	a	equidade,	a	prestação	de	contas	
e	a	própria	responsabilidade	social.
Ou	seja,	para	que	uma	organização	 tenha	de	 fato	uma	boa	governança	
ela	 deve	 adotar	 a	 comunicação	 como	 um	 elemento	 do	 processo	 de	 gestão.	A	
comunicação	deve	pressupor,	 em	princípios,	 uma	 etapa	 fundamental,	 que	 é	 o	
conhecimento	 detalhado	 do	 perfil	 dos	 distintos	 públicos	 de	 interesse	 de	 uma	
organização e considerar que cada um deles possui demandas e expectativas 
particulares	(BUENO,	2009).
60
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
A	 norma	 NBR	 16001	 (2012)	 estabelece	 os	 requisitos	 mínimos	 de	 um	
sistema	de	gestão	da	responsabilidade	social	e	permite	à	organização	formular	e	
implementar	políticas	e	objetivos	que	levem	em	conta	os	requisitos	legais	e	outros	
compromissos	 éticos	 e	 de	 cidadania	 (BARBIERI;	 CAJAZEIRA,	 2010).	 Isso	 fica	
mais	evidente	e	de	fácil	compreensão	na	figura	a	seguir.
FIGURA 7 – OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
FONTE: Adaptado de Barbieri e Cajazeira (2010)
Na	figura	anterior	constatamos	a	presença	e	combinação	dos	objetivos	do	
desenvolvimento	sustentável:	eficiência	econômica,	equidade	social	e	preservação	
do	meio	ambiente.	Como	complementam	Barbieri	e	Cajazeira	(2010,	p.	127):
EssasOU GERENCIAL ..................................................... 25
3.3 COMUNICAÇÃO SOCIAL ......................................................................................................... 26
3.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO .................................................................................................. 28
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 33
TÓPICO 3 — ORGANIZAÇÃO COMO CENTRO DE NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35
2 AS ÁREAS DE COMUNICAÇÃO E A GERAÇÃO DE CONTEÚDO .................................... 35
3 COMO ESTRUTURAR UM DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO NAS 
ORGANIZAÇÕES ................................................................................................................................ 41
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 52
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 54
TÓPICO 4 — RESPONSABILIDADES SOCIAIS DAS ORGANIZAÇÕES............................. 57
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 57
2 RESPONSABILIDADE SOCIAL E A COMUNICAÇÃO CORPORATIVA........................... 57
3 ASPECTOS ÉTICOS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES .................................. 63
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 67
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 71
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA ............ 73
TÓPICO 1 —RELAÇÕES COM A SOCIEDADE CIVIL E GOVERNAMENTAL ................... 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 ORGANIZAÇÃO COMO FATOR DE INTEGRAÇÃO COM A COMUNIDADE ............... 75
3 RELAÇÕES COM GOVERNANTES E ONGS EM ASSUNTOS PÚBLICOS ....................... 80
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 86
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 87
TÓPICO 2 —RELAÇÕES CORPORATIVAS E COM OS INVESTIDORES............................. 89
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 89
2 AS RELAÇÕES COM OS FUNCIONÁRIOS E OS INVESTIDORES .................................... 89
3 AMPLITUDE E ABRANGÊNCIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS CORPORATIVAS .......... 95
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 100
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL ............................................................................... 103
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 103
2 O QUE É NOTÍCIA DENTRO DAS INSTITUIÇÕES .............................................................. 103
3 PAUTA INTERNA E PAUTA EXTERNA NA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL .. 108
4 COMUNICAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................... 112
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 121
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 123
TÓPICO 4 —AS PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICAS ................................................................. 125
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 125
2 PRODUTOS E SERVIÇOS DA ASSESSORIA DE IMPRENSA 
 NAS ORGANIZAÇÕES ................................................................................................................. 125
3 O RELEASE ....................................................................................................................................... 130
4 A COMUNICAÇÃO INTEGRADA DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES ............................. 133
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 136
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 138
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO
 E ASSESSORIA DE IMPRENSA ......................................................................... 141
TÓPICO 1 —CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE COMUNICAÇÃO
 ORGANIZACIONAL ................................................................................................. 143
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 143
2 REALIZAÇÃO DE DIAGNÓSTICO E DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS ................................ 143
3 AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO .................................................................................................. 147
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 153
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 155
TÓPICO 2 —RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO
 E COM A IMPRENSA ................................................................................................ 157
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 157
2 MEDIA TRAINING E QUALIFICAÇÃO DAS FONTES .......................................................... 157
3 ORGANIZAÇÃO DE ENTREVISTAS COLETIVAS DE IMPRENSA .................................. 163
4 RELAÇÃO COM A MÍDIA E JORNALISTAS .......................................................................... 168
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 175
TÓPICO 3 —INFLUÊNCIA DAS NOVAS MÍDIAS NAS COMUNICAÇÕES ..................... 177
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 177
2 ABORDAGEM EM MÍDIAS DIGITAIS ..................................................................................... 177
3 CONCEITOS DE ENGAJAMENTO E PROPAGABILIDADE NA ERA DIGITAL ............ 182
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................três	dimensões	precisam	estar	presentes,	por	isso	o	desenvolvimento	
sustentável	corresponde	à	área	de	interseção	dos	três	círculos,	cada	um	
representando	 uma	 delas.	 Interseções	 parciais	 que	 envolvam	 apenas	
duas	dimensões	não	atendem	os	requisitos	de	responsabilidade	de	uma	
empresa	sustentável,	ou	atendem	de	modo	parcial	e	não	duradouro.	Por	
exemplo,	a	combinação	da	dimensão	econômica	com	a	ambiental	torna	o	
empreendimento	viável	do	ponto	de	vista	operacional	e	financeiro,	mas	
isso	não	garante	que	as	demandas	sociais	sejam	atendidas.	As	atividades	
pertencentes	apenas	às	dimensões	sociais	e	ambientais	contribuem	para	
a	qualidade	de	vida	das	pessoas,	mas	esta	não	se	sustenta	a	longo	prazo	
sem	a	dimensão	econômica.
 TÓPICO 4 — RESPONSABILIDADES SOCIAIS DAS ORGANIZAÇÕES
61
A	fim	de	atender	a	todas	as	dimensões,	Barbieri	e	Cajazeira	(2010)	sugerem	
a adoção do modelo Triple Bottom Line	ou	modelo	dos	Três	Resultados	Líquidos.	
Esse modelo considera que a sociedade depende da economia e a economia do 
ecossistema	global,	daí	o	nome	três	resultados	líquidos	e	denominado	de	Triple 
Bottom Line,	que	busca	conjugar	as	dimensões	econômica,	social	e	ambiental.
Na	 visão	 de	 Torquato	 (2015),	 é	 preciso	 atrelar	 os	 compromissos	 aos	
funcionários,	 às	 responsabilidades	 mais	 gerais	 à	 sociedade	 e	 formar	 um	 só	
composto	sobre	o	conceito	da	função	social	da	organização.
Nesse	 contexto,	 encontramos	 na	 International Organization for 
Standardization	 (ISO)	 uma	 evolução	 das	 normas	 gerenciais	 para	 atendimento	
das	 necessidades	 específicas	 da	 sociedade,	 tais	 como	meio	 ambiente,	 sistemas	
gerenciais,	qualidade	de	produtos	e	serviços,	segurança	ocupacional	e	até	mesmo	
diálogo com os stakeholders	da	organização.
Como	as	organizações	precisam	prestar	contas	à	sociedade	no	atendimento	
a	essas	normas,	a	comunicação	organizacional	cumpre	outro	relevante	papel	nesse	
processo	e	reforça	o	caráter	de	responsabilidade	social	ao	conferir	legitimidade	às	
informações	apresentadas.
De	acordo	com	Barbieri	e	Cajazeira	(2010),	as	comunicações	socioambientais	
devem	obedecer	a	vários	modelos,	entre	eles	o	mais	comum	é	denominado	GRI,	
que	consiste	de	um	relatório	de	sustentabilidade.
Esse	relatório	deve	prover	uma	visão	balanceada	e	realista	do	desempenho	
de	 sustentabilidade	 de	 uma	 organização,	 incluindo	 tanto	 os	 pontos	 positivos	
como	os	negativos.	Isso	contribui	para	a	melhoria	do	desempenho	da	organização,	
explicam	Barbieri	e	Cajazeira	(2010).
A	 construção	 do	 relatório	 de	 sustentabilidade	 segundo	 o	modelo	 GRI	
deve	ser	baseada	em	um	processo	cujas	entradas	são	reflexões	estratégicas	que	
uma	organização	deve	efetuar	 antes	de	 relatar	o	 seu	desempenho	 (BARBIERI;	
CAJAZEIRA,	2010).
O	modelo	GRI	prevê	dois	guias	de	ação	para	a	elaboração	do	relatório	de	
sustentabilidade:	o	que	comunicar	e	a	qualidade	das	informações	apresentadas.	
Somente	 depois	 dessa	 reflexão	 é	 que	 o	 GRI	 prescreve	 que	 o	 relatório	 deve	
conter	o	perfil	organizacional,	os	procedimentos	e	crenças	do	modelo	gerencial,	
e	os	 indicadores	de	desempenho	estratificados	 em	econômico,	meio	ambiente,	
trabalho	decente,	direitos	humanos,	sociedade	e	responsabilidade	pelo	produto.
Na	figura	 a	 seguir	 são	 apresentados	 os	 princípios	 que	 as	 organizações	
devem	refletir	sobre	a	definição	do	conteúdo	e	o	escopo	do	relatório,	explicam	
Barbieri	e	Cajazeira	(2010).	
62
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
FIGURA 8 – PROCESSO PARA CONSTRUÇÃO DO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE CON-
FORME GRI
FONTE: Barbieri e Cajazeira (2010, p. 135)
Além	 do	 padrão	 de	 relatório	 de	 responsabilidade	 social	 modelo	 GRI,	
discutido	 até	 aqui,	 existe	 um	 outro	 instrumento	 desenvolvido	 e	 padronizado	
através	da	norma	ISO	26000	(2010)	–	Diretrizes	para	a	Responsabilidade	Social.
Segundo	Barbieri	 e	Cajazeira	 (2010),	 a	 norma	 ISO	26000	 traz	diretrizes	
sobre	 os	 princípios	 intrínsecos	 à	 responsabilidade	 social,	 as	 questões	 que	 a	
constituem	e	as	maneiras	para	 implementar	a	responsabilidade	social	em	uma	
organização.
Essa	 norma	pode	 ser	 aplicada	 a	 qualquer	 organização,	 seja	 pública	 ou	
privada	e	também	as	não-governamentais.	Isso	porque	a	proposta	leva	em	conta	
que	toda	organização	gera	um	impacto	na	sociedade	e	no	meio	ambiente.
Em	relação	à	comunicação	sobre	a	responsabilidade	social,	a	norma	ISO	
26000	enfatiza	a	transparência	sincera,	ética	e	precisa,	bem	como	responsiva	às	
solicitações e demandas aceitáveis dos stakeholders,	explicam	Barbieri	e	Cajazeira	
(2010).
A	norma	está	alinhada	com	o	modelo	GRI	e	também	com	a	norma	ISO	
14063	 (2006),	 que	 visa	 assegurar	 a	 qualidade	 do	 relatório	 enquanto	 uma	peça	
de	comunicação	e	considera	ainda	o	conteúdo	definido	com	base	em	princípios	
referentes	às	três	dimensões:	econômica,	social	e	ambiental.
Conforme	 Barbieri	 e	 Cajazeira	 (2010),	 os	 princípios	 estabelecidos	 pela	
norma	 impedem	 que	 a	 organização	 escolha	 apenas	 informações	 positivas	 ou	
não	 relevantes	 para	 mostrar	 o	 que	 está	 fazendo	 em	 relação	 às	 dimensões	 da	
sustentabilidade.
 TÓPICO 4 — RESPONSABILIDADES SOCIAIS DAS ORGANIZAÇÕES
63
Além	disso,	a	norma	recomenda	que	todo	o	processo	de	comunicação	seja	
submetido	aos	diálogos	estruturais	com	as	partes	interessadas,	ou	seja,	as	partes	
envolvidas	com	a	organização	podem	verificar	a	veracidade	das	informações	e	
declarações	apresentadas	(BARBIERI;	CAJAZEIRA,	2010).	Esse	padrão	pode	ser	
visualizado	na	figura	seguinte.
FIGURA 9 – PADRÃO DE COMUNICAÇÃO PARA RESPONSABILIDADE SOCIAL PELA ISO 26000
FONTE: Barbieri e Cajazeira (2010, p. 140)
Ao	destacarem	o	papel	da	comunicação	neste	processo,	também	Barbieri	
e	Cajazeira	 (2006)	 entendem	que	o	uso	dos	 indicadores	 e	 sistemas	de	 avaliação	
permitem	 verificar	 o	 envolvimento	 da	 organização	 com	 a	 sustentabilidade	 e	
responsabilidade	social.
Eles	também	destacam	que	esse	modelo	de	comunicação	deverá	substituir	a	
propaganda	não	ética	com	todos,	de	crianças	negras	e	felizes	por	indicadores	reais,	
como	por	exemplo	cargos	de	chefia	ocupados	por	adultos	negros	nas	organizações.
Tudo	isso	visa	à	prestação	de	contas	das	organizações	para	a	sociedade	e	o	
seu	comprometimento	com	as	causas	que	preocupam	as	comunidades	e	o	planeta.	
É	por	isso	que	a	comunicação	precisa	ser	transparente	e	ética,	o	que	nos	leva	aos	
aspectos	legais	da	comunicação	corporativa	a	ser	estudado	na	sequência.
3 ASPECTOS ÉTICOS DA COMUNICAÇÃO 
NAS ORGANIZAÇÕES
Uma precisa socialmente responsável deve ser transparente e sincera em 
suas	ações	e	comunicações.	É	por	essa	razão	que	os	empreendimentos	precisam	
agir	de	acordo	com	a	ética	e	usá-la	em	todos	os	programas	de	comunicação	com	
seus	públicos.
64
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Como	nos	 lembra	Torquato	(2015),	muitas	 leis	 foram	revistas	e	ampliadas	
a	 fim	 de	 limitar	 a	 falta	 de	 ética	 nas	 relações	 comerciais.	 No	 entanto,	 elas	 ainda	
não	alcançam	com	a	profundidade	necessária	a	apropriação	de	marcas	e	imagens	
realizadas	por	concorrentes	desleais.
Sendo	assim,	a	organização	precisa	agir	de	forma	ética	interna	e	externamente.	
É	 comum	 encontramos	 no	mercado	 atualmente,	manuais	 de	 conduta	 e	 ética	 nas	
organizações que relacionam os princípios morais do indivíduo e da organização em 
relação	ao	mercado.
Segundo	Torquato	(2015),	essa	postura	traz	reflexos	positivos	para	o	mercado	
globalizado,	uma	vez	que	as	ações	devem	ser	praticadas	em	todas	as	subsidiárias	
de	uma	organização	e	deve	ser	aplicada	em	todos	os	ambientes	de	administração	
pública	e	privada.	Assim:
No	Brasil,	procedimentos	éticos	significativos	vêm	sendo	adotados	pelo	
empresariado	de	maneira	sistemática.	A	preocupação	com	a	qualidade	
dos	produtos,	por	exemplo,	reserva	uma	estreita	relação	com	a	moralidade	
nos	negócios,	tanto	que,	quanto	mais	qualidade	umproduto	ostente,	mais	
fácil	será	comercializá-lo	eticamente	e	vice-versa.	Ou	seja,	quanto	mais	
ético	for	o	empreendedor,	mais	qualidade	tende	a	ter	sua	produção.	É	um	
círculo	vicioso	dos	mais	benéficos	(TORQUATO,	2015,	s.p.).
Na	mesma	linha	de	raciocínio,	Bueno	(2009)	nos	mostra	que	a	comunicação	
de	excelência	está	associada	ao	exercício	da	cidadania,	à	gestão	da	responsabilidade	
social,	ao	respeito	à	diversidade	e	à	valorização	profissional	e	pessoal.
Nesse	sentido,	as	organizações	precisam	interagir	constantemente	com	seus	
públicos	com	o	objetivo	de	cultivar	o	diálogo,	a	transparência	e	a	relação	saudável.	
Essa	 convivência	 exige	 aproximação	 e	 diálogo	 constantes,	 complementa	 Bueno	
(2009).
Os	profissionais	de	comunicação	muitas	vezes	se	deparam	com	dilemas	éticos	
em	seu	trabalho	diário	de	divulgação.	A	escolha	entre	as	ações	que	serão	divulgadas	
ou	não,	não	 costuma	 ser	 fácil	diante	da	possibilidade	de	uma	ética	de	 convicção	
(baseada	em	valores	e	princípios)	e	a	ética	de	responsabilidade	(baseada	em	análise	
de	risco	e	no	atingir	determinados	objetivos),	ressalta	Bombini	Junior	(2006).
Nesse	sentido,	o	autor	defende	que	as	organizações	estabeleçam	inicialmente	
os	valores	básicos	e	os	pratiquem	diariamente,	a	começar	pela	alta	administração.	
Além	disso,	cabe	aos	profissionais	definirem	individualmente	os	próprios	valores	
éticos	para	se	manterem	no	mercado	com	perspectivas	de	crescimento	profissional	
(BOMBINI	JUNIOR,	2006).
São	 vários	 os	 dilemas	 éticos	 enfrentados	 na	 comunicação	 organizacional,	
tais	 como	 a	 defesa	 da	marca	 em	 situações	 de	 produtos	 com	defeito	 ou	 casos	 de	
infringência.	Para	Bombini	 Junior	 (2006),	cabe	aos	profissionais	de	comunicação	a	
busca	pela	verdade	e	atuar	na	organização	enquanto	tiver	certeza	de	que	ela	está	
agindo	de	forma	honesta.
 TÓPICO 4 — RESPONSABILIDADES SOCIAIS DAS ORGANIZAÇÕES
65
Como	os	profissionais	de	comunicação	atuam	com	informações	e	exercem	
influência	sobre	a	opinião	pública,	Bombini	Junior	(2006)	entende	que	os	profissionais	
precisam	ter	um	compromisso	ainda	mais	forte	com	a	ética.
Um paradigma presente nessa relação reside no apoio do departamento 
jurídico	às	atividades	de	comunicação.	A	sintonia	entre	comunicação	e	o	jurídico	deve	
ser	de	sinergia	a	fim	de	minimizar	eventuais	riscos	e	preservar	a	imagem,	identidade	
e	reputação	da	organização,	ensina	Bombini	Junior	(2010).
Ao	 tratarmos	 do	 público	 interno	 (funcionários,	 fornecedores	 e	 parceiros),	
Bombini	 Junior	 (2010)	entende	que	o	 jurídico	e	a	comunicação	devem	sempre	 ter	
como	referência	os	valores	da	empresa	e	as	relações	trabalhistas.	Portanto:
De	nada	adianta	a	empresa	pregar	que	valoriza	o	ser	humano	e	manter	
com	seus	 colaboradores	 relações	 trabalhistas	que	 ferem	a	 legislação.	É	
importante	que	o	jurídico	esteja	atento	para	que	os	valores	da	companhia	
sejam	realmente	retratados	na	prática,	em	respeito	à	legislação	trabalhista.	
Também	não	devemos	esquecer	que	é	importante	a	atuação	conjunta	do	
canal	de	comunicação	e	do	jurídico	na	formalização	dos	acordos	sindicais,	
pois	tais	acordos	devem	ser	divulgados	ao	público	 interno	de	maneira	
clara	para	que	dúvidas	que	possam	comprometê-los	sejam	desde	 logo	
identificadas	e	sanadas	(BOMBINI	JUNIOR,	2010,	p.	149).
Quando	a	empresa	se	comunica	com	os	investidores,	será	a	vez	da	governança	
corporativa	servir	de	orientação	para	as	atividades	de	comunicação	organizacional.	
As	mensagens	devem	ser	pautadas	pela	transparência,	ética	e	prestação	de	contas.
Dessa	forma,	explica	Bombini	Junior	(2010),	a	organização	estará	atendendo	
aos	 requisitos	 da	 Comissão	 de	 Valores	 Mobiliários	 (CVM)	 e	 proporcionando	
maior	 segurança	 aos	 investidores,	 principalmente	 às	pessoas	 físicas	 e	 aos	 grupos	
minoritários.
Nesse	sentido,	é	importante	que	a	empresa	encontre	no	diretor	de	relações	
com	 o	 mercado	 um	 porta-voz	 como	 o	 público,	 cujas	 funções	 relacionadas	 por	
Bombini	Junior	(2010)	são:
• Garantir	a	continuidade	e	a	consistência	das	informações	corporativas.
• Preservar	a	imagem	da	empresa	com	a	construção	de	uma	relação	de	confiança	
com	o	investidor.
• Verificar	e	zelar	informações	que	têm	caráter	restrito	e	privilegiado	(informação	
privilegiada	é	todo	ato	ou	fato	relevante	ao	qual	as	pessoas	tenham	acesso,	em	
razão	do	cargo	ou	posição	que	ocupam,	até	sua	divulgação	ao	mercado).
• Abastecer	 o	 mercado	 com	 informações	 de	 forma	 proativa,	 minimizando	
especulações.
A	 pauta	 ética	 deve	 ser	 mantida	 nas	 relações	 e	 atos	 comunicacionais	 da	
organização	com	o	governo.	Em	defesa	de	seus	interesses,	as	organizações	praticam	
o lobby,	uma	atividade	 legítima	de	convencimento	e	ação	 institucional	 (BOMBINI	
JUNIOR,	2010).
66
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
O	lobby	consiste	na	fiscalização	e	na	defesa	dos	interesses	da	organização,	
assim	como	fazem	os	cidadãos	 junto	ao	poder	público,	de	 forma	transparente	e	
com	ampla	divulgação	para	a	sociedade.	Assim	será	fácil	diferenciar	o	 lobby	da	
corrupção	envolvendo	empresas	e	agentes	públicos,	entende	Bombini	Junior	(2010).
Quando	 da	 ocorrência	 de	 campanhas	 políticas,	 as	 organizações	 devem	
manter	a	ética	e	cumprir	o	que	determina	a	lei.	Bombini	Junior	(2010)	lembra	que	
as	doações	não	são	obrigatórias	e,	quando	forem	feitas,	devem	ser	pautadas	pela	
lei	e	de	forma	transparente.
Esse	posicionamento	da	organização	é	uma	exigência	não	apenas	da	lei,	
mas	 também	 um	 compromisso	 da	 sociedade	 contra	 as	 práticas	 de	 caixa	 dois	
(sonegação	de	recursos)	feitas	por	políticos	e	das	empresas	também.
Ainda	 em	 Bombini	 Junior	 (2010)	 encontramos	 a	 necessidade	 de	 uma	
postura	 ética	 em	 relação	 às	 atividades	de	 responsabilidade	 social.	 Essa	 é	uma	
postura	e	não	uma	filantropia	em	que	as	organizações	devem	participar	ativamente	
na	busca	de	soluções	para	os	problemas	sociais.
A	sociedade	reclama,	na	verdade,	que	as	empresas	passivas	e	omissas	
–	mesmo	que	tal	passividade	e	omissão	sejam	legais	–	passem	a	ser	
proativas,	assumindo,	de	certa	forma,	a	liderança	na	(re)construção	do	
ambiente	que	as	cerca.	A	postura	empresarial	socialmente	responsável	
reflete-se	diretamente	na	 imagem	da	empresa,	pois	uma	companhia	
socialmente responsável está comprometida com o desenvolvimento 
sustentável	(BOMBINI	JUNIOR,	2010,	p.	156).
Nesse	 contexto,	 as	 organizações	 devem	manter	 uma	 postura	 ética	 em	
suas	relações	com	a	mídia	na	forma	de	entrevistas,	anúncios	e	comunicados.	Os	
posicionamentos	geralmente	ficam	a	cargo	da	diretoria,	enquanto	o	marketing	
assume	 a	 responsabilidade	 pelos	 anúncios	 e	 comunicados,	 entende	 Bombini	
Junior	(2010).
Por	 fim,	 a	 postura	 ética	 nas	 atividades	 de	 comunicação	 organizacional	
deve	estar	presente	também	na	comunicação	de	risco	que	trazem	potencial	para	
gerar	uma	crise	de	imagem	e	reputação	para	a	organização.
Esse	tipo	de	pronunciamento	deve	ter	o	respaldo	do	departamento	jurídico	
como	uma	forma	de	prevenir	eventuais	riscos	à	imagem	da	organização.	Nesse	
sentido,	Bombini	Junior	(2010)	destaca	que	o	importante	é	que	as	comunicações	
sejam	proativas	e	transparentes	com	o	objetivo	de	serem	mais	facilmente	aceitas	
pelos	formadores	de	opinião	e	evitar	especulações.
Tudo	isso	contribui	para	que	a	gestão	da	comunicação	nas	organizações	
seja	positiva	e	permite	o	alcance	do	objetivo	principal,	qual	seja:	a	construção	e	
manutenção	de	uma	imagem	positiva	e	de	atitudes	favoráveis	à	instituição.
 TÓPICO 4 — RESPONSABILIDADES SOCIAIS DAS ORGANIZAÇÕES
67
Responsabilidade social – origens e conceitos
O	tema	Responsabilidade	Social	é	polêmico	e	dinâmico,	envolvendo	desde	
conceituações	extremamente	 simplificadas	até	definições	 sofisticadas.	Para	que	
servem	as	empresas?	Essa	pergunta	remete	a	1740,	quando	a	ideia	mercantilista	
prevalecia	e	acreditava-se	que	a	 riqueza	 tinha	 relação	com	o	acúmulode	ouro	
e	 prata	 de	 uma	 nação.	 Quem	 primeiro	 questionou	 com	 alguma	 consistência	
este	argumento	foi	David	Hume,	amigo	de	Adam	Smith.	Hume	alertava	que	“é	
evidente	que	a	maior	ou	menor	abundância	de	dinheiro	não	 têm	 importância:	
pois	o	preço	das	mercadorias	é	sempre	proporcional	à	abundância	do	dinheiro”.	
Amplia-se	a	ideia	do	mercado	livre	e	com	ela	o	pensamento	de	Adam	Smith,	cujas	
primeiras	palavras	do	 seu	 clássico	Weith	of	Nations	 (1776)	 fazem	uma	defesa,	
ainda atual em muitos discursos:
1.	 O	aumento	da	produtividade	ocorre	com	a	divisão	do	trabalho,
2.	 A	divisão	do	trabalho	aumenta	ou	diminui	segundo	o	tamanho	do	mercado,
3.	 O	mercado	 se	 amplia	 o	máximo	 possível	 pelo	 comércio	 livre.	 Portanto,	 o	
comércio	livre	proporciona	a	maior	produtividade.
Neste	 período,	 a	 humanidade	 transitava	 da	 economia	 agrícola	 para	
a	 industrial;	 assim,	 a	 primeira	 visão	 da	 responsabilidade	 social	 incorpora	
os	 princípios	 liberais.	 Smith	 decretaria	 a	 superioridade	 da	 indústria	 sobre	 a	
agricultura,	do	lucro	e	da	mais-valia	sobre	a	renda,	da	moeda	sobre	a	troca,	do	
egoísmo	sobre	a	caridade.	Não	é	da	benevolência	do	açougueiro,	do	cervejeiro	ou	
do	padeiro	que	esperamos	os	nossos	almoços,	mas	do	interesse	que	têm	no	próprio	
lucro	pessoal.	Por	este	conceito	liberal,	a	responsabilidade	social	de	uma	empresa	
é	a	maximização	do	lucro,	a	geração	de	empregos	e	o	pagamento	de	impostos.	
Friedman	(1985)	escreveu	muito	mais	recentemente	inspirado	em	Smith.
Ultimamente,	um	ponto	de	vista	específico	tem	obtido	cada	vez	mais	
aceitação	 –	 o	 de	 que	 os	 altos	 funcionários	 das	 grandes	 empresas	
e	 os	 líderes	 trabalhistas	 têm	 uma	 responsabilidade	 social	 além	
dos serviços que devem prestar aos interesses de seus acionistas 
ou	 de	 seus	 membros.	 Este	 ponto	 de	 vista	 mostra	 uma	 concepção	
fundamentalmente	errada	do	caráter	e	da	natureza	de	uma	empresa	
livre.	Em	tal	economia	só	há	uma	responsabilidade	social	do	capital	–	
usar	os	seus	recursos	e	dedicar-se	a	atividades	destinadas	a	aumentar	
seus	 lucros	até	onde	permaneçam	as	 regras	do	 jogo,	o	que	 significa	
participar	de	uma	competição	livre	e	aberta,	sem	enganos	ou	fraudes	
(FRIEDMAN,	1985,	p.	23).
O	conceito	de	responsabilidade	social	das	empresas	só	iria	evoluir	com	o	
pensamento	keynesiano,	já	no	Século	XX	e	a	sua	política	de	intervenção	do	Estado	na	
economia	levou	a	uma	redução	das	incertezas	no	mercado,	o	que	gerou	condições	
para	que	 as	 organizações	 investissem	em	 tecnologia	 e	 qualidade,	 acumulando	
capital.	Os	valores	da	sociedade	também	mudam,	de	modo	que	o	novo	ambiente	
LEITURA COMPLEMENTAR
68
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
empresarial	 exigirá	 das	 organizações	 um	 novo	 senso	 de	 responsabilidade.	
A	 responsabilidade	 social	 e	 ambiental	 pode	 ser	 resumida	 no	 conceito	 de	
efetividade,	 como	o	alcance	de	objetivos	do	desenvolvimento	 socioeconômico.	
Portanto,	uma	organização	é	efetiva	quando	mantém	uma	postura	socialmente	
responsável.	Ainda	segundo	o	autor,	responsabilidade	social	relaciona-se	com	o	
conceito de governança corporativa e da gestão empresarial em situações cada 
vez	mais	complexas,	nas	quais	questões	ambientais	e	sociais	são	crescentemente	
mais	importantes	para	o	êxito	e	a	sobrevivência	nos	negócios.	Surge	o	conceito	
de triple-bottom-line,	 difundido	 pelo	 inglês	 John	 Elkington,	 executivo	 da	ONG	
chamada Sustainability.	Elkington	generaliza	o	conceito	de	balanço	financeiro	para	
o	social	e	o	ambiental.	Assim,	o	lucro	verdadeiro	seria	simultâneo	e	visualizado	
na	linha	debaixo	dos	balanços	social,	ambiental	e	econômico.
FONTE: BARBIERI, J. C. ISO 2006: novos rumos para o desenvolvimento sustentável. In: NAS-
SAR, P. (Org.). Comunicação empresarial: estratégia de organizações vencedoras, v. 2. São Paulo: 
ABERJE, 2006, p. 60-74.
69
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 As	 organizações	 estão	 engajadas	 em	 questões	 sociais	 para	 a	 comunidade	 e	
transformam	sua	ação	em	um	elemento	da	gestão	empresarial.
•	 As	organizações	precisam	se	comprometer	com	os	valores	sociais	relevantes.
• Essa relação estreita com a comunidade redimensiona o papel social das empresas 
e	confere	legitimidade	e	prestígio	à	imagem	e	reputação	da	organização.
•	 As	duas	 abordagens	 empresariais	 em	 relação	 à	 responsabilidade	 social	 são	 a	
geração	de	lucro	e	a	preocupação	com	o	desenvolvimento	sustentável.
•	 O	 conceito	 de	 desenvolvimento	 sustentável	 combina	 três	 dimensões	 da	
sustentabilidade:	econômica,	social	e	ambiental.
•	 A	 responsabilidade	 social	 se	 caracteriza	 pela	 atuação	 ética	 e	 transparente	
com	 todos	 os	 públicos	 e	 pelo	 estabelecimento	 de	 metas	 compatíveis	 com	 o	
desenvolvimento	sustentável.
•	 A	governança	corporativa	impõe	como	princípios	a	transparência,	a	equidade	
(respeito	 a	 todos	 os	 interessados	 na	 organização)	 e	 a	 prestação	 de	 contas	
(accountability)	e	a	responsabilidade	corporativa.
•	 A	 comunicação	 assume	 um	 papel	 preponderante	 de	 informar	 sobre	 o	 que	
acontece	dentro	e	fora	da	organização	para	a	prestação	de	contas.
•	 A	 norma	NBR	 16001	 (2010)	 estabelece	 os	 requisitos	mínimos	 de	 um	 sistema	
de	 gestão	 da	 responsabilidade	 social	 e	 permite	 à	 organização	 formular	 e	
implementar	 políticas	 e	 objetivos	 que	 levem	 em	 conta	 os	 requisitos	 legais	 e	
outros	compromissos	éticos	e	de	cidadania.
• O modelo de três resultados líquidos ou triple bottom line considera que a 
sociedade	depende	da	economia	e	esta	do	ecossistema	global.
•	 As	comunicações	socioambientais	devem	obedecer	a	vários	modelos,	entre	eles	o	
mais	comum	é	denominado	GRI,	que	consiste	de	um	relatório	de	sustentabilidade.
•	 O	 modelo	 GRI	 prevê	 dois	 guias	 de	 ação	 para	 a	 elaboração	 do	 relatório	 de	
sustentabilidade:	o	que	comunicar	e	a	qualidade	das	informações	apresentadas.
•	 A	 norma	 ISO	 26000	 traz	 diretrizes	 sobre	 os	 princípios	 intrínsecos	 à	
responsabilidade	 social,	 as	 questões	 que	 a	 constituem	 e	 as	 maneiras	 para	
70
implementar	a	responsabilidade	social	em	uma	organização.
•	 Em	relação	à	comunicação	sobre	a	responsabilidade	social,	a	norma	ISO	26000	
enfatiza	 a	 transparência	 sincera,	 ética	 e	 precisa,	 bem	 como	 responsiva	 às	
solicitações e demandas aceitáveis dos stakeholders.
•	 A	organização	precisa	agir	de	forma	ética	interna	e	externamente.
•	 A	comunicação	de	excelência	está	associada	ao	exercício	da	cidadania,	à	gestão	
da	responsabilidade	social.
•	 As	organizações	devem	estabelecer	os	valores	básicos	e	os	praticar	diariamente,	
a	começar	pela	alta	administração.
•	 Os	profissionais	de	comunicação	precisam	ter	um	compromisso	ainda	mais	forte	
com	a	ética	por	influenciarem	na	opinião	pública.
•	 A	sintonia	entre	comunicação	e	o	jurídico	deve	ser	de	sinergia	a	fim	de	minimizar	
eventuais	riscos	e	preservar	a	imagem,	identidade	e	reputação	da	organização.
•	 A	ética	na	comunicação	com	o	público	interno	deve	ter	como	referência	os	valores	
da	empresa	e	as	relações	trabalhistas.
•	 A	ética	na	comunicação	com	os	investidores	busca	dar	segurança	a	eles	e	atender	
aos	requisitos	legais	da	Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM).
•	 O	lobby	é	uma	atividade	legal	de	comunicação	com	os	governos	a	fim	de	defender	
os	interesses	da	organização	sem	que	haja	a	prática	de	corrupção.
•	 A	ação	ética	com	os	governos	 também	se	manifesta	nas	campanhas	políticas,	
buscando	cumprir	a	lei	e	de	forma	de	transparente.
•	 As	organizações	devem	manter	uma	postura	ética	em	suas	relações	com	a	mídia	
na	forma	de	entrevistas,	anúncios	e	comunicados.
•	 A	postura	ética	deve	estar	presente	nas	comunicações	de	crise	que	podem	gerar	
uma	crise	de	imagem	e	reputação	para	a	organização.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
71
1	 As	 organizações	 da	 atualidadecompreendem	 a	 necessidade	 de	 fazerem	
mais	do	que	 fazem	com	o	objetivo	de	ampliar	 sua	atuação	na	sociedade	
e	entendem	que	precisam	se	comprometer	 com	determinados	valores.	A	
esse	processo	subentende-se	a	responsabilidade	social	das	organizações	e,	
a	partir	 disso,	 avalie	 as	 asserções	 a	 seguir	 a	 respeito	das	 abordagens	da	
responsabilidade	social.
I-	 A	 abordagem	 meramente	 econômica	 refere-se	 à	 geração	 de	 lucros	
dentro	da	 lei,	enquanto	a	abordagem	social	 inclui	a	preocupação	com	o	
desenvolvimento	sustentável	da	sociedade.
PORQUE
II-	 A	 abordagem	 econômica	 prevalece	 na	 atualidade	 e	 tem	 muito	 mais	
adeptos	do	que	em	relação	à	abordagem	social,	que	enfrenta	críticas	pela	
preocupação	sustentável	da	sociedade.
A	respeito	dessas	asserções,	assinale	a	opção	CORRETA:
a)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
correta	da	I.
b)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	mas	a	II	não	é	uma	
justificativa	correta	da	I.
c)	 (	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	verdadeira,	e	a	 II	é	uma	proposição	
falsa.
d)	(	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	falsa,	e	a	II	é	uma	proposição	verdadeira.
e)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	falsas.
2 O desenvolvimento sustentável compreende três dimensões para se 
concretizar	e,	nesse	sentido,	as	organizações	precisam	atender	para	serem	
consideradas	 socialmente	 responsáveis.	 Nessa	 perspectiva,	 avalie	 as	
asserções a seguir a respeito das características de cada uma das dimensões 
do	desenvolvimento	sustentável.
I-	 A	 dimensão	 econômica	 compreende	 a	 obtenção	 de	 resultados	 para	 os	
acionistas	e	também	para	os	empregados.
II-	 A	dimensão	ambiental	abrange	as	reduções,	o	reuso	e	a	recuperação	de	
recursos	utilizados	por	unidade	produzida.
III-	A	dimensão	social	inclui	a	não	discriminação,	o	combate	à	corrupção,	a	
valorização	dos	direitos	humanos	e	políticas	de	benefícios.
AUTOATIVIDADE
72
É	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a)	(	 )	 I,	apenas.
b)	(	 )	 II	e	III,	apenas.
c)	 (	 )	 I	e	III,	apenas.
d)	(	 )	 III,	apenas.
e)	 (	 )	 I,	II	e	III.
3 O conceito de governança corporativa possui um sentido amplo de um 
sistema de direção e monitoramento das organizações e sua relação com 
os	stakeholders	(BUENO,	2009).	Em	relação	aos	princípios	propostos	pela	
governança	 corporativa	 e	 sua	 relação	 com	 a	 comunicação	 corporativa,	 é	
CORRETO	afirmar:
a)	 (	 )	 Equivale	 as	 três	 dimensões	 do	 desenvolvimento	 sustentável	 e	 de	
responsabilidade	social.
b)	(	 )	 Prevê	 a	 transparência,	 respeito	 aos	 interessados	 na	 organização,	 a	
prestação	de	contas	e	a	responsabilidade	corporativa.
c)	 (	 )	 São	as	normas	de	conduta	e	práticas	adotadas	pela	organização	para	
atingir	a	responsabilidade	social.
d)	(	 )	 A	governança	corporativa	independe	das	atividades	de	comunicação	
na	divulgação	dos	resultados	e	dos	interesses	dos	diversos	públicos.
e)	 (	 )	 É	uma	sobreposição	das	dimensões	do	desenvolvimento	sustentável	
que	abrange	a	economia,	a	sociedade	e	o	meio	ambiente.
73
UNIDADE 2 —
RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS 
E ASSESSORIA DE IMPRENSA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 identificar	as	formas	de	relacionamento	das	organizações	com	governo	e	
sociedade;
•	 descrever	os	tipos	de	relações	com	investidores,	colaboradores	e	a	mídia;
•	 definir	notícia	institucional	e	o	papel	da	imprensa	para	as	organizações;
•	 reconhecer	 os	 principais	 tipos	 de	 publicações	 jornalísticas	 em	 uma	
organização.
Esta	 unidade	 está	 dividida	 em	 quatro	 tópicos.	 No	 decorrer	 da	
unidade	 você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	
conteúdo	apresentado.	
TÓPICO	1	–	RELAÇÕES	COM	A	SOCIEDADE	CIVIL	E	GOVERNAMENTAL
TÓPICO	2	–	RELAÇÕES	CORPORATIVAS	E	COM	OS	INVESTIDORES
TÓPICO	3	–	A	NOTÍCIA	INSTITUCIONAL
TÓPICO	4	–	AS	PUBLICAÇÕES	JORNALÍSTICAS	NAS	ORGANIZAÇÕES
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
74
75
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Os	públicos	interno	e	externo	de	uma	organização	são	fundamentais	para	o	
relacionamento	e	formação	da	imagem,	identidade	e	reputação	das	organizações.	
Afinal,	são	eles	que	estabelecem	a	forma	como	as	organizações	são	vistas	perante	
a	sociedade.
Por	essa	razão,	iniciaremos	o	tópico	com	uma	abordagem	sobre	a	função	
e	 importância	 das	 relações	 da	 organização	 com	 a	 comunidade,	 seja	 ela	 local,	
regional	ou	nacional.	Também	trataremos	de	como	esse	relacionamento	envolve	
os	consumidores.
Incluiremos,	nessa	discussão,	o	relacionamento	com	as	organizações	não	
governamentais	 que	 integram	 a	 sociedade	 civil.	 Na	 sequência	 trataremos	 das	
relações	com	o	governo	e	a	prática	do	lobby,	que	não	deve	ser	confundida	com	a	
corrupção.	Vamos	começar?
TÓPICO 1 —
RELAÇÕES COM A SOCIEDADE CIVIL 
E GOVERNAMENTAL
2 ORGANIZAÇÃO COMO FATOR DE INTEGRAÇÃO 
COM A COMUNIDADE
É	muito	 comum	 encontrarmos	 em	 nosso	 cotidiano	 ações	 comunitárias	
realizadas	por	organizações	públicas	ou	privadas.	Como	exemplo	podemos	citar	
a	manutenção	de	praças	e	 jardins	por	empresas	privadas	que	estabelecidas	em	
nossas	cidades.
Também	merecem	 destaque	 aquelas	 ações	 ambientais	 promovidas	 por	
empresas	 para	 recolhimento	 de	 lixo	 e	 entulhos	 em	 rios,	 descarte	 de	 material	
reciclável	de	forma	correta	e	preservação	da	natureza.
Observe	aí	na	sua	cidade	quais	são	as	organizações	que	realizam	algum	
tipo	de	atividade	com	a	comunidade.	São	empresas	com	sede	aí	mesmo	ou	são	
filiais	de	grandes	corporações?	A	ação	traz	algum	benefício	para	você	e	para	os	
seus	vizinhos	e	moradores	da	cidade?
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
76
Essas	são	questões	das	quais	as	organizações	não	podem	e	nem	devem	
fugir.	Afinal,	 conforme	estudamos	na	Unidade	1,	 elas	 também	fazem	parte	da	
comunidade	e	precisam	se	relacionar	bem	com	sua	vizinhança	e	manter	contato	
com	suas	comunidades.
Tudo	 isso	revela	como	as	questões	regionais,	nacionais	e	 internacionais	
podem	preocupar	uma	organização.	Ela	não	pode	esquecer	da	comunidade	local	
em	que	está	inserida.	As	questões	de	cidadania	corporativa	e	responsabilidade	
social	começam	no	quintal	das	organizações.
Hoje	as	corporações	também	devem	competir	para	ter	sucesso.	Uma	
organização	se	torna	parte	de	uma	comunidade,	criando	soluções	que	
tragam	ganhos	para	ambas	e	 resultem	em	mais	ganhos	e	benefícios	
para	os	stakeholders	e	para	a	sociedade	como	um	todo.	A	chave	para	
qualquer	programa	eficaz	de	relações	com	a	comunidade	está	em	ação	
positiva	e	socialmente	responsável	de	parte	da	organização,	que	ajude	
a	sociedade	(LATTIMORE	et al.,	2011,	p.	224).
Um	descaso	com	a	vizinhança	da	empresa,	além	de	 se	 transformar	em	
uma	tragédia,	põe	em	risco	todo	o	trabalho	de	construção	da	imagem	e	reputação	
da	organização.	Além	de	exigir	muito	trabalho	da	assessoria	de	comunicação	e	
imprensa	na	gestão	das	informações	do	episódio.
Um	exemplo	clássico	disso	ocorreu	em	24	de	fevereiro	de	1984,	na	Vila	
Socó,	cidade	de	Cubatão	(SP),	quando	um	vazamento	de	gasolina	em	um	oleoduto	
da	Petrobrás	causou	um	incêndio	de	grandes	proporções	causou	a	morte	de	93	
pessoas	pelos	números	oficiais	ou	mais	de	500	segundo	os	números	extraoficiais	
e	nunca	confirmados	(BATISTA,	2019).
FIGURA 1 – A TRAGÉDIA DE CUBATÃO
FONTE: . Acesso em: 7 abr. 2020.
Apesar	da	 reparação	dos	danos	em	 indenizações	pagas	às	 famílias	das	
vítimas,	o	prejuízo	de	imagem	da	marca	permanece	presente	a	cada	vez	que	o	caso	
é	lembrado.	Como	nos	lembra	Bueno	(2009),	a	marca	é	um	dos	ativos	intangíveis	
de	maior	valor	no	mundo	dos	negócios.
TÓPICO 1 — RELAÇÕES COM A SOCIEDADE CIVIL E GOVERNAMENTAL
77
Essa	força	de	marca	e	imagem	são	construídas	a	partir	de	todas	as	ações	
que	 a	 organização	desenvolve,	 incluindo	nisso	 as	 relações	 com	a	 comunidade	
onde	 atua	 faceà	 interdependência	 das	 instituições	 com	 suas	 comunidades	
(BUENO,	2009;	LATTIMORE	et al.,	2011).
Embora	você	possa	questionar	a	validade	dessa	afirmação,	o	fato	é	que	não	
existe	uma	única	organização	que	não	tenha	qualquer	relação	com	a	comunidade.	
O	simples	fato	de	contratar	pessoas	de	uma	cidade	já	demonstra	o	relacionamento	
da	empresa	com	a	população	local.
Nesse	 sentido,	 Lattimore	 et al. (2011)	 destacam	 que	 muitas	 igrejas,	
escolas,	hospitais,	museus	ou	grupos	de	escoteiros	dependem	das	relações	com	
a	comunidade	da	mesma	com	que	as	empresas	dependem	de	marketing,	como	
uma	forma	de	atrair	clientes.	Assim:
As	 boas	 relações	 com	 a	 comunidade	 contribuem	 para	 garantir	 a	
obtenção	daquilo	que	a	organização	precisa	 receber	da	comunidade	
e	 o	 fornecimento	 do	 que	 a	 comunidade	 espera.	Mais	 além,	 ajudam	
a	 proteger	 investimentos	 da	 organização,	 aumentam	 vendas	 de	
produtos	 e	 ações,	 melhoram	 o	 clima	 geral	 de	 operação	 e	 reduzem	
os	 custos	 de	 lidar	 com	 as	 agências	 governamentais.	 As	 atitudes	
favoráveis	 da	 comunidade	 também	 podem	 influenciar	 as	 atitudes	
dos	trabalhadores	em	relação	à	organização.	Os	melhores	programas	
de	 relações	 com	 a	 comunidade	 são	 os	 que	 fluem	naturalmente	 dos	
recursos	da	organização	(LATTIMORE	et al.,	2011,	p.	224).
Somente	isso	não	basta.	Essas	relações	precisam	ser	construídas,	planejadas	
e	executadas	a	partir	de	uma	visão	cívica	e	dos	objetivos	organizacionais.	Essas	
ações	não	são	mero	altruísmo,	elas	possuem	uma	finalidade	e	razão	de	ser	para	a	
organização	e	a	sociedade.
Essa	 premissa	 faz	 com	 que	 Lattimore	 et al. (2011)	 conceituem	 esse	
relacionamento	 como	 uma	 função	 de	 relações	 públicas,	 cuja	 participação	 é	
planejada,	ativa	e	continuada,	realizada	por	uma	instituição	com	a	comunidade	e	
dentro	dela	para	manter	e	melhorar	o	ambiente	para	ambos.
Quando	 falamos	 em	ações	 comunitárias,	 precisamos	 sempre	 reforçar	 o	
aspecto	de	que	elas	tragam	benefícios	tanto	para	a	organização	que	a	promove,	
quanto	para	a	comunidade	que	se	beneficia	de	sua	realização.
Na	mesma	linha	de	raciocínio,	Pinho	(2003)	considera	como	comunidade	
em	 geral	 todas	 as	 pessoas	 de	 um	 determinado	 município,	 área	 ou	 região	
influenciada	pela	presença	de	unidade	de	operação	de	uma	organização.	E	nos	
oferece	um	alerta:
Para	 uma	 companhia	 ser	 julgada	 um	 bom	 vizinho	 em	 qualquer	
comunidade,	 ela	 tem	 de	 perseguir	 três	 estratégias:	 construir	 relações	
permanentes	 e	 duradouras	 com	 pessoas,	 grupos	 e	 instituições	 da	
comunidade;	 instituir	 procedimentos	 que	 antecipem	 e	 respondam	 às	
expectativas	e	à	necessidade	da	comunidade;	e	desenvolver	programas	de	
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
78
relações	com	a	comunidade	que	focalizem	a	promoção	e	o	fortalecimento	
da	qualidade	de	vida	da	comunidade	e,	além	disso,	ofereçam	apoio	aos	
objetivos	comerciais	da	empresa	(PINHO,	2003,	p.	151).	
Para	que	a	ação	seja	bem-sucedida,	Lattimore	et al.	(2011)	recomendam	que	
sejam	estabelecidos	objetivos.	O	ponto	de	partida	para	isso	está	nas	preocupações	
dos	funcionários	e	da	população	local.	Assim,	podemos	estabelecer	um	objetivo	
global	e	metas	específicas	para	a	ação.
Na	 sequência	 será	 preciso	 desenhar	 as	 políticas	 e	 ações	 com	 base	
na	 avaliação	 das	 necessidades,	 recursos	 necessários	 e	 das	 competências	 da	
organização	e	 também	das	necessidades	e	expectativas	da	sociedade,	explicam	
Lattimore	et al. (2011).
Assim,	o	programa	de	 relacionamento	 com	a	 comunidade	deve	buscar	
responder	 a	 questões	 importantes,	 tais	 como:	 de	 que	 forma	 a	 comunidade	 se	
estrutura?	Quais	são	os	pontos	fortes	e	fracos	dela?	O	que	ela	sabe	e	sente	sobre	
a	organização?
Nessa	perspectiva,	Lattimore	et al. (2011)	estabelecem	as	diretrizes	para	
que	os	programas	de	relações	comunitárias	sejam	eficazes:
• Deve-se	 fazer	 um	 esforço	 cuidadoso	 para	 estabelecer	 os	 objetivos	 que	 a	
administração	deseja	atingir.
• Devem-se	explorar	estratégias	alternativas	e	fazer	escolhas.
• Os	impactos	dos	programas	da	organização	para	relações	com	a	comunidade	
sobre	ambas	devem	ser	previstos.
• Deve-se	 prestar	 atenção	 aos	 custos	 totais	 prováveis	 de	 uma	 ação	 sem	 fins	
lucrativos	e	ao	volume	de	recursos	da	organização	que	podem	ser	legitimamente	
alocados	às	relações	comunitárias.
• Muitos	gestores	já	descobriam	que	certos	tipos	de	envolvimento	em	questões	
urbanas	 exigem	 conhecimento	 e	 entendimento	 que	 vão	 além	 dos	 talentos	
gerenciais	e	técnicas	normais.
Entre as possíveis ações a serem desenvolvidas por uma organização estão a 
filantropia corporativa e de responsabilidade social, com a ajuda a instituições comunitárias 
como hospitais, creches e outros; serviços de saúde e humanos, como pesquisas sobre 
doenças, equipamentos para portadores de deficiências; revitalização urbana de áreas ou 
espaços públicos; atividades culturais ou desportivas.
NOTA
TÓPICO 1 — RELAÇÕES COM A SOCIEDADE CIVIL E GOVERNAMENTAL
79
Depois	 disso	 entram	 em	 cena	 os	 profissionais	 de	 comunicação	 para	
identificar	 os	 públicos	 importantes	 a	 serem	 atingidos.	 Um	 bom	 começo	 são	 os	
próprios	funcionários,	capazes	de	levar	as	informações	para	vizinhos	e	amigos	com	
credibilidade	e	rapidez	(LATTIMORE	et al.,	2011).
Outros	 públicos	 importantes	 são	 os	 líderes	 de	 opinião	 locais,	 tais	 como	
professores,	 religiosos,	 autoridades,	 líderes	 sindicais	 e	 de	 bairro	 e	 outros	
profissionais.	Lattimore	et al.	(2011)	acrescentam	ainda	os	clubes	cívicos	e	sociais	
como	públicos	potenciais	da	ação.
Os	meios	mais	comuns	utilizados	para	a	comunicação	das	ações	comunitárias	
de	uma	organização	são	os	jornais	e	rádios	locais,	publicações	internas,	folhetos	e	
relatórios	anuais	ou	até	mesmo	boletins	específicos	criados	para	o	programa.
Encontramos	em	Pinho	(2003)	a	possibilidade	de	uso	da	internet,	através	
de	 sites,	 blogs,	 redes	 sociais	 e	 comunicadores	 instantâneos,	 como	 meios	 de	
comunicação	a	serem	utilizados	como	canal	de	relacionamento	com	esse	público.
O	ativismo	comunitário	compreende	um	dos	desafios	das	organizações	da	
atualidade,	e	cuja	ação	pode	melhorar	a	imagem	da	instituição	através	do	marketing	
de	causas	sociais,	além	de	beneficiar	as	pessoas	e	entidades	locais	e	comunitárias	
(LATTIMORE	et al,	2011).
Quando	o	assunto	é	marketing,	as	relações	das	organizações	não	podem	se	
destinar	somente	à	comunidade.	É	primordial	que	elas	sejam	direcionadas	também	
aos	consumidores	a	fim	de	ajudar	a	construir	a	imagem,	identidade	e	reputação	da	
marca.
Para	isso,	Lattimore	et al.	(2011)	sugerem	a	integração	de	relações	públicas	
e	 o	marketing	para	 construção	da	 confiança	 e	 lealdade	dos	 clientes	 através	das	
seguintes	ações:
• Relações públicas:	com	o	objetivo	construir	e	manter	um	ambiente	receptivo	da	
organização	de	longo	prazo	e	construção	de	relações	positivas	com	consumidores,	
fornecedores,	concorrentes	e	outros	públicos.
• Marketing de relacionamento: tem	 o	 objetivo	 de	 construir	 confiança	 que	
melhore	a	venda	do	produto	em	um	processo	de	longo	prazo	também.
• Comunicação de marketing:	diz	respeito	a	todas	as	atividades	de	comunicação	
que	dão	sustentação	às	vendas	de	produtos	e	serviços.
• Responsabilidade social corporativa: é	 uma demonstração	 do	 compromisso	
social	de	uma	empresa	para	com	seus	vizinhos,	consumidores	e	outros,	de	ser	
uma	boa	cidadã.
Em	 especial,	 as	 relações	 públicas	 contribuem	 com	 o	 marketing	 e	 a	
comunicação	 nas	 organizações	 através	 do	 diálogo	 com	 o	 público	 interno,	 a	
construção	da	 imagem	 e	 reputação,	 o	 relacionamento	 com	o	público	 externo,	 a	
gestão	de	crises,	a	mudança	de	opinião	pública	e	a	gestão	de	temas	controversos,	
explicam	Lattimore	et al.	(2011).	Assim:
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
80
As	relações	com	os	consumidores	são	a	ponte	entre	o	consumidor	e	o	
fabricante.	Quando	uma	compra	por	correio	chega	com	cobrançaspor	
envio	inesperadas,	quando	a	qualidade	é	baixa,	quando	não	se	honra	
uma	garantia,	 quando	 as	filiais	 locais	 não	 respondem	a	pedidos	de	
ajuda,	quando	os	produtos	não	são	seguros,	quando	a	propaganda	é	
enganosa,	quando	o	pessoal	de	manutenção	não	resolve	o	problema,	
quando	faltam	informações,	quando	muitas	coisas	podem	dar	e	dão	
errado,	 as	 relações	 com	os	 consumidores	 estão	 lá	para	 responder,	 e	
por	uma	boa	razão.	Aquilo	que	as	empresas	fazem	e	como	o	fazem	está	
sendo	avaliado	como	nunca	antes.	As	relações	com	os	consumidores	
ajudam	 uma	 corporação	 a	 enfrentar	 essa	 análise	 e	 crescer	 nela	
(LATTIMORE	et al.,	2011,	p.	262).
Nesse	contexto,	o	papel	do	ouvidor	ou	ombudsman	se	torna	essencial,	como	
nos	lembram	Tomasi	e	Medeiros	(2014).	Além	de	considerarem	a	ouvidoria	como	
um	excelente	canal	para	atendimento	do	consumidor,	Tomasi	e	Medeiros	(2014)	
veem	na	figura	do	ouvidor	um	meio	para	o	aprimoramento	dos	produtos	e	serviços	
que	a	organização	oferece	ao	mercado.
No	contexto	da	comunicação	organizacional,	o	ouvidor	ou	ombudsman	age	
como	um	representante	do	consumidor	dentro	da	empresa	e	como	um	embaixador	
da	empresa	junto	ao	consumidor.	Isso	estabelece	vínculo	entre	a	organização	e	o	
consumidor	e	cria	lealdade	(TOMASI;	MEDEIROS,	2014).
Para	 estabelecer	 boas	 e	 construtivas	 relações	 com	 os	 consumidores,	 os	
autores	recomendam	ficar	atentos	a	possíveis	mudanças	nos	padrões	de	consumo	
tradicional;	a	mudanças	econômicas	e	sociais	que	podem	abrir	novos	públicos	e	
à	possibilidade	de	a	marca	não	encontrar	mais	eco	entre	os	consumidores	atuais	
(LATTIMORE	et al.,	2011).
A	 comunicação	 organizacional	 é	 bem	 mais	 abrangente	 do	 que	 o	
relacionamento	com	o	consumidor	e	a	comunidade.	Ela	engloba	também	os	assuntos	
de	interesse	público	que	precisam	ser	discutidos	com	os	governos	e	organizações	
não	governamentais,	cujos	temas	serão	abordados	na	sequência	do	tópico.
3 RELAÇÕES COM GOVERNANTES E ONGS EM 
ASSUNTOS PÚBLICOS
Como	elementos	integrantes	da	sociedade,	as	organizações	precisam	exercer	
seu	papel	de	cidadã.	Isso	inclui	a	necessidade	de	participação	na	vida	política	e	que,	
muitas	vezes,	consiste	na	gestão	de	temas	controversos.
Essa	 relação	 entre	 as	 organizações	 e	 os	 governos	 são	 denominadas	
tradicionalmente	de	relações	governamentais.	Elas	tratam	dos	aspectos	relacionados	
ao	ambiente	político	das	organizações,	ou	seja,	dos	denominados	assuntos	públicos,	
definem	Lattimore	et al.	(2011).
Através	dessas	relações,	as	organizações	buscam	se	antecipar	ou	responder	
a	temas	que	afetam	as	suas	atividades.	Elas	tentam	influenciar	a	opinião	pública	e	a	
TÓPICO 1 — RELAÇÕES COM A SOCIEDADE CIVIL E GOVERNAMENTAL
81
legislação,	desenvolvendo	respostas	eficazes	a	questões	de	interesse	público	e	que	
também	a	ajudam	a	se	adaptar	às	expectativas	dos	públicos.	Como	nos	explicam	
Lattimore	et al.	(2011,	p.	297):
Os	assuntos	públicos	constituem	uma	especialização	das	relações	públicas	
relacionada	 à	 construção	 de	 relações	 em	 políticas	 públicas	 entre	 organizações.	
Para	ter	êxito,	todas	as	organizações	–	empresas,	organizações	sem	fins	lucrativos	
e	governos	–	devem	construir	relações	e	colaborar	ativamente	com	os	contatos	no	
governo,	para	influenciar	as	políticas	públicas.	Segundo	a	mais	destacada	associação	
de	profissionais	de	assuntos	públicos,	Public Affairs Council,	os	assuntos	públicos	
são	usados	de	formas	variadas	como	sinônimo	de	assuntos	externos,	relações	com	
governos	e	comunicações	corporativas.	A	maioria	dos	profissionais	usa	a	expressão	
assuntos públicos	 como	nome	do	departamento	 integrado	que	combina	 todas,	ou	
praticamente	todas,	as	atividades	não	comerciais	do	mundo	dos	negócios.
Isso	significa	que	os	assuntos	públicos	dizem	respeito	aos	relacionamentos	
na	 área	 das	 políticas	 públicas.	As	 organizações	 precisam	 estar	 preparadas	 para	
estabelecer	as	relações	com	governantes	de	forma	transparente	e	ética.
Também	 se	 justifica	 à	medida	 em	 que	 os	 governos	 passaram	 a	 assumir	
uma	participação	mais	ativa	na	administração	dos	negócios,	o	que	exigiu	maior	
envolvimento	 das	 empresas	 para	 influenciar	 nas	 decisões	 e	 a	 opinião	 pública,	
explicam	Lattimore	et al. (2011).
Se você quer assistir a um bom filme que ajuda a entender essa relação entre as 
organizações e os governantes, você precisa assistir ao filme Obrigado por Fumar (Thank you 
for smoking (EUA, 2006). Nele, o ator principal Aaron Eckhart interpreta Nick Naylor, um porta-
voz das grandes corporações da indústria tabagista com o objetivo de influenciar a opinião 
pública e os legisladores para evitar sanções ao consumo do produto. Vale a muito a pena!
DICAS
Na	 gestão	 da	 comunicação	 organizacional,	 as	 instituições	 precisam	
detectar	as	mudanças	na	opinião	pública	e	na	política	e	agir	depressa	na	defesa	
dos	seus	próprios	interesses	e	também	na	defesa	dos	interesses	dos	vários	públicos	
com	os	quais	se	relaciona	(LATTIMORE	et al.,	2011).
A	tarefa	dos	assuntos	públicos	consiste	em	coletar	informações,	pesar	e	
avaliar	o	potencial	impacto	sobre	a	organização	ou	setor	de	atuação	da	instituição.	
Essas	informações	depois	são	disseminadas	aos	públicos	interno	e	externo	e	agir,	
explicam	Lattimore	et al. (2011).	A	figura	seguinte	demonstra	o	fluxo	desse	trabalho	
de	coleta,	avaliação,	disseminação	das	informações	e	ação	das	organizações	nas	
comunicações	e	relações	governamentais.
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
82
FIGURA 2 – FLUXO DE MENSAGENS DE CAMPANHA
FONTE: Lattimore et al. (2011, p. 298)
Na	mesma	linha	de	raciocínio,	Duarte	(2010,	p.	107)	nos	mostra	que:
As	empresas	podem	pôr	em	prática	ações	políticas	em	defesa	de	seus	
interesses	legítimos	em	contato	direto	com	o	governo	ou	por	meio	de	
associações	de	classe,	como	as	representantes	do	setor	financeiro,	da	
indústria	 farmacêutica,	 de	montadoras	 de	 veículos	 e	 agroindústria.	
A	 atuação	 direta	 é	 exercida	 por	 executivos	 e	 funcionários	 da	
própria	empresa,	às	vezes	por	um	diretor	com	título	específico,	sem	
interferência	ou	apoio	de	qualquer	entidade	de	classe	e/ou	empesa	de	
assessoria	 em	 relações	 com	o	 governo.	A	 atuação	política	 posta	 em	
prática	pelas	empresas	e	por	suas	respectivas	associações	de	classe	tem	
por	objetivo	garantir	que	sejam	ouvidas	pelo	governo,	entendidas	pelo	
governo	e	capazes	de	influenciar	o	governo.
Assim,	Duarte	(2010)	defende	que	as	organizações	precisam	estabelecer	
uma	política	empresarial,	ou	seja,	reunir	empresas	e	empresários	em	associações	
formalmente	 organizadas	 com	o	objetivo	de	defender	 seus	 interesses	 junto	 ao	
governo	e	à	sociedade.
Essa	atuação	das	organizações	e	das	entidades	de	classe	na	defesa	de	seus	
interesses	 é	denominada	de	 lobby.	O	 termo	designa	a	 representação	direta	na	
defesa	 de	 interesses	 específicos	 afetados	 por	 decisões	 governamentais,	 ensina	
Duarte	(2010).
TÓPICO 1 — RELAÇÕES COM A SOCIEDADE CIVIL E GOVERNAMENTAL
83
No	entanto,	devido	aos	constantes	escândalos	de	corrupção	envolvendo	
políticos,	governos	e	empresas,	o	termo	lobby	tem	sido	substituído	por	relações	
governamentais	na	atualidade.	A	atividade	de	lobby	é	regulamentada	em	muitos	
países,	mas	no	Brasil	ainda	carece	de	normatização.
Como	 o	 lobby	 consiste	 de	 uma	 tentativa	 de	 influenciar	 as	 decisões	
governamentais,	Duarte	 (2010)	 defende	 a	 necessidade	 de	 que	 a	 atividade	 seja	
desvinculada	da	 imagem	de	 ilegalidade,	uma	vez	que	a	defesa	de	 interesses	é	
importante	e	um	direito	de	todos	os	atores	sociais.
Nessa	 perspectiva,	 as	 ações	 de	 lobby	 devem	 ser	 apoiadas	 por	 outras	
ações	de	comunicação	corporativa,	tais	como	anúncios,	publicações,	patrocínios,	
visitas,	entrevistas	à	imprensa	e	apoio	de	terceiros	com	credibilidade,	para	que	
elas	reforcem	a	reputação	e	os	interesses	da	organização	(DUARTE,	2010).
Nas	palavras	de	Tomasi	e	Medeiros	(2014),	a	comunicação	organizacional	
deve	mostrar	 à	 sociedade	 e	 à	 opinião	pública,	 a	pressão	politicamente	 corretaexercida	pela	organização	sobre	aqueles	que,	momentaneamente,	podem	ferir	os	
interesses	da	empresa.	E	isso	exige	transparência.
A	ação	dos	lobistas	consiste	em	coletar	informações	de	estudos,	pesquisas,	
especialistas,	 registros	 e,	 com	 base	 nisso,	 elaborar	 relatórios	 para	 executivos	
das	organizações	e	para	representantes	dos	governos	para	 influenciar	em	suas	
decisões,	dizem	Lattimore	et al. (2011).
Ainda	em	relação	às	atividades	políticas	da	organização,	Duarte	 (2010)	
também	nos	mostra	que	as	organizações	têm	o	direito	de	participar	do	processo	
político	em	campanhas	políticas,	mas	devem	deixar	isso	claro	em	suas	ações	e	de	
forma	transparente.
Nessa	 mesma	 linha	 de	 raciocínio,	 Lattimore	 et al. (2011)	 entendem	
que	 as	 campanhas	 são	 a	 expressão	máxima	da	 política	 e	 as	 ações	 de	 relações	
governamentais	das	organizações	são	sinônimo	da	própria	campanha	e	da	qual	
elas	não	devem	estar	de	fora.
Além	 disso,	 os	 mesmos	 autores	 propõem	 também	 que	 as	 relações	
governamentais	sejam	utilizadas	como	forma	de	conscientização	sobre	questões	
políticas	e	incentivo	à	participação	política	dos	públicos	interno	e	externo.
Para	 tanto,	 Lattimore	 et al. (2011)	 e	 Pinho	 (2003)	 recomendam	 o	 uso	
da	 internet	 e	 das	 tecnologias	 da	 informação	 e	 comunicação	 nas	 relações	
governamentais	e	cujos	objetivos	estão	relacionados	na	sequência:
• Comunicar-se	com	o	público.
• Comunicar-se	com	pesquisadores,	ativistas,	especialistas	e	jornalistas.
• Distribuir	grandes	volumes	de	informações.
• Divulgar	qualquer	coisa,	de	novas	políticas	a	um	evento	próximo.
• Solicitar	participação	e	comentários	dos	públicos.
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
84
Ainda	nesse	sentido,	as	organizações	não	governamentais	também	devem	
se	 utilizar	 das	 atividades	 de	 comunicação	 organizacional	 a	 fim	 de	 obterem	
reconhecimento	e	recursos	para	desempenharem	suas	atividades.
Como	 nos	 lembram	 Lattimore	 et al.	 (2011),	 as	 organizações	 não	
governamentais	(ONG)	caracterizam-se	por	sua	finalidade	básica	não	ser	o	lucro,	
mas	o	cumprimento	de	uma	missão	educativa	ou	beneficente,	tais	como	saúde,	
educação,	cultura,	esporte,	lazer	e	outros	benefícios	públicos	e	sociais.
Os	 fatores	 determinantes	 nessa	 função	 estão	 em	 manter	 o	 foco	 em	
sua	 missão,	 manter	 relações	 fortes	 com	 o	 público	 interno	 e	 externo,	 ter	 uma	
participação	 ativa	 dos	membros	 da	 diretoria	 e	 transmitir	mensagens	 simples,	
ensinam	Lattimore	et al.	(2011).
Tudo	isso	nos	mostra	como	a	comunicação	organizacional	pode	ajudar	no	
estabelecimento	de	relacionamento	com	os	consumidores,	comunidade,	governos	
e	entidades	não	governamentais	para	a	construção	de	uma	imagem,	identidade	e	
reputação	positivas.
Não	 é	 só	 com	 esses	 públicos	 que	 a	 comunicação	 organizacional	 ajuda	
a	 estabelecer	 diálogo.	 No	 tópico	 seguinte,	 veremos	 outros	 públicos,	 como	 os	
funcionários	e	investidores	podem	ser	atingidos	pelas	atividades	de	comunicação.
Lobby cidadão
Vincent-Immanuel	 Herr	 e	 Martin	 Speer	 são	 dois	 jovens	 ativistas	
europeus	que	têm	trabalhado	nos	últimos	três	anos	em	projetos	de	integração	
europeia.	 Eles	 contam	 que	 suas	 viagens	 de	 trem	 por	 toda	 a	 Europa	 os	
transformaram	 de	 “europeus	 em	 teoria”	 para	 “europeus	 por	 experiência”.	
Durante	essa	jornada,	também	perceberam	que	ter	essa	experiência	continental	
e	se	sentir	europeu	de	fato	era	inviável	para	muitos	jovens	por	não	terem	acesso	
e	recursos	para	viajar.	O	sonho	da	Europa	unida	não	era	realidade	para	uma	
geração	que	não	podia	pagar	por	isso.
A	 ideia	 do	 #FreeInterRail	 surgiu	 numa	mesa	 de	 jantar	 em	Viena.	A	
proposta	de	política	pública	e	sua	campanha	começaram	com	indivíduos	da	
sociedade	 civil	 demandando	da	Europa	um	programa	de	 acesso	 livre	 para	
mobilidade	pelo	continente	para	jovens	europeus.	Além	de	garantir	aos	futuros	
cidadãos	europeus	acesso	à	diversidade	europeia,	a	 ideia	ainda	 tinha	como	
objetivos:	 aumentar	 a	mobilidade	 de	 trabalho	 dos	 jovens,	 promover	 acesso	
igualitário	 para	 uma	 experiência	 europeia,	 combater	 o	 desemprego	 entre	
jovens	 promovendo	 acesso	 a	 diferentes	mercados,	 promover	 o	 intercâmbio	
e	as	 relações	 interculturais,	aumentar	o	 interesse	dos	 jovens	europeus	pelas	
instituições	e	pelos	processos	políticos	e	promover	a	união	dos	europeus	para	
além	de	fronteiras	e	gerações.
TÓPICO 1 — RELAÇÕES COM A SOCIEDADE CIVIL E GOVERNAMENTAL
85
Os	jovens	botaram	a	ideia	no	papel	e	iniciaram	sua	campanha	de	lobby	
perante	os	governos	e	autoridades	da	Europa.	Em	março	de	2018	a	Comissão	
Europeia	anunciou	a	implementação	do	primeiro	projeto	piloto	para	melhorar	
a	mobilidade	dos	jovens	europeus.	Com	base	na	proposta	deles,	todo	cidadão	
europeu	ao	completar	18	anos	recebe	uma	carta	pessoal	da	Comissão	Europeia	
com	uma	nota	de	felicitação	e	algumas	informações	básicas	sobre	a	mobilidade	
no	continente,	com	um	voucher	de	concessão	de	viagem	de	um	mês	de	trem	
grátis,	válido	por	seis	anos.	A	política	denominada	DiscoveryEU	permite	que	
15	mil	cidadãos	europeus	com	18	anos	viajem	para	explorar	e	conhecer	seu	
continente	no	verão.
Vincent	e	Martin	são	o	que	se	chama	de	citizen lobbyists,	termo	cunhado	
pelo	professor	Alberto	Alemanno,	um	italiano	professor	de	HEC	Paris/NYU	
empenhado	 em	 democratizar	 a	 democracia	 e	 que	 dirige	 The Good Lobby 
em Bruxelas,	 uma	 startup	 cívica,	 que	 conecta	 acadêmicos	 e	 profissionais	 a	
organizações	sem	fins	lucrativos	para	fazer	com	que	sua	voz	seja	ouvida.
Seu	 livro	Lobbying for Change	 ficou	 famoso	 no	mundo	 por	 defender	
o	 conceito	 citizen lobby,	 em	 contraponto	 ao	 lobby	 institucional,	 corporativo.	
Alemanno	defende	que	a	participação	social	na	definição	de	políticas	públicas	
não	está	restrita	às	instituições	e	é	um	direito	de	cada	cidadão.	Em	seu	livro	ele	
conta	diversos	casos	de	pessoas	que	utilizaram	seu	ativismo	para	transformar	
sua	realidade	e	causar	 impacto	social.	O	The	Good Lobby	 inclusive	criou	um	
prêmio	chamado	The Good Lobby Awards,	uma	celebração	anual	de	projetos,	
iniciativas	e	campanhas	lideradas	por	cidadãos	comprometidos	em	fazer	lobby	
por	mudanças	sociais.	Lembram	dos	jovens	Vincent	e	Martin?	Eles	foram	os	
vencedores	desse	prêmio	em	2018	na	categoria	Citizen Lobbyists.
Alemanno	diz	em	seu	livro	que	existem	muito	mais	lobistas	em	nossa	
sociedade	do	que	 imaginamos.	Na	maioria	das	vezes	o	nome	do	cargo	não	
reflete	a	sua	atuação.	O	CEO	é	também	um	lobista	para	sua	companhia,	pois	
ele	 representa	e	defende	seus	 interesses	na	área	pública.	O	mesmo	se	pode	
dizer	de	um	professor	atuando	por	sua	escola	ou	um	ativista	voluntário	de	
uma	ONG	para	 sua	 causa.	Todos	eles	 falam	e	agem	por	 suas	 instituições	e	
defendem	seus	interesses.
Muitas	vezes	o	trabalho	de	uma	pessoa	envolve	tarefas	de	lobby	e	ela	
nem	se	dá	conta	disso.	Todos	nós	fazemos	lobby	de	alguma	forma.	É	isso	que	
se	espera	de	nós	em	uma	sociedade	onde	há	mais	e	mais	interesses	para	serem	
levados	em	conta,	diz	Alemanno.
FONTE: GALVÃO, E. Lobby cidadão. Congresso em Foco, 17 jan. 2019. Disponível em: https://
congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunas/lobby-cidadao/. Acesso em 9 dez. 2019.
86
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 As	organizações	não	podem	esquecer	de	 se	 relacionar	 com	as	 comunidades	
onde	estão	inseridas.
•	 	A	força	de	marca	e	sua	imagem	são	construídas	a	partir	de	todas	as	ações	que	
a	organização	desenvolve,	incluindo	a	comunidade	local.
•	 	As	 relações	 comunitárias	 são	uma	 função	de	 relações	públicas,	 planejadas,	
ativas	a	continuadas,	realizada	por	uma	instituição	com	a	comunidade.
•	 	Comunidade	em	geral	são	todas	as	pessoas	de	um	determinado	município,	
área	 ou	 região	 influenciada	 pela	 presença	 de	 unidade	 de	 operação	 de	 uma	
organização.
•	 	Os	próprios	funcionários	e	 líderes	de	opinião	 locais	são	 importantes	para	a	
realização	das	atividades	com	a	comunidade.
•	 	O	 ativismo	 comunitário	 compreendeum	dos	desafios	das	 organizações	da	
atualidade,	 e	 cuja	 ação	 pode	melhorar	 a	 imagem	 da	 instituição	 através	 do	
marketing	de	causas	sociais.
•	 	 No	 contexto	 da	 comunicação	 organizacional,	 o	 ouvidor	 ou	 ombudsman 
age	 como	um	 representante	do	 consumidor	dentro	da	 empresa	 e	 como	um	
embaixador	da	empresa	junto	ao	consumidor.
•	 	As	 relações	 governamentais	 tratam	dos	 aspectos	 relacionados	 ao	 ambiente	
político	das	organizações.
•	 	As	organizações	precisam	estabelecer	uma	política	empresarial,	ou	seja,	reunir	
empresas	 e	 empresários	 em	 associações	 formalmente	 organizadas	 com	 o	
objetivo	de	defender	seus	interesses	junto	ao	governo	e	à	sociedade.
•	 	 A	 atuação	 das	 organizações	 e	 das	 entidades	 de	 classe	 na	 defesa	 de	 seus	
interesses	é	denominada	de	lobby.
•	 	A	comunicação	organizacional	deve	mostrar	à	sociedade	e	à	opinião	pública,	
a	pressão	politicamente	correta	exercida	pela	organização	sobre	aqueles	que,	
momentaneamente,	podem	ferir	os	interesses	da	empresa.
•	 As	organizações	não	governamentais	(ONG)	caracterizam-se	por	sua	finalidade	
básica	 não	 ser	 o	 lucro,	 mas	 o	 cumprimento	 de	 uma	 missão	 educativa	 ou	
beneficente.
87
1	 As	boas	relações	com	a	comunidade	contribuem	para	garantir	a	obtenção	
daquilo	que	a	organização	precisa	receber	da	comunidade	e	o	fornecimento	
do	que	a	comunidade	espera.	Nesse	sentido,	avalie	as	asserções	a	seguir	a	
respeito	das	relações	comunitárias	e	a	relação	proposta	entre	elas.
I-	 Toda	 relação	 com	a	 comunidade	 realizada	por	uma	organização	possui	
uma	finalidade	e	razão	de	ser	para	a	ela	e	para	a	comunidade.
PORQUE
II-	O	ativismo	comunitário	compreende	um	dos	desafios	organizacionais	da	
atualidade	e	cuja	ação	pode	melhorar	a	imagem	da	instituição	através	das	
causas	trabalhadas.
A	respeito	dessas	asserções,	assinale	a	opção	CORRETA:
a)	(	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
da	I.
b)	(	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	mas	a	II	não	é	uma	
justificativa	da	I.
c)	 (	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	verdadeira,	e	a	II	é	uma	proposição	
falsa.
d)	(	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	falsa,	e	a	II	é	uma	proposição	verdadeira.
e)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	falsas.
2	 Quando	as	organizações	desenvolvem	ações	comunitárias	a	fim	de	alcançar	
benefícios	para	ela	e	para	sociedade,	torna-se	essencial	que	a	comunicação	
dessas	atividades	seja	realizada	de	forma	integrada.	Dessa	forma,	ela	terá	
mais	condições	de	construir	sua	imagem,	identidade	e	reputação	da	marca.	
Nesse	sentido,	avalie	as	asserções	a	seguir	a	respeito	das	 ferramentas	de	
comunicação	possíveis	de	serem	utilizadas	em	uma	ação	comunitária.
I-	 O	 marketing	 de	 relacionamento	 diz	 respeito	 a	 todas	 as	 atividades	 de	
comunicação	que	dão	sustentação	às	vendas	de	produtos	e	serviços.
II-	 A	responsabilidade	social	corporativa	é	uma	demonstração	do	compromisso	
social	de	uma	empresa	para	com	seus	vizinhos,	 consumidores	e	outros	
públicos.
III-	A	 comunicação	 integrada	 de	marketing	 tem	 como	 objetivo	 construir	 a	
confiança	e	uma	atitude	favorável	à	marca	no	longo	prazo.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(	 )	 A	assertiva	I	está	correta.
b)	(	 )	 A	assertiva	II	está	correta.
c)	 (	 )	 As	assertivas	I	e	III	estão	corretas.
d)	(	 )	 As	assertivas	II	e	III	estão	corretas.
e)	 (	 )	 As	assertivas	I,	II	e	III	estão	corretas.
AUTOATIVIDADE
88
3	 As	relações	com	os	consumidores	compreendem	uma	forma	de	aproximação	
entre	o	fabricante	e	o	consumidor	final	a	fim	de	aumentar	sua	lealdade	à	
marca	e	ajudam	ainda	a	enfrentar	a	necessidade	de	crescimento	constante	
no	 mercado.	 Nesse	 sentido,	 uma	 das	 formas	 de	 comunicação	 permite	
identificar	problemas	 relacionados	aos	produtos	 e	 serviços	ou	mesmo	ao	
atendimento	 e	 da	 imagem	 da	 organização,	 quando	 questionados	 pelos	
consumidores.	Essa	atividade	compreende	a	seguinte	forma	de	relação	com	
os	consumidores:
a)	 (	 )	 Relações	públicas.
b)	(	 )	 Lobby.
c)	 (	 )	 Relações	governamentais.
d)	(	 )	 Relações	comunitárias.
e)	 (	 )	 Ombudsman.
4	 O	 lobby	 compreende	 a	 tentativa	 de	 uma	 organização	 exercer	 a	 sua	
cidadania	 e	 influenciar	 as	 decisões	 governamentais	 na	 defesa	 dos	 seus	
interesses	e	da	comunidade	em	que	está	inserida.	Por	não	ser	uma	atividade	
legalizada	e	institucionalizada	no	Brasil,	muitas	vezes	se	confunde	a	ação	
ética,	 transparente	 e	 legítima	do	 lobby	 com	a	 corrupção.	A	fim	de	 evitar	
isso	e	deixar	claro	seus	interesses	e	sua	ação	junto	aos	governos,	as	relações	
governamentais	devem:
a)	(	 )	 Pressionar	 a	 opinião	 pública	 em	 favor	 dos	 interesses	 exclusivos	 da	
organização	responsável	pela	ação.
b)	(	 )	 Evitar	 se	 envolver	 com	 as	 campanhas	 políticas,	 por	 estas	 serem	 a	
representação	máxima	da	política	e	das	relações	governamentais.
c)	 (	 )	 Estar	 apoiadas	 por	 outras	 ações	 de	 comunicação	 para	 reforçar	 sua	
reputação	e	credibilidade.
d)	(	 )	 Incentivar	que	os	funcionários	se	mantenham	neutros	em	relação	aos	
temas	controversos	e	que	envolvem	os	interesses	das	organizações.
e)	 (	 )	 Manter	a	comunicação	com	os	governantes	sob	sigilo	até	que	a	decisão	
final	seja	tomada	em	favor	da	organização.
89
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Assim	como	as	organizações	não	podem	se	esquecer	das	comunidades	em	
que	estão	inseridas	e	manter	um	relacionamento	com	elas,	da	mesma	forma	elas	não	
podem	deixar	de	prestar	atenção	ao	público	interno,	seus	funcionários	e	colaboradores.
Por	isso,	começaremos	o	tópico	tratando	da	comunicação	com	funcionários.	
Veremos	as	dificuldades	 em	estabelecer	uma	comunicação	aberta	 e	 eficaz	 com	os	
funcionários	e	as	melhores	maneiras	de	se	efetivar	esse	processo.
Na	sequência,	abordaremos	também	a	comunicação	com	os	investidores	e	o	
papel	dela	nos	processos	de	abertura	de	capital	de	uma	organização.	Na	etapa	final	
do	tópico,	discutiremos	a	amplitude	e	abrangência	da	comunicação	corporativa	e	sua	
função	para	a	instituição.	Vamos	continuar?
TÓPICO 2 —
RELAÇÕES CORPORATIVAS E COM 
OS INVESTIDORES
2 AS RELAÇÕES COM OS FUNCIONÁRIOS E 
OS INVESTIDORES
Um	dos	grandes	desafios	da	comunicação	corporativa	e	organizacional	
está	 em	 estabelecer	 um	 diálogo	 constante,	 aberto	 e	 transparente	 com	 seus	
funcionários.	Por	essa	razão,	o	tema	merece	destaque	entre	os	relacionamentos	
da	organização	com	seus	públicos.
Afinal,	 funcionários	 bem	 informados	 se	 tornam	 engajados	 e	 satisfeitos	
com	suas	organizações.	Isso	reflete	em	produtividade,	interação	com	stakeholders 
e	potencial	para	difundir	a	boa	imagem	da	instituição	entre	os	demais	públicos	
sob	sua	influência.
Cappellano	 (2010)	 vê	 a	 comunicação	 com	 os	 funcionários	 como	 parte	
integrante	da	comunicação	corporativa,	cujo	tema	estudaremos	na	segunda	parte	
do	 tópico.	 Também	 enxerga	 nessa	modalidade	 uma	das	mais	 importantes	 em	
uma	escala	de	valores	e	prioridades.
90
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Ela	nos	 justifica	 sua	posição	com	base	no	 fato	de	que	os	 funcionários	 são	
clientes	e	formadores	de	opinião	da	mais	alta	credibilidade.	Uma	declaração	de	um	
funcionário	tem	muito	mais	credibilidade	e	valor	do	que	os	anúncios	publicitários	
podem	transmitir.	Assim,	Lattimore	et al. (2011,	p.	203,	grifo	nosso)	nos	explicam	que:
A comunicação com funcionários é	uma	especialização	das	relações	
públicas	 que	 trada	 de	 “como	 os	 profissionais	 de	 RP	 em	 empresas,	
consultorias	 e	 organizações	 sem	fins	 lucrativos	 ajudam	 a	 promover	
a	comunicação	efetiva	entre	 funcionários,	e	entre	os	 funcionários	de	
produção	e	gestores	de	alto	nível”.	Os	esforços	de	comunicação	com	o	
funcionário	começam	antes	de	ele	ser	contratado	e	continuam	após	ele	
sair	da	organização.	Sendo	assim,	desde	o	recrutamento	até	depois	do	
desligamento,	as	relações	públicas	têm	um	importante	papel	a	cumpri	
na	experiência	de	trabalho	de	um	funcionário.
A	 comunicação	 interna	 também	 pode	 ser	 encontrada	 naliteratura	
específica	ou	na	prática	cotidiana	das	empresas	sob	a	nomenclatura	de	relações	
com	 funcionários.	 No	 entanto,	 ambas	 cumprem	 com	 a	 mesma	 função	 de	
estabelecer	diálogo	entre	empregados	e	empregadores.
Mais	 do	 que	 diálogo,	 informação	 e	 motivação	 para	 os	 funcionários,	
Cappellano	 (2010)	 atribui	 à	 comunicação	 interna	 o	 papel	 de	 engajar	 os	
funcionários.	O	termo	engajamento,	nesse	sentido,	ganha	a	conotação	de	manter	
o	 comprometimento	 com	as	estratégias	do	negócio	e	de	 ter	 ciência	do	que	ele	
precisa	fazer	para	alcançar	esses	objetivos	organizacionais.
A	falta	de	engajamento	se	traduz	em	perda	de	dinheiro	para	as	organizações	
devido	à	baixa	produtividade	gerada	pelos	funcionários	desengajados.	Por	outro	
lado,	o	engajamento	leva	a	melhor	desempenho	financeiro	e	menor	rotatividade	
de	pessoal	nas	organizações	(CAPPELLANO,	2010).
Fica	 claro,	 dessa	 forma,	 que	 engajar	 colaboradores	 é	 crucial	 para	 as	
empresas	de	hoje,	visto	que	a	concorrência	está	cada	vez	mais	acirrada.	
O	que	permite	a	uma	companhia	ter	sucesso	não	são	suas	máquinas	nem	
tecnologias,	pois	qualquer	empresa	pode	adquirir	uma	dada	ferramenta	
se	dispuser	de	recursos	para	tal.	São	as	pessoas	que	fazem	a	diferença.	
Nesse	ponto,	vale	lembrar	que	não	é	só	o	ambiente	externo	às	companhas	
que	mudou.	Além	de	 uma	 nova	 ordem	 econômica	 e	 de	mercado,	 os	
empregados	de	hoje	são	diferentes	dos	empregados	de	décadas	atrás.	
O	atual	público	 interno	é	 complexo	e,	 exatamente	por	 isso,	não	pode	
ser	 tratado	 como	 uma	 massa	 única	 e	 de	 características	 idênticas.	As	
empresas	 possuem	 gerações	 distintas	 na	 composição	 de	 sua	 força	 de	
trabalho,	 além	de	 incontável	diferença	de	 formações	 acadêmicas	 e	de	
interesses	pessoais	e	profissionais	(CAPPELLANO,	2010,	p.	55).
Ainda	nessa	linha,	encontramos	em	Tomasi	e	Medeiros	(2014)	a	ideia	de	que	
produtos	competitivos	estão	relacionados	com	empregados	felizes.	Para	isso,	veem	
na	comunicação	interna	a	função	de	fazer	com	que	os	funcionários	se	sintam	felizes.
Transmitir	 essa	 felicidade	 e	 manter	 os	 funcionários	 informados	 e	
engajados	começa	com	a	identificação	da	cultura	e	clima	organizacional.	A	cultura	
TÓPICO 2 —RELAÇÕES CORPORATIVAS E COM OS INVESTIDORES
91
organizacional	 refere-se	 ao	 caráter	 de	 uma	 organização,	 ou	 seja,	 os	 valores,	
crenças	e	pressupostos	admitidos	por	ela	(LATTIMORE	et al.,	2011).
A	comunicação	com	os	funcionários	pode	contribuir	para	a	formação	da	
cultura	organizacional	a	partir	das	três	vertentes	apresentadas	por	Lattimore	et 
al.	(2011,	p.	207):
1.	 Ao	 estabelecer	 políticas	 de	 comunicação	 para	 a	 organização	 baseadas	 em	
uma	abordagem	orientada	por	objetivos.
2.	 Ao	ajudar	a	formular	e	implementar	programas	de	mudança	organizacional.
3.	 Ao	proporcionar	conhecimento	na	condição	de	comunicadores-funcionários.
Para	que	a	comunicação	interna	seja	eficiente,	Cappellano	(2010,	p.	57)	diz	
que	é	necessário:
•		Mapear	e	conhecer	as	audiências	internas.
•		Monitorar	a	eficiência	dos	canais	e	o	nível	de	retenção	de	mensagem	
que	eles	proporcionam.
•	 Segmentar	 os	 veículos	 conforme	 seu	 conteúdo,	 periodicidade	 e	
formato,	direcionando-os	adequadamente	às	diversas	audiências.
•	Utilizar	uma	linguagem	acessível,	evitando	o	uso	de	termos	e	siglas	
que	não	sejam	de	domínio	dos	colaboradores.
•		Exercer	a	repetição	das	informações	de	maneira	inteligente	para	que	
não	haja	desgaste	do	canal	ou	do	conteúdo.
•		Fazer	o	monitoramento	periódico	–	formal	e	informal	–	do	ambiente	
interno	em	relação	à	comunicação	interna.
Quando	isso	se	concretiza,	Cappellano	(2010)	nos	mostra	que	a	comunicação	
interna	agrega	valor	à	organização	devido	ao	engajamento	dos	colaboradores,	à	
conscientização	dos	funcionários	sobre	seu	papel	na	organização,	a	diminuição	
da	distância	entre	a	corporação	e	o	público	e	a	contribuição	para	a	redução	da	
rotatividade	de	pessoal	(também	chamada	de	turnover).
A	 figura	 seguinte	 resume	 os	 benefícios	 da	 comunicação	 interna	 com	 os	
funcionários	e	como	ela	agrega	valor	à	organização,	conforme	acabamos	de	estudar.
FIGURA 3 – COMUNICAÇÃO INTERNA EFICAZ E DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO
FONTE: Adaptado de Cappellano (2010)
92
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Em	complemento,	Lattimore	et al. (2011)	nos	informa	que	a	comunicação	
com	 os	 funcionários	 também	 deve	 estar	 presente	 em	 situações	 especiais,	 tais	
como	nas	relações	com	o	sindicato	da	força	de	trabalho,	nas	negociações	coletivas	
e	nos	comunicados	dos	benefícios	aos	funcionários.
Como	principais	meios	de	comunicação	para	estabelecer	a	comunicação	
e	 o	 relacionamento	 com	 os	 funcionários,	 Lattimore	 et al. (2011)	 recomendam:	
folhetos,	 encartes	 e	 anexos,	 brochuras	 e	 manuais,	 discursos	 impressos	 e	
reimpressões,	mostradores	de	mensagens,	quadros	de	aviso,	cartazes	e	painéis,	
estantes	de	informações,	expositores,	banners	e	mostradores	a	mídias	eletrônicas	
(	e-mail,	páginas	na	internet,	vídeos	internos,	blogs	e	outros).
A comunicação interna complementa as ações de endomarketing e vice-
versa. Isso porque a comunicação interna objetiva manter o colaborador informado, 
enquanto o endomarketing visa a satisfação do colaborador.
NOTA
Quando	 uma	 organização	 é	 boa	 para	 trabalhar,	 fatalmente	 ela	 atrairá	 a	
atenção	dos	investidores.	Para	Lattimore	et al. (2011),	o	sucesso	de	uma	organização	
reside,	em	última	instância,	justamente	na	sua	capacidade	de	atrair	recursos	de	seu	
ambiente.	
Isso	 justifica	a	crescente	preocupação	das	organizações	e	manter	diálogo	
e	 relacionamento	 com	 os	 investidores.	 Bifulco	 (2010)	 inclui	 a	 necessidade	 de	
estabelecer	um	plano	de	 comunicação	baseado	nos	objetivos	que	 a	 organização	
deseja	atingir	para	se	relacionar	com	os	investidores.
A	elaboração	desse	plano	de	comunicação	deve	levar	em	consideração	os	
seguintes	pontos,	destacados	por	Bifulco	(2010,	p.	72):
•	 Informar	os	 investidores	 com	clareza	 sobre	os	 fatos	 relevantes	que	
afetam	de	forma	substancial	a	empresa.
•	 Conhecer	 as	 necessidades	 e	 os	 formatos	 de	 informações	 dos	mais	
importantes	investidores	e	da	mídia	para	melhor	atendê-los.
•	Submeter	todo	o	processo	de	comunicação	à	legislação	que	regula	as	
relações	da	empresa	com	os	investidores.
•	Conhecer	a	situação	da	empresa	em	seus	mercados	de	atuação	e	os	
agentes	 de	 sua	 cadeia	 de	 suprimentos:	 fornecedores,	 concorrentes	 e	
clientes.
•	 Verificar	 se	 o	 processo	 de	 comunicação	 está	 alinhado	 de	 forma	
coerente	às	premissas	do	planejamento	estratégico.
•	Visualizar	com	clareza	qual	é	a	 situação	financeira	e	econômica	da	
empresa	para	entender	seus	pontos	fortes	e	fracos.
TÓPICO 2 —RELAÇÕES CORPORATIVAS E COM OS INVESTIDORES
93
•	Coordenar	o	processo	de	comunicação	de	forma	que	todas	as	áreas	
usem	uma	linguagem	comum	com	os	públicos	internos	e	externos	da	
empresa.
•	Disponibilizar	as	 informações	 sobre	a	empresa	de	modo	equânime	
para	todos	os	públicos.
•	Buscar	usar	sempre	formas	claras	e	objetivas	de	comunicação.
•	 Procurar	 decodificar	 as	mensagens	 do	 pessoal	 técnico	 da	 empresa	
para	que	seja	compreendida	por	todos	os	públicos.
•	Divulgar	de	forma	sempre	correta	as	marcas	e	os	produtos	da	empresa.
•	Monitorar	a	forma	como	a	empresa	é	percebida	pelos	seus	diferentes	
públicos	e,	 em	especial,	 funcionários,	 acionistas,	 clientes,	 sindicatos	e	
entidades	governamentais.
Isso	reforça	o	que	nos	disseram	Lattimore	et al. (2011)	a	respeito	do	sucesso	
da	organização	ser	medido	de	acordo	com	sua	capacidade	de	atrair	recursos	em	
seu	ambiente,	uma	vez	que:
As	corporações	levantam	dinheiro	de	várias	formas,	como	a	venda	de	
ações,	a	emissão	de	títulos	e	empréstimos	de	instituições	financeiras.	Em	
todos	os	casos,	a	empresa	pode	atrair	capital	se	os	investidores	tiverem	
confiança	 no	 negócio	 e	 em	 sua	 gestão.	 Sem	 relatórios	 financeiros	
precisos	 e	 honestos,	 o	 público	 investidor	 não	 consegue	 ter	 essa	
confiança.	As	relações	com	investidoresevoluíram	nos	últimos	30	anos	
como	uma	função	especializada	das	relações	com	públicos	financeiros,	
principalmente	 investidores	 institucionais,	 analistas	 e	 acionistas	
individuais	(LATTIMORE et al.,	2011,	p.	274).
Assim,	a	principal	função	das	relações	com	investidores	está	em	estabelecer	
a	confiança	com	o	público	e	construir	relações	positivas	através	da	disseminação	de	
informações	corporativas.	Outros	objetivos	específicos	da	área,	segundo	Lattimore	
et al.	(2011,	p.	276),	são:
•		Construir	interesse	na	empresa.
•		Criar	entendimento	da	empresa.
•		Vender	os	produtos	da	empresa.
•		Ampliar	a	base	de	acionistas	e	atrair	novos	investidores.
•		Estabilizar	os	preços	das	ações.
•		Ganhar	a	aprovação	dos	acionistas	para	a	administração.
•		Aumentar	o	prestígio	da	empresa.
•		Criar	atitudes	favoráveis	na	comunidade	financeira.
•		Desenvolver	sensibilidade	política	dos	acionistas	para	questões	
relcionadas	à	empresa.
•		Melhorar	as	relações	com	os	funcionários.
•		Construir	lealdade	dos	acionistas.
Os	 profissionais	 de	 comunicação	 responsáveis	 pelas	 relações	 com	
investidores	devem	estar	atentos	também	às	ofertas	públicas	de	ações.	De	acordo	
com	 Bifulco	 (2010),	 as	 ofertas	 públicas	 consistem	 no	 lançamento	 de	 ações	 no	
mercado	de	capitais.
Essas	ofertas	 tanto	podem	ser	de	 caráter	primário	 (quando	 são	emitidas	
novas	 ações	 e	 o	 valor	 do	 aumento	 de	 capital	 é	 integralizado	 na	 empresa)	 ou	
secundária	(quando	são	vendidas	ações	já	existentes	e	o	valor	da	venda	é	embolsado	
pelos	acionistas).
94
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Dependendo	do	volume	de	ações	a	 ser	ofertado,	os	agentes	de	mercado	
nacional	 e	 internacional	 deverão	 ser	 contemplados.	Além	disso,	 as	 companhias	
costumam	 receber	 assessoramento	 de	 instituições	 financeiras	 que	 cuidam	 da	
distribuição	das	ações	(BIFULCO,	2010).
A	 principal	 etapa	 do	 lançamento	 de	 ações	 é	 o	 chamado	 roadshow,	 nos	
informa	Bifulco	(2010).	Consiste	de	uma	série	de	apresentações	que	os	executivos	da	
empresa	e	seus	assessores	financeiros	fazem	a	possíveis	interessados	na	aquisição	a	
fim	de	atrair	o	interesse	dos	investidores.
Valente	 (2010)	 também	nos	oferece	uma	visão	ampliada	 sobre	as	ofertas	
públicas	de	ações,	principalmente	 relacionadas	às	ofertas	 iniciais	ou	 IPO	 (Initial 
Public Offering).	O	IPO	corresponde	ao	lançamento	das	ações	pela	primeira	vez	no	
mercado,	também	chamado	de	abertura	de	capital.
Entre	 as	 etapas	 de	 lançamento	 está	 a	 preparação	 da	 empresa,	 em	 cuja	
etapa	 se	 destacam	 as	 atividades	 dos	 profissionais	 de	 comunicação.	 Segundo	
Valente	(2010),	é	nessa	fase	que	é	estruturada	a	área	de	relações	com	investidores,	
a	disseminação	da	cultura	o	desenvolvimento	das	ferramentas	de	relacionamento	
com	os	investidores.
De	acordo	com	Valente	(2010),	as	principais	ferramentas	de	comunicação	
utilizadas	no	processo	de	comunicação	com	o	público	investidor	são:
• Internet:	página	de	relações	com	investidores.
• Earnings release: relatórios	 de	 divulgação	 de	 desempenho	 econômico-
financeiro.
• Preparação	 de	 apresentações	 em	 powerpoint:	 contém	 gráficos,	 layout	
institucional,	textos	e	animações	sobre	o	desempenho	institucional,	setorial	e	
financeiro	da	organização.
• Formatação	de	teleconferências.
• Redação	de	press-releases.
• Estruturação	e	redação	do	relatório	anual.
Na	figura	seguinte,	poderemos	observar	um	exemplo	de	um	site	dedicado	
às	relações	com	investidores,	contendo	as	informações	de	governança	corporativa,	
financeiras	e	dos	investidores.
TÓPICO 2 —RELAÇÕES CORPORATIVAS E COM OS INVESTIDORES
95
FIGURA 4 – EXEMPLO DE RELAÇÃO COM OS INVESTIDORES
FONTE: . Acesso em: 26 mar. 2020.
Em	 complemento	 ao	 exposto,	 Pinho	 (2003)	 nos	 atenta	 de	 que	 o	 site	 é	
uma	 das	maneiras	 mais	 dinâmicas	 e	 fáceis	 costumeiramente	 utilizada	 para	 a	
comunicação	e	relacionamento	com	os	investidores,	uma	vez	que	a	comunidade	
financeira	é	uma	das	mais	bem	informadas	e	está	intensamente	conectado	às	mais	
diversas	fontes	de	dados.
Nos	 sites,	 conforme	mostrado	 no	 exemplo	 apresentado	 anteriormente,	
mostra	 como	 todas	 as	 informações	 podem	 ficar	 disponíveis.	 Entre	 essas	
informações	estão	os	relatórios	anuais,	as	salas	de	conference call	ou	teleconferência	
com	investidores	e	ainda	de	eventos	programados	(PINHO,	2003).
As	 atividades	 de	 relacionamento	 com	 os	 públicos	 e	 de	 comunicação	
organizacional	 não	 se	 encerram	 ou	 limitam	 aos	 consumidores,	 comunidade,	
governos	e	organizações	não	governamentais,	funcionários	e	investidores.	É	isso	
o	que	abordaremos	na	sequência	do	tópico.
3 AMPLITUDE E ABRANGÊNCIA DAS RELAÇÕES 
PÚBLICAS CORPORATIVAS
Ao	 longo	 das	 unidades	 e	 tópicos	 temos	 visto	 como	 as	 organizações,	
como	 parte	 integrante	 da	 sociedade,	 relacionam-se	 com	 diversos	 públicos	 em	
um	ambiente	cada	vez	mais	complexo	e	dinâmico	devido	ao	desenvolvimento	
tecnológico,	 criação	de	novos	produtos	 e	 fusões	 e	 aquisições	de	 empresas	por	
outras	e	a	formação	de	grandes	conglomerados	produtivos.
96
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Tudo	 isso	 altera	 as	 formas	de	uma	organização	 se	 relacionar	 com	 seus	
públicos,	pois	sua	abrangência	varia	de	setor	para	setor.	No	entanto,	todas	elas	
possuem	um	público-alvo	para	suas	ações,	sendo	que	este	público	se	caracteriza	
pelo	grupo	de	pessoas	que	a	organização	pretende	atingir	com	suas	comunicações	
e	relacionamento.	Por	essa	razão,	Lattimore	et al.	(2011,	p.	341)	recomendam	que	
as	organizações	mantenham	um	bom	diretor-presidente	de	relações	públicas:
O	benefício	de	ter	um	diretor-presidente	que	valorize	a	comunicação	e	
as	relações	tem	um	efeito	cascata	em	toda	a	organização.	Os	funcionários	
têm	a	 informação	de	que	precisam	para	 tomar	decisões	melhores,	 as	
quais	levam	a	uma	organização	com	desempenho	superior,	o	que,	por	
sua	 vez,	 ajuda	 a	 atrair	 os	 melhores	 e	 mais	 inteligentes	 funcionários	
que	têm	as	habilidades	e	a	motivação	para	ter	sucesso	no	mercado.	As	
pessoas	informadas	têm	melhor	desempenho	do	que	as	não	informadas,	
quando	os	outros	fatores	são	os	mesmos.	Por	fim,	recomenda-se	que	os	
que	fazem	entrevistas	para	empregos	em	relações	públicas	corporativas	
verifiquem	o	valor	que	a	organização	dá	a essa	função	antes	de	assumir	
o	cargo.	Se	o	comunicador	sênior	 responde	ao	mais	elevado	nível	na	
organização,	 isso	 é	 um	 forte	 indicador	 de	 que	 as	 relações	 públicas	
são	 consideradas	 como	uma	 função	 vital	 e	 estratégica.	O	 aspecto	 de	
relações	públicas	de	 tudo	o	que	a	empresa	 faz,	desde	 sua	 reputação,	
imagem	e	gestão	de	temas,	até	a	venda	de	produtos	e	comunicação	com	
funcionários,	vai	se	beneficiar	desse	ponto	de	vista.
Para	os	autores,	o	trabalho	do	relações	públicas	nas	corporações	consiste	
em	usufruir	das	relações	com	os	vários	públicos	para	garantir	que	se	mantenha	o	
poder	corporativo	em	relação	à	sociedade	e	a	outras	instituições.
Para	isso,	a	organização	precisa	manter	um	relacionamento	e	comunicação	
constantes	com	os	diversos	públicos,	como	temos	visto,	incluindo	os	funcionários,	
a	comunidade,	o	governo,	as	organizações	não	governamentais,	os	consumidores,	
os	investidores	e	outros	tantos	públicos.	
Em	resumo,	Lattimore	et al. (2011)	veem	nas	relações	públicas	corporativas	
uma	forma	pela	qual	as	organizações	buscam	melhorar	sua	capacidade	de	fazer	
negócios.	Isso	porque	elas	agilizam	e	melhoram	as	operações	e	contribuem	para	
o	aumento	de	vendas.
Nessa	perspectiva,	o	responsável	pela	comunicação	na	organização,	seja	
ele	relações	públicas,	jornalista	ou	publicitário,	deve	assumir	a	responsabilidade	
de	 gerenciar	 a	 especialização	 e	 o	 talento	de	 outros	 funcionários	da	 empresa	 e	
da	agência	que	contribui	com	as	ações	de	comunicação	organizacional,	explicam	
Lattimore	et al.	(2011).
Além	disso,	 o	 profissional	 de	 comunicação	 precisa	 estar	 ciente	 de	 que	
precisará	manter	um	bom	relacionamento	 com	as187
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 188
TÓPICO 4 —GESTÃO DE CRISES ................................................................................................. 191
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 191
2 O QUE É E COMO FUNCIONA UM ESCÂNDALO MIDIÁTICO ....................................... 191
3 GERENCIAMENTO DO CRONOGRAMA DA CRISE .......................................................... 193
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 197
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 199
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 200
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 202
1
UNIDADE 1 —
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• realçar a importância da comunicação organizacional;
• descrever o papel da comunicação para a reputação corporativa;
• reconhecer a dimensão estratégica e notícia e o sistema de comunicação;
•	 definir	as	responsabilidades	sociais	e	legais	da	organização.
Esta	 unidade	 está	 dividida	 em	 quatro	 tópicos.	 No	 decorrer	 da	
unidade	 você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 no	
conteúdo	apresentado.	
TÓPICO	1	–	COMUNICAÇÃO	NAS	ORGANIZAÇÕES	E	REPUTAÇÃO
TÓPICO	2	–	PRINCIPAIS	TIPOS	DE	COMUNICAÇÃO	NAS		 	 	
ORGANIZAÇÕES
TÓPICO	3	–	ORGANIZAÇÃO	COMO	CENTRO	DE	NOTÍCIAS	E		 	
INFORMAÇÕES
TÓPICO	4	–	RESPONSABILIDADES	SOCIAIS	DAS	ORGANIZAÇÕES
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
COMUNICAÇÃO NAS 
ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Iniciaremos	este	tópico	com	uma	breve	revisão	do	conceito	de	comunicação	
nas	organizações	e	quais	os	elementos	a	ela	relacionados.	Também	revisaremos	
os	objetivos	principais	da	comunicação	organizacional	e	como	ela	contribui	para	
reforçar	a	credibilidade	institucional.
Na	 sequência,	 destacaremos	 os	 conceitos	 de	 identidade	 e	 imagem	 e	
como	eles	afetam	a	percepção	dos	públicos	com	os	quais	a	empresa	se	relaciona.	
Também	mostraremos	como	a	 comunicação	organizacional	 trabalha	esses	dois	
aspectos	em	suas	ações	de	rotina.
Na	etapa	final	do	tópico,	apresentaremos	os	principais	públicos,	tanto	interno	
quanto	externo,	razão	das	atividades	da	comunicação	nas	organizações	e	possibilidade	
de	atuação	para	os	profissionais	de	comunicação	social.	Vamos	começar?
2 COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Desde	 a	 Revolução	 Industrial	 que	 nossa	 sociedade	 experimenta	 uma	
constante	mudança	de	cultura,	de	hábitos	e	 formas	de	nos	 relacionarmos	com	
nossos	semelhantes.	O	papel	das	empresas	de	satisfação	da	maioria	das	nossas	
necessidades	trouxe	a	elas	maior	complexidade	de	atuação.
Essa	complexidade	decorre	em	grande	parte	da	acumulação	de	capital,	
e	 consequentemente	de	 lucro,	que	 fazem	com	que	a	maioria	das	organizações	
precisem	demonstrar	um	grande	diferencial	para	 as	pessoas	para	que	possam	
vender	seus	produtos	e	serviços.
De	acordo	com	Pimenta	 (2010),	entre	as	principais	mudanças	ocorridas	
nesse	período	foi	o	regime	de	acumulação	de	capitais	e	o	modo	de	regulamentação	
social	e	política,	nos	quais	a	produção	tornou-se	flexível	em	função	das	rápidas	
mudanças	nas	práticas	de	consumo.
Além	 dessa	 mudança	 de	 paradigma	 da	 produção	 em	 massa	 e	 da	
administração	científica	iniciada	com	a	Revolução	Industrial,	atualmente	outras	
características	 desafiam	 as	 organizações	 com	 a	 flexibilidade	 de	 trabalho	 e	 a	
inovação.	Segundo	Pimenta	(2010),	são	elas:
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
4
• A	 criação	 de	 novas	 formas	 de	 coordenação	 e	 aglomeração	 apoiadas	 em	
complexos	e	variados	arranjos	de	subcontratação	de	pequenas	empresas	por	
grandes	corporações	(multinacionais).
• O	 conhecimento	 técnico	 e	 científico	 sempre	 foi	 determinante	 para	
competitividade	de	uma	empresa.
• A	qualidade	da	organização	passou	a	ser	um	diferencial.
Importante	 ressaltarmos,	 nesse	 sentido,	 de	 que	uma	organização	 é	 um	
conjunto	de	recursos	destinado	a	produção	de	bens	e	serviços	para	satisfação	das	
nossas	necessidades.	Porém,	como	reforça	Pimenta	(2010,	p.	82),	relacionados	à	
produção	estão	os	implícitos	os	papéis	socioculturais:	“a)	Geração	de	empregos.	
b)	 Incentivos	 ao	 desenvolvimento	 de	 ciência	 e	 de	 tecnologia.	 c)	 Elaboração	 e	
melhoria	de	processo	e	de	estratégia”.
Tudo	o	que	as	organizações	fazem,	contribuem	para	o	desenvolvimento	
e	o	progresso	das	sociedades	nas	quais	elas	se	inserem.	Para	sua	manutenção	e	
crescimento,	elas	utilizam	a	comunicação	como	um	processo	essencial	capaz	de	
interligar	as	pessoas	interna	e	externamente.
Essa interligação das organizações com os vários integrantes de uma 
sociedade	pode	ser	melhor	visualizada	na	figura	seguinte,	na	qual	a	empresa	está	
no	centro	e	ao	redor	estão	os	principais	grupos	com	os	quais	ela	estabelece	relação.
FIGURA 1 – RELACIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO COM OS DIVERSOS PÚBLICOS
FONTE: O autor
Ainda	de	acordo	com	Pimenta	 (2010),	a	comunicação	em	uma	empresa	
contribui	 para	 a	 realização	 das	metas	 e	 objetivos	 e	 oferece	 a	 possibilidade	 de	
integração	e	o	equilíbrio	entre	todos	os	seus	integrantes.	Nesse	sentido,	Pimenta	
(2010,	p.	83)	nos	explica	que	a	comunicação	interage	com	três	grandes	sistemas:
TÓPICO 1 — COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO
5
O	sociopolítico,	que	envolve	valores	da	sociedade	contemporânea	e	as	
políticas	do	para	o	meio	ambiente.
O	econômico-industrial,	que	compreende	os	padrões	de	competição	e	
as	leis	de	mercado.
O	microclima	interno	das	organizações,	que	define	normas	e	políticas	
das	operações	empresariais.
Podemos	 constatar,	 portanto,	 a	 importância	 da	 comunicação	 nas	
organizações	 como	 um	 processo	 vital	 que	 abrange	 várias	 vertentes.	 É	 nesse	
contexto	que	Bueno	(2009,	p.	3),	conceitua	a	comunicação	organizacional	como	
“conjunto	integrado	de	ações,	estratégias,	planos,	políticas	e	produtos	planejados	
e	desenvolvidos	por	uma	organização	para	estabelecer	a	relação	permanente	e	
sistemática	com	todos	os	seus	públicos	de	interesse”.
Nessa	 mesma	 linha,	 Vieira	 (2007)	 entende	 que	 a	 comunicação	
organizacional	 ou	 corporativa	 se	 refere	 aos	 diversos	 públicos,	 chamados	 de	
stakeholders,	que	compreende	os	funcionários,	clientes,	comunidades,	acionistas,	
instituições	 de	 classe,	 formadores	 de	 opinião,	 representantes	 de	 órgãos	 do	
governo	e	outros.
Assim,	adotamos	o	conceito	expresso	por	Tomasi	e	Medeiros	 (2009)	de	
que a comunicação empresarial compreende o somatório de todas as atividades 
de	comunicação	da	empresa.	Ela	é	uma	atividade	multidisciplinar	que	envolve	
técnicas	das	várias	ferramentas	de	comunicação.
Você pode encontrar em diversos autores a mesma denominação de 
comunicação empresarial sob a nomenclatura de Comunicação Organizacional ou 
Comunicação Corporativa ou ainda Comunicação Institucional. Procuramos adotar, 
em nossa disciplina a denominação de comunicação empresarial e comunicação nas 
organizações ou organizacional.
NOTA
Bueno	(2009)	entende	que	as	atividades	de	comunicação	organizacional	
estão evoluindo de um somatório para um processo integrado de relacionamento 
com	os	diversos	públicos	de	interesse	de	maneira	que	nenhuma	empresa	deve	se	
omitir	de	realizar.
O	 crescente	 fenômeno	 das	 redes	 sociais	 e	 uso	 da	 internet	 como	 forma	
de comunicação leva ademais	 áreas	da	 instituição,	
como	marketing,	recursos	humanos,	finanças,	e	deverá	saber	trabalhar	em	equipe	
para	alcançar	os	objetivos	da	comunicação	corporativa.
TÓPICO 2 —RELAÇÕES CORPORATIVAS E COM OS INVESTIDORES
97
Em	 pequenas	 empresas,	 o	 desafio	 aparenta	 ser	 ainda	 maior	 devido	 à	
falta	de	profissionais	e	 tempo	para	que	seus	proprietários	ou	sócios	dediquem	
ao	relacionamento	com	os	variados	públicos	envolvidos	com	ela	(LATTIMORE	
et al.,	2011).
Afinal,	 como	 são	 os	 responsáveis	 diretos	 pela	 empresa	 e	 não	possuem	
capacidade	de	manter	grandes	equipes	ou	de	contratar	profissionais	especializados	
em	comunicação,	eles	acabam	focando	suas	ações	nos	clientes	e	nos	incentivos	de	
vendas.
Quando	 se	 conscientizam	 da	 necessidade	 de	 trabalhar	 a	 comunicação	
de	 forma	 sistemática	 e	 profissional,	 estes	 empreendedores	 devem	 buscar	
por	 profissionais	 generalistas,	 capazes	 de	 atender	 a	 todas	 as	 demandas	 da	
comunicação	corporativa,	ensinam	Lattimore	et al.	(2011).
Dessa	 forma,	 se	 você	 pretende	 atuar	 nessa	 área,	 Lattimore	 et al.	 (2011)	
recomendam	que	você	tenha	uma	ampla	gama	de	habilidades	e	capacidades	e	
ser	capaz	de	aplicá-las	à	medida	que	as	situações	forem	surgindo.	Dessa	forma:
Os	 que	 são	 novos	 nas	 relações	 públicas,	 como	 os	 recém-formados,	
muitas	 vezes	 começam	 como	 técnicos.	 Os	 técnicos	 desenvolvem	 e	
aperfeiçoam	 sua	 escrita,	 sua	 pesquisa	 e	 outras	 habilidades	 básicas	
de	 relações	 públicas,	 encontrando	 informações	 sobre	 o	 setor	 da	
economia	 em	 que	 a	 empresa	 opera,	 escrevendo	 notas	 à	 imprensa,	
coordenando	 calendários	 de	 produção,	 desenvolvendo	 materiais	
para	comunicação	de	marketing	e	ajudando	em	eventos	especiais.	Os	
técnicos	 também	 começam	 a	 entender	 como	 os	 profissionais	 mais	
experientes	diagnosticam	os	problemas	de	 comunicação	e	 elaboram	
planos	estratégicos	(LATTIMORE	et al,	2011,	p.	346,	grifo	nosso).
Não desperdice uma única oportunidade de começar a trabalhar logo na área 
escolhida por você. Mesmo que para isso você tenha que trocar seu trabalho atual por um 
estágio ou tenha que se sujeitar a ganhar menos. No início, pode parecer desvantajoso para 
você, mas no longo prazo você terá mais conhecimento, técnica e experiência profissional 
que darão a você bagagem para conquistar novas oportunidades de crescimento no 
mercado de trabalho e com salários melhores. Note como a citação anterior reforça essa 
questão.
NOTA
Não	basta	que	as	organizações	contratem	ou	tenham	vontade	de	realizar	
ações	 de	 comunicação	 corporativa.	 Elas	 precisam	 destinar	 orçamento	 para	
investir	nas	ações	de	comunicação	com	os	vários	públicos	e	os	valores	destinados	
à	comunicação	variam	entre	3%	e	6%	do	faturamento	total	da	instituição.
98
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
O	 importante	 nisso	 tudo,	 como	 nos	 dizem	 Lattimore	 et al. (2011),	 é	 a	
possibilidade	 de	 conquistar	 a	 confiança	 do	 público	 através	 de	 uma	 imagem,	
identidade	e	reputação	corporativa	positivas	dos	públicos.
Nesse	 trabalho	 de	 construção	 da	 imagem	 e	 reputação	 favoráveis	 à	
organização,	 a	 assessoria	 de	 imprensa	 exerce	 um	 papel	 fundamental	 em	
estabelecer	 relacionamentos	 e	 garantir	 um	fluxo	 de	 informações	 aos	 públicos.	
Isso	já	é	assunto	para	o	próximo	tópico	da	unidade.
99
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 Um	dos	grandes	desafios	da	comunicação	corporativa	e	organizacional	está	em	
estabelecer	um	diálogo	constante,	aberto	e	transparente	com	seus	funcionários.	
•	 	A	comunicação	com	os	 funcionários	 integra	a	 comunicação	corporativa	e	 é	
uma	das	mais	importantes	em	uma	escala	de	valores	e	prioridades.
 
•	 	 Cabe	 à	 comunicação	 interna	 engajar	 os	 funcionários	 com	 a	 estratégia	 do	
negócio	e	na	consciência	do	que	eles	precisam	fazer	para	alcançar	os	objetivos	
estabelecidos.
 
•	 	A	falta	de	engajamento	se	traduz	em	perda	de	dinheiro	para	as	organizações	
devido	à	baixa	produtividade.
•	 	A	cultura	organizacional	refere-se	ao	caráter	de	uma	organização,	ou	seja,	os	
valores,	crenças	e	pressupostos	admitidos	por	ela.
 
•	 	A	comunicação	com	os	funcionários	também	deve	estar	presente	em	situações	
especiais,	 tais	 como	 nas	 relações	 com	 o	 sindicato	 da	 força	 de	 trabalho,	 nas	
negociações	coletivas	e	nos	comunicados	dos	benefícios	aos	funcionários.
 
•	 	O	sucesso	de	uma	organização	reside,	em	última	instância,	justamente	na	sua	
capacidade	de	atrair	recursos	de	seu	ambiente.
•	 	 A	 principal	 função	 das	 relações	 com	 investidores	 está	 em	 estabelecer	 a	
confiança	com	o	público	e	construir	relações	positivas	através	da	disseminação	
de	informações	corporativas.
•	 	As	ofertas	públicas	consistem	no	lançamento	de	ações	no	mercado	de	capitais.
•	 	A	principal	etapa	do	lançamento	de	ações	é	o	chamado	roadshow,	que	consiste	
de	uma	série	de	apresentações	que	os	executivos	da	empresa	e	seus	assessores	
financeiros.
•	 	O	IPO	corresponde	ao	lançamento	das	ações	pela	primeira	vez	no	mercado,	
também	chamado	de	abertura	de	capital.
•	 	O	site	é	uma	das	maneiras	mais	dinâmicas	e	fáceis	costumeiramente	utilizada	
para	a	comunicação	e	relacionamento	com	os	investidores.
100
1	 O	sucesso	de	uma	organização	pode	 ser	mensurado	por	 sua	 capacidade	
de	 atrair	 recursos,	 sejam	 eles	 humanos,	 de	 tecnologia,	 de	 informação	
e,	 principalmente,	 os	 financeiros.	 É	 por	 essa	 razão	 que	 as	 organizações	
desenvolvem	um	programa	de	 relacionamento	 com	os	 investidores	para	
que	 eles	 tenham	 interesse	 nas	 ofertas	 públicas	 de	 ações	 da	 instituição.	
Nesse	sentido,	avalie	as	asserções	a	seguir	a	respeito	da	comunicação	com	
os	investidores.
I-	 A	 oferta	 primária	 de	 ações	 permite	 que	 a	 organização	 integralize	 os	
recursos	ao	seu	capital	e	isso	justifica	a	necessidade	de	atrair	investidores.
II-	 Um	 IPO	 consiste	 de	 uma	 série	 de	 apresentações	 que	 os	 executivos	 da	
organização	e	seus	assessores	realizam	para	atrair	interessados	em	investir	
na	empresa.
III-	A	principal	 forma	de	manter	 os	 investidores	 informados	 a	 respeito	do	
desempenho	institucional,	setorial	e	financeiro	da	organização	é	através	
do	press-release	para	a	imprensa.
É	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a)	 (				)	 I.
b)	 (				)	 II	e	III.
c)	 (				)	 I	e	II.
d)	(				)	 II.
e)	 (				)	 I	e	III.
2	 A	 cultura	 organizacional	 compreende	 o	 conjunto	 de	 crenças,	 valores	
e	 pressupostos	 de	 ação	 admitidos	 por	 ela	 para	 o	 desempenho	 de	 suas	
atividades	diárias	e	com	o	mercado.	Nesse	sentido,	a	comunicação	interna	
ou	 relações	 com	 funcionários	 é	 a	 ferramenta	 contribuir	para	 a	 formação	
da	 cultura	 organizacional.	 Para	 que	 a	 comunicação	 interna	 seja	 eficiente	
e	alcance	seus	objetivos	de	engajamento	dos	colaboradores	e	aumento	de	
produtividade,	é	preciso:
a)	 (	 )	 Massificar	 as	 informações	 por	 todos	 os	 canais	 a	 fim	 de	 atingir	 o	
público	interno	de	toda	a	organização.
b)	 (	 )	 Utilizar	uma	 linguagem	acessível	 e	 evitar	o	uso	de	 termos	e	 siglas	
desconhecidos	pelo	público.
c)	 (	 )	 Evitar	o	monitoramento	do	ambiente	interno	em	relação	à	comunicação	
interna	da	organização.
d)	(	 )	 Permanecer	em	silêncio	em	atividades	que	envolvem	os	sindicatos	da	
força	de	trabalho	e	nos	períodos	de	negociações	coletivas.
e)	 (	 )	 Desestimular	 as	 mudanças	 organizacionais	 ao	 não	 fornecer	
informações	aos	colaboradores	e	nem	informar	sobre	as	políticas	da	
organização.
AUTOATIVIDADE
101
3	 Toda	organização	precisa	se	relacionar	com	seus	públicos,	também	chamados	
de	público-alvo,	 e	 cujo	perfil	 varia	de	 acordo	 com	o	 tipo	de	organização	
e	o	 setor	de	atuação.	Uma	das	 formas	de	criar	e	manter	 relacionamentos	
construtivos	está	no	uso	das	relações	públicas	corporativas	com	a	melhora	
de	sua	capacidade	de	fazer	negócios.	Nesse	sentido,	avalie	as	afirmações	a	
seguir	a	respeito	das	relações	públicas	corporativas.
I-	 O	 profissional	 de	 relações	 públicasexerce	 uma	 atividade	 como	 outra	
qualquer	na	instituição	e	depende	dos	outros	para	que	seu	trabalho	seja	
efetivo.
II-	 Pequenas	empresas	têm	mais	chance	de	obter	sucesso	nos	relacionamentos	
corporativos,	uma	vez	que	seus	proprietários	estão	focados	nos	clientes	e	
nas	vendas.
III-	O	profissional	de	relações	públicas	corporativas	deve	possuir	uma	ampla	
gama	 de	 habilidades	 e	 capacidades	 e	 ser	 capaz	 de	 aplica-las	 nas	 mais	
diversas	situações.
É	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a)	 (				)	 II.
b)	 (				)	 II	e	III..
c)	 (				)	 I.
d)	(				)	 I	e	III.
e)	 (				)	 III.
4	 A	comunicação	com	os	 funcionários	 integra	a	comunicação	corporativa	e	
deve	ser	motivo	de	prioridade	para	as	 relações	da	organização	com	seus	
variados	públicos.	Isso	porque	os	funcionários	podem	ser	compreendidos	
como	 formadores	 de	 opinião	 a	 respeito	 da	 imagem	 da	 organização	 e	
também	clientes	de	 alta	 credibilidade	para	 a	 sociedade	 e	 seus	grupos	de	
relacionamento.	 Em	 relação	 à	 comunicação	 interna	 e	 as	 relações	 com	
funcionários,	avalie	as	asserções	a	seguir	e	a	relação	proposta	entre	elas.
I-	 A	comunicação	interna	cumpre	com	o	papel	de	engajar	os	funcionários	com	
as	estratégias	organizacionais	e	seu	papel	para	consecução	desses	objetivos.
PORQUE
II-	A	falta	de	engajamento	se	transforma	em	perda	de	produtividade	e	dinheiro	
para	a	organização	e	a	uma	maior	rotatividade	de	pessoal	(turnover).
A	respeito	dessas	asserções,	assinale	a	opção	CORRETA:
a)	(	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
da	I.
b)	(	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	mas	a	II	não	é	uma	
justificativa	da	I.
c)	 (	 )	 A	asserção	 I	é	uma	proposição	verdadeira,	e	a	 II	é	uma	proposição	
falsa.
d)	(	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	falsa,	e	a	II	é	uma	proposição	verdadeira.
e)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	falsas.
102
103
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A	 diferenciação	 entre	 notícias	 institucionais	 e	 notícias	 produzidas	 e	
veiculadas	 pelas	 empresas	 jornalísticas	 é	 importante	 para	 a	 compreensão	 do	
assessor	de	comunicação	enquanto	coordenador	ou	desenvolvedor	de	atividades	
em	 uma	 organização.	 Iniciamos	 este	 tópico,	 portanto,	 abordando	 conceitos	 e	
definições	que	resultam	em	aproximações,	mas	também	em	distinções	entre	tais	
atividades.
Na	 sequência,	 abordaremos	 o	 tema	 pauta	 jornalística,	 considerando	
papéis	e	conteúdos	comuns	na	elaboração	de	pautas	internas	e	externas	em	uma	
instituição.
No	último	 subtópico	 do	 tópico,	 nosso	 assunto	 será	 a	 comunicação	 nas	
administrações	públicas,	seus	diferenciais	em	relação	às	organizações	privadas	e	
também	alguns	aspectos	que	distinguem	jornalismo	e	publicidade	nas	assessorias	
das	entidades	públicas.	Vamos	em	frente?
TÓPICO 3 —A 
NOTÍCIA INSTITUCIONAL
2 O QUE É NOTÍCIA DENTRO DAS INSTITUIÇÕES
A	 abundância	 de	 informações	 a	 que	 estamos	 expostos	 todos	 os	 dias	
nos	 faz	vivermos	diante	da	ambiguidade	de	ao	mesmo	tempo	podermos	estar	
bem	 informados,	 com	 acesso	 fácil	 a	 milhares	 de	 conteúdos	 sobre	 temáticas	
diversificadas,	como	também	de	cairmos	nas	armadilhas	da	desinformação.	Sim,	
com	 informação	 em	 excesso	 também	 pode	 ocorrer	 desinformação,	 justamente	
pela	dificuldade	em	se	processar	 tamanho	conteúdo	veiculado	pelos	meios	de	
comunicação	de	massa	e	compartilhado	pelas	redes	sociais	na	web.
Desta	 forma,	 como	 fazer	 com	que	o	público	perceba	ou	descubra	uma	
informação	sobre	a	organização?	E	se	percebê-la,	como	fazer	com	que	ela	gere	
interesse	e	ainda	possa	ser	compartilhada	com	o	círculo	social	das	pessoas?
Pois	bem,	diante	dessa	aceleração	do	tempo	da	chamada	era	da	informação,	
esses	são	alguns	dos	novos	desafios	para	que	a	notícia	sobre	uma	empresa	ou	
uma	instituição	possa	chegar	a	seus	diversos	públicos	e	cumprir	então	seu	papel	
diante	da	política	de	comunicação	institucional	estabelecida.
104
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Primeiro	 é	 importante	 observarmos	 alguns	 aspectos	 que	diferenciam	 a	
notícia	 institucional	 produzida	 pela	 assessoria	 de	 comunicação	 da	 empresa,	
da	 notícia	 produzida	 pelos	 veículos	 de	 comunicação.	 E	 também	 é	 oportuno	
diferenciar	o	que	é	notícia	e	o	que	é	publicidade	em	uma	organização.
Se	 buscarmos	 aqui	 a	 conceituação	 clássica	 da	 ciência	 jornalística	 do	
teórico	Otto	Groth,	quatro	características	fundamentais	compõem	o	jornalismo	e	a	
notícia	em	si:	periodicidade,	universalidade,	atualidade e difusão	(GROTH	apud 
FAUS	BELAU,	1966).	O	estudo	pioneiro	de	Groth	partiu	da	utilização	do	termo	
Periodika	(relacionado	ao	periodismo	ou	aquilo	que	aparece	periodicamente	com	
uniformidade	em	seus	elementos),	que	então	se	relacionava	a	jornais	e	revistas,	
meios	de	comunicação	que	deram	as	primeiras	formas	do	conceito	de	notícia.
Torquato	(2015),	no	entanto,	aponta	algumas	comparações	e	distinções	do	
conceito	original	da	notícia	quando	aplicada	para	o	âmbito	de	uma	empresa	ou	
instituição.
Quanto	 à	periodicidade,	 da	mesma	 forma	que	 as	 empresas	 jornalísticas	
mantêm	uma	mesma	 frequência	na	publicação	de	 seus	módulos	de	 informação	
(exemplo:	revista	semanal,	jornal	diário,	telejornal	das	20h,	radiojornal	das	7h	etc.),	
as	publicações	empresariais	 também	devem	aparecer	em	intervalos	sucessivos	e	
regulares.	 Neste	 mesmo	 sentido,	 devem	 se	 portar	 como	 veículos	 jornalísticos,	
publicando,	por	exemplo,	um	jornal	 impresso	mensal,	uma	newsletter diária,	um	
jornal	mural	 semanal	 e	 assim	por	diante.	 É	 claro	 que	 algumas	 eventuais	 falhas	
no	cumprimento	exato	dos	 intervalos	de	publicação	serão	menos	percebidas	do	
que	em	situações	similares	ocorridas	com	materiais	 jornalísticos	de	empresas	de	
comunicação.
No	aspecto	da	universalidade,	a	princípio,	as	publicações	institucionais	
podem	apresentar	informações	sobre	quaisquer	áreas	ou	programas	de	interesse	
da	empresa	e	de	 seus	públicos.	A	 limitação	estará	 exatamente	onde	 terminam	
os	interesses	da	empresa/instituição.	De	acordo	com	Torquato	(2015),	nem	toda	
mensagem	que	 interessa	 à	 comunidade	pode	 ser	 transformada	 em	mensagem	
jornalística	e	publicada	pelos	canais	da	instituição.	Exemplos	como	um	movimento	
grevista	ou	algum	acidente	envolvendo	a	empresa	terão	critérios	de	seleção	e	de	
angulação	diferenciados	quando	apurados	e	divulgados	pelo	 jornalismo	diário	
dos	 veículos	 de	 comunicação	 e	 pelas	 publicações	 da	 empresa/instituição.	 A	
informação	jornalística	institucional	não	deve	causar	prejuízos	aos	interesses	da	
organização	e	de	seus	membros,	segundo	Torquato	(2015,	p.	159):
A	política	de	comunicação	empresarial	determina	o	conceito	de	notícia.	
Por	princípio,	essa	política	procura	evitar	toda	espécie	de	mensagem	
jornalística	sensacionalista,	escandalosa,	ou	informações	que	possam	
provocar	dúvidas	quanto	à	integridade	da	empresa	ou	das	pessoas,	ou	
questionem	as	normas	empresariais.	
Na	questão	da	atualidade,	é	preciso	considerar	tempos	presentes	distintos	
entre	aquele	do	jornalismo	diário	e	o	da	instituição.	Os	fatos	atuais	da	empresa	
podem	já	ter	acontecido	nos	meses	anteriores	à	edição	de	seu	periódico	ou	ainda	
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL
105
podem	 ser	 utilizados	 aqueles	 que	 ocorrerão	 nos	 meses	 seguintes.	 A	 rapidez	
com	que	os	veículos	jornalísticos	trabalham	para	apurar,	produzir	e	publicar	as	
notícias	não	é	algo	comum	no	processo	de	produção	da	notícia	institucional.
O	 conceito	 de	difusão	 também	 tem	 algumas	 diferenciações.	 Embora	 o	
objetivo	 seja	 praticamente	 o	mesmo,	 de	 chegar	 ao	 público	 ao	 qual	 se	 destina,	
questões	geográficas	das	unidades	empresariais	e	 formas	de	uso	dos	materiais	
jornalísticos	 acabam	 oferecendo	 contornos	 próprios	 para	 a	 difusão	 da	 notícia	
institucional.	 Por	 exemplo:	 as	 notícias	 podem	 ser	 divulgadas	 com	 prioridade	
somente	 em	 cidades	 onde	 a	 empresa	possui	filiais,	 distribuída	 em	 locais	fixos	
como	murais	e	portarias	ou	ainda	dirigida	somentea	públicos	específicos,	como	
governamental,	 corporativo,	 distribuidores	 ou	 da	 rede	 de	 investidores,	 como	
visto	nos	Tópicos	1	e	2	desta	unidade.
Para	melhor	compreensão,	segue	um	quadro	comparativo	sobre	o	que	é	
notícia	institucional	e	o	que	é	notícia	produzida	pelos	veículos	jornalísticos.
QUADRO 1 – COMPARATIVO ENTRE NOTÍCIA DE VEÍCULOS JORNALÍSTICOS E NOTÍCIA 
INSTITUCIONAL
Notícia de veículos 
jornalísticos Notícia institucional
Periodicidade
• Intervalos	sucessivos	
e	regulares	nas	
publicações
• Intervalos	sucessivos	
e	regulares	nas	
publicações
Universalidade
•	 Informações	sobre	
várias	áreas	de	
interesse	social	ou	do	
segmento
•	 Interessar	ao	maior	
número	de	pessoas
•	 Foco	no	interesse	
humano
 
•	 Pode	questionar	
responsabilidades,	
integridade	ou	normas	
das	empresas
•	 Veracidade
•	 Informações	sobre	várias	
áreas	de	interesse	da	
instituição
•	 Interessar	a	públicos	
específicos	internos	e	
externos	da	instituição
•	 Foco	nos	interesses	
corporativos
•	 Evita	notícias	que	gerem	
dúvidas	sobre	a	empresa
•	 Política	de	transparência	
e	conceito	de	
verossimilhança
Atualidade • O	fato	é	o	mais	recente	
possível	da	publicação
• Os	fatos	podem	
ser	agrupados	com	
alargamento	do	tempo	
presente,	ou	seja,	pode	
contemplar	fatos	de	
meses	passados	e	meses	
futuros.
106
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Difusão
• Objetiva	difundir	
informações	ao	seu	
público
• Amplitude	geográfica	e	
populacional
• Objetiva	difundir	
informações	ao	seu	
público
• Restrita	às	áreas	e	aos	
públicos	de	interesse
FONTE: O autor 
Entretanto,	quando	nos	referimos	à	inclusão	ou	exclusão	de	fatos	na	pauta	
de	 uma	 publicação	 institucional,	 algumas	 cautelas	 são	 recomendadas.	 Sólio	
(2011)	alerta	para	o	 risco	de	descrédito	de	um	 jornal	de	uma	organização	que	
se	demonstre	descomprometido	 com	a	 informação	ou	 seja	muito	 tendencioso.	
Segundo	 a	 autora,	 com	a	determinação	da	 empresa	 se	 um	 jornal	 institucional	
deve	circular	ou	não,	soma-se	o	interesse	do	leitor.	
As	 organizações	 precisam	 se	 convencer	 [...]	 de	 que	 é	 importante	
estabelecer	 critérios	 para	 a	 seleção	 do	 material	 a	 ser	 divulgado.	 É	
perigoso	 subestimar	 a	 capacidade	 do	 leitor	 e	 omitir	 a	 discussão	
de	 determinados	 assuntos,	 porque	 eles	 podem	 gerar	 polêmicas	 ou	
interpretações	ambíguas.	Esse	pode	ser	um	modo	de	alimentar	o	que,	
em	jornalismo	organizacional,	costuma-se	chamar	de	“jornalismo	de	
corredor”	(SÓLIO,	2011,	p.	89).
Essa	 polêmica	 constante	 sobre	 o	 que	 divulgar	 e	 o	 que	 não	 divulgar,	
especialmente	quando	há	acontecimentos	desfavoráveis	à	instituição,	vale	tanto	
para	as	comunicações	internas	quanto	para	as	notícias	produzidas	pela	assessoria	
de	imprensa	para	o	público	externo.	Principalmente	na	era	da	transparência	em	que	
vivemos,	uma	notícia	sonegada	pode	gerar	um	impacto	muito	maior	se	veiculada	
pela	grande	imprensa	após	um	trabalho	de	jornalismo	investigativo.	Da	mesma	
forma,	boatos	surgem	com	facilidade	diante	da	costumeira	atitude	do	“nada	a	
declarar”.	Neste	sentido,	com	controle	e	equilíbrio,	a	notícia	institucional	adquire	
a	capacidade	de	tratar	de	um	assunto	organizacional	que	evite	desinformações	e	
até	consiga	promover	a	imagem	da	instituição	como	um	espaço	de	transparência	
e	de	conexão	com	seus	públicos.
Torquato	 (2015),	 no	 entanto,	 lembra	que	 a	notícia	 institucional	deve	 se	
situar	 dentro	 dos	 objetivos	 da	 empresa.	 Essa	 notícia	 deve	 integrar	 fluxos	 que	
sustentam	o	sistema	de	comunicação	empresarial.	Esses	fluxos	podem	assumir	
a	 direção	 vertical	 (comunicação	 descendente/ascendente)	 e	 também	 a	 direção	
horizontal	 (comunicação	 lateral).	 Estabelecida	 adequadamente	 em	 canais	 que	
servem	 esses	 fluxos,	 a	 notícia	 institucional	 assume	 a	 natureza	 de	 mensagem	
socialmente	significativa	para	a	empresa	e	para	seus	diversos	públicos.
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL
107
É tão importante evitar notícias negativas sobre a organização quanto dar 
a elas o tratamento adequado quando elas são inevitáveis. Ao invés de tentar em vão 
a ocultação de um fato negativo de maiores proporções, a assessoria de imprensa deve 
reunir todas as informações sobre o assunto e orientar adequadamente o assessorado 
sobre suas declarações. Trataremos mais sobre esse tema na Unidade 3 deste livro em 
“Gestão de crises”.
ESTUDOS FU
TUROS
Em	 outro	 sentido,	 Torquato	 (2015)	 também	 tenta	 situar	 a	 notícia	
empresarial	ou	notícia	institucional	para	além	do	prisma	do	jornalismo,	ou	seja,	
dentro	da	área	das	relações	públicas.	Neste	âmbito,	é	preciso	que	ela	se	adeque	ao	
plano	de	comunicação	da	empresa	e	que	possa	atender	a	determinados	objetivos,	
como	o	tipo	de	público	a	que	se	dirige,	o	tipo	de	canal	empregado,	a	modificação	e	
adaptação	do	comportamento	das	pessoas,	a	influência	às	atitudes	e	preferências	
do	público	etc.	
Desta	forma,	é	possível	deixar	mais	clara	sua	diferenciação	em	relação	à	
mensagem	publicitária.	A	publicidade	institucional	irá	sempre	exaltar	os	méritos	
da	empresa,	mas	normalmente	 isso	ocorre	de	uma	forma	artificial.	 	Apesar	de	
não	anunciar	mercadorias	ou	serviços,	a	publicidade	 institucional	 constrói	um	
esforço	visando	a	imagem	e	a	marca	da	instituição,	sem	argumentos	concretos	de	
competição,	mas	com	textos	carregados	de	adjetivos	e	 imagens	que	expressem	
certa	emotividade,	além	de	uma	imagem	de	parcialidade.	Para	Gracioso	(1995),	
uma	campanha	publicitária	 institucional	é	mais	uma	questão	de	substância	do	
que	de	forma.
Já	a	mensagem	 jornalística	da	 instituição	utiliza	 recursos	 estilísticos	do	
jornalismo	clássico,	mas	busca	atender	a	objetivos	das	relações	públicas,	 como	
congregar	e	unificar	o	conjunto	de	atividades	da	empresa	e	criar	um	clima	de	
boa	vontade	entre	diversos	participantes	da	ação	comercial	por	 intermédio	da	
informação	(TORQUATO,	2015).
De	um	certo	modo,	no	conceito	de	comunicação	integrada,	o	jornalismo,	
as	 relações	públicas	 e	 a	publicidade	 irão	buscar	 atender	 a	vários	objetivos	 em	
comum	na	organização,	segundo	Torquato	(2015),	entre	eles:
• Contribuir	para	o	desenvolvimento	de	virtudes	básicas	nos	funcionários.
• Estabelecer,	pela	informação	e	promoção	dos	produtos	e	atividades	da	empresa,	
uma	sincronização	de	iniciativas	e	 interesses	entre	a	empresa	e	seus	agentes	
diretos	e	indiretos	de	produção	e	vendas.
• Ampliar	e	consolidar	uma	consciência	de	qualidade	em	relação	aos	produtos	e	
processos	da	empresa.
• Exercer	uma	função	de	congraçamento	e	relações	humanas	dentro	do	público	
interno.
108
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
• Contribuir	para	a	valorização	cultural	e	humana	dos	funcionários	por	meio	da	
divulgação	de	informações	úteis,	recreações,	ensinamentos	etc.
• Estabelecer	uma	vinculação	efetiva	entre	a	empresa	e	a	família	dos	funcionários	
por	meio	da	divulgação	de	informações	e	ensinamentos.
• Promover	um	maior	relacionamento	entre	empregado	e	empregador.
Podemos	então	dizer	que	a	notícia	institucional,	antes	de	se	transformar	
em	 “notícia”	 dentro	 de	 padrões	 próximos	 aqueles	 aplicados	 pelos	 veículos	
jornalísticos,	 é	um	“fato	 institucional”.	E	 esse	“fato”,	para	 se	 tornar	público,	 é	
submetido	à	filosofia	empresarial	da	organização	e	ao	seu	sistema	de	comunicação.	
Essa	 filosofia	 empresarial	 determinará	 o	 valor	 da	 notícia,	 semelhante	 ao	 que	
funciona	como	“política	editorial”	dos	veículos	jornalísticos.	E	essa	política	editorial	
ou	filosofia	empresarial	também	influenciará	nos	critérios	de	noticiabilidade	que	
guiarão	a	formação	da	pauta	jornalística,	que	veremos	a	seguir.	
3 PAUTA INTERNA E PAUTA EXTERNA NA 
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Ao	 nos	 referirmos	 às	 pautas	 internas	 e	 externas	 de	 uma	 instituição,	 é	
preciso,	de	maneira	resumida,	definir	o	que	é	uma	pauta	e	como	ela	é	elaborada.
A	pauta	tem	a	função	de	um	roteiro	da	matéria	a	ser	escrita	ou	elaborada.	
Mesmo	que	não	haja	um	modelo	único	de	pauta,	deve-se	 incluirnela	 todas	as	
informações	 que	 serão	 apuradas	 e	 até	mesmo	 o	 ponto	 de	 vista	 ou	 o	 enfoque	
que	a	matéria	terá.	Deve	conter	também	a	indicação	das	fontes,	que	podem	ser	
pessoas,	notícias	já	publicadas,	documentos	ou	outras	publicações.	Mesmo	que	a	
pauta	seja	elaborada	para	a	produção	de	uma	matéria	para	um	jornal	interno,	as	
informações	e	contatos	de	todas	as	fontes	devem	estar	presentes.	Uma	estrutura	
interessante	para	a	montagem	de	uma	pauta	pode	incluir:
• Tema: é	o	assunto	que	será	abordado.	Por	exemplo,	a	ampliação	física	de	uma	
filial	da	empresa.
• Sinopse: é	um	resumo	inicial	do	assunto	a	ser	explorado,	com	as	informações	
que	o	jornalista	já	consegue	reunir	antes	de	ir	a	campo	realizar	a	entrevista	e	
apurar	outros	dados.	É	o	que	justifica	a	pauta	e	a	realização	da	matéria.
• Encaminhamento: é	o	que	o	pauteiro/jornalista	quer	que	seja	desenvolvido	no	
trabalho	de	campo	ou	na	matéria	como	um	todo.	Pode	ser	também	o	enfoque	
da	matéria.	Por	exemplo:	verificar	com	o	setor	de	engenharia	os	prazos	da	obra	
e	entrevistar	o	diretor	da	unidade.
• Fontes: pessoas	 que	 serão	 entrevistadas:	 nome,	 cargo,	 endereço	 e	 todos	 os	
meios	possíveis	para	contato.	
• Sugestões de perguntas: anotação	 de ideias	 ou	 tópicos	 que	 devem	 ser	
questionados	junto	a	cada	uma	das	fontes	durante	a	reportagem	ou	entrevista.
• Sugestões de imagens e sonoras:	foto,	vídeo,	áudio,	a	depender	de	cada	meio.
• Anexo (opcional): algum	recorte	de	jornal/revista	ou	texto	da	internet	anexado	
à	pauta.
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL
109
No	modelo	 clássico	 do	 jornalismo,	 uma	 pauta	 é	 elaborada	 seguindo	 a	
determinados	 critérios	 de	 noticiabilidade,	 que	 por	 sua	 vez	 são	 compostos	 de	
algo	chamado	de	valor-notícia.	De	acordo	com	Wolf	 (1992),	os	valores-notícias	
constituem	 exatamente	 o	 valor	 que	 cada	 acontecimento	 possui	 para	 que	 seja	
considerado	significativo	e	relevante	para	o	público	a	fim	de	se	transformar	em	
notícias.
Sem	pretender	nesta	obra	buscar	o	aprofundamento	sobre	a	noticiabilidade	
–	até	porque	essa	é	uma	tarefa	específica	dos	livros	sobre	teorias	do	jornalismo	e	
da	notícia	e/ou	de	manuais	de	jornalismo	–	elencamos	aqui	alguns	dos	critérios	
de	noticiabilidade	mais	conhecidos	no	meio	jornalístico,	baseados	em	publicações	
de	Wolf	(1992)	e	Erbolato	(1978):
• Nível hierárquico dos envolvidos no acontecimento:	 é	 a	 proeminência	 ou	
grau	de	importância	(segundo	o	grau	de	importância	no	quadro	de	valores	do	
público)	das	pessoas	que	serão	citadas	na	notícia.
• Impacto:	é	o	impacto	previsto	que	a	notícia	causará	nas	pessoas.
• Amplitude:	 quanto	 mais	 pessoas	 envolvidas,	 mais	 chama	 a	 atenção	 (se	
o	 acontecimento	 for	 longe)	 ou	 pode	 envolver	 pessoas	 conhecidas	 (se	 o	
acontecimento	for	próximo).
• Relevância:	assuntos	que	são	importantes	para	as	pessoas	ou	o	seu	futuro.
• Frequência:	duração	do	acontecimento	ou	o	 intervalo	entre	as	 repetições	de	
acontecimentos	semelhantes.
• Negatividade:	más	notícias	chamam	mais	a	atenção.
• Inesperado:	 o	 imprevisível	 normalmente	 rompe	 com	 a	 rotina	 do	 público,	
chamando	a	sua	atenção.
• Clareza:	o	que	é	mais	fácil	de	explicar	para	o	público.
• Proximidade:	quanto	mais	próximo	do	público	receptor	da	notícia	maior	será	
o	valor.
• Consequência:	 as	 consequências	 que	 virão	 dos	 desdobramentos	 do	 fato	
noticiado.
• Raridade:	algo	incomum	ou	desconhecido.
• Interesse humano:	uma	história	singular	sobre	uma	pessoa,	por	exemplo.
• Utilidade:	funciona	quase	como	uma	agenda	de	serviços	e	compromissos	para	
o	público	não	esquecer.
Esses	 são	 alguns	 dos	 critérios	 de	 noticiabilidade	 mais	 utilizados	 por	
veículos	 jornalísticos	 e	 que,	 com	 as	 devidas	 adequações,	 também	 podem	 ser	
utilizados	pela	assessoria	de	comunicação	na	elaboração	de	pautas	e	coberturas	
de	notícias	dentro	da	organização.
No	 nível	 hierárquico,	 falar	 sobre	 os	 dirigentes	 da	 empresa	 pode	 até	
chamar	a	atenção,	mas	corre-se	o	risco	de	gerar	pouca	empatia	e	causar	um	certo	
distanciamento	do	público,	diferentemente	de	quando	se	fala	sobre	os	colegas	de	
serviço	(no	caso	de	publicações	internas).
110
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
É	preciso	cautela	com	o	 impacto	que	causará	e	evitar	a	negatividade	em	
publicações	institucionais.	Já	sobre	as	consequências	e	a	relevância,	pode	ser	uma	
boa	oportunidade	de	divulgar	notícias	 sobre	perspectivas	 futuras	para	públicos	
interno	e	externo.
Embora	o	conceito	de	amplitude	seja	importante	para	a	mídia	jornalística,	
nas	publicações	da	empresa,	amplitude	e	proximidade	terão	que	estar	em	sintonia,	
principalmente	 quando	 se	 refere	 ao	 público	 interno.	 Já	 a	 iniciativa	 de	 contar	 a	
história	 de	 um	 funcionário	 da	 empresa,	 como	 sua	 superação	 e	 virtudes	 pode	
enriquecer	o	relacionamento	e	servir	como	motivação	para	outros.
Além	disso,	um	dos	critérios	mais	utilizados	nas	publicações	institucionais	
é	a	utilidade,	pois	o	público	já	parte	de	uma	predisposição	de	tomar	conhecimento	
sobre	serviços	e	avisos	que	objetivamente	fará	proveito	em	sua	jornada.
Considerando	 as	 orientações	 de	 Torquato	 (2015),	 a	 notícia	 empresarial	
abrange	alguns	conteúdos	como:	aperfeiçoamento	dos	contatos	entre	a	empresa	
e	 seus	 diferentes	 públicos;	 questões	 financeiras	 que	 dizem	 respeito	 à	 empresa	
ou	 seu	 segmento;	 informação	 sobre	 questões	 associativas	 do	 ramo	da	 empresa;	
informações	 sobre	os	produtos	que	vende;	 informações	 sobre	as	 relações	 com	a	
comunidade,	poderes	públicos	e	imprensa;	notícias	sobre	participação	em	eventos,	
como	feiras	e	exposições;	informações	sobre	a	participação	da	empresa	no	ambiente	
cultural	e	universitário;	materiais	para	criar	um	clima	social	interno	favorável,	com	
explicações	sobre	decisões	da	empresa.
De	 acordo	 com	 Torquato	 (2015),	 os	 canais	 do	 jornalismo	 empresarial	
dirigem-se	 basicamente	 a	 dois	 tipos	 de	 público:	 o	 interno	 e	 o	 externo.	O	 autor	
entende	 que	 o	 público	 interno	 é	 o	 grupo	 que	 está	 mais	 próximo	 à	 empresa,	
portanto,	seu	comportamento	no	ambiente	desempenha	um	papel	decisivo	em	sua	
vida,	pois	qualquer	mensagem	que	diga	 respeito	ao	 seu	 trabalho	 influencia	 seu	
comportamento.
Para	Cerantola	(2016,	p.	212),	“a	comunicação	interna	pode	ser	compreendida	
como	todo	o	conjunto	de	esforços	voltado	a	fluxos,	redes	formal	e	informal,	canais	
e	ferramentas	de	comunicação,	que	estabelecem	as	interações	entre	a	organização	
e	seus	empregados”.	Ferramentas	da	comunicação	institucional	e	da	comunicação	
mercadológica	são	utilizadas	muitas	vezes	na	organização	da	comunicação	interna.	
De	 acordo	 com	 o	 autor,	 esse	 é	 um	 expediente	 que	 vem	 ganhando	muita	 força	
principalmente	nos	últimos	20	anos,	tanto	para	o	desenvolvimento	de	uma	cultura	
organizacional	quanto	para	a	construção	de	uma	identidade	corporativa.
A	publicação	interna	é	o	único	veículo	de	comunicação	que	traz	mensagens	
cujas	fontes	podem	ser	os	próprios	funcionários.	“Mostrando	ao	funcionário	que	o	
veículo	interno	é	a	única	publicação	que	exalta	o	seu	trabalho,	que	fornece	notícias	
suas,	sobre	sua	família,	seus	amigos,	a	empresa	estará	conquistando	sua	simpatia	e	
confiança.	[...]	Identificando-se	com	o	veículo,	há	de	se	identificar	com	a	empresa”	
(TORQUATO,	 2015,	 p.	 162).	Alguns	 exemplos	 de	matérias	 para	 a	 comunicação	
interna,	segundo	o	autor:
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL
111
• Matérias institucionais:	 normas,	 regulamentos,	 portarias,	 avisos,	 produtos,	
serviços,	projetos	de	expansão,	recordes	de	produção	etc.
• Matérias de motivação:	planos	assistenciais,	benefícios,	promoções,	concursos,	
prêmios,	planos	de	sugestões.
• Matérias de orientação profissional:	 segurança,	 higiene,	 saúde,	 conselhos	
úteis,	programas	de	treinamento.
• Matérias educativas:	história,	geografia,	conhecimentos	gerais.
• Matérias associativas:	 esportes,	 festas,	 concursos,	 bailes,	 casamentos,	
nascimentos,	falecimentos.
• Interesse feminino:	culinária,conselhos	de	beleza,	moda.
• Entretenimento:	cruzadas,	quadrinhos,	curiosidades,	adivinhações,	testes.
• Matérias operacionais:	processos	de	fabricação,	inovações	técnicas.
• Família do funcionário:	matérias	de	interesse	feminino,	concursos	infantis	etc.	
(TORQUATO,	2015)
Como	 já	 abordado	 no	 Tópico	 2	 desta	 unidade,	 a	 comunicação	 com	 as	
equipes	de	trabalho	é	parte	integrante	da	comunicação	corporativa.	É	importante	
também	ter	um	diagnóstico	amplo	das	situações	 internas	para	que	possam	ser	
iniciados	trabalhos	de	formação	de	grupos,	formação	da	opinião	pública,	formação	
de	 lideranças	 informais,	 administração	 de	 rede	 de	 boatos,	 administração	 de	
ruídos	originados	pela	comunicação	formal	etc.	
Além	da	já	conhecida	dimensão	humana	da	comunicação	interna,	como	o	
engajamento	da	equipe	através	das	trocas	e	interações	entre	as	pessoas,	Cerantola	
(2016)	destaca	a	dimensão	econômica,	já	que	o	impacto	favorável	de	uma	efetiva	
comunicação	para	o	público	interno	pode	auxiliar	o	clima	organizacional,	como	
redução	da	rotatividade	da	mão	de	obra,	retenção	de	talentos	profissionais	e	a	
capacidade	de	mudança	e	de	inovação,	entre	outros.
Entretanto,	com	a	chegada	de	novas	mídias	e	a	possibilidade	de	aceleração	
do	tempo	nas	 formas	de	 interação	e	relacionamento,	a	comunicação	 interna	se	
vê	 diante	 de	 diversas	 oportunidades,	mas	 também	 de	 novos	 desafios	 em	 um	
ambiente	 dotado	 de	 maior	 complexidade	 nas	 relações	 entre	 funcionários	 e	
funcionários	e	 chefias.	Com	perfis	diferenciados	assumidos	pelos	profissionais	
nas	 várias	 comunidades	 virtuais,	 há	 uma	 capacidade	maior	 de	 influência	 por	
parte	de	alguns	 líderes.	Estes	passam	a	ter	papéis	mais	relevantes	no	processo	
de	 comunicação,	 como	 gerenciamento	 de	 conflitos,	 incentivo	 à	 mudança	 de	
mentalidade	dos	funcionários	no	ambiente	organizacional,	maior	compreensão	e	
participação,	enfim,	um	conjunto	de	ações,	atitudes	e	estratégias	que	reposicionam	
e	fortalecem	a	comunicação	interna	(CERANTOLA,	2016).
Quanto	às	publicações	externas,	Torquato	(2015)	vê	como	uma	pretensão	
da	empresa	em	melhorar	suas	relações	comerciais	com	clientes	reais	ou	potenciais	
e	 ainda	 projetar	 uma	 imagem	 perante	 o	 ambiente	 externo.	 O	 autor	 vê	 certa	
dificuldade	para	o	 jornalismo	operar	neste	 tipo	de	publicação,	 justamente	por	
ter	de	se	dirigir	muitas	vezes	a	categorias	de	públicos	diferentes.	A	notícia	nas	
112
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
publicações	externas	surge	na	forma	de	matérias	de	política	institucional,	matérias	
operacionais,	 matérias	 sobre	 vendas,	 orientação	 a	 revendedores,	 motivação,	
interesse	geral,	materiais	de	entretenimento	etc.
O	 foco	da	 comunicação	 externa	 acaba	 sendo	a	opinião	pública.	Dentro	
do	 amplo	 espectro	 da	 opinião	 pública	 está	 o	 posicionamento	 do	 consumidor	
(TORQUATO,	 2010).	 Neste	 sentido,	 é	 importante	 que	 o	 comunicador	 possa	
compreender	 os	 mecanismos	 que	 explicam	 a	 lógica	 do	 consumo,	 já	 que	 o	
consumidor	recebe	influência	direta	dos	processos	sociais,	econômicos,	culturais	
e	políticos.
Quanto	 aos	 serviços	 de	 comunicação	 externa	 desenvolvidos	 pela	
assessoria	de	imprensa	das	organizações,	é	comum	que	sejam	selecionadas	fontes	
de	 informação	 para	 se	 relacionar	 com	 os	 veículos	 de	 comunicação.	 Em	 uma	
empresa	privada,	na	maioria	dos	casos,	é	o	corpo	diretivo	ou	gerentes	de	área	que	
são	selecionados	como	fontes	para	conceder	entrevistas.	Em	uma	universidade,	
por	exemplo,	professores	se	posicionam	como	especialistas	de	cada	área.	Já	em	
um	órgão	público,	é	comum	que	o	número	de	fontes	seja	mais	amplo,	mas	para	
assuntos	mais	delicados	ou	para	momentos	de	crise	é	comum	a	figura	do	porta-
voz,	que	veremos	no	subtópico	seguinte.
4 COMUNICAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Quando	nos	referimos	à	comunicação	na	administração	pública,	partimos	
do	 pressuposto	 de	 que	 há	 diferenciais	 relevantes	 entre	 métodos	 e	 formas	 de	
aplicação	 do	 jornalismo,	 da	 publicidade	 e	 das	 relações	 públicas	 nos	 órgãos	
públicos	 em	 relação	 ao	 que	 é	 planejado	 e	 exercido	 nas	 empresas	 privadas.	
Um	ponto	de	partida	é	o	que	está	previsto	na	Constituição	Federal	de	1988	no	
caput do	artigo	37	quando	orienta	e	adverte:	“a	administração	pública	direta	e	
indireta	de	qualquer	dos	Poderes	da	União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	
Municípios	obedecerá	aos	princípios	de	legalidade,	impessoalidade,	moralidade,	
publicidade	e	eficiência	[...]”	(BRASIL,	1988,	grifo	nosso).
Ao	 se	 referir	 ao	 princípio	 da	 impessoalidade,	 compreende-se	 que	 as	
mensagens	de	comunicação	dos	três	poderes	em	todas	as	suas	esferas	(federal,	
estadual,	municipal)	não	podem,	de	maneira	alguma,	buscar	a	promoção	pessoal	
de	 agentes	 públicos,	 sejam	 eles	 governantes,	 legisladores,	 magistrados	 ou	
servidores	públicos	comuns.	As	peças	publicitárias,	os	eventos	que	promovam	o	
relacionamento	com	a	sociedade	e	as	notícias	produzidas	pelos	responsáveis	dos	
setores	de	comunicação	dos	órgãos	públicos	devem	obrigatoriamente	informar,	
conscientizar,	orientar,	promover	os	bens	e	espaços	públicos,	a	cidadania	e,	acima	
de	tudo,	o	interesse	público.
Ao	 fazer	 referência	 ao	 princípio	 da	 publicidade,	 entramos	 no	 conceito	
de	 transparência	 pública,	 de	 prestação	 de	 contas	 e	 na	 conjunção	 do	 dever	 da	
instituição	pública	de	informar	e	no	direito	do	cidadão	a	ser	informado.
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL
113
No	 entanto,	 a	 crise	 global	 em	 que	 a	 sociedade	 política	 vive	 na	
contemporaneidade	 traz	 à	 luz	 alguns	 reexames	 nas	 estratégias	 de	 criação	 e	
consolidação	da	imagem	que	cada	esfera	do	poder	tem	a	desenvolver.	
No	 caso	 do	 poder	 Executivo,	 Torquato	 (2010)	 lembra	 que	 a	 imagem	
deste	 poder	 normalmente	 está	 associada	 à	 imagem	 de	 seu	 chefe	 (Presidente,	
Governador,	Prefeito).	Seria	este	o	poder	que	mais	está	associado	a	alguns	pontos	
de	polêmica,	como	a	precariedade	dos	serviços	públicos,	a	lentidão,	a	burocracia,	
às	brigas	políticas	 internas	e	externas	e	a	outros	problemas	que	compõem	um	
conjunto	 de	 distorções	 que	 afetam	 diretamente	 a	 imagem	 da	 administração	
pública	e	de	seus	governantes.
No	quadro	a	seguir,	é	possível	observar	alguns	conceitos	que	são	atribuídos	
pela	opinião	pública	ao	poder	Executivo:
QUADRO 2 – A ASSOCIAÇÃO DA IMAGEM DO PODER EXECUTIVO COM A IMAGEM DO 
GOVERNANTE
Atuante
X
Inoperante
Imperial/autoritário Democrático/participativo
Centralizador Descentralizador
Competente/preparado Despreparado
Equipe eficaz Equipe ineficaz
Enérgico Fraco
Ágil Lerdo
Ação Discurso
FONTE: Adaptado de Torquato (2010)
Já	no	caso	do	poder	Legislativo,	não	ocorre	o	mesmo	problema	de	associação	
da	 imagem	do	poder	necessariamente	 com	seu	chefe,	mas	 com	a	 imagem	dos	
políticos	em	geral,	ou	pelo	menos	com	a	de	alguns	políticos,	segundo	Torquato	
(2010).	Para	o	autor,	uma	forte	crítica	que	se	abate	sobre	o	poder	Legislativo	se	
refere	a	sua	pequena	produção,	muitas	vezes	por	erro	de	avaliação,	especialmente	
por	parte	da	mídia.
Algumas	das	percepções	do	público	sobre	o	poder	Legislativo	podem	ser	
observadas	no	quadro	a	seguir:
QUADRO 3 – IMAGEM DO PODER LEGISLATIVO E DOS LEGISLADORES
Coletividade
X
Individualismo/
egocentrismo
Presente Ausente
Visão nacional Visão regional
 
114
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Trabalha muito
X
Trabalha pouco
Integrado à sociedade Não integrado
Digno Corrupto
Legisla em favor da 
coletividade Legisla em causa própria
FONTE: Adaptado de Torquato (2010)
Sobre	 o	 Judiciário,	 Torquato	 (2010)	 observa	 que	 este	 poder	 está	 mais	
próximo	da	população	no	Brasil,	mas	abriga	o	conceito	de	poder	fechado,	intocável,	
onipotente.	 Algumas	 críticas,	 como	 a	 suntuosidade	 das	 instalações	 e	 regalias	
de	determinados	juízes,	também	são	lembradas	pela	mídia,	segundo	o	autor.	O	
quadro	a	seguir	retrata	algumas	das	percepções	públicas	sobre	o	poder	Judiciário:QUADRO 4 – IMAGEM DO PODER JUDICIÁRIO PELA OPINIÃO PÚBLICA
Aberto
X
Fechado
Ágil Lento
Despojado Mordômico
Incorruptível Corruptível
Imparcial Parcial
Pacato Regalias
Preparado Despreparado
A favor dos mais fracos A favor dos mais fortes
FONTE: Adaptado de Torquato (2010)
Torquato	(2010)	entende	que	no	caso	da	comunicação	na	administração	
pública,	a	partir	da	leitura	dos	três	poderes,	normalmente	o	detalhe	acoberta	a	
essência,	como	o	comportamento	de	um	parlamentar	ou	de	um	assessor	acaba	
canibalizando	o	conceito	institucional.	A	imagem	negativa	atribuída	à	sociedade	
política	e	aos	políticos	em	geral	recai	muito	mais	sobre	os	poderes	executivo	e	
legislativo.	Já	no	caso	do	judiciário,	é	a	imagem	da	Justiça	através	de	suas	decisões	
nos	julgamentos	que	são	levados	a	público	de	forma	negativa.
Para	Torquato	(2010,	p.	128-129,	grifo	nosso),	o	fato	deve	ser	a	notícia.	Já	
o	agente	deve	ser	um	elemento	reforçador,	garantindo	assim	mais	credibilidade	
e	respeitabilidade.	O	autor	apresenta	um	roteiro	com	dez	funções	para	planejar	a	
comunicação	na	administração	pública:
• A comunicação como forma de integração interna – diapasão – Função:	
ajustamento	organizacional.	Os	ambientes	internos,	alimentados	por	eficientes	
fontes	de	comunicação,	motivam-se	e	 integram-se	ao	espírito	organizacional,	
contribuindo	de	forma	mais	eficaz	para	a	consecução	das	metas.
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL
115
• A comunicação como forma de expressão de identidade – tuba de ressonância 
–	 Função:	 imagem	e	 credibilidade.	O	poder	 executivo	 sofre	 constantemente	
da	desintegração	das	estruturas	e	equipes,	o	que	acaba	gerando	dissonância	
na	 comunicação.	 E	 dissonância	 fragmenta	 a	 identidade	 governamental.	 A	
comunicação	 integrada	e	comandada	por	um	polo	central	 tem	condições	de	
equacionar	esse	problema.
•	O	poder	legislativo	carece	de	um	planejamento	de	comunicação	externa	voltado	
para	traduzir	todas	as	suas	funções	e	atividades.	O	poder	judiciário	carece	de	
mais	intensificação	da	comunicação	externa.
• A comunicação como base de lançamento de valores –	Função:	expressão	de	
cultura.	O	sistema	de	comunicação	é	fonte	de	irradiação	de	valores.	Os	valores	
devem	estar	centrados	no	interesse	e	no	papel	da	instituição,	não	nos	interesses	
do	dirigente.
• A comunicação como base de cidadania – Função:	 direito	 à	 informação.	A	
comunicação	deve	ser	entendida	como	um	dever	da	administração	pública	e	
um	direito	dos	usuários	e	consumidores	de	serviços.	Sonegar	tal	dever	e	negar	
esse	direito	é	um	grave	erro	das	entidades	públicas.
• A comunicação como função orientadora do discurso dos dirigentes – Função:	
assessoria	estratégia.	Essa	é	uma	das	mais	relevantes	funções	da	comunicação.	
Exige	dos	comunicadores	boa	bagagem	conceitual	e	cultural	para	a	orientação	
das	cúpulas	dirigentes.
• A comunicação como forma de mapeamento dos interesses sociais – Função:	
pesquisa.	 Há	 de	 se	 considerar	 a	 prospecção	 ambiental	 como	 ferramenta	
importante	do	planejamento	estratégico	da	comunicação.
• A comunicação como forma de orientação aos cidadãos –	Função:	educativa.	A	
comunicação	assume	o	papel	de	fonte	de	educação,	pela	transmissão	de	valores,	
ideias	 e	 cargas	 informativas	 que	 sedimentarão	 a	 bagagem	de	 conhecimento	
dos	receptores.
• A comunicação como forma de democratização do poder –	Função:	política.	
Compartilhar	 as	 mensagens	 é	 democratizar	 o	 poder,	 pois	 a	 comunicação	
exerce	um	poder.	A	repartição	de	poderes	ocorre	quando	as	informações	são	
repartidas	por	todos	os	ambientes	e	categorias	de	público.
• A comunicação como forma de integração social – Função:	social.	Quem	dispõe	
das	mesmas	 informações	pode	entender	melhor	 seus	 semelhantes,	dialogar,	
colocar-se	no	lugar	do	interlocutor.	Por	isso,	a	comunicação	pode	usar	o	dom	
de	integrar	os	grupos	pelo	elo	informativo,	integrando	as	comunidades.
• A comunicação como instrumento a serviço da verdade –	Função:	ética.	Não	
se	deve	 transigir.	A	verdade	deve	ser	a	 fonte	de	 inspiração	da	comunicação	
pública.	Mentiras	e	falsas	versões	normalmente	acabam	sendo	desmascaradas.	
A	comunicação	precisa	servir	ao	ideário	da	ética,	valor	básico	dos	cidadãos.
Para	a	execução	de	um	bom	plano	de	comunicação	para	a	administração	
pública	 é	 preciso	 se	 guiar	 pelos	 fluxos	 das	 redes	 de	 comunicação	 vistos	 no	
subtópico	 anterior:	 fluxos	 descendente,	 ascendente	 e	 lateral.	 A	 orientação	 de	
Torquato	 (2010)	 é	 de	 que	 seja	 valorizado	o	fluxo	 ascendente,	 para	 sedimentar	
uma	cultura	participativa	no	processo	decisório.	Também	é	importante	fortalecer	
os	canais	de	comunicação	lateral,	solidificando	o	relacionamento	entre	os	setores.	
116
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
O	autor	ainda	orienta	para	que	se	evite	a	massificação	de	informações	pelo	fluxo	
descendente,	buscando	produzir	canais,	mensagens	e	segmentos-alvo.	A	estrutura	
de	comunicação	do	órgão	público	deve	conter	as	seguintes	áreas	e	sugestão	de	
atividades:
Imprensa (jornalismo)
• Balanço	periódico	(trimestral)	do	governo;	opção	de	entrevista	coletiva	ou	de	
materiais	nas	mídias	sociais.
• Entrevistas	especiais	do	governante	sobre	um	tema	da	região,	do	estado	ou	da	
conjuntura	política	nacional.
• Artigos	especiais	em	 jornais	e	portais	de	notícias	 sobre	assunto	de	natureza	
político-administrativa.
• Encontros	informais	com	jornalistas:	café	da	manhã,	confraternizações	etc.
• Respostas	 às	 cartas	 de	 leitores	 nos	 jornais	 e	 manifestações	 do	 público	 nas	
mídias	sociais.
• Monitoramento	de	programas	de	rádio,	TV	e	portais	de	notícias	na	web,	dando	
resposta	imediata	às	críticas	ou	dúvidas	de	cidadãos	e	apresentadores.
• Clipagem de	matérias	de	veículos	impressos	e	on-line	a	respeito	daquele	órgão	
público.
• Envio	 de	 relatório	 da	 clipagem	 e	 do	 monitoramento	 para	 o	 governante	 e	
colegiado.
• Produção	de	programas	jornalísticos	para	rádio,	TV	e	web.
• Releases	 periódicos	 via	 e-mail	 e	 grupos	 em	 aplicativos	 de	 mensagens	
instantâneas.
• Releases	eletrônicos	para	rádio	e	TV.
• Contato	com	colunistas	de	vários	jornais	e	portais	de	notícias	a	fim	de	divulgar	
atos	mais	específicos.
• Banco	de	dados	com	informações	de	todas	as	áreas	do	governo.
• Coordenação	 das	 atividades	 dos	 assessores	 de	 imprensa	 de	 secretarias	 e	
autarquias.
• Divulgar	 informações	 e	 opiniões	 de	 interesse	 do	 órgão	 para	 os	 meios	 de	
comunicação	internos	e	externos.
• Assessoria	à	direção,	com	análises,	sugestões	e	ideias	com	base	nas	matérias	
da	atualidade.
• Informes	oficiais	e	comunicados.
Publicidade e Propaganda
• Contato	com	agências	de	propaganda	que	atendem	o	governo.
• Transmissão	de	briefings	do	governo	e	de	áreas	específicas.
• Planejar	e	coordenar	campanhas	publicitárias	mercadológicas	e	institucionais.
• Acompanhamento	de	 campanhas,	 corrigindo	 roteiros,	 controlando	prazos	 e	
materiais.
• Receber	e	encaminhar	orçamentos	e	acompanhar	planejamento	de	mídia.
• Criar	materiais	próprios	de	secretarias	e	governo	como	um	todo.
• Coordenar	e	desenvolver	os	programas	de	identidade	visual.
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL
117
Relações Públicas
• Organizar	inaugurações	de	obras,	lançamentos	e	outros	eventos	governamentais,
• Mobilizar	atores	da	gestão	pública	e	da	comunidade	para	cerimônias.
• Auxiliar	 na	 organização	 de	 entrevistas	 coletivas	 e	 outros	 encontros	 com	 a	
imprensa.
• Planejar	e	coordenar	atividades	de	integração	interna.
• Realizar	pesquisas	de	clima	organizacional.
Editoração:
• Planejar	e	coordenar	a	produção	de	materiais	impressos	e	audiovisuais.
• Produzir	e	editar	jornal	institucional	e	newsletter.
Mídias sociais:
• Monitorar,	em	conjunto	com	o	setor	de	imprensa,	as	publicações	nas	mídias	
sociais	na	web.
• Planejar	 e	 executar	 a	 publicação	 de	 informações,	 anúncios	 e	 atividades	 de	
entretenimento	nas	redes	sociais.
• Adaptar	 e	 produzir	 materiais	 em	 vídeo,	 texto	 e	 áudio	 específicos	 para	 a	
web,	 dentro	 de	 padrões	 que	 garantamengajamento	 e	 propagabilidade	 dos	
conteúdos.
• Análise	de	métrica	das	ações	na	web.
Além	das	áreas	específicas	da	comunicação	em	uma	entidade	ou	órgão	
público,	 é	 comum	 nas	 estruturas	maiores	 a	 existência	 da	 figura	 do	 porta-voz	
oficial.	O	porta-voz	fala	em	nome	da	autoridade	maior	na	estrutura	(presidente,	
governador,	prefeito,	presidente	do	legislativo	ou	do	judiciário).	É	mais	comum	
que	se	utilize	do	porta-voz	em	momentos	de	crise,	ou	quando	se	deseja	preservar	a	
imagem	da	autoridade	ou	quando	há	a	divulgação	de	uma	ação	que	reúne	setores	
diferentes	da	administração	pública,	 cabendo	ao	porta-voz	a	 centralização	das	
informações	a	serem	comunicadas	à	imprensa.
Por	fim,	é	importante	ainda	esclarecer	algumas	diferenças	principalmente	
entre	ações	e	atividades	na	comunicação	na	administração	pública.	Uma	pessoa	
leiga	muitas	vezes	pode	confundir	uma	notícia	com	um	anúncio	publicitário	em	
um	órgão	público.	A	notícia	produzida	pelos	jornalistas	da	equipe	é	normalmente	
remetida	 aos	 veículos	 de	 comunicação	 externos,	 ficando	 a	 cargo	 de	 cada	 um	
deles	a	decisão	se	publicará	a	informação	ou	não,	além	da	maneira	como	utilizará	
aquele	 conteúdo	 produzido	 como	 informação.	 Isto	 quer	 dizer	 que	 opiniões,	
análises	e	previsões	são	comuns	na	produção	jornalística	interna,	já	que	caberá	
ao	 jornalista	 do	 veículo	 de	 comunicação	 buscar	 mais	 dados	 e	 complementos	
a	 respeito	 do	 tema.	No	 caso	 de	 anúncios	 e	materiais	 custeados	 com	 recursos	
públicos,	é	importante	que	o	conteúdo	se	atenha	estritamente	ao	fato,	mesmo	que	
utilize	recursos	persuasivos	comuns	da	publicidade	e	da	propaganda.
118
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
O material jornalístico enviado para os veículos de comunicação, a priori, não é 
matéria paga. Portanto, é apenas sugestão de pauta para os jornalistas. Já para os anúncios 
publicitários pagos com recursos públicos, é preciso cautela e atenção com a seleção das 
informações, já que todo o conteúdo veiculado será de responsabilidade do órgão público 
anunciante.
ATENCAO
Uma	 outra	 diferenciação,	 é	 o	 tipo	 de	 campanha	 publicitária	 que	
normalmente	 é	 realizada	por	um	órgão	público.	Há	aqui	que	 se	 compreender	
as	diferenças	básicas	entre	o	que	é	uma	campanha	realizada	por	um	governo	e	o	
que	é	uma	campanha	realizada	por	um	partido	político,	jamais	podendo	haver	
confusão	ou	mistura	de	interesses	entre	elas.	Exemplos:
• Campanha Social:	busca	o	apelo	da	população	para	que	apoie	determinada	
ideia/iniciativa	 para	 resolver	 um	 problema	 de	 ordem	 social.	 Exemplo:	
campanha	para	doação	de	alimentos.
• Campanha Educativa:	 busca	 convencer	 a	 população	 a	 adotar	 determinados	
comportamentos	 para	 o	 melhor	 convívio	 social.	 Exemplo:	 campanha	 para	
segurança	no	trânsito	(ver	Figura	5).
• Campanha Governamental:	 divulga	 ações	 do	 governo,	 prestando	 contas	
ao	 cidadão/contribuinte	 sobre	 os	 investimentos	 em	diversas	 áreas.	 Também	
divulga	ações,	eventos	e	programas	realizados	pelo	poder	público.
• Campanha Político-partidária:	deve	divulgar	mensagens	aos	filiados	sobre	a	
execução	do	programa	partidário,	além	de	expor	a	posição	da	legenda	a	temas	
sociais.
• Campanha Eleitoral:	 período	 concentrado	 de	 divulgação	 de	 mensagens	
buscando	o	voto	do	eleitor.
FIGURA 5 – EXEMPLO DE UMA CAMPANHA PUBLICITÁRIA EDUCATIVA
FONTE: . Acesso em: 7 abr. 2020.
TÓPICO 3 —A NOTÍCIA INSTITUCIONAL
119
Como	 estamos	 falando	 de	 produção	 de	 notícias	 por	 assessorias	 de	
imprensa	e	comunicação	na	administração	pública,	reproduzimos	abaixo	parte	
do	 artigo	do	 jornalista	 Fausto	 Salvadori,	 publicado	no	 site	Observatório	da	
Imprensa	na	edição	995	em	10	de	julho	de	2018,	que	aponta	os	órgãos	públicos	
como	a	área	mais	cobiçada	pelas	agências	de	comunicação.	Você	pode	ler	o	
artigo	na	íntegra	acessando	o	link	no	final	do	texto.
O filé dos órgãos públicos (do artigo Comunicação pública, lógica privada)
A	figura	dos	assessores	de	imprensa	mudou	bastante	no	Brasil	desde	
a	 última	 década.	Quando	 surgiram,	 nos	 anos	 1970	 e	 1980,	 eram	 jornalistas	
egressos	 das	 redações	 contratados	 por	 empresas	 e	 outras	 instituições	 para	
cuidar	 da	 relação	 com	 a	mídia.	 Embora	 o	 trabalho	 fosse	 diferente,	 muitos	
continuavam	a	se	ver	como	jornalistas	–	e	são	reconhecidos	assim	pelo	sindicato	
da	categoria.	Desde	a	virada	do	milênio,	contudo,	as	empresas	de	assessoria	de	
imprensa	deram	lugar	às	agências	de	comunicação,	que	seguem	um	modelo	
mais	parecido	com	o	 trabalho	de	public relations	 existente	em	outros	países,	
em	que	a	ponte	com	os	veículos	de	mídia	é	apenas	um	dos	itens	de	um	vasto	
cardápio	de	serviços	oferecidos.
Um	 levantamento	 feito	 pela	 Abracom	 (Associação	 Brasileira	 das	
Agências	de	Comunicação)	listou	um	portfólio	de	65	produtos	e	serviços	que	
são	vendidos	pelas	empresas	do	setor,	que	incluem	itens	como	comunicação	
interna,	 produção	 de	 conteúdo	 para	 redes	 sociais,	 relacionamento	 com	
comunidades,	investidores	e	órgãos	de	governo	ou	treinamento	de	executivos	
para	 falarem	 em	 coletivas	 de	 imprensa	 ou	 mesmo	 em	 reuniões	 com	 seus	
pares.	 “As	 empresas	perceberam	que	 todo	o	possível	público	 com	quem	se	
relacionam	precisa	 ser	 atingido.	A	 imprensa	não	 chega	 a	 todos	os	públicos	
e,	hoje,	com	a	pulverização	dos	meios,	chega	a	menos	ainda”,	explica	Carlos	
Henrique	Carvalho,	presidente	executivo	da	Abracom	[...]
O	setor	reúne	atualmente	1.500	empresas,	conforme	dados	do Anuário 
de comunicação corporativa 2018,	elaborado	pela	Mega	Brasil	–	há	dez	anos	eram	
400.	 Juntas,	 faturam	cerca	de	R$	2,5	bilhões	 e	 empregam	16	mil	pessoas.	O	
segmento	movimenta	mais	dinheiro	no	Brasil	do	que	a	indústria	de	brinquedos,	
de	sorvetes,	games	ou	de	celulose,	como	ressalta	a	Abracom	em	um	de	seus	
materiais.
Um	filé	 cobiçado	desse	mercado	 são	 justamente	 as	 contas	das	 áreas	
públicas.	“Uma	boa	conta	pública,	de	um	grande	ministério	ou	de	um	governo	
estadual,	 equivale	 a	 três	 ou	 quatro	 bons	 clientes	 privados”,	 compara	 o	
presidente	da	Abracom.	A	entrada	das	agências	de	comunicação	nas	licitações	
públicas,	 contudo,	 é	 uma	 história	 nova,	 iniciada	 em	 meados	 da	 década	
passada.	Até	então,	lembra	Carvalho,	a	comunicação	dos	governos	era	quase	
toda	baseada	em	publicidade	e	marketing,	“Achavam	que	bastava	colocar	uma	
propaganda	no	horário	nobre	do	Jornal Nacional	e	estava	resolvido	o	problema	
120
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
de	 comunicação”,	 e	 era	 costume	 o	 Estado	 fazer	 contratos	 com	 agências	 de	
publicidade	que,	por	sua	vez,	subcontratavam	outros	serviços,	inclusive	os	de	
assessoria	de	imprensa.	[...]
Na	área	pública,	a	comunicação	pode	ficar	a	cargo	tanto	de	servidores	
de	carreira,	aprovados	em	concurso,	como	de	funcionários	comissionados	em	
cargos	de	confiança	–	e	é	cada	vez	mais	comum	ver	gestores	preenchendo	esses	
cargos	com	profissionais	oriundos	das	agências	de	comunicação.	A	partir	de	
2006,	o	Estado	também	recorre	aos	serviços	 terceirizados	das	agências,	algo	
que	 o	 especialista	 Jorge	 Duarte	 vê	 com	 bons	 olhos,	 já	 que	 essas	 empresas	
têm	“a	capacidade	de	fornecimento	de	uma	grande	diversidade	de	soluções	
de	comunicação	que,	muitas	vezes,	a	estrutura	disponível	na	administração	
pública	não	 tem	capacidade	de	dar	na	qualidade	ou	no	 tempo	necessário”.	
O	 problema	 aparece,	 segundo	 Duarte,	 quando	 as	 agências	 assumem	 um	
papel	maior	do	que	deveriam,	desempenhando	funções	como	a	definição	de	
estratégias	 e	 elaboração	 do	 planejamento	 –	 que	 deveriam	 vir	 dos	 próprios	
órgãos	 públicos,	 não	 de	 empresas	 privadas.	 “Não	 pode	 existir	 o	 risco,	 por	
exemplo,	de	uma	agência	definir	o	que	é	prioridade	para	uma	organização,	
o	 que	 deve	 ser	 feito,	 os	 serviços	 prioritários,	 e	 ela	 mesmo	 entregar	 esses	
produtos”,	 diz.	 O	modelo	 ideal,	 segundo	Duarte,	 é	 deixar	 profissionais	 de	
carreira	gerenciandoos	contratos	dessas	empresas,	para	garantir	que	forneçam	
serviços	complementares	aos	que	já	são	feitos	pelos	concursados.
FONTE: SALVADORI, F. Comunicação pública, lógica privada. 2018. Disponível em: http://
observatoriodaimprensa.com.br/dilemas-contemporaneos/comunicacao-publica-logica-pri-
vada/. Acesso em: 23 jan. 2020.
121
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 	Na	comparação	entre	a	notícia	de	veículos	jornalísticos	e	a	notícia	institucional	
quanto	à	periodicidade:	ambas	as	notícias	tem	intervalos	sucessivos	e	regulares	
nas	publicações.
•	 Na	 comparação	 quanto	 à	 universalidade,	 nos	 veículos	 jornalísticos:	 há	
informações	sobre	várias	áreas	de	 interesse	social	ou	do	segmento,	assuntos	
que	interessam	ao	maior	número	de	pessoas,	assuntos	de	interesse	humano,	
questionamentos	 sobre	 responsabilidades,	 integridade	 ou	 normas	 das	
empresas,	veracidade;	na	notícia	instituciotnal:	informações	sobre	várias	áreas	
de	 interesse	da	 instituição,	 informações	de	 interesse	de	públicos	 específicos	
internos	 e	 externos	 da	 instituição,	 interesses	 corporativos	 –	 são	 evitadas	
notícias	que	gerem	dúvidas	sobre	a	empresa,	mas	com	zelo	pela	política	de	
transparência.
•	 Na	comparação	quanto	à	atualidade,	nos	veículos	jornalísticos:	o	fato	é	o	mais	
recente	 possível	 da	 publicação;	 na	 notícia	 institucional:	 os	 fatos	 podem	 ser	
agrupados	e	contemplar	assuntos	de	meses	passados	e	meses	futuros.
•	 Na	 comparação	 quanto	 à	 difusão,	 nos	 veículos	 jornalísticos:	 difunde	
informações	 ao	 seu	 público	 com	 amplitude	 geográfica	 e	 populacional;	 na	
notícia	institucional:	difunde	informações	ao	seu	público	com	restrição	às	áreas	
e	aos	públicos	de	interesse.
•	 As	publicações internas	 são	os	únicos	veículos	de	comunicação	que	 trazem	
mensagens	cujas	fontes	podem	ser	os	próprios	funcionários.
•	 As	publicações externas	buscam	melhorar	as	relações	comerciais	da	empresa	
com	 clientes	 reais	 ou	 potenciais	 e	 ainda	 projetar	 uma	 imagem	 perante	 o	
ambiente	externo.
•	 O	 roteiro	 com	 dez	 funções	 para	 planejar	 a	 comunicação	 na	 administração	
pública,	de	acordo	com	Torquato	(2010),	contempla:
 ○ A	comunicação	como	forma	de	integração	interna.
 ○ A	comunicação	como	forma	de	expressão	de	identidade.
 ○ A	comunicação	como	base	de	lançamento	de	valores.
 ○ A	comunicação	como	base	de	cidadania.
 ○ A	comunicação	como	função	orientadora	do	discurso	dos	dirigentes.
 ○ A	comunicação	como	forma	de	mapeamento	dos	interesses	sociais.
 ○ A	comunicação	como	forma	de	orientação	aos	cidadãos.
122
 ○ A	comunicação	como	forma	de	democratização	do	poder.
 ○ A	comunicação	como	forma	de	integração	social.
 ○ A	comunicação	como	instrumento	a	serviço	da	verdade.
•	 Setores	 dentro	 da	 estrutura	 de	 comunicação	 na	 administração	 pública:	
imprensa,	publicidade,	relações	públicas,	editoração,	mídias	sociais.
123
1	 (ENADE,	2012)	Na	gestão	de	organizações	jornalísticas,	há	a	necessidade	de	
se	conciliar	interesses	comerciais	ao	mesmo	tempo	em	que	se	deve	garantir	a	
independência	editorial	dos	veículos.	Os	anunciantes,	para	divulgarem	seus	
produtos	e	empresas,	 investem	em	veículos	que	imprimem	credibilidade	
junto	 à	 audiência.	Os	veículos,	por	 sua	vez,	dependem	economicamente	
dos	anunciantes	e	do	valor	cobrado	pela	disponibilização	de	conteúdo.
Com	base	no	exposto	acima,	infere-se	que	as	organizações	jornalísticas	devem:
a)	(	 )	 Restringir	os	anunciantes	do	governo	e	a	publicidade	oficial,	no	intuito	
de	contribuir	para	a	imparcialidade	editorial.
b)	(	 )	 Defender	 os	 interesses	 dos	 anunciantes,	 garantindo	 que	 esses	 não	
sejam	prejudicados	pelos	conteúdos	editoriais.
c)	 (	 )	 Encontrar	um	ponto	de	equilíbrio	que	garanta	 sua	 sustentabilidade	
econômica,	mas	sem	que	afete	a	credibilidade	editorial,	por	se	tratar	
de	veículos	de	interesse	público.
d)	(	 )	 Limitar-se	à	cobrança	por	conteúdos,	tal	como	a	venda	de	assinaturas,	
para	que	o	veículo	não	dependa	de	anunciantes.
e)	 (	 )	 Atuar	de	forma	isenta,	sem	compromissos	com	interesses	comerciais	
dos	veículos	de	comunicação,	visando	ganhar	a	confiança	do	público.
BRASIL. Exame Nacional de Cursos – Enade 2012. Resumo Técnico. Brasília, DF: MEC/ Inep, 
2012.
2	 De	 acordo	 com	 o	 termo	 Periodika,	 utilizado	 pelo	 teórico	 Otto	 Groth,	
quatro	 características	 fundamentais	 compõem	 o	 jornalismo	 e	 a	 notícia:	
periodicidade,	universalidade,	atualidade	e	difusão	(GROTH	apud	FAUS	
BELAU,	1966).	O	estudo	vem	de	bases	filosóficas	para	reforçar	o	princípio	
teórico	 da	 ciência	 jornalística.	 No	 entanto,	 as	 notícias	 institucionais	
produzidas	por	uma	assessoria	de	comunicação	acabam	se	diferenciando	
em	alguns	aspectos	das	notícias	produzidas	pelos	veículos	jornalísticos.
Em	relação	a	esse	tema,	avalie	as	asserções	a	seguir	e	a	relação	proposta	entre	
elas.
I-	 Quanto	 à	 característica	 da	 universalidade,	 todas	 as	 mensagens	 que	
interessam	 a	 uma	 comunidade	 devem	 ser	 publicadas	 nos	 veículos	 de	
comunicação	 de	 uma	 organização,	 seja	 ela	 com	 fins	 lucrativos	 ou	 não,	
independente	de	os	 temas	 estarem	 relacionados	 a	 aspectos	positivos	ou	
negativos	sobre	a	instituição.
PORQUE
II-	O	 conceito	 de	 universalidade	 da	 notícia	 e	 do	 jornalismo	 compreende	
uma	 tarefa	 dos	 veículos	 jornalísticos	 em	 comunicar	 à	 toda	 sociedade	 o	
conhecimento	de	todas	as	questões	em	todos	os	ramos	da	cultura	e	da	vida.
AUTOATIVIDADE
124
A	respeito	dessas	asserções,	assinale	a	opção	CORRETA:
a)	 (	 )	As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
da	I.
b)	(	 )	As	 asserções	 I	 e	 II	 são	 proposições	 verdadeiras,	mas	 a	 II	 não	 é	 uma	
justificativa	da	I.
c)	 (	 )	A	asserção	I	é	uma	proposição	verdadeira,	e	a	II	é	uma	proposição	falsa.
d)	(	 )	A	asserção	I	é	uma	proposição	falsa,	e	a	II	é	uma	proposição	verdadeira.
e)	 (	 )	As	asserções	I	e	II	são	proposições	falsas.
3	 Para	 ser	 considerada	 uma	 boa	 estrutura	 de	 comunicação,	 um	 órgão	
público,	uma	prefeitura,	um	governo	estadual	ou	mesmo	o	governo	federal,	
deveriam	ao	mínimo	conter	áreas	 internas	como	Imprensa,	Publicidade	e	
Propaganda,	Relações	Públicas,	Mídias	Sociais	e	Editoração,	cada	uma	com	
várias	atividades	específicas	e	ao	mesmo	tempo	atuando	de	forma	integrada	
às	demais.	
Nesse	sentido,	relacione	cada	área	com	um	tipo	de	atividade	correspondente	à	
Imprensa/Jornalismo	e	à	Publicidade	e	Propaganda:	
(1)	Imprensa/Jornalismo.
(2)	Publicidade	e	Propaganda.
(	 )	 Correção	de	 roteiros	 de	 áudio	 e	 vídeo,	 de	peças	 para	 outdoor	 e	 outras	
mídias	externas	e	de	anúncios	para	web,	 jornais	e	 revistas,	entre	outros	
similares.
(	 )	 Assessoria	 ao	 corpo	 diretivo,	 apresentando	 análises,	 sugestões	 e	 ideias	
com	base	na	produção	de	notícias	e	nas	matérias	veiculadas	pela	imprensa.
(	 )	 Convocação	de	entrevistas	coletivas	com	os	veículos	de	comunicação.
(	 )	 Elaboração	de	 artigos	 especiais	 em	 jornais	 e	portais	de	notícias	na	web	
sobre	assuntos	relacionados	à	abrangência	do	órgão	público.
(	 )	 Desenvolvimento	da	identidade	visual	dos	órgãos	públicos.
A	alternativa	correspondente	à	sequência	CORRETA	é:
a)	(	 )	 2,	1,	1,	1,	2.
b)	(	 )	 1,	2,	1,	2,	2.
c)	(	 )	 2,	1,	1,	2,	1.
d)	(	 )	 1,	1,	1,	2,	2.
e)	(	 )	 2,	2,	1,	2,	1.
125
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste	tópico,	explicaremos	um	pouco	mais	sobre	os	serviços	e	produtos	
jornalísticos	 de	 uma	 instituição,	 o	 que	 são,	 como	 funcionam	 e	 quais	 são	 suas	
finalidades.
No	 primeiro	 subtópico,	 abordaremos	 os	 principais	 serviços	 de	 uma	
assessoria	 de	 imprensa.	 Na	 sequência,	 trataremos	 especificamente	 sobre	 o	
release,	dando	um	destaque	especial	a	esta	ferramenta	jornalística,	por	ser	a	mais	
tradicional	das	assessorias.
Por	fim,	trataremos	um	pouco	sobre	o	conceito	de	comunicação	integrada	
nas	instituições,	explicando	também	sobre	as	publicações	e	serviços	integrados	
entre	os	setores	internos	de	comunicação	de	uma	organização.
TÓPICO 4 —AS 
PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICASNAS ORGANIZAÇÕES
2 PRODUTOS E SERVIÇOS DA ASSESSORIA DE IMPRENSA
São	 vários	 os	 produtos	 e	 serviços	 elaborados	 por	 uma	 assessoria	 de	
imprensa	para	uma	organização,	seja	ela	privada	ou	pública.	Além	das	publicações	
jornalísticas,	é	importante	ressaltar	que	parte	dos	materiais	de	imprensa	poderá	
ser	confeccionada	e	distribuída	de	forma	articulada	com	publicações	de	outros	
setores	da	área	de	comunicação	da	instituição,	como	o	setor	de	Publicidade	e	de	
Mídias	Sociais,	por	exemplo,	conforme	veremos	adiante.
De	acordo	com	o	Manual	de	Assessoria	de	Comunicação	da	Federação	
Nacional	 dos	 Jornalistas	 (FENAJ),	 em	 sua	 quarta	 edição	 (2007),	 apresentamos	
aqui,	 com	 algumas	 atualizações,	 os	 principais	 produtos	 e	 serviços	 de	 uma	
assessoria:
• Proposta/sugestão de pauta –	 informe	 sucinto	 enviado	 aos	 veículos	 de	
comunicação	a	respeito	de	determinado	assunto	de	interesse	para	o	veículo	e	à	
sociedade.	
• Release – ferramenta	que	a	Assessoria	usa	para	organizar	as	informações	que	está	
divulgando.	Trata-se	de	um	texto,	cuja	essência	é	a	informação.	(Detalharemos	
mais	sobre	a	redação	do	release	no	subtópico	seguinte).
126
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
• Mailling-list de jornalistas –	listagem	atualizada	com	nome,	editoria,	fax,	telefone,	
e-mail	de	jornalistas	(contato	de	WhatsApp	ou	outros	aplicativos	de	mensagens).	
• Contato com a imprensa –	normalmente	 feito	por	 telefone	para	aprofundar	
informações	 enviadas	 por	 e-mail	 ou	 confirmar	 presenças	 em	 coletivas,	
marcar	encontros	com	assessorado	etc.	(Também	realizado	via	WhatsApp	em	
mensagens	privadas	ou	em	grupos	específicos).
• Pasta de imprensa (Press Kit) –	 textos	 e	 fotos	 para	 subsidiar	 os	 jornalistas	
de	 redação	 com	 informações,	 normalmente	usadas	 em	entrevistas	 coletivas,	
individuais	ou	feiras	e	eventos.	
• Entrevista exclusiva –	 são	 oferecidas	 a	 um	 único	 veículo	 de	 comunicação.	
A	 iniciativa	 costuma	 valorizar	 a	 informação	 e	 conquistar	 espaços	 mais	
qualificados	de	mídia	espontânea.	
• Entrevista coletiva –	 convocada	 quando	 o	 assessorado	 tem	 informações	
importantes	para	todos	os	veículos.	Só	deve	ser	organizada	quando	o	assunto	
for	muito	relevante	para	o	setor	representado	e/ou	de	interesse	público.	
• Clipping impresso, clipping eletrônico e em tempo real (on-line) – 
levantamento	 das	 matérias	 publicadas	 nos	 veículos	 de	 comunicação.	
Organizados	a	partir	da	leitura,	acompanhamento	e	seleção	das	notícias	que	
interessam	ao	assessorado.	
• Súmulas –	 relação	 dos	 assuntos	 divulgados	 indexada	 por:	 veículo,	 título	
da	matéria	 e	página	 (quando	 impresso),	 programa	 e	horário	 (TV	ou	 rádio),	
endereço	eletrônico	(Internet).	
• Sinopse –	 resumo	 das	 notícias	 veiculadas	 nos	 Jornais	 e	 Revistas	 de	 maior	
circulação	(ou	de	Portais	de	notícias).	Também	se	faz	resumo	de	publicações	
específicas	da	área	de	interesse	do	assessorado.	
• Análise –	o	assessor	faz	a	sua	leitura	do	material	coletado,	analisando	o	teor	do	
que	foi	publicado.	
• Textos técnicos e científicos –	cabe	ao	jornalista	somente	a	revisão	–	e	adequação	
da	linguagem,	quando	for	o	caso	em	conjunto	com	os	profissionais	técnicos	da	
área	responsável	pela	elaboração.	
• Vídeos e filmes institucionais –	o	assessor	deve	definir	o	conteúdo	das	peças	
com	o	assessorado	e	organizar	o	briefing	a	ser	passado	para	o	produtor.	Deve,	
ainda,	acompanhar	e	aprovar	o	roteiro	e	a	edição	da	peça.	
• Discurso –	pesquisa,	redação	e	revisão.	
• Sites –	o	jornalista	deve	atuar	na	definição	do	conteúdo	e	atuar	na	“edição	das	
páginas”,	assim	como	na	aprovação	do	design	do	site	feito	por	profissionais	
especializados.	 (O	mesmo	vale	para	as	mídias	 sociais	da	organização,	 como	
Instagram,	Facebook	e	outras).
• Jornais e revistas –	estes	produtos	são	de	cunho	jornalístico	e	voltados	para	o	
segmento	no	qual	o	Assessor	de	Imprensa	atua	e	que	serão	distribuídos	para	
um	público	específico.	Esses	veículos	informam	as	ações	da	entidade/empresa	
e	os	conceitos	e	opiniões	afeitos	ao	público	leitor.	(Consideram-se	aqui	tanto	as	
publicações	impressas	quanto	as	publicações	digitais).
Ferraretto	 e	 Ferraretto	 (2009),	 em	 seu	Manual de Assessoria de Imprensa,	
destacam	o	Press	Kit	como	um	dos	mais	importantes	materiais	de	uma	assessoria,	
ao	 lado	do	 release.	Além	dos	 já	 sugeridos	acima,	outros	elementos	podem	ser	
TÓPICO 4 — AS PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICAS NAS ORGANIZAÇÕES
127
incluídos	no	Press	Kit,	de	acordo	com	os	autores.	Em	eventos	e	coletivas	é	possível	
incluir	currículos	e	fotos	dos	palestrantes	e	entrevistados,	mapas	de	localização	
(quando	o	caso),	levantamentos	estatísticos	sobre	o	tema,	histórico	do	assunto	e/
ou	da	instituição,	apenas	como	alguns	dos	exemplos.	
Ainda,	entre	os	produtos	oferecidos	por	uma	assessoria	de	imprensa	ou	
de	comunicação	aos	veículos	jornalísticos,	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009)	destacam:
• Fotografia:	cobertura	fotográfica	dos	principais	fatos	envolvendo	o	assessorado	
para	envio	à	imprensa	ou	para	utilização	em	publicações	próprias.
• Áudio e vídeo:	 além	 do	 acompanhamento	 das	 produções	 institucionais	 já	
citadas,	o	assessor	pode	gravar	áudios	e	vídeos	de	eventos	e	acontecimentos	
envolvendo	a	instituição	assessorada	para	repassar	à	imprensa,	para	aproveitar	
em	suas	publicações	próprias	ou	mesmo	para	preservar	a	história	da	instituição.
• Programas de rádio e televisão:	 produção	 de	 programas	 para	 veicular	 em	
espaços	“comprados”	nas	emissoras	de	rádio	e	tv.
• Impressos em geral:	 a	 assessoria	 de	 imprensa	 ou	 setor	 de	 Imprensa	 pode	
atuar	junto	ao	setor	de	Publicidade	ou	de	Relações	Públicas	para	a	elaboração	
de	 folhetos,	 folders,	 cartazes,	 malas-diretas,	 relatórios	 e	 catálogos.	 Isso	
ocorre	quando	os	materiais	necessitam	de	um	layout	elaborado	pelo	setor	de	
Publicidade	e	de	uma	redação	jornalística,	por	exemplo.	
• Salas de imprensa nos sites:	 criar	 uma	 área	 específica	 dentro	 dos	 sites	 (já	
especificados	 anteriormente)	 voltada	 exclusivamente	 aos	 jornalistas.	 Neste	
espaço	 reservado	 podem	 ser	 incluídos	 arquivos,	 históricos,	 biografias,	
calendário	de	eventos,	press	kits	etc.	Ou	seja,	materiais	que	normalmente	não	
interessam	 ao	 internauta	 em	 geral,	mas	 servem	 de	 auxílio	 aos	 jornalistas	 e	
veículos	de	comunicação.
Já	o	House Organ,	normalmente	conhecido	como	uma	publicação	impressa	
da	instituição,	tem	sua	origem	na	publicação	generalizada	de	periódicos,	como	
programas	de	rádio	e	tv	(eletrônicos)	e	impressos.	A	própria	tradução	em	português	
da	 expressão	 norte-americana,	 “órgão	 da	 casa”,	 já	 o	 define	 como	 um	 veículo	
para	difusão	de	informações	de	determinada	instituição,	conforme	Ferraretto	e	
Ferraretto	(2009).	Incluem-se	também	entre	esses	periódicos,	as	publicações	online	
que,	ao	exemplo	das	demais	publicações,	devem	ter	características	jornalísticas	e	
destinadas	a	públicos	direta	ou	indiretamente	ligados	à	organização,	segundo	os	
autores.
Ferraretto	e	Ferraretto	(2009,	p.	13-14)	ainda	destacam	algumas	funções	
específicas	da	mensagem	do	House Organ:
• Informar	 o	 público	 do	 contexto	 da	 organização,	 situando-o	 no	
que	 diz	 respeito	 a	 funcionamento	 interno,	 posições	 defendidas	 ou	
criticadas,	planos,	direitos	e	deveres	etc.
•	Estimular	a	participação,	de	forma	integrada,	dos	componentes	da	
organização	na	consecução	de	objetivos	comuns,	encorajando,	ainda,	
o	encaminhamento	de	sugestões	e	ideias.
•	 Incentivar	 o	 crescimento	 do	 leitor,	 ouvinte,	 telespectador	 ou	
internauta	como	cidadão,	educando	o	público	quanto	a	seus	direitos	
128
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
e	promovendo	campanhas	de	esclarecimento	(por	exemplo,	nas	áreas	
de	saúde	e	prevenção	de	acidentes).
•	Valorizar	os	 integrantes	da	organização,	mostrando	quem	são	e	o	
que	fazem.
•	 Registrar	 fatos	 importantes	 para	 o	 público:	 por	 exemplo,	 o	
lançamento	de	um	produto	 ou	mesmo	 a	 vitória	 do	 time	de	 futebol	
dos	 funcionários,em	 se	 tratando	de	uma	 empresa;	 uma	descoberta	
científica	 significativa,	 no	 caso	 de	 uma	 instituição	 de	 pesquisa;	 ou	
o	 início	 de	 uma	 campanha	 salarial,	 no	 caso	 de	 um	 sindicato	 de	
trabalhadores.
•	 Fornecer	 leituras	 interessantes	 aos	 familiares	 dos	 integrantes	 da	
organização.
É preciso que o assessor de imprensa esteja atento a aspectos como produção 
editorial, produção gráfica e eletrônica do House Organ, como a qualidade da redação; o 
uso da fotografia para dar credibilidade ao texto escrito; a ilustração para orientar o texto; a 
edição, que deve facilitar a sequência de leitura; a diagramação; a impressão; a qualidade 
das gravações e edições de áudio e vídeo.
IMPORTANTE
Na	modalidade	 impressa,	 Ferraretto	 e	 Ferraretto	 (2009)	 sugerem	que	o	
House Organ	pode	ser	em	forma	de:	
• Boletim:	informações	imediatas	com	pouca	variação	temática	e	que	precisam	
chegar	com	certa	urgência	ao	público.	Pode	ser	 impresso	em	papel	offset	ou	
jornal.	A	coloração	pode	ser	1x1	ou	2x1.	
• Jornal:	 os	 textos	merecem	um	 tratamento	mais	 apurado	que	os	do	boletim.	
Além	 de	 informações,	 abrange	 os	 gêneros	 interpretativo,	 opinativo	 e	 de	
entretenimento,	com	matérias	atemporais.	Pode	ser	impresso	em	papel	offset 
ou	jornal.	A	coloração	pode	ser	1x1	ou	2x1.	
• Revistas:	o	conteúdo	interpretativo	deve	ser	priorizado	e	as	temáticas	podem	
ir	além	dos	assuntos	ligados	diretamente	à	instituição.	Pode	ser	impresso	em	
papel	offset	ou	couché.	Pode	aplicar	1,	2,	3	ou	4	cores.	
Quanto	à	periodicidade	e	tamanho	de	cada	exemplar	impresso,	a	sugestão	
de	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009),	é	que	os	Boletins	devem	ter	até	quatro	páginas	
para	publicações	semanais	ou	quinzenais.	Já	os	Jornais	devem	ter	de	oito	a	vinte	
páginas	para	publicações	mensais.	E	as	revistas	bimestrais	podem	ter	mais	de	20	
páginas.	
Quanto	à	tiragem	de	um	House Organ	impresso,	os	autores	sugerem	que	
para	o	público	interno	seja	disponibilizado	um	exemplar	para	cada	integrante	do	
público	interno.	Havendo	problemas	quanto	ao	custo	da	impressão,	a	sugestão	é	
de	que	pelo	menos	haja	um	exemplar	para	cada	dois	leitores.
TÓPICO 4 — AS PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICAS NAS ORGANIZAÇÕES
129
Para	um	House Organ	on-line,	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009)	recomendam	
duas	formas	principais:	uma	em	formato	HTML	e	disponibilizado	na	rede;	outra	
como	uma	versão	digital	do	impresso	(podendo	ser	em	formato	PDF)	para	ser	
enviado	por	e-mail	ou	mesmo	disponibilizado	no	site.	A	publicação	on-line	pode	
ser	diária,	semanal	ou	mensal	e	não	tem	limitação	quanto	ao	número	de	páginas.
No	caso	de	House Organs	eletrônicos,	como	rádio	e	tv,	é	possível	implantar	
canais	 internos	de	 áudio	 e	 vídeo	 (em	 circuito	 fechado)	para	 o	público	 interno	
ou	comprar	espaços	em	emissoras	de	rádio	e	TV,	quando	o	objetivo	é	atingir	o	
público	externo.	
Outra	novidade	que	pode	ser	executada	como	um	House Organ	eletrônico	é	
a	produção	e	distribuição	de	podcasts.	De	acordo	com	matéria	publicada	na	revista	
Você	S/A	(2020),	os	podcasts	 já	chegaram	a	várias	organizações	que,	 inclusive,	
produzem	 seus	materiais	 em	 áudio	 para	 as	 equipes	 internas.	 Diferentemente	
dos	podcasts	mais	famosos	no	mercado,	que	chegam	a	ter	mais	de	uma	hora	de	
duração,	os	podcasts	produzidos	pelas	empresas	consultadas	pela	reportagem	da	
revista	possuem	durações	médias	entre	três	e	dez	minutos	e	utilizam	conteúdos	e	
formatos	de	acordo	com	o	estilo	de	vida	de	seus	funcionários.
A	figura	a	seguir	traz	algumas	recomendações	sobre	como	criar	um	bom	
programa	em	podcast	para	as	organizações:
FIGURA 6 – COMO CRIAR UM BOM PODCAST PARA A EQUIPE DE UMA EMPRESA
FONTE: . Acesso em: 27 mar. 2020.
130
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
3 O RELEASE
O	 release,	 ou	 press-release,	 é	 um	 dos	 produtos	 mais	 conhecidos	 em	
uma	assessoria	de	imprensa	e,	como	já	especificado	neste	tópico,	trata-se	de	um	
texto	enviado	aos	veículos	jornalísticos,	cuja	essência	é	a	informação.	De	acordo	
com	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009,	p.	52),	o	release	é	“um	material	de	divulgação	
produzido	pela	assessoria	de	imprensa	e	destinado	aos	veículos	de	comunicação.	
Deve	 ser	 escrito	 em	 linguagem	essencialmente	 jornalística”.	 Sua	 função	básica	
é	 “levar	 às	 redações	 notícias	 que	 possam	 servir	 como	 material	 de	 apoio	 ou	
sugestão	 de	 pauta,	 propiciando	 solicitações	 de	 entrevistas	 ou	 de	 informações	
complementares”	(FERRARETTO;	FERRARETTO,	2009,	p.	52).
Apesar	de	os	 releases	 serem	predominantemente	 informativos,	 caso	do	
“release	padrão”,	há	outros	 tipos	de	releases,	 como	o	de	opinião,	o	dirigido,	o	
especial	ou	mesmo	aquele	em	forma	de	artigo,	segundo	orientações	de	Ferraretto	
e	 Ferraretto	 (2009).	Há	 também	o	 release	 específico	 para	 rádio	 e	 tv	 ou	 para	 a	
internet,	segundo	os	autores.	Sobre	os	releases	para	emissoras	de	rádio	e	de	TV,	
os	autores	consideram	que:
Esses	dois	 tipos	de	 relise	devem	ser	produzidos	 apenas	 em	algumas	
situações	especiais,	sendo	a	mais	comum	a	divulgação	de	eventos	em	
programas	que	apresentam	entrevistas,	reportagens	e	notícias	diversas.	
Isso	porque	o	assessor	de	imprensa	não	pode	ter	a	pretensão	de	atingir	
por	meio	de	 relises	os	principais	noticiários	de	 rádio	e	 televisão,	que	
vivem	 do	 fato	 extremamente	 atual	 e	 importante	 do	 ponto	 de	 vista	
jornalístico.	Havendo	informações	suficientemente	valiosas	para	ocupar	
tais	espaços,	é	aconselhável	que	o	assessor	faça	um	contato	telefônico	
com	 a	 imprensa	 ou	 promova	 a	 organização	 de	 entrevistas	 com	 o	
assessorado	(FERRARETTO;	FERRARETTO,	2009,	p.	54).
Já	 para	 portais	 de	 conteúdo	 na	 internet,	 os	 autores	 recomendam	 que	
sejam	enviados	releases	padrão,	de	opinião	ou	dirigido,	oferecendo	informações	
quantitativamente	mais	completas.	Em	alguns	casos,	pode	enviar	releases	 com	
textos	mais	curtos,	para	melhor	aproveitamento	dos	materiais	em	sites	com	perfis	
específicos.
O termo “relise” usado por Ferraretto e Ferraretto (2009) representa o mesmo 
que “Release”. Segundo os autores, esta seria a forma aportuguesada do vocábulo “release”, 
que em inglês significa “soltar” ou “liberar”. Como padronização, utilizamos neste trabalho o 
termo original em inglês.
NOTA
TÓPICO 4 — AS PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICAS NAS ORGANIZAÇÕES
131
Mafei	(2012)	orienta	que	o	primeiro	parágrafo	do	release	deve	concentrar	
as	informações	que	o	assessor	publicaria	caso	estivesse	no	lugar	do	repórter	ou	
editor.	Depois	de	anunciado	o	tema	principal,	devem	vir	as	informações	sobre	a	
organização,	entidade	ou	empresa	que	está	por	trás	daquela	veiculação	específica,	
de	modo	a	dar	credibilidade	e	sustentação	à	divulgação.	A	autora	ainda	adverte:	
“press-release	 não	 é	 fôlder	 de	 propaganda.	Os	 dados	 apresentados	 têm	 como	
único	objetivo	ajudar	o	jornalista	a	se	pautar.	Também	não	é	notícia,	porque	serve	
para	informar	e	não	para	ser	publicado”	(MAFEI,	2012,	p.	69).
A	autora	sugere	que	um	bom	release	deve	ter	um	“gancho”	jornalístico,	
ou	seja,	uma	novidade	que	chame	a	atenção	de	imediato.	Alguns	dos	itens	que	
devem	fazer	parte	do	release,	segundo	Mafei	(2012):
• Ser	redigido	como	se	 fosse	uma	matéria	 jornalística,	com	o	parágrafo	 inicial	
contendo	as	perguntas	básicas	(quem,	o	quê,	onde,	quando,	como	e	por	que,	
formando	o	famoso	lead),	título,	subtítulo	ou	linha	fina.
• Primar	pela	clareza,	concisão	e	correção	gramatical.
• Ser	redigido	com	palavras	simples,	frases	e	parágrafos	curtos.
• Conter	no	máximo	duas	páginas.
• Trazer	com	destaque	datas	e	locais	dos	eventos	divulgados.
• Ter	os	nomes	de	empresas,	porta-vozes	e	locais	escritos	corretamente.
• Destacar	contatos	da	assessoria	de	imprensa.
• Trazer	o	logotipo	da	assessoria	e	da	organização.
• Ser	datado.
Muitos	 releases	 nem	 chegam	 a	 ser	 lidos	 pelos	 jornalistas	 dos	 veículos	
de	 comunicação	 diante	 da	 abundância	 de	materiais	 que	 as	 redações	 recebem	
diariamente.	Uma	forma	de	chamar	a	atenção	do	profissional	que	irá	receber	o	
materialcomunicação nas organizações a uma condição central 
entre	as	suas	estratégias,	acrescenta	Torquato	(2015),	o	que	potencializa	o	poder	
expressivo	da	organização.	Além	disso:
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
6
Essa	 nova	 dinâmica	 acarreta	 grandes	 vantagens	 às	 organizações,	
já	 que	 as	 redes	 ampliam	 as	 oportunidades	 de	 estabelecer	 uma	
comunicação	 mais	 célere	 com	 os	 seus	 diversos	 públicos	 em	 nível	
global	 e	 tem	 tempo	 real.	 De	 outro	 modo,	 porém,	 esse	 fato	 vem	
deixando-as	 mais	 vulneráveis,	 obrigando-as	 a	 cuidar	 com	 vigor	 e	
atenção	do	 chamado	patrimônio	 intangível,	 aquele	que	diz	 respeito	
à	 credibilidade	da	marca.	 Temos	 hoje	 um	 consumidor	 que	 também	
é	 produtor	 de	 informações,	 que	 interage	 com	 outros	 consumidores	
e	expressa	opiniões,	experiências	e	 impressões	o	tempo	todo;	assim,	
a	 credibilidade	 de	 uma	 empresa	 ou	 marca	 pode	 ser	 questionada	
em	 qualquer	 tempo	 e	 lugar,	 em	 testemunhos	 que	 ganham	 escala	
massiva.	 Por	 exemplo,	 o	 consumidor	 não	 se	 importa	 em	 adquirir	 e	
usar	o	produto	de	uma	marca	global	que	 tenha	sido	confecciona	na	
Ásia	ou	na	América	do	Norte,	mas	ficará	 impactado	e	protestará	 se	
souber	que	determinada	mercadoria	é	fruto	da	exploração	do	trabalho	
infantil.	A	queixa	certamente	será	reproduzida	por	outros	internautas	
indignados	 e	 transformada	 em	 viral	 (será	 espalhada	 rapidamente	
como	um	vírus),	ganhando	ainda	a	cobertura	do	noticiário	e	gerando	
estragos	substantivos	à	imagem	da	marca	(TORQUATO,	2015,	s.p.).
Sendo	assim,	encontramos	em	Tomasi	e	Medeiros	(2009)	os	objetivos	da	
comunicação empresarial:
• Conscientizar	a	opinião	pública	de	que	a	empresa	é	excelente	cidadã.
• Ocupar-se	de	fortalecer	a	credibilidade	das	informações	que	emite.
• Obter	noticiário	na	imprensa	de	forma	não	distorcida.
• Ser	fonte	natural	de	noticiário.
• Obter	reconhecimento	positivo	e	boa	vontade	da	opinião	pública.
• Abrir	e	manter	canais	de	comunicação.
• Obter	bons	negócios.
• Estimular	o	desempenho	dos	empregados.
• Favorecer	a	imagem	pessoal	da	diretoria	e	da	gerência.
Para	cumprir	com	todos	esses	objetivos,	Pimenta	(2010)	nos	lembra	que	o	
aumento	da	competitividade	entre	as	empresas	aumentou	a	busca	pela	eficiência	
e	eficácia	em	todas	as	suas	atividades,	incluindo	entre	elas	a	comunicação.
Por	eficácia,	Pimenta	(2010)	conceitua	como	o	resultado	da	maximização	
de	 todas	as	 formas	de	 rendimento	para	a	organização.	Segundo	ela,	 a	 eficácia	
ocorre	 quando	 conseguimos	 o	 melhor	 resultado	 de	 acordo	 com	 os	 objetivos	
propostos.
Por	 outro	 lado,	 a	 eficiência	 consiste	 na	 relação	 entre	 o	 resultado	 e	 o	
investimento,	explica	Pimenta	(2010).	Quanto	maior	for	essa	relação,	maior	será	
a	eficiência	do	processo.	Para	isso,	as	atividades	devem	evitar	os	desperdícios	e	
realizar	as	tarefas	de	forma	mais	correta	e	inteligente.
A	 fim	 de	 conseguirmos	 a	 eficácia	 e	 a	 eficiência	 necessárias	 a	 todos	 os	
processos,	 incluindo	a	comunicação,	é	preciso	sinergia.	A	sinergia	compreende	
a	soma	dos	esforços	de	todos	os	envolvidos	em	um	processo.	Como	nos	ensina	
Pimenta	(2010,	p.	97):
TÓPICO 1 — COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO
7
As	 empresas,	 que	 perceberam	 as	 vantagens	 da	 sinergia,	 buscam	
consegui-la	 em	 seus	 processos	 de	 trabalho,	 aumentando	 assim	 sua	
eficiência	 e,	 consequentemente,	 sua	 eficácia.	 É	 mais	 difícil	 avaliar	
a	 eficácia	 e	 a	 eficiência	 na	 comunicação	 por	 ela	 ser	 essencialmente	
um	 processo	 simbólico,	 subjetivo	 e	 complexo.	 Entretanto,	 sabe-se	
que	a	comunicação	será	tão	mais	eficaz	quanto	menor	for	a	perda	de	
informação,	ou	seja,	quando	tudo	que	o	emissor	transmitir	chegar	ao	
receptor	sem	distorções.
Sob	 esse	 entendimento,	 Pimenta	 (2010)	 entende	 ainda	 que	 os	 fatores	
listados	na	sequência	são	determinantes	para	a	eficácia	da	comunicação:
• Contexto	(ambiente)	em	que	ocorre	a	comunicação.
• O	tipo	de	mensagem	(incluindo	sua	relevância).
• As	condições	do	receptor	(público).
• E	os	veículos	utilizados	(adequação).
Tudo isso dependerá de como a organização administra os recursos 
disponíveis	 para	 a	 comunicação.	 A	 sinergia	 e	 eficiência	 serão	 melhores	 se	 a	
atitude	comunicacional	valorizar	o	receptor	para	a	criação	de	um	clima	favorável	
e	otimista	entre	eles	(PIMENTA,	2010).
Para	encerrarmos	a	conceituação	básica	da	comunicação	organizacional,	
Bueno	(2009,	p.	16)	nos	oferece	uma	visão	de	futuro	para	a	área	e	os	desafios	para	
as	organizações	e	que	reforçam	os	conceitos	estudados	até	o	momento:
A	 próxima	 etapa	 a	 ser	 vencida	 pela	 Comunicação	 Empresarial	 é	 a	
de	 sua	 consolidação	 como	 instrumento	 de	 inteligência	 empresarial.	
Apesar	 da	 crescente	 profissionalização	 da	 área,	 o	 empirismo	 ainda	
governa a maioria das ações e estratégias de comunicação postas 
em	prática	 pelas	 empresas	 ou	 entidades.	 Evidentemente,	 a	 intuição	
e	 a	 experiência	 são	 relevantes,	 mas	 é	 preciso	 incorporar	 a	 prática	
de	 pesquisa,	 de	 desenvolvimento	 de	 metodologias	 para	 mensurar	
resultados,	 o	 que	 permitirá	 à	 área	 atingir	 um	 novo	 patamar.	 Em	
parcerias	com	programas	de	excelência	em	comunicação,	notadamente	
os	de	pós-graduação	que	incluem	linhas	de	pesquisa	em	Comunicação	
Empresarial,	 as	 empresas	 ou	 entidades	 devem	 apoiar/patrocinar	
projetos	 de	 investigação	 que	 agreguem	 dados	 novos	 à	 teoria	 e	 à	
prática	 na	 área.	 Dado	 o	 seu	 caráter	 estratégico,	 a	 Comunicação	
Empresarial	deve	respaldar-se	em	bancos	de	dados	inteligente,	em	um	
conhecimento	mais	profundo	de	seus	públicos	de	interesse,	dos	canais	
de	 comunicação	 e	da	própria	mídia,	 superando	o	planejamento	 e	 o	
processo	de	tomada	de	decisões	que	se	balizam	unicamente	pela	visão	
impressionista	 de	 seus	 profissionais	 (por	melhores	 que	 eles	 sejam),	
quase	sempre	carregada	de	vieses	e	preconceitos.
Diante	dessa	breve	conceituação	e	exposição	dos	objetivos	da	comunicação	
nas	empresas,	constatamos	como	as	atividades	comunicacionais	contribuem	para	
a	formação	da	identidade	da	marca	e	da	organização.	É	sobre	isso	que	trataremos	
na	sequência	do	tópico.
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
8
Para ilustrar o que acabamos de estudar, podemos recorrer ao exemplo 
apresentado por Silva Neto (2010), no qual o Banco Itaú resolveu reforçar seu compromisso 
com a sustentabilidade junto à sociedade como um todo em 2007. A campanha focou seus 
esforços no tema a fim de mobilizar toda a sociedade para a conscientização e práticas 
sustentáveis, através de comerciais na televisão, concurso cultural através da internet 
e também com uma fase prática junto a diversos outros públicos. Como resultado a 
organização obteve mais de 80 citações em matérias jornalísticas, mais de 10 milhões de 
acessos nas comunicações pela internet e um aumento de 2055% no cadastro do site de 
sustentabilidade do banco em apenas 45 dias de campanha.
NOTA
3 IDENTIDADE, IMAGEM E REPUTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
Considerando	os	conceitos	estudados	até	o	momento,	podemos	constatar	
o	 papel	 estratégico	 da	 comunicação	 nas	 organizações.	 Esse	 caráter	 estratégico	
deve-se	 ao	 fato	 de	 ela	 ser	 uma	 atividade	 permanente	 e	 ligada	 à	 direção	 da	
organização.
Como	reforçam	Tomasi	e	Medeiros	(2009),	a	comunicação	organizacional	
pode ser considerada estratégica por causa de sua relação com a missão e os 
objetivos	empresariais.	Ela	também	será	uma	atividade	tática	por	conta	da	sua	
execução	e	solução	de	problemas.	No	entanto:
De	modo	geral,	os	empresários	raramente	têm	a	percepção	de	que	a	
comunicação	é	fator	estratégico,	de	efeitos	a	longo	prazo.	É	a	inserção	
da comunicação na cultura organizacional que tem conseguido 
imprimir	 nos	 empregados	 consciência	 sobre	 a	 responsabilidade	
social.	 Torquato	 (2004,	 p.	 7)	 afirma	 ainda	 que	 o	 empresário	 precisa	
ver	o	comunicador	como	um	estrategista,	um	assessor	próximo,	“cuja	
contribuição	será	decisiva	para	a	articulação	de	um	discurso	adequado	
e de uma identidadeé	com	um	bom	título,	incluindo	neste	caso	também	o	título	do	e-mail	em	
que	será	enviado	o	release.	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009)	entendem	que	o	número	
de	toques	e	linhas	de	um	título	variará	de	assunto	para	assunto,	situando-se	na	
média	de	24	a	32	caracteres.	Para	o	título	inserido	no	campo	“assunto”	dos	e-mails,	
o	 ideal	 é	 que	não	passe	de	 cinco	palavras.	Porém,	 como	o	material	 é	dirigido	
diretamente	a	um	especialista	no	assunto,	o	título	deve	iniciar	preferencialmente	
pelo	fato.	Exemplo:	“Seminário	vai	discutir	crise	política	no	país”	–	ao	invés	de	
iniciar	dizendo	que	a	organização	irá	realizar	um	seminário,	inicia-se	pelo	próprio	
seminário,	que	é	o	fato	principal.
Outra	observação	sobre	os	releases	é	de	que	eles	podem	ser	personalizados,	
ou	seja,	adequados	à	editoria	e	ao	veículo-alvo	da	divulgação.	“Isso	significa	que	
o	texto	deve	ser	modificado	de	acordo	com	o	interesse	principal	da	editoria	para	
quem	você	o	envia”	(MAFEI,	2012,	p.	70).
De	um	modo	geral,	é	sempre	bom	o	assessor	de	imprensa	“pensar”	como	
um	jornalista	de	veículo	de	comunicação.	O	que	o	faria	utilizar	aquele	material	
enviado	como	pauta?	De	que	forma	que	o	tema	sugerido	está	de	acordo	com	as	
normas	editoriais	do	veículo	e	 com	o	 interesse	público	para	que	a	notícia	 seja	
divulgada?	O	material	está	sendo	enviado	no	tempo	(data,	horário)	correto?	
132
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Sobre	esse	último	ponto,	é	muito	comum	que	assessorias	enviem	releases 
a	veículos	de	comunicação	sobre	acontecimentos	passados,	quando	os	jornalistas	
já	não	têm	mais	interesse	em	publicá-los.	Um	exemplo	negativo	ocorre	quando	a	
assessoria	de	uma	prefeitura	envia	um	release	no	final	da	quarta-feira	sobre	uma	
obra	inaugurada	na	terça-feira,	sabendo	que	muitos	veículos	de	comunicação	só	
conseguiriam	publicar	na	quinta-feira,	ou	seja,	dois	dias	após	o	fato	ter	ocorrido.	
Se	para	os	meios	de	comunicação	tradicionais	a	pressa	é	sempre	um	componente	
cotidiano	do	trabalho,	para	os	novos	meios	digitais	ela	acaba	sendo,	por	vezes,	o	
principal	ingrediente	de	trabalho.	
É	 comum	 que	 para	 órgãos	 públicos	 de	 maior	 porte,	 as	 assessorias	 de	
imprensa	 enviem	 releases	 em	 duas	 edições	 diárias,	 normalmente	 no	 final	 da	
manhã	e	no	final	da	tarde,	contemplando	os	telejornais	e	radiojornais	do	meio-
dia,	os	telejornais	da	noite	e	os	jornais	impressos	e	programas	de	rádio	da	manhã	
seguinte.	Com	a	nova	dinâmica	dos	portais	de	notícias	online	e	a	utilização	de	
mídias	sociais,	algumas	assessorias	programam	envio	de	prévias	das	edições	ao	
longo	do	dia	ou	mesmo	materiais	como	edições	extraordinárias,	atendendo	ao	
ritmo	contemporâneo	dos	veículos	de	comunicação.
Quando	 um	 dos	 objetivos	 é	 dar	 destaque	 à	 fonte,	 para	 que	 possam	 ser	
agendadas	 entrevistas	 sobre	 o	 assunto	 com	 uma	 autoridade	 ou	 especialista	 da	
organização,	 uma	 das	 recomendações	 é	 incluir	 declarações,	 principalmente	
quando	o	fato	principal	está	mais	localizado	no	teor	do	discurso	da	fonte	do	que	
nas	 circunstâncias	 em	que	 ele	 foi	 emitido	 (no	 exemplo	da	figura	 a	 seguir	o	 teor	
da	declaração	tem	um	peso	maior	do	que	o	evento	em	que	as	informações	foram	
anunciadas).	Nesses	casos,	é	fundamental	sempre	deixar	a	fonte	de	sobreaviso	para	
receber	chamadas	para	a	realização	de	entrevistas	sobre	o	tema	divulgado	no	release.
FIGURA 7 – EXEMPLO DE TEXTO PARA RELEASE PADRÃO (DADOS FICTÍCIOS)
FONTE: Adaptado de Ferraretto e Ferraretto (2009)
TÓPICO 4 — AS PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICAS NAS ORGANIZAÇÕES
133
Depois	do	envio	dos	releases,	uma	das	ações	importantes	para	o	assessor	de	
imprensa	é	o	follow-up.	Trata-se	de	uma	ação	que	visa	obter	retorno,	normalmente	
por	telefone,	do	envio	de	releases	aos	jornalistas.	A	ação	é	utilizada	também	para	
distribuir	materiais	de	apoio	ou	para	agendamento	de	entrevistas	coletivas.	Mafei	
(2012)	orienta	a	não	pedir	esse	retorno	nos	horários	comuns	de	fechamento	de	
edição,	como	ocorre	após	as	17h	nos	jornais	impressos.	Bona	(2017,	p.	186),	por	sua	
vez,	aconselha	a	não	insistir,	tentando	vencer	o	jornalista	pelo	cansaço,	pois	essa	
não	seria	uma	atitude	bem	vista	pelos	colegas.	“Na	primeira	vez	que	o	assessor	de	
imprensa	emplacar	a	matéria,	o	jornalista	perceberá	que	o	profissional	pode	ser	
um	parceiro,	sendo	prestativo	e	proativo.	Depois	dessa	constatação,	é	só	manter	
o	mesmo	nível	de	relacionamento”.
Após	a	chegada	e	a	popularização	da	internet,	é	comum	ocorrer	muitas	
vezes	 o	 inverso,	 onde	 é	 o	 jornalista	 do	 veículo	 de	 comunicação	 que	 entra	
frequentemente	em	contato	com	o	assessor	para	pedir	mais	informações	sobre	a	
matéria	ou	até	mesmo	o	agendamento	de	entrevistas	com	o	assessorado.	
4 A COMUNICAÇÃO INTEGRADA DENTRO 
DAS ORGANIZAÇÕES
De	forma	semelhante	à	estrutura	de	comunicação	em	uma	organização	
pública	 deste	 capítulo),	 uma	 assessoria	 de	 comunicação	 tanto	 na	 área	 pública	
como	 na	 área	 privada	 pode	 atuar	 com	 as	 áreas	 de	 Imprensa/Jornalismo,	
Publicidade	e	Propaganda,	Relações	Públicas,	Editoração	e	Mídias	Sociais.	Neste	
caso,	é	muito	comum	que	a	denominação	“assessoria	de	imprensa”	seja	um	setor	
do	departamento	de	comunicação	social	da	empresa	ou	como	uma	divisão	da	
própria	“assessoria	de	comunicação”,	já	que	esta	teria	um	conceito	mais	amplo,	
abrangendo	 as	 demais	 áreas	 da	 comunicação	 social.	 É	 comum	 também	 que	
muitas	empresas	não	tenham	um	setor	específico	de	Editoração	e	Mídias	Sociais,	
sendo	que	os	profissionais	que	atuem	com	essas	atividades	sejam	incorporados	
pelas	demais	áreas.
Um	organograma	comum	de	uma	assessoria	de	comunicação	social	pode	
funcionar	como	o	descrito	na	figura	a	seguir:
134
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
FIGURA 8 – DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DA COMUNICAÇÃO DENTRO DE UMA ORGANIZAÇÃO
FONTE: O autor 
Em	muitas	empresas,	é	comum	também	que	o	setor	de	comunicação	esteja	
subordinado	ao	departamento	de	marketing	da	organização	ou	ao	menos	deva	
subordinar	a	ele	os	 trabalhos	de	comunicação	externa,	voltados	às	 campanhas	
institucionais	ou	de	vendas	de	produtos	e	serviços.	Da	mesma	forma,	é	comum	
que	em	departamentos	de	marketing	haja	o	setor	de	“marketing	digital”,	mais	
voltado	ao	marketing	de	produtos	(e-commerce)	ou	marketing	institucional	da	
empresa,	embora	com	configurações	semelhantes	ao	setor	de	mídias	sociais	nas	
assessorias	de	comunicação.
Apesar	de	algumas	barreiras	no	âmbito	das	atribuições	profissionais,	 é	
cada	vez	mais	comum	que	os	setores	de	uma	assessoria	de	comunicação	trabalhem	
cada	vez	mais	de	forma	integrada,	especialmente	na	realização	de	campanhas.
Para	Kunsch	(1999),	a	comunicação	integrada	precisa	ser	entendida	como	
uma	filosofia	capaz	de	nortear	e	orientar	 toda	a	comunicação	que	é	gerada	na	
organização,	como	um	fator	estratégico	para	o	desenvolvimento	organizacional	
na	 sociedade	 globalizada.	 Assim,	 a	 comunicação	 integrada	 aproximaria	 as	
diferentes	 modalidades	 de	 comunicação	 dentro	 de	 uma	 organização,	 como	 a	
comunicação	institucional,	a	comunicação	mercadológica,	a	comunicação	interna	
e	a	comunicação	administrativa.
TÓPICO 4 — AS PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICAS NAS ORGANIZAÇÕES
135
A	 importância	 da	 comunicação	 integrada	 reside	 principalmente	
no	 fato	 de	 ela	 permitir	 que	 se	 estabeleça	 uma	 política	 global,	
em	 função	 de	 uma	 coerência	 maior	 entre	 os	 diversos	 programas	
comunicacionais,	de	uma	linguagem	comum	de	todos	os	setores	e	de	
um	comportamento	organizacional	homogêneo,	além	de	se	evitarem	
sobreposições	 de	 tarefas.	 Com	 um	 sistema	 integrado,	 os	 diversos	
setores	 comunicacionais	 de	 uma	 organização	 trabalham	 de	 forma	
conjunta,	tendo	ante	os	olhos	os	objetivos	gerais	e	ao	mesmo	tempo	
respeitando	 os	 objetivos	 específicos	 de	 cada	 setor.	 Trata-se	 de	 uma	
gestão	coordenada	e	sinérgica	dos	esforços	humanos	e	organizacionais	
(KUNSCH,	1999,	p.	75).
Torquato	(2015,	p.	140)	também	alerta	para	o	emprego	de	uma	linguagem	
única	 que,	 em	 termos	 concretos,“significa	 estabelecer	 condições	 para	 uso	 e	
desenvolvimento	de	 canais	 de	 comunicação,	 com	 a	 compreensão	 clara	 de	 sua	
dinâmica	e	indicação	de	sua	periodicidade,	linguagem,	conteúdos,	forma	etc.”.	
No	entendimento	do	autor,	a	comunicação	integrada	deve	ir	além	da	aproximação	
dos	 setores,	 mas	 deve	 abarcar	 as	 condições	 humanas,	 interpessoais,	 grupais,	
tornando	fluxos,	papéis	e	climas	sócio-organizacionais	mais	sinérgicos.
Neste	 sentido,	 em	 uma	 campanha	 institucional,	 por	 exemplo,	 o	
envolvimento	do	setor	de	Publicidade	e	Propaganda	na	supervisão	dos	trabalhos	
realizados	pela	agência	de	propaganda	externa	pode	estar	sincronizado	com	os	
eventos	 e	 sua	 identidade	 visual,	 com	 o	 engajamento	 provocado	 pelo	 setor	 de	
Mídias	Sociais	e,	é	claro,	com	todo	o	suporte	do	setor	de	imprensa	com	os	veículos	
de	comunicação,	sejam	eles	segmentados	ou	voltados	a	públicos	mais	amplos.
Quanto	 à	 estruturação	 de	 uma	 assessoria	 exclusivamente	 voltada	 aos	
trabalhos	de	imprensa,	Ferraretto	e	Ferrarettto	(2009),	definem	três	tipos:	
• Interna:	 a	 instituição	 organiza	 uma	 estrutura	 própria	 e	 contrata	 jornalistas	
para	a	execução	dos	serviços.
• Externa:	os	serviços	são	contratados	com	terceiros	(empresas	especializadas	em	
assessoria	de	imprensa	e/ou	de	comunicação	ou	ainda	jornalistas	autônomos).
• Mista:	a	 instituição	possui	uma	assessoria	de	imprensa	interna	que	cobre	as	
atividades	do	dia	a	dia	e	contrata	terceiros	para	eventos	especiais.	Neste	caso,	
a	assessoria	interna	é	responsável	pela	supervisão	dos	serviços	da	externas.
Os	profissionais	que	atuam	em	uma	assessoria	de	imprensa:	 jornalistas;	
ilustrador,	 diagramador	 ou	 webdesigner;	 fotógrafos;	 escutas	 (acompanha	
noticiários	de	rádio	e	tv);	secretário	(assessora	agenda,	arquivos,	recepções	etc.).	
Nos	últimos	anos,	conforme	já	visto,	analistas	e	gestores	de	mídias	sociais	estão	
cada	vez	mais	incorporados	aos	trabalhos	das	assessorias.
Os	serviços	normalmente	 terceirizados	em	uma	assessoria	de	 imprensa	
são:	impressão	gráfica	e	produção	de	áudio	e	vídeo,	justamente	porque	demandam	
muita	estrutura	material	e	humana	para	a	execução	dos	trabalhos.
136
UNIDADE 2 —RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Clipping: O que é?
Cássio	Politi
Clipping	é	o	processo	contínuo	de	monitoramento,	análise	e	arquivamento	
de	 menções	 feitas	 na	 mídia	 a	 uma	 determinada	 marca,	 como	 empresa	 ou	
celebridade.	E	pode	se	estender	 também	a	verbetes,	 como	nomes	e	expressões	
utilizados	numa	campanha	de	comunicação.
Normalmente,	o	monitoramento	é	feito	em	mídias	de	conteúdo	público	
ou	por	assinatura,	como	televisão,	rádio,	jornais	e	revistas	impressos	e	eletrônico,	
sites	noticiosos,	blogs,	redes	sociais,	podcasts	e	plataformas	de	streaming,	como	
o	YouTube.
[...]
Como funciona o clipping?
O	 serviço	 de	 clipping	 é	 contratado	 frequentemente	 por	 empresas	 que	
tenham	 presença	 na	 mídia,	 seja	 ela	 provocada	 pela	 popularidade	 da	 marca,	
pela	 função	que	desempenha	na	 sociedade	 (órgãos	públicos,	por	 exemplo)	ou	
pelo	trabalho	ativo	de	mídia	espontânea	ou	conquistada	feito	por	assessorias	de	
comunicação	e	de	imprensa	internas	das	empresas	ou	terceirizadas	no	modelo	de	
agência.	
[...]
O	site	americano	Glean,	por	exemplo,	recomenda	os	seguintes	passos:
1 Faça primeiro a checagem do texto	 –	 é	 a	 forma	mais	 segura	 de	 encontrar	
menções,	uma	vez	que	mesmo	os	textos	falados	em	televisão,	rádio	e	mídias	
televisivas	on-line	muitas	vezes	ficam	disponíveis	em	texto.	O	mesmo	acontece	
para	veículos	impressos:	a	grande	maioria	tem	o	mesmo	conteúdo	em	versão	
on-line.
2 Concentre-se em palavras-chave	 –	 e	 hashtags	 específicas	 que	 sejam	 críticas	
para	o	negócio.	Isso	ajuda	a	monitorar	a	atividade	do	segmento	como	um	todo	
—	incluindo	concorrentes	—,	e	não	apenas	as	menções	diretas	da	marca	[...].
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 4 — AS PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICAS NAS ORGANIZAÇÕES
137
3 Monitore sites e redes sociais	–	hoje	as	notícias	não	estão	mais	restritas	aos	
veículos	de	 comunicação.	 Elas	 frequentemente	 alcançam	um	número	muito	
maior	de	pessoas	quando	distribuídas	por	redes	sociais.
4 Inclua veículos off-line	–	uma	vez	que,	embora	tenham	perdido	audiência	para	
a	mídia	online,	eles	ainda	têm	forte	impacto	na	sociedade.	TVs,	rádios,	revistas	
e	jornais	impressos	ainda	são	uma	fonte	segura	e	mais	confiável	de	informação,	
especialmente	e	tempos	de	proliferação	das	fake	News.	
[...]
FONTE: POLITI, C. Clipping, o que é? Comunique-se, 24 jan. 2018. Disponível em: https://www.
comunique-se.com.br/blog/clipping-o-que-e/. Acesso em: 27 mar. 2020.
138
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 Os	principais	produtos	e	serviços	de	uma	assessoria	são:	
○	 Proposta	de	Pauta.
○	 Release.
○ Mailling-list	de	jornalistas.
○	 Contato	com	a	imprensa.
○	 Press	kit.
○	 Entrevistas	exclusivas	e	coletivas.
○	 Clipping	impresso	e	clipping	eletrônico	em	tempo	real.
○	 Súmulas.
○	 Sinopses.
○	 Análises.
○	 Textos	técnicos.
○	 Vídeos	e	filmes	institucionais.
○	 Discursos.
○	 Organização	de	sites.
○	 Produção	de	jornais	e	revistas,	entre	outros.
•	 House	Organ	é	um	produto	em	destaque	nas	assessorias,	como	um	veículo	para	
difusão	de	informações	da	organização,	podendo	ser	impressos	ou	eletrônicos,	
com	a	novidade	do	podcast	corporativo.
•	 Release	é	um	dos	principais	materiais	de	divulgação	destinado	aos	veículos	de	
comunicação.	
•	 Os	tipos	mais	comuns	são	como	release	padrão,	de	opinião,	dirigido,	especial	
ou	em	forma	de	artigo,	também	os	releases	específicos	para	rádio	e	TV	ou	para	
a	internet.
•	 Comunicação	integrada	é	uma	forma	de	nortear	e	orientar	a	comunicação	na	
organização	e	ainda	os	serviços	internos	e	externos	de	comunicação	de	uma	
instituição.	 Estabelece	 uma	 política	 global,	 unindo	 os	 diversos	 programas	
comunicacionais	e	utilizando	uma	linguagem	comum	de	todos	os	setores.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
139
1	 (ENADE	 2018)	 Assessor	 de	 imprensa	 ou	 comunicação	 deve	 ajudar	 no	
planejamento	do	evento,	com	orientações	de	acordo	com	as	possibilidades	
e	interesses	dos	veículos	de	comunicação.	Isso	pode	incluir	local	e	horário	
de	 abertura	 de	 acontecimentos,	 coletivas,	 presença	 de	 personalidades	
ou	 discussão	 de	 temas	 que	 possam	 despertar	 a	 atenção	 do	 jornalista.	
Dependendo	do	porte	do	evento,	é	indispensável	a	instalação	de	uma	sala	
de	 imprensa	 devidamente	 estruturada	 com	 atendimento	 especializado,	
equipamento,	 material	 de	 apoio	 e	 facilidade	 de	 acesso.	 A	 recepção	
e	 encaminhamento	 de	 repórteres,	 elaboração	 de	 convites,	 releases,	
distribuição	de	press	kits	são	tradicionais	nessas	ocasiões.
FONTE: DUARTE, J. (Org.). Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: teoria e 
técnica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
A	partir	da	leitura	do	texto	apresentado,	avalie	as	afirmações	a	seguir:
I-	 O	veículo	de	comunicação	é	responsável	por	designar	os	jornalistas	que	
participarão	da	cobertura
do	evento,	por	solicitar	credenciais	e	enviar	os	dados	básicos	solicitados	pela	
assessoria	de	imprensa	ou	comunicação	do	evento.
II-	 Cabe	aos	veículos	de	comunicação	e	aos	repórteres	questionar	os	limites	
impostos	para	a	circulação	de	profissionais	credenciados	em	determinadas	
áreas	do	evento	sob	cobertura	jornalística.
III-	Os	assessores	de	imprensa	ou	comunicação	devem	exigir	dos	jornalistas	
credenciados	para	 a	 cobertura	do	 evento	 somente	 a	 publicação	do	 que	
estiver	 contido	 nos	 releases,	 não	 havendo,	 portanto,	 possibilidade	 de	
questionamento	sobre	outros	acontecimentos	relativos	ao	evento.
É	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a)	(				)	 I.	
b)	(				)	 III.
c)	 (				)	 I	e	II.
d)	(				)	 II	e	III.
e)	 (				)	 I,	II	e	III.
2 O House Organ	 é	 utilizado	 como	 um	 veículo	 próprio	 das	 organizações.	
Apesar	de	sermais	conhecido	como	impresso,	também	pode	ser	produzido	
em	versões	eletrônicas.	Como	impresso,	pode	ser	produzido	em	forma	de	
boletim,	de	jornal	ou	de	revista.	
Assinale	V	para	verdadeiro	e	F	para	 falso	nas	asserções	a	seguir	a	respeito	
dos	objetivos	de	um	House Organ	como	ferramenta	de	comunicação	em	uma	
organização.	
AUTOATIVIDADE
140
(	 )	 Informar	 o	 público	 sobre	 a	 organização,	 seu	 funcionamento	 interno,	
planos	de	trabalho	e	posicionamento	da	empresa	no	mercado.	
(	 )	 Promover	um	fluxo	de	comunicação	vertical	descendente,	onde	o	corpo	
diretivo	utiliza	o	espaço	para	expor	normas,	leis	e	regras	a	respeito	das	
atividades	profissionais	dos	funcionários.	
(	 )	 Potencializar	 a	 ferramenta	 como	 instrumento	 de	 vendas	 da	 empresa,	
com	a	divulgação	de	oportunidades	promocionais	para	a	 sua	 linha	de	
produto.
(	 )	 Utilizar	a	publicação	também	como	um	espaço	para	integrar	funcionários	
e	familiares,	com	assuntos	pertinentes	a	esses	públicos.
(	 )	 Divulgar	ações	internas,	como	por	exemplo,	espaço	da	saúde,	prevenção	
de	acidentes,	orientações	para	uma	vida	mais	saudável	e	esclarecimentos	
gerais	sobre	a	instituição.
A	alternativa	correspondente	à	sequência	CORRETA	é:
a)	 (				)	 F,	V,	V,	F,	F.
b)	 (				)	 V,	V,	V,	V,	F.
c)	 (				)	 F,	F,	V,	V,	F.
d)	(				)	 V,	F,	V,	F,	V.
e)	 (				)	 V,	F,	F,	V,	V.
3	 O	release	é	um	dos	produtos	mais	conhecidos	de	uma	assessoria	de	imprensa	
e	 tem	 como	 objetivo	 levar	 aos	 veículos	 jornalísticos	 informações	 sobre	 a	
organização	que	possam	servir	como	pauta	ou	como	material	de	apoio.	Em	
relação	ao	release,	avalie	as	asserções	a	seguir	e	a	relação	proposta	entre	elas.
I-	 Um	 bom	 release	 padrão	 deve	 ter	 um	 título	 curto	 e	 deve	 concentrar	 as	
principais	 informações	 em	 seu	 primeiro	 parágrafo,	 mantendo	 uma	
linguagem	predominantemente	informativa.
PORQUE
II-	Um	release	também	pode	dar	um	bom	destaque	às	declarações	da	fonte	de	
informação,	ou	seja,	extrair	trechos	da	fala	de	um	especialista	ou	autoridade	
em	algum	assunto	na	organização.	
Desta	forma,	o	release	incentiva	que	os	jornalistas	agendem	entrevistas	sobre	
o	tema	com	a	fonte	divulgada.		A	respeito	dessas	asserções,	assinale	a	opção	
CORRETA:
a)	(	 )	As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
da	I.
b)	(	 )	As	asserções	 I	 e	 II	 são	proposições	verdadeiras,	mas	a	 II	não	é	uma	
justificativa	da	I.
c)	 (	 )	A	 asserção	 I	 é	 uma	proposição	 verdadeira,	 e	 a	 II	 é	 uma	proposição	
falsa.
d)	(	 )	A	asserção	I	é	uma	proposição	falsa,	e	a	II	é	uma	proposição	verdadeira.
e)	 (	 )	As	asserções	I	e	II	são	proposições	falsas.
141
UNIDADE 3 —
PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE 
COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA 
DE IMPRENSA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• orientar para a construção de um plano de comunicação organizacional 
que alinhe a assessoria de imprensa às estratégias da organização;
• descrever as formas de relações com as fontes de informação na organi-
zação, com jornalistas e com os veículos de comunicação;
•	 explicar	 sobre	o	 funcionamento	das	novas	mídias	 e	 sua	 influência	na	
comunicação da organização;
• conhecer aspectos sobre o gerenciamento de uma crise e de um escânda-
lo midiático.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorres da 
unidade,	 você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	
conteúdo apresentado. 
TÓPICO 1 – CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE COMUNICAÇÃO 
ORGANIZACIONAL 
TÓPICO 2 – RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO E
 COM A IMPRENSA
TÓPICO 3 – INFLUÊNCIA DAS NOVAS MÍDIAS NAS COMUNICAÇÕES
TÓPICO 4 – GESTÃO DE CRISES
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
142
143
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O diagnóstico de uma organização é fundamental para que se realize 
um trabalho profícuo em sua área de comunicação. Portanto, iniciaremos este 
tópico abordando a importância da realização de diagnóstico e da formulação 
de objetivos para que se possa construir um plano de comunicação em uma 
organização.
Na	sequência,	abordaremos	as	várias	formas	de	se	mensurar	e	avaliar	os	
resultados da comunicação em uma organização, como forma de dar um retorno 
ao assessorado sobre a importância do investimento em comunicação e também 
para a utilização dos dados na execução do planejamento e de ações da própria 
assessoria. Vamos em frente?
TÓPICO 1 —
CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE 
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
2 REALIZAÇÃO DE DIAGNÓSTICO E DEFINIÇÃO 
DE OBJETIVOS
A comunicação organizacional envolve sempre comunicações humanas, 
interpessoais e interesses de grupos dentro e fora da instituição. Muito além da 
formatação das áreas essenciais da comunicação, como jornalismo, publicidade e 
propaganda, relações públicas e outras, é necessário iniciar um planejamento de 
comunicação conhecendo em detalhes a organização, sua cultura, seus valores, 
metas,	 processos,	 histórico,	 enfim,	 uma	 leitura	 adequada	 do	 ambiente,	 tanto	
interno quanto externo. Para isso, o trabalho inicial da assessoria é a realização de 
um diagnóstico.
De acordo com Vecchi (2010), o diagnóstico de uma instituição implica em 
conhecer sua estrutura, tendo a noção de todo o funcionamento, o contexto em 
que a organização faz parte e as funções que tem frente à sociedade. É necessário 
conhecer	 o	perfil	da	 instituição	 e	 seus	problemas	 comunicacionais	para	poder	
propor as opções de atividades adequadas às suas necessidades de comunicação, 
segundo a autora.
Para Bona (2017), o diagnóstico da comunicação e do relacionamento com 
a imprensa sempre demanda muitos dados. A autora recomenda que nessa etapa 
do projeto de comunicação se ouça muito:
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
144
Ouvir	 quem	 está	 desconfiado	 de	 mudanças	 e	 acha	 que	 está	 tudo	
bem;	 quem	 afirma	 que	 todas	 as	 iniciativas	 anteriores	 fracassaram;	
quem teve ideias e nunca foi ouvido com atenção; quem tem casos 
interessantes	para	 contar;	 enfim,	ouvir	 a	opinião	de	 todo	mundo.	É	
claro que, se a empresa tiver milhares de funcionários, isso não será 
fácil. Se a empresa for menor, o assessor deve dedicar tempo para 
ouvir todos os colaboradores (BONA, 2017, p. 132).
Fazer reuniões rápidas com grupos menores pode ser uma alternativa para 
organizações com muitos funcionários, de acordo com a autora. A formulação de 
perguntas-chave para os grupos também auxilia na otimização do tempo para 
colher informações.
A montagem do diagnóstico segue com a coleta de algumas informações 
necessárias, segundo Bona (2017, p. 133-134):
Sobre os públicos com os quais a empresa ou o assessorado se relaciona:
• Quem são?
• Qual é o tipo de relação estabelecida entre eles?
• Há algum meio de comunicação já sendo utilizado?
• Quantas pessoas estão em cada grupo/público?
• Qual	é	o	perfil,	idade,	gênero,	nível	de	escolaridade	etc.?
• Qual é o principal problema de relacionamento com esse pessoal?
• No geral, qual é a satisfação com as informações que estão sendo divulgadas 
no momento?
Sobre as formas de relacionamento já usadas:
• Há newsletters para clientes?
• Quem faz o conteúdo para mídias sociais?
• Como o processo é realizado?
• Com são tratadas as datas festivas?
• Quando há reclamações, quem as responde e como?
• Há jornal ou programa de rádio ou de televisão interno?
• Que tipo de iniciativas são realizadas em relação aos funcionários e à 
comunidade aos arredores?
Como os competidores são vistos por fornecedores, comunidade e 
público interno:
• Como está a imagem desses competidores?
• Quais são as ações que eles desenvolvem?
• Que veículos eles possuem?
Sobre questões específicas para avaliar as empresas ou o assessorado no 
relacionamento com a imprensa:
TÓPICO 1 —CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
145
• Como o assessor anterior fazia os contatos?Qual era o tipo de trabalho? O que 
funcionou	ou	não	e	por	quê?
• Quais veículos eram atingidos e qual era o mailing?
• Como eram os textos enviados para a imprensa e que tipo de notícias foram 
publicadas sobre a empresa? O que destacavam? Que temática abordavam?
• Há um clipping	histórico?	Se	há,	quem	faz	o	clipping	é	profissional	interno	ou	
uma	agência	terceirizada?
Sobre anúncios de produtos ou serviços:
• Como os anúncios são feitos?
• Quem decide sobre sua concepção?
• Por que o processo é realizado dessa forma?
Bona (2017) recomenda que o assessor estude os relatórios de imprensa e 
as matérias que já foram veiculadas sobre a organização. Caso não tenha existido 
assessoria anteriormente, uma busca pela internet ajudará a detectar como anda 
a imagem da organização na mídia. 
No	caso	da	publicidade,	é	importante	saber	se	há	agências	terceirizadas	
e como funcionam, devendo se apresentar a ela e buscar conhecer também o 
histórico de campanhas publicitárias já realizadas.
Uma das opções para organizar o diagnóstico é realizar a conhecida análise 
SWOT (Forças/Strengths; Fraquezas/Wekenesses; Oportunidades/Opportunities; 
Ameaças/Threats). Bona (2017) sugere que, após realizado o diagnóstico, o 
assessor deve voltar a conversar com o grupo decisório da organização e mostrar 
o que será feito para cada grupo de públicos.
De	um	modo	geral,	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009)	sugerem	a	aplicação	das	
quatro conhecidas fases para executar um planejamento de comunicação em uma 
instituição: análise, adaptação, ativação e avaliação.
FIGURA 1 – FASES DE EXECUÇÃO DO PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO
FONTE: Adaptado de Ferraretto e Ferraretto (2009)
Os autores entendem que a análise é a etapa em que o assessor de imprensa 
conhece a instituição, seus públicos e o contexto em que ela se insere; devendo 
também	identificar	os	problemas	e	as	falhas	de	comunicação	da	entidade.	
Em seguida, o assessor já poderá partir para a adaptação, ajustando 
a realidade que detectou à projeção das ações necessárias. Nessa fase, serão 
definidas	as	políticas	e	também	os	planos.	
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
146
A ativação é o momento em que os planos serão colocados em prática, 
seguindo todas as determinações estipuladas, podendo também ser necessário 
lançar mão de estratégias diferenciadas. 
Por último virá a avaliação, com o estudo dos resultados de todos os 
planos	 e	 estratégias	 empregados,	 a	 fim	de	 constatar	 se	 foram	ou	 não	 os	mais	
adequados. As conclusões obtidas nessa etapa levarão a uma nova análise, que 
gerará um processo de adaptação, e assim por diante. O trabalho de planejamento 
é	 permanente,	 sendo	 também	 dinâmico	 e	 integrado,	 segundo	 Ferraretto	 e	
Ferraretto	(2009).
No contexto das organizações, o planejamento ocorre em três níveis. 
Estratégico: a longo prazo, ligado às grandes decisões das organizações. Tático: a curto 
prazo, específico, pontual, para atender a demandas imediatas. Operacional: formalização 
de todo o processo e das metodologias a serem adotadas (KUNSCH, 2019, p. 108).
NOTA
Um planejamento de comunicação em uma organização também exige 
que	sejam	definidos	objetivos	mensuráveis.	Para	definir	os	objetivos,	Anderson	
e Hadley (2002 apud GALERANI, 2005, p. 156) recomendam que sejam feitas as 
seguintes perguntas ao corpo diretivo ou aos gerentes de área:
• O que a administração está tentando alcançar e o que ajudará ou impedirá seu 
sucesso, de uma perspectiva de Comunicação?
• Como os públicos estratégicos provavelmente responderão às decisões da 
administração?
• Quais as respostas que a administração gostaria que os públicos estratégicos 
desses às suas metas?
• Como programas de comunicação podem ajudar a alcançar essas metas?
• O que a comunicação pode fazer de mais efetivo além de coordenar anúncios, 
colaborar em promoções e dar consultoria à alta administração?
A	 identificação	 das	 metas	 organizacionais	 auxiliará	 na	 definição	 dos	
objetivos	de	comunicação,	devendo	especificar	qual	o	público	deve	ser	atingido,	
qual	a	mudança	que	se	pretende	ao	final	das	tarefas	a	serem	executadas,	qual	a	
atitude a ser adotada, além da quantidade de mudança que se deseja e a data que 
se	tem	como	alvo	para	a	realização	final	do	objetivo	formulado.
De acordo com os Anderson e Hadley (2002 apud GALERANI, 2005, p. 
155),	 apenas	definir	quais	 anúncios	 irá	 fazer	ou	 estipular	número	de	menções	
na mídia não podem ser caracterizados como objetivos mensuráveis, pois não se 
relacionam com metas mais abrangentes da organização.
TÓPICO 1 —CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
147
Lupetti	(2010)	cita	exemplos	de	objetivo	geral	e	específico	de	comunicação	
em uma organização. No lançamento de um produto, o objetivo geral seria o 
ato	de	 criar	 consciência	 sobre	 o	 novo	produto.	 Já	 o	 objetivo	 específico	 seria	 o	
ato de associar o produto com o esporte. A autora lembra que os objetivos de 
comunicação sempre estarão associados a ações como informar, lembrar, replicar, 
persuadir, proporcionar visibilidade, chamar atenção, criar desejo, levar à decisão, 
efetivar a ação, entre outros.
Quando a assessoria atinge seus objetivos de comunicação significa que 
também está atingindo as metas organizacionais, justificando o investimento feito em 
comunicação.
IMPORTANTE
3 AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO
Mensurar resultados e avaliar o alcance dos objetivos traçados não é uma 
tarefa	simples	em	uma	assessoria	de	comunicação,	justamente	pelas	dificuldades	
em tornar tangíveis tais resultados. A mensuração tem se tornado cada vez mais 
objeto	 de	 preocupação	 entre	 os	 profissionais,	 com	 o	 objetivo	 de	 justificar	 os	
investimentos feitos pelas organizações em comunicação.
De acordo com Cruz e Silva (2016), é necessário que possam ser 
identificados	 se	 os	 objetivos	 de	 comunicação	 estão	 sendo	 alcançados.	 Assim,	
para as organizações, a necessidade é buscar o fortalecimento das relações com os 
seus	públicos	e,	para	isso,	o	alcance	dos	objetivos	iniciais	precisa	ser	quantificado	
sempre que possível.
Bona (2017) lembra que no caso das assessorias de imprensa há a opção de 
avaliar os resultados com o Return on investiment, ou retorno sobre investimento 
(ROI), com base nos preços publicitários. Para isso, o cálculo é feito nas matérias 
veiculadas pelo seu tamanho em veículos impressos ou sua duração em veículos 
eletrônicos. No caso da internet, calcula-se o número de cliques, comentários, 
retweets,	visitas,	enfim,	o	que	configura	tráfego.	
O valor estimado de cada publicação poderá estar de acordo com a tabela 
de preços do próprio veículo de comunicação. Em casos de um grande volume 
de publicações de matérias e a impossibilidade de reunir inúmeras tabelas de 
preços, uma opção é estimar os valores de acordo com tiragens e alcances dos 
veículos.
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
148
Uma	 dificuldade	 apontada	 por	 Bona	 (2017),	 para	 fazer	 uma	 avaliação	
numérica em conteúdos jornalísticos, é que, diferentemente da publicidade, a ação 
jornalística não é agressiva e, necessariamente não induz à compra de maneira 
imediata. “O consumidor terá a impressão, quando for consumir, de que aquele 
produto ou serviço é positivo por tudo o que já leu ou ouviu a respeito da marca 
da	organização”	(BONA,	2017,	p.	151),	ou	seja,	pode	confirmar	a	boa	vontade	dos	
clientes em adquirir aquele determinado produto, mas não é gatilho para os negócios.
Ferraretto	 e	 Ferrarettto	 (2009)	 utilizam	 o	 termo	 “taxação”	 como	 um	
instrumento para prestar contas ao assessorado. A taxação consiste em coletar e 
arquivar todos os materiais publicados sobre a organização.
A taxação, como explicam os autores, é feita através da clipagem ou clipping, 
reunindo tudo o que diga respeito ao assessorado através de uma compilação de 
matérias nos meios impressos, eletrônicos e on-line. Também pode ser através de 
súmula, com um resumo das principais notícias de interesseda organização em 
rádio e TV, ou uma sinopse, que é o mesmo resumo em jornais e revistas. Outro tipo 
de taxação é através da análise, que é uma interpretação crítica, por parte do assessor, 
das informações divulgadas, avaliando o teor do que foi dito e procurando revelas 
intenções e dados omitidos.
Existem	três	tipos	de	informação	a	serem	taxadas:	a	de	interesse	direto,	que	
é quando a matéria fala diretamente sobre a organização; a de interesse indireto, 
quando	abrange	informações	específicas	sobre	o	segmento	da	empresa,	por	exemplo;	
ou ainda a de interesse secundário, quando, por exemplo, a matéria trataria de 
economia e alguns aspectos que poderiam afetar o segmento da organização ou a 
região onde está instalada.
Outro	instrumento	para	prestar	contas	ao	assessorado,	conforme	Ferraretto	e	
Ferrarettto	(2009),	é	o	relatório	de	atividades.	O	relatório	pode	funcionar	como	uma	
espécie de balanço periódico (mensal, por exemplo), relatando minuciosamente as 
atividades desenvolvidas pela assessoria no período. No relatório, além de constar a 
clipagem com todas as matérias sobre o assessorado, podem ser incluídos materiais 
produzidos e que, necessariamente, não foram divulgados por outros meios, como 
releases produzidos, publicações próprias e outros.
QUADRO 1 – CONTEÚDO DO RELATÓRIO DE ATIVIDADES DA ASSESSORIA DE IMPRENSA
Conteúdo básico do relatório de atividades
Relatório propriamente dito. Atividades da assessoria, dia a dia.
Contatos. Relação dos jornalistas contatados.
Material produzido. Releases,	fotografias,	press	kits,	house	organs	etc.
Taxação,	Jornais,
Internet,
Rádio e TV.
Recortes e reproduções.
Espaço conquistado.
Gravações.
FONTE: Adaptado de Ferraretto e Ferraretto (2009)
TÓPICO 1 —CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
149
Os autores sugerem também que o relatório possa ser acompanhado de 
uma breve análise sobre as matérias veiculadas. Isso porque muitas vezes um 
espaço pequeno conquistado em um veículo de comunicação pode, à primeira 
vista, parecer pouco para o assessorado, mas pode ter um impacto e uma 
repercussão muito superiores proporcionalmente ao seu tamanho. Neste caso, as 
ponderações do assessor ajudarão na melhor compreensão do assessorado.
A respeito da mensuração sobre espaço conquistado na mídia, uma 
estratégia antiga e comum, é a centimetragem e minutagem nos veículos de 
comunicação.	De	acordo	com	Bona	(2017),	é	uma	estratégia	que	começa	a	ficar	
obsoleta e que ainda corresponde apenas às assessorias que miram os meios de 
comunicação de massa tradicionais.
Neste método, o assessor faz a clipagem com as matérias em jornais e 
revistas e medem o espaço ocupado em centímetros. No caso do rádio e da TV, 
a medição é feita em segundos ou minutos do espaço ocupado. Há também 
variáveis	além	das	medidas,	que	podem	ser	a	seção	do	jornal,	a	capa,	a	audiência	
do horário do rádio e da TV etc. Em seguida, o assessor compara com os valores 
que seriam pagos caso essas matérias fossem anúncios publicitários, mostrando 
ao assessorado o quanto ele “ganhou” ou “deixou de gastar” com anúncios.
Muito	 comum	 na	 área	 de	 marketing,	 o	 retorno	 sobre	 investimento	 –	
Return on investimento – (ROI) pode ser medido também sobre as vendas ou o 
resultado	financeiro	da	empresa	x	custo	da	ação	de	comunicação.	É	claro	que,	
como já observado anteriormente, no caso das assessorias de imprensa há sempre 
uma	dificuldade	maior	em	vincular	diretamente	as	vendas	de	um	produto	com	
a	 eficácia	 na	 publicação	 de	matérias	 nos	 veículos	 de	 comunicação.	Apesar	 de	
vários questionamentos a respeito, Bona (2017) sugere algumas adaptações do 
ROI para medições na imprensa. A autora traz um exemplo prático para melhor 
compreender a adaptação do ROI para uma assessoria de imprensa:
É possível fazer uma comparação, na AI, do lançamento de uma 
concessionária que investe em jantares para jornalistas e outros 
eventos e concessão de brindes. Nesse caso, é possível medir, por meio 
da venda de veículos, se o esforço de comunicação surtiu efeitos. É 
possível, ainda, perguntar aos clientes que visitam a concessionária 
como	ficaram	sabendo	sobre	a	novidade	e,	assim,	avaliar	se	foi	outro	
tipo de ação ou se foram as matérias publicadas que incentivaram as 
pessoas a irem até a loja (BONA, 2017, p. 155-156).
É	claro	que	outras	dificuldades	também	existirão	na	aplicação	de	exemplos	
como	 este	 apontado	por	 Bona	 (2017)	 como	 a	 fidelidade	 sobre	 a	 lembrança	da	
publicação da matéria e outras confusões que o próprio consumidor pode fazer 
quando se trata de lembranças na mente do consumidor (recall). Para calcular o 
ROI, aplica-se a seguinte fórmula (PÉREZ; FAMÁ, 2015, p. 110):
ROI = NOPAT
 CI
NOPAT = Lucro operacional líquido após impostos. CI = Capital investido.
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
150
Vamos	 exemplificar,	 adaptando	 para	 uma	 assessoria	 de	 imprensa	 e	
considerando que o lucro operacional subtraia também os custos de comunicação.
NOPAT = 500.000. Custo de comunicação: 10.000.
 ROI = (500.000 – 10.000) / 10.000. ROI = 5.
Nesse exemplo ilustrativo, o retorno sobre o investimento foi de 5 vezes o 
investimento	inicial,	o	que	significa	500%	de	“lucro”.	Utilizando	centimetragem	
e minutagem ao invés do lucro operacional no cálculo de aplicação do ROI, 
teríamos o seguinte exemplo sugerido por Bona (2017):
• Veiculação de matéria de 30 segundos em uma TV que cobra R$ 14.000,00 por 
essa duração de tempo nos espaços publicitários.
• Investimento de R$ 3.500,00 no trabalho da assessoria.
14.000 – 3.500
3.500
 
ROI = (14.000 – 3.500) / 3.500. ROI = 3. Ou 300% de “lucro”.
Sobre a adaptação dessa fórmula, Bona (2017) adverte, entretanto, que 
nem sempre o espaço conquistado em um veículo dará o retorno desejado em 
vendas. Se o público do assessorado não for o público daquele espaço do veículo 
de comunicação, “o cálculo do ROI dará um resultado alto, mas não surtirá o 
resultado qualitativo que se espera desse trabalho de assessoria, porque não 
atingirá o público adequado” (BONA, 2017, p. 157-158).
Outra observação pertinente sobre o cálculo do ROI envolvendo receitas e 
lucros	com	vendas,	é	que	nem	toda	organização	possui	fins	lucrativos,	já	que	uma	
assessoria pode prestar serviços para governos, organizações sociais e entidades 
diversas que não geram receitas mensuráveis. Nestes casos, os modelos de 
centimetragem e minutagem, relatório de atividades e outras prestações de contas 
também de caráter qualitativo podem ser mais úteis na avaliação dos resultados.
Bona (2017) também recomenda como opção uma avaliação qualitativa, 
onde os resultados de publicação podem ser comparados com os públicos que 
estavam listados nos objetivos a serem atingidos. A autora sugere que se utilize 
notas ou pesos para cada veículo, tamanho ou abordagem do assunto. No exemplo 
do Quadro 2, seriam aplicados 10 pontos para a TV, como meio estratégico para o 
produto, 5 pontos para a internet, como meio intermediário, seguidos de revistas 
segmentadas (3 pontos) e jornais e rádios (1 ponto).
TÓPICO 1 —CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
151
QUADRO 2 – EXEMPLO DE AVALIAÇÃO QUALITATIVA NOS RESULTADOS DE COMUNICAÇÃO
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
TV/ 10 Inserção em 
programa
Rádio/ 1 Entrevista 
local
Internet/ 5
Entrevista 
sobre o 
assunto 
Matéria 
especial sobre 
o assunto
Jornal/	1 Nota sobre o 
assunto
Revista/ 3
Fonte em 
matéria sobre o 
tema
Valor total 7 10 5 3
Média 2,33 10 5 3
FONTE: Adaptado de Bona (2017)
A	 partir	 desse	 quadro	 básico	 exemplificado	 acima,	 o	 assessor	 pode	
criar inúmeras variáveis de pontuação, conforme o veículo de comunicação e a 
relevância da matéria veiculada, transformando assim, informações qualitativas 
em dados tangíveis.
Outra observação pertinente também na avaliação dos resultados em 
publicações	na	imprensa	é	o	grau	de	aderênciaque	a	matéria	jornalística	dará	ao	
conteúdo do material divulgado pela assessoria. Um exemplo é o aproveitamento 
de releases pelos veículos de comunicação, tanto na quantidade de informações 
que foram utilizadas do release pelo veículo como no alinhamento ao conteúdo 
repassado. Também é possível analisar determinados fatores como o aspecto 
positivo ou negativo das matérias veiculadas, lembrando que necessariamente 
uma notícia não chega a ser totalmente negativa ou positiva sobre um assunto. 
Um exemplo seria uma prefeitura divulgando uma obra importante para a 
cidade. O veículo de comunicação, neste caso, utilizaria as informações do release 
e divulgaria os aspectos positivos da obra, mas entrevistaria moradores com 
opiniões contrárias, colocando o órgão público na defensiva e fazendo assim o 
que é comumente chamado de contraponto.
Quando há a necessidade de se avaliar o impacto das notícias (positivas 
ou negativas) no público, outra opção existente é utilizar pesquisa de opinião com 
o público. Uma das técnicas utilizadas nas pesquisas de opinião é o Survey, que 
pode ser elaborado, inclusive, por meio da ferramenta de formulários do Google 
em enviado por e-mail para uma amostra do público cliente (BONA, 2017).
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
152
Survey é um questionário estruturado e rápido de ser aplicado, com opções 
de respostas em múltipla escolha.
NOTA
A área de relações públicas, por sua vez, já utiliza modelos avançados e 
contemporâneos para avaliação de relacionamentos entre a organização e o seu 
público. Galerani (2005) destaca o modelo de avaliação de relacionamentos de 
Hon e Grunig (2002 apud GALERANI, 2005, p.161-162), baseado na qualidade dos 
relacionamentos com públicos estratégicos com os seguintes indicadores:
• Mútuo controle: grau de aceitação entre as partes sobre quem tem o legítimo 
poder	para	influenciar	o	outro.
• Confiança:	 integridade,	 segurança	 e	 competência,	 como	níveis	 de	 confiança	
que as partes apresentam para se mostrar abertas umas às outras.
• Satisfação: limite em que cada parte é favorável à outra por ter reforçadas suas 
expectativas positivas sobre o relacionamento.
• Compromisso: até que ponto cada parte acredita que vale a pena gastar energia 
para manter e promover o relacionamento.
• Relação de troca:	uma	parte	beneficia	a	outra	porque	a	outra	proveu	benefícios	
a	ela	no	passado	ou	sabe	que	se	beneficiará	no	futuro.
• Relação comunal:	 ambas	as	partes	 se	beneficiam	porque	estão	preocupadas	
com o bem-estar da outra parte, mesmo sem adquirir nada em retorno.
Entretanto, para Cruz e Silva (2016, p. 58), no nosso cenário contemporâneo, 
“no qual as pessoas estão conectadas a Internet 24 horas por dia e podem, por meio 
de um telefone celular, registrar e publicar qualquer coisa a qualquer momento, 
a tarefa de mensurar as ações de comunicação da organização torna-se hercúlea”. 
Para o autor, a multiplicidade de mídias, de espaços e de ocasiões nas quais é 
possível veicular os assuntos a respeito de uma organização exige muitas formas 
de medir seus resultados. 
Para o ambiente digital, Bona (2017) indica que é possível medir o tráfego 
de cada postagem em sites, portais e redes sociais pela movimentação, pela 
interação	do	público	e	pelo	perfil	demográfico	atingido.	O	balanço	iniciaria,	então,	
utilizando os dados do Google Analytics e outras ferramentas próprias das mídias 
sociais	para	elaborar	os	gráficos	sobre	o	público	atingido	com	as	postagens.	
No caso de comentários positivos e negativos, os dados também servirão 
como avaliação interna da assessoria para aprimorar suas técnicas de abordagem 
nas mídias digitais, como veremos com maior profundidade nos Tópicos 2 e 3 
desta unidade.
153
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• O diagnóstico de uma instituição implica em conhecer sua estrutura, seu 
funcionamento e o seu contexto diante da sociedade. O assessor deve conhecer 
o	perfil	da	 instituição	e	 seus	problemas	comunicacionais	para	poder	propor	
um plano de atividades adequadas às suas necessidades de comunicação.
• Para realizar o diagnóstico, o assessor precisa levantar informações, como:
 ○ Os públicos que a organização se relaciona.
 ○ As formas de relacionamento que já foram utilizadas.
 ○ Como os competidores são vistos por fornecedores, comunidade e público 
interno.
 ○ Questões	 específicas	para	 avaliar	 a	 organização	no	 relacionamento	 com	a	
imprensa.
 ○ Anúncios de produtos ou serviços já realizados.
• Para formular os objetivos de comunicação de uma assessoria, é necessário 
identificar	as	metas	organizacionais,	como:
 ○ O que a administração está tentando alcançar e o que ajudará ou impedirá 
seu sucesso, de uma perspectiva de Comunicação?
 ○ Como os públicos estratégicos provavelmente responderão às decisões da 
administração?
 ○ Quais as respostas que a administração gostaria que os públicos estratégicos 
desses às suas metas?
 ○ Como programas de comunicação podem ajudar a alcançar essas metas?
 ○ O que a comunicação pode fazer de mais efetivo além de coordenar anúncios, 
colaborar em promoções e dar consultoria à alta administração?
• Para avaliar e mensurar os resultados da comunicação em uma organização, 
há algumas opções de métodos.
• Um desses métodos é a taxação, que consiste em coletar e arquivar todos os 
materiais publicados sobre a organização.
 
• Outra forma de prestar contas ao assessorado é o relatório de atividades, que 
além de reunir todos os materiais divulgados pela mídia, podem ser incluídas 
publicações próprias e outras produções.
 
154
• Outra forma é através do ROI – retorno sobre investimento ou Return on 
investimento.	Pode	ser	medido	sobre	o	resultado	financeiro	da	empresa	x	custo	
da ação de comunicação. Ou ainda pode ser medido pela centimetragem ou 
minutagem das matérias veiculadas na mídia, calculando o valor dos espaços 
conquistados pela tabela de preços dos veículos na divulgação publicitária.
• A assessoria pode ainda utilizar uma avaliação qualitativa, onde os resultados 
de publicação podem ser comparados com os públicos que estavam listados 
nos objetivos a serem atingidos. Desta forma, atribuem-se notas ou pesos para 
cada veículo, tamanho ou abordagem do assunto.
155
1 A realização de um diagnóstico para elaborar um plano de comunicação em 
uma organização é fundamental para o bom funcionamento das atividades 
de uma assessoria de imprensa ou de comunicação. Nesse sentido, avalie as 
asserções a seguir a respeito de algumas das tarefas a serem realizadas para 
construir um diagnóstico.
I- Ouvir a opinião do maior número de pessoas, de forma individual ou em 
grupos, com perguntas-chave, ajudam a colher informações imprescindíveis 
sobre	a	organização	a	fim	de	se	realizar	um	diagnóstico.
PORQUE
II- A aplicação de quatro fases, como análise, adaptação, ativação e avaliação 
comporão	 a	 sequência	 adequada	 para	 se	 executar	 um	 planejamento	 de	
comunicação em uma organização.
A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA:
a)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa	da	I.
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição 
falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
2 A taxação é um instrumento que serve como opção para o assessor prestar 
contas	 ao	 assessorado,	 de	 acordo	 com	 Ferraretto	 e	 Ferrarettto	 (2009).	
O	 objetivo	 de	 prestar	 contas	 é	 justificar	 os	 investimentos	 feitos	 pelas	
organizações em comunicação. Nesse sentido, avalie as asserções a seguir a 
respeito desta forma de prestar contas.
I- Organiza-se através da compilação de matérias nos meios de comunicação, 
em forma de clipping ou clipagem.
II- Pode ser realizada através de análise, interpretando o teordo que foi 
divulgado na mídia.
III- A taxação pode reunir informações de interesse direto, quando se fala 
sobre a organização; de interesse indireto, quando se fala sobre o segmento 
ou área da organização; de interesse secundário, quando trata de assuntos 
que podem vir a afetar a organização.
IV- A taxação pode ser medida através de relacionamentos, como satisfação, 
compromisso e relação de troca.
AUTOATIVIDADE
156
É	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a) ( ) I e IV.
b) ( ) IV.
c) ( ) I, II e III.
d) ( ) I, II, III, IV.
e) ( ) Nenhuma das alternativas.
3 Uma forma antiga de mensuração sobre o espaço conquistado na mídia 
é a centimetragem e minutagem das matérias a respeito da organização 
veiculadas na mídia. Neste método, a assessoria faz a clipagem das matérias 
e medem o espaço em centímetros nos meios impressos, em minutos no 
rádio e tv, ou ainda medindo o tráfego na internet. Sobre esse assunto, 
escolha a única alternativa CORRETA:
a) ( ) A forma de mensuração em centimetragem e minutagem calcula a 
receita obtida pela organização com a venda de produtos e subtrai o 
gasto com comunicação.
b) ( ) Aplica-se uma pontuação para cada veículo de comunicação 
segmentado e em seguida é realizada uma análise crítica a respeito de 
assuntos positivos e negativos veiculados na mídia sobre a organização.
c) ( ) Organiza-se um relatório de atividades, constando todos os materiais 
produzidos pela assessoria, como releases, house organs, produção de 
vídeos e áudios, entre outros.
d) ( ) A aplicação do Retorno sobre investimentos (ROI) nas matérias 
divulgadas na imprensa sobre a organização considerará no cálculo a 
receita total da empresa, antes e depois da implantação da assessoria.
e) ( ) O assessor utiliza o tamanho dos espaços conquistados com matérias 
jornalísticas na mídia para comparar com os valores que seriam pagos 
caso as matérias fossem anúncios publicitários.
157
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A relação com as fontes de informação e com os veículos de comunicação 
são	experiências	que	cada	vez	mais	exigem	preparo	profissional	e	planejamento	das	
atividades.
Neste tópico, vamos iniciar abordando o conceito de media training e a 
importância	da	qualificação	de	fontes	e	do	porta-voz	das	organizações.	Na	sequência,	
abordaremos sobre a utilização de entrevistas coletivas e sua forma de organização.
Por	fim,	este	tópico	tratará	do	relacionamento	com	a	mídia,	especificando	
orientações sobre como agir em entrevistas para rádio, TV, meios impressos e on-
line. Vamos à leitura?
TÓPICO 2 —
RELAÇÕES COM AS FONTES DE 
INFORMAÇÃO E COM A IMPRENSA
2 MEDIA TRAINING E QUALIFICAÇÃO DAS FONTES
O medo e a falta de habilidade em lidar com a imprensa não são 
características incomuns dentro do corpo diretivo de uma organização. Esses 
habituais empecilhos muitas vezes impedem que as fontes possam expor com 
naturalidade	e	tranquilidade	suas	informações	para	o	público,	dificultando	assim	
a consolidação de uma cultura de comunicação dentro da organização.
Neste sentido, a capacitação de fontes e de porta-vozes da empresa ou 
instituição é um dos instrumentos de assessoria de imprensa que mais vem se 
popularizando	nos	últimos	 tempos	 (DUARTE;	FARIA,	2011).	Essa	qualificação	
consiste em fazer com que os assessorados compreendam melhor a imprensa e 
sejam	proativos,	a	fim	de	aproveitar	oportunidades	para	levar	suas	mensagens	de	
maneira	eficiente.
O media training é um treinamento de imprensa, ou como lidar com a 
imprensa. O treinamento, normalmente aplicado pelas assessorias de imprensa 
internas	ou	por	profissionais	externos	contratados,	busca	orientar	e	aperfeiçoar	
o assessorado e as fontes de informação de uma organização a se relacionar com 
os jornalistas. Esse treinamento geralmente tem o objetivo de preparar as pessoas 
tanto para a realização de entrevistas como para relacionamentos durante eventos 
e outras ocasiões públicas.
158
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
De	 acordo	 com	 Duarte	 e	 Faria	 (2011),	 palestras,	 oficinas,	 textos,	 guias,	
simulações, reuniões preparatórias e avaliações do desempenho das fontes cada 
vez proliferam mais. Os autores consideram que fontes que conhecem e sabem lidar 
com a imprensa normalmente conseguem mais visibilidade e dialogam melhor com 
a	sociedade,	minimizando	riscos	e	enfrentando	crises	de	maneira	mais	eficiente.
 Fontes são as pessoas que transmitem informações para a imprensa. Porta-
voz é aquele que oficialmente representa a organização para transmitir as informações. 
Assim, todo porta-voz é fonte, mas nem toda fonte é porta-voz (DUARTE; FARIA, 2011).
NOTA
Normalmente, a insegurança dos assessorados em lidar com a mídia 
aumenta mais quando se trata de se expor ao vivo em entrevistas como no rádio e 
na	TV.	Agir	e	falar	com	naturalidade	é	um	desafio	para	o	entrevistado	no	sentido	
de	que	ele	possa	passar	confiança	e	credibilidade	acerca	de	sua	mensagem	e	das	
ações da organização.
Nessas	 situações,	 em	 que	 há	 maiores	 dificuldades	 em	 capacitar	 os	
responsáveis por cada departamento para dar entrevistas aos veículos de 
comunicação,	a	figura	do	porta-voz	acaba	surgindo	como	um	elemento	agregador	
de todas as áreas da organização. Nem sempre o porta-voz é aquele que detém 
mais	conhecimento	específico	sobre	um	assunto	da	empresa	ou	instituição,	mas	é	
um	profissional	preparado	para	dominar	a	amplitude	de	assuntos	que	envolvem	
todos os setores. Ele pode ser alguém do corpo diretivo ou até mesmo um 
profissional	de	comunicação.
Duarte	e	Faria	(2011)	lembram	que	a	figura	do	porta-voz	é	muito	comum	em	
governos e organizações militares e policiais, onde as informações se concentram 
em	um	profissional	apenas	que	fala	em	nome	da	instituição.	Os	autores	sugerem	
alguns requisitos básicos que devem fazer parte da preparação dos porta-vozes:
• Compreensão e respeito à imprensa.
• Credibilidade.
• Domínio do tema.
• Serenidade.
• Simplicidade e clareza.
• Objetividade.
• Firmeza.
• Precisão.
• Capacidade de improviso e argumentação.
• Capacidade de apresentar ideias e informações, formular e transmitir mensagens.
TÓPICO 2 —RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO E COM A IMPRENSA
159
No processo de capacitação e treinamento do porta-voz, algumas 
estratégias são utilizadas pelas assessorias em seu plano de media training, de 
acordo com Santos e Barros (2011), como:
• Criação de manuais: contém orientações para o porta voz que vão desde a 
escolha da roupa até tamanho das respostas e entonação da voz.
• Perguntas e respostas: simulação de possíveis perguntas que as assessorias 
acreditam que a imprensa pode fazer para o porta-voz. Há o treinamento de 
respostas	com	orientação	profissional.
• Simulações:	são	criadas	situações	embaraçosas	a	fim	de	avaliar	o	desempenho	
do porta-voz.
• Análise de entrevistas: leitura e análise das entrevistas concedidas para 
orientar acerca de gestos, tiques, postura, nervosismo, tempo de resposta etc.
Já	 no	 caso	 da	 preparação	 das	 fontes,	 é	 necessário	 passar	 por	 etapas	
mais básicas para que seja possível entender a dinâmica da imprensa, forma de 
atuação dos jornalistas, saber o que é e o que não é notícia, além de saber lidar 
com situações corriqueiras (DUARTE; FARIA, 2011).
Uma	orientação	 importante	 para	 quem	deseja	 se	 qualificar	 como	 fonte	
permanente de informação para a organização, é ter o hábito de acompanhar os 
noticiários dos diversos meios de comunicação e sobre várias áreas temáticas, 
não se restringindo somente ao seu segmento. Agindo assim, melhorará sua 
compreensão sobre os interesses dos jornalistas, dos veículos e da opinião 
pública. Um dos pontos que compreenderá, é de que o papel da imprensa e dos 
jornalistas não é promover uma pessoa ou alguma instituição, mas sim, oferecer 
ao	público	 informações	 isentas	de	 interesses	particulares,	a	fim	de	buscar	uma	
melhor explicação sobre a vida em sociedade.
Assim, alguns formatos básicos são sugeridos por Duarte e Faria (2011) 
para	qualificar	as	fontesdentro	da	organização:
• Capacitação contínua: preparação rotineira realizada pela equipe de 
comunicadores para ajudar fontes (e porta-vozes) a atender jornalistas e 
aproveitar bem cada contato com a imprensa. Pode incluir elaboração de 
mensagens-chave e formas de abordar um assunto, fornecimento de subsídios 
(perguntas	&	respostas,	briefing,	documentos	de	posição,	sínteses),	algum	tipo	
de	simulação	e	orientações	sobre	uma	situação	específica.	
 ○ Cada entrevista ou encontro com jornalistas é tratado como oportunidade de 
apresentar e explicar ideias, políticas e ações. A capacitação contínua ocorre 
também na fase pós-entrevista. 
• Oficinas: geralmente duram algumas horas e contam com programa variado, 
que podem incluir palestras e exercícios. Podem contar com a participação 
de repórteres experientes que ajudam a chamar a atenção para questões 
importantes.	 Exercícios	 específicos	 servem	 para	 treinar	 o	 atendimento	 a	
jornalistas.	Em	um	estágio	inicial,	as	oficinas	buscam	dar	orientações	práticas	
160
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
sobre como lidar com o jornalista em situações de entrevista. O treinamento 
pode	ajudar	a	elaborar	ou	refinar	mensagens	e	corrigir	erros.
 ○ Nas	 oficinas	 é	 importante	 contar	 com	 apoio	 técnico	 de	 cinegrafistas	 e	
até fonoaudiólogos, quando é o caso. São feitas e refeitas simulações de 
entrevistas em condições próximas da realidade. 
• Palestras:	 convidados	 abordam	aspectos	 específicos	do	 relacionamento	 com	
a imprensa como o que é notícia, funcionamento de uma redação, como 
dar entrevista, importância da imprensa e uma grande variedade de temas, 
conforme a situação.
 ○ É uma atividade útil para dar informações básicas e também motivar o 
grupo, já que pode ser ministrada para um grupo grande.
Comunicação:	capacitação	que	trata	de	qualificar	as	fontes	de	informação	para	
melhor	 conhecer	 o	 potencial	 e	 especificidades	 da	 comunicação,	 inclusive	
interpessoal.
 ○ Trata-se de uma oportunidade de fazer as fontes conhecerem a comunicação 
integrada da organização e os papéis da comunicação interna e externa. 
• Situações especiais:	 capacitação	para	uma	 situação	 específica	 –	 entrevista	 a	
veículo importante, para tratar tema sensível, em situação de crise ou para 
evento atípico.
 ○ O	preparo	realizado	em	situações	especiais	pode	ser	eficiente	se	as	 fontes	
e	 o	 porta-voz	 já	 fazem	 treinamento	 contínuo	 ou	 possuem	 experiência	 no	
relacionamento com jornalistas.
Há um aspecto importante em todo esse processo de preparação e 
qualificação	 das	 fontes	 que	 é	 a	 regularidade	 do	media training pela equipe da 
assessoria de imprensa. O trabalho contínuo das fontes como parte integrante da 
rotina da assessoria auxiliará na preparação dos assessorados para abordagens 
em situações extremas.
 
Sobre a forma de treinamento com os assessorados, a capacitação pode ser 
de forma coletiva ou individual. Geralmente as atividades de media training são 
voltadas para um grupo que busca objetivos em comum e as atividades de media 
coaching é algo mais especializado e voltado ao treinamento de uma única pessoa 
(PESSONI; BAZANINI; MIKLOS, 2017). Os autores comparam os diferentes 
treinamentos, conforme o quadro a seguir:
QUADRO 3 – DIFERENTES TREINAMENTOS PARA AS MÍDIAS
Media Coaching Media training
Treinamento dividido em 
sessões (5 a 10, de 1h30 cada).
Treinamento do tipo imersão (8h no mesmo 
dia).
Aprendizado contínuo 
acompanhado
pelo Coach, especializado em 
Media Training.
Aprendizado rápido em um só dia, 
supervisionado pelo Coach, especializado 
em Media Training e equipe (dependendo 
do contrato).
TÓPICO 2 —RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO E COM A IMPRENSA
161
No mínimo duas gravações de 
entrevista e análises a cada sessão.
Dependendo do tamanho do grupo, 
são feitas até 4 gravações no mesmo 
dia.
Análise de desempenho com 
indicação dos pontos de melhoria a 
cada gravação.
Análise de desempenho com 
indicação dos pontos de melhoria a 
cada gravação.
Trabalho individual e personalizado
Trabalho em grupo. Durante as 
entrevistas e análises, a abordagem é
individual,	mas	o	feedback	é	conjunto
para	troca	de	experiências.
Conteúdo customizado e adaptado
à realidade do cliente para etapa de 
gravação de entrevistas.
Conteúdo customizado e adaptado à 
realidade do cliente para etapa de
gravação de entrevistas.
Presencial	em	local	definido	pelo
cliente ou em um dos nossos espaços, 
em São Paulo (capital) ou Campinas.
Somente	presencial	em	local	definido	
pelo cliente.
Indicado para uma pessoa. Indicado para grupos da mesma 
instituição.
FONTE: Adaptado de Pessoni, Bazanini e Miklos (2017)
No	treinamento	individual,	assessores	e	profissionais	podem	centrar	mais	as	
atenções em questões críticas e fazer recomendações personalizadas, como amenizar 
eventuais	 dificuldades	 de	 expressão	 ou	 reação	 a	 pressões,	 além	 de	 aproveitar	
potenciais individuais, como simpatia e compreensão rápida das perguntas do 
entrevistador, por exemplo. Duarte e Faria (2011) acreditam que o processo de 
qualificação	de	apenas	uma	fonte	garante	que	não	haverá	dispersão,	havendo	total	
atenção	aos	pontos	positivos	e	negativos	específicos	do	assessorado.
Já	nos	treinamentos	em	grupo,	há	duas	possibilidades,	segundo	os	autores:	
a	capacitação	de	um	grupo	heterogêneo,	reunindo	pessoas	de	diferentes	níveis	na	
organização	ou	de	um	grupo	homogêneo,	geralmente	com	pessoas	que	já	atuam	dentro	
de uma mesma temática ou segmento. Um dos fatores positivos do treinamento em 
grupo	é	identificar	diferentes	visões	sobre	uma	determinada	realidade,	havendo	um	
melhor alinhamento do discurso dentro do setor ou da organização como um todo.
Duarte e Faria (2011) recomendam que grupos menores em torno de 12 
pessoas seria o ideal para treinamentos em um único dia de atividades, com palestras 
e	dicas	gerais	em	um	dos	períodos	e	simulações	e	análises	no	outro	período	do	dia.	Já	
para grupos maiores, em torno de 50 pessoas, os autores consideram que as atividades 
podem ser realizadas, mas com poucas condições de treinamentos individuais. 
Nestes casos, a sugestão seria de iniciar as atividades com palestras e exibição de 
exemplos de entrevistas, mas com a necessidade de continuação ou na formação de 
grupos menores ou com a agenda de um segundo treinamento com grupos menores.
162
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Confira um vídeo da jornalista e consultora de media training Aurea Regina de 
Sá em entrevista concedida no Programa do Jô em 13 de outubro de 2010. Na entrevista, 
a jornalista apresenta algumas dicas básicas sobre como um porta-voz deve se apresentar 
ao público e à imprensa.
https://www.youtube.com/watch?v=AqYq40HDQGQ 
DICAS
Os trabalhos de media training normalmente iniciam bem antes do dia 
previsto para a atividade com os assessorados. Duarte e Faria (2011) sugerem 
algumas ações prévias como preparativos para o treinamento:
• Definição precisa dos objetivos – saber o motivo do treinamento e os objetivos 
a curto e médio prazo são o ponto de partida para o sucesso.
• Análise da percepção da fonte pelos jornalistas – pode ser feita pela própria 
assessoria ou por uma empresa contratada. Geralmente são feitas entrevistas 
com	 jornalistas	 para	 identificar	 como	 são	 percebidos	 seus	 principais	 erros,	
pontos fortes e outras características. O resultado é apresentado no início do 
treinamento e geralmente com bons resultados.
• Análise da percepção da fonte pela assessoria – No caso de empresa terceirizada, 
uma	discussão	 com	a	 assessoria	 sobre	perfil,	 características,	pontos	 fracos	 e	
fortes do treinando na percepção da assessoria, pode ser bastante útil para a 
elaboração do projeto e direcionamento do treinamento. A empresa contratada 
deve ser orientada para fazer observações ou enfatizar, por exemplo, questões 
em que a equipe da casa não se sente à vontade.
• Análise de posicionamento	 –	 Identificarcomo	 a	 organização	 e	 a	 fonte	 são	
apresentadas	pela	imprensa	e	no	noticiário.	O	objetivo,	aqui,	é	definir	a	forma,	
conteúdo e temas em que costumeiramente estão presentes. Uma análise de 
conteúdo	 ou	 de	 discurso	 permite	 caracterizar	 o	 perfil	 do	 tratamento	 pela	
imprensa. Pode-se, também, fazer este exame por mídias. O resultado permite 
um	diagnóstico	de	 como	os	 temas	 têm	sido	 tratados,	bem	como	estabelecer	
mensagens-chave e abordagens apropriadas.
• Análise das entrevistas concedidas – O exame de matérias veiculadas é 
importante	 para	 avaliar	 o	 perfil	 do	 treinando	 no	 relacionamento	 com	 a	
imprensa. O material acumulado pode ser um bom exemplo para utilizar em 
treinamentos, sugerindo abordagens diferenciadas com relação às originais, 
apontando falhas e alternativas.
• Análise do desempenho verbal	 –	 Um	 profissional	 especializado	 em	
fonoaudiologia	fornece	orientações	básicas	sobre	linguagem,	fluência,	aborda	
vícios e erros comuns. Também orienta sobre a eventual necessidade de 
tratamento ou aperfeiçoamento.
• Construção de mensagens-chave	–	Antes	do	treinamento	é	importante	definir	
as mensagens-chave, embora possam, também, ser estabelecidas ou ajustadas 
durante	o	próprio	treinamento,	inclusive	por	meio	de	algum	tipo	de	oficina.
TÓPICO 2 —RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO E COM A IMPRENSA
163
As	 oficinas	 de	 treinamento	 com	 os	 assessorados	 representam,	 sem	
dúvida,	o	ponto	central	da	qualificação	das	fontes,	em	termos	práticos.	Duarte	
e	Faria	 (2011)	 recomendam	que	as	oficinas	devem	conter	exercícios	sobre	uma	
diversidade de meios e suas respectivas linguagens e técnicas. Normalmente 
são incluídas técnicas para televisão, rádio, mídia impressa e on-line/portais de 
informação	e	agências	de	notícias.	
Embora sejam mais comuns as simulações de entrevistas para televisão, a 
capacitação em entrevistas para outras mídias pode ganhar graus de importância 
conforme o setor de atividade, a região onde a organização está instalada e o tipo 
de público principal que se pretende relacionar.
Sobre recomendações de comportamentos e atitudes das fontes de 
informação	e	porta-vozes	especificamente	para	cada	meio	de	comunicação	e	em	
entrevistas, abordaremos nos itens a seguir.
3 ORGANIZAÇÃO DE ENTREVISTAS 
COLETIVAS DE IMPRENSA
A entrevista coletiva ocorre quando uma personalidade atende à imprensa 
em conjunto. É chamada de coletiva porque a fonte ou o porta-voz atende 
vários jornalistas de meios e veículos de comunicação diferenciados. Então, o 
entrevistado deverá estar preparado para atender a diferentes mídias (TV, rádio, 
jornal,	revistas,	portais	on-line,	blogs	etc.)	com	perfis	diferenciados	de	jornalistas,	
tudo simultaneamente.
Normalmente quem concede entrevista em uma coletiva é alguém do 
corpo diretivo da organização, podendo estar acompanhado de auxiliares 
técnicos. Em vários outros casos, apenas o porta-voz da organização concede a 
entrevista.
De	acordo	com	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009),	a	entrevista	coletiva	é	um	
recurso	significante	para	o	assessor	de	imprensa	porque	possibilita	a	divulgação	
de fatos e/ou opiniões relacionados ao assessorado de forma dinâmica e com 
resultados abrangentes.
De	 acordo	 com	 o	Manual	 de	Assessoria	 de	 Comunicação	 da	 FENAJ	 –	
Federação	Nacional	dos	Jornalistas	(2007),	uma	entrevista	coletiva	é	convocada	
quando o assessorado tem informações importantes para todos os veículos de 
comunicação. O manual alerta para que esse expediente não seja banalizado, ou 
seja, uma coletiva só deve realmente ser organizada quando o assunto for muito 
relevante para o setor representado pelo assessorado e/ou de interesse público.
No mesmo sentido, Almansa (2017, p. 131) recomenda não abusar: deve-
se usar esse suporte quando necessário, sempre que o tema exigir. No entanto, 
se as “entrevistas coletivas são convocadas em demasia, elas podem passar 
despercebidas, principalmente se seu conteúdo não é medianamente importante”.
164
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Muitos	assessores	utilizam	a	técnica	dos	três	“sim”	e	os	três	“não”	antes	
de chamar uma coletiva. Funciona da seguinte forma:
QUADRO 4 – CRITÉRIOS BÁSICOS PARA DECIDIR SOBRE UMA ENTREVISTA COLETIVA
FONTE: O autor 
Ferraretto	 e	 Ferraretto	 (2009)	 reforçam	 a	 importância	 de	 se	 dominar	 e	
avaliar os critérios que tornam um fato notícia, como atualidade, universalidade, 
proximidade	 e	 proeminência	 (características	 do	 jornalismo	 e	 critérios	 de	
noticiabilidade vistos na Unidade 2 deste livro-texto). Convocar uma coletiva sem 
que haja um acontecimento de real interesse a ser divulgado só causará desgaste 
do assessorado e do assessor, na opinião dos autores.
Quanto	 a	 sua	 organização,	 Ferraretto	 e	 Ferraretto	 (2009)	 dividem	 as	
coletivas em espontâneas e provocadas:
• Espontâneas: são aquelas que ocorrem sem a intervenção direta do assessor de 
imprensa. O assessor deve, mesmo assim, facilitar a realização da entrevista. 
Um exemplo é quando uma personalidade sai de uma reunião importante 
ou desembarca em um aeroporto e encontra – espontaneamente – um grupo 
de jornalistas que desejam buscar ou antecipar informações. O assessor de 
imprensa não deve, nessas situações, impedir o trabalho dos repórteres, já que 
pode ser uma oportunidade de divulgar informações em horários alternativos 
aqueles programados.
• Programadas: são aquelas organizadas pelo assessor de imprensa, geralmente 
com	boa	 antecedência.	O	 profissional	 da	 assessoria	 deve	 saber	 identificar	 a	
necessidade e a oportunidade para a convocação de coletivas.
TÓPICO 2 —RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO E COM A IMPRENSA
165
Em coletivas espontâneas, apenas não se recomenda conceder entrevista 
em situações especiais, decididas antecipadamente pela assessoria junto à direção da 
organização. E nos casos em que a personalidade abordada não é uma das fontes oficiais 
da organização (em que não está autorizada a falar sobre aquele determinado tema), 
recomenda-se que o assessor de imprensa ao menos dê uma justificativa aos repórteres, 
garantindo que em um breve momento oportuno a fonte oficial possa atender a imprensa.
ATENCAO
Quanto à convocação de uma entrevista coletiva, Almansa (2017) 
recomenda que o prazo ideal de convocação seja entre dois dias e uma semana. 
A	autora	sugere	que,	em	caso	de	convocações	com	muito	tempo	de	antecedência,	
o assessor deve entrar em contato, na véspera, diretamente com cada veículo de 
comunicação	para	confirmar	o	convite.
Deve haver um cuidado especial com os horários mais adequados para a 
realização	de	uma	coletiva.	Embora	haja	muita	divergência	sobre	esse	assunto,	
principalmente devido à diversidade da dinâmica de publicações de meios 
diferentes	 –	 especialmente	 as	 novas	 mídias	 –	 Ferraretto	 e	 Ferraretto	 (2009)	
sugerem	que	no	período	da	manhã	o	melhor	horário	é	o	das	9h30	e	no	período	da	
tarde, entre 14h30 e 15h. 
Esses horários acabam sendo os mais comuns por atenderem a uma 
necessidade	média	dos	diferentes	meios.	O	 rádio	 tem	 sua	maior	 audiência	no	
período matutino, mas tem facilitada sua entrada ao vivo na programação. A TV 
costuma ter espaços de noticiário regional no horário do meio-dia e nacional no 
horário	da	noite.	Jornais	e	revistas	precisam	chegar	com	os	materiais	da	coletiva	
nas	redações	antes	do	anoitecer.	Já	os	novos	meios	digitais	costumam	ter	maior	
flexibilidade	nos	horários	de	publicação.
Quanto	ao	melhor	dia	da	semana,	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009)	chamam	
a	atenção	para	não	haver	coincidência	com	um	outro	fato	importante	que	possa	
esvaziar a coletiva. Almansa (2017), por sua vez, não recomenda entrevistas 
coletivas às segundas e sextas-feiras.
Na convocação de uma entrevista coletiva, a Assessoria deve sempre 
fornecer dados prévios sobre o assunto. Na convocatória devem constar assunto, 
data, hora, lugar e telefones para contato, além de quem irá responder as 
perguntas (ALMANSA, 2017). A convocação deve ser feitapara todos os veículos 
de	comunicação	da	área	de	abrangência	ou	que	possam	se	interessar	pelo	assunto	
da entrevista. Para isso, recorre-se ao mailing list, considerando o convite não 
apenas a repórteres, mas também a pauteiros, chefes de reportagem e editores 
dos	veículos	(FERRARETTO;	FERRARETTO,	2009).
166
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
De	 acordo	 com	 o	Manual	 de	Assessoria	 de	 Comunicação	 da	 FENAJ	 –	
Federação	Nacional	dos	Jornalistas	(2007),	algumas	recomendações	são	essenciais	
na preparação de entrevistas coletivas:
• Entrevistado deve ser pontual. A assessoria deve escolher bem o local onde 
será realizada a entrevista, além de antecipar, de forma geral, o assunto que vai 
ser tratado na coletiva.
• Evite	coletivas	no	final	do	dia,	a	não	ser	que	o	tema	tratado	tenha	surgido	no	
meio	da	tarde,	e	seja	de	urgência,	impossível	de	deixar	para	o	dia	seguinte.	
• Por	questão	de	tempo,	os	profissionais	de	rádio	e	TV	podem	pedir	para	gravar	
logo a entrevista. Atenda ao pedido, mesmo que o pessoal de jornal proteste. 
Considere	que	os	repórteres	de	jornal	têm	mais	tempo	para	trabalhar	a	notícia,	
além do que precisam sempre de mais detalhes. 
Ferraretto	 e	 Ferraretto	 (2009)	 também	 orientam	 que	 o	 assessor	 deve	
preparar bem o assessorado para as entrevistas, fornecendo informações gerais 
de como agem os repórteres e de como deve tratá-los. 
Não é incomum que perguntas mais críticas surjam durante uma coletiva 
e o entrevistado deve sempre saber que está falando para “toda” a imprensa. Um 
deslize qualquer, um ato desrespeitoso com um dos jornalistas, tudo poderá ser 
amplamente divulgado por todos os veículos que estiveram presentes. Da mesma 
forma, é importante manter o foco da coletiva. Se o assunto da entrevista é um 
grande lançamento da empresa, por exemplo, e um repórter questionar sobre um 
problema da empresa não relacionado diretamente com o tema, o entrevistado 
pode responder que o setor responsável – ou até os advogados da empresa – 
estão à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos em outro momento. 
Rapidamente, o entrevistado deve voltar ao tema principal para não correr o 
risco de que as manchetes dos veículos de comunicação abordem o “problema” 
questionado pelo repórter ao invés do lançamento da empresa.
Neste sentido, Duarte e Faria (2011) reforçam a importância de 
treinamento e exercícios para entrevistas (conforme vimos no item anterior 
sobre media training).	É	possível	simular	entrevistas	coletivas	em	oficinas,	do	tipo	
“emboscada”,	 sob	pressão	 e	 até	 algumas	 específicas	no	 estilo	 “Roda	Viva”	 ou	
“CPI”, segundo os autores.
Sempre que o assessor ou o entrevistado prometerem aos jornalistas fornecer 
detalhes sobre outro tema em outra ocasião, a assessoria de imprensa deve providenciar 
essas respostas o mais cedo que puder, mas sempre fora do horário da coletiva.
ATENCAO
TÓPICO 2 —RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO E COM A IMPRENSA
167
Durante a coletiva, o assessor pode também atuar como moderador, se for o 
caso, apresentando as fontes para que elas façam uma exposição inicial, deixando as 
perguntas dos jornalistas em seguida. Para Almansa (2017), uma coletiva não deve 
durar mais do que uma hora e não atrasar em mais de 10 minutos do horário marcado.
Quanto à estrutura, uma entrevista coletiva pode ser simples ou americana, 
de	acordo	com	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009):
A estrutura simples ocorre em pequenos ambientes, com número reduzido 
de repórteres, que fazem as perguntas que quiserem de forma aleatória, conforme a 
figura	a	seguir.
FIGURA 2 – ESTRUTURA DE ENTREVISTA SIMPLES
FONTE: Adaptado de Ferraretto e Ferraretto (2009)
Já	a	estrutura	americana	ocorre	em	um	auditório	e	o	entrevistado	mantém	
os	jornalistas	a	uma	certa	distância.	Neste	modelo	(conforme	a	figura	a	seguir),	
ocorre alguns casos em que os repórteres tenham que enviar as perguntas 
previamente à assessoria de imprensa, mas essa prática normalmente acaba 
causando alguns problemas de relacionamento com a imprensa. A distância 
em	que	o	entrevistado	fica	dos	entrevistadores	também	muitas	vezes	dificulta	o	
trabalho de repórteres de rádio e TV.
FIGURA 3 – ESTRUTURA DE ENTREVISTA AMERICANA
FONTE: Adaptado de Ferraretto e Ferraretto (2009)
168
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
Almansa (2017) ainda sugere que alguns encontros com a imprensa 
possam ser realizados através de almoços ou cafés da manhã. Nestes casos, a 
informalidade está um pouco mais presente, mas não dispensa a concentração 
de esforços e os focos na atenção aos jornalistas presentes e às respostas para as 
perguntas que surgirão, mesmo que de forma aleatória e menos rígida.
4 RELAÇÃO COM A MÍDIA E JORNALISTAS 
Uma das primeiras regras que assessorados de uma empresa ou instituição 
precisam conhecer é que não se deve misturar jornalismo com publicidade durante 
o	relacionamento	com	a	 imprensa.	 Jamais	o	responsável	por	uma	empresa	deve	
ameaçar um jornalista ou o veículo de comunicação de que “cortará verbas” caso 
não publique uma notícia de seu interesse. Da mesma forma, a conduta moral e ética 
de ambos os lados não permite que se “ofereça anúncios pagos” em troca de uma 
publicação no espaço editorial do veículo, salvo em casos comuns, principalmente 
em emissoras de rádio e TV, quando há anúncios emitidos ao vivo, mas que deixam 
claro ao público que naquele momento não se está transmitindo uma notícia e, sim, 
um anúncio publicitário.
Neste	 mesmo	 raciocínio,	 Ferraretto	 e	 Ferraretto	 (2009)	 orientam	 que	 o	
entrevistado jamais deve mencionar ao jornalista que sua empresa ou entidade faz 
anúncios no veículo de comunicação para o qual o repórter trabalha. Uma menção 
nesse nível daria a impressão de haver uma cobrança implícita de que o contrato 
comercial dá direito à divulgação jornalística.
Para	Torquato	 (2010,	p.	94),	no	 trato	com	a	 imprensa,	as	 relações	devem	
ocorrer dentro de uma diplomacia de respeito e intercâmbio constante: “a estrutura 
tradicional de cooptação da mídia pela pressão, pelo dinheiro e favorecimento não 
funciona mais. As relações entre empresa e imprensa levam em consideração o 
interesse pela informação”. O autor recomenda a seguinte postura da organização 
diante da imprensa:
•	 Evitar	 cooptação	 da	 imprensa	 à	 base	 de	 fisiologismo.	 A	 imprensa	 quer	
informações. O bom assessor sabe muito bem que está ultrapassada a ideia de 
considerar a imprensa como algo que pode ser tutelado.
•	 Evitar	ênfase	ao	dirigente	–	tem	sido	comum	enfatizar	os	perfis	de	dirigentes.	
A	informação	sobre	o	negócio,	a	empresa	e	o	produto	têm	prevalência	sobre	a	
abordagem personalista.
• Evitar angulações que procurem expressar o conceito de empresa como ilha de 
felicidade,	paz	e	progresso,	cercada	por	maremotos	e	turbulências.
• Evitar comunicações inócuas – substituir o envio de informações inoportunas, 
desnecessárias	e	desinteressantes	por	informações	socialmente	significativas.
•	 Substituir	a	improvisação	pelo	profissionalismo.
• Trabalhar de modo mais profundo a identidade da organização.
•	 Reconhecer	os	problemas	e	as	dificuldades	vividas	pela	organização.
• Substituir o monólogo pelo diálogo.
•	 Criar	eficiente	articulação	com	as	pontes	da	imprensa,	amparada	nos	valores	da	
amizade,	do	respeito,	da	confiança	e,	em	certos	casos,	da	exclusividade	noticiosa.
TÓPICO 2 —RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO E COM A IMPRENSA
169
É preciso que as fontes da organização estejam sempre preparadas tanto 
para entrevistas agendadas pela assessoria de imprensa como nos momentos em 
que é procurada pelos veículos de comunicação. “Antigamente, percebíamos que 
os jornais e as revistas fechavam seus espaços para as empresas. Hoje, os produtos 
e, principalmente, os lançamentos são bem aceitos pela mídia” (TORQUATO, 
2010,	p.	94).
Ferraretto	e	Ferraretto	(2009)	recomendam	que,	quando	a	fonte	é	procurada	
pelos repórteres e não puder fornecer determinada informação,organizacional compatível com os negócios” 
(TOMASI;	MEDEIROS,	2009,	p.	64).
Para	 isso,	 precisamos	 iniciar	 o	 trabalho	 de	 gestão	 da	 comunicação	 nas	
organizações	 pelo	 estabelecimento	 de	 uma	 cultura	 de	 comunicação.	 Nesse	
sentido,	devemos	encarar	a	comunicação	como	um	investimento	capaz	de	moldar	
a	imagem	e	a	imagem	organizacional.
Assim,	encontramos	em	Bueno	(2009)	os	conceitos	de	imagem,	identidade	
e	reputação.	Segundo	ele,	os	termos	costumam	ser	usados	como	sinônimos	e,	em	
muitos	casos,	esvaziados	de	significado	ou	mesmo	de	sentido	no	contexto.
Por	essa	razão,	Bueno	(2009)	entende	inicialmente	que	uma	organização	
não	possui	uma	 imagem,	mas	 sim	várias	 imagens	 em	 função	das	 leituras	que	
distintos	públicos	interessados	na	organização	mantém	em	relação	a	ela.
TÓPICO 1 — COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO
9
Como	 exemplo	 dessas	 várias	 imagens,	 poderíamos	 ter	 uma	 imagem	
positiva	em	relação	a	uma	companhia	aérea	pela	oferta	de	voos,	pontualidade	e	
segurança	por	ela	oferecidos.	Um	público	ligado	a	questões	ambientais	poderia	
ter	 uma	 imagem	 negativa	 por	 causa	 dos	 danos	 ambientais	 provocados	 pela	
queima	de	combustível	das	aeronaves	ao	meio	ambiente.
Por	imagem	institucional,	Pimenta	(2010)	entende	que	ela	é	formada	pela	
imagem	do	produto	(qualidade,	preço,	durabilidade)	e	a	imagem	da	relação	com	
o	consumidor	(atendimento,	assistência	técnica	etc.).
O processo de construção da imagem institucional costuma ser longo e 
sua	base	deve	ser	a	ética.	Segundo	Pimenta	(2010),	a	empresa	deve	pautar-se	pela	
honestidade,	seriedade	e	competência	para	promover	a	confiança	com	todos	os	
públicos	com	os	quais	mantém	relação.
Assim,	a	imagem	de	uma	organização	resulta	da	percepção	associada	na	
mente	de	um	determinado	público	em	relação	a	ela.	Essa	imagem	é	formada	por	
contato	direto	ou	indireto	com	a	organização,	explica	Bueno	(2009).	Assim,	pode	
haver	várias	imagens	de	uma	empresa.
Em um segundo momento da gestão da comunicação organizacional 
será	preciso	verificar	a	 reputação	da	empresa.	Essa	 reputação	decorre	de	uma	
avaliação	das	percepções	dos	públicos	e	das	pessoas	em	relação	à	organização,	
ensina	Bueno	(2009).
Ao	contrário	da	imagem,	no	entanto,	ela	é	menos	fluída.	Construída	num	
prazo	maior	de	tempo,	tem	maior	consistência	e	intensidade.	A	maioria	
das	organizações	tem	imagens,	mas	poucas	chegam	a	ter	uma	reputação,	
porque esta é resultado de um processo mais demorado de interação 
A	gente	pode	dizer	que	a	imagem	é	como	algo	que	se	sente	na	pele	e	a	
reputação	como	algo	que	se	sente	na	alma	(BUENO,	2009,	p.	200).
Por	fim,	 o	 somatório	de	 todos	 os	 esforços	da	 empresa,	 dos	produtos	 e	
serviços	fornecidos,	os	valores	transmitidos,	formam	a	identidade	organizacional.	
A	identidade	forma-se	pelos	aspectos	visuais,	pela	missão	e	visão,	seus	talentos	e	
capacidade	de	inovação,	o	talento	humano	contratado	e	todos	os	demais	aspectos	
relacionados	à	organização,	conceitua	Bueno	(2009).
Nesse	 contexto,	 a	 comunicação	 nas	 organizações	 contribui	 para	 a	
formação	da	identidade,	ou	seja,	pela	forma	como	ela	gostaria	de	ser	percebida	
pelos	diversos	públicos.	Nem	sempre	isso	é	possível	por	causa	da	relação	entre	
identidade,	imagem	e	reputação.	Isso	fica	evidente	com	a	explicação	apresentada	
por	Bueno	(2009,	p.	201)	na	sequência:
Algumas	 empresas	 querem	 parecer	 sustentáveis,	 socialmente	
responsáveis	 etc.,	 apesar	 do	 investimento	 que	 fazem	 nesse	 sentido,	
pouco conseguem porque não há correspondência entre a sua 
identidade	 (que	 é	 afinal	 de	 contas	 o	 seu	 “discurso”)	 e	 a	 realidade.	
Alguém,	em	sã	consciência,	acredita	que	os	transgênicos	da	Monsanto	
vão	acabar	com	a	fome	no	mundo?	Alguém	imagina	que,	apesar	do	
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
10
discurso	 que	 associa	 transgênicos	 com	 menor	 uso	 de	 agrotóxicos,	
a	 empresa	 esteja	 mesmo	 interessada	 em	 vender	 menos	 Roundup,	
glifosato	 ou	 outro	 veneno	 qualquer?	 Alguém	 consegue	 perceber	
sustentabilidade	na	indústria	tabagista	que	mata	milhões	de	pessoas	
por	ano	em	todo	o	mundo?	Não	há	verba	publicitária	(e	como	gastam	
dinheiro	as	empresas	predadoras!)	que	consiga	“limpar”	a	imagem	de	
muitas	organizações.
Nesse	 sentido,	 Pimenta	 (2010,	 p.	 126)	 destaca	 que	 as	 atividades	 de	
comunicação	 organizacional	 devem	 ser	 articuladas	 com	 o	 planejamento	
estratégico	da	organização	a	fim	de	atender	aos	seguintes	objetivos:
• construção da imagem institucional da empresa;
• adequação	dos	trabalhadores	ao	aumento	da	competição	no	mercado;
• atender	às	exigências	dos	consumidores	mais	conscientes	de	seus	direitos;
• defender	interesses	ante	governo	e	os	políticos	(lobby);
• encaminhar	questões	sindicais	e	relacionadas	à	preservação	do	meio	ambiente	etc.
Notamos	 aqui	 como	 esses	 objetivos	 são	 comuns	 aos	 objetivos	 da	
comunicação organizacional apresentados na seção inicial do tópico e como todos 
eles	trabalham	em	favor	do	estabelecimento	da	imagem	institucional.
O uso adequado da comunicação nas organizações alinhada com a 
missão,	 visão	 e	 o	 planejamento	 estratégico	 levam	 ao	 alcance	 dos	 objetivos	
propostos	e	que	resultam	na	melhoria	dos	produtos	e	serviços,	no	aumento	da	
produtividade	 e	 da	 lucratividade	 (PIMENTA,	 2010).	 Assim,	 para	 alcançar	 os	
objetivos	da	comunicação	organizacional,	as	atividades	precisam	estar	 focadas	
para	uma	variedade	de	públicos.	São	esses	possíveis	e	potenciais	públicos	que	
conheceremos	na	sequência	do	tópico.
4 PÚBLICOS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Conforme	 estudamos	 até	 o	 momento,	 a	 imagem	 e	 a	 identidade	 de	 uma	
empresa	compõem	os	mais	valiosos	patrimônios	de	uma	organização	e	cuja	construção	
são	responsáveis	os	profissionais	de	comunicação,	dizem	Tomasi	e	Medeiros	(2009).
Para a construção de uma identidade e das várias imagens possíveis com os 
diversos	públicos,	Tomasi	e	Medeiros	(2009)	recomendam	ações	que	sejam	dirigidas	
para	o	público	interno	e	também	para	o	público	externo.
Somente	 dessa	 forma	 a	 organização	 conseguirá	 desenvolver	 uma	 atitude	
favorável	 a	 ela.	 A	 competitividade	 de	 uma	 empresa	 passa	 exclusivamente	 pela	
atuação	dos	profissionais	de	comunicação	e	isso	reforça	seu	caráter	estratégico.
Nessa	mesma	 linha,	Chinem	 (2010)	 reforça	que	a	 função	da	 comunicação	
empresarial	é	promover,	desenvolver	e	manter	o	relacionamento	das	organizações	
com	seus	públicos	interno	e	externo	através	do	uso	das	ações	e	técnicas	de	difusão	
da	informação.
TÓPICO 1 — COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO
11
Quando	nos	referimos	ao	público	interno,	Bueno	(2009)	nos	lembra	que	
este	não	se	caracteriza	apenas	pelos	colaboradores.	O	público	interno	corresponde	
às	pessoas	que	participam	do	ambiente	interno	da	organização.
Para	deixar	isso	mais	claro,	vamos	considerar	o	caso	da	nossa	faculdade.	
O	 público	 interno	 é	 composto	 pelos	 alunos,	 pelos	 professores	 e	 pelos	 demais	
funcionários	 que	 contribuem	 para	 a	 entrega	 do	 serviço	 educacional.	 Cada	
um	 desses	 públicos	 possui	 um	 perfil	 específico,	 características	 distintas	 e	
relacionamento	diferente	com	a	instituição.	Por	essa	razão,	a	imagem	que	cada	
um	deles	faz	da	instituição	é	diferente,	assim	como	são	distintas	as	necessidades	
de	informação	de	cada	um	deles.
Essa	 distinção	 de	 público	 interno	 de	 colaboradores	 torna-se,	 assim,	
fundamental	 para	 que	 os	 profissionais	 de	 comunicação	 possam	 elaborar	 um	
plano	e	 também	as	políticas	de	comunicação	a	fim	de	atender	aos	anseios	dos	
diversos	públicos	organizacionais.	Ainda	de	acordo	com	Bueno	(2009,	p.	87):
A	 prática	 da	 comunicação	 interna	 das	 nossas	 organizações	 parece	
ignorar	 isso.	 Quase	 sempre,	 embora	 existam	 inúmeros	 públicos	
internos,	 os	 veículos	 e	 os	 canais	 de	 relacionamento	 continuam	 se	
reduzindo	a	um	só,	que	é	encaminhado	para	todo	o	mundo.	Na	maioria	
das	vezes,	imagina-se	que	um	house-organ	–	o	chamado	jornal	interno	–	
tipo	“Bombril”	(mil	e	uma	utilidades)	podemesmo assim 
deverá	recebê-los	e	explicar	o	porquê	da	impossibilidade	de	divulgar	esses	dados.	
Jamais	deve	deixar	a	impressão	de	má	vontade	ou	de	sonegação	de	informação,	
lembrando que a política do “nada a declarar” é vista como ultrapassada e gera 
desconfianças	entre	os	jornalistas	e	na	opinião	pública.
Seguem aqui algumas orientações sobre como o assessorado e as fontes 
devem agir com jornalistas de veículos de comunicação:
• Estar preparado: é sempre fundamental saber o assunto da entrevista com 
antecedência.	Isso	evita	ser	pego	de	surpresa	com	perguntas	constrangedoras	e	
que	ficarão	sem	reposta.	Deve	ser	solicitada	a	ajuda	da	assessoria	de	imprensa	
para reunir os dados que serão passados à imprensa. Não se deve pedir para o 
jornalista enviar as perguntas redigidas. Além de ser constrangedor, o repórter 
tem a liberdade de perguntar algo fora do roteiro, mas dentro do mesmo tema 
que foi combinado para a entrevista. Entrevista tipo “armadilha” (quando o 
repórter agenda sobre um tema e depois entrevista sobre outro) não faz parte 
da	orientação	profissional	da	maioria	dos	jornalistas,	salvo	em	casos	exclusivos	
de jornalismo investigativo.
• Não falar mais do que deve:	informações	confidenciais	da	organização	devem	
ser guardadas até que haja a liberação pelo corpo diretivo junto à assessoria. 
Quanto mais a fonte falar em uma entrevista, mais chances há de se desviar 
da pauta principal e levantar dúvidas ou suspeitas sobre assuntos até então 
secundários. É a imagem da organização que está em jogo.
• Todas as entrevistas têm importância: não importa se é um grande veículo 
de comunicação ou um pequeno jornal do interior. No caso de uma empresa, 
vamos lembrar que a sua imagem é avaliada tanto pelos grandes produtos que 
lança no mercado quanto por uma pequena ação ambiental no bairro onde está 
localizada. No caso de órgãos públicos, vale a comparação da realização de 
uma grande obra com o gesto de atender uma pequena comunidade com bons 
serviços.
• Não abusar de termos técnicos: o entrevistado pode parecer arrogante se usar 
demais uma linguagem muito “rebuscada”. Também pode deixar o público 
desorientado se usar termos técnicos em abundância. Quando o termo técnico é 
indispensável, o melhor é usá-lo, mas em seguida traduzir para o entendimento 
comum. Quanto mais clareza houver, mais facilidade de entendimento haverá 
para o jornalista e para o público.
• A entrevista deve ter tom de conversa:	 Ferraretto	 e	 Ferraretto	 (2009)	
recomendam que o entrevistado converse com o entrevistador enquanto vai 
fornecendo as informações. A entrevista não é uma declamação nem uma 
170
UNIDADE 3 —PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA
palestra. Os autores orientam que deve ser evitado levar textos prontos ou um 
discurso muito preparado. É mais importante levar pequenas anotações para 
servir como guias para as respostas.
• Responder em tom agradável: jornalistas fazem perguntas, algumas podem ser 
convenientes para o entrevistado, mas outras podem ser mais contundentes a 
parecerem desagradáveis. O entrevistado deve sempre responder as perguntas 
com os dados possíveis, mas sem ser agressivo (FERRARETTO; FERRARETTO, 
2009).	Cabe	lembrar	que	a	relação	com	o	jornalista	não	é	necessariamente	de	
amizade	nem	de	inimizade,	mas	de	uma	relação	profissional.
• Cuidar com informações em off:	quando	a	fonte	dá	uma	informação	em	off	
para	um	jornalista,	ela	deve	deixar	bem	claro	que	realmente	é	“um	off”,	ou	seja,	
que aquela informação não pode ser divulgada ou que apenas servirá para o 
jornalista entender o contexto e ir atrás de outras fontes e dados que elucidem 
melhor o fato. Nesses casos, o jornalista mantém o sigilo da fonte que forneceu 
o	off.	Há	muitos	casos	de	off	que	são	publicados	porque	a	fonte	não	entendeu	
que estava falando em sigilo, misturando as declarações.
A expressão “off” vem da língua inglesa “off the records” (sem gravação). 
Abreviado para off, virou jargão jornalístico quando se quer passar alguma informação em 
segredo.
NOTA
Já	que	tratamos	até	agora	neste	item	sobre	a	forma	geral	de	relacionamento	
com	a	mídia	e	com	os	jornalistas,	vamos	agora	trazer	alguns	pontos	específicos	
sobre a forma de relação com determinados meios de comunicação.
Abordagem em emissoras de rádio: apesar de não ter o glamour da TV e 
nem a profundidade de um meio impresso, o rádio oferece uma boa oportunidade 
para o entrevistado estabelecer uma conversa com o público devido ao caráter 
intimista que se estabelece no processo de comunicação radiofônica. Dependendo 
da emissora e da praça, muitas vezes o rádio faz a mensagem chegar a um público 
muito superior ao que estimam algumas fontes, principalmente no horário nobre 
da programação, que é o horário matutino. Seguem aqui algumas orientações 
sobre como o assessorado e as fontes devem agir em entrevistas no rádio:
• Ser pontual: se a pontualidade deve ser uma regra para todas as entrevistas 
agendadas, no rádio e na TV não há possibilidades de atraso para entrevistas 
ao vivo, pois toda a agenda da produção foi cuidadosamente encaixada na 
programação. Um atraso ou um abandono da entrevista compromete o trabalho 
dos	profissionais	e	da	programação,	prejudicando	inclusive	relacionamentos	
futuros. Melhor ainda é chegar antes para trocar algumas ideias com o jornalista 
sobre o tema abordado.
TÓPICO 2 —RELAÇÕES COM AS FONTES DE INFORMAÇÃO E COM A IMPRENSA
171
• Ser coloquial: as entrevistas no rádio normalmente adquirem um tom de 
conversa informal, o que estimula a atenção e a interatividade do ouvinte. 
Números em demasia ou lista de detalhes técnicos não ajudam muito a 
apreensão	da	audiência	através	do	áudio.	O	melhor	é	unir	a	objetividade	das	
respostas com o tom coloquial da explicação: o entrevistado pode responder à 
pergunta	com	firmeza	em	uma	ou	duas	frases	curtas	e	em	seguida	explicá-las	
com mais detalhes, podendo até recorrer a exemplos do cotidiano. 
• Concentração no entrevistador: é importante olhar para o entrevistador 
durante	a	entrevista,	como	forma	de	respeito	ao	profissional	e	também	para	
manter sua concentração no diálogo que está se estabelecendo. Evitar baixar a 
cabeça para fazer leitura de texto ou de dados durante a entrevista. Lembre-se 
também	que	atualmente	muitos	programas	de	rádio	têm	transmissão	em	vídeo	
pela internet.
• Aproveitar o tempo da entrevista: entrevistas com repórter na rua normalmente 
são muito curtas. É preciso ser objetivo e responder as perguntas em poucos 
segundos, normalmente menos de 30 segundos por resposta. Entrevistas ao 
vivo por telefone também não costumam durar muito, então cada resposta 
também	não	deve	ultrapassar	muito	a	média	dos	30	segundos.	Já	as	entrevistas	
ao vivo nos estúdios das emissoras normalmente são mais longas e permitem 
respostas maiores, porém é importante lembrar que respostas longas são 
cansativas para o ouvinte, levando-o à dispersão da atenção.
• Evitar “muletas de expressão”:	Ferraretto	e	Ferraretto	(2009)	chamam	a	atenção	
para	que	se	evite	expressões	frequentes	como	“né?”,	“entende?”	a	cada	final	de	
frase. Causam irritação no ouvinte e não passam credibilidade. O importante é 
focar nos pontos principais da entrevista para encadear as frases com respostas 
firmes,	mesmo	mantendo	o	tom	coloquial.
• Não ter medo dos ouvintes: o entrevistado não deve se sentir incomodado 
com as perguntas dos ouvintes (caso sejam lidas pelo locutor ou liberadas 
em áudio no ar) e nem reagir agressivamente a elas. Perguntas incômodas de 
cidadãos leigos podem ser uma ótima oportunidade de esclarecer pontos sobre 
a	organização	para	a	grande	audiência	que	acompanha	a	entrevista.
Abordagem	 em	 emissoras	 de	 TV:	 a	 audiência	 das	 emissoras	 de	 TV	
(especialmente a TV aberta) é muito ampla e com públicos muitas vezes 
heterogêneos.	Assim,	o	entrevistado	deve	ter	ciência	que	está	falando	para	muitos	
públicos diferenciados, seja pela faixa etária ou pela classe socioeconômica. E a 
mensagem deve atingir todos os públicos.dar	conta	das	expectativas	
de	 todos	os	públicos	 internos	e,	dessa	 forma,	é	endereçado	tanto	ao	
alto	executivo	como	ao	colega	do	chamado	“chão	de	fábrica”	(não	cabe	
aqui	nenhum	preconceito	ou	juízo	de	valor).
Assim,	 podemos	 reforçar	 a	 proposta	 de	 Chinem	 (2010)	 de	 que	 a	
comunicação	interna	objetiva	informar,	gerar	credibilidade	e	confiança,	motivar	
e	mostrar	claramente	o	foco	do	negócio	a	fim	de	criar	um	clima	favorável	para	o	
crescimento	e	o	desenvolvimento	da	companhia.
As	atividades	de	comunicação	interna	para	os	diversos	públicos	precisam	
estabelecer	 um	 sentimento	 de	 pertencimento	 à	 organização	 para	 ajudar	 na	
construção	 do	 futuro	 da	 instituição.	 Todos	 precisam	 se	 ver	 representados	 na	
organização.	 Da	mesma	 forma,	 a	 imagem	 da	 organização	 deve	 ser	 levada	 ao	
conhecimento	do	público	externo,	a	fim	de	torná-la	conhecida	no	mercado	e	para	
atender	e	satisfazer	aos	consumidores,	diz	Chinem	(2010).
Para	 tanto,	 ele	 recomenda	 cuidar	 da	 “aparência”,	 com	 a	 “cara”	 da	
empresa,	 para	 estabelecer	 a	 imagem	 de	 uma	 empresa	 bem	 administrada,	
estruturada,	diferenciada	da	concorrência	pelos	produtos	e	serviços	que	oferece	
ao	mercado	como	resultado	de	um	bom	trabalho	(CHINEM,	2010).	Nesse	sentido,	
Bueno	(2009)	ressalta	que	vivemos	na	era	da	segmentação,	da	personalização	dos	
contatos,	e	a	comunicação	deve	atuar	sob	essa	perspectiva	sob	pena	de	perder	a	
eficácia	e	a	eficiência	da	comunicação.
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
12
O	 profissional	 de	 comunicação	 precisa	 conhecer	 as	 demandas	 de	
cada	 público	 em	 particular	 para	 que	 possa	 implementar	 canais	 e	 formas	 de	
relacionamento	que	estejam	em	sintonia	com	os	anseios	de	cada	um	dos	públicos	
da	organização.	Assim	nos	ensina	Bueno	(2009,	p.	88-89):
Cada	 público	 deve	 ser	 visto	 em	 suas	 particularidades,	 em	 suas	
demandas,	 em	 suas	 expectativas,	 em	 sua	 forma	 específica	 de	
comunicação.	 O	 que	 pode	 ser	 razoável	 para	 um	 deles	 pode	 ser	
contraproducente	para	os	demais.	Uma	newsletter,	sem	fotos,	repleta	
de	 informações	 sobre	o	mercado,	 encaminhada	via	 e-mail,	pode	 ser	
o	 instrumento	 adequado	para	 os	 executivos	de	primeira	 linha,	mas	
desinteressante ou inatingível para os colegas de outros níveis da 
estrutura	organizacional.
Nesse	 contexto,	 os	 empresários	 precisam	 enxergar	 os	 profissionais	 de	
comunicação	como	conselheiros	e	estrategistas,	assessores	próximos,	capazes	de	
contribuírem	para	a	articulação	de	um	discurso	adequado	e	de	uma	identidade	
organizacional	(CHINEM,	2010).
As	informações	devem	transmitir	credibilidade	e	precisam	ser	contínuas	
para	que	os	públicos	interno	e	externo	possam	avaliar	o	seu	grau	de	satisfação	
com	a	instituição	e	fornecer	o	feedback	necessário.
Tanto	 em	 Chinem	 (2010)	 quanto	 em	 Bueno	 (2009),	 encontramos	 as	
possibilidades	de	uso	dos	 sistemas	de	 informação	 (internet	 ou	 intranet)	 como	
ferramentas	 capazes	 de	 contribuir	 para	 uma	 comunicação	 ágil,	 consistente,	
periódica	e	de	qualidade.
O	ponto	central	nesse	quesito	reside	no	conteúdo,	na	segmentação	e	no	
gerenciamento	 das	 informações	 transmitidas	 a	 cada	 um	 dos	 públicos	 com	 os	
quais	a	organização	se	relaciona.	Cada	um	deve	ser	atendido	de	acordo	com	suas	
necessidades	e	importância	para	a	organização.
Afinal,	como	ressalta	Chinem	(2010,	p.	36):	“a	empresa	que	tem	capacidade	
de	competir	de	forma	que	utilize	diferentes	canais	de	comunicação	para	atender	a	
diferentes	clientes,	ou	seja,	respeitando	o	perfil	de	cada	um,	está	sempre	à	frente	
da	concorrência”.
Como	 sintetizam	 Terciotti	 e	 Macarenco	 (2009,	 p.	 32),	 e	 conforme	
visualizamos	na	Figura	1	do	tópico,	a	comunicação	organizacional	se	destina	aos	
seguintes	públicos:
•	Ao	 público	 externo:	 formado	 pela	 sociedade	 em	 geral	 (governo,	
políticos,	 consumidores	 e	 formadores	 de	 opinião,	 tais	 como	
professores,	jornalistas	etc.).
•	Ao	público	interno:	formado	pelos	colaboradores	da	empresa,	tais	
como	funcionários,	fornecedores	e	parceiros	em	geral.
TÓPICO 1 — COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E REPUTAÇÃO
13
A	 comunicação	 nas	 organizações	 surgiu	 para	 atender	 aos	 diversos	
públicos,	uma	vez	que	Terciotti	e	Macarenco	(2009)	entendem	que	as	organizações	
deixaram	de	se	dedicar	apenas	à	produção	e	passaram	a	expandir	suas	atividades	
para	os	mais	diversos	setores,	entre	os	quais	os	setores	político,	cultural	e	social).
Agora	que	já	compreendemos	os	conceitos	centrais	relacionados	à	gestão	
da	comunicação	nas	organizações,	conheceremos	no	tópico	seguinte	os	principais	
tipos de comunicação utilizados por elas para se relacionar com essa diversidade 
de	público.
Conforme	 estudamos	 nesse	 tópico	 inicial	 da	 disciplina	 de	 gestão	 da	
comunicação	e	assessoria	de	imprensa,	a	comunicação	nas	organizações	possui	
um	caráter	estratégico.	Para	que	possa	ser	encarada	nessa	perspectiva,	precisamos	
compreender	o	ambiente	para	a	estratégia,	apontado	nessa	breve	leitura	a	respeito	
da	temática.	Vamos	conhecer?
O ambiente para a estratégia
[...]	
A	Comunicação	Empresarial	 estratégica	depende,	 sobretudo,	de	um	
ambiente	 específico	 para	 que	 possa	 entrar	 em	 vigor.	 Ela	 se	 expressa	 ou	 se	
materializa apenas em determinadas culturas ou sistemas de gestão porque 
decorre	 de	 um	 processo	 organizacional	 particular,	 exatamente	 aquele	
calcado	na	chamada	administração	estratégica.	A	Comunicação	Empresarial	
não	 se	 sustenta	 em	 ambientes	 organizacionais	 em	 que	 esta	 perspectiva	 de	
planejamento	esteja	ausente.	Ela	só	pode	ser	pensada,	implantada	e	exercida,	
se	 a	 organização	 (empresa	 pública	 ou	 privada,	 ONG,	 entidade)	 adota	 e	
pratica	a	administração	estratégica.	Dificilmente,	se	poderia	surpreender	uma	
Comunicação	Empresarial	 estratégica	numa	organização	que	 fosse	avessa	a	
um	sistema	de	gestão	comprometido	com	este	paradigma	organizacional.	Na	
prática,	é	preciso	admitir	que	são,	 infelizmente,	poucas	as	organizações	que	
levam	a	fundo	a	administração	estratégica,	exatamente	porque	têm,	sobretudo	
no	Brasil,	 uma	 cultura	de	 gestão	 centralizadora,	 que	 exclui	 do	processo	de	
definição	de	estratégicas	inúmeros	públicos	internos.	Essa	é	a	constatação	de	
pesquisa	recente	realizada	pela	consultoria	Symnetics,	no	primeiro	trimestre	
de	 2005	 e	 que	 envolveu	 150	 executivos	 e	 colaboradores	 de	 mais	 de	 uma	
centena	de	empresas	brasileiras.	Ela	 concluiu	que	apenas	50%	dos	gerentes	
efetivamente	se	envolvem	na	definição	de	prioridades	estratégicas	das	suas	
organizações.	 Se	 incluirmos	os	 líderes	 e	 o	 staff	operacional	 ou	 técnico,	 esta	
participação	ainda	seria	mais	 reduzida.	Assim,	esclarece	a	pesquisa,	apenas	
30%	dos	líderes	e	28%	dos	técnicos	participam	da	definição	de	novos	negócios,	
o	 que	 implica	 dizer	 que	 a	 responsabilidade	 pelas	 estratégias	 contempla	
determinadas	 pessoas	 e	 setores,	 não	 envolvendo	 ou	 comprometendo	 toda	
a	organização.	Em	muitas	empresas	de	prestígio,	esse	processo	está	 restrito	
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
14
aos	 membros	 do	 Conselho,	 ao	 topo	 da	 administração,	 o	 que,	 comumente,	
representa	um	equívoco	formidável.	Segundo	o	diretor	da	Symnetics,	Reinaldo	
Mazini,	 “a	 grande	 maioria	 das	 empresas,	 principalmente	 no	 continente	
americano,	 promove	 essa	 diferenciação	 cartesiana	 entre	 o	 pensar	 e	 o	 fazer,	
em que uma cúpula privilegiada discute a estratégia e um outro grupo cuida 
da	sua	implementação.	No	mundo	oriental,	Manzini	diz	que	não	é	assim	que	
funciona.	O	pensar	e	o	fazer	são	feitos	de	maneira	mais	integrada”.
O	 consultor	 norte-americano	 David	 Norton,	 um	 dos	 criadores	 do	
Balanced	Scorecard	(BSC),	admite	que	esse	é	um	problema	comum	à	maioria	
das organizações e tem uma avaliação ainda mais contundente do estágio 
atual:	“apenas	5%	da	força	de	trabalho	conhecem	a	estratégia	da	organização...	
porque	‘na	verdade,	hoje	a	estratégia	não	é	algo	que	faz	parte	do	dia-a-dia	de	
todos	 os	 executivos’.	 Pesquisasmostram	que	 50%	das	 equipes	não	 chegam	
a	gastar	uma	hora	por	mês	para	discutir	estratégia.	E	 isso	não	acontece	por	
descaso	 dos	 gerentes,	mas	 porque	 eles	 não	 têm	 ferramentas	 para	medir	 os	
resultados”.	David	Norton	recomenda:	“os	executivos	precisam	perceber	que,	
para	 a	 empresa	 ter	 sucesso,	 é	 necessário	 envolver	 toda	 a	 companhia.	Cada	
funcionário	 tem	que	pensar	na	estratégia	daquela	corporação	antes	de	agir,	
independentemente	de	sua	posição	na	empresa”.
Não	é	só	isso.	Muitas	organizações	que,	entusiasticamente,	proclamam	
a	administração	estratégica,	não	vislumbram	essa	condição	para	todos	os	seus	
setores	e	atividades,	o	que	pode	soar	como	uma	contradição.	Já	que	não	se	pode	
imaginar	uma	administração	parcialmente	estratégica	(da	mesma	forma	como	
seria	 estranho	 imaginar	 uma	 empresa	 parcialmente	 cidadã).	Neste	 sentido,	
quase	sempre,	a	Comunicação	Empresarial,	vista	apenas	como	uma	instância	
operacional	do	processo	amplo	de	gestão	(embora	o	discurso	a	reconheça	como	
estratégica),	ocupe	um	lugar	menos	destacado	em	sua	estrutura	organizacional.	
Os executivos principais da Comunicação Empresarial nas organizações 
brasileira	são,	no	máximo,	gerentes	ou	assessores	(saudemos,	vigorosamente,	
as	 exceções)	o	que	explica,	 como	 indica	a	pesquisa	da	Symnetics,	 o	 fato	de	
não	 participarem	 do	 processo	 de	 definição	 de	 estratégias.	A	 Comunicação	
Empresarial	estratégica	encontra,	então,	de	pronto,	um	obstáculo	para	que	se	
afirme,	exatamente	porque	vincula-se,	geralmente,	a	sistemas	de	gestão	que	
ou	não	apresentam	uma	cultura	para	a	adoção	da	administração	estratégica,	
ou	excluem	a	comunicação	de	suas	prioridades.	[...].
FONTE: BUENO, W. da C. A Comunicação estratégica entre o discurso e a realidade. In: 
NASSAR, P. (Org.). Comunicação empresarial: estratégia de organizações vencedoras, v. 2. 
São Paulo: ABERJE, 2006, p. 163-171.
15
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 O	papel	das	empresas	de	satisfação	da	maioria	das	nossas	necessidades	trouxe	
a	elas	maior	complexidade	de	atuação.
•	 	As	formas	de	coordenação,	o	conhecimento	técnico	e	científico	e	a	qualidade	
da	organização	são	desafios	atuais	para	a	competitividade	no	mercado.
•	 	Uma	organização	é	um	conjunto	de	recursos	destinado	à	produção	de	bens	e	
serviços	para	satisfação	das	nossas	necessidades.
•	 	A	 comunicação	 em	uma	 empresa	 contribui	 para	 a	 realização	das	metas	 e	
objetivos	e	oferece	a	possibilidade	de	integração	e	o	equilíbrio	entre	todos	os	
seus	integrantes.
•	 	 A	 comunicação	 organizacional	 interage	 com	 os	 sistemas	 sociopolítico,	
econômico-industrial	e	microclima	interno.
•	 	A	comunicação	organizacional	é	um	conjunto	integrado	de	ações,	estratégias,	
planos,	políticas	e	produtos	planejados	e	desenvolvidos	por	uma	organização	
para	estabelecer	a	relação	permanente	e	sistemática	com	todos	os	seus	públicos	
de	interesse.
•	 	A	comunicação	empresarial	compreende	o	somatório	de	todas	as	atividades	
de	comunicação	da	empresa.
•	 	 As	 atividades	 de	 comunicação	 organizacional	 estão	 evoluindo	 de	 um	
somatório para um processo integrado de relacionamento com os diversos 
públicos	de	 interesse	de	maneira	que	nenhuma	empresa	deve	se	omitir	de	
realizar.
•	 	O	aumento	da	competitividade	entre	as	empresas	aumentou	a	busca	pela	
eficiência	e	eficácia	em	todas	as	suas	atividades.
•	 	A	eficácia	resulta	da	maximização	de	todas	as	formas	de	rendimento	para	a	
organização.
•	 	A	eficiência	consiste	na	relação	entre	o	resultado	e	o	investimento.
 
•	 	A	sinergia	compreende	a	soma	dos	esforços	de	todos	os	envolvidos	em	um	
processo.
16
•	 	A	comunicação	organizacional	pode	ser	considerada	estratégica	por	causa	de	
sua	relação	com	a	missão	e	os	objetivos	empresariais.
•	 	Uma	organização	não	possui	uma	imagem,	mas	sim	várias	imagens	em	função	
das	leituras	que	distintos	públicos	interessados	na	organização	mantém	em	
relação	a	ela.
•	 	A	imagem	de	uma	organização	resulta	da	percepção	associada	na	mente	de	
um	determinado	público	em	relação	a	ela.
•	 	A	 reputação	decorre	de	uma	avaliação	das	percepções	dos	públicos	e	das	
pessoas	em	relação	à	organização.
•	 	A	 identidade	 forma-se	 pelos	 aspectos	 visuais,	 pela	missão	 e	missão,	 seus	
talentos	e	capacidade	de	inovação,	o	talento	humano	contratado	e	todos	os	
demais	aspectos	relacionados	à	organização.
• O processo de construção da imagem institucional costuma ser longo e sua 
base	deve	ser	a	ética.
•	 	As	ações	de	comunicação	devem	ser	dirigidas	aos	públicos	interno	e	externo	
da	organização.
•	 	 O	 público	 interno	 corresponde	 às	 pessoas	 que	 participam	 do	 ambiente	
interno	da	organização.
•	 	 A	 imagem	 da	 organização	 deve	 ser	 levada	 ao	 conhecimento	 do	 público	
externo,	a	fim	de	torná-la	conhecida	no	mercado	e	para	atender	e	satisfazer	
aos	consumidores.
•	 	A	comunicação	nas	organizações	surgiu	para	atender	aos	diversos	públicos.
17
1	 Tudo	o	que	as	organizações	fazem	contribuem	para	o	desenvolvimento	e	o	
progresso	das	sociedades	nas	quais	elas	se	inserem.	Para	sua	manutenção	e	
crescimento,	elas	utilizam	a	comunicação	como	um	processo	essencial	capaz	
de	 interligar	as	pessoas	 interna	e	externamente	 (PIMENTA,	2010).	Nesse	
sentido,	avalie	as	asserções	a	seguir	em	relação	à	interação	da	organização	
com	os	demais	ambientes	nos	quais	ela	está	inserida.
I-	 O	 ambiente	 sociopolítico	 diz	 respeito	 aos	 valores	 da	 sociedade	
contemporânea	e	as	políticas	para	o	meio	ambiente.
II-	 O	microclima	 interno	 está	 relacionado	 à	 sustentabilidade	 ambiental	 da	
organização	na	comunidade	em	que	ela	atua.
III-	O	ambiente	econômico-industrial	refere-se	aos	padrões	de	competição	e	
as	leis	de	mercado.
É	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a)	 (	 )	 I,	apenas.
b)	 (	 )	 I	e	III,	apenas.
c)	 (	 )	 II	e	III,	apenas.
d)	 (	 )	 III,	apenas.
e)	 (	 )	 I,	II	e	III.
2	 A	comunicação	é	um	elemento	essencial	para	a	manutenção	e	crescimento	das	
organizações	por	abranger	várias	vertentes	e	capaz	de	integrar	as	pessoas	no	
ambiente	interno	e	externo	à	organização.	Sendo	assim,	a	melhor	definição	
de comunicação organizacional está expressa na seguinte alternativa:
a)	 (	 )	 Está	relacionada	às	atividades	de	comunicação	interna	e	
	 	 	 endomarketing.
b)	 (	 )	 É	o	somatório	de	todas	as	atividades	de	comunicação	da	empresa.
c)	 (	 )	 Diz	respeito	apenas	aos	meios	de	comunicação	utilizados
	 	 	 para	a	propaganda.
d)	 (	 )	 Envolve	apenas	uma	técnica	para	construção	e	manutenção	da
	 	 	 imagem	corporativa.
e)	 (	 )	 Compreende	o	uso	da	comunicação	para	manipulação	da
	 	 	 opinião	pública.
3	 A	comunicação	organizacional	pode	ser	considerada	estratégica	por	causa	de	
sua	relação	com	a	missão	e	os	objetivos	empresariais.	Ela	também	será	uma	
atividade	tática	por	conta	da	sua	execução	e	solução	de	problemas	(TOMASI;	
MEDEIROS,	2009).	A	comunicação	contribui	para	a	 formação	da	 imagem,	
identidade	 e	 reputação	 empresarial.	 Nesse	 sentido,	 avalie	 as	 asserções	 a	
seguir	a	respeito	dos	conceitos	de	imagem,	identidade	e	reputação.
AUTOATIVIDADE
18
I-	 A	imagem	de	uma	organização	resulta	da	percepção	associada	na	mente	de	
um	determinado	público	em	relação	a	ela.
PORQUE
II-	A	imagem	forma-se	pelos	aspectos	visuais,	pela	missão	e	visão,	seus	talentos	
e	capacidade	de	inovação	e	demais	aspectos	relacionados	à	organização.
A	respeito	dessas	asserções,	assinale	a	opção	CORRETA:
a)	(	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	e	a	II	é	uma	justificativa	
da	I.
b)	(	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	verdadeiras,	mas	a	II	não	é	uma	
justificativa	da	I.
c)	 (	 )	 A	asserção	 I	é	uma	proposição	verdadeira,	e	a	 II	é	uma	proposição	
falsa.
d)	(	 )	 A	asserção	I	é	uma	proposição	falsa,	e	a	II	é	uma	proposição	verdadeira.
e)	 (	 )	 As	asserções	I	e	II	são	proposições	falsas.
4	 Por	 ser	 uma	 modalidade	 de	 comunicação	 que	 abrange	 um	 conjunto	
de	 técnicas	 para	 construir	 e	 manter	 uma	 imagem	 corporativa	 sólida,	 a	
comunicação	organizacional	buscase	relacionar	com	vários	públicos.	Sendo	
assim,	 avalie	 as	 asserções	a	 seguir	 a	 respeito	dos	públicos	 atingidos	pela	
comunicação	nas	organizações.
I-	 O	 público	 interno	 caracteriza-se	 pelos	 funcionários	 que	 integram	 a	
organização.
II-	 O	 público	 externo	 é	 composto	 pelos	 governos,	 políticos,	 consumidores,	
formadores	de	opinião	e	investidores.
III-	Os	 stakeholders	 são	 todos	 os	 públicos	 que	 mantém	 algum	 tipo	 de	
relacionamento	 ou	 interesse	 na	 organização,	 tais	 como	 clientes,	
comunidades,	 acionistas,	 instituições	 de	 classe,	 formadores	 de	 opinião,	
representantes	do	governo	e	outros.
É	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a)	(	 )	 II,	apenas.
b)	(	 )	 I	e	II,	apenas.
c)	 (	 )	 II	e	III,	apenas.
d)	(	 )	 I	e	III,	apenas.
e)	 (	 )	 III,	apenas.
19
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
PRINCIPAIS TIPOS DE COMUNICAÇÃO 
NAS ORGANIZAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Quando	falamos	em	comunicação	organizacional	logo	nos	vem	à	mente	a	
imagem	dos	comerciais	das	marcas,	produtos	e	serviços	disponíveis	no	mercado.	
No	entanto,	a	propaganda	é	apenas	uma	das	possibilidades	de	uso	da	comunicação	
existente	no	mercado.
Por	essa	razão,	iniciaremos	o	tópico	com	uma	breve	abordagem	sobre	o	
papel	da	propaganda	para	as	empresas	e	as	formas	de	uso	para	as	corporações.	
Na	 sequência,	 destacaremos	 os	 demais	 tipos	 de	 comunicação	 organizacional.	
Apresentaremos	os	tipos	de	comunicação	empresarial	de	acordo	com	as	propostas	
dos	 principais	 autores	 da	 área,	 que	 costumam	 dividi-la	 em:	 comunicação	
cultural,	 comunicação	 administrativa/gerencial,	 comunicação	 social	 e	 sistemas	
de	informação.	Vamos	em	frente!
2 COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E 
PROPAGANDA CORPORATIVA
A	essa	altura	dos	nossos	estudos,	você	deve	estar	associando	a	comunicação	
nas organizações com as propagandas amplamente utilizadas pelas instituições 
a	fim	de	 informar	e	persuadir	os	 consumidores	a	 comprarem	seus	produtos	e	
serviços.
Estudamos,	 inicialmente,	 a	 comunicação	 empresarial	 compreende	 um	
conjunto	de	 atividades,	 ou	 a	 soma	de	 todas	 as	 ações	de	 comunicação,	 com	os	
diversos	 públicos	 com	 os	 quais	 a	 organização	mantém	 relacionamento.	Nesse	
sentido,	a	propaganda	serve	como	uma	ferramenta	de	apoio	às	ações	de	divulgação	
da	marca,	dos	seus	produtos	e	serviços.	A	propaganda	contribui	para	a	formação	
da	imagem	institucional	e	para	o	fortalecimento	da	marca	no	mercado.
Como	nos	mostra	Bendit	(2010),	a	comunicação	em	marketing	contempla	
um	 conjunto	 de	 elementos	 facilitadores	 no	 processo	 de	 troca	 de	mensagens	 e	
que	estabelecem	um	compartilhamento	de	informações	entre	a	organização	e	os	
clientes/consumidores.	Assim:
20
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
As	 técnicas	 mais	 conhecidas	 da	 comunicação	 em	 marketing	 são:	
propaganda,	promoção	de	vendas,	relações	públicas	e	vendas	pessoais.	
Apesar	de	a	propaganda	ser	apenas	um	dos	elementos	dos	compostos	
de	comunicação,	é	o	mais	visível.	A	propaganda	contribui	para	que	
diversos	 públicos	 evoluam	 de	 noções	 e	 predisposições	 básicas	 de	
conhecimento	da	marca	até	a	conquista	de	preferência.	O	objetivo	da	
propaganda	é	obter	um	determinado	comportamento	do	consumidor	
que	 deve	 evoluir	 da	 compra	 e	 experimentação	 para	 a	 formação	 do	
hábito	e	fidelidade	da	marca	(BENDIT,	2010,	p.	34).
Nesse	 contexto,	 precisamos	 retomar	 o	 conceito	 de	 comunicação	 como	
um processo de compartilhamento dos pensamentos conhecidos e entendidos 
entre	as	pessoas,	 relembra	Bendit	 (2010).	Em	nosso	caso,	entre	as	pessoas	e	as	
organizações	em	uma	sociedade.	
Para a concretização da comunicação é preciso a existência de pelo menos 
três	elementos:	emissor,	o	receptor	e	a	mensagem.	Além	disso,	para	a	 troca	de	
informação	 será	preciso	 ainda	o	 código,	 o	 canal	 e	 o	 contexto	 em	que	ocorre	 a	
comunicação	(BENDIT,	2010).	Esse	processo	se	assemelha	quando	consideramos	
a	comunicação	empresarial,	no	qual	a	organização	ocupa	o	lugar	do	emissor	e	os	
públicos	com	os	quais	ela	se	relaciona	compõem	os	receptores	das	mensagens.
Da	mesma	forma,	será	necessário	utilizar	um	código	para	 transmitir	as	
informações	e	passar	a	mensagem	através	de	um	meio	ou	canal	de	comunicação	
(mídia).	 Toda	 comunicação	 das	 organizações	 também	 ocorrerá	 em	 um	
determinado	contexto,	como	vemos	na	figura	seguinte.
FIGURA 2 – ESQUEMA DE COMUNICAÇÃO ADAPTADO AO MERCADO
FONTE: Adaptado de Bendit (2010)
Bendit	(2010,	p.	36)	nos	ensina	ainda	quais	são	as	principais	funções	da	
comunicação	corporativa	para	uma	organização	e	que	reforça	alguns	dos	objetivos	
e	funções	da	comunicação	organizacional.
• Propaganda	corporativa	e	ações	que	beneficiem	a	sociedade.
• Gerenciamento	da	reputação.
• Relações	com	a	mídia.
• Comunicação	de	marketing.
• Comunicação	interna.
• Relações	com	os	investidores.
• Responsabilidade	social.
• Relações	com	o	governo.
• Gerenciamento	de	crise.
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS TIPOS DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
21
Apesar	 de	 ser	 uma	 ferramenta,	 podemos	 perceber	 a	 existência	 de	
uma	 inter-relação	 entre	 a	 propaganda	 e	 os	 demais	 tipos	 de	 comunicação	 nas	
organizações,	como	veremos	na	sequência	desse	tópico	ainda.
Precisamos ressaltar que a propaganda pode ser um instrumento para 
formação	e	consolidação	da	imagem	corporativa	da	organização.	Segundo	Bendit	
(2010),	existem	duas	formas	de	propaganda	corporativa,	que	estão	descritas	na	
sequência com suas respectivas características:
• Propaganda de imagem: tem	 como	 objetivo	 formar	 uma	 imagem	 de	
personalidade	 corporativa	 para	 o	 público	 em	 geral	 e	 criar	 o	 máximo	 de	
associações	positivas	da	marca	para	o	público-alvo.
• Propaganda temática ou de defesa: visa dar suporte a uma posição e aos 
interesses	da	organização	simultaneamente,	o	que	 inclui	a	controvérsia	em	
questões	sociais	e	mudanças	de	pontos	de	vista	na	sociedade.
Assim,	 constatamos	 que	 a	 propaganda	 corporativa	 possui	 uma	 função	
de	contrabalançar	as	atitudes	negativas	e	desfavoráveis	que	possam	existir	em	
relação	à	instituição.	Isso	equivale	a	dizer	que	a	propaganda	corporativa	ajuda	a	
criar	ou	consolidar	a	reputação	organizacional.	Ainda	nessa	linha	de	raciocínio,	
Bendit	(2010)	relaciona	as	funções	específicas	da	propaganda	corporativa:
• Atrair	investimentos.
• Influenciar	opiniões.
• Reforçar	a	identidade	ou	melhorar	a	reputação.
• Aumentar	as	vendas.
• Recrutar	e	manter	funcionários.
No	atual	cenário	da	comunicação	nas	organizacionais,	não	devemos	nos	
esquecer	das	possibilidades	de	interatividade	com	os	diversos	públicos	de	uma	
instituição	possibilitado	pelas	novas	mídias	e	que	podem	ser	objeto	de	uso	pelos	
profissionais	de	comunicação	organizacional.
Como	 nos	 mostra	 Bendit	 (2010)	 na	 figura	 seguinte,	 a	 interatividade	
permite	traçarmos	um	paralelo	entre	as	mídias	tradicionais	e	as	novas	mídias,	na	
qual	são	comparadas	velocidades,	interatividade,	personalização	e	segmentação	
dos	públicos.
No artigo original, Bendit (2010) refere-se ao uso dos blogs como uma forma 
de propaganda corporativa capaz de gerar interação, aproximação com o público a baixo 
custo, de forma personalizada e de leitura cronológica e agradável. Porém, podemos 
expandir esse entendimento às demais formas de comunicação digital baseadas na internet.
NOTA
22
UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
FIGURA 3 – CANAIS INTERATIVOS DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
FONTE: Adaptado de Bendit (2010)
Constatamos,	 conforme	 a	 Figura	 3,	 a	 capacidade	 das	 novas	 mídias,	
principalmente	aquelas	baseadas	na	rede	mundial	de	computadores	 (internet),	
em	 alcançar	 públicos	 específicos	 com	 conteúdos	 atrativos	 de	 forma	 rápida	 e	
interagir	com	esses	públicos.
Encontramos	 em	 Bueno	 (2009)	 uma	 justificativa	 para	 o	 uso	 das	 novas	
mídias	 e	 principalmente	 da	 internet	 na	 comunicação	 organizacional.	 Segundo	
ele,	essa	nova	cultura	de	comunicação	tem	como	pressuposto	a	colaboração	em	
massa,	em	que	se	estabelecem	parcerias	entre	organizações	e	cidadãos	para	criar,	
inventar,produzir,	comercializar	e	mesmos	distribuir	globalmente	bens,	serviços	
e	conteúdo.	Como	nos	diz	Bueno	(2009,	p.	121):
As	novas	tecnologias	libertaram	de	maneira	irrevogável	as	pessoas	do	
controle	exercido	por	chefias,	empresas	de	comunicação	e	especialmente	
de	 um	 processo	 de	 gestão	 que	 as	 impedia	 de	 ser	 efetivamente	
protagonistas.	Nessa	nova	dinâmica	de	participação	e	criação,	cidadãos,	
em	grupo	ou	mesmo	isoladamente,	promovem	ações	de	mobilização,	
compartilham	informações,	conhecimentos,	vivências,	influenciando	de	
forma	drástica	o	universo	dos	negócios.	A	descentralização	das	decisões,	
assumida	 por	 aqueles	 que	 já	 reconhecem	 a	 força	 dessa	 capacidade	
colaborativa	 e	 se	 propõem	 líderes	 de	 um	 novo	 tempo,	 agrega	 valor,	
potencializa	 a	 inovação	 e	 provoca	 mudanças	 de	 curtíssimo	 prazo,	
gerando	ao	mesmo	tempo	oportunidades,	desafios	e	ameaças.
A	 esse	 processo	 de	 criação	 conjunta	 entre	 organizações	 e	 as	 pessoas	
denomina-se	 wikieconomia,	 alicerçado	 na	 disposição	 e	 na	 capacitação	 para	
a	 construção	 de	 produtos	 e	 caminhos	 coletivos,	 auto-organizados	 ou	 não,	
complementa	 Bueno	 (2009).	 Ainda	 em	 relação	 ao	 uso	 da	 comunicação	 nas	
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS TIPOS DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
23
organizações,	 precisamos	 considerar	 o	 estágio	 do	 ciclo	 de	 vida	 em	 que	 ela	 se	
encontra	pois	isso	afeta	o	público	interno	e	externo	da	instituição.	De	acordo	com	
Pimenta	(2010),	as	empresas	possuem	forte	propensão	a	crescer.
Esse	 crescimento	 não	 costuma	 ser	 uma	 amplificação	 de	 sua	 escala	 de	
atividades.	 Dessa	 forma,	 Pimenta	 (2010)	 entende	 que	 durante	 a	 expansão,	 as	
organizações	 passam	 por	 diferentes	 estágios.	 Ainda	 de	 acordo	 com	 Pimenta	
(2010,	p.	91-92),	são	quatro	estágios	do	ciclo	de	vida	empresarial:
• Estágio empresarial: os	fundadores	são	empreendedores,	com	alto	
potencial	 criativo,	 que	 apostaram	 na	 sua	 ideia,	 aceitaram	 os	 riscos	
e	 se	 dedicam	 totalmente	 ao	 trabalho.	 Poucos	 procedimentos	 são	
formalizados	e	padronizados.	O	controle	é	centralizado	e	o	ambiente	
interno	é	extremamente	informal.	A	comunicação	é	frequente,	intensa	
e	 caótica.	As	 formas	de	 comunicação	 são	basicamente:	 face	 a	 face	 e	
reuniões	não	programadas.	Ao	crescer,	a	empresa	emergente	enfrenta	
uma	crise	específica,	quando	somente	a	dedicação,	o	entusiasmo	e	a	
criatividade	dos	 fundadores	 já	 não	 são	 suficientes	 para	 administrar	
um	número	maior	de	empregados.	A	essência	da	crise	localiza-se	na	
necessidade de liderança para reestruturar a empresa de acordo com 
as	novas	necessidades.
• Estágio de coletividade:	depois	de	estabelecer	uma	forte	liderança,	
a	empresa	começa	a	elaborar	metas	e	diretivas	claras,	hierarquia	de	
autoridade,	entendimento	mútuo	e	canais	de	comunicação	definidos.	
Assim,	 cria-se	 um	 senso	 de	 coletividade	 que	 ajuda	 aumentar	 o	
envolvimento	 e	 a	 motivação	 dos	 empregados,	 o	 que	 leva	 a	 um	
sucesso	 comum.	Porém,	 outra	 crise	 pode	 chegar,	 em	 razão	de	 uma	
necessidade	 de	 delegação.	 Isso	 acontece	 quando	 os	 gerentes	 de	
níveis	mais	altos	 tendem	a	atribuir	o	êxito	da	empresa	somente	aos	
seus	 próprios	 esforços.	 Eles	 não	 admitem	 a	 necessidade	de	 delegar	
responsabilidades	de	cima	para	baixo,	mudando	o	papel	principal	da	
cúpula	para	a	coordenação	e	deixando	o	papel	da	supervisão	direta.
• Estágio de formalização:	 estabelecimento	 de	 normas,	 regras,	
sistemas	de	controle.	As	comunicações	são	menos	frequentes	e	mais	
formais,	a	alta	administração	dedica-se	mais	às	questões	estratégicas,	
deixando	 a	 rotina	 operacional	 para	 profissionais.	 O	 risco	 principal	
nesse	 estágio	 é	 uma	 formalização	 excessiva	 que	 pode	 gerar	 uma	
nova	crise.	Os	sistemas	e	os	programas	estabelecidos	podem	inibir	a	
iniciativa	dos	empregados	e	a	comunicação	livre	–	que	poderia	ajudar	
a	identificar	os	problemas,	a	criar	novas	ideias	e	a	evitar	conflitos.
• Estágio de elaboração:	 solucionando	 a	 crise	 de	 formalidade,	 a	
organização	pode	adquirir	um	sentido	mais	profundo	de	colaboração,	
gerando	 uma	 autodisciplina	 e	 um	 controle	 social.	 Nessa	 fase,	 os	
sistemas	 de	 controle	 formais	 podem	 ser	 substituídos	 por	 forças-
tarefa	 e	 equipes	 interdepartamentais;	 é	 estabelecida	 e	 valorizada	
uma	 comunicação	 horizontal	 eficaz	 e	 diversificada.	 A	 maturidade	
da	empresa	parece	ter	sido	atingida,	mas,	por	sua	vez,	surgem	novas	
crises,	 em	 certos	 períodos	 de	 declínio	 temporário,	 que	 revelam	 as	
necessidades	de	revitalização	e	inovação.
Esse	 panorama	 geral	 da	 propaganda	 corporativa,	 apresentada	 como	
apenas	 entre	 outras	 ferramentas,	 aliado	 às	 possibilidades	 de	 uso	 das	 novas	
mídias	e	o	estágio	do	ciclo	de	vida	em	que	se	encontra	a	organização,	nos	leva	a	
questionar: como se comunicar e adequar a comunicação em uma organização 
para	que	ela	seja	eficaz	interna	e	externamente?
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UNIDADE 1 —COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
A	 resposta	 para	 essa	 questão	 encontraremos	 nos	 diferentes	 tipos	 de	
comunicação	 empresarial	 existentes,	 que	 podem	 ser	 agrupados	 em	 social,	
administrativa,	cultural	e	sistemas	de	informação.	As	características	e	públicos	a	
que	se	destinam	serão	abordados	na	sequência.
3 PRINCIPAIS TIPOS DE COMUNICAÇÃO 
NAS ORGANIZAÇÕES
Conforme	 estudamos	 no	 início	 do	 tópico,	 a	 comunicação	 empresarial	
abrange	 muito	 mais	 do	 que	 simplesmente	 a	 propaganda	 corporativa.	 Ela	
compreende	o	uso	de	diversas	 ferramentas	e	 formas	de	comunicação	a	fim	de	
estabelecer	relacionamento	com	os	diversos	públicos.
Nessa	linha	de	raciocínio,	adotamos	uma	classificação	que,	apesar	de	não	
ser	unanimidade	entre	os	principais	autores	da	área,	nos	permite	dividir	os	tipos	
de	comunicação	nas	organizações	de	acordo	com	sua	finalidade	e	público-alvo	de	
suas	ações.	Nesse	sentido,	temos	a	comunicação	cultural,	a	comunicação	social,	a	
comunicação	administrativa	ou	gerencial	e	o	sistema	de	informação.	Revisaremos	
as	características	de	cada	um	dos	tipos,	brevemente,	na	sequência.
3.1 COMUNICAÇÃO CULTURAL
De	 acordo	 com	 Torquato	 (2002),	 a	 comunicação	 cultural	 corresponde	
àquela	responsável	por	comportar	os	climas	internos.	Para	saber	como	está	essa	
comunicação	cultural,	ele	sugere	medir	a	temperatura	do	clima	organizacional.
A	 temperatura	 ou	 clima	 organizacional	 refere-se	 ao	 sentimento	 que	 as	
pessoas	têm	em	relação	à	empresa	e	pode	ser	medida	através	da	cultura	interna.	
A	 cultura	 se	 manifesta	 pelos	 costumes,	 hábitos,	 práticas,	 ideias	 e	 valores	 da	
comunidade	interna	da	organização.
A	cultura	organizacional	está	exposta	principalmente	na	missão,	visão	e	
dos	valores	da	empresa,	que	são	os	pressupostos	básicos	que	servem	de	guia	de	
ação	em	todas	as	atividades	da	organização	com	os	seus	diversos	públicos.
De	acordo	com	Pimenta	 (2002),	a	cultura	é	uma	 forma	de	 lidar	com	os	
problemas	 de	 adaptação	 externa	 e	 integração	 interna	 que	 funcionam	 bem	 o	
suficiente	para	serem	considerados	válidos	e	ensinados	a	todos	os	colaboradores	
da	organização.
Já	o	clima	organizacional	corresponde	aos	aspectos	intangíveis	da	cultura	
interna.	Isso	significa	que	ele	somente	poderá	ser	medido	através	de	pesquisas	
com	 os	 colaboradores	 e	 também	 poderá	 ser	 percebido	 pela	maneira	 como	 as	
pessoas	trabalham,	acrescenta	Pimenta	(2002).
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS TIPOS DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
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A	comunicação	 cultural	 se	dá	de	duas	maneiras	 em	uma	 empresa:	 pela	
comunicação	interna	e	pelas	ações	de	endomarketing.	A	comunicação	interna	trata	
do	consentimento	das	pessoas	em	fazer	um	bom	trabalho	e	aceitar	as	regras	da	
organização.
Por	 outro	 lado,	 o	 endomarketing	 cuida	das	 ações	de	marketing	 capazes	
de	ressaltar	simultaneamente	a	importância	do	funcionário	no	processo	produto	
e	tratá-lo	respeitosamente	como	ser	humano,	com	potencialidades	e	dificuldades	
(TOMASI;	MEDEIROS,	2009).
A	comunicação	 interna	complementa	as	ações	de	endomarketing	e	vice-

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