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TI APLICADA À LOGÍSTICA. Alexandre da Silva Paim1 1 - WMS – Warehouse Management System O WMS (Warehouse Management System ou Sistema de Gerenciamento de Armazém) é um sistema que auxilia no planejamento, execução, monitoramento e controle das atividades relativas ao controle e Gerenciamento do Depósito/Armazém, sendo portanto uma parte importante na gestão da cadeia de suprimentos (SCM). Ele é responsável por todos os processos de armazenagem e movimentação dos materiais, desde sua chegada dos veículos até a saída dos mesmos. Isto inclui portanto a coordenação do descarregamento, da retirada das embalagens ou unitizadores se necessário, do posicionamento (put- away) dos itens (SKU – stock keeping unit) no local de armazenamento mais adequado, do reposicionamento se necessário, da separação do pedido (picking), da embalagem e preparação para embarque e do embarque. Banzato (2005) conceitua WMS como um “[..] sistema de gestão de armazém, que otimiza todas as atividades operacionais (fluxo de materiais) e administrativas (fluxo de informações) dentro do processo de Armazenagem, incluindo recebimento, inspeção, endereçamento, estocagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos, inventário, entre outras”. Vejamos então suas principais funcionalidades. Inicialmente o sistema faz o planejamento e agendamento de recebimento, ou seja, a determinação de local (em qual doca, por exemplo), horário onde deve ocorrer e duração da atividade e determina os recursos (equipamento e pessoal) necessários para isso. O sistema acompanha o recebimento da carga através dos leitores de código de barras, por exemplo, (e/ou informações digitadas) e procura inconsistências (diferenças entre o que foi planejado e o que ocorreu). Após isso o sistema define o endereço onde deve ser posicionado o item (e imprime uma etiqueta com esta informação) considerando as dimensões e quantidades do item (SKU), os espaços disponíveis e critérios que possam otimizar o processo de separação de pedido (picking) que ocorrerá posteriormente, como giro de estoque, volume e peso e semelhança de forma com outros itens armazenados. 1 Mestre em Ciências Empresariais, consultor e professor adjunto da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Isto feito o sistema aciona os operadores (que podem estar operando empilhadeiras) através de radiofrequência, informando-os onde o item deve ser armazenado e registrando seu efetivo posicionamento. Ao receber a confirmação de um pedido de um cliente inicia o processo de picking (separação do pedido). Em centros de distribuição mais automatizados o WMS irá coordenar os sistemas automáticos de picking (ver capítulo que trata exclusivamente do processo de separação de pedidos). No caso de sistemas manuais ele determinará a sequência de separação dos itens no armazém emitindo listas de separação de pedidos (picking list). Novamente o sistema verifica possíveis inconsistências através da conferência feita após a leitura do código de barras dos itens. Finalmente o WMS faz o planejamento e agendamento da expedição, determinando o envio dos itens separados para a área de confinamento pré-embarque, a determinação de hora e local (doca, por exemplo) e veículo de embarque os recursos (equipamento e pessoal) necessários. Internamente o sistema pode coordenar o abastecimento de linhas de produção atuando em conjunto com sistemas de PCP (planejamento e controle da produção) como o MRP (sistema de planejamento de recursos de manufatura). Tem-se, portanto, que o WMS executa atividades como processamento dos pedidos, controle de inventário, controle de lote lotes econômicos de compra, controle de PEPS (primeiro a entrar é o primeiro a sair) ou PVPS (primeiro a vencer a validade é o primeiro a sair), controle de divergências, elaboração de previsões, endereçamento automático baseado nas limitações físicas dos endereços, otimização da armazenagem, cálculo de ocupação da embalagens e unitizadores, programação e controle de mão-de-obra de armazém, coordenação de picking, geração de documentos de expedição, otimização do layout de armazenagem, programação de manutenção de equipamentos de movimentação, armazenagem e separação, coordenação de pátio e de descarga, entre outras atividades. 2 - TMS – Transportation Management System O TMS (Transportation Management System) é um sistema que, como o nome diz, gerencia os transportes. Por gerenciar transportes entendemos o planejamento, a execução, o monitoramento e o controle das atividades relativas ao transporte. Entre estas atividades podemos citar consolidação (agrupamento) da carga, expedição, emissão de documentos, entregas e coletas de produtos, monitoramento (usando GPS, por exemplo) da frota e de produtos, auditoria de fretes, suporte à negociação, acompanhamento de custos, manutenção do nível de serviço e planejamento e execução de manutenção da frota. Com relação à operação de transporte propriamente dita o sistema pode fazer a emissão de toda documentação de transporte, o gerenciamento das viagens, a administração de cross-docking, o registro de tempos de carga/descarga e a administração de embalagens e unitizadores. Dentre as atividades de gestão da frota podemos citar controle do cadastro do veículo, controle de documentação (licenciamento, impostos, taxas, boletins de ocorrência, pagamentos), controle de manutenção (garantias, manutenção corretiva e preventiva, etc.), controle de estoque de peças de reposição, controle de funcionários agregados e motoristas próprios (absenteísmo, advertências, horas- extras, situação cadastral, etc.), controle de pneus, combustíveis e lubrificantes, controle de tacógrafos e controle de engates e desengates. Com relação administração de não conformidades na distribuição/transporte o sistema gerencia devoluções (totais ou parciais), atrasos em entregas, re-entregas, entregas não realizadas, consulta de status de entregas e consulta/relatório de rastreabilidade por operações. Questões de rastreabilidade e performance na entrega monitoradas pelo sistema pode-se citar rastreabilidade de veículos, rastreamento de carga (viagens realizadas e conhecimentos ou notas), registro de data e hora de chegada aos clientes, monitoramento de lead times de entrega, geração de indicadores de performance da operação (KPI). O gerenciamento financeiro também pode ser facilitado através de funções como cálculo e controle de frete a pagar, cálculo e controle de frete a cobrar, registro e controle de adicionais a pagar e a cobrar, simulação de custos de fretes (por transportadora, rota, modal) cálculo e controle de tarifário de frete a cobrar e a pagar e monitoramento de custos de frete e desempenho das transportadoras (quando a frota é terceirizada) ou custos com transportes (quando a frota é própria). 3 - EDI – Eletronic Data Interchange A EDI tem como principal objetivo a substituição do fluxo de papéis entre empresas e a eliminação da intervenção humana, aumentando assim o desempenho nos processos e reduzindo erros e custos associados (PRATES e GALLÃO, 2007). “O EDI compreende a comunicação de dados num formato padrão, entre aplicações de diferentes empresas, permitindo ao destinatário executar as funções de uma transação padrão da empresa de origem... utiliza sistemas de redes e segue padrões e procedimentos, de modo que no processamento, a saída de um sistema representa a entrada para outros sistemas sem intervenção humana” (STAIR e REYNOLD, 2002, p. 193). A GS1 Brasil (antiga Associação Brasileira de Automação Comercial) é a empresa que está encarregada, através de um Decreto Federal, de orientar a implantação de código nacional de produto no país, ou seja, o código de barras e a padronização para a EDI. No ponto de Turban e King (2004), existem duas formas pelas quais as informações (e.g. pedidos de compras, aviso de despacho, faturas e pagamentos, extratos financeiros, escala de entrega, avisos de embarque e dados de nota fiscal) fluem no mundo dos negócios: a) sem EDI (mensagens via fax, e-mail, memorandos ou correio físico, onde pessoas leem, tomam decisões e escrevem) e b) com EDI (mensagens são trocadas apenas entre os computadores sem intervenção humana). Atualmente esistem dois modelos de EDI: o EDI puro e o Web EDI. Figura 1: Diagrama simplificado típico de ambiente EDI puro. O EDI puro, que compõe as mensagens padronizadas e utiliza os serviços da VAN (ver Figura 1), que provêm o meio para o transporte. É um cenário em que temos vários tipos de mensagens sendo trocados pelas partes (parceiros comerciais). O Web EDI, que integra as empresas menores ao sistema de EDI, em que o formulário com os dados da mensagem é acessível através da Internet (TURBAN e KING, 2004). Esse serviço também é suportado pelas VANs. No início da utilização da EDI foram desenvolvidos formatos onde atenderiam isoladamente as necessidades individuais de cada empresa. Computador da empresa “A” rodando ERP e software EDI Computador da empresa “B” rodando ERP e software EDI VAN – rede de valor agregado Protocolo EDIFACT B2B – Business To Business A utilização de um padrão é importante para facilitar a interpretação de todo o fluxo de informação gerado pelas empresas parceiras através dos sistemas. Com a adoção de um padrão, a empresa possibilita contrair novos parceiros comerciais que já utilizam sistemas EDI, e também permite a participação de outras empresas de diferentes segmentos de mercado a participarem no mesmo grupo (FERREIRA; SOUZA, e ASSUMPÇÃO, 2005). Entre as vantagens obtidas com EDI pode-se citar o processamento automático, a maior qualidade e fidelidade da informação, a maior rapidez no acesso à informação e a independência de idioma. Com o processamento automático é dispensada a reintrodução manual da mensagem, ou seja, a redigitação da informação, o que leva a uma maior qualidade e fidelidade da informação (sem erros de digitação). Maior rapidez no acesso à informação ocorre principalmente pela eliminação necessidade de impressão, leitura e redigitação da informação e envio quase instantâneo de um local para outro e a vários destinatários. A independência de idioma é obtida com a padronização dos documentos. Para que um sistema EDI funcione adequadamente é necessário que atenda pelos menos requisitos como privacidade da informação , confirmação da recepção e autenticação do remetente. A privacidade da Informação deve ser garantida para evitar que concorrentes ou malfeitores possam obter informações da empresa de modo a prejudica-la. Isso pode ser obtido usando uma VAN (rede de valor agregado, que garante o sigilo) ou usando uma VPN (uma rede virtual privada sobre a internet). A autenticação do remetente é fundamental para assegurar que o remetente é realmente quem diz ser. A confirmação da recepção é importante e normalmente é fornecida por uma VAN, sendo uma das desvantagens do uso da Internet. A não confirmação gera é a incerteza do remetente quanto o recebimento da mensagem por parte do destinatário. Conforme visto anteriormente, o meio por onde ocorre o EDI pode ser a Internet ou uma VAN. O padrão EDIFACT (abreviatura de EDI for Administration Commerce and Transport) foi elaborado em 1986 pela ONU (Organização das Nações Unidas) e para descrição textual de documentos para o armazenamento e envio por EDI. Este padrão foi adotado na ISO 9735. Como exemplos de documentos padronizados pode-se citar: a) declarações de carga (mensagem IFC-SUM), b) declarações aduaneiras (mensagem CUSDEC), c) plano de estiva dos navios ou Bayplan (mensagem BAPLIE), d) outros muitos documentos de uso habitual no tráfego de mercadorias. Como um arquivo no formato EDIFACT é projetado para leitura por computadores, não pessoas, não se presta à leitura por pessoas (ver Figura 2). Apresenta uma estrutura hierárquica em arvore semelhante ao XML. Figura 2: Exemplo de documento EDIFACT. Fonte: Albuquerque, Longato e Martins (2005). 4 - VAN – Value Added Network A VAN (Value Added Network) ou Rede de Valor Agregado é uma empresa que fornece serviços de recepção, armazenamento e transmissão de mensagens entre empresas que se comunicam por EDI. Os documentos padronizados podem ser transmitidos através de uma VAN em vários formatos como no padrão EDIFACT, no formato XML ou em outros formatos. A VAN também pode oferecer serviços de conversão entre formatos de dados (XML para EDIFACT, por exemplo) caso as duas empresas em comunicação utilizem diferentes formatos. A VAN não apenas transporta mensagens, mas também garante privacidade da informação, confirmação da recepção e autenticação do remetente. As empresas que oferecem serviços de VAN são provedores de uma rede privada. Para utilizar os serviços de VAN deve-se contratar um provedor que cujos custos são uma mensalidade mais um valor função do volume de dados trafegados. Como exemplo de VANS pode-se citar algumas participantes do grupo de EDI da ANFAVEA: AccesStage, DI2S, Easylink, Embratel, GXS Brasil, Nexxera, Proceda, UNI5 5 - VPN – Virtual Private Network (Rede Virtual Privada) A VPN utiliza redes públicas de telecomunicações para realizar comunicações de dados privados. O benefício obtido pela VPN é o baixo custo necessário para suportar esta tecnologia dentro da empresa, em comparação com a VAN. Para que os dados das empresas possam trafegar por uma rede pública como a Internet, que não garante sigilo, é necessário que sejam criptografados na origem e descriptografados no destino. Isso cria um canal virtual seguro entre a origem e o destino de dados (ver Figura 3). Figura 3: Diagrama simplificado de VPN. Referências Bibliográficas ALBUQUERQUE, A. R.; LONGATO, M. E.; MARTINS, R. A. Quebra de paradigmas nas transações comerciais B2B. Revista de Informática Aplicada. Ano I, n.1, jan/jun 2005. IMES – Universidade Municipal de São Caetano do Sul. ANFAVEA. Disponível em: http://www.anfavea.com.br/ Acesso em: 15 Jan 2014. BANZATO, E. Tecnologia da informação aplicada à logística. São Paulo: Imam, 2005. FERREIRA, K.A.; SOUZA, L.S.; ASSUMPÇÃO, M.R. O uso da Tecnologia de Informação na Indústria de Alimentos. In: Simpósio de Gestão de Inovação Tecnológica, XXIII, 2004, Curitiba. Anais... Curitiba, PR, out. 2004, CD-‐ROM PRATES, G. A.; GALLÃO, D. Panorama do EDI (electronic data interchange) nas organizações internet canal VPN seguro Computador do Fornecedor Computador do Cliente brasileiras. QUALIT@S Revista Eletrônica. ISSN 1677-‐4280 V6.n.2. Ano 2007 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2002 TURBAN, E.; KING, D. Comércio Eletrônico: Estratégia e Gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Atividades 1) A partir dos estudos desenvolvidos nesse capítulo, marque (X) somente na resposta verdadeira. O TMS: A.( ) possui módulo para fazer o picking. B.( ) controla a frota de veículos de transporte da empresa. C.( ) mantém o registro de todos os itens armazenados. D.( ) nenhuma das acima. 2) A partir dos estudos desenvolvidos nesse capítulo, marque (X) somente na resposta verdadeira. WMS é um software de gestão de armazém e uma de suas funções é: A.( ) planejar o “picking”. B.( ) controlar os custos de operação dos veículos de transporte. C.( ) fazer a escala de motoristas para atender a legislação e os prazos de entrega. D.( ) nenhuma das acima. 3) A partir dos estudos desenvolvidos nesse capítulo, marque (X) somente na resposta verdadeira. EDIFACT é: A.( ) um provedor de serviços de VAN. B.( ) um provedor de serviços VPN. C.( ) uma norma internacional que define o padrão de documentos eletrônicos para EDI. D.( ) nenhuma das acima 4) A partir dos estudos desenvolvidos nesse capítulo, marque (X) somente na resposta verdadeira. Com relação a Pedidos de Compra entre empresas (B2B), pode-se afirmar que: A.( ) via e-mail não são um exemplo de aplicação de EDI (intercâmbio eletrônico de dados), pois isso exige intervenção humana. B.( ) escaneados e enviados eletronicamente são uma modalidade de EDI. C.( ) quando digitados em um sistema ERP são uma modalidade de EDI. D.( ) nenhuma das acima. 5) A partir dos estudos desenvolvidos nesse capítulo, marque (X) somente na resposta verdadeira. VPN é: A.( ) uma rede como a internet. B.( ) uma rede privada interna a uma empresa, para os funcionários apenas. C.( ) uma empresa que faz manutenção de redes privadas. D.( ) nenhuma das acima. Respostas: 1 – B; 2 – A; 3 – C; 4 – A; 5 – D.
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