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Título: A Sociologia das Emoções: Tramas Sociais, Sensibilidades e Poder
Resumo
A sociologia das emoções investiga como sentimentos são moldados, transmitidos e regulados por estruturas sociais. Este artigo defende que emoções não são meramente reações íntimas, mas produtos históricos e políticas culturais que operam como mecanismos de inclusão, controle e resistência. Por meio de argumentação teórico-interpretativa, proponho uma leitura crítica que articula análise estrutural e nuances literárias para revelar a dimensão simbólica das afectividades coletivas.
Introdução
As emoções costumam ser pensadas como cabelos soltos ao vento da biologia; a sociologia das emoções as penteia: identifica nós, padrões e laços que remetem a ordenamentos sociais. A pergunta-chave é simples e inquietante: como tensões sociais — classe, gênero, raça, instituições — modelam o que sentimos e como mostramos sentimentos? Este texto propõe que emoções são categorias tanto subjetivas quanto sociais, atravessadas por normas, expectativas e assimetrias de poder. O tom literário busca evidenciar que, por trás de cada rosto emocionado, há uma escrita social.
Quadro teórico
Parto da premissa clássica de que emoções são construídas socialmente, mobilizando perspectivas de Arlie Hochschild sobre trabalho emocional, Randall Collins sobre interação ritual e Émile Durkheim sobre representações coletivas. A noção de "regulação emocional" — processos institucionais e culturais que delimitam expressões aceitáveis — é central. Além disso, incorporo contribuições contemporâneas que destacam a plasticidade das emoções em contextos de globalização, mídias digitais e movimentos sociais, mostrando que as emoções também circulam em redes simbólicas que ultrapassam espaços locais.
Argumento principal
Primeiro, as emoções funcionam como mecanismos de legimitação social. O que uma sociedade chama de "compaixão", "raiva justa" ou "vergonha" revela matrizes morais e prioridades institucionais. Políticas públicas e mídia participam de uma coreografia que ensina corpos a sentir e a ocultar. Exemplo paradigmático: a vitimização seletiva nas narrativas midiáticas, que magnifica emoções de alguns grupos enquanto desqualifica as de outros, produzindo hierarquias afetivas.
Segundo, emoções são trabalho e capital. Profissões que exigem gestão emocional (saúde, serviço, educação) mostram que a emoção pode ser monetizada e controlada por empregadores. Essa economia do sentir cria dissonâncias internas: autenticidade versus exigência profissional. A literatura e o relato íntimo, aqui, servem para recuperar a voz singular do sujeito que negocia normas emocionais e tenta resistir à padronização.
Terceiro, emoções são vetor de mobilização coletiva. Movimentos sociais contemporâneos ativam injustiças por meio de indignação compartilhada, empatia e solidariedade performativa. Emoções coletivas criam energias simbólicas que consolidam vínculos e tornam possível a ação política. Contudo, a captura dessas emoções por elites ou pela lógica do espetáculo pode esvaziar sua força emancipatória.
Análise crítica
É preciso cautela: reduzir emoções à mera função social seria invisibilizar dimensões biográficas e corporais fundamentais. A proposta é dialética: emoções são co-produzidas por estruturas e singularidades. A sensibilidade histórica muda: nostalgia e esperança não são tempos neutros, mas respostas a conjunturas materiais. Ademais, o controle emocional tem limites e contradições — práticas de resistência emocional (humor, sarcasmo, luto inventivo) evidenciam que as pessoas reconfiguram regras afetivas, criando novos repertórios.
Metodologia interpretativa
Embora este seja um ensaio teórico, a argumentação sustenta-se em estudos empíricos existentes: etnografias de serviço, análises de mídia, pesquisas sobre movimentos e histórias das emoções. Recomenda-se métodos qualitativos que valorizem narrativas, microinterações e registros sensoriais, combinados com análise crítica das instituições que formatam sentimentos.
Conclusão
A sociologia das emoções amplia a compreensão do social ao reconhecer que governar afetos é governar possibilidades de ação. Emoções são território político: regulam intimidades, sustentam ordens e alimentam resistências. Ler as emoções com lentes sociológicas é, portanto, um gesto tanto analítico quanto ético — um convite para reconstruir normas afetivas mais igualitárias. Como metáfora final, proponho pensar emoções como rios: carregam sedimentos da história, irrigam relações e, ao mesmo tempo, podem ser desviados por barragens de poder. A tarefa sociológica é mapear esses fluxos e colaborar com práticas que permitam rios menos poluídos e mais plurais.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) O que distingue emoções de sentimentos na sociologia?
Resposta: Emoções são expressões situadas e socialmente reguladas; sentimentos são experiências subjetivas duradouras. A distinção é hermenêutica e pragmática.
2) Como instituições moldam emoções?
Resposta: Instituições estabelecem regras de expressão e interpretação, ensinando repertórios afetivos e sancionando desvios por meio de normas e rituais.
3) Em que sentido emoções são poder?
Resposta: Emoções legitimam ordens (medo, culpa) ou mobilizam resistência (raiva coletiva); controlá-las é controlar ação social.
4) Qual o papel das mídias na construção emocional?
Resposta: Mídias amplificam narrativas afetivas, hierarquizam sofrimentos e produzem agendas sentimentais que moldam percepções públicas.
5) Como pesquisar emoções sociologicamente?
Resposta: Combina-se etnografia, análise de discurso e história cultural para captar interações, normas e transformações emocionais.
5) Como pesquisar emoções sociologicamente?
Resposta: Combina-se etnografia, análise de discurso e história cultural para captar interações, normas e transformações emocionais.
5) Como pesquisar emoções sociologicamente?
Resposta: Combina-se etnografia, análise de discurso e história cultural para captar interações, normas e transformações emocionais.

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