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Questões resolvidas

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Disciplina: Microbiologia e Imunologia
Aula 7: Imunidade inata
Apresentação
Todos os seres vivos possuem um tipo de defesa contra micro-organismos e protozoários. Do ponto de vista evolutivo, a
presença de funções semelhantes à fagocitose e de proteínas do sistema complemento mostra que a imunidade inata é
obrigatória para a sobrevivência de qualquer ser vivo.
 
Nesta aula, você aprenderá sobre a primeira linha de defesa em humanos e qual o curso dessa ativação.
Objetivos
De�nir as principais características do sistema imunológico inato;
Reconhecer as funções de células e proteínas do sistema imunológico inato;
Explicar as etapas da in�amação.
A primeira barreira contra infecções
Durante a evolução dos seres vivos, surgiram também mecanismos para eliminação de micro-organismos patogênicos e
remoção de células mortas participando do reparo de tecidos. Denominada imunidade inata, essa defesa, tal a sua importância na
evolução das espécies, pode ser identi�cada em vários seres vivos �logeneticamente distantes.
A imunidade inata representa a primeira etapa contra infecções, atuando também na
ativação do sistema imunológico adquirido. Outra função dela é a de remoção de células
velhas ou danosas, estimulando o reparo tecidual.
Antes de começarmos a estudar esses mecanismos, vamos aprender em linhas gerais algumas características da resposta
imunológica inata.
Características gerais da resposta imunológica inata
Sabe aquela vermelhidão, dolorida e inchada que surge quando cortamos a nossa pele?
Ela representa o processo in�amatório em curso.
Se pudéssemos colocar esse material em um microscópio,
conseguiríamos observar células mortas pela lesão e vários
componentes celulares ativados para remover bactérias e
outros micro-organismos que entraram por esse corte.
Essas células produzem também sinalizadores para estimular
a chegada de novas células de apoio.
Trata-se de uma das funções do sistema imunológico inato.
In�amação é o acúmulo e a ativação de leucócitos e proteínas plasmáticas em locais de
infecção ou lesão tecidual. Atua contra micro-organismos extracelulares.
Ao romper esse epitélio, os micro-organismos serão reconhecidos por fagócitos  do tipo macrófagos e células dendríticas que
iniciam a in�amação.
1
Atenção
O mecanismo inato de defesa sempre responde da mesma forma nos encontros com o micro-organismo, enquanto o sistema
imunológico adaptativo responde de forma cada vez mais e�caz a cada encontro. Isso é porque não temos células de memória
no sistema imunológico inato.
O sistema imunológico inato reconhece estruturas comuns a diversas classes de micro-organismos:
Existe um receptor para todas as bactérias Gram-negativas O sistema reconhece, por exemplo, a molécula lipopolissacarídeo de
parede celular Gram-negativa e a molécula peptideoglicano, e há um receptor para esses componentes. Repare que são
componentes comuns e não especí�cos de uma determinada espécie. Isso também ocorre com um vírus: a presença de material
genético RNA dupla �ta faz com que a célula reconheça e responda à presença dele.
Essas moléculas são denominadas padrões moleculares associados a patógenos
(PAMP). Já os receptores presentes nas células da imunidade inata são os receptores
de reconhecimento de padrões.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
A evolução desses receptores faz com que eles reconheçam estruturas vitais dos agentes patogênicos: mesmo se houver
mutação, a estrutura vai permanecer, pois o micro-organismo a utiliza na colonização e infecção.
Comentário
Nas células necróticas ou danosas, essas células utilizam outro receptor: o padrão molecular de dano (DAMP).
Como já foi dito neste curso, a imunidade inata também é responsável pela remoção de células e pelo reparo do tecido.
Veja a diferença entre a imundade inata e adquirida em relação aos receptores de reconhecimento padrão:
IMUNIDADE INATA
Os receptores não são sintetizados a partir de
recombinações de genes (como ocorre nos
linfócitos).
Distinguem as estruturas de patógenos das
estruturas próprias do corpo. Elas não reagem
contra o próprio corpo: existe a discriminação entre
o que é próprio e não próprio nele.
IMUNIDADE ADQUIRIDA
Os linfócitos se agrupavam em clones , todos
com o mesmo receptor antigênico.
Se um linfócito em desenvolvimento sintetizar um
receptor que aparente uma grande a�nidade de
ligação com estruturas próprias, ele deve ser
eliminado.
2
Exemplo
Na imunidade inata, o macrófago reconhece uma determinada estrutura comum a um grupo de patógenos – comum, portanto, a
todos os macrófagos. Não existe clone.
Resposta imunológica inata em ação
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
 Fonte: Shutterstock 
Já é do seu conhecimento que muitos micro-organismos utilizam como porta de entrada o epitélio da pele e os tratos
gastrintestinal e respiratório, seja por, respectivamente, contato, ingestão ou inalação.
Nosso epitélio possui um conjunto de barreiras físicas e químicas de controle. De início, ele é contínuo, di�cultando a passagem
de qualquer micro-organismo. Além disso, esse tecido:
produz peptídeos antibióticos denominados
defensinas e catelicidinas que controlam a
invasão de micro-organismos.
possui na cavidade peritoneal e em mucosas,
os linfócitos intraepiteliais , NK-T e as
células B-1. São células que, apesar de serem
linfócitos, possuem o aspecto de imunidade
natural.
τγδ 3
Exemplo
Um exemplo da importância das defensinas é na Doença de Chron, que leva a uma in�amação grave nos intestinos, uma mutação
faz com que elas não sejam produzidas em quantidade su�ciente, �cando o paciente debilitado sem essa defesa natural.
https://cs.wikipedia.org/wiki/Sinice#/media/File:Nostoc.jpg
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
 Defesas inatas epiteliais. Fonte: Adaptado de ABBAS; LICHTMAN (2014)
Barreira física à infecção. Morte dos micro-organismos por antibióticos, derfensinas e
catelicidinas localmente produzidos.
Morte dos micro-organismos e células infectadas por
linfócitos intraepiteliais.
Principais tipos de receptores
Receptores do tipo Toll ( TLR )
Esses receptores são bem conhecidos. Eles receberam esse
nome porque a mosca Drosophila melanogaster possui uma
proteína homóloga chamada Toll que também atua na defesa
contra patógenos. Além de sua presença em macrófagos e
células dendríticas, o receptor TLR também está presente em
neutró�los, células epiteliais e células endoteliais.
4
 Os receptores do tipo Toll reconhecem componentes microbianos na superfície, no
citoplasma ou dentro de vesículas endossomais. Fonte: (ABBAS; LICHTMAN, 2014).
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
1
TLR-4
Reconhece o lipopolissacarídeo
2
TLR-5
Reconhece a proteína �agelina que compõe o �agelo de
bactérias
3
TLR3, TLR 7 e TLR 8
Reconhecem os tipos de genomas virais
Esses receptores estão distribuídos na membrana plasmática, no interior de vesículas
endossomais e no citoplasma. Portanto, é bem difícil para o patógeno escapar deles.
Receptor RIG
Reconhece o RNA viral e o in�amassoma, um arranjo de proteínas que converte a citocina pró-interleucina 1b em molécula
Interleucina 1b (IL-1b), tornando-a biologicamente ativa. Esta molécula induz a in�amação aguda e febre.
Exemplo
Além da sua função na defesa do hospedeiro, hoje se acredita que possa estar envolvido na ativação da in�amação de três
doenças:
Gota;
Aterosclerose;
Diabetes do tipo 2 associado a obesidade.
Funções básicas de citocinas
 Fonte: Shutterstock 
Durante a resposta imunológica inata e adaptativa, as células são ativadas pela presença de micro-organismos e outros tipos de
antígeno que as façam mudar de estado.
No entanto, a intensidade da resposta, e por que não dizer o seu desfecho, depende
muito de proteínas chamadas de citocinas.
Vamos entender as funções básicas de citocinas, pois o seu conhecimento nos auxiliarána compreensão das etapas das
respostas imunológicas do hospedeiro.
Citocinas são polipeptídios produzidos por células que provocam reações de regulação nas
respostas in�amatórias e imunológicas. Suas funções são claramente associadas a
resistência às infecções, embora elas também atuem no reparo e no desenvolvimento de
linhagens celulares hematopoiéticas.
Essas reações são um evento rápido e autolimitado. Muitas dessas ações provocam a síntese de outras citocinas como um efeito
em cascata, provocando ao �m uma série de reações celulares.
Observe na �gura a seguir as ações autócrina , parácrina e endócrina das citocinas:5 6
https://cs.wikipedia.org/wiki/Sinice#/media/File:Nostoc.jpg
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
 Citocinas e receptores de citocinas. Fonte: Shutterstock
Atenção
Fica claro que todas as células alvo possuem receptores para citocinas e que ocorre um efeito ampli�cador dessas ações durante
a resposta, pois muitas células aumentam o número de receptores em suas membranas. Elas representam mensagens químicas
com os mais variados objetivos identi�cáveis a cada caso.
As células produtoras de citocinas da imunidade inata são os macrófagos e as dendríticas Vamos conhece-las a seguir.
MACRÓFAGOS
 Fonte: Shutterstock
São células residentes no tecido conjuntivo e em vários órgãos do corpo. Eles representam a diferenciação de monócitos
sanguíneos, ou seja, são dois estágios da mesma linhagem celular conhecida como sistema fagocitário mononuclear.
Em média, há na circulação 500 a 1.000 monócitos por mililitro de sangue.
Macrófagos são responsáveis por ingerir micro-organismos no sangue e em tecidos. Distribuem-se no tecido conjuntivo e em
vários órgãos do corpo. As suas funções são:
1
Remoção e destruição dos micro-
organismos.
2
Produção de citocinas que iniciam e
regulam a in�amação.
3
Limpeza de tecidos mortos para iniciar
o processo de reparação tecidual.
Os macrófagos utilizam os receptores de reconhecimento padrão para reconhecer os micro-organismos, mas também podem ser
ativados por anticorpos e fragmentos do sistema complemento.
Durante a resposta inata, os macrófagos respondem aos patógenos produzindo as citocinas:
1
Fator de necrose tumoral ( TNF .)7
2
Interleucina-1 (IL-1)
3
Citocinas quimioatrativas 8
 Já dissemos que a IL-1 induz a febre pela resposta do hipotálamo, mas o TNF também realiza essa ação. Junto com a
interleucina-6, essas citocinas atuam também nas células do fígado para a produção de várias proteínas chamadas reagentes da
fase aguda. Exemplos: a proteína C-reativa e o �brinogênio.
Atenção
Quando ocorrer uma infecção bacteriana grave e disseminada pelo corpo, poderá acontecer o chamado choque séptico. Seus
sinais clínicos incluem:
Hipotensão arterial;
Coagulação intravascular disseminada;
Distúrbios metabólicos estimuladas no início por níveis elevados de TNF.
CÉLULAS DENDRÍTICAS
 Fonte: Wikipedia 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Bacteria#/media/File:EscherichiaColi_NIAID.jpg
As células dendríticas (DC) também respondem aos micro-organismos, produzindo quimiocinas e a interleucina-12 (IL-12) em
resposta ao lipopolissacarídeo e a outras moléculas microbianas. A IL-12 atua em células NK e T, que respondem produzindo IFN-
γ.
Nas infecções virais, um subconjunto de células dendríticas e, em menor escala, outras células infectadas produz o IFN tipo 1, que
inibe a replicação viral e evita a disseminação da infecção para células sadias.
A DC representa um elo entre a imunidade inata e a adaptativa através da ativação das
células T virgens.
Outra célula que participa dessa fase é o mastócito . Sua
principal característica é o grande número de grânulos
citoplasmáticos presente na pele e no epitélio mucoso. Pode
ser ativada por micro-organismos utilizando TLR ou anticorpo.
Seus grânulos contêm aminas vasoativas como a histamina,
responsável pela vasodilatação e pelo aumento da
permeabilidade dos vasos, duas ações importantes no local da
in�amação. Essas células também secretam prostaglandinas
e citocinas que estimulam a in�amação.
9
 Mastócito e grânulos de histamina. Fonte: Shutterstock
Outros participantes importantes da imunidade inata
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
 Os neutrófilos polimorfonucleares são abundantes no sangue e participam ativamente
da inflamação. Fonte: Shuttertock
Neutró�los
Na circulação, a presença de neutró�los - também conhecidos
como leucócitos polimorfonucleares – é fundamental para a
in�amação. Existem entre 4.000 e 10.000 deles a cada mililitro
de sangue, mas esse número pode dobrar durante a infecção.
Muitas células que participam da infecção produzem as
citocinas, são conhecidas como fator estimulador de colônias.
Na medula óssea, esse fator estimula as células-tronco
hematopoiéticas a proliferarem e amadurecerem os
precursores de neutró�los. Além de ingerirem (fagocitose) os
micro-organismos na circulação, essas células são recrutadas
para os tecidos in�amados.
A vida média do neutró�lo é de 8 horas; por isso, eles não oferecem uma defesa por muito
tempo.
Natural Killer
Uma célula que se destaca em infecções virais logo no início
da resposta é a natural killer (ou exterminadora natural).
Ela é um tipo de linfócito que possui receptores de ativação
capazes de reconhecer moléculas de superfície nas células
infectadas com vírus e bactérias intracelulares, além de células
estressadas por dano ao DNA e transformação maligna.
Quando ativada, ela libera grande quantidade de proteínas
armazenadas em seus grânulos citoplasmáticos, gerando a
apoptose da célula alvo da mesma forma que o linfócito T
citotóxico.
 Célula Natural Killer (NK) identifica células cancerígenas. Fonte: Shutterstock
No entanto, ela não possui o receptor TCR na sua superfície, utilizando um receptor NKG2D que reconhece as moléculas classe I
do MHC que pertencem ao complexo principal de histocompatibilidade.
Um outro receptor de ativação da NK é o CD16, mas ele será utilizado mais à frente na resposta quando já existirem anticorpos
ligados às células. A NK reconhece anticorpos sobre células e também provoca a morte. Esse fenômeno é chamado de
citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC, do inglês antibody-dependent cellular cytotoxicity).
Em relação a citocinas, já vimos que macrófagos produzem a
interleucina-12, que atua na NK a estimulando a produzir a
interferon-γ. A IFN-γ, por sua vez, estimula os macrófagos a se
tornarem mais efetivos na morte de micro-organismos
fagocitados. Propicia a ativação da célula NK o interferon tipo
1 (IFN tipo 1) produzido por dendríticas e macrófagos que
ingerem células mortas com vírus.
 Figura: Receptor da célula NK inibitória. Fonte: (BENJAMINI; COICO; SUNSHINE, 2002)
Sistema complemento
Outro participante importante da imunidade inata. O sistema complemento é composto de um conjunto de proteínas circulantes e
também ligadas à membrana para estimular a:
Fagocitose  de micro-organismos;
Degranulação de mastócitos;
Migração leucocitária para o local da lesão;
Destruição de bactérias durante a in�amação.
Essas proteínas são produzidas normalmente pelo fígado, mas a importância do
sistema complemento na in�amação é tão grande que os macrófagos ativados
também começam a produzi-las.
O sistema complemento funciona como uma cascata de ativação em que determinada proteína é modi�cada e atua sobre a
seguinte. Suas proteínas são identi�cadas pela letra C seguida de um número e pela letra F. O sistema participa tanto da
imunidade inata como da adquirida. Existem duas vias de ativação do sistema complemento durante a resposta imunológica
inata:  
Clique nos botões para ver as informações.
Começa com o depósito de C3 sobre a parede celular de bactérias. Com a participação dos fatoresB e D, essa proteína dá
origem a dois fragmentos:
C3a - liberado no meio;
C3b - permanece associado à parede celular.
 
Quimioatrativo para neutró�los e monócitos, o fragmento C3a acaba promovendo o recrutamento desses leucócitos para o
local da lesão. Já o fragmento C3b é reconhecido pelas células fagocitárias que possuírem o receptor chamado CR1. Ele
atua na opsonização (estímulo à fagocitose). A molécula responsável por isso chama-se opsonina. Com o C3b, os micro-
organismos são rapidamente destruídos pelos fagócitos.
Via alternativa 
Começa quando o carboidrato manose (presente nas glicoproteínas de superfície dos micro-organismos) for reconhecido
por uma proteína plasmática ligante de carboidrato, a lectina ligante de manose (MBL). Os componentes dessa via são os
mesmos da via clássica de ativação que ocorre na presença de anticorpos. Aqui também serão produzidos os fragmentos
C3a e C3b.
 
A continuação da cascata de ativação propicia a clivagem da proteína C5 com o fragmento C5a, apresentando a mesma
função de C3a como quimioatrativo. O fragmento C5b, ancorado na parede celular da bactéria, inicia a ligação das proteínas
�nais C6, C7, C8 e C9 em um evento que se chama complexo de ataque à membrana ( MAC ).
Via da lectina 
10
 Vias de ativação e produtos do sistema complemento. Fonte: (ABBAS; LICHTMAN, 2014)
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
Processo da in�amação no local da infecção
 Fonte: Shutterstock
A�nal, quem começa a in�amação?
Quando um patógeno alcançar o tecido subepitelial, ele será reconhecido pelos macrófagos residentes que utilizarem PAMP ou
DAMP. Em resposta, essas células produzirão TNF e IL-1, que agem no endotélio de vênulas próximas ao local de infecção. O
endotélio agora começará a expressar as moléculas de adesão E-selectina e P-selectina, que são da família selectina.
 Os neutró�los e os monócitos circulantes possuem na superfície carboidratos que se ligam fracamente às selectinas.
Inicialmente, os neutró�los se juntam ao endotélio, mas o �uxo de sangue não deixa essa ligação ser �rme e a célula se solta.
Mais adiante, estabelece-se uma nova junção; assim, os leucócitos seguem em rolamento ao longo do vaso.
Os leucócitos também possuem outro conjunto de moléculas de adesão chamadas de integrinas. Elas estão presentes
normalmente em baixa a�nidade nos leucócitos inativos. Sob efeito das quimiocinas produzidas pelos macrófagos e também
pelas células endoteliais, essas integrinas ganham mais a�nidade pelos ligantes presentes no endotélio. Ao mesmo tempo, a TNF
e a IL-1 produzidas pelo macrófago estimulam o endotélio a expressar os ligantes para as integrinas.
Com isso, o rolamento diminui e o citoesqueleto dos leucócitos é reorganizado, enquanto as células se espalham na superfície
endotelial. Em minutos, as quimiocinas C3a e C5a do sistema complemento estimulam a motilidade dos leucócitos que passarem
através da parede do vaso, seguindo um gradiente de concentração desses quimioatrativos, até chegarem ao local da infecção.
 Os capilares tornam-se mais permeáveis nesse processo atiçado pelo TNF. Muitas proteínas, como as do sistema complemento
e até do anticorpo, saem dos vasos e entram no local da lesão. Isso acelera a eliminação, pois elas auxiliam os fagócitos. Você se
lembra da opsonização?
 Etapas da inflamação. Fonte: Shutterstock
No caso da opsonização por complemento e anticorpos, a ligação é bem forte. Em seguida, o fagócito organiza o seu
citoesqueleto, estendendo a membrana plasmática ao redor da partícula, que se fecha formando uma vesícula chamada de
fagossoma.
Os fagossomas se fundem com os lisossomas, formando os fagolisossomas. Ao mesmo tempo, o fagócito ativa muitas enzimas
responsáveis pela digestão, como a oxidase fagocitária, convertendo o oxigênio molecular em ânion superóxido e radicais livres.
Esse processo é denominado surto oxidativo; os compostos, de intermediários reativos do oxigênio ( ROS ).
ROS são extremamente tóxicos para os micro-organismos que estão no fagolisossoma. Outra enzima, a óxido nítrico sintase
induzida (iNOS), metaboliza o aminoácido arginina em óxido nítrico (ON). As enzimas proteases lisossômicas são essas
substâncias microbicidas que destroem os micro-organismos. Os neutró�los ativados também liberam os conteúdos de grânulos
microbicidas.
11
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
 Fases da fagocitose. Fonte: (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012)
Como já foi visto neste curso, os neutró�los têm vida curta: ao morrerem, liberam suas proteínas nucleares, as histonas que se
tornam proteínas antimicrobianas. Essas proteínas, que fazem parte das redes extracelulares de neutró�los ( NETs ), servem
para matar bactérias e fungos.
12
Apesar de a in�amação ser um processo dirigido contra micro-organismos, a liberação dos
intermediários reativos do oxigênio e de algumas enzimas acaba provocando lesões nos
tecidos do hospedeiro.
Como podemos imaginar, em um processo evolutivo alguns micro-organismos evoluíram para resistir a essa destruição. Eles
podem escapar da vesícula fagocítica e entrar no citoplasma livre do ataque de ROS (ou óxido nítrico), como a Listeria
monocytogenes, que provoca a meningite. Na tuberculose, essa micobactéria  possui uma enzima que impede a fusão da vesícula
com o lisossoma.
Esta aula foi o primeiro passo no conhecimento das etapas de ativação e eliminação de patógenos na espécie humana desde
mecanismos muito simples localizados na superfície corporal até a organização de uma rede de células e citocinas. Ficou claro
para você que a in�amação é um processo bem complexo. Poderíamos dizer que ele também é dinâmico, pois os mecanismos de
escape dos micro-organismos provavelmente desencadearão novas alternativas para as nossas defesas.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0070/aula7.html
Atividade
1 - Assinale a única opção que não representa a resposta imunológica inata:
a) Especificidade
b) Fagocitose
c) Quimioatração de neutrófilos
d) Citotoxicidade
e) Memória imunológica
2 - (Fiocruz - Médico alergista e imunologista - 2010) A resposta inata funciona como uma primeira linha de defesa contra
diferentes tipos de infecção. Sobre a imunidade inata, assinale a a�rmativa incorreta:
a) Depende da expansão clonal das células que compõem o compartimento linfoide.
b) Pode ser demonstrada em seres vivos tão diversos quanto a drosófila, o camundongo e o ser humano.
c) Envolve sistemas de fase fluida como o sistema complemento, assim como populações celulares como as células natural killer.
d)Tem papel importante como moduladora do tipo de resposta específica que será observada em seguida decorrente da ativação
linfocitária.
e) Fagócitos tem duas funções importantes relacionadas à proteção: eles englobam e ingerem partículas e apresentam maquinaria
enzimática necessária para a eliminação de partículas vivas.
3 - O sistema complemento é um conjunto de proteínas que atua durante todo o curso da resposta imunológica no hospedeiro.
Em relação à função do fragmento C3b na resposta imunológica, assinale a opção correta:
a) Participa do complexo de ataque à membrana.
b) Estimula a fagocitose.
c) É uma citocina da imunidade inata.
d) É quimioatrativo para neutrófilos.
e) Permite aderência ao endotélio no local da infecção.
4 - Qual das opções representa a citocina responsável por estimular as células natural killer durante a resposta imunológica inata?
a) Interleucina-1
b) Fator de necrose tumoral
c) Interleucina-6
d) Interleucina-12
e) Interleucina-2
5 - De�na in�amação.
6 - Durante as fases da in�amação, os neutró�los reagem à presença de moléculas de adesão na superfície do endotélio. Em um
primeiro momento, a força do �uxo de sangue não permite que a ligação entre endotélio e neutró�lo seja forte o su�ciente para a
manter. Observamos então o fenômeno de rolamento, cuja molécula responsável nessa etapa é:
a) Selectina
b) Integrina
c) Fator de necrose tumoral
d) Opsonina
e) Quimioatraente
Notas
Fagócitos 1
Fagócitos são leucócitos (conhecidoscomo glóbulos brancos) do sangue atuantes na defesa do organismo, ingerindo
(fagocitose) partículas e micro-organismo estranhos no corpo.
A fagocitose é a ingestão de partículas com mais de 0,5 µm de diâmetro depois de serem ativados estes três receptores: de
reconhecimento padrão, para anticorpos e para fragmentos do complemento.
Clones 2
Temos muitos clones com receptores diferentes: esse número é da ordem do bilhão.
 3
reconhece o lipídeo microbiano apresentado pela molécula CD1 das células apresentadoras de antígenos.
TLR 4
Signi�ca : TLR: toll-like receptors.
autócrina 5
A ação autócrina provoca seu efeito na mesma célula de origem. Um exemplo é a interleucina-2 produzida por linfócitos recém-
ativados, estimulando sua proliferação.
parácrina 6
A ação parácrina é a mais comum, especialmente durante as defesas imunológicas, envolvendo a célula produtora e a célula alvo
em resposta a essa ação.
Podemos usar a IL-1b como um modelo de ação endócrina. Ela foi liberada por células no sítio da lesão e na circulação. O
hipotálamo possui receptores para o IL- 1b, que, em resposta, altera a temperatura corporal – o que chamamos de febre.
TNF 7
sigla em inglês para tumor necrosis fator.
Citocinas quimioatrativas 8
como a interleucina-8, que atua recrutando neutró�los e monócitos para os locais de infecção.
Mastócito 9
Mastócitos são células contendo grânulos de histamina e outros componentes que contribuem para a in�amação e podem ser
também encontrados em processos alérgicos.
MAC 10
do inglês membrane atack complex.
O MAC estimula a perturbação da membrana da bactéria, principalmente pelas ações de C8 e C9. O resultado disso é a lise
osmótica ou a apoptose do micro-organismo.
ROS 11
do inglês reactive oxygen species.
NETs 12
do inglês neutrophil extracellular traps.
Referências
ABBAS A K ; LICHTMAN A H Imunologia básica 4 ed Rio de Janeiro: Elsevier 2014
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
ABBAS, A.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
BALESTIERI, F. M. P. Imunologia. São Paulo: Manole, 2009.
BENJAMINI, E.; COICO, R.; SUNSHINE, G. Imunologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
MALE, D. et al. Imunologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. Porto Alegre: Artmed, 2012.
Próxima aula
Distinção entre antígenos e imunógenos e suas principais características;
Diferentes tipos de epítopos;
Moléculas de classe I e II do complexo principal de histocompatibilidade nos diversos tipos de apresentação antigênica.
Explore mais
Micro-organismos – fagocitose; 
Sistema imune inato (com legendas em inglês e português). 
https://www.youtube.com/watch?v=PHJxwBvfwgY
https://www.youtube.com/watch?v=CXz6FVqPqHw

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