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REVISÃO – PRÓTESES AUDITIVAS E DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS Dispositivos Eletrônicos: História e Avanços Tecnológicos O que são Dispositivos Eletrônicos? · Definição: Equipamentos que utilizam circuitos elétricos para desempenhar funções específicas, controlando, processando ou transmitindo sinais. · Presença na vida cotidiana: Comunicação (celulares, internet), saúde (próteses auditivas, marca-passos), educação (tablets, lousas digitais), entretenimento (televisores, videogames). · Exemplo aplicado à saúde auditiva: os AASI – Aparelhos de Amplificação Sonora Individual, fundamentais para a reabilitação auditiva. Breve História dos Dispositivos Eletrônicos · Século XIX: a eletricidade começa a ser aplicada em larga escala. · Telefone (1876) e rádio (1895): marcos que abriram espaço para o desenvolvimento da comunicação eletrônica. · Amplificadores analógicos: possibilitaram o aumento do volume e a transmissão de sinais sonoros. · Transistores (1947): substituíram as válvulas, trazendo mais eficiência, menor tamanho e maior durabilidade. · Circuitos integrados (década de 1950/60): permitiram a miniaturização e a sofisticação dos dispositivos. Avanços Tecnológicos · Era Digital: introdução dos microprocessadores e softwares embarcados, que processam sinais de forma inteligente. · Miniaturização: dispositivos cada vez menores, mais leves, discretos e confortáveis (fundamental para os AASI modernos). · Qualidade sonora: filtros digitais, algoritmos de compressão e ajustes automáticos que melhoram a clareza e reduzem o ruído. · Conectividade: integração com smartphones, televisores e computadores, possibilitando personalização e controle remoto. Aplicações em Saúde Auditiva · Desenvolvimento dos AASI: do formato analógico (simples amplificação) ao digital (processamento complexo e adaptativo). · Tecnologia digital: permite adaptar o som ao ambiente auditivo e ao perfil audiométrico individual. · Diagnóstico e reabilitação: maior precisão nos testes auditivos e na programação dos aparelhos. · Impacto social: inclusão, autonomia e melhora significativa na qualidade de vida dos usuários. Dispositivos Eletrônicos: História e Avanços Tecnológicos – Aplicações em Saúde Auditiva · Nas últimas décadas, os dispositivos eletrônicos evoluíram de forma acelerada, permitindo que a área da saúde auditiva tivesse avanços significativos. · Essa evolução possibilitou a criação de soluções eficazes e altamente personalizadas, adaptando-se às necessidades de cada indivíduo. · Atualmente, a tecnologia digital nos AASI e implantes cocleares é capaz de: · Mapear e processar sons de acordo com o ambiente sonoro. · Ajustar parâmetros individualizados, considerando a audiometria de cada paciente. · Favorecer a acessibilidade, possibilitando melhor participação social. · Promover autonomia, ampliando qualidade de vida e integração social. · Assim, os dispositivos eletrônicos são hoje aliados indispensáveis da fonoaudiologia e da medicina audiológica. Parâmetros Auditivos: Limiar e Conforto na Audição Limiar Mínimo de Audição · Também conhecido como limiar auditivo. · É o nível mais baixo de intensidade sonora (em decibéis) que uma pessoa consegue detectar em determinada frequência. · Representa o ponto inicial da percepção auditiva. · É identificado em exames como a audiometria tonal limiar, em cabine acústica. · Exemplo clínico: · Um paciente com limiar de 10 dB NA em 1000 Hz possui uma audição muito sensível naquela frequência. · Já um limiar de 60 dB NA indica perda auditiva moderada nessa faixa. Faixa Dinâmica de Audição · Definida como a diferença entre o limiar mínimo de detecção e o limiar de desconforto auditivo (nível em que o som passa a ser incômodo). · Representa a janela auditiva útil para percepção confortável dos sons. · Valores típicos: · Em indivíduos com audição normal: entre 0 dB e 100–120 dB. · Em pessoas com perda auditiva: a faixa é reduzida, o que dificulta ouvir sons suaves e tolerar sons intensos. · Importância clínica: · É um parâmetro essencial na programação dos AASI, pois orienta os ajustes de ganho e compressão. · Ajuda a garantir que os sons sejam audíveis, mas sem ultrapassar o limite de desconforto. Parâmetros Auditivos: Limiar e Conforto na Audição Limiar Máximo de Conforto (MCL – Most Comfortable Level) · Refere-se ao nível de intensidade sonora que o paciente percebe como ideal ou agradável. · É um parâmetro subjetivo, determinado individualmente durante a avaliação audiológica. · Utilidades clínicas: · Base para o ajuste das próteses auditivas, definindo o ganho ideal sem causar incômodo. · Referência nos testes de discriminação de fala, garantindo que o paciente escute claramente em nível confortável. · Importante lembrar: varia de pessoa para pessoa, não sendo possível adotar valores fixos. Limiar de Desconforto Auditivo (LD / UCL – Uncomfortable Loudness Level) · Corresponde ao nível de intensidade sonora em que o som passa a ser desagradável ou incômodo para o paciente. · Valores típicos: · Entre 90 e 120 dB em pessoas com audição normal. · Em indivíduos com perda auditiva, o LD pode ser significativamente mais baixo, aumentando a sensibilidade a sons fortes. · Importância clínica: · Evitar que o AASI amplifique sons acima desse limite, prevenindo incômodo ou dor. · Fundamental para definir a faixa dinâmica útil do paciente. Síntese Clínica dos Parâmetros Auditivos · O conhecimento dos diferentes limiares (mínimo, máximo de conforto e desconforto) permite: · Avaliação audiológica mais precisa, auxiliando na caracterização da perda auditiva. · Indicação e adaptação adequadas das próteses auditivas, considerando os limites auditivos individuais. · Garantia de conforto e segurança, evitando tanto a subamplificação quanto a sobrecarga sonora. · Individualização da programação dos AASI, essencial para o sucesso da reabilitação auditiva. Dispositivos Eletrônicos e Próteses Auditivas: Características Físicas e Eletroacústicas O que são Próteses Auditivas? · Dispositivos eletrônicos destinados a amplificar e processar sons para pessoas com perda auditiva. · Denominados AASI – Aparelhos de Amplificação Sonora Individual. · Evoluíram dos modelos analógicos para os digitais atuais, que oferecem maior qualidade sonora e personalização. Componentes Principais de um AASI 1. Microfone · Capta os sons do ambiente e os transforma em sinais elétricos. · Pode ser omnidirecional (capta sons de todas as direções) ou direcional (foca na fala e reduz ruído). 2. Amplificador · Aumenta a intensidade do sinal elétrico, controlando o nível de amplificação conforme a necessidade auditiva do usuário. · Nos modelos digitais, é substituído pelo processador digital de sinais (DSP), que realiza ajustes sofisticados. 3. Receptor (Alto-falante) · Converte novamente o sinal elétrico em som amplificado, enviado para o canal auditivo. 4. Fonte de Energia · Pode ser bateria descartável (tamanhos padronizados) ou bateria recarregável nos modelos mais modernos. 5. Processador Digital (DSP) · Presente nos modelos atuais. · Permite recursos como: · Filtragem de ruído, · Redução de microfonia, · Compressão de sinais (ajuste entre sons fracos e fortes), · Conectividade sem fio (Bluetooth, aplicativos de controle). · Dispositivos Eletrônicos e Próteses Auditivas: Características Físicas e Eletroacústicas Características Físicas · Fonte de energia: · Baterias de zinco-ar: descartáveis, ativadas pelo contato com o oxigênio. · Baterias recarregáveis (íon-lítio): oferecem praticidade e sustentabilidade, cada vez mais presentes nos modelos atuais. · Microfones: · Omnidirecional: capta sons de todas as direções (útil em ambientes calmos). · Direcional: foca em uma fonte sonora, reduzindo ruído (ideal para ambientes ruidosos). · Tamanho e formato: · Retroauriculares (BTE/RIC) – ficam atrás da orelha, discretos e potentes, comum em perdas severas. · Intracanais (ITC/ITE) – moldados para o canal auditivo, mais estéticos. · Completamente no canal (CIC/IIC) – modelos invisíveis, maior discrição. · Ancorados no osso (BAHA) – para perdascondutivas e mistas. · Próteses com conectividade – Integração com smartphones e acessórios via Bluetooth · Tecnologias das Próteses Auditivas Tecnologia analógica: · Amplifica todos os sons igualmente · Menor custo, menos flexível Tecnologia digital: · Processamento do som em tempo real · Redução de ruídos, compressão, múltiplos programas Recursos avançados: · Conectividade sem fio (Bluetooth) · IA para adaptação automática · Aplicativos para ajuste remoto · Controles: · Podem ser físicos (botões, roda de volume) ou automáticos/digitais (controlados por software ou aplicativo). · Design: · Opções em cores discretas, formatos anatômicos, priorizando estética, conforto e discrição. · Importância clínica: fatores físicos influenciam diretamente a aceitação e adesão ao uso do AASI. Características Eletroacústicas · Ganho: quantidade de amplificação fornecida pelo aparelho, medida em decibéis (dB). · Resposta em frequência: capacidade de amplificar seletivamente sons graves, médios e agudos, ajustando-se ao perfil audiométrico do usuário. · Nível de saída máximo (OSPL90): maior intensidade sonora que o aparelho pode emitir sem causar distorção. · Distorção harmônica total: indica o quanto o som amplificado se mantém fiel ao original; valores mais baixos = melhor qualidade sonora. · Compressão: recurso que controla automaticamente sons fracos (tornando-os audíveis) e sons fortes (evitando desconforto). Recursos Avançados dos Dispositivos Digitais · Redução de ruído adaptativa: identifica ruídos constantes e os reduz sem comprometer a fala. · Cancelamento de microfonia (feedback): evita o apito característico causado pelo retorno de som. · Direcionalidade automática: ajusta o microfone de acordo com a posição da fala ou do ruído. · Conectividade Bluetooth: permite pareamento com smartphones, TVs e computadores, possibilitando controle via aplicativos. · Inteligência artificial: alguns modelos aprendem com os ambientes frequentados pelo usuário e ajustam os parâmetros automaticamente. Integração essencial: · As características físicas → influenciam o conforto, estética e adaptação. · As características eletroacústicas → garantem qualidade, personalização e segurança auditiva. · A combinação de ambas → determina o sucesso do uso da prótese auditiva. Aparelhos Auditivos: Necessidade, Grau da Perda e Desempenho Auditivo Social Necessidade do uso de aparelhos auditivos · A perda auditiva não afeta apenas a percepção sonora, mas também: · A comunicação oral. · A socialização (interações familiares, profissionais e sociais). · A qualidade de vida como um todo. · Benefícios do AASI: · Melhora significativa na percepção da fala, inclusive em ambientes ruidosos. · Estimula a participação social ativa, evitando exclusão. · Previne consequências secundárias da perda auditiva: · Isolamento social. · Depressão. · Declínio cognitivo acelerado (associado ao desuso auditivo). Reabilitação auditiva · Vai além da simples amplificação do som. · Inclui: · Ajuste personalizado do AASI, respeitando o perfil auditivo individual. · Acompanhamento fonoaudiológico contínuo, garantindo adaptação e sucesso no uso. · É um processo que envolve tecnologia + suporte clínico + engajamento do paciente. Aparelhos Auditivos: Necessidade, Grau da Perda e Desempenho Auditivo Social Grau da Perda Auditiva · A classificação do grau da perda auditiva é baseada no nível de intensidade sonora (dB NA) necessário para que a pessoa perceba o som: · Leve (26–40 dB) → dificuldades em ouvir sons suaves, fala em ambiente ruidoso. · Moderada (41–55 dB) → prejuízo na conversação sem esforço visual. · Moderadamente severa (56–70 dB) → necessidade de fala em tom elevado; sem AASI, há grandes restrições comunicativas. · Severa (71–90 dB) → dependência quase total de amplificação. · Profunda (>90 dB) → percepção limitada; pode ser indicada tecnologia combinada (AASI + implante coclear). · Relevância clínica: quanto maior a perda, maior a necessidade de recursos tecnológicos avançados no AASI, como compressão multicanal, microfones direcionais e conectividade. Desempenho Auditivo Social · O sucesso do AASI vai além da audição em cabine. Depende de: · Compreensão da fala em diferentes ambientes (silenciosos, ruidosos, reverberantes). · Adaptação auditiva progressiva, permitindo o cérebro se acostumar ao novo estímulo sonoro. · Participação social ativa, prevenindo isolamento. · Formas de avaliação clínica: · Questionários de autopercepção (HHIE, IOI-HA). · Testes de reconhecimento de fala com AASI. · Observação clínica e relato familiar. · Importante: monitorar o impacto funcional e emocional da reabilitação, não apenas os limiares audiométricos. Integração clínica · O uso de AASI é fundamental para restaurar a função auditiva e promover inclusão social. · O grau da perda auditiva orienta a seleção do modelo, potência e configuração do aparelho. · O desempenho auditivo social deve ser acompanhado continuamente para garantir benefícios reais e evitar abandono do uso. Próteses Auditivas: Definição, Tipos, Tecnologias e Adaptação Tipos de Próteses Auditivas 1. Retroauriculares (BTE / RIC) · Ficam atrás da orelha, conectados por tubo ou fio ao receptor. · Indicação: perdas moderadas a profundas. · Vantagens: maior potência, durabilidade, facilidade de manuseio. 2. Intracanais (ITE, ITC, CIC, IIC) · Moldadas para o canal auditivo, com diferentes níveis de profundidade. · Indicação: perdas leves a moderadas. · Vantagens: estética e discrição. · Limitações: menor potência, suscetíveis a cerume e umidade. 3. Ancoradas no osso (BAHA) · Transmitem o som por vibração óssea. · Indicação: perdas condutivas/mistas severas ou em casos de atresia de conduto auditivo. 4. Próteses com conectividade · Integram-se a smartphones, TVs e acessórios via Bluetooth. · Possibilitam controle remoto e transmissão direta de áudio. Tecnologias das Próteses Auditivas 1. Analógica · Amplifica todos os sons igualmente. · Mais barata, mas pouco flexível. · Atualmente em desuso, substituída pela digital. 2. Digital · Processa o som em tempo real, com filtros e compressão multicanal. · Permite redução de ruído, programas personalizados e ajustes finos. · Representa a tecnologia padrão atual. 3. Recursos avançados · Conectividade sem fio (Bluetooth) → integração multimídia. · IA (inteligência artificial) → adaptação automática ao ambiente. · Aplicativos móveis → ajuste remoto, monitoramento em tempo real. Adaptação Monoaural · Uso de apenas uma prótese auditiva. · Indicações: · Perda auditiva unilateral. · Contraindicação médica para uso bilateral. · Recusa do paciente ao uso em ambos os ouvidos. · Limitações: · Perda da localização sonora (difícil identificar direção da fala/ruído). · Dificuldade em ambientes ruidosos, devido à ausência de binauralidade. · Menor percepção espacial, comprometendo a experiência auditiva. Adaptação Binaural Uso de próteses auditivas nos dois ouvidos. Vantagens: · Melhor compreensão da fala · Localização sonora precisa · Redução do esforço auditivo · Estímulo bilateral favorece plasticidade auditiva Observações: A adaptação binaural é considerada padrão-ouro para perdas auditivas bilaterais. Mesmo em perdas assimétricas, ela costuma ser indicada, pois equilibra a percepção sonora e melhora a qualidade de vida. A estimulação bilateral também previne a privação auditiva em um dos ouvidos, o que poderia comprometer a adaptação futura. Monoaural x Binaural Próteses auditivas evoluíram em forma e tecnologia. A escolha entre monoaural e binaural depende de fatores clínicos e pessoais. Objetivo final: otimizar a audição e promover inclusão social/comunicativa. Observações: Ainda que existam casos de contraindicação para binauralidade, como perdas auditivas unilaterais profundas ou dificuldades econômicas do paciente, a indicação clínica deve sempre priorizar a adaptação binaural. O papel do fonoaudiólogo é explicar os benefícios e riscos de cada opção para apoiar a decisão do paciente. Ganho nas Próteses Auditivas · Ganho = diferença entre intensidadede entrada e saída. · Ajustado para compensar a perda auditiva. · Considera: tipo/grau da perda, limiares de conforto, preferência do usuário. Exemplo: som de entrada 40 dB → saída 70 dB → ganho 30 dB. Observações: O ganho não deve ser padronizado, mas individualizado conforme o audiograma e as necessidades do paciente. Ajustes mal calibrados podem gerar desconforto ou até rejeição do aparelho. Ganho excessivo também aumenta o risco de danos auditivos. Saída Máxima (OSPL90) · OSPL90 = maior intensidade que o aparelho pode emitir. · Medido com som de 90 dB SPL. · Deve estar abaixo do limiar de desconforto auditivo. Observações: Esse parâmetro é essencial para proteger o paciente contra sons dolorosos ou incômodos. Uma saída máxima mal ajustada pode causar fadiga auditiva, dor e até lesão coclear. Por isso, a verificação deve ser feita em condições reais (in situ), garantindo adaptação segura. Compressão · Ajusta diferentes níveis sonoros dentro da faixa auditiva. · Comprime sons fortes e amplifica sons fracos. · Promove audição natural e confortável. Observações: A compressão é indispensável nos aparelhos digitais atuais. Ela permite que o usuário perceba sons suaves, como sussurros, sem que ruídos intensos (como trânsito ou vozes altas) causem incômodo. Essa tecnologia é especialmente útil em perdas auditivas neurossensoriais. Resposta em Frequência · Define a amplificação em cada faixa de frequência. · Personalizada segundo: audiograma, conforto e discriminação de fala. · Deve fornecer amplificação suficiente sem distorção. Observações: A resposta em frequência deve priorizar inteligibilidade da fala, já que os sons da fala concentram-se entre 250 Hz e 6000 Hz. A programação precisa garantir acesso tanto aos sons graves (importantes para a prosódia) quanto aos agudos (essenciais para a inteligibilidade). Verificação da Saída Máxima · Métodos: acoplador acústico (2cc) e medidas in situ. · Objetivo: · Garantir que não ultrapasse o limiar de desconforto. · Prevenir dor, rejeição do aparelho e aversão ao som. Observações: A verificação é parte obrigatória do processo de adaptação. O uso apenas de medidas em acoplador é limitado, pois não reflete a acústica real do meato auditivo. As medidas in situ são mais fiéis e aumentam a segurança do ajuste. Ganho, Saída, Compressão e Seleção Prescritiva nas Próteses Auditivas O ajuste correto de ganho, saída e compressão é essencial para a eficácia e aceitação das próteses auditivas. Métodos prescritivos e medidas de verificação garantem segurança, conforto e desempenho auditivo funcional. Cada configuração deve ser personalizada para o perfil auditivo do paciente. Explicação: · O ganho precisa compensar a perda auditiva de forma adequada, sem ultrapassar limites de desconforto. · A saída máxima (OSPL90) deve proteger o paciente contra sons muito fortes. · A compressão ajusta a intensidade dos sons fracos e fortes, permitindo uma percepção mais natural. · Métodos prescritivos (como NAL-NL2 e DSL v5) fornecem parâmetros científicos para definir a amplificação adequada. · As medidas de verificação, como a audiometria com prótese e as medidas in situ, confirmam se os ajustes estão corretos. Observações: Esse equilíbrio técnico é decisivo para a aceitação do AASI. Um ajuste mal realizado pode levar a desconforto, fadiga auditiva e até rejeição da prótese. O acompanhamento contínuo é indispensável. Moldes Auriculares: Definição e Funções O que são moldes auriculares? · Peças feitas sob medida para o ouvido do paciente. · Conectam o aparelho auditivo (geralmente retroauricular) ao conduto auditivo. Funções principais: · Direcionar o som amplificado ao ouvido. · Garantir retenção e conforto. · Reduzir microfonia (feedback sonoro). · Melhorar a qualidade acústica. Explicação: O molde é parte fundamental do sistema acústico da prótese. Sua anatomia influencia diretamente o ganho, a resposta em frequência e o risco de feedback. Além disso, a adaptação anatômica é decisiva para a aceitação estética e funcional do aparelho. Observações: Na prática clínica, a escolha do molde deve considerar o grau da perda, o formato do conduto auditivo e a idade do paciente. Tipos de Moldes: Oclusivos · Vedam completamente o canal auditivo. · Reduzem vazamento de som e feedback. · Indicados em perdas moderadas a severas. Explicação: O fechamento do canal auditivo evita que o som amplificado retorne ao microfone (realimentação). Isso permite maior ganho, principalmente em altas frequências. Observações: Apesar da boa vedação, podem causar efeito de oclusão (sensação de voz abafada), exigindo ajuste fino ou uso de estratégias de ventilação. Tipos de Moldes: Ventilados · Contêm orifícios de ventilação. · Melhoram o conforto e reduzem o efeito de oclusão. · Indicados em perdas leves a moderadas. Explicação: Os orifícios permitem a passagem do som natural e da ventilação do conduto, reduzindo a sensação de “ouvido tampado”. Observações: Por permitirem maior vazamento acústico, não são recomendados em perdas severas, pois aumentam o risco de microfonia. Tipos de Moldes: Canal Estreito ou Amplo · Ajustam a resposta em frequências agudas e graves. · Usados para equalizar a resposta sonora. Explicação: A largura do canal de saída influencia diretamente a transmissão de frequências: · Canal estreito → reforça graves. · Canal amplo → favorece agudos. Observações: A escolha do diâmetro do canal é parte estratégica da programação da prótese. Muitas vezes, pequenos ajustes na anatomia do molde otimizam o desempenho sem necessidade de reprogramação eletrônica. Materiais dos Moldes Auriculares Acrílico (rígido): · Durável, fácil de limpar. · Boa vedação. · Indicado para adultos e perdas severas. Vinil (semirrígido): · Mais confortável que o acrílico. · Boa adaptação anatômica. Silicone (flexível): · Macio e confortável. · Ideal para crianças e idosos. · Útil em condutos com formato irregular. Explicação: O material influencia tanto no conforto quanto na eficiência acústica do molde. O silicone, por exemplo, é preferido em populações mais sensíveis (crianças, idosos), enquanto o acrílico é indicado quando é necessária maior durabilidade e vedação. Observações: A escolha do material deve ser individualizada, considerando o perfil auditivo, a idade e até a destreza manual do paciente (acrílico é mais fácil de inserir e retirar). Moldes Auriculares: Tipos, Materiais e Indicações Indicações Clínicas A escolha do molde auricular deve considerar não apenas o tipo de perda auditiva, mas também fatores individuais, como idade, mobilidade manual e características anatômicas do conduto auditivo. · Perda auditiva severa a profunda: requer vedação total e maior ganho, para evitar escape sonoro e microfonia. · Idosos com mobilidade reduzida: devem utilizar moldes de materiais confortáveis, leves e de fácil manuseio. · Crianças: recomendam-se moldes de silicone, mais maleáveis e adaptáveis, com substituições frequentes devido ao crescimento anatômico. · Condutos com formatos atípicos: demandam moldes personalizados em materiais flexíveis, garantindo vedação e conforto. Critérios de Escolha O processo de seleção do molde deve considerar múltiplos aspectos: · Formato anatômico: garante conforto e retenção adequada. · Tipo e grau da perda auditiva: influencia no tamanho, material e na presença de ventilação. · Perfil e preferência do paciente: deve ser respeitado para aumentar adesão ao uso. Um molde bem adaptado é determinante para o desempenho do AASI, promovendo conforto acústico, redução de microfonia e melhor qualidade de amplificação. Técnicas de Pré-Moldagem Auricular Definição A pré-moldagem consiste na obtenção de uma impressão fiel do conduto auditivo externo e da concha auricular. É a primeira etapa para a confecção de moldes personalizados. · Funções principais: · Garantir ajuste anatômico. · Evitar vazamento sonoro e microfonia. · Proporcionar conforto e eficiência acústica. Materiais e Equipamentos · Materiais de moldagem: · Silicone de adição → mais utilizado atualmente. · Materiais à basede cera ou alginato → em desuso, mas ainda possíveis em casos específicos. · Lubrificante auricular: facilita inserção e remoção da impressão. · Otoblock (bloqueador de cera): protege a membrana timpânica, evitando extravasamento de material. · Seringa manual ou pistola de moldagem: permitem a injeção do material no conduto auditivo. Cuidados e Considerações (Slide 41) Antes da moldagem, é indispensável a avaliação criteriosa do conduto auditivo. Não realizar moldagem em casos de: · Infecção ativa. · Perfuração timpânica. · Cirurgias recentes. Aspectos fundamentais da moldagem: · Impressão completa da concha e do canal auditivo. · Ausência de bolhas, falhas ou deformidades. · Garantia de conforto durante o procedimento. Importância da Técnica Correta Moldagens mal executadas podem comprometer totalmente a adaptação da prótese auditiva. · Problemas decorrentes de erros técnicos: · Vazamento de som. · Desconforto ao usuário. · Microfonia (realimentação acústica). · Benefícios da moldagem adequada: · Retenção segura do molde. · Melhor desempenho acústico. · Aumento da satisfação e adesão do paciente ao uso do AASI. · Técnicas de Pré-Moldagem e Características Estruturais e Estéticas dos Moldes Auriculares Pré-Moldagem Auricular: Importância Clínica A pré-moldagem é uma etapa clínica essencial na adaptação de próteses auditivas, servindo como base para toda a confecção do molde definitivo. · Requer habilidade profissional, atenção ao paciente, higiene rigorosa e conhecimento anatômico do conduto auditivo. · Uma moldagem de qualidade garante: · Retenção adequada do molde. · Eficiência acústica e redução de microfonia. · Conforto e adesão ao uso do AASI. Resumo: Sem uma pré-moldagem bem feita, todo o processo de adaptação da prótese pode ser comprometido. Moldes e Pré-Moldes Auriculares: Definição · Pré-molde: impressão do conduto auditivo feita com material moldável, etapa inicial da confecção. · Molde: peça final confeccionada a partir do pré-molde, que será conectada ao aparelho auditivo. Características estruturais dos moldes: · Formato anatômico: reproduz fielmente a concha e o conduto auditivo. · Vedação acústica: evita escape sonoro e realimentação (feedback). · Canal sonoro: direciona o som amplificado pelo receptor ao tímpano. · Ventilação (respiro): alivia sensação de oclusão do ouvido. · Tubinho acústico: conecta o molde ao aparelho retroauricular, garantindo transmissão sonora eficiente. Características Estéticas dos Moldes · Cores: discretas (tons de pele) ou lúdicas (uso pediátrico). · Acabamento: polido ou fosco, influenciando conforto e aparência. · Tamanho e visibilidade: moldes menores são mais discretos, exigindo maior precisão na adaptação. · Modelos infantis: mais coloridos, com elementos lúdicos (glitter, desenhos ou personagens) para aumentar aceitação. Estrutura dos pré-moldes: · Reproduzem fielmente canal auditivo e concha. · Devem ser íntegros e bem definidos, sem bolhas ou áreas borradas, servindo como base para o molde definitivo. Escolhas baseadas no usuário: · Adultos: preferência por modelos discretos, translúcidos ou da cor da pele. · Crianças: preferência por moldes coloridos, com figuras ou personagens. · Condutos estreitos ou irregulares: moldes de silicone flexível, adaptados à anatomia do paciente. Considerações Finais · Características estruturais: garantem vedação, conforto e desempenho acústico do aparelho auditivo. · Características estéticas: influenciam aceitação, autoestima e adesão ao uso contínuo do AASI. · Síntese: A combinação entre pré-moldagem correta, molde bem adaptado e escolha adequada de material/estética é determinante para o sucesso da adaptação protética auditiva.