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* EMULSÕES TECNOLOGIA FARMACÊUTICA Sócrates Egito Laboratório de Sistemas Dispersos socrates@digi.com.br ou socrates@ufrnet.br * O emprego das emulsões como veículo para preparações de uso tópico deriva do primeiro cold cream, preparado por Galeno em cerca de 150 d. C. As primeiras emulsões medicinais são atribuídas a Grew, que emulsionava os óleos com gema de ovo em 1674. (PRISTA et al., 1991) Histórico * “Uma emulsão é um sistema heterogêneo, composto de, no mínimo, um líquido não miscível intimamente disperso no interior de um outro, sob a forma de gotículas de diâmetro, em geral, inferior a 0,1 m. Tais sistemas possuem uma estabilidade mínima que pode ser potencializada por adição de adjuvantes apropriados, como surfactantes ou compostos sólidos finamente dispersos”. Becher,1961 Definição * “Uma As emulsões são preparações geralmente líquidas destinadas a serem administradas tal e qual ou serem empregadas como excipientes, constituídas por uma dispersão de um líquido, sob a forma de gotículas, num outro líquido não miscível. A dispersão é geralmente obtida devido a presença de um ou mais emulsificantes (agentes emulsionantes) representados normalmente pelos agentes de superfície (surfactantes) ou por polímeros hidrófilos. Cada uma das fases podem conter um ou mais princípios ativos e diversos adjuvantes, como por exemplo, agentes antimicrobianos, conservantes, corantes, edulcorantes e aromatizantes, estes dois últimos largamente empregados em emulsões de uso oral.dispersos”. Farmacópéia Francesa,10ª Edição Definição * Fase dispersa Conceitos Fase contínua A teoria da emulsificação Condições de temperatura e agitação * Tipos de Emulsões Emulsões simples H/L Emulsões simples L/H Emulsões múltiplas H/L/H Emulsões múltiplsa L/H/L * Composição Fase Hidrofílica (H) Água, solução salina Fase Lipofílica (L) Óleos vegetais, minerais ou compostos orgânicos Sistema adequado de emulgetes (ADS) Agentes tensoativos e co-tensoativos Adjuvantes Corantes, conservantes, anti-oxidantes, quelantes, edulcorantes * Vantagens Administração de fármacos lipídicos V.O. Mascaramento de sabor/odor de fármacos Proteção de fármacos termo / fotossensíveis Alterações biofarmacêuticas Perfil de liberação controlada de fármacos Alterações farmacocinéticas de fármacos Vetorização de fármacos Formulação de cremes ou loções de caráter não gorduroso para a via tópica * Aplicações No campo farmacêutico... Via oral Via intravenosa Via cutânea No campo cosmético... Condicionadores, desodorantes, cremes, loções... * Estabilidade Estabilidade é definida como a amplitude na qual um produto mantém as mesmas características que apresentava quando de sua fabricação, respeitando os limites de especificação durante o seu período de armazenamento e uso. USP, 23º ed. * Estabilidade Fatores determinantes Ajuste do sistema tensoativo adequado (Lei de Bancroft) Tensoativos de alto poder emulgente Tensoativos compatíveis com a formulação Concentração adequada de tensoativos Processo de elaboração adequado Condições de temperatura, energia mecânica fornecida (energia de cisalhamento), ordem de adição dos componentes, etc. * Estabilidade O tensoativo Conceito – composto anfifílico Propriedades especiais Adsorção em interfaces Formação de micelas * Agentes de Superfície Propriedades Especiais Poder molhante Diminuição do ângulo de contato Poder emulsionante Diminuição tensão superficial Poder espumante Emulsificação gás/líquido Poder solubilizante Incremento da solubilidade aparente por associação micelar Poder detergente Limpeza da superfície por fenômenos fisico-químicos Poder suspensivo Manutenção da suspensão * Agentes de Superfície Propriedades Especiais Poder anti-redeposição Impede redeposição de partículas (que permanecem em suspensão) em uma determinada superfície Poder complexante Fixando cátions e mascarando a identidade iônica dos mesmos Poder sequestrante Retenção, em solução, de cátions, impedindo suas possíveis reações Poder bacteriostático Devido à complexação com a membrana citoplasmática de bactérias * Agentes de Superfície Classificação Agentes de superfície aniônicos Agentes de superfície catiônicos Agentes de superfície anfóteros Agentes de superfície não iônicos + + + - - - - + * Estabilidade Fatores que contribuem para a instabilidade Floculação Aproximação de glóbulos Processo reversível Pode levar à coalescência * Estabilidade Fatores que contribuem para a instabilidade Cremagem Separação visível em várias emulsões de composição variada Processo reversível Pode levar à coalescência * Estabilidade Fatores que contribuem para a instabilidade Coalescência Fusão de glóbulos originando vesículas de maior diâmetro Processo irreversível Pode levar à separação de fases * Estabilidade Fatores que contribuem para a instabilidade Separação de fases Tensão interfacial vence a disposição dos glóbulos, que se fundem originando uma só fase. Processo irreversível * Estabilidade Fatores que contribuem para a instabilidade Difusão molecular (Pontes de Otswald) Solubilidade de gotículas menores que 1m. Incremento do diâmetro de partículas maiores. * Estabilidade Fatores que contribuem para a instabilidade Inversão de Fases Modificação rápida do tipo de emulsão. * Estabilidade Mecanismos de estabilização das emulsões Interações Eletrostáticas Repulsão Estérica Estabilização Entálpica Redução da tensão interfacial Arranjo dos constituintes da fase contínua Formação de filme complexo * Estabilidade Interações Eletrostáticas Interação existente entre as duplas camadas elétricas das partículas eletricamente carregadas e a repulsão eletrostática direta das partículas vizinhas. * Estabilidade Repulsão Estérica Repulsão provocada pela interação das moléculas adsorvidas do estabilizante. tensoativos * Estabilidade Estabilização Entálpica Estabilização provocada pela perda de água de hidratação sobre a parte hidrófila do estabilizante. * Estabilidade Redução da tensão interfacial Fenômeno de interface provocado pela deformação e/ou pelo revestimento das partículas em colisão, aumentando a superfície de interação. * Estabilidade Arranjo dos constituintes da fase contínua Permitem a redução da sedimentação das vesículas devido a estrutura em forma de “teia” que se produz. * Estabilidade Formação de filme complexo Permite a inibição da saída do estabilizante a partir do ponto de contato, formando uma barreira física que impede a coalescência. * Critérios CRITÉRIOS PARA OBTENÇÃO DE UMA EMULSÃO ESTÁVEL Escolha do agente de superfície; Processo de preparação a uma temperatura próxima da temperatura de inversão de fase (TIF) com posterior resfriamento até a temperatura ambiente (evita coalescência); Processo de agitação e homogeneização de partículas (técnica de emulsificação); Escolha adequada dos métodos de avaliação da estabilidade. * HLB Balanço Hidrófilo-Lipófilo Sistema de classificação desenvolvido por Griffin. O valor de HLB está relacionado diretamente com a parte hidrófila da molécula. HLB < 10 Característica lipófila HLB = 10 Equilíbrio entre hidrófilo e lipófilo HLB > 10 Característica hidrófila * HLB PM < 200 Não formação de polos 1> HLB < 50 Bastante solúvel no óleo (1) ou na água (50) * HLB Escala de Griffin * HLB DETERMINAÇÃO DO HLB CRÍTICO Baseia-se na característica da fase interna (lipofílica) da emulsão. HLB TENSOATIVOS ≈ HLB FASE INTERNA (LIPOFÍLICA) * HLB Cálculos práticos do valor do HLB de uma emulsão Ex. 1 HLB é uma grandeza aditiva Estearato de glicerina (HLB = 3,8) 70% Laurilsulfato de sódio (HLB = 40,0) 30% HLB SURFACTANTES = (3,8 x 0,70) + (40 x 0,30) HLB SURFACTANTES = 14,66 HLB da fase oleosa da emulsão é independente em relação a sua concentração na emulsão * HLB Cálculos práticos do valor do HLB de uma emulsão Ex. 2 Determinação do tipo de emulsão pelo cálculo do valor do seu HLB Cera de carnaúba (HLBc = 15) 5% Parafina líquida (HLBc = 10,5) 26% Óleo vegetal (HLBc = 18) 18% Glicerina 4% Conjunto de surfactantes 5% Água q.s.p. 100% * HLB Cálculos práticos do valor do HLB de uma emulsão Ex. 2 Resolução Determina-se a percentagem da fase lipídica: 5 + 26 + 18 = 49 b) Calcula-se a percentagem de cada óleo em relação a fase lipídica total Para a cera 49 - 100% 5 – x x = 10% Mesmo cálculo para os outros componentes! c) Calcula-se o HLB para cada fração lipídica Para a cera 15 - 100% y – 10 y = 1,5 Mesmo cálculo para os outros componentes! d) Soma-se os valores do HLB de cada fração lipídica Valor do HLB da fase lipídica = 1,5 + 5,6 + 6,6 = 13,7 Então... EMULSÃO DO TIPO L/H * Equipamentos Aporte energético mecânico Aumento da interface líquido-líquido (consumo) Dissipação na forma de calor Forças envolvidas durante a obtenção de uma emulsão: turbulência, laminação, cisalhamento, pressão, choque, aceleração, cavitação e vibração * Equipamentos Misturador a paletas Produz emulsões “grosseiras” ( > 1 m) Misturador a turbinas (Figura 1) Produz emulsões “finas” através de movimentos axiais rápidos (3000 rpm) Misturador a válvulas (Figura 2 e Figura 3) Escala industrial. Forças de alto e baixo cisalhamento, pressão, aceleração, laminação, choque e cavitação, instantaneamente. Fonte de energia = pressão Misturador a ultrassons (Figura 4 e Figura 5) Escala laboratorial. Forças de cavitação na interface das gotículas. Microfluidizer (Figura 6, Figura 7 e Figura 8) Escala industrial e moderno, permitindo a obtenção de emulsões ultrafinas com baixo consumo de energia. Fonte de energia = jato submergido (Figura 9) Método espontâneo (Figura 10, Figura 11 e Figura 12) Não consome energia mecânica. Usa a força de solventes. * Figuras LISTA DE FIGURAS DA AULA DE EMULSÕES Figura 01 – Diapositivo 14 Figura 02 – Tese doutorado página 16 Figura 03 – Tese doutorado página 18 Figura 04 – Diapositivo 20 Figura 05 – Tese doutorado página 21 Figura 06 – Diapositivo 29 Figura 07 – Diapositivo 30 Figura 08 – Diapositivo 28 Figura 09 – Diapositivo x (roxo) Figura 10 – Diapositivo 10 Figura 11 – Diapositivo y (roxo) Figura 12 – Diapositivo 19 (laranja)
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