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Elaborado por Nutri de Consultório® Olá, Nutri! Eu sei que você atende diversos casos toda semana e que, na maior parte das vezes, eles são bem diferentes uns dos outros, por mais que você já tenha seu nicho bem definido. Sempre tem aquele paciente com determinado objetivo, com alguma condição clínica diferente ou até mesmo aqueles com um conjunto de doenças. Por mais que você tenha estudado bastante antes de começar a atender, pode ser que se sinta insegura em fazer algumas prescrições. Pensando nisso, criamos o Guia de Condutas, uma ferramenta para direcionar suas prescrições, com base em evidências científicas. Esse é um Guia prático, que vai te dar segurança e direção sobre como prescrever calorias, macro e micronutrientes, principais suplementos e interações medicamentosas de diversas doenças e condições clínicas. Aproveite o Guia de Condutas como um instrumento de consulta para a sua prática! Seja bem-vinda ao Guia de Condutas! Elaborado por Nutri de Consultório® Sumário 1. Comece por aqui 04 2. Passo 01 05 3. Passo 02 06 4. Passo 03 06 5. Passo 04 07 6. Emagrecimento, hipertrofia e manutenção de peso 08 7. Emagrecimento 09 8. Hipertrofia 14 9. Manutenção de peso 18 10. Doenças crônicas 21 11. Diabetes Tipo 2 22 15. Anemia ferropriva 2712. Hipertensão arterial 3113. Dislipidemias 3514. Esteatose hepática 39 16. Distúrbios da tireoide 43 17. Hipotireoidismo 44 18. Saúde da mulher 19. Candidíase de repetição 20. Infecção urinária 21. Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) 22. Endometriose 23. Doenças gastrointestinais 24. Refluxo gastroesofágico e gastrite 25. Síndrome do Intestino Irritável (SII) 26. Vegetarianismo e veganismo 27. Tipos de vegetarianismo e veganismo 28. Desempenho esportivo 48 49 52 55 58 63 64 68 73 74 80 Elaborado por Nutri de Consultório® Para descobrir qual desses caminhos seguir, você precisa ter conversado com seu paciente durante a anamnese, em relação ao objetivo que ele deseja, mas também ter isso aliado à avaliação física. Por exemplo: Pode ser que você se depare com um paciente que tem como objetivo a hipertrofia, no entanto, ao fazer a antropometria, você identifica um alto percentual de gordura. Este é um exemplo de que é necessário aliar objetivo e composição corporal, já que nessa situação provavelmente seria mais adequado trabalhar primeiro a redução do percentual de gordura (emagrecimento) e depois ter como objetivo a hipertrofia. Definido o objetivo, você precisa calcular qual será o valor calórico total da dieta (VET). Para calcular o VET, você seguirá os seguintes passos: Antes de começar falando sobre as condições clínicas e recomendações para cada uma delas, precisamos iniciar nossa conduta pensando no objetivo do nosso paciente em relação ao peso. Existem 3 objetivos em relação ao peso: 1) Manutenção de peso 2) Emagrecimento 3) Hipertrofia 1) Calcular a Taxa Metabólica Basal (TMB) 2) Multiplicar pelo Fator Atividade 3) Obter o Gasto Energético Total (GET) 4) Calcular o VET da dieta Elaborado por Nutri de Consultório® Harris - Benedict: Homens: TMB = 66 + (13,8 x P) + (5,0 x A ) - 6,8 x I) Mulheres: TMB = 655 + (9,6 x P) + (1,9 x A) - (4,7 x I) P = peso em kg / A = altura em cm / I = idade em anos Para calcular a TMB, existem três fórmulas principais e a escolha deve ser baseada no estado nutricional atual do seu paciente: Passo 01. Para pacientes eutróficos (IMC: 18,5 a 25kg/m2) Mifflin- St. Jeor: Homens: TMB = (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) + 5 Mulheres: TMB = (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) – 161 P = peso em kg / A = altura em cm / I = idade em anos Para pacientes em sobrepeso ou obesidade (IMC: > 25kg/m2) Tinsley: TMB = (25,9 x MLG) + 284 ou TMB = (24,8 x P) + 10 MLG = Massa livre de gordura / P = peso Para pacientes atletas que possuem alto volume muscular e baixo percentual de gordura: Elaborado por Nutri de Consultório® Neste passo, você precisará determinar o fator atividade. Ele deve estar de acordo com o nível de atividade diária do seu paciente e exercício físico. Obs: Lembre-se que atividade física também engloba todas as atividades diárias, o que inclui trabalho, atividades domésticas, afazeres do dia a dia, etc. Passo 02. Nível de atividade física: Sedentário: 1,2 Leve: 1,4 Moderado: 1,6 Intenso: 1,9 Muito intenso: 2,2 Sedentário: boa parte do dia sentado, sem realizar exercícios físicos. Leve: boa parte do dia sentado, exercício leve, 1-3 dias por semana. Moderado: exercício moderado, prática de esportes 3-5 dias por semana. Intensa: exercício intenso, prática de esportes 6-7 dias por semana. Muito Intensa: atletas profissionais ou treinos de musculação extremamente longos e intensos. Multiplique o valor da TMB pelo fator atividade para encontrar o GET. Para te ajudar neste cálculo, desenvolvemos uma planilha com as fórmulas e valores de FA mencionados acima. Para acessar, basta clicar em: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1tnoJ- oXjqrMviwe5lHdG2AoDag9NbqRE7plOYbwRsH8/edit?usp=sharing Passo 03. Elaborado por Nutri de Consultório® https://docs.google.com/spreadsheets/d/1tnoJ-oXjqrMviwe5lHdG2AoDag9NbqRE7plOYbwRsH8/edit?usp=sharing Avaliar o objetivo final da sua prescrição (manutenção de peso ou emagrecimento ou hipertrofia) e fazer a prescrição do VET da dieta baseado no GET. Agora vamos detalhar como deve ser o VET de acordo com cada um dos objetivos. Passo 04. Elaborado por Nutri de Consultório® Elaborado por Nutri de Consultório® O emagrecimento é um objetivo guiado por diferentes justificativas, como questões de saúde (diabetes, obesidade), questões estéticas e também para aumento de performance física. Há várias estratégias que podem ser utilizadas no caso do emagrecimento, mas todas se baseiam no balanço energético negativo, ou seja, um consumo menor de energia do que o gasto. Ao se deparar com um paciente com o objetivo de emagrecimento, você precisa seguir os passos iniciais de 1 a 3 (na seção "Comece por aqui"). No entanto, ainda precisa fazer um déficit calórico, ou seja, uma redução de calorias a partir do cálculo do GET, para obter um VET que corresponda a um déficit. Déficit calórico no emagrecimento Há 3 faixas de déficit que podem ser utilizadas, mas é sempre importante avaliar a individualidade do paciente: Fazendo essa redução calórica, você está promovendo déficit calórico, o que contribuirá para o emagrecimento. Feito isso, você precisa encontrar a distribuição de macronutrientes mais adequada para cada um dos seus pacientes. Déficit leve 300Kcal a 500Kcal para pequenos emagrecimentos (Recomendação calórica As recomendações calóricas para pacientes com SII devem ser individualizadas e baseadas nas necessidades energéticas de cada indivíduo. A abordagem mais adequada é calcular o gasto energético total do paciente e ajustar a ingestão calórica conforme o objetivo e estado nutricional do paciente. É importante considerar o risco de desnutrição causada pela disfunção intestinal. Caso o tratamento e intervenção nutricional sejam tardios, o paciente pode perder peso e, por isso, é necessário que uma dieta mais hipercalórica seja prescrita. Recomendação calórica As recomendações de macronutrientes para pacientes com SII devem levar em conta a tolerância individual a alimentos específicos e a presença de eventuais distúrbios alimentares. Não existe uma recomendação direta da distribuição de macronutrientes da dieta na SII, portanto, para adaptar à sua prática, você pode seguir a recomendação sugerida nas seções de emagrecimento, hipertrofia ou manutenção de peso, conforme objetivo do seu paciente. Elaborado por Nutri de Consultório® Orientações gerais da dieta As orientações gerais da dieta para pacientes com SII incluem a identificação de alimentos que possam desencadear os sintomas e a tentativa de evitar ou limitar o consumo desses alimentos. A dieta com baixo teor de FODMAP é atualmente a intervenção dietética de maior evidência para a SII. O intuito nessa fase é excluir os alimentos com alto teor de FODMAP e substituí-los por opções de baixo teor. Essa fase tem duração de 2 a 6 semanas e a intenção é observar a redução dos sintomas e verificar se o paciente responde positivamente à restrição de FODMAP. Vamos entender como essa dieta funciona na prática? A dieta de baixo teor de FODMAP é dividida em 3 fases: Fase 1: Restrição de FODMAP Nessa fase, você deve reintroduzir gradualmente os FODMAPs na dieta, um de cada vez, ao longo de 3 dias. Nesse processo, peça para que o paciente registre seus sintomas a cada FODMAP reintroduzido, permitindo que vocês identifiquem quais FODMAPs específicos podem desencadear os sintomas em cada caso. Fase 2: Reintrodução de FODMAP Após a fase de reintrodução, os pacientes entram na fase de personalização, onde você deve incluir na dieta os FODMAPs tolerados, criando assim uma dieta de baixo teor de FODMAPs individualizada para uso a longo prazo. Fase 3: Personalização de FODMAP Elaborado por Nutri de Consultório® Alto teor de FODMAP Maçã, suco de maçã, damasco, abacate, amora, cereja, figo, sucos de fruta, lichia, manga, nectarina, pêra, caqui, ameixa, melancia, cereja, frutas secas. Baixo teor de FODMAP Banana, mirtilo, uva, melão, kiwi, limão, limão-galego, laranja, maracujá, abacaxi, framboesa, carambola, morango, tangerina. Aspargo, alcachofra, beterraba, couve flor, chicória, milho, alho, cebola, cebolinha verde (a parte branca), cogumelo, quiabo, ervilha. Broto de alfafa, broto de feijão, pimentão, cenoura, pimenta, pepino, berinjela, endívia, erva-doce, feijão verde, couve, alho-poró, alface, azeitona, tomate, cebolinha verde (parte verde), espinafre, abobrinha, acelga, nabo, batata, batata baroa. Cevada, cuscuz, feijão, centeio, soja, trigo, homus, pães à base de trigo/centeio e cevada, cereais matinais, biscoitos e lanches. Pão de milho sem glúten, pão sem glúten, farinha sem glúten, massa sem glúten, painço (ou milho miúdo), quinoa, arroz, tapioca, tofu, produtos glúten free. Soro de leite (Whey Protein), creme de leite, sorvete, leite condensado, pudim, leite de soja, leite de vaca, iogurte. Manteiga de coco, leite sem lactose, leite de arroz, leite de coco, leite de amêndoas, queijo feta, queijo brie, queijo camembert. Castanha de caju e pistache. Castanha do pará, castanha do baru, semente de chia, macadâmia, amendoim, pasta de amendoim, pinhão, sementes de gergelim, semente de girassol, nozes. Carnes processadas que contêm trigo; carnes condimentadas. Carne de boi, carne de frango, carne de pato, ovos, peixe, cordeiro, carne de porco, frutos do mar, tofu, peru. Condimentos que contêm trigo, ketchup, maionese, mostarda, molho japonês, massa de tomate. Vinagre branco, molho de peixe, suco de limão, óleos diversos, vinagre de vinho tinto, molho de soja sem glúten. Alho e cebola. Manjericão, cúrcuma, folhas de louro, pimenta caiena, cebolinha-capim, coentro, gengibre, hortelã, semente de mostarda, orégano, páprica, salsa, pimenta vermelha em pó, alecrim, sal, tomilho, açafrão. Elaborado por Nutri de Consultório® Alto teor de FODMAP Mel, qualquer produto com manitol, sorbitol, xilitol, agave, xarope de milho. Baixo teor de FODMAP Aspartame, açúcar mascavo, xarope de bordo, sacarose, açúcar cristal, açúcar refinado, chocolate amargo. Outra recomendação importante no caso da SII é o consumo de fibras solúveis. Alimentos como farelo de aveia, maçã, limão, banana, laranja, morango, ervilha, lentilha, feijão, batata doce, grão de bico devem estar presentes na dieta desses pacientes, quando tolerado, a fim de aumentar o consumo desse tipo de fibras. As fibras insolúveis aumentam a dor abdominal e o estufamento e devem ser evitados principalmente na fase mais ativa da doença. Exames Valores de Referência Glicemia de jejum 1,65 Principais exames Fazer uma avaliação nutricional completa é parte importante do tratamento na SII, uma vez que há possibilidade de comprometimento de absorção dos nutrientes. Neste caso, você deve solicitar os principais exames para a sua prática clínica: Insulina basal 2,5 a 25 μU/mL - devendo idealmente estar abaixo de 10 Hb glicada 40 mg/dL LDL 30ng/mL (principalmente em mulheres, ideal > 80 ng/mL) Capacidade de ligação do ferro sérico 250 a 425 µg/dL Suplementação É importante avaliar todos os parâmetros a fim de suplementar o que for necessário (insuficiência ou deficiência). A suplementação de fibras solúveis pode ser interessante principalmente para pacientes constipados. O total de fibras da dieta é de 25g, portanto, você deve calcular a ingestão de fibras da dieta e suplementar o que falta para atingir 25g de fibras por dia. Referência: Clinical Practice Update on the Role of Diet Irritable Bowel Syndrome: Expert Review, 2021. TREATING IBS WITH A 3-STEP FODMAP DIET - Monash University. Elaborado por Nutri de Consultório® Elaborado por Nutri de Consultório® Descrição Vegetarianismo é todo tipo de alimentação que exclui carnes, aves e peixes, e seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. Já o veganismo, além de não consumir carnes, também não utiliza produtos advindos do reino animal para nenhum fim (alimentar, higiênico, vestimentas…). Você pode encontrar na sua consulta pacientes de diferentes tipos: Ovolactovegetarianos: vegetariano que utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação; Lactovegetarianos: não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios; Ovovegetariano: não utiliza laticínios, mas consome ovos; Vegetariano estrito: não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação; Vegano: é o vegetariano estrito, mas que não usa componentes animais em nenhum outro momento da rotina. Recomendações calóricas Assim como na dieta onívora, a recomendação calórica vai depender do estado nutricional de cada paciente. Se o seu paciente estiver com sobrepeso ou obesidade, você precisará planejar uma dieta com déficit calórico, como explicado na seção de emagrecimento deste Guia. Da mesma forma, caso haja o objetivo de hipertrofia, haverá necessidade de superávit calórico.Consulte a seção de hipertrofia para fazer o cálculo do VET. Recomendações de macronutrientes As proporções de macronutrientes da dieta de vegetarianos ou veganos costumam estar alteradas devido a substituição de alimentos de origem animal. Uma das importâncias de uma boa prescrição é reequilibrar os macronutrientes, a fim de manter um estado nutricional adequado. Segundo as recomendações do Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para adultos, a distribuição da dieta deve ser: Elaborado por Nutri de Consultório® Carboidrato 50% Proteína 20% Gordura 30% Carboidrato 45-65% Proteína Gordura 10-35% 25-35% Considerando essa ampla faixa de recomendação, o que fazer na prática? Na prática, o esforço precisa estar voltado ao controle do consumo de carboidratos e por isso, a recomendação pode ser de aproximadamente 50%, podendo chegar em 55% nos casos dos vegetarianos estritos ou veganos. Orientações gerais da dieta Na dieta vegetariana com um todo, o principal substituto da carne será o grupo dos feijões. Para aumentar a ingestão proteica, você pode ainda adicionar 3 porções de leite e derivados por dia e, caso a dieta do paciente inclua ovos, pode ainda prescrever de 1 a 2 porções de ovos. Ovolactovegetariano/Lactovegetariano/Ovovegetariano Quando se trata da dieta ovolacto ou ovovegetariana, uma opção para aumento das proteínas sem aumento do consumo de gordura saturada é retirar algumas gemas, aumentando o consumo proteico através do consumo de mais claras. Elaborado por Nutri de Consultório® Um dos maiores mitos da dieta vegetariana é a composição das proteínas em relação a aminoácidos. Claro que certos alimentos possuem menor quantidade de alguns deles, mas a combinação entre os alimentos é suficiente para suprir a necessidade de todos os aminoácidos. Esses aminoácidos não precisam ser consumidos todos em uma mesma refeição, o que importa é o consumo total ao longo do dia. A variedade alimentar é ponto muito importante em todos os tipos de dieta, mas no caso de vegetarianos essa é uma recomendação ainda mais relevante. A inclusão de 3 porções de frutas e 3 porções de verduras e legumes por dia deve ser recomendada. A dieta do vegetariano é rica em fibras, uma vez que há aumento do consumo de cereais e grãos. Verifique se não há excesso do consumo de fibras (o que não é comum). Incentive o consumo adequado de água para um bom funcionamento intestinal. Os suplementos de proteínas, como o Whey Protein, podem ser prescritos para auxiliar na meta proteica, caso seja necessário, no caso das dietas vegetarianas que incluem leite. Para os ovovegetarianos, a recomendação deve ser de proteínas vegetais. Para o vegetariano estrito ou vegano, o consumo do grupo dos feijões é essencial. Adicione, no mínimo, 2 porções deste grupo por dia, a fim de manter adequada ingestão de proteínas. Vegetariano estrito/ Vegano Como nessa dieta não há consumo de leite e derivados, o olhar sob a ingestão de cálcio é fundamental. Alguns "leites vegetais" têm cálcio acrescentado à sua composição, como é o caso dos "leites de soja" ou de aveia. Elaborado por Nutri de Consultório® O ácido oxálico é o principal fator antinutricional que se deve controlar para melhorar a absorção do cálcio. Isso significa evitar os alimentos mais ricos em ácido oxálico (espinafre, acelga, folhas de beterraba e cacau) nas refeições mais ricas em cálcio. Os alimentos de origem vegetal mais ricos em cálcio são: Amêndoa torrada, Linhaça em semente, Farinha de soja, Couve refogada, Rúcula, Castanha do Pará, Taioba, Agrião cru, Gergelim, Nozes, Brócolis e Tofu. Incluir esses alimentos será essencial para a adequação do consumo de cálcio. Os suplementos de proteínas vegetais podem ser prescritos para auxiliar na meta proteica, caso seja necessário. Muitos pacientes se queixam do sabor do suplemento, por isso eles podem ser consumidos em vitaminas com "leites vegetais" e fruta. A variedade do consumo alimentar nessa dieta também é essencial. Atente-se ao consumo de fibras e ingestão de água para os pacientes. Exames Hemoglobina Valores de Referência Homens: 13 a 17 g/dL Mulheres: 12 a 16 g/dL Ferro sérico 50 a 180 mg/dL Ferritina Homens: 30 a 300 ng/dL Mulheres: 30 a 200 ng/dL Transferrina 200 a 360 mg/dL Principais exames Fazer uma avaliação nutricional completa é essencial nos pacientes vegetarianos. Importante atentar-se principalmente para: hemoglobina, ferro, vitamina B12, cálcio e vitamina D. Insulina basal 2,5 a 25 μU/mL - devendo idealmente estar abaixo de 10 Elaborado por Nutri de Consultório® Exames Vitamina B12 Valores de Referência 490 pg/mL (valor ideal segundo evidências atuais) Saturação de transferrina 20 a 50% Glicemia de jejum 1,65 Hb glicada 40 mg/dL LDLrelação à digestão das gorduras. As proteínas também são importantes e podem seguir a recomendação de 1,6 a 2,2g/kg de peso por dia. A necessidade proteica de pacientes que desejam manter a massa muscular em dietas com restrição calórica é estimada em torno de 2,0, podendo atingir até 3,0g/kg de peso. Orientações gerais da dieta Assim como a qualidade da alimentação, o rendimento esportivo está diretamente ligado a qualidade de sono e hidratação do seu paciente, por isso, é importante que você indique a ingestão de 35mL/kg/dia, no mínimo, para evitar perda hídrica, queda de rendimento ou até fraturas. Sono de qualidade e hidratação Recomendações de macronutrientes As recomendações de macronutrientes para aumento do desempenho no esporte se assemelha às que devem ser prescritas para a população em geral: Elaborado por Nutri de Consultório® Tratando-se de exercícios físicos com mais de 1 hora de duração, a recomendação deve ser a seguinte: De 2 a 4 horas antes do exercícios: de 250 a 500ml de água; Durante o exercício: no mínimo, 500ml de água por hora. O planejamento alimentar deve ser pensado de forma completa, ou seja, você precisa pensar em qual momento do dia o seu paciente vai treinar e buscar montar refeições que favoreçam um melhor rendimento. Alguns exemplos: se o seu paciente treina às 6h da manhã, é provável que não consiga tomar um café da manhã mais reforçado, então você vai precisar montar um jantar com maior quantidade de carboidratos e proteínas. Caso o paciente treine no período da tarde ou noite, você vai conseguir organizar as refeições ao longo do dia para que ele tenha energia o suficiente durante o treino. Alimentação geral É importante evitar refeições muito volumosas ou ricas em gorduras no pré-treino mais imediato. Até 30 minutos antes do treino é interessante que se consuma carboidratos de fácil absorção, como suco de frutas, pão com geleia, doce de leite, goiabada ou água de coco. Importante avaliar individualmente cada paciente uma vez que esta refeição pode causar efeito hipoglicemia de rebote. Pré-treino Refeições completas (carboidratos + proteínas + gorduras) podem ser consideradas com antecedência de 2 a 3 horas pré-treino. Quando há treino em jejum, é importante consumir carboidratos na noite anterior, a fim de repor os estoques de glicogênio a tempo. Leva- se aproximadamente 4 horas para que os carboidratos ingeridos sejam digeridos, absorvidos e armazenados como glicogênio. Elaborado por Nutri de Consultório® A alimentação intra treino deve ser considerada apenas se o exercício físico tiver duração superior a 1 hora (30 a 60g de carboidratos por hora, após a primeira hora de exercício). Exemplos de prescrição: Intra treino Não há necessidade de que o paciente faça uma suplementação específica para o pós treino ou que a ingestão alimentar seja rápida. O ideal é que essa seja uma refeição completa, com alimentos fonte de todos os macronutrientes. A ingestão proteica é importante, no entanto, ela deve ser calculada em quantidades adequadas e distribuída ao longo de um dia. Pós treino Gel de carboidratos: 1 unidade a partir da primeira hora de treino. 1 por hora associado a ingestão de água. Milho torrado salgado: 1 porção de 30g a partir da primeira hora de treino. 30g por hora associado a ingestão de água. Suco de uva integral diluído em água: 30ml de suco para cada 500ml de água. Tomar 1 porção (água + suco) a cada hora de treino. Bananinha sem açúcar: ingerir 2 unidades por hora após a primeira hora de treino. Damasco seco: 4 unidades de damasco por hora após a primeira hora de treino. Exames Hemoglobina Valores de Referência Homens: 13 a 17 g/dL Mulheres: 12 a 16 g/dL Ferro sérico 50 a 180 mg/dL Principais exames Fazer uma avaliação nutricional completa é essencial em pacientes com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo, a fim de que não haja nenhuma deficiência que possa prejudicar a evolução. Elaborado por Nutri de Consultório® Exames Vitamina B12 Valores de Referência 490 pg/mL (valor ideal segundo evidências atuais) Saturação de transferrina 20 a 50% Glicemia de jejum 1,65 Hb glicada 40 mg/dL LDLde dormir e + 4 horas depois de acordar Estratégia 4: Jejum intermitente Abstinência calórica de 1 dia Um dia e meio de jejum calórico Ingestão de 500 a 600kcal/dia durante 2 dias na semana Mas, depois de todas essas possibilidades, como adaptar na prática? Como dito anteriormente, a distribuição de macronutrientes da dieta precisa estar baseada no hábito alimentar do paciente, nas suas preferências, nos fatores comportamentais e também nas possíveis condições clínicas associadas. Dito isso, qual o passo a passo a ser seguido? 1) Faça o Recordatório Habitual do paciente e analise a distribuição de macronutrientes; 2) Analise o consumo proteico atual e faça possíveis alterações para a adequação da ingestão de proteínas diária; 3) Faça um ajuste da quantidade de carboidratos, diminuindo caso a mesma seja alta (acima de 50%); 4) Analise o consumo de gorduras, principalmente das gorduras saturadas. Distribuição de macros na prática Gordura 30% Elaborado por Nutri de Consultório® Obs: essa é apenas uma recomendação prática que se encaixa dentro das recomendações e que atende as necessidades e hábitos alimentares da maior parte da população. Atente-se a individualidade dos seus pacientes para chegar na distribuição mais adequada para cada um. Principais estratégias e recomendações no emagrecimento Existem diversas recomendações específicas no emagrecimento. Abaixo, apresentamos as principais, com evidências na literatura e prática aplicada. Pensando em um paciente de emagrecimento, esses seriam os pontos que você não poderia deixar de levar em consideração: Aumentar a ingestão proteica no emagrecimento é essencial para melhora da saciedade e manutenção de massa magra. Prescrição: 1,2 a 3,5g/kg de peso. Na prática: mínimo de 1,6g/kg de peso, distribuídas em 4 refeições ao longo do dia (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar). OBS: Indivíduos em emagrecimento mais estético podem se beneficiar de uma dieta mais proteica (no mínimo 2g/kg de peso/ dia) a fim de manter massa magra. 01 Aumento da prescrição de alimentos com baixa densidade calórica, já que são alimentos em que o paciente pode ingerir maiores quantidades. Exemplos: morango, vegetais, melancia, melão, etc. 02 Reduzir alimentos com alta densidade calórica, já que são alimentos que precisam ser ingeridos em pequenas quantidades. Exemplos: azeite, pasta de amendoim, açaí, macarrão, etc. 03 Incentive o aumento do consumo de vegetais, principalmente salada, a fim de garantir mais saciedade.04 Elaborado por Nutri de Consultório® Orientar ingestão adequada de água e um sono de qualidade. Uma boa noite de sono contribui para regulação hormonal (leptina e grelina), o que reflete em um maior controle da ingestão alimentar no dia seguinte. 07 Incentive a prática de exercícios físicos, principalmente de musculação, a fim de manter a massa muscular. 05 Se atentar ao comportamento alimentar do paciente relacionado aos finais de semana, beliscos, fome hedônica, etc.06 Suplementação no emagrecimento Apesar de não existir nenhum suplemento que seja associado diretamente à perda de peso, o Whey Protein e a Creatina podem ser utilizados nesses pacientes a fim de contribuir com a ingestão proteica, no caso do uso do Whey Protein e também na manutenção da massa magra com o uso da Creatina. Outro suplemento que pode ser utilizado na prática é a cafeína, que pode ser usada como estimulante para os pacientes com queixa de desânimo ou cansaço. Prescrição: 1) Whey protein: conforme necessidade proteica do paciente; 2) Creatina: 5g por dia; 3) Cafeína: 3 a 6mg/kg por dia. Caso ela seja utilizada no pré-treino, orientar a ingestão 40 minutos a 60 minutos antes. Elaborado por Nutri de Consultório® Na hipertrofia muscular, ao contrário do emagrecimento, é necessário um balanço energético positivo para o ganho de massa magra. Aliado ao superávit calórico, é importante que haja exercício físico resistido para hipertrofia. Ao se deparar com um paciente com o objetivo de hipertrofia, você precisa seguir os passos iniciais de 1 a 3 para obtenção do GET (consultar seção "Comece por aqui"). Feito este cálculo, você precisa promover um aumento calórico até obter um VET de dieta maior que o gasto total diário. Superávit calórico na hipertrofia Existem algumas estratégias, de acordo com a literatura, para promoção do superávit calórico: Perfil Iniciante e intermediário Superávit calórico 400 - 800kcal Estratégia 1: GET + 500kcal de superávit Estratégia 2: GET + superávit de acordo com perfil do paciente Avançado 200 - 400kcal Esse perfil deve ser determinado pelo nível de treinamento do paciente. Elaborado por Nutri de Consultório® Carboidrato 4g a 8g/kg (45% - 60% das calorias), sendo que as mulheres costumam consumir perto do limite inferior a faixa. Proteína 1,6g a 2,2g/kg Exemplo: vamos considerar um paciente que atingiu o objetivo de emagrecimento e agora deseja ganhar massa muscular. Dieta anterior do paciente (emagrecimento): 1500 Kcal Próxima prescrição: 1500 + 20% = 1800kcal Portanto, a próxima dieta desse paciente será de 1800 Kcal. Na consulta seguinte, faremos novamente a estratégia dos 20%, aumentando 20% de 1800 Kcal, ou seja, oferecemos uma dieta com 2160 Kcal. Estratégia 3: Aumento de 20% sobre a última prescrição Gordura > 15% a 20% do VET, sendo a gordura saturada necessária menor que 10%. Estratégia 1: Estratégia 2 (em relação a carboidratos): Recomendação de carboidratos de acordo com nível de treinamento Distribuição de macronutrientes na hipertrofia Treino Intensidade baixa Superávit calórico 3 a 5g/kg Intensidade alta 5 a 7g/kg Mas, depois dessas possibilidades, como adaptar na prática? Na prática, você pode usar a estratégia que mais se adequar a cada caso, mas, o que mais utilizamos a fim de minimizar o ganho de gordura corporal, é a estratégia de acrescentar 20% de calorias na última recomendação calórica. Elaborado por Nutri de Consultório® Principais estratégias e recomendações na hipertrofia Existem diversas estratégias específicas, como dietas mais baixas em carboidratos, dietas hiperlipídicas ou hiperproteicas. Abaixo, apresentamos as principais distribuições com evidências na literatura: Diferente do emagrecimento, na hipertrofia é recomendada a prescrição de alimentos com maior densidade calórica, a fim de facilitar a ingestão alimentar. Alimentos como pasta de amendoim, leite em pó desnatado e aveia são muito comuns nessa prescrição. 01 Mas, depois dessas possibilidades, como adaptar na prática? Principalmente na hipertrofia, a avaliação física é um importante parâmetro para ajuste da dieta. Na prática, você pode iniciar com uma prescrição de carboidratos mais próximo da faixa inferior, de acordo com o nível de intensidade de treinamento, ou seja, oferecendo 3g/kg de peso para pacientes com baixa intensidade de treino e 5g/kg de peso para aqueles com treinos mais intensos. Você pode promover aumento dessa prescrição de carboidratos de forma proporcional ao aumento calórico em cada prescrição. Em relação às proteínas e gorduras, a prescrição pode seguir a recomendação acima, com proteínas entre 1,6 a 2,2g/kg e o restante deve ser ajustado com alimentos fonte de gorduras. Apesar da necessidade de maior ingestão alimentar, é imprescindível a orientação quanto à qualidade da dieta. Esses pacientes geralmente abrem mais exceções alimentares e por isso acabam ganhando gordura no processo da hipertrofia. 02 Como as refeições na hipertrofia são geralmente mais volumosas, é necessário estratégia no momento de programar os horários, pensando em afastá-las ao máximo do momento do treino. Uma refeição volumosa ou rica em gorduras como pré-treinos não deve ser orientada, uma vez que o gasto energético para digestão dessa refeição pode prejudicar o desempenho no treino. 03 Elaborado por Nutri de Consultório® Suplementos na hipertrofia Na hipertrofia, o suplemento mais utilizado com base nas evidências é a Creatina, já que esta contribui para aumentode força e pode contribuir com o ganho de massa muscular. O Whey Protein também pode ser utilizado nesses pacientes a fim de contribuir com a ingestão proteica. Outro suplemento que também pode ser utilizado na prática é a cafeína, já que ela afeta positivamente o desempenho em diversas modalidades de exercícios. Prescrição: Não há evidências sobre a existência de uma janela anabólica pós treino, ou seja, não é necessário que o paciente faça suplementação proteica no pós-treino imediato. A literatura mostra que o mais importante para a hipertrofia é a ingestão diária de proteínas, sem evidências a respeito do momento mais adequado. 04 A ingestão adequada de água e uma noite de sono de qualidade também são orientações essenciais no processo de hipertrofia. Ingestão de água: 35ml/kg de peso Sono: 6 a 8 horas de sono por dia. 05 1) Whey protein: conforme necessidade proteica do paciente; 2) Creatina: 5g por dia, todos os dias, independente do treino; 3) Cafeína: 3 a 6 mg/kg, 40 a 60 minutos antes do treino. Elaborado por Nutri de Consultório® A manutenção de peso é indicada para os pacientes que já estão com peso adequado, com percentual de gordura considerado adequado e/ou satisfeitos com sua composição corporal. Caso essa seja a sua recomendação para determinado paciente, basta seguir os 4 passos (indicados na seção "Comece por aqui"), uma vez que o GET será igual ao VET da sua prescrição. Principais recomendações nutricionais na manutenção de peso No caso da manutenção de peso, é importante fazer ajustes na qualidade da dieta. Essas melhorias podem ser sugeridas com base no Recordatório habitual, coletado durante a consulta. Como ajustar? Verifique como está a ingestão proteica do paciente, mantendo, no mínimo, 1,2g de proteínas/kg de peso por dia. Dependendo do objetivo ou condição clínica, esse valor pode ser maior. 01 Atente-se a ingestão de fibras, ou seja, ao consumo de frutas, verduras e legumes, além de alimentos integrais, cereais integrais e sementes. 02 Preocupe-se com o teor de gorduras consumido, principalmente falando das gorduras saturadas. Avalie a ingestão de carnes mais gordurosas, lácteos integrais, queijos gordurosos e quantidade de ovos. Além disso, questione sobre a quantidade de óleo/azeite/gordura utilizado para cozinhar. Obs: uma forma prática de fazer esta análise é utilizar a seguinte referência: 1 litro de óleo por mês para uma família de 4 pessoas. 03 Elaborado por Nutri de Consultório® Faça adequação da ingestão de água e oriente sobre a importância de um sono de qualidade.04 Caso o paciente tenha alguma condição clínica ou nutricional específica, adequar as orientações acima.05 Referência: Livro Nutrição Moderna de Shills e Livro Tratado de Nutrição Esportiva; Livro Nutrição na Prática Clínica Baseada em Evidências, 2021; Phillips SM. Protein requirements and supplementation in strength sports. Nutrition. 2004 Jul-Aug;20(7-8):689-95; KERKSICK, C. et al. ISSN exercise & sports nutrition review update: research & recommendations. J Int Soc Sports Nutr. Aug 1;15(1):38, 2018. Elaborado por Nutri de Consultório® Agora que você já sabe o que prescrever em casos de emagrecimento, hipertrofia ou manutenção de peso, vamos direcionar suas condutas para condições clínicas muito comuns no dia dia de um consultório. As doenças e condições clínicas estão divididas em: descrição, recomendações calóricas, recomendações de macronutrientes, orientações gerais da dieta, principais exames e suplementos. Você vai perceber que unimos a teoria de acordo com as evidências mais recentes, mas também te apresentamos a prática, para que o Guia seja realmente útil para o seu dia a dia. Elaborado por Nutri de Consultório® Elaborado por Nutri de Consultório® Descrição O Diabetes Tipo 2 é uma doença crônica caracterizada por resistência à insulina e/ou deficiência relativa de insulina. Isso resulta em níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia). Os principais sintomas e queixas associados ao Diabetes Tipo 2 incluem sede excessiva, aumento da frequência urinária, fadiga, visão embaçada, feridas que demoram a cicatrizar e formigamento nos membros. Caso seu paciente mencione alguns desses sintomas, pode ser solicitado exames para que o diagnóstico correto seja determinado. Recomendação calórica É muito comum que os pacientes com diagnóstico de Diabetes tipo 2 estejam em sobrepeso ou sejam obesos, portanto, deve-se fazer uma prescrição com o objetivo de emagrecimento. Retome a seção de Emagrecimento deste Guia para calcular o VET da dieta do seu paciente. Recomendação de macronutrientes Carboidratos: De acordo com as principais evidências, não há recomendação específica de % de carboidratos. A OMS não recomenda menos de 130g por dia de carboidrato para adultos, visto que o carboidrato é um substrato energético importante. Proteínas: Algumas pesquisas indicam que entre 20-30% VET podem melhorar a saciedade. Evitar restrição 1,5g/kg de peso por dia. Em pacientes obesos graves, tentar aproximar de 1,2g/kg de peso. Gordura Até 30% do VET, com a preocupação de evitar refeições com >15g de gorduras, principalmente pelo RCV aumentado nos pacientes diabéticos. As fibras são extremamente importantes para o diabético, já que contribuem para o controle glicêmico das refeições, além de impactar na redução de LDL-colesterol. Ver recomendações práticas na seção de orientações gerais. Recomendação de consumo de fibras - cerca de 25g/dia. Orientações gerais da dieta na prática Fracione as refeições ao longo do dia, a fim de evitar grandes volumes, o que contribuiria para uma carga glicêmica muito grande. Dê prioridade a alimentos integrais, quando o paciente tolera. Caso não seja possível, aumente o teor de fibras nas refeições de outras formas: adicionando aveia, sementes e salada. Não há necessidade de restringir o consumo de nenhum tipo de fruta. Uma orientação importante é que as frutas devem ser consumidas juntamente com fontes de fibras e/ou proteínas. Exemplos: fruta com castanhas, fruta com sementes e/ou aveia, fruta com iogurte desnatado, etc. O uso de adoçantes deve ser recomendado, por não agregar açúcares e calorias na dieta. Priorize a prescrição de adoçantes naturais e atente-se às quantidades utilizadas pelos pacientes. Elaborado por Nutri de Consultório® Incentive o consumo de proteínas magras e produtos com menor teor de gorduras (queijos lights, iogurte desnatado, requeijão/creme de queijo light) e atente-se ao consumo de manteiga. Verifique o uso excessivo do sal. Incentivo à adoção de um estilo de vida saudável, com a prática de exercícios físicos, diminuição do consumo alcoólico e fumo. Principais exames Além de solicitar glicemia de jejum, hemoglobina glicada e insulina basal para avaliar o impacto da dieta sobre o controle do diabetes, é importante ainda solicitar os exames gerais da nossa prática, com ênfase para creatinina e TFG (para avaliar a função renal), TGO e TGP (para avaliar a função do fígado) e colesterol total e frações (para avaliar RCV) e vitaminas mais comuns (Vitamina D e B12). Exame Glicemia de jejum Glicemia ao acaso Glicemia pós teste de TGO Hb glicada Normal = 126 >= 200 >= 6,5 >= 200 Exames Insulina basal Colesterol total HDL LDL Valores de Referência 2,5 a 25 μU/mL 40 mg/dL 0,7 a 1,6 mg/dL Mulheres: 0,6 a 1,1 mg/dL > 90 ml/min/1,73m TGO e TGP Abaixo de 35 UI/L Vitamina D Valores de Referência: Deficiência: 200 mg/dia). Principais exames No caso de pacientes hipertensos, você deve solicitar os principais exames da prática do nutricionista. Há impacto importante da HAS sobre a saúde renal, portanto, não esqueça de solicitar e analisar creatinina sérica e TFG desses pacientes. Exames Creatinina sérica TFG Valores de Referência Homens: 0,7 a 1,6 mg/dL Mulheres: 0,6 a 1,1 mg/dL > 90 ml/min/1,73m Elaborado por Nutri de Consultório® Suplementação na Hipertensão Arterial Segundo as evidências, os suplementos que mostraram discreto impacto sobre a redução da PA são: vitamina C, peptídeos bioativos derivados de alimentos, alho, fibras dietéticas, linhaça, chocolate amargo (cacau), soja, nitratos orgânicos e ômega 3. Na prática, a inclusão desses alimentos na dieta é válida. Existem alguns suplementos de extrato de alho que podem ser indicados: Prescrição: Extrato de alho - 500mg por dia. Referência: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Livro Nutrição na Prática Clínica Baseada em Evidências, 2021. Elaborado por Nutri de Consultório® Hipercolesterolemia isolada Aumento isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL). Hipertrigliceridemia isolada Descrição Dislipidemias são um conjunto de condições clínicas determinadas por alterações das frações de lipídios. As dislipidemias podem ser classificadas em: Hiperlipidemia mista HDL-c baixo Aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum). Aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/ dL, se a amostra for obtida sem jejum). Redução do HDL-c (homens20% de poliinsaturadas e 200mg/dL) A distribuição de macronutrientes acima deve ser considerada, no entanto, na prática, como também há necessidade de se pensar no emagrecimento do paciente, a proporção de carboidratos geralmente precisa ser mais baixa e a de proteínas mais alta. Portanto, uma distribuição adequada para esses pacientes dislipidêmicos é: Carboidrato 45 a 55%, podendo atingir 60% nos casos de LDL com valores limítrofes (150 a 199 mg/dl) Proteína Gordura 15 a 20% 25 a 35%, sendo 10 a 20% de gorduras monoinsaturadas, 10 a 20% de poliinsaturadas e 200mg/dL) Elaborado por Nutri de Consultório® Orientações gerais da dieta Fique atento à prescrição de ovos no café da manhã. É comum que haja necessidade de prescrever 1 unidade de ovo inteiro e mais algumas claras, a fim de reduzir gorduras mas ainda assim acrescentar proteínas nessa refeição; Queijos menos gordurosos como o padrão light ou mussarela light podem contribuir também para essa redução de gordura; No almoço e jantar deve ser incentivado o consumo de carnes vermelhas magras (patinho, coxão mole, coxão duro, músculo) e, principalmente, frango e peixe. Você pode orientar quanto ao rodízio de carnes ao longo da semana, sendo a carne vermelha, consumida com menor frequência (exemplo: 1 a 2 vezes por semana). No cálculo da prescrição para dislipidêmicos, sua atenção precisa estar voltada principalmente para o controle de gorduras. Na prática, a quantidade de gorduras não deve ultrapassar 15g por refeição, o que contribui para atingir 25 a 30% do VET ao longo de um dia. Dicas práticas em relação a isso: Faça prescrição de alimentos fonte de fibras solúveis, que podem contribuir para redução do colesterol. O farelo de aveia é uma fonte rica em fibras solúveis e pode ser prescrita na quantidade de 2 colheres de sopa por dia. Em relação aos triglicérides, verifique o excesso do consumo de carboidratos no recordatório do paciente. Geralmente, são pessoas que consomem bastante massa, pães, doces, sucos, refrigerantes. Faça o controle do consumo desses alimentos, prescrevendo refeições completas, com quantidades controladas desses alimentos. A ingestão de frutas (qualquer tipo) deve ser incentivada e pode estar associada a alguma fonte de fibras ou proteínas (aveia, iogurte desnatado, leite - para vitamina, etc.). O consumo de suco pode ser desmotivado, principalmente, quando se trata dos industrializados. Elaborado por Nutri de Consultório® Exames Triglicérides Colesterol total LDL Valores de Referência 40 mg/dL Não HDL Baixo: 40 mg/dL LDLainda há discordância sobre a prescrição e por isso, na prática, ainda não há segurança da prescrição. Referência: ESPEN practical guideline: Clinical nutrition in liver disease, 2020. Elaborado por Nutri de Consultório® Elaborado por Nutri de Consultório® Descrição A Anemia Ferropriva é a forma mais comum de anemia e ocorre devido à deficiência de ferro no organismo. Essa condição pode ser causada por ingestão inadequada de ferro, má absorção, perdas excessivas de sangue (como em casos de menstruação abundante ou sangramento gastrointestinal), ou necessidades aumentadas de ferro, como durante a gravidez ou crescimento rápido em crianças. Os sintomas podem ser: indisposição, cansaço, sonolência, palidez, irritabilidade, e fadiga. De acordo com a OMS, é uma condição na qual a Hemoglobina sérica (Hb) está abaixo dos níveis adequados ( 8g/dL: 120 mg/dia de ferro para adultos, sendo que a dose máxima que o nutricionista pode prescrever é de 45mg/dia. Interação fármaco-nutriente Alguns medicamentos como antiácidos (ex: omeprazol, pantoprazol, etc.) podem interferir na absorção do ferro. Diante disso, é necessário aconselhar que o paciente administre o medicamento e a suplementação em horários separados. Referência: Consenso sobre Anemia Ferropriva: Atualização - Destaques 2021. Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição. Elaborado por Nutri de Consultório® Elaborado por Nutri de Consultório® Descrição O Hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide não produz hormônios tireoidianos em quantidades suficientes para atender às necessidades do organismo. Uma das principais consequências é a redução do metabolismo energético, o que causa sintomas como fadiga, ganho de peso, pele seca, queda de cabelo, constipação, sensibilidade ao frio e alterações de humor. Recomendação calórica As recomendações calóricas de pacientes com hipotireoidismo variam de acordo com o estado nutricional, idade, sexo e objetivos individuais. No entanto, como é uma doença de influência no metabolismo energético, é comum que os pacientes estejam acima do peso, em sobrepeso ou obesidade, e por isso vão se beneficiar de uma dieta com o objetivo de emagrecimento. Para a sua prescrição, consulte neste Guia a seção de Emagrecimento. Recomendação de macronutrientes As recomendações de macronutrientes para pacientes com hipotireoidismo não diferem das indicadas para população saudável. Uma das indicações em relação aos macronutrientes é que a dieta no hipotireoidismo não seja restrita ou muito baixa em carboidratos (evitar dietas abaixo de 40% do VET). Para fazer sua prescrição, consulte a seção de emagrecimento, manutenção de peso ou hipertrofia, de acordo com o objetivo que será traçado junto com o paciente. Elaborado por Nutri de Consultório® Orientações gerais da dieta Existem alguns nutrientes essenciais para a tireoide: iodo, ferro, zinco, selênio e vitaminas do complexo B. Ao mesmo tempo, isso não quer dizer que há necessidade de suplementar todos esses micronutrientes. Como o sal consumido no Brasil é iodado, a ingestão de iodo não é uma preocupação. Apenas avalie a ingestão de sal do paciente para entender se ela não é muito baixa ou muito alta (de 4 a 5g de sal por dia). Pacientes anêmicos têm comumente alterações na tireoide, por isso, estimular a ingestão de alimentos fonte de ferro é importante, além de fazer suplementação caso seja necessária. Para isso, garanta a ingestão de alimentos, como: vegetais verdes escuros, leguminosas e carnes. Para ajudar na absorção do ferro não-heme, incentive o consumo de alimentos fontes de vitamina C na mesma refeição. O estresse e a inflamação podem prejudicar o funcionamento da tireoide, por isso, é comum identificar picos de TSH quando há períodos de estresse intensos. Fique atento a isso ao olhar os exames dos seus pacientes. Falando em inflamação, a perda de peso é recomendada para pacientes em sobrepeso ou obesidade. Atente-se também à ingestão de açúcar, gordura saturada e alimentos ultraprocessados. Como comentado anteriormente, cuidado com dietas muito restritas em carboidratos. Priorize a prescrição de carboidratos integrais e estimule também o consumo de fibras. Elaborado por Nutri de Consultório® Exames TSH Valores de Referência Crianças e adolescentes: 0,17 a 2,9 mUI/L Adultos: 0,25 a 5,0 mUI/L. Acima de 60 anos: 0,35 a 5,5 mUI/L Principais exames No acompanhamento do hipotireoidismo é essencial avaliar os exames para acompanhamento da função tireoidiana (TSH e T4 livre). No entanto, também é necessário avaliar os nutrientes importantes para a saúde da tireoide, além de glicemia e perfil lipídico, que podem estar alterados no hipotireoidismo. T4 livre 0,7 a 1,8 ng/dl para crianças, adultos e idosos Glicemia de jejum 40 mg/dL LDL 30ng/mL (principalmente em mulheres, ideal > 80 ng/mL) *O ferro sérico é um parâmetro de menor especificidade, já que pode estar alterado por diversos motivos (doença crônica, deficiência de Vit. C). Elaborado por Nutride Consultório® Suplementação Suplementação: 30 a 45 mg (UL para adultos) de ferro quelado, 1 vez ao dia, por 30 dias. Suplementação de ferro, se necessário, quando houver alteração nos parâmetros (ferritina baixa, capacidade de ligação do ferro alta e/ou saturação de transferrina alta). Demais nutrientes (vitaminas do complexo B, zinco, selênio) podem ser obtidos através da alimentação. Observação: Para identificação do hipertireoidismo na sua prática clínica, é necessária a dosagem dos hormônios tireoidianos, sendo que T3 e T4 ficam aumentados e TSH baixo. No hipertireoidismo é comum que o TSH fique abaixo de 0,4 mU/L, mesmo que os níveis de T4 estejam normais. O quadro de hipertireoidismo pode ser indicado por você em consulta, mas é necessário que haja encaminhamento desse paciente para um endocrinologista, a fim de confirmar o diagnóstico. Na prática, esse paciente vai passar por um tratamento ou cirurgia para a retirada da tireoide, desenvolvendo, então, um hipotireoidismo. Na prática do nutricionista, atuar no controle do hipertireoidismo através da dieta é bastante raro. O que acontece na maioria dos casos é a necessidade do tratamento do hipotireoidismo. Referência: Chaker, Layal et al. “Hypothyroidism.” Nature reviews. Disease primers vol. 8,1 30. 19 May. 2022; Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição. Elaborado por Nutri de Consultório® Elaborado por Nutri de Consultório® Descrição A candidíase de repetição é uma condição em que a mulher apresenta episódios recorrentes de infecção por Candida albicans. Esse fungo faz parte da microbiota vaginal, mas pode desenvolver-se com intensidade sob certas condições, como umidade excessiva na região, pH vaginal ácido e por outras condições hormonais e ambientais. Além desses fatores, hábitos alimentares não saudáveis contribuem para o surgimento e persistência desses sintomas. Recomendação calórica Não há nenhuma evidência em específico que recomende uma mudança na ingestão calórica de mulheres com candidíase de repetição. A qualidade da dieta é imprescindível para controle dos sintomas, portanto, a adequação calórica da prescrição deve estar de acordo com o objetivo e estado nutricional da paciente. Consulte as seções de emagrecimento, manutenção de peso e/ou hipertrofia para calcular o VET da dieta. Recomendação de macronutrientes O papel da alimentação sobre a microbiota intestinal já é bem conhecido. Quando trata-se da microbiota vaginal, as evidências também mostram que há influência da qualidade da dieta. Segundo estes estudos, uma dieta rica em carboidratos e alta em gorduras podem alterar o pH vaginal, aumentando a proliferação de fungos como a Candida albicans. Ainda não existe em literatura, uma recomendação precisa da distribuição de macronutrientes em uma dieta pensando no controle e prevenção da Candidíase. Elaborado por Nutri de Consultório® Como se adaptar na prática? Carboidrato 40 a 45% Proteína 30% Gordura 25 a 30% Como há necessidade de uma dieta controlada em carboidratos e gorduras, é necessário que a distribuição entre macronutrientes seja semelhante à proposta acima. O que vai determinar sua conduta entre prescrever 40 ou 45% de carboidratos e 25 ou 30% de gorduras é o hábito alimentar do seu paciente. Faça essa análise a partir de uma anamnese detalhada e o recordatório alimentar coletado. Orientações gerais da dieta Levando em consideração a necessidade de controlar a ingestão de carboidratos e gorduras, estimule a redução do consumo de açúcares e carboidratos refinados: é importante reduzir doces, bolos, refrigerantes, alimentos processados e outros produtos ricos em açúcar. Pensando no controle do consumo de gorduras, evite prescrever carnes gordurosas, laticínios integrais, óleo de coco, quantidades excessivas de ovos, embutidos e carnes processadas. Nozes, castanhas e sementes são alimentos bem-vindos na prescrição. Inclua alimentos como frutas vermelhas, legumes de folhas verdes escuras, alho, cebola e chá verde na dieta, a fim de aumentar a ingestão de antioxidantes. O consumo excessivo de álcool e cafeína pode prejudicar o sistema imunológico e favorecer o crescimento excessivo de Candida. Modere o consumo dessas substâncias. Elaborado por Nutri de Consultório® Alguns alimentos têm propriedades antifúngicas naturais e também podem estar presentes na dieta dessas pacientes: alho, orégano, açafrão e gengibre. Exames Valores de Referência Principais exames É importante monitorar a glicemia dessas pacientes, já que uma alteração pode aumentar o risco de desenvolvimento da candidíase. Glicemia de jejumde suplementação para profilaxia da doença é o uso da cranberry. No entanto, ainda há necessidade de mais estudos na área, a fim de confirmar a eficácia da suplementação ou ingestão de algum produto derivado da fruta, como o suco ou pó. O uso de probióticos pode ser associado ao tratamento da infecção urinária, já que o paciente estará em uso de antibióticos. Neste caso, você pode indicar o uso de probióticos que contenham de 4 a 5 cepas probióticas, uma vez que estes oferecem maior variedade e ajudam a manter o equilíbrio da flora vaginal e urogenital, dificultando a colonização de bactérias patogênicas. Referência: Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição. Elaborado por Nutri de Consultório® Descrição A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endocrinológica que afeta mulheres em idade reprodutiva. Ela é caracterizada por alterações hormonais que resultam na formação de cistos nos ovários, entre outras manifestações clínicas. As principais características da doença são a menstruação irregular, hiperandrogenismo (aumento dos hormônios sexuais masculinos), resistência à insulina e anovulação (ausência ou irregularidade na ovulação). Essas mulheres cursam com uma variedade de sintomas, como excesso de pêlos (rosto, barriga e seios), acne, aumento da oleosidade da pele, ganho de peso e dificuldades para engravidar. Recomendação calórica A maioria das pacientes com SOP podem desenvolver sobrepeso e/ou obesidade, já que as alterações hormonais da doença contribuem para o ganho de peso. É importante analisar o estado nutricional da paciente para a sua prescrição, mas uma dieta hipocalórica pode ser benéfica nestes casos. Quando a paciente tem estado nutricional adequado, avalie o percentual de gordura, para entender se um pequeno déficit calórico será benéfico para melhora da composição corporal. Consulte a seção de emagrecimento deste Guia para saber como calcular. Recomendação de macronutrientes Uma das alterações importantes na SOP é a resistência à insulina, por isso, a preocupação com a quantidade e tipo de carboidratos é válida. Não há na literatura uma indicação da distribuição de macronutrientes da dieta dessas pacientes, no entanto, pode-se adaptar na prática a seguinte: Elaborado por Nutri de Consultório® Carboidrato Entre 35 a 45% de carboidratos, dependendo do hábito alimentar (recordatório habitual) do seu paciente. Proteína >1,6g/kg de peso por dia. Em pacientes obesas graves, tentar aproximar de 1,2g/kg de peso. Gordura Até 30% do VET Orientações gerais da dieta Uma consideração importante a respeito da doença é que há maior prevalência de transtornos alimentares e alimentação desordenada associado à SOP, por isso, é fundamental estar atento(a) na identificação de sinais de comportamentos alimentares inadequados e disfuncionais. Em relação aos carboidratos, é importante evitar refeições de alta carga e índice glicêmicos, por isso, faça a prescrição de refeições mais equilibradas (carboidratos, proteínas e/ou gorduras boas) e ricas em fibras. Incentive o consumo de proteínas magras e reduza a ingestão de gordura saturada para essas mulheres. É importante orientar sobre hábitos saudáveis como um todo, evitando excesso da ingestão de bebida alcoólica, cessação de tabagismo, aumento do nível de atividade física e ingestão adequada de água. Devido às alterações hormonais, a capacidade antioxidante dessas pacientes é limitada e, por isso, deve-se incentivar o consumo alimentar bem variado, rico em frutas, verduras e legumes. Atente-se para os alimentos fontes de selênio (castanha do Pará), Vitamina C, Vitamina E, zinco. Elaborado por Nutri de Consultório® Exames Insulina basal Valores de Referência 2,5 a 25 μU/mL - devendo idealmente estar abaixo de 10 Principais exames Glicemia de jejum 1,65 Hb glicada 40 mg/dL LDL 1,6g/kg de peso por dia. Em pacientes obesas graves, tentar aproximar de 1,2g/kg de peso. Gordura Até 30% do VET Orientações gerais da dieta Atente-se para prescrição de alimentos ricos em antioxidantes, uma vez que a endometriose é uma doença inflamatória. Inclua alimentos como peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha), azeite de oliva, frutas vermelhas, vegetais folhosos verde-escuros e nozes. Recomendações de macronutrientes A distribuição de macronutrientes na Endometriose não é específica, segundo as evidências e recomendações. Para fazer a prescrição mais adequada, você deve avaliar o hábito alimentar da sua paciente e evitar que algum macronutriente esteja em desequilíbrio. Caso a paciente tenha necessidade de redução de gordura corporal, a distribuição de macronutrientes na prática, pode ser a seguinte: No caso de pacientes com indicação de manutenção de peso, sua prescrição pode seguir o hábito, desde que seja respeitado o equilíbrio entre os nutrientes da dieta, sem excessos. A hipertrofia não é contraindicada na endometriose, mas o superávit calórico e a quantidade de carboidratos precisam ser aumentados de forma gradual, observando-se os sintomas e exames da paciente. Elaborado por Nutri de Consultório® Ainda pensando em inflamação, é essencial reduzir alimentos que contribuem para a inflamação, portanto, reduza carnes processadas, frituras, alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares adicionados e alimentos altamente processados. Existe a recomendação de reduzir o consumo de carne vermelha para essas mulheres, aumentando a ingestão de aves e peixes. Os laticínios magros (leite e iogurte desnatados, queijos magros) podem contribuir para redução do processo inflamatório, portanto,1 porção por dia deve ser incentivada. É importante adequar o consumo de fibras nessas pacientes, então é importante que você prescreva e oriente o consumo de frutas, vegetais, leguminosas e grãos integrais. Incentive o consumo adequado de água para manter uma boa hidratação e incentive a moderação no consumo de cafeína e álcool, uma vez que esses alimentos podem causar irritação e desequilíbrio hormonal, diante do excesso do consumo. Considere as alergias, intolerâncias alimentares ou sensibilidades específicas a fim de reduzir ou eliminar o consumo desses alimentos, reduzindo assim as chances de aumento dessa inflamação que já está presente na endometriose. Atente-se ao consumo de alimentos fontes de Vitamina C, uma vez que essa é uma vitamina com potencial antioxidante. O gengibre também é um alimento estudado na endometriose para controle da dor pélvica, por isso, sua prescrição na dieta pode ser importante (chás, incluído em sucos, molhos ou até como tempero). Elaborado por Nutri de Consultório® Exames Hemoglobina Valores de Referência Homens: 13 a 17 g/dL Mulheres: 12 a 16 g/dL Glicemia de jejum 1,65 Hb glicada 40 mg/dL LDL 30ng/mL (principalmente em mulheres, ideal > 80 ng/mL) Ácido fólico > 6 ng/mL Principais exames O paciente com uso frequente de antiácidos pode cursar com deficiência de vitamina B12, ácido fólico e ferro, por afetar a biodisponibilidade desses micronutrientes. Capacidade de ligação do ferro sérico 250 a 425 µg/dL Suplementação Se entre 210-300 pg/mL: suplementação manipulada de 1.200 a 1.500 mcg com administração sublingual; Vitamina B12: Pode ser necessário a suplementação de Vitamina B12, ferro ou ácido fólico caso haja deficiência de algum desses parâmetros. Elaborado por Nutri de Consultório® https://nutritotal.com.br/pro/material/tabela-de-teor-de-vitamina-b12-nos-alimentos/ https://nutritotal.com.br/pro/serie-micronutrientes-qual-e-a-importancia-do-acido-folico/ https://nutritotal.com.br/pro/deficiencia-de-ferro-em-individuos-vegetarianos-e-onivoros/ Se entre 300-400 pg/mL: suplementação manipulada de 1.000 a 1.200 mcg com administração sublingual; Se entre 400-500 pg/mL: suplementação manipulada de 500 a 800 mcg com administração sublingual. Ferro: 45mg/dia Ácido fólico: 400 mcg/dia Referência: Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição. Diretriz: DRGE Perspectiva mundial sobre a doença do refluxo gastroesofágico, 2015. Elaborado por Nutri de Consultório® Descrição A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma desordem funcional crônica do trato gastrointestinal que afeta o intestino grosso (cólon). Caracteriza-se por sintomas recorrentes, como dor abdominal, alterações do hábito intestinal e desconforto abdominal, mas sem evidências de lesões ou inflamações detectáveis por exames médicos. Essa alteração intestinal pode se dividir em predominância de diarreia, predominância de constipação, ou os dois ao mesmo tempo. O diagnóstico da SII é feito através da exclusão de outras condições gastrointestinais.