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Elaborado por Nutri de Consultório®
Olá, Nutri!
Eu sei que você atende diversos casos toda semana e
que, na maior parte das vezes, eles são bem diferentes
uns dos outros, por mais que você já tenha seu nicho
bem definido. Sempre tem aquele paciente com
determinado objetivo, com alguma condição clínica
diferente ou até mesmo aqueles com um conjunto de
doenças. Por mais que você tenha estudado bastante
antes de começar a atender, pode ser que se sinta
insegura em fazer algumas prescrições.
Pensando nisso, criamos o Guia de Condutas, uma
ferramenta para direcionar suas prescrições, com
base em evidências científicas. Esse é um Guia prático,
que vai te dar segurança e direção sobre como
prescrever calorias, macro e micronutrientes,
principais suplementos e interações medicamentosas
de diversas doenças e condições clínicas.
Aproveite o Guia de Condutas como um instrumento
de consulta para a sua prática!
Seja bem-vinda ao Guia de Condutas!
Elaborado por Nutri de Consultório®
Sumário
1. Comece por aqui 04
2. Passo 01 05
3. Passo 02 06
4. Passo 03 06
5. Passo 04 07
6. Emagrecimento, hipertrofia e manutenção de peso 08
7. Emagrecimento 09
8. Hipertrofia 14
9. Manutenção de peso 18
10. Doenças crônicas 21
11. Diabetes Tipo 2 22
15. Anemia ferropriva
2712. Hipertensão arterial
3113. Dislipidemias
3514. Esteatose hepática
39
16. Distúrbios da tireoide 43
17. Hipotireoidismo 44
18. Saúde da mulher
19. Candidíase de repetição
20. Infecção urinária
21. Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
22. Endometriose
23. Doenças gastrointestinais
24. Refluxo gastroesofágico e gastrite
25. Síndrome do Intestino Irritável (SII)
26. Vegetarianismo e veganismo
27. Tipos de vegetarianismo e veganismo
28. Desempenho esportivo
48
49
52
55
58
63
64
68
73
74
80
Elaborado por Nutri de Consultório®
Para descobrir qual desses caminhos seguir, você precisa ter conversado
com seu paciente durante a anamnese, em relação ao objetivo que ele
deseja, mas também ter isso aliado à avaliação física. 
Por exemplo: Pode ser que você se depare com um paciente que tem como
objetivo a hipertrofia, no entanto, ao fazer a antropometria, você identifica um
alto percentual de gordura. Este é um exemplo de que é necessário aliar
objetivo e composição corporal, já que nessa situação provavelmente seria
mais adequado trabalhar primeiro a redução do percentual de gordura
(emagrecimento) e depois ter como objetivo a hipertrofia. 
Definido o objetivo, você precisa calcular qual será o valor calórico total da
dieta (VET).
Para calcular o VET, você seguirá os seguintes passos:
Antes de começar falando sobre as condições clínicas e recomendações
para cada uma delas, precisamos iniciar nossa conduta pensando no
objetivo do nosso paciente em relação ao peso.
Existem 3 objetivos em relação ao peso:
1) Manutenção de peso
2) Emagrecimento
3) Hipertrofia
1) Calcular a Taxa Metabólica Basal (TMB)
2) Multiplicar pelo Fator Atividade
3) Obter o Gasto Energético Total (GET)
4) Calcular o VET da dieta
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Harris - Benedict:
Homens: TMB = 66 + (13,8 x P) + (5,0 x A ) - 6,8 x I)
Mulheres: TMB = 655 + (9,6 x P) + (1,9 x A) - (4,7 x I)
P = peso em kg / A = altura em cm / I = idade em anos
Para calcular a TMB, existem três fórmulas principais e a escolha deve ser
baseada no estado nutricional atual do seu paciente:
Passo 01.
Para pacientes eutróficos (IMC: 18,5 a 25kg/m2)
Mifflin- St. Jeor:
Homens: TMB = (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) + 5
Mulheres: TMB = (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) – 161
P = peso em kg / A = altura em cm / I = idade em anos
Para pacientes em sobrepeso ou obesidade (IMC: > 25kg/m2)
Tinsley: 
TMB = (25,9 x MLG) + 284 ou
TMB = (24,8 x P) + 10
MLG = Massa livre de gordura / P = peso
Para pacientes atletas que possuem alto volume muscular e baixo
percentual de gordura:
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Neste passo, você precisará determinar o fator atividade. Ele deve estar de
acordo com o nível de atividade diária do seu paciente e exercício físico.
 
Obs: Lembre-se que atividade física também engloba todas as atividades diárias, o
que inclui trabalho, atividades domésticas, afazeres do dia a dia, etc.
Passo 02.
Nível de atividade física:
Sedentário: 1,2
Leve: 1,4
Moderado: 1,6
Intenso: 1,9
Muito intenso: 2,2
Sedentário: boa parte do dia sentado, sem realizar exercícios físicos.
Leve: boa parte do dia sentado, exercício leve, 1-3 dias por semana.
Moderado: exercício moderado, prática de esportes 3-5 dias por semana.
Intensa: exercício intenso, prática de esportes 6-7 dias por semana.
Muito Intensa: atletas profissionais ou treinos de musculação extremamente
longos e intensos.
Multiplique o valor da TMB pelo fator atividade para encontrar o GET. 
Para te ajudar neste cálculo, desenvolvemos uma planilha com as fórmulas e
valores de FA mencionados acima. Para acessar, basta clicar em: 
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1tnoJ-
oXjqrMviwe5lHdG2AoDag9NbqRE7plOYbwRsH8/edit?usp=sharing
Passo 03.
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https://docs.google.com/spreadsheets/d/1tnoJ-oXjqrMviwe5lHdG2AoDag9NbqRE7plOYbwRsH8/edit?usp=sharing
Avaliar o objetivo final da sua prescrição (manutenção de peso ou
emagrecimento ou hipertrofia) e fazer a prescrição do VET da dieta baseado
no GET.
Agora vamos detalhar como deve ser o VET de acordo com cada um dos
objetivos.
Passo 04.
Elaborado por Nutri de Consultório®
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O emagrecimento é um objetivo guiado por diferentes justificativas, como
questões de saúde (diabetes, obesidade), questões estéticas e também para
aumento de performance física.
Há várias estratégias que podem ser utilizadas no caso do emagrecimento,
mas todas se baseiam no balanço energético negativo, ou seja, um
consumo menor de energia do que o gasto.
Ao se deparar com um paciente com o objetivo de emagrecimento, você
precisa seguir os passos iniciais de 1 a 3 (na seção "Comece por aqui"). No
entanto, ainda precisa fazer um déficit calórico, ou seja, uma redução de
calorias a partir do cálculo do GET, para obter um VET que corresponda a um
déficit.
Déficit calórico no emagrecimento
Há 3 faixas de déficit que podem ser utilizadas, mas é sempre importante
avaliar a individualidade do paciente:
Fazendo essa redução calórica, você está promovendo déficit calórico, o que
contribuirá para o emagrecimento. Feito isso, você precisa encontrar a
distribuição de macronutrientes mais adequada para cada um dos seus
pacientes. 
Déficit leve
300Kcal a 500Kcal
para pequenos
emagrecimentos
(Recomendação calórica
As recomendações calóricas para pacientes com SII devem ser
individualizadas e baseadas nas necessidades energéticas de cada
indivíduo. A abordagem mais adequada é calcular o gasto energético total
do paciente e ajustar a ingestão calórica conforme o objetivo e estado
nutricional do paciente.
É importante considerar o risco de desnutrição causada pela disfunção
intestinal. Caso o tratamento e intervenção nutricional sejam tardios, o
paciente pode perder peso e, por isso, é necessário que uma dieta mais
hipercalórica seja prescrita.
Recomendação calórica
As recomendações de macronutrientes para pacientes com SII devem levar
em conta a tolerância individual a alimentos específicos e a presença de
eventuais distúrbios alimentares. Não existe uma recomendação direta da
distribuição de macronutrientes da dieta na SII, portanto, para adaptar à sua
prática, você pode seguir a recomendação sugerida nas seções de
emagrecimento, hipertrofia ou manutenção de peso, conforme objetivo do
seu paciente.
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Orientações gerais da dieta
As orientações gerais da dieta para pacientes com SII incluem a
identificação de alimentos que possam desencadear os sintomas e a
tentativa de evitar ou limitar o consumo desses alimentos. A dieta com
baixo teor de FODMAP é atualmente a intervenção dietética de maior
evidência para a SII.
O intuito nessa fase é excluir os alimentos com alto teor de FODMAP e
substituí-los por opções de baixo teor. Essa fase tem duração de 2 a 6
semanas e a intenção é observar a redução dos sintomas e verificar
se o paciente responde positivamente à restrição de FODMAP.
Vamos entender como essa dieta funciona na prática?
A dieta de baixo teor de FODMAP é dividida em 3 fases:
Fase 1: Restrição de FODMAP
Nessa fase, você deve reintroduzir gradualmente os FODMAPs na dieta,
um de cada vez, ao longo de 3 dias. Nesse processo, peça para que o
paciente registre seus sintomas a cada FODMAP reintroduzido,
permitindo que vocês identifiquem quais FODMAPs específicos podem
desencadear os sintomas em cada caso.
Fase 2: Reintrodução de FODMAP
Após a fase de reintrodução, os pacientes entram na fase de
personalização, onde você deve incluir na dieta os FODMAPs tolerados,
criando assim uma dieta de baixo teor de FODMAPs individualizada
para uso a longo prazo.
Fase 3: Personalização de FODMAP
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Alto teor de FODMAP
Maçã, suco de maçã, damasco,
abacate, amora, cereja, figo, sucos de
fruta, lichia, manga, nectarina, pêra,
caqui, ameixa, melancia, cereja, frutas
secas.
Baixo teor de FODMAP
Banana, mirtilo, uva, melão, kiwi,
limão, limão-galego, laranja,
maracujá, abacaxi, framboesa,
carambola, morango, tangerina. 
Aspargo, alcachofra, beterraba, couve
flor, chicória, milho, alho, cebola,
cebolinha verde (a parte branca),
cogumelo, quiabo, ervilha.
Broto de alfafa, broto de feijão,
pimentão, cenoura, pimenta, pepino,
berinjela, endívia, erva-doce, feijão
verde, couve, alho-poró, alface,
azeitona, tomate, cebolinha verde
(parte verde), espinafre, abobrinha,
acelga, nabo, batata, batata baroa. 
Cevada, cuscuz, feijão, centeio, soja,
trigo, homus, pães à base de
trigo/centeio e cevada, cereais
matinais, biscoitos e lanches.
Pão de milho sem glúten, pão sem
glúten, farinha sem glúten, massa
sem glúten, painço (ou milho miúdo),
quinoa, arroz, tapioca, tofu, produtos
glúten free.
Soro de leite (Whey Protein), creme de
leite, sorvete, leite condensado,
pudim, leite de soja, leite de vaca,
iogurte.
Manteiga de coco, leite sem lactose,
leite de arroz, leite de coco, leite de
amêndoas, queijo feta, queijo brie,
queijo camembert.
Castanha de caju e pistache.
Castanha do pará, castanha do baru,
semente de chia, macadâmia,
amendoim, pasta de amendoim,
pinhão, sementes de gergelim,
semente de girassol, nozes.
Carnes processadas que contêm
trigo; carnes condimentadas. 
Carne de boi, carne de frango, carne
de pato, ovos, peixe, cordeiro, carne
de porco, frutos do mar, tofu, peru.
Condimentos que contêm trigo,
ketchup, maionese, mostarda, molho
japonês, massa de tomate.
Vinagre branco, molho de peixe, suco
de limão, óleos diversos, vinagre de
vinho tinto, molho de soja sem glúten.
Alho e cebola.
Manjericão, cúrcuma, folhas de louro,
pimenta caiena, cebolinha-capim,
coentro, gengibre, hortelã, semente
de mostarda, orégano, páprica, salsa,
pimenta vermelha em pó, alecrim, sal,
tomilho, açafrão.
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Alto teor de FODMAP
Mel, qualquer produto com manitol,
sorbitol, xilitol, agave, xarope de milho. 
Baixo teor de FODMAP
Aspartame, açúcar mascavo, xarope
de bordo, sacarose, açúcar cristal,
açúcar refinado, chocolate amargo.
Outra recomendação importante no caso da SII é o consumo de fibras
solúveis. Alimentos como farelo de aveia, maçã, limão, banana, laranja,
morango, ervilha, lentilha, feijão, batata doce, grão de bico devem estar
presentes na dieta desses pacientes, quando tolerado, a fim de aumentar o
consumo desse tipo de fibras. As fibras insolúveis aumentam a dor abdominal
e o estufamento e devem ser evitados principalmente na fase mais ativa da
doença.
Exames Valores de Referência
Glicemia de jejum 1,65
Principais exames
Fazer uma avaliação nutricional completa é parte importante do tratamento
na SII, uma vez que há possibilidade de comprometimento de absorção dos
nutrientes. Neste caso, você deve solicitar os principais exames para a sua
prática clínica:
Insulina basal 2,5 a 25 μU/mL - devendo idealmente estar
abaixo de 10
Hb glicada 40 mg/dL
LDL 30ng/mL (principalmente em mulheres,
ideal > 80 ng/mL)
Capacidade de ligação do
ferro sérico
250 a 425 µg/dL
Suplementação
É importante avaliar todos os parâmetros a fim de suplementar o
que for necessário (insuficiência ou deficiência). A suplementação
de fibras solúveis pode ser interessante principalmente para
pacientes constipados. O total de fibras da dieta é de 25g, portanto,
você deve calcular a ingestão de fibras da dieta e suplementar o
que falta para atingir 25g de fibras por dia.
Referência: Clinical Practice Update on the Role of Diet Irritable Bowel Syndrome: Expert Review, 2021.
TREATING IBS WITH A 3-STEP FODMAP DIET - Monash University.
Elaborado por Nutri de Consultório®
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Descrição
Vegetarianismo é todo tipo de alimentação que exclui carnes, aves e peixes, e
seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. Já o veganismo,
além de não consumir carnes, também não utiliza produtos advindos do
reino animal para nenhum fim (alimentar, higiênico, vestimentas…). Você
pode encontrar na sua consulta pacientes de diferentes tipos:
Ovolactovegetarianos: vegetariano que utiliza ovos, leite e laticínios na
alimentação;
Lactovegetarianos: não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios;
Ovovegetariano: não utiliza laticínios, mas consome ovos;
Vegetariano estrito: não utiliza nenhum derivado animal na sua
alimentação;
Vegano: é o vegetariano estrito, mas que não usa componentes
animais em nenhum outro momento da rotina.
Recomendações calóricas
Assim como na dieta onívora, a recomendação calórica vai depender do
estado nutricional de cada paciente. Se o seu paciente estiver com sobrepeso
ou obesidade, você precisará planejar uma dieta com déficit calórico, como
explicado na seção de emagrecimento deste Guia. Da mesma forma, caso
haja o objetivo de hipertrofia, haverá necessidade de superávit calórico.Consulte a seção de hipertrofia para fazer o cálculo do VET.
Recomendações de macronutrientes
As proporções de macronutrientes da dieta de vegetarianos ou veganos
costumam estar alteradas devido a substituição de alimentos de origem
animal. Uma das importâncias de uma boa prescrição é reequilibrar os
macronutrientes, a fim de manter um estado nutricional adequado. Segundo
as recomendações do Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para adultos, a
distribuição da dieta deve ser:
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Carboidrato
50%
Proteína
20%
Gordura
30%
Carboidrato
45-65%
Proteína Gordura
10-35% 25-35%
Considerando essa ampla faixa de recomendação,
o que fazer na prática?
Na prática, o esforço precisa estar voltado ao controle do consumo de
carboidratos e por isso, a recomendação pode ser de
aproximadamente 50%, podendo chegar em 55% nos casos dos
vegetarianos estritos ou veganos.
Orientações gerais da dieta
Na dieta vegetariana com um todo, o principal substituto da carne
será o grupo dos feijões. Para aumentar a ingestão proteica, você
pode ainda adicionar 3 porções de leite e derivados por dia e, caso a
dieta do paciente inclua ovos, pode ainda prescrever de 1 a 2 porções
de ovos.
Ovolactovegetariano/Lactovegetariano/Ovovegetariano
Quando se trata da dieta ovolacto ou ovovegetariana, uma opção
para aumento das proteínas sem aumento do consumo de gordura
saturada é retirar algumas gemas, aumentando o consumo proteico
através do consumo de mais claras. 
Elaborado por Nutri de Consultório®
Um dos maiores mitos da dieta vegetariana é a composição das
proteínas em relação a aminoácidos. Claro que certos alimentos
possuem menor quantidade de alguns deles, mas a combinação entre
os alimentos é suficiente para suprir a necessidade de todos os
aminoácidos. Esses aminoácidos não precisam ser consumidos todos
em uma mesma refeição, o que importa é o consumo total ao longo
do dia.
A variedade alimentar é ponto muito importante em todos os tipos de
dieta, mas no caso de vegetarianos essa é uma recomendação ainda
mais relevante. A inclusão de 3 porções de frutas e 3 porções de
verduras e legumes por dia deve ser recomendada.
A dieta do vegetariano é rica em fibras, uma vez que há aumento do
consumo de cereais e grãos. Verifique se não há excesso do consumo
de fibras (o que não é comum). Incentive o consumo adequado de
água para um bom funcionamento intestinal.
Os suplementos de proteínas, como o Whey Protein, podem ser
prescritos para auxiliar na meta proteica, caso seja necessário, no
caso das dietas vegetarianas que incluem leite. Para os
ovovegetarianos, a recomendação deve ser de proteínas vegetais. 
Para o vegetariano estrito ou vegano, o consumo do grupo dos feijões
é essencial. Adicione, no mínimo, 2 porções deste grupo por dia, a fim
de manter adequada ingestão de proteínas.
Vegetariano estrito/ Vegano
Como nessa dieta não há consumo de leite e derivados, o olhar sob a
ingestão de cálcio é fundamental. Alguns "leites vegetais" têm cálcio
acrescentado à sua composição, como é o caso dos "leites de soja" ou
de aveia.
Elaborado por Nutri de Consultório®
O ácido oxálico é o principal fator antinutricional que se deve controlar
para melhorar a absorção do cálcio. Isso significa evitar os alimentos
mais ricos em ácido oxálico (espinafre, acelga, folhas de beterraba e
cacau) nas refeições mais ricas em cálcio. Os alimentos de origem
vegetal mais ricos em cálcio são: Amêndoa torrada, Linhaça em
semente, Farinha de soja, Couve refogada, Rúcula, Castanha do Pará,
Taioba, Agrião cru, Gergelim, Nozes, Brócolis e Tofu. Incluir esses
alimentos será essencial para a adequação do consumo de cálcio.
Os suplementos de proteínas vegetais podem ser prescritos para
auxiliar na meta proteica, caso seja necessário. Muitos pacientes se
queixam do sabor do suplemento, por isso eles podem ser consumidos
em vitaminas com "leites vegetais" e fruta.
A variedade do consumo alimentar nessa dieta também é essencial.
Atente-se ao consumo de fibras e ingestão de água para os
pacientes.
Exames
Hemoglobina
Valores de Referência
Homens: 13 a 17 g/dL
Mulheres: 12 a 16 g/dL
Ferro sérico 50 a 180 mg/dL
Ferritina Homens: 30 a 300 ng/dL
Mulheres: 30 a 200 ng/dL 
Transferrina 200 a 360 mg/dL
Principais exames
Fazer uma avaliação nutricional completa é essencial nos pacientes
vegetarianos. Importante atentar-se principalmente para: hemoglobina,
ferro, vitamina B12, cálcio e vitamina D.
Insulina basal 2,5 a 25 μU/mL - devendo idealmente estar
abaixo de 10
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Exames
Vitamina B12
Valores de Referência
490 pg/mL (valor ideal segundo
evidências atuais)
Saturação de transferrina 20 a 50%
Glicemia de jejum 1,65
Hb glicada 40 mg/dL
LDLrelação à digestão
das gorduras. As proteínas também são importantes e podem seguir a
recomendação de 1,6 a 2,2g/kg de peso por dia. A necessidade proteica
de pacientes que desejam manter a massa muscular em dietas com
restrição calórica é estimada em torno de 2,0, podendo atingir até
3,0g/kg de peso.
Orientações gerais da dieta
Assim como a qualidade da alimentação, o rendimento esportivo está
diretamente ligado a qualidade de sono e hidratação do seu paciente,
por isso, é importante que você indique a ingestão de 35mL/kg/dia, no
mínimo, para evitar perda hídrica, queda de rendimento ou até
fraturas.
Sono de qualidade e hidratação
Recomendações de macronutrientes
As recomendações de macronutrientes para aumento do desempenho no
esporte se assemelha às que devem ser prescritas para a população em
geral:
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Tratando-se de exercícios físicos com mais de 1 hora de duração, a
recomendação deve ser a seguinte:
De 2 a 4 horas antes do exercícios: de 250 a 500ml de água;
Durante o exercício: no mínimo, 500ml de água por hora.
O planejamento alimentar deve ser pensado de forma completa, ou
seja, você precisa pensar em qual momento do dia o seu paciente vai
treinar e buscar montar refeições que favoreçam um melhor
rendimento. Alguns exemplos: se o seu paciente treina às 6h da
manhã, é provável que não consiga tomar um café da manhã mais
reforçado, então você vai precisar montar um jantar com maior
quantidade de carboidratos e proteínas. Caso o paciente treine no
período da tarde ou noite, você vai conseguir organizar as refeições ao
longo do dia para que ele tenha energia o suficiente durante o treino.
Alimentação geral
É importante evitar refeições muito volumosas ou ricas em gorduras
no pré-treino mais imediato. Até 30 minutos antes do treino é
interessante que se consuma carboidratos de fácil absorção, como
suco de frutas, pão com geleia, doce de leite, goiabada ou água de
coco. Importante avaliar individualmente cada paciente uma vez que
esta refeição pode causar efeito hipoglicemia de rebote.
Pré-treino
Refeições completas (carboidratos + proteínas + gorduras) podem ser
consideradas com antecedência de 2 a 3 horas pré-treino.
Quando há treino em jejum, é importante consumir carboidratos na
noite anterior, a fim de repor os estoques de glicogênio a tempo. Leva-
se aproximadamente 4 horas para que os carboidratos ingeridos
sejam digeridos, absorvidos e armazenados como glicogênio.
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A alimentação intra treino deve ser considerada apenas se o exercício
físico tiver duração superior a 1 hora (30 a 60g de carboidratos por
hora, após a primeira hora de exercício). Exemplos de prescrição:
Intra treino
Não há necessidade de que o paciente faça uma suplementação
específica para o pós treino ou que a ingestão alimentar seja rápida. O
ideal é que essa seja uma refeição completa, com alimentos fonte de
todos os macronutrientes. A ingestão proteica é importante, no
entanto, ela deve ser calculada em quantidades adequadas e
distribuída ao longo de um dia.
Pós treino
Gel de carboidratos: 1 unidade a partir da primeira hora de
treino. 1 por hora associado a ingestão de água.
Milho torrado salgado: 1 porção de 30g a partir da primeira
hora de treino. 30g por hora associado a ingestão de água.
Suco de uva integral diluído em água: 30ml de suco para
cada 500ml de água. Tomar 1 porção (água + suco) a cada
hora de treino.
Bananinha sem açúcar: ingerir 2 unidades por hora após a
primeira hora de treino.
Damasco seco: 4 unidades de damasco por hora após a
primeira hora de treino.
Exames
Hemoglobina
Valores de Referência
Homens: 13 a 17 g/dL
Mulheres: 12 a 16 g/dL
Ferro sérico 50 a 180 mg/dL
Principais exames
Fazer uma avaliação nutricional completa é essencial em pacientes com o
objetivo de melhorar o desempenho esportivo, a fim de que não haja
nenhuma deficiência que possa prejudicar a evolução.
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Exames
Vitamina B12
Valores de Referência
490 pg/mL (valor ideal segundo
evidências atuais)
Saturação de transferrina 20 a 50%
Glicemia de jejum 1,65
Hb glicada 40 mg/dL
LDLde dormir e + 4
horas depois de acordar
Estratégia 4:
Jejum intermitente
Abstinência calórica de 1 dia
Um dia e meio de jejum calórico
Ingestão de 500 a 600kcal/dia durante 2 dias na
semana
Mas, depois de todas essas possibilidades, como adaptar na prática?
Como dito anteriormente, a distribuição de macronutrientes da dieta
precisa estar baseada no hábito alimentar do paciente, nas suas
preferências, nos fatores comportamentais e também nas possíveis
condições clínicas associadas.
Dito isso, qual o passo a passo a ser seguido?
1) Faça o Recordatório Habitual do paciente e analise a distribuição de
macronutrientes;
2) Analise o consumo proteico atual e faça possíveis alterações para a
adequação da ingestão de proteínas diária;
3) Faça um ajuste da quantidade de carboidratos, diminuindo caso a
mesma seja alta (acima de 50%);
4) Analise o consumo de gorduras, principalmente das gorduras
saturadas.
Distribuição de macros na prática
Gordura
30%
Elaborado por Nutri de Consultório®
Obs: essa é apenas uma recomendação prática que se encaixa dentro das
recomendações e que atende as necessidades e hábitos alimentares da
maior parte da população. Atente-se a individualidade dos seus pacientes
para chegar na distribuição mais adequada para cada um.
Principais estratégias e recomendações no emagrecimento
Existem diversas recomendações específicas no emagrecimento. Abaixo,
apresentamos as principais, com evidências na literatura e prática aplicada.
Pensando em um paciente de emagrecimento, esses seriam os pontos que
você não poderia deixar de levar em consideração: 
Aumentar a ingestão proteica no emagrecimento é essencial para
melhora da saciedade e manutenção de massa magra. 
Prescrição: 1,2 a 3,5g/kg de peso.
 
Na prática: mínimo de 1,6g/kg de peso, distribuídas em 4 refeições
ao longo do dia (café da manhã, almoço, lanche da tarde e
jantar).
OBS: Indivíduos em emagrecimento mais estético podem se
beneficiar de uma dieta mais proteica (no mínimo 2g/kg de peso/
dia) a fim de manter massa magra.
01
Aumento da prescrição de alimentos com baixa densidade
calórica, já que são alimentos em que o paciente pode ingerir
maiores quantidades. Exemplos: morango, vegetais, melancia,
melão, etc.
02
Reduzir alimentos com alta densidade calórica, já que são
alimentos que precisam ser ingeridos em pequenas quantidades.
Exemplos: azeite, pasta de amendoim, açaí, macarrão, etc.
03
Incentive o aumento do consumo de vegetais, principalmente
salada, a fim de garantir mais saciedade.04
Elaborado por Nutri de Consultório®
Orientar ingestão adequada de água e um sono de qualidade.
Uma boa noite de sono contribui para regulação hormonal
(leptina e grelina), o que reflete em um maior controle da ingestão
alimentar no dia seguinte.
07
Incentive a prática de exercícios físicos, principalmente de
musculação, a fim de manter a massa muscular. 05
Se atentar ao comportamento alimentar do paciente relacionado
aos finais de semana, beliscos, fome hedônica, etc.06
Suplementação no emagrecimento
Apesar de não existir nenhum suplemento que seja associado diretamente à
perda de peso, o Whey Protein e a Creatina podem ser utilizados nesses
pacientes a fim de contribuir com a ingestão proteica, no caso do uso do
Whey Protein e também na manutenção da massa magra com o uso da
Creatina.
Outro suplemento que pode ser utilizado na prática é a cafeína, que pode ser
usada como estimulante para os pacientes com queixa de desânimo ou
cansaço.
Prescrição:
1) Whey protein: conforme necessidade proteica do paciente;
2) Creatina: 5g por dia;
3) Cafeína: 3 a 6mg/kg por dia. Caso ela seja utilizada no pré-treino,
orientar a ingestão 40 minutos a 60 minutos antes.
Elaborado por Nutri de Consultório®
Na hipertrofia muscular, ao contrário do emagrecimento, é necessário um
balanço energético positivo para o ganho de massa magra. Aliado ao
superávit calórico, é importante que haja exercício físico resistido para
hipertrofia. 
Ao se deparar com um paciente com o objetivo de hipertrofia, você precisa
seguir os passos iniciais de 1 a 3 para obtenção do GET (consultar seção
"Comece por aqui"). Feito este cálculo, você precisa promover um aumento
calórico até obter um VET de dieta maior que o gasto total diário.
Superávit calórico na hipertrofia
Existem algumas estratégias, de acordo com a literatura, para promoção do
superávit calórico:
Perfil
Iniciante e intermediário
Superávit calórico
400 - 800kcal
Estratégia 1:
GET + 500kcal de superávit
Estratégia 2:
GET + superávit de acordo com perfil do paciente
Avançado 200 - 400kcal
Esse perfil deve ser determinado pelo nível de treinamento do paciente. 
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Carboidrato
4g a 8g/kg (45% -
60% das calorias),
sendo que as
mulheres costumam
consumir perto do
limite inferior a faixa.
Proteína
1,6g a 2,2g/kg
Exemplo: vamos considerar um paciente que atingiu o objetivo de
emagrecimento e agora deseja ganhar massa muscular. 
Dieta anterior do paciente (emagrecimento): 1500 Kcal
Próxima prescrição: 1500 + 20% = 1800kcal 
Portanto, a próxima dieta desse paciente será de 1800 Kcal. Na consulta
seguinte, faremos novamente a estratégia dos 20%, aumentando 20% de 1800
Kcal, ou seja, oferecemos uma dieta com 2160 Kcal.
Estratégia 3:
Aumento de 20% sobre a última prescrição
Gordura
> 15% a 20% do VET,
sendo a gordura
saturada necessária
menor que 10%.
Estratégia 1:
Estratégia 2 (em relação a carboidratos):
Recomendação de carboidratos de acordo com nível de treinamento
Distribuição de macronutrientes na hipertrofia
Treino
Intensidade baixa
Superávit calórico
3 a 5g/kg
Intensidade alta 5 a 7g/kg
Mas, depois dessas possibilidades, como adaptar na prática?
Na prática, você pode usar a estratégia que mais se adequar a cada
caso, mas, o que mais utilizamos a fim de minimizar o ganho de gordura
corporal, é a estratégia de acrescentar 20% de calorias na última
recomendação calórica.
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Principais estratégias e recomendações na hipertrofia
Existem diversas estratégias específicas, como dietas mais baixas em
carboidratos, dietas hiperlipídicas ou hiperproteicas. Abaixo, apresentamos as
principais distribuições com evidências na literatura:
Diferente do emagrecimento, na hipertrofia é recomendada a
prescrição de alimentos com maior densidade calórica, a fim de
facilitar a ingestão alimentar. Alimentos como pasta de
amendoim, leite em pó desnatado e aveia são muito comuns
nessa prescrição.
01
Mas, depois dessas possibilidades, como adaptar na prática?
Principalmente na hipertrofia, a avaliação física é um importante
parâmetro para ajuste da dieta. Na prática, você pode iniciar com uma
prescrição de carboidratos mais próximo da faixa inferior, de acordo
com o nível de intensidade de treinamento, ou seja, oferecendo 3g/kg
de peso para pacientes com baixa intensidade de treino e 5g/kg de
peso para aqueles com treinos mais intensos. Você pode promover
aumento dessa prescrição de carboidratos de forma proporcional ao
aumento calórico em cada prescrição.
Em relação às proteínas e gorduras, a prescrição pode seguir a
recomendação acima, com proteínas entre 1,6 a 2,2g/kg e o restante
deve ser ajustado com alimentos fonte de gorduras.
Apesar da necessidade de maior ingestão alimentar, é
imprescindível a orientação quanto à qualidade da dieta. Esses
pacientes geralmente abrem mais exceções alimentares e por
isso acabam ganhando gordura no processo da hipertrofia.
02
Como as refeições na hipertrofia são geralmente mais volumosas,
é necessário estratégia no momento de programar os horários,
pensando em afastá-las ao máximo do momento do treino. Uma
refeição volumosa ou rica em gorduras como pré-treinos não
deve ser orientada, uma vez que o gasto energético para digestão
dessa refeição pode prejudicar o desempenho no treino.
03
Elaborado por Nutri de Consultório®
Suplementos na hipertrofia
Na hipertrofia, o suplemento mais utilizado com base nas evidências é a
Creatina, já que esta contribui para aumentode força e pode contribuir com
o ganho de massa muscular. O Whey Protein também pode ser utilizado
nesses pacientes a fim de contribuir com a ingestão proteica.
Outro suplemento que também pode ser utilizado na prática é a cafeína, já
que ela afeta positivamente o desempenho em diversas modalidades de
exercícios. 
Prescrição:
Não há evidências sobre a existência de uma janela anabólica
pós treino, ou seja, não é necessário que o paciente faça
suplementação proteica no pós-treino imediato. A literatura
mostra que o mais importante para a hipertrofia é a ingestão
diária de proteínas, sem evidências a respeito do momento mais
adequado.
04
A ingestão adequada de água e uma noite de sono de qualidade
também são orientações essenciais no processo de hipertrofia. 
Ingestão de água: 35ml/kg de peso
Sono: 6 a 8 horas de sono por dia.
05
1) Whey protein: conforme necessidade proteica do paciente;
2) Creatina: 5g por dia, todos os dias, independente do treino;
3) Cafeína: 3 a 6 mg/kg, 40 a 60 minutos antes do treino.
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A manutenção de peso é indicada para os pacientes que já estão com peso
adequado, com percentual de gordura considerado adequado e/ou
satisfeitos com sua composição corporal. 
Caso essa seja a sua recomendação para determinado paciente, basta
seguir os 4 passos (indicados na seção "Comece por aqui"), uma vez que o
GET será igual ao VET da sua prescrição.
Principais recomendações nutricionais na manutenção de peso
No caso da manutenção de peso, é importante fazer ajustes na qualidade da
dieta. Essas melhorias podem ser sugeridas com base no Recordatório
habitual, coletado durante a consulta. Como ajustar?
Verifique como está a ingestão proteica do paciente, mantendo,
no mínimo, 1,2g de proteínas/kg de peso por dia. Dependendo do
objetivo ou condição clínica, esse valor pode ser maior.
01
Atente-se a ingestão de fibras, ou seja, ao consumo de frutas,
verduras e legumes, além de alimentos integrais, cereais integrais
e sementes.
02
Preocupe-se com o teor de gorduras consumido, principalmente
falando das gorduras saturadas. Avalie a ingestão de carnes mais
gordurosas, lácteos integrais, queijos gordurosos e quantidade de
ovos. Além disso, questione sobre a quantidade de
óleo/azeite/gordura utilizado para cozinhar.
Obs: uma forma prática de fazer esta análise é utilizar a seguinte
referência: 1 litro de óleo por mês para uma família de 4 pessoas.
03
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Faça adequação da ingestão de água e oriente sobre a
importância de um sono de qualidade.04
Caso o paciente tenha alguma condição clínica ou nutricional
específica, adequar as orientações acima.05
Referência: Livro Nutrição Moderna de Shills e Livro Tratado de Nutrição Esportiva;
Livro Nutrição na Prática Clínica Baseada em Evidências, 2021;
Phillips SM. Protein requirements and supplementation in strength sports. Nutrition. 2004 Jul-Aug;20(7-8):689-95;
KERKSICK, C. et al. ISSN exercise & sports nutrition review update: research & recommendations. J Int Soc Sports Nutr.
Aug 1;15(1):38, 2018.
 
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Agora que você já sabe o que prescrever em casos de
emagrecimento, hipertrofia ou manutenção de peso,
vamos direcionar suas condutas para condições
clínicas muito comuns no dia dia de um consultório.
As doenças e condições clínicas estão divididas em:
descrição, recomendações calóricas, recomendações
de macronutrientes, orientações gerais da dieta,
principais exames e suplementos. Você vai perceber
que unimos a teoria de acordo com as evidências
mais recentes, mas também te apresentamos a
prática, para que o Guia seja realmente útil para o seu
dia a dia.
Elaborado por Nutri de Consultório®
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Descrição
O Diabetes Tipo 2 é uma doença crônica caracterizada por resistência à
insulina e/ou deficiência relativa de insulina. Isso resulta em níveis elevados
de glicose no sangue (hiperglicemia).
Os principais sintomas e queixas associados ao Diabetes Tipo 2 incluem sede
excessiva, aumento da frequência urinária, fadiga, visão embaçada, feridas
que demoram a cicatrizar e formigamento nos membros. Caso seu paciente
mencione alguns desses sintomas, pode ser solicitado exames para que o
diagnóstico correto seja determinado.
Recomendação calórica
É muito comum que os pacientes com diagnóstico de Diabetes tipo 2 estejam
em sobrepeso ou sejam obesos, portanto, deve-se fazer uma prescrição com
o objetivo de emagrecimento. Retome a seção de Emagrecimento deste Guia
para calcular o VET da dieta do seu paciente.
Recomendação de macronutrientes
Carboidratos: De acordo com as principais evidências, não há
recomendação específica de % de carboidratos. A OMS não recomenda
menos de 130g por dia de carboidrato para adultos, visto que o carboidrato é
um substrato energético importante. 
Proteínas: Algumas pesquisas indicam que entre 20-30% VET podem
melhorar a saciedade. Evitar restrição 1,5g/kg de peso
por dia. Em
pacientes obesos
graves, tentar
aproximar de
1,2g/kg de peso.
Gordura
Até 30% do VET, com
a preocupação de
evitar refeições com
>15g de gorduras,
principalmente pelo
RCV aumentado nos
pacientes diabéticos. 
As fibras são extremamente importantes para o diabético, já que contribuem para o
controle glicêmico das refeições, além de impactar na redução de LDL-colesterol.
Ver recomendações práticas na seção de orientações gerais. Recomendação de
consumo de fibras - cerca de 25g/dia.
Orientações gerais da dieta na prática
Fracione as refeições ao longo do dia, a fim de evitar grandes volumes,
o que contribuiria para uma carga glicêmica muito grande.
Dê prioridade a alimentos integrais, quando o paciente tolera. Caso não
seja possível, aumente o teor de fibras nas refeições de outras formas:
adicionando aveia, sementes e salada.
Não há necessidade de restringir o consumo de nenhum tipo de fruta.
Uma orientação importante é que as frutas devem ser consumidas
juntamente com fontes de fibras e/ou proteínas. Exemplos: fruta com
castanhas, fruta com sementes e/ou aveia, fruta com iogurte
desnatado, etc.
O uso de adoçantes deve ser recomendado, por não agregar açúcares
e calorias na dieta. Priorize a prescrição de adoçantes naturais e
atente-se às quantidades utilizadas pelos pacientes. 
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Incentive o consumo de proteínas magras e produtos com menor teor
de gorduras (queijos lights, iogurte desnatado, requeijão/creme de
queijo light) e atente-se ao consumo de manteiga.
Verifique o uso excessivo do sal. 
Incentivo à adoção de um estilo de vida saudável, com a prática de
exercícios físicos, diminuição do consumo alcoólico e fumo.
Principais exames
Além de solicitar glicemia de jejum, hemoglobina glicada e insulina basal
para avaliar o impacto da dieta sobre o controle do diabetes, é importante
ainda solicitar os exames gerais da nossa prática, com ênfase para
creatinina e TFG (para avaliar a função renal), TGO e TGP (para avaliar a
função do fígado) e colesterol total e frações (para avaliar RCV) e vitaminas
mais comuns (Vitamina D e B12).
Exame
Glicemia de jejum
Glicemia ao acaso
Glicemia pós teste de TGO
Hb glicada
Normal
= 126
>= 200
>= 6,5
>= 200
Exames
Insulina basal
Colesterol total
HDL
LDL
Valores de Referência
2,5 a 25 μU/mL
 40 mg/dL
0,7 a 1,6 mg/dL
Mulheres: 0,6 a 1,1 mg/dL
> 90 ml/min/1,73m
TGO e TGP Abaixo de 35 UI/L
Vitamina D
Valores de Referência:
Deficiência: 200 mg/dia).
Principais exames
 
No caso de pacientes hipertensos, você deve solicitar os principais exames da
prática do nutricionista. Há impacto importante da HAS sobre a saúde renal,
portanto, não esqueça de solicitar e analisar creatinina sérica e TFG desses
pacientes. 
Exames
Creatinina sérica
TFG
Valores de Referência
Homens: 0,7 a 1,6 mg/dL
Mulheres: 0,6 a 1,1 mg/dL
> 90 ml/min/1,73m
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Suplementação na Hipertensão Arterial
Segundo as evidências, os suplementos que mostraram discreto
impacto sobre a redução da PA são: vitamina C, peptídeos bioativos
derivados de alimentos, alho, fibras dietéticas, linhaça, chocolate
amargo (cacau), soja, nitratos orgânicos e ômega 3.
Na prática, a inclusão desses alimentos na dieta é válida. Existem
alguns suplementos de extrato de alho que podem ser indicados: 
Prescrição: Extrato de alho - 500mg por dia.
Referência: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.
Livro Nutrição na Prática Clínica Baseada em Evidências, 2021.
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Hipercolesterolemia
isolada
Aumento isolado
do LDL-c (LDL-c ≥
160 mg/dL). 
Hipertrigliceridemia
isolada
Descrição
Dislipidemias são um conjunto de condições clínicas determinadas por
alterações das frações de lipídios. As dislipidemias podem ser classificadas
em: 
Hiperlipidemia
mista HDL-c baixo
Aumento isolado
dos triglicérides
(TG ≥ 150 mg/dL ou
≥ 175 mg/dL, se a
amostra for obtida
sem jejum).
Aumento do LDL-c
(LDL-c ≥ 160 mg/dL)
e dos TG (TG ≥ 150
mg/dL ou ≥ 175 mg/
dL, se a amostra for
obtida sem jejum).
Redução do HDL-c
(homens20% de
poliinsaturadas e
200mg/dL)
A distribuição de macronutrientes acima deve ser considerada, no
entanto, na prática, como também há necessidade de se pensar no
emagrecimento do paciente, a proporção de carboidratos geralmente
precisa ser mais baixa e a de proteínas mais alta. Portanto, uma
distribuição adequada para esses pacientes dislipidêmicos é:
Carboidrato
45 a 55%,
podendo atingir
60% nos casos de
LDL com valores
limítrofes (150 a
199 mg/dl)
Proteína Gordura
15 a 20%
25 a 35%, sendo 10
a 20% de gorduras
monoinsaturadas,
10 a 20% de
poliinsaturadas e
200mg/dL)
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Orientações gerais da dieta
Fique atento à prescrição de ovos no café da manhã. É comum que
haja necessidade de prescrever 1 unidade de ovo inteiro e mais
algumas claras, a fim de reduzir gorduras mas ainda assim
acrescentar proteínas nessa refeição;
Queijos menos gordurosos como o padrão light ou mussarela light
podem contribuir também para essa redução de gordura;
No almoço e jantar deve ser incentivado o consumo de carnes
vermelhas magras (patinho, coxão mole, coxão duro, músculo) e,
principalmente, frango e peixe. Você pode orientar quanto ao
rodízio de carnes ao longo da semana, sendo a carne vermelha,
consumida com menor frequência (exemplo: 1 a 2 vezes por
semana).
No cálculo da prescrição para dislipidêmicos, sua atenção precisa
estar voltada principalmente para o controle de gorduras. Na prática,
a quantidade de gorduras não deve ultrapassar 15g por refeição, o que
contribui para atingir 25 a 30% do VET ao longo de um dia. Dicas
práticas em relação a isso:
Faça prescrição de alimentos fonte de fibras solúveis, que podem
contribuir para redução do colesterol. O farelo de aveia é uma fonte
rica em fibras solúveis e pode ser prescrita na quantidade de 2
colheres de sopa por dia.
Em relação aos triglicérides, verifique o excesso do consumo de
carboidratos no recordatório do paciente. Geralmente, são pessoas
que consomem bastante massa, pães, doces, sucos, refrigerantes.
Faça o controle do consumo desses alimentos, prescrevendo refeições
completas, com quantidades controladas desses alimentos.
A ingestão de frutas (qualquer tipo) deve ser incentivada e pode estar
associada a alguma fonte de fibras ou proteínas (aveia, iogurte
desnatado, leite - para vitamina, etc.).
O consumo de suco pode ser desmotivado, principalmente, quando se
trata dos industrializados.
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Exames
Triglicérides
Colesterol total
LDL
Valores de Referência
 40 mg/dL
Não HDL
Baixo: 40 mg/dL
LDLainda há
discordância sobre a prescrição e por isso, na prática, ainda não há
segurança da prescrição.
Referência: ESPEN practical guideline: Clinical nutrition in liver disease, 2020.
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Descrição
A Anemia Ferropriva é a forma mais comum de anemia e ocorre devido à
deficiência de ferro no organismo. Essa condição pode ser causada por
ingestão inadequada de ferro, má absorção, perdas excessivas de sangue
(como em casos de menstruação abundante ou sangramento
gastrointestinal), ou necessidades aumentadas de ferro, como durante a
gravidez ou crescimento rápido em crianças.
Os sintomas podem ser: indisposição, cansaço, sonolência, palidez,
irritabilidade, e fadiga. De acordo com a OMS, é uma condição na qual a
Hemoglobina sérica (Hb) está abaixo dos níveis adequados ( 8g/dL:
120 mg/dia de ferro para adultos, sendo que a dose máxima que o
nutricionista pode prescrever é de 45mg/dia.
Interação fármaco-nutriente
Alguns medicamentos como antiácidos (ex: omeprazol, pantoprazol, etc.)
podem interferir na absorção do ferro. Diante disso, é necessário aconselhar
que o paciente administre o medicamento e a suplementação em horários
separados.
Referência: Consenso sobre Anemia Ferropriva: Atualização - Destaques 2021.
Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição.
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Descrição
O Hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide não produz
hormônios tireoidianos em quantidades suficientes para atender às
necessidades do organismo. Uma das principais consequências é a redução
do metabolismo energético, o que causa sintomas como fadiga, ganho de
peso, pele seca, queda de cabelo, constipação, sensibilidade ao frio e
alterações de humor.
Recomendação calórica
As recomendações calóricas de pacientes com hipotireoidismo variam de
acordo com o estado nutricional, idade, sexo e objetivos individuais. No
entanto, como é uma doença de influência no metabolismo energético, é
comum que os pacientes estejam acima do peso, em sobrepeso ou
obesidade, e por isso vão se beneficiar de uma dieta com o objetivo de
emagrecimento. Para a sua prescrição, consulte neste Guia a seção de
Emagrecimento.
Recomendação de macronutrientes
As recomendações de macronutrientes para pacientes com hipotireoidismo
não diferem das indicadas para população saudável. Uma das indicações
em relação aos macronutrientes é que a dieta no hipotireoidismo não seja
restrita ou muito baixa em carboidratos (evitar dietas abaixo de 40% do VET). 
Para fazer sua prescrição, consulte a seção de emagrecimento, manutenção
de peso ou hipertrofia, de acordo com o objetivo que será traçado junto com
o paciente. 
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Orientações gerais da dieta
Existem alguns nutrientes essenciais para a tireoide: iodo, ferro, zinco,
selênio e vitaminas do complexo B. Ao mesmo tempo, isso não quer
dizer que há necessidade de suplementar todos esses micronutrientes.
Como o sal consumido no Brasil é iodado, a ingestão de iodo não é
uma preocupação. Apenas avalie a ingestão de sal do paciente para
entender se ela não é muito baixa ou muito alta (de 4 a 5g de sal por
dia).
Pacientes anêmicos têm comumente alterações na tireoide, por isso,
estimular a ingestão de alimentos fonte de ferro é importante, além de
fazer suplementação caso seja necessária. Para isso, garanta a
ingestão de alimentos, como: vegetais verdes escuros, leguminosas e
carnes. Para ajudar na absorção do ferro não-heme, incentive o
consumo de alimentos fontes de vitamina C na mesma refeição. 
O estresse e a inflamação podem prejudicar o funcionamento da
tireoide, por isso, é comum identificar picos de TSH quando há
períodos de estresse intensos. Fique atento a isso ao olhar os exames
dos seus pacientes.
Falando em inflamação, a perda de peso é recomendada para
pacientes em sobrepeso ou obesidade. Atente-se também à ingestão
de açúcar, gordura saturada e alimentos ultraprocessados.
Como comentado anteriormente, cuidado com dietas muito restritas
em carboidratos. Priorize a prescrição de carboidratos integrais e
estimule também o consumo de fibras.
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Exames
TSH
Valores de Referência
Crianças e adolescentes: 0,17 a 2,9 mUI/L
Adultos: 0,25 a 5,0 mUI/L.
Acima de 60 anos: 0,35 a 5,5 mUI/L
Principais exames
No acompanhamento do hipotireoidismo é essencial avaliar os exames para
acompanhamento da função tireoidiana (TSH e T4 livre). No entanto, também
é necessário avaliar os nutrientes importantes para a saúde da tireoide, além
de glicemia e perfil lipídico, que podem estar alterados no hipotireoidismo.
T4 livre 0,7 a 1,8 ng/dl para crianças, adultos e idosos
Glicemia de jejum 40 mg/dL
LDL 30ng/mL (principalmente em mulheres,
ideal > 80 ng/mL)
*O ferro sérico é um parâmetro de menor especificidade, já que pode estar alterado por
diversos motivos (doença crônica, deficiência de Vit. C).
Elaborado por Nutride Consultório®
Suplementação
Suplementação: 30 a 45 mg (UL para adultos) de ferro quelado, 1
vez ao dia, por 30 dias.
Suplementação de ferro, se necessário, quando houver alteração
nos parâmetros (ferritina baixa, capacidade de ligação do ferro alta
e/ou saturação de transferrina alta).
 
Demais nutrientes (vitaminas do complexo B, zinco, selênio) podem
ser obtidos através da alimentação.
Observação: 
Para identificação do hipertireoidismo na sua prática clínica, é necessária a
dosagem dos hormônios tireoidianos, sendo que T3 e T4 ficam aumentados e
TSH baixo. No hipertireoidismo é comum que o TSH fique abaixo de 0,4 mU/L,
mesmo que os níveis de T4 estejam normais. 
O quadro de hipertireoidismo pode ser indicado por você em consulta, mas é
necessário que haja encaminhamento desse paciente para um
endocrinologista, a fim de confirmar o diagnóstico. Na prática, esse paciente
vai passar por um tratamento ou cirurgia para a retirada da tireoide,
desenvolvendo, então, um hipotireoidismo. Na prática do nutricionista, atuar
no controle do hipertireoidismo através da dieta é bastante raro. O que
acontece na maioria dos casos é a necessidade do tratamento do
hipotireoidismo. 
Referência: Chaker, Layal et al. “Hypothyroidism.” Nature reviews. Disease primers vol. 8,1 30. 19 May. 2022;
Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição.
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Descrição
A candidíase de repetição é uma condição em que a mulher apresenta
episódios recorrentes de infecção por Candida albicans. Esse fungo faz parte
da microbiota vaginal, mas pode desenvolver-se com intensidade sob certas
condições, como umidade excessiva na região, pH vaginal ácido e por outras
condições hormonais e ambientais. Além desses fatores, hábitos alimentares
não saudáveis contribuem para o surgimento e persistência desses sintomas.
Recomendação calórica
Não há nenhuma evidência em específico que recomende uma mudança na
ingestão calórica de mulheres com candidíase de repetição. A qualidade da
dieta é imprescindível para controle dos sintomas, portanto, a adequação
calórica da prescrição deve estar de acordo com o objetivo e estado
nutricional da paciente. Consulte as seções de emagrecimento, manutenção
de peso e/ou hipertrofia para calcular o VET da dieta.
Recomendação de macronutrientes
O papel da alimentação sobre a microbiota intestinal já é bem conhecido.
Quando trata-se da microbiota vaginal, as evidências também mostram que
há influência da qualidade da dieta. Segundo estes estudos, uma dieta rica
em carboidratos e alta em gorduras podem alterar o pH vaginal,
aumentando a proliferação de fungos como a Candida albicans. 
Ainda não existe em literatura, uma recomendação precisa da distribuição de
macronutrientes em uma dieta pensando no controle e prevenção da
Candidíase.
Elaborado por Nutri de Consultório®
Como se adaptar na prática?
Carboidrato
40 a 45%
Proteína
30%
Gordura
25 a 30%
Como há necessidade de uma dieta controlada em carboidratos e
gorduras, é necessário que a distribuição entre macronutrientes seja
semelhante à proposta acima. O que vai determinar sua conduta entre
prescrever 40 ou 45% de carboidratos e 25 ou 30% de gorduras é o
hábito alimentar do seu paciente. Faça essa análise a partir de uma
anamnese detalhada e o recordatório alimentar coletado.
Orientações gerais da dieta
Levando em consideração a necessidade de controlar a ingestão de
carboidratos e gorduras, estimule a redução do consumo de açúcares
e carboidratos refinados: é importante reduzir doces, bolos,
refrigerantes, alimentos processados e outros produtos ricos em
açúcar.
Pensando no controle do consumo de gorduras, evite prescrever
carnes gordurosas, laticínios integrais, óleo de coco, quantidades
excessivas de ovos, embutidos e carnes processadas. Nozes,
castanhas e sementes são alimentos bem-vindos na prescrição.
Inclua alimentos como frutas vermelhas, legumes de folhas verdes
escuras, alho, cebola e chá verde na dieta, a fim de aumentar a
ingestão de antioxidantes.
O consumo excessivo de álcool e cafeína pode prejudicar o sistema
imunológico e favorecer o crescimento excessivo de Candida. Modere
o consumo dessas substâncias.
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Alguns alimentos têm propriedades antifúngicas naturais e também
podem estar presentes na dieta dessas pacientes: alho, orégano,
açafrão e gengibre.
Exames Valores de Referência
Principais exames
É importante monitorar a glicemia dessas pacientes, já que uma alteração
pode aumentar o risco de desenvolvimento da candidíase.
Glicemia de jejumde suplementação para profilaxia da doença é
o uso da cranberry. No entanto, ainda há necessidade de mais
estudos na área, a fim de confirmar a eficácia da suplementação ou
ingestão de algum produto derivado da fruta, como o suco ou pó. 
O uso de probióticos pode ser associado ao tratamento da infecção
urinária, já que o paciente estará em uso de antibióticos. Neste caso,
você pode indicar o uso de probióticos que contenham de 4 a 5
cepas probióticas, uma vez que estes oferecem maior variedade e
ajudam a manter o equilíbrio da flora vaginal e urogenital,
dificultando a colonização de bactérias patogênicas.
Referência: Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição.
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Descrição
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endocrinológica que
afeta mulheres em idade reprodutiva. Ela é caracterizada por alterações
hormonais que resultam na formação de cistos nos ovários, entre outras
manifestações clínicas. As principais características da doença são a
menstruação irregular, hiperandrogenismo (aumento dos hormônios sexuais
masculinos), resistência à insulina e anovulação (ausência ou irregularidade
na ovulação). Essas mulheres cursam com uma variedade de sintomas,
como excesso de pêlos (rosto, barriga e seios), acne, aumento da oleosidade
da pele, ganho de peso e dificuldades para engravidar.
Recomendação calórica
A maioria das pacientes com SOP podem desenvolver sobrepeso e/ou
obesidade, já que as alterações hormonais da doença contribuem para o
ganho de peso. É importante analisar o estado nutricional da paciente para a
sua prescrição, mas uma dieta hipocalórica pode ser benéfica nestes casos. 
Quando a paciente tem estado nutricional adequado, avalie o percentual de
gordura, para entender se um pequeno déficit calórico será benéfico para
melhora da composição corporal. Consulte a seção de emagrecimento deste
Guia para saber como calcular.
Recomendação de macronutrientes
Uma das alterações importantes na SOP é a resistência à insulina, por isso, a
preocupação com a quantidade e tipo de carboidratos é válida. Não há na
literatura uma indicação da distribuição de macronutrientes da dieta dessas
pacientes, no entanto, pode-se adaptar na prática a seguinte: 
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Carboidrato
Entre 35 a 45% de
carboidratos,
dependendo do
hábito alimentar
(recordatório
habitual) do seu
paciente.
Proteína
>1,6g/kg de peso
por dia. Em
pacientes obesas
graves, tentar
aproximar de
1,2g/kg de peso.
Gordura
Até 30% do VET
Orientações gerais da dieta
Uma consideração importante a respeito da doença é que há maior
prevalência de transtornos alimentares e alimentação desordenada
associado à SOP, por isso, é fundamental estar atento(a) na
identificação de sinais de comportamentos alimentares inadequados
e disfuncionais.
Em relação aos carboidratos, é importante evitar refeições de alta
carga e índice glicêmicos, por isso, faça a prescrição de refeições mais
equilibradas (carboidratos, proteínas e/ou gorduras boas) e ricas em
fibras.
Incentive o consumo de proteínas magras e reduza a ingestão de
gordura saturada para essas mulheres.
É importante orientar sobre hábitos saudáveis como um todo, evitando
excesso da ingestão de bebida alcoólica, cessação de tabagismo,
aumento do nível de atividade física e ingestão adequada de água.
Devido às alterações hormonais, a capacidade antioxidante dessas
pacientes é limitada e, por isso, deve-se incentivar o consumo
alimentar bem variado, rico em frutas, verduras e legumes. Atente-se
para os alimentos fontes de selênio (castanha do Pará), Vitamina C,
Vitamina E, zinco.
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Exames
Insulina basal
Valores de Referência
2,5 a 25 μU/mL - devendo idealmente estar
abaixo de 10
Principais exames
Glicemia de jejum 1,65
Hb glicada 40 mg/dL
LDL 1,6g/kg de peso
por dia. Em
pacientes obesas
graves, tentar
aproximar de
1,2g/kg de peso.
Gordura
Até 30% do VET
Orientações gerais da dieta
Atente-se para prescrição de alimentos ricos em antioxidantes, uma
vez que a endometriose é uma doença inflamatória. Inclua alimentos
como peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha), azeite de oliva,
frutas vermelhas, vegetais folhosos verde-escuros e nozes.
Recomendações de macronutrientes
 
A distribuição de macronutrientes na Endometriose não é específica, segundo
as evidências e recomendações. Para fazer a prescrição mais adequada,
você deve avaliar o hábito alimentar da sua paciente e evitar que algum
macronutriente esteja em desequilíbrio.
Caso a paciente tenha necessidade de redução de gordura corporal, a
distribuição de macronutrientes na prática, pode ser a seguinte:
No caso de pacientes com indicação de manutenção de peso, sua
prescrição pode seguir o hábito, desde que seja respeitado o equilíbrio
entre os nutrientes da dieta, sem excessos.
A hipertrofia não é contraindicada na endometriose, mas o superávit
calórico e a quantidade de carboidratos precisam ser aumentados de
forma gradual, observando-se os sintomas e exames da paciente.
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Ainda pensando em inflamação, é essencial reduzir alimentos que
contribuem para a inflamação, portanto, reduza carnes processadas,
frituras, alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares adicionados
e alimentos altamente processados. Existe a recomendação de reduzir
o consumo de carne vermelha para essas mulheres, aumentando a
ingestão de aves e peixes.
Os laticínios magros (leite e iogurte desnatados, queijos magros)
podem contribuir para redução do processo inflamatório, portanto,1
porção por dia deve ser incentivada.
É importante adequar o consumo de fibras nessas pacientes, então é
importante que você prescreva e oriente o consumo de frutas,
vegetais, leguminosas e grãos integrais.
Incentive o consumo adequado de água para manter uma boa
hidratação e incentive a moderação no consumo de cafeína e álcool,
uma vez que esses alimentos podem causar irritação e desequilíbrio
hormonal, diante do excesso do consumo.
Considere as alergias, intolerâncias alimentares ou sensibilidades
específicas a fim de reduzir ou eliminar o consumo desses alimentos,
reduzindo assim as chances de aumento dessa inflamação que já
está presente na endometriose.
Atente-se ao consumo de alimentos fontes de Vitamina C, uma vez
que essa é uma vitamina com potencial antioxidante.
O gengibre também é um alimento estudado na endometriose para
controle da dor pélvica, por isso, sua prescrição na dieta pode ser
importante (chás, incluído em sucos, molhos ou até como tempero).
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Exames
Hemoglobina
Valores de Referência
Homens: 13 a 17 g/dL
Mulheres: 12 a 16 g/dL
Glicemia de jejum 1,65
Hb glicada 40 mg/dL
LDL 30ng/mL (principalmente em mulheres,
ideal > 80 ng/mL)
Ácido fólico > 6 ng/mL
Principais exames
O paciente com uso frequente de antiácidos pode cursar com deficiência de
vitamina B12, ácido fólico e ferro, por afetar a biodisponibilidade desses
micronutrientes.
Capacidade de ligação do
ferro sérico 250 a 425 µg/dL
Suplementação
Se entre 210-300 pg/mL: suplementação manipulada de 1.200 a
1.500 mcg com administração sublingual;
Vitamina B12:
Pode ser necessário a suplementação de Vitamina B12, ferro ou ácido fólico
caso haja deficiência de algum desses parâmetros.
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https://nutritotal.com.br/pro/material/tabela-de-teor-de-vitamina-b12-nos-alimentos/
https://nutritotal.com.br/pro/serie-micronutrientes-qual-e-a-importancia-do-acido-folico/
https://nutritotal.com.br/pro/deficiencia-de-ferro-em-individuos-vegetarianos-e-onivoros/
 Se entre 300-400 pg/mL: suplementação manipulada de 1.000 a
1.200 mcg com administração sublingual;
 Se entre 400-500 pg/mL: suplementação manipulada de 500 a
800 mcg com administração sublingual.
 
Ferro:
45mg/dia
Ácido fólico:
400 mcg/dia
Referência: Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição.
Diretriz: DRGE Perspectiva mundial sobre a doença do refluxo gastroesofágico, 2015.
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Descrição
A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma desordem funcional crônica do
trato gastrointestinal que afeta o intestino grosso (cólon). Caracteriza-se por
sintomas recorrentes, como dor abdominal, alterações do hábito intestinal e
desconforto abdominal, mas sem evidências de lesões ou inflamações
detectáveis por exames médicos.
Essa alteração intestinal pode se dividir em predominância de diarreia,
predominância de constipação, ou os dois ao mesmo tempo. O diagnóstico
da SII é feito através da exclusão de outras condições gastrointestinais.

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