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DETERMINAÇÃO DE SÓDIO E POTÁSSIO EM SORO DE REIDRATAÇÃO ORAL POR FOTOMETRIA DE CHAMA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI 
CAMPUS ALTO PARAOPEBA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DETERMINAÇÃO DE SÓDIO E POTÁSSIO EM SORO DE 
REIDRATAÇÃO ORAL POR FOTOMETRIA DE CHAMA 
 
 
Relatório apresentado como parte das 
exigências da disciplina Análise Instrumental 
Aplicada a Bioprocessos Experimental sob 
responsabilidade da professora Ana Maria de 
Oliveira 
 
 
 
Mariana Maciel Bertolino Diniz – 154200050 
 
 
 
 
OURO BRANCO – MG 
JUNHO/2021 
2 
 
RESUMO 
 Esta prática foi realizada com a finalidade de determinar a concentração de sódio 
(Na) e potássio (K) em uma amostra de soro de reidratação oral. O método utilizado foi o de 
fotometria de chama e para verificar as inclinações das curvas utilizou-se do método adição de 
padrão externo. As curvas de calibração foram produzidas a partir de soluções padrão de sódio 
e potássio com concentrações de 50,10mg/L e 50,08mg/L respectivamente. A curva de 
calibração por padronização externa obtida para o sódio foi de y = 22,782x-0,2213 e por adição 
de padrão de y = 25,848x+85,4, com coeficientes angulares bem próximo e suas curvas em 
paralelo, verificou-se a inexistência do efeito de matriz e assim obteve-se a concentração de 
1,96 (±0,12) g deste metal com um erro relativo inferior a 5%, que é o limite. Para o potássio a 
curva obtida por padronização externa foi de obteve se a curva de y = 10,495x+1,4291 e por 
adição de padrão a curva foi igual a y = 24,261x+24,57, com esses coeficientes angulares 
distintos e comprovando se através da análise das curvas observou se o efeito de matriz para a 
amostra de potássio, com isso essa curva por padronização externa não seria utilizável. Desta 
forma para detectar o potássio utilizou-se a curva de adição de padrão e a massa medida foi de 
0,14±(0,02)g com um erro relativo muito superior a 5% e assim concluiu-se que, com base na 
análise dos resultados e conhecimentos da literatura, houve interferências bem fortes no padrão 
de sódio e por isso as curvas de padronização externa não podem ser utilizadas para medir a 
concentração do potássio presente na amostra, sendo necessário eliminar o efeito de matriz para 
realizar o método, já que se mostrou eficiente para medir metais alcalinos visto que os valores 
obtidos pela medida do sódio estão dentro do esperado. 
 
3 
 
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
O soro de reidratação é utilizado na terapia de reidratação oral (TRO), segundo Galvão 
(1994), esta terapia, quando aplicada junto a um programa de assistência de saúde é efetiva e 
com um custo muito baixo tendo a finalidade de reduzir as mortes causadas por desidratação 
por diarreia aguda. Este soro de reidratação é mais completo que o soro fisiológico e em sua 
composição podemos encontrar cloreto de sódio (NaCl), cloreto de potássio (KCl), citrato de 
sódio (Na3C6H5O7) e glicose anidra (C₆H₁₂O₆). Com a finalidade de analisar este soro e 
averiguar se as massas de sódio (Na) e potássio (K) presentes são as mesmas que o fabricante 
informou, preparou-se uma solução de soro em laboratório de mesma composição para ser 
analisada através do método de espectroscopia de emissão atômica. Segundo Skoog (2002), na 
espectroscopia atômica o analito é atomizado em uma chama, ou um forno aquecido, ou em um 
plasma. Durante muitos anos utilizou se o método de chamas, porém nos dias atuais, o plasma 
é mais utilizado. 
A amostra a ser analisada foi preparada de acordo com as especificações dos soros de 
reidratação oral, tais proporções estão descritas na tabela 1. Desta amostra pesou-se 1,1005g a 
qual foi solubilizada em 1 litro de água, e assim, a sua concentração é de 1,1005g/L. Como 
deseja-se quantificar os metais de sódio e potássio e compará-los, faz-se necessário descobrir 
as massas destes, presente na amostra de soro e na solução preparada. Todos os cálculos foram 
realizados pelo Excel e os resultados serão apresentados ao longo do relatório em forma de 
tabelas e gráficos, como a descrita abaixo. 
Tabela 1 – Massa pesada dos reagentes e quantidade presente de sódio e potássio 
Reagente Massa (g) Massa Na (g) Massa K (g) 
Cloreto de sódio 3,5 1,38 0 
Cloreto de potássio 1,5 0 0,79 
Citrato de sódio 2,9 0,68 0 
Glicose anidra 20 0 0 
Total 27,9 2,06 0,79 
 
Com esses dados calculam-se as massas dos metais presentes na amostra diluída. A 
concentração de sódio e potássio na amostra, respectivamente, são 81mg/L e 31mg/L. Já as 
curvas de calibração foram construídas através de soluções padrões, com concentrações de 
50,10mg/L para o sódio e de 50,08mg/L para o potássio. Obteve se duas curvas para cada metal, 
uma por padronização externa e outra por adição de padrão pelos dados informados a seguir. 
4 
 
Tabela 2 – Volumes, concentrações e intensidades de emissão da solução padrão para o 
método de padronização externa 
Volume (mL) Concentração (mg/L) Intensidade de Emissão (IE) 
0 0 0,101 
1,00 1,002 20 
2,00 2,004 45 
4,00 4,008 94 
6,00 6,012 138 
8,00 8,016 183 
10,00 10,02 226 
 
 
Tabela 3 - Volumes, concentrações e intensidades de emissão da solução padrão para o 
método de adição de padrão 
Volume (mL) Concentração (mg/L) Intensidade de emissão (IE) 
0 0 86 
1,00 1,002 109 
2,00 2,004 140 
3,00 3,006 162 
 
Gráfico 2 – Curva de calibração do sódio por adição de padrão 
 
y = 22,782x - 0,2213
R² = 0,9995
-50
0
50
100
150
200
250
0 5 10 15In
te
n
si
d
ad
e 
d
e 
E
m
is
sã
o
 (
IE
)
Concentração de Na (mg/L)
y = 25,848x + 85,4
R² = 0,9956
0
50
100
150
200
0 1 2 3 4In
te
n
si
d
ad
e 
d
e 
E
m
is
sã
o
 (
IE
)
Concentração de Na (mg/L)
Gráfico 1 – Curva de calibração do sódio por padronização externa 
5 
 
Pelo gráfico 1 temos a equação de: y = 22,782x-0,2213, do sódio por padronização 
externa, com um coeficiente de correlação muito alto, indicando que a inclinação da curva é 
muito boa e, pelo gráfico 2 obteve-se a de: y = 25,848x+85,4 pelo método de adição de padrão, 
com um coeficiente de correlação bastante alto. Comparando as duas equações apresentadas, 
pode-se dizer que os coeficientes angulares são bem próximos, indicando que não há efeito de 
matriz, para verificar essa afirmação plotam-se os dois gráficos em um, a fim de analisa-los. O 
Guia de Validação e Controle de Qualidade Analítica, do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (2011), define o efeito de matriz como um estudo de seletividade que averigua 
interferências ocasionadas por substância que fazem parte da composição da matriz amostral. 
Gráfico 3 – Comparação das curvas de calibração do sódio 
 
O gráfico 3 comprova que não há efeito de matriz para o sódio, devido a 
perpendicularidade das retas, indicando que a curva analítica de padronização externa pode ser 
utilizada para quantificar o sódio presente na amostra de soro de reidratação. O procedimento 
para medir o potássio foi o mesmo, com os resultados expressos a seguir. 
Tabela 4 - Volumes, concentrações e intensidades de emissão da solução padrão para o 
método de padronização externa 
Volume (mL) Concentração (mg/L) Intensidade de emissão (IE) 
0 0 0,014 
1,00 1,0016 11,05 
2,00 2,0032 23,98 
4,00 4,0064 43,76 
6,00 6,0096 65,25 
8,00 8,0128 88,14 
10,00 10,016 103,67 
-50
0
50
100
150
200
250
0 2 4 6 8 10 12
In
te
n
si
d
ad
e 
d
e 
E
m
is
sã
o
 (
IE
)
Concentração de Na (mg/L)
Adição de padrão
Padronização externa
6 
 
Gráfico 4 – Curva de calibração do potássio por padronização externa 
 
Tabela 5 - Volumes, concentrações e intensidades de emissão da solução padrão para o 
método de adição de padrão 
Volume (mL) Concentração final (mg/L) Intensidade de emissão (IE) 
0 0 22,35 
1,00 1,0016 53,15 
2,00 2,0032 71,27 
3,00 3,0048 97,31 
 
Gráfico 5 – Curva de calibração do potássio por adição de padrão 
 
Pelo gráfico 4, observa-se que a curva de calibração do potássio por padronização 
externa é igual a: y = 10,495x+1,4291 com um coeficiente de correlaçãomuito alto, e pelo 
gráfico 5 obteve-se a equação da curva de calibração igual a: y = 24,261x+24,57 do potássio 
pelo método de adição de padrão, com um coeficiente de correlação alto. Porém os coeficientes 
angulares são bem distintos, indicando que há um efeito de matriz e que a curva e equação 
gradas pelo método de padronização externas não são boas para serem utilizadas a fim de 
y = 10,495x + 1,4291
R² = 0,9977
0
20
40
60
80
100
120
0 2 4 6 8 10 12
In
te
n
si
d
ad
e 
d
e 
 E
m
is
sã
o
 (
IE
)
Concentração de K (mg/L)
y = 24,261x + 24,57
R² = 0,991
0
20
40
60
80
100
120
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5In
te
n
si
d
ad
e 
d
e 
E
m
is
sã
o
 (
IE
)
Concentração de K (mg/L)
7 
 
quantificar o potássio na amostra de soro. Para comprovar o efeito de matriz plotaram-se as 
duas curvas no mesmo gráfico, o que gerou o gráfico 6. 
Gráfico 6 – Comparação das curvas de calibração do potássio 
 
Como visto no gráfico 6 as curvas do potássio não são perpendiculares, indicando que 
há um forte efeito de matriz. Com as retas obtidas conseguimos calcular as concentrações dos 
metais presente nas amostras, a tabela 6 nos informa todos os dados necessários para achar a 
concentração do sódio e seu erro e dispersão. 
Tabela 6 - Concentrações sódio na amostra de soro por padronização externa 
IE [Na] em 27,9 g [Na] média 
(g) 
DP IC Valor de 
referência (g) 
Er 
(%) 
Dispersão 
(%) 
105 1,95 1,96 0,05 0,12 2,06 4,85 2,38 
108 2,00 
103 1,91 
 
De acordo com a tabela 6 a concentração de sódio na amostra é 1,96 (±0,12) g. O erro 
relativo foi menor que 5%, dentro do limite do aceitável. Segundo Braga (2009), a validação 
dos métodos de análise, se dá pela exatidão e precisão, caso o erro relativo seja menor que 1% 
considera-se o método de alta exatidão, caso esteja entre 1 e 5% o método é considerado de 
exatidão moderada e, acima de 5% o método está apresentando um desvio inaceitável, sendo 
necessário a revisão da metodologia, equipamentos e condições de trabalho. Com um erro 
relativo de 4,85% e dispersão de 2,38% comprovamos que a utilização do método foi exato e 
preciso. 
 Para o potássio houve a necessidade de usar a curva de adição de padrão para calcular 
a concentração deste metal presente na amostra, já que houve efeito de matriz na leitura e isso 
podemos comprovar vendo os resultados nas tabelas 7 e 8. 
0
20
40
60
80
100
120
0 2 4 6 8 10 12
In
te
n
si
d
ad
e 
d
e 
E
m
is
sã
o
 (
IE
)
Concentração de K (mg/L)
Adição de padrão
Padronização externa
8 
 
Tabela 7 - Concentrações potássio na amostra de soro por padronização externa 
IE [K] em 
27,9 g 
[K] média 
(g) 
DP I C Valor de 
referência (g) 
Er (%) Dispersão 
(%) 
16,57 0,610 0,62 0,009 0,02 0,79 21,7 1,38 
16,83 0,620 
16,99 0,626 
 
Tabela 8 - Concentrações potássio na amostra de soro por adição de padrão 
IE [K] em 
27,9 g 
[K] média 
(g) 
DP I C Valor de 
referência (g) 
Er (%) Dispersão 
(%) 
16,57 0,139 0,14 0,004 0,01 0,79 82,3 2,73 
16,83 0,139 
16,99 0,132 
 
De acordo com as tabelas 7 e 8 encontramos concentração de 0,619±(0,021)g do 
potássio por padronização externa e com um erro relativo de 21,7%, extremamente alto, e de 
0,14±(0,02)g, com um erro relativo de 82,3%, indicando a presença de interferentes. Segundo 
Harris (2012), interferência é qualquer efeito que causa modificação no sinal enquanto a 
concentração de analito permanece a mesma, podendo ser eliminada pela remoção da fonte que 
causou interferência ou preparando se padrões com as mesmas interferências, e por se tratar de 
um metal alcalino, pode ocorrer interferência de ionização, que é causada devido a esses metais 
serem mais facilmente ionizáveis, por possuírem menores potenciais de ionização e, na 
presença de outros elementos ocorre leitura de ambos. 
O efeito de matriz é uma dessas interferências, assim como a solução padrão que pode 
não estar com a concentração informada. 
2. CONCLUSÃO 
Conclui-se que a partir dos dados obtidos, massa de sódio no soro é de 1,96(±0,12) g, 
com erro relativo inferior a 5%, dentro do limite aceitável e a massa de potássio é de , pelo 
método de padronização externa com erro relativo superior a 5% indicando que esta curva não 
pode ser utilizada para encontrar a concentração de potássio e uma massa de 0,14±(0,02)g, para 
o método de adição de padrão com um erro relativo de 82,3%, mostrando que houve 
interferências e que por isso essas curvas não podem ser utilizadas para a medida de potássio, 
o efeito de matriz foi muito forte, sendo necessário que se prepare outra solução padrão para 
ser analisada, eliminando esses efeitos. 
9 
 
REFRÊNCIAS 
BRAGA, J. V. Fundamentos de Química Analítica Instrumental. Curso Modular – Módulo 
III. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Edição 2009: Belo Horizonte. 
GALVÃO, Clóvis E. S. et al. Terapia de reidratação oral para diarreia aguda em região 
do nordeste do Brasil, 1986-1989*. Disponível em: 
https://www.scielosp.org/article/rsp/1994.v28n6/416-422/pt/. Acesso em: 23 Jun. 2021. 
HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. Trad. Oswaldo Esteves Barcia, Júlio Carlos 
Afonso – 8ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 
MAPA. Guia de Validação e Controle de Qualidade Analítica - Fármacos em Produtos 
para Alimentação Animal e Medicamentos Veterinários. Disponível em: 
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/laboratorios/arquivos-publicacoes-
laboratorio/guia-de-validacao-controle-de-qualidade-analitica.pdf. Acesso em: 23 Jun. 2021. 
SKOOG, D. A; HOLLER, F.J; NIEMAN, T.A. Princípios de Análise Instrumental. Trad. 
Ignez Caracelli. – 5ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. 
 
 
 
https://www.scielosp.org/article/rsp/1994.v28n6/416-422/pt/#back
https://www.scielosp.org/article/rsp/1994.v28n6/416-422/pt/
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/laboratorios/arquivos-publicacoes-laboratorio/guia-de-validacao-controle-de-qualidade-analitica.pdf
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/laboratorios/arquivos-publicacoes-laboratorio/guia-de-validacao-controle-de-qualidade-analitica.pdf

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