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S5P1- Infarto agudo do miocárdio O IAM, também chamado de “ataque cardíaco”, é a morte do músculo cardíaco devido à isquemia prolongada.- redução ou interrupção do fluxo sanguíneo para o tecido ou órgão por um período prolongado, que leva a falta de oxigenação e nutrientes essenciais A principal causa subjacente de DIC é a aterosclerose; embora os IAMs possam ocorrer em praticamente qualquer idade, 10% dos IAMs ocorrem em pessoas com menos de 40 anos e 45% em pessoas com menos de 65. No entanto, a frequência se eleva progressivamente com o aumento da idade e com o aumento dos fatores de risco ateroscleróticos. Na meia-idade, o gênero masculino aumenta o risco relativo de IAM; na verdade, as mulheres costumam ser protegidas contra IAM durante seus anos reprodutivos. Entretanto, o declínio pós-menopausa na produção de estrogênio está associado, em geral, a DAC acelerada, e a DIC é a causa mais comum de morte em mulheres mais velhas. Infelizmente, a terapia de reposição hormonal pós-menopausa não se mostrou protetora e, de fato, em alguns casos, pode ser prejudicial. O infarto do miocárdio é definido como necrose miocárdica em uma condição clínica consistente com isquemia miocárdica (1). Essas condições podem ser atendidas por meio de elevação de biomarcadores cardíacos (preferencialmente, troponina cardíaca ) acima do 99th percentil do limite superior de referência (LSR) e pelo menos um dos seguintes: ● Sintomas da isquemia ● Alterações eletrocardiográficas indicativas de nova isquemia (alterações significativas no ST/T ou bloqueio de ramo esquerdo) ● Desenvolvimento de ondas Q patológicas ● Evidências nas imagens de nova lesão do miocárdio ou nova alteração da contração segmentar da parede ● Evidências na angiografia ou autópsia de trombo intracoronário Critérios ligeiramente diferentes são utilizados para diagnosticar IM durante e após intervenção coronariana percutânea ou cirurgia de revascularização do miocárdio, e como causa de morte súbita. O IM pode ser classificado em 5 tipos com base na etiologia e circunstâncias (1): ● Tipo 1: IM espontâneo causado por isquemia devido a um evento coronário primário (p. ex., ruptura, erosão ou fissuras na placa; dissecção coronária) ● Tipo 2: isquemia devido a aumento da demanda de oxigênio (p. ex., hipertensão), ou diminuição do fornecimento (p. ex., espasmo ou embolia arterial coronariana, arritmia, hipotensão) ● Tipo 3: relacionado com a morte cardíaca inesperada e súbita ● Tipo 4a: associado com intervenção coronariana percutânea (sinais e sintomas de infarto do miocárdio com valores cTn > 5 × 99º percentil do LSR) ● Tipo 4b: associado com trombose do stent documentada https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/infarto-agudo-do-mioc%C3%A1rdio-iam#v27857523_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/vis%C3%A3o-geral-das-s%C3%ADndromes-coronarianas-agudas#v934946_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/arritmias-card%C3%ADacas-espec%C3%ADficas/bloqueios-de-ramo-e-bloqueio-fasciculares https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/infarto-agudo-do-mioc%C3%A1rdio-iam#v27857523_pt ● Tipo 5: associado com revascularização do miocárdio (sinais e sintomas de infarto do miocárdio com valores cTn > 10 × 99º percentil do LSR) Localização do infarto O IM compromete predominantemente o ventrículo esquerdo, mas a lesão pode estender-se ao ventrículo direito ou aos átrios. Infarto do ventrículo direito geralmente resulta de obstrução da coronária direita ou uma artéria circunflexa esquerda dominante; é caracterizado por pressão de enchimento do ventrículo direito elevada, muitas vezes com regurgitação tricúspidegrave e redução do débito cardíaco. O infarto inferoposterior provoca algum grau de disfunção do ventrículo direito em cerca da metade dos pacientes, e provoca alteração hemodinâmica em 10 a 15%. Deve-se considerar a disfunção do ventrículo direito em qualquer paciente que desenvolva infarto inferoposterior e elevação da pressão venosa jugular, com hipotensão ou choque. O infarto do ventrículo direito que complica o infarto do VE aumenta significativamente a taxa de mortalidade (2). Os infartos anteriores tendem a ser maiores e estão associados de prognóstico pior que os infartos inferoposteriores. Eles geralmente ocorrem por obstrução da artéria coronária esquerda, especialmente da artéria descendente anterior; infartos póstero-inferiores refletem obstrução da artéria coronária direita ou artéria circunflexa esquerda dominante. O infarto pode ser ● Transmural ● Não transmural Infartos transmurais envolvem toda a espessura do miocárdio, do epicárdio ao endocárdio, e costumam ser caracterizados por ondas Q anormais no ECG. Os infartos não transmurais (como os subendocárdicos) podem ocorrer como resultado de uma ruptura de placa seguida por um trombo coronário que é posteriormente lisado (terapêutica ou espontaneamente) antes que a necrose miocárdica se estenda por toda a espessura da parede. Os infartos subendocárdicos também podem resultar de uma redução grave e prolongada da pressão arterial sistêmica, como no choque sobreposto a estenoses coronarianas crônicas, mas não críticas. Nos infartos subendocárdicos que ocorrem como resultado de hipotensão global, o dano miocárdico costuma ser circunferencial, em vez de se limitar à distribuição de uma única artéria coronária principal. Como a profundidade transmural da necrose não pode ser determinada clinicamente com precisão, os infartos, geralmente, são classificados como IMCST ou IMSST pela presença ou ausência de supradesnível do segmento ST ou ondas Q no ECG. A extensão de miocárdio destruído pode ser aproximadamente estimada https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/valvopatias/regurgita%C3%A7%C3%A3o-tric%C3%BAspide https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/valvopatias/regurgita%C3%A7%C3%A3o-tric%C3%BAspide https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/infarto-agudo-do-mioc%C3%A1rdio-iam#v27857523_pt pela amplitude e duração do aumento da creatina quinase (CK-MB) ou pelos níveis máximos das troponinas mais dosadas. No IMCST, o ECG inicial geralmente fecha o diagnóstico, mostrando supradesnível do segmento ST ≥ 1 mm em 2 ou mais derivações contíguas na área da lesão. Os infartos transmurais ocorrem quando há oclusão de um vaso epicárdico (na ausência de qualquer intervenção terapêutica) – a necrose envolve praticamente toda a espessura da parede ventricular na distribuição da artéria coronária afetada. Esse padrão de infarto costuma estar associado a uma combinação de aterosclerose coronariana crônica, alteração aguda da placa e trombose sobreposta (discutida anteriormente). Microinfarto multifocal refere-se a um padrão que é visto quando há patologia envolvendo apenas vasos intramurais menores. Pode ocorrer no contexto de microembolização, vasculite ou espasmo vascular, por exemplo, devido a catecolaminas endógenas (epinefrina) ou drogas ilícitas ou fármacos (cocaína ou efedrina). Níveis elevados de catecolaminas também aumentam a frequência cardíaca e a contratilidade miocárdica, exacerbando a isquemia causada pelo vasospasmo. O resultado de tal vasoespasmo pode ser morte súbita cardíaca (geralmente causada por uma arritmia fatal) DIAGNOSTICO: O IAM é diagnosticado por meio de sintomas clínicos, exames laboratoriais para detectar a presença de proteínas miocárdicas no plasma e alterações eletrocardiográficas características. Devido às alterações eletrocardiográficas características resultantes da isquemia miocárdica ou de necrose em várias distribuições, um infarto transmural é algumas vezes chamado de infarto do miocárdio com supradesnivelamentode ST (IAMCSST), e um infarto subendocárdico como infarto sem supradesnivelamento de ST (IAMSSST). Dependendo da extensão e da localização do envolvimento vascular, os microinfartos apresentam alterações inespecíficas ou podem até ser eletrocardiograficamente silenciosos. ACHADOS LABORATORIAIS: O diagnóstico de lesão miocárdica é estabelecido quando os níveis sanguíneos de troponina estão acima dos níveis limiares; o ritmo e a magnitude do aparecimento desses marcadores séricos após o IAM dependem de vários fatores, como volume do miocárdio danificado, fluxo sanguíneo e drenagem linfática na área do infarto, além da taxa de eliminação do marcador do sangue. As troponinas cardíacas começam a aumentar em 2 a 4 horas e atingem o pico em 24 a 48 horas após um infarto agudo do miocárdio. Com a reperfusão, os níveis de troponina podem ser mais elevados e atingir o pico mais cedo devido à lavagem mais rápida do marcador do tecido necrótico. Também é possível observar elevação aguda significativa da troponina sérica em outras condições que causam a morte de miócitos cardíacos, como na miocardite e no trauma miocárdico. Por outro lado, a elevação de baixo nível da troponina sérica (“vazamento de troponina”) pode ocorrer em uma série de outras condições, como insuficiência cardíaca congestiva, embolia pulmonar, insuficiência renal e sepse. Essas elevações, em geral, não seguem o mesmo curso de tempo da lesão abrupta, portanto, medições em série podem ser úteis para distinguir diferentes etiologias. CK-TOTAL E CK-MB: Após a ruptura da membrana do sarcolema do cardiomiócito, a reserva citoplasmática de biomarcadores é liberada. Marcadores como mioglobina e isoformas de creatina-cinase (CK) são rapidamente liberados e os níveis sanguíneos sobem com rapidez. A CK se eleva durante um período de 4 a 8 horas e geralmente retorna ao normal em 48 a 72 horas. Um importante inconveniente da determinação da CK total é a sua falta de especificidade para o IAMEST, pois essa enzima pode estar elevada em pacientes com doença ou traumatismo muscular, incluindo injeção intramuscular. A isoenzima MB da CK é mais vantajosa que a CK total, pois não é encontrada em concentrações significativas nos tecidos não cardíacos, sendo, portanto, bem mais específica. Muitos hospitais usam a cTnT ou a cTnI em vez da CK-MB como marcador cardíaco sérico rotineiro na investigação diagnóstica do IAMEST, embora todas essas análises permaneçam clinicamente aceitáveis. A determinação da CK-MB mais uma troponina cardíaca não é custo-efetiva em todos os estágios para todos os pacientes. HEMOGRAMA: A reação inespecífica à lesão miocárdica está associada à leucocitose polimorfonuclear, que aparece algumas horas após o início da dor e persiste por 3 a 7 dias; a contagem de leucócitos geralmente atinge níveis de 12.000 a 15.000/μL. ELETROCARDIOGRAMA (O que raios significa essa infra ou supra de ST? – A isquemia aguda e grave diminui o potencial de repouso da membrana e encurta a duração do potencial de ação. Essas alterações provocam um gradiente de voltagem entre as zonas isquêmica e normal. Em consequência, há fluxo de corrente entre essas regiões. Essas correntes de lesão são representadas no ECG convencional por desvio do segmento ST. Quando a isquemia aguda é transmural, geralmente o vetor ST sofre desvio na direção das camadas mais externas (epicárdicas), produzindo elevações do segmento ST e, às vezes, nos estágios iniciais de isquemia, ondas T amplas e positivas, denominadas hiperagudas, sobre a zona isquêmica. As derivações do ECG geralmente são mais úteis para a localização das regiões isquêmicas com elevação do segmento ST do que daquelas sem elevação do ST. Por exemplo, a isquemia transmural aguda de parede anterior (incluindo apical e lateral) é indicada pela elevação do segmento ST ou pelo aumento da positividade da onda T em uma ou mais das derivações precordiais (V1 a V6) e em D1, e em aVL. A isquemia da parede inferior provoca alterações em D2, D3 e aVF. Com o infarto, alterações da despolarização (QRS) com frequência acompanham as anormalidades da repolarização (ST-T). Uma necrose suficientemente ampla de tecido miocárdico produz diminuição da amplitude da onda R ou ondas Q anormais (mesmo na ausência de isquemia transmural) nas derivações anteriores ou inferiores FARMACO TRATAMENTO ANTI-ISQUÊMICO: Para fornecer alívio da dor e do desconforto, o tratamento inicial deve incluir repouso no leito, nitratos, bloqueadores β-adrenérgicos e oxigênio inalatório em pacientes com hipoxemia (saturação arterial de O2deve-se ao relaxamento das artérias coronárias (Nota: o verapamil afetaprincipalmente o miocárdio, e o anlodipino exerce efeito maior nos músculos lisos nos vasos periféricos. O diltiazem apresenta ação intermediaria.) Todos os bloqueadores dos canais de cálcio baixam a pressão arterial. ANTICOAGULANTES E ANTIPLAQUETÁRIOS: Os inibidores da aglutinação plaquetária diminuem a formação de um coagulo rico em plaquetas ou diminuem a ação dos sinais químicos promotores da aglutinação. Os inibidores da aglutinação de plaquetas descritos a seguir inibem a cicloxigenase-1 (COX-1) ou bloqueiam os receptores de GP IIb/IIIa ou ADP, interferindo, assim, no sinal que promove a aglutinação plaquetária. Como essas substancias tem diferentes mecanismos de ação, efeitos sinérgicos ou aditivos podem ser obtidos quando fármacos de classes diferentes são associados. Esses fármacos são benéficos na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares oclusivas, na manutenção de transplantes vasculares e na potencia arterial e como auxiliares dos inibidores da trombina ou tratamento trombolítico no IAM. O AAS é usado no tratamento profilático da isquemia cerebral transitória, para reduzir a incidência de IAM recorrente e para diminuir a mortalidade nas situações de prevenção do IAM primário e secundário. Ocorre inativação completa das plaquetas com 75 mg diários de AAS. Critério Angina Instável (AI) Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) Definição Dor torácica devido à redução do fluxo sanguíneo coronariano sem necrose miocárdica. Morte celular (necrose) do músculo cardíaco devido à obstrução prolongada da circulação coronariana. Causa Placa aterosclerótica instável com trombo parcial ou espasmo coronariano. Oclusão completa ou quase completa de uma artéria coronária por trombo. Dor torácica Dor intensa, de início recente, mais frequente, prolongada (≥ 10 min), podendo ocorrer em repouso ou com esforço mínimo. Não alivia completamente com repouso ou nitrato. Dor intensa, contínua e prolongada (> 30 min), geralmente em repouso. Não melhora com nitratos. Alterações no ECG Pode haver supradesnivelamento transitório do segmento ST, infradesnivelamento do ST ou onda T invertida. Pode apresentar supradesnivelamento do ST (IAM com supra) ou infradesnivelamento do ST (IAM sem supra). Marcadores de necrose miocárdica (troponina e CK-MB) Normais (não há necrose miocárdica). Elevados (indicando morte celular). Tratamento inicial Antiplaquetários (AAS, clopidogrel), anticoagulantes, betabloqueadores e nitratos. Mesma abordagem inicial da angina instável, mas com possibilidade de trombólise ou angioplastia de urgência. IMAGEM Localização do infarto