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11
Beatriz Oliveira Leão Carneiro
Nathália da Costa Sousa
PEDIATRIA I
PUERICULTURA
2
SUMÁRIO
PUERICULTURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2. Avaliação do crescimento e do estado nutricional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1. Curvas de referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3. Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.1. Desenvolvimento sensorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.2. Desenvolvimento motor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.3. Marcos do desenvolvimento neuropsicomotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.4. Desenvolvimento cognitivo-emocional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4. Alimentação na infância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5. Incentivo à prática de atividade física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Mapa mental . Diagnósticos de normalidade formulados na consulta pediátrica . 26
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Questões comentadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3
PUERICULTURA
O QUE VOCÊ PRECISA SABER?
 u Diagnósticos de normalidade em pediatria: CEVADA.
 u Avaliação do estado nutricional e do crescimento: curvas da OMS e do Intergrowth 21st para prematuros.
 u Ganho esperado de peso, comprimento e perímetro cefálico no primeiro ano de vida.
 u Quando desaparecem os reflexos primitivos.
 u Os principais marcos do desenvolvimento de cada faixa etária.
 u Orientação alimentar adequada de acordo com a idade.
1. INTRODUÇÃO
 BASES DA MEDICINA
Um conceito importante que você deve ter em mente 
quando começa a estudar a pediatria é que a infância pode 
ser dividida em cinco etapas, que apresentam caracterís-
ticas próprias com relação aos cuidados que devem ser 
depreendidos nas consultas de seguimento e as principais 
doenças intercorrentes:
 W Recém-nascido: 0 a 28 dias.
 W Lactente: 29 dias a 2 anos.
 W Pré-escolar: 2 a 7 anos.
 W Escolar: 7 a 10 anos.
 W Adolescente: 10 a 20 anos incompletos (19 anos, 11 
meses e 29 dias).
A puericultura é a consulta médica periódica que 
permite o acompanhamento do crescimento e do 
desenvolvimento das crianças, apresentando como 
enfoques: a promoção e a preservação da saúde, a 
recuperação da criança doente e sua integração na 
sociedade. Tem por objetivo fornecer assistência de 
forma integrada e de qualidade, realizando a vigilân-
cia do crescimento e do desenvolvimento, monito-
rando os fatores de risco ao nascer e os evolutivos, 
estimulando o aleitamento materno exclusivo até 
o sexto mês de vida, complementado até os dois 
anos de vida, e garantindo a aplicação das vacinas 
do esquema básico de imunização. Antigamente, a 
puericultura tinha um caráter meramente educativo, 
e o médico ditava as condutas mais adequadas 
para as famílias; mas, atualmente, entendemos que 
é fundamental construir um bom vínculo familiar 
para estabelecer, em conjunto com a família, um 
plano terapêutico e de seguimento da criança que 
faça sentido. A criança necessita de consultas mais 
frequentes para que se identifiquem precocemente 
condições de risco ou desvios da normalidade 
no processo de crescimento e desenvolvimento. 
A rotina mínima de consultas preconizada pelo 
Ministério da Saúde é um pouco diferente da rotina 
preconizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 
(Tabela 1).
importância/prevalência
Puericultura
4
Pediatria Geral
Tabela 1. Rotina de consultas de puericultura 
de acordo com o Ministério da Saúde e com 
a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Ministério da Saúde Sociedade Brasileira 
de Pediatria
Sala de parto/
alta neonatal
Sala de parto/
alta neonatal
Primeira semana de vida Primeira ou segunda 
semana de vida
1º mês de vida Mensal até 6 meses
2 meses de vida Trimestral até 2 anos
4 meses de vida Semestral até 5 anos
6 meses de vida
Anual dos 5 aos 19 anos
9 meses de vida
12 meses de vida
2 consultas no 2º ano de 
vida (18 e 24 meses)
Anual a partir do 
2º ano de vida
Fonte: Campos Jr1.
A primeira anamnese da puericultura deve ser 
completa, rastreando todos os possíveis fatores 
de risco para aquela criança e entendendo a dinâ-
mica familiar e o ambiente em que aquela família 
está inserida (Fluxograma 1). Durante as consultas 
subsequentes, o pediatra deve avaliar e monitorar 
todos os aspectos do dia a dia da criança, os quais 
possam implicar problemas em seu crescimento e 
desenvolvimento (Quadro 1).
Puericultura 
5
Antecedentes familiares; 
Antecedentes pessoais:
Gestação: uso de medicamentos, número 
de consultas no pré-natal, doenças;
Nascimento: tipo de parto, motivo do 
parto, peso e comprimento ao nascer;
Período neonatal: tempo de permanência 
na unidade neonatal, doenças;
Patológicos: idade de aparecimento das 
doenças, duração e tratamentos recebidos, 
acidentes, cirurgias, internações;
Alimentares: período de amamentação 
exclusiva com leite materno, início e 
motivo do desmame, época de introdução 
de alimentos complementares ao leite 
materno e quais, aceitação dos alimentos, 
se há intolerância alimentar.
Identificação; 
História atual; 
Interrogatório 
sintomatológico. 
Hábitos Atuais: 
Alimentares: quem ajuda a criança a 
comer/ como ela se alimenta, descrição 
do dia alimentar (detalhar horários e 
composição de todas as refeições);
Intestinais e urinários: frequência 
e características;
Sono: períodos de sono, despertares 
noturnos, em que quarto e cama dorme, 
quem a coloca para dormir, se há problemas 
relacionados ao sono ou à hora de dormir;
Banho corporal: número de vezes, 
produtos utilizados;
Higiene bucal: como é realizada a limpeza 
da boca/ escovação dentária;
Lazer e tempo de tela: quais brinquedos 
mais utiliza, com quem brinca, tempo de 
uso de telas, frequência de passeios.
Desenvolvimento 
Neuropsicomotor 
(DPNM):
Habilidades motoras 
(grosseira e fina): época 
de aparecimento;
Aquisição de linguagem 
(gestual e verbal); 
Controle esfincteriano;
Desenvolvimento 
socioafetivo: com 
familiares, amigos e no 
ambiente escolar. 
Antecedentes vacinais: 
Quais já foram aplicadas, 
número de doses, idade 
em que foram aplicadas;
Questionar acompanhante 
sobre efeitos adversos 
(locais e/ou sistêmicos) 
de cada vacina; 
Relacionamentos familiares: 
Relação entre os pais, se a 
criança foi planejada, significado 
da criança na vida dos pais; 
Se pais separados, perguntar 
de quem é a guarda e como 
a criança lida com isso;
Como os pais dividem o 
cuidado com a criança;
Outros familiares que participam 
da vida da criança.
Habitação:
Características do 
bairro e da rua;
Características da casa: 
• FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS 
INFECTO-PARASITÁRIAS: relação 
pessoa-cômodo ≥ 3, 
 ausência de água tratada 
e esgoto não tratatado;
• FATORES DE RISCO PARA 
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS: 
ventilação inadequada, 
umidade, poeira
associa a diver-
sos efeitos benéficos, tanto fisiológicos (como o 
aumento do volume de ejeção cardíaca, a redução 
da pressão arterial, o aumento da sensibilidade à 
insulina, a melhora do perfil lipídico e o aumento da 
mineralização óssea) quanto psicossociais, como 
a melhora da cognição e da autoestima. A realiza-
ção de atividade física na infância e adolescência 
contribui para o enfrentamento da obesidade não 
só pela atuação no equilíbrio do balanço energético, 
mas também pela instituição do hábito da prática 
de atividade física, já que jovens ativos se tornam 
adultos ativos e com menor risco de obesidade e 
doenças relacionadas.
As recomendações quanto ao tipo e à duração 
da atividade física variam conforme a faixa etária 
e estão descritas na Tabela 13. Nos dias de hoje, 
é comum um excesso de atividades sedentárias 
relacionadas à exposição a telas (televisão, tablet, 
computador, celular), por isso, a Sociedade Brasi-
leira de Pediatria recomenda que o tempo de uso 
de telas seja de ZERO para lactentes até dois anos, 
de 1 hora/dia para crianças de 2 a 5 anos (sempre 
com supervisão), de 1 a 2 horas/dia entre 6 e 10 
anos (com supervisão) e idealmente de no máximo 
2 a 3 horas/dia para adolescentes de 11 a 18 anos, 
excetuando-se o tempo gasto para a realização das 
atividades escolares. Os pais também não devem 
permitir que as crianças e os adolescentes fiquem 
isolados nos quartos enquanto fazem uso de telas. 
Além disso, é recomendado para todas as idades 
a proibição de telas durante as refeições e desco-
nectar 1 a 2 horas antes de dormir. Todas essas 
orientações visam evitar a dependência digital, 
problemas de saúde mental, transtornos do déficit 
de atenção e hiperatividade, transtornos do sono, 
transtornos de alimentação, sedentarismo, bullying 
e cyberbullying.
Puericultura 
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Tabela 13. Recomendações de prática de atividade física em crianças e adolescentes.
Faixa etária Duração Tipo de atividade
0-2 anos
180 min/dia
Curtos períodos várias 
vezes ao dia
Atividades leves ou intensas de acordo com seu DNPM*: 
ficar de pé, rolar, brincar, saltar, pular e correr.
3-5 anos 180 min/dia
Brincadeiras ativas: bicicleta, jogos com bola, “pega-pega”.
Atividade física estruturada: natação, esportes coletivos, lutas.
6-19 anos 60 min/dia de atividade 
física moderada vigorosa
Escolher a atividade que mais o agrada, sendo a atividade:
Vigorosa: 3 vezes/semana
Flexível: 3 vezes/semana
DNPM: desenvolvimento neuropsicomotor.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria6.
Puericultura
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Pediatria geral
Crescimento
Curva 
estatura/idade
Alimentação
Adequada 
ou não
Estado 
nutricional
Curvas peso/
idade, peso/
estatura e 
IMC/idade
Desenvolvimento 
neuropsicomotor
Reflexos 
primitivos 
e marcos 
do DNPM
Vacinação
Puericultura
Em dia ou 
atrasada 
de acordo 
com o PNI
Ambiente 
físico e 
emocional
Adequado 
ou não
Mapa mental. Diagnósticos de normalidade formulados na consulta pediátrica. 
Puericultura 
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REFERÊNCIAS
1. Campos Júnior D, Burns DAR, Lopez FA (orgs). Tratado 
de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. 4. ed. 
São Paulo: Editora Manole; 2017.
2. Kliegman RM, Stanton BF, St Geme III JW, Schor NF, 
Behrman RE. Nelson Tratado de Pediatria. 18. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier; 2009.
3. WHO. The WHO Child Growth Standards. WHO. [Internet]; 
2015. [acesso em 07 nov 2019]. Disponível em: https://
www.who.int/childgrowth/en/.
4. Ministério da Saúde (BR). Caderneta de Saúde da Criança. 
2. ed. Brasil; 2020. Versão eletrônica.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária 
à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia 
alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos 
/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à 
Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. – Brasília: 
Ministério da Saúde, 2019.
6. Sociedade Brasileira de Pediatria. Grupo de Trabalho em 
Atividades Físicas. Promoção da atividade física na infân-
cia e adolescência. Manual de Orientação do Grupo de 
Trabalho em Atividades Físicas. Rio de Janeiro: SBP; 2017.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Associação Brasileira de Odontopediatria. Manual de refe-
rência para procedimentos clínicos em Odontopediatria. 
São Paulo: Associação Brasileira de Odontopediatria; 2009.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Saúde Bucal. Cadernos 
de Atenção Básica; 2006.
Departamento Científico de Nutrologia. A alimentação com-
plementar e o método BLW. Guia prático de atualização do 
departa-mento científico de nutrologia. Sociedade Brasileira 
de Pediatria. 2017; 1-6.
Ministério da Saúde (BR). Manual de condutas gerais do Pro-
grama Nacional de Suplementação de Vitamina A. Brasília: 
Ministé-rio da Saúde; 2013.
Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. Manual de acom-
panhamento da criança. [Internet]; 2015. [acesso em 09/2020]. 
Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/
perfil/gestor/homepage/programa--de-fortalecimento-da-ges-
tao-da-saude-no-estado-de--sao-paulo/consultas-publicas/
manual_de_acompanhamento_da_crianca.pdf.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento científico de 
endocrinologia. Guia prático de atualização: Hipovitaminose D 
em pediatria: recomendações para o diagnóstico, tratamento 
e prevenção. Rio de Janeiro: SBP; 2016.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico 
de Nutrologia. Manual de Alimentação: orientações para 
alimenta-ção do lactente ao adolescente, na escola, na ges-
tante, na prevenção de doenças e segurança alimentar. 4. 
ed. São Paulo: SBP; 2018.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento científico de 
Nutrologia. Guia prático de atualização: Vegetarianismo na 
infân-cia e adolescência. Rio de Janeiro: SBP; 2017.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Global Child Dental Fund. 
Guia de Saúde Oral Materno-infantil. 2018.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Grupo de trabalho saúde 
na era digital. Manual de Orientação. #Menos telas #Mais 
saúde. Dezembro de 2019.
Sucupira ACSL. Pediatria em consultório. 5. ed. São Paulo: 
Sarvier; 2010.
Puericultura
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Pediatria Geral
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE – SP – 2022) Quanto à 
avaliação nutrológica em pediatria, assinale a al-
ternativa correta.
	⮦ No primeiro trimestre espera-se um ganho de 
peso de 400 g/mês.
	⮧ Ao final do primeiro ano, o lactente deve ter au-
mentado 50% da estatura de nascimento.
	⮨ Considerando-se perímetro cefálico adequado 
os valores que compreendem os escores de Z 
-3 a +3.
	⮩ Até os 3 anos de idade deve-se aferir o compri-
mento com a criança em decúbito dorsal.
	⮪ Considera-se baixa estatura crianças no escore 
Z entre 0 e -3.
Questão 2
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ – PR – 2022) Em rela-
ção aos reflexos primitivos e posturais da criança, 
o reflexo presente em uma criança normal aos 3 
anos de idade é:
	⮦ Reflexo de Moro.
	⮧ Reflexo de preensão plantar.
	⮨ Reflexo tônico-cervical assimétrico.
	⮩ Marcha automática.
	⮪ Reflexo do paraquedista.
Questão 3
(FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP – 2021) Mãe traz fi-
lha de 10 meses de idade à consulta e diz que está 
orgulhosa, pois ela come bem e todos a acham 
“fofinha”. Criança nascida a termo, em aleitamen-
to materno exclusivo até os 6 meses, atualmente 
mantém aleitamento e alimentação complemen-
tar. Mãe nega oferta de alimentos adoçados ou in-
dustrializados e afirma que a criança “nunca está 
satisfeita”. Nega comorbidades conhecidas. Nega 
casos de obesidade ou doenças endocrinológicas 
na família. Ao exame: lactente sem dismorfismos 
faciais, ativa, normocorada, hidratada, eupneica. 
Ausculta cardiopulmonar e exame abdominal sem 
alterações. Estatura: 70cm; peso: 12kg; IMC = 23 kg/
m². Analisando o caso e o gráfico abaixo, respon-
da as questões a seguir: Conforme gráfico da OMS 
de índice de massa corporal versus idade, qual é a 
classificação nutricional desta paciente?
Puericultura 
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	⮦ Sobrepeso.
	⮧ Obesidade grave.
	⮨ Obesidade.
	⮩ Eutrófica
para a idade.
Questão 4
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE - DISTRITO FEDERAL – 2021) 
Certo recém-nascido (RN) a termo, de parto vagi-
nal, com peso ao nascimento de 3.200 gramas, é 
encaminhado à consulta de puericultura aos sete 
dias de vida, em aleitamento materno exclusivo. A 
lactante relata dor extrema ao amamentar. O peso 
atual do paciente é de 2.600 gramas. Com base 
nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos 
correlatos, julgue os itens a seguir: A perda de peso 
do paciente indica que o leite está fraco.
	⮦ CERTO.
	⮧ ERRADO.
Questão 5
(ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL – RS – 2021) Em 
relação à introdução da alimentação complementar 
ao aleitamento materno, aos seis meses de idade, 
está correto afirmar que:
	⮦ A papa principal inicialmente deve ser peneirada 
ou liquidificada, passando a ser posteriormente 
amassada com o garfo.
	⮧ A papa principal pode conter alimentos de todos 
os grupos alimentares, com exceção do ovo que 
deve ser sempre introduzido após um ano de 
idade pelo risco de desencadear alergia.
	⮨ Os pais devem adotar esquemas mais rígidos, 
como horários e quantidades fixas, para evitar 
prejuízo ao aleitamento materno.
	⮩ É comum o lactente rejeitar alimentos que não 
lhe são familiares, sendo necessários, em al-
gumas situações, várias exposições para uma 
plena aceitação.
Questão 6
(AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2021) 
A mãe de uma criança de 8 meses, que está em 
consulta de rotina na UBS, pergunta ao pediatra se 
pode oferecer mel na alimentação de seu filho que 
Puericultura
30
Pediatria Geral
está com tosse há 3 dias. O pediatra explica que o 
mel está contraindicado para crianças abaixo de 1 
ano de idade devido ao risco de:
	⮦ Leptospirose.
	⮧ Shiguelose.
	⮨ Botulismo.
	⮩ Salmonelose.
Questão 7
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE - DISTRITO FEDERAL – 2021) 
Um paciente de 30 dias de vida, nascido a termo, 
de parto vaginal, sem intercorrências, é encami-
nhado à consulta de puericultura. Encontra-se em 
aleitamento materno exclusivo. Ao nascimento, 
pesou 2.500 g. Na consulta, estava com 3.500 g. 
A respeito desse caso clínico e considerando os 
conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens 
a seguir: O paciente apresenta um ganho de peso 
diário insuficiente para a idade.
	⮦ CERTO.
	⮧ ERRADO.
Questão 8
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS COSTANTINO OTTA-
VIANO – RJ – 2021) Aos 3 meses de vida, uma criança 
em aleitamento materno exclusivo comparece ao 
posto de saúde para consulta de rotina. Tem his-
tória confirmada por exame laboratorial que a mãe 
teve infecção por Zika no último mês de gestação 
e ela está apreensiva com o crescimento da cabe-
ça da criança. Ao nascer, a menina pesou 2780g e 
perímetro cefálico de 33cm. Os dados atuais são: 
peso de 4880g e perímetro cefálico de 39cm. Qual a 
melhor conduta quanto ao crescimento da menina?
	⮦ Referenciar imediatamente por atraso no cres-
cimento do perímetro cefálico.
	⮧ Reavaliar em 15 dias, pois ambos peso e perí-
metro cefálico estão baixos.
	⮨ Reagendar em 1 semana por apresentar baixo 
ganho ponderal.
	⮩ Considerar crescimento somático normal e tran-
quilizar a mãe.
	⮪ Solicitar RNM para complementar avaliação já 
que o perímetro cefálico esta pequeno para a 
idade.
Questão 9
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FAMEMA – SP – 2021) Em relação 
aos marcos de desenvolvimento de uma criança na 
faixa etária de 7 meses, assinale a opção correta.
	⮦ Em decúbito dorsal levanta a cabeça, perma-
nece sentada sem apoio, sacode o chocalho e 
troca de mão.
	⮧ Da posição sentada passa a postura de pé, apre-
senta duplicidade de sílabas no balbucio.
	⮨ Permanece de pé, responde ao seu nome, pro-
nuncia as primeiras palavras.
	⮩ É capaz de realizar a preensão com o polegar e 
o indicador, engatinha e imita sons.
Questão 10
(AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2021) 
A avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor 
é fundamental para a assistência infantil em todas 
as suas fases. Em relação às fases do desenvol-
vimento normal da criança, é correto afirmar que:
	⮦ Aos 4 meses rola sobre seu eixo e senta com 
apoio, inclina-se com as mãos à frente, dorso 
curvado; suporta mais peso; dá saltinhos. Trans-
fere objeto de uma mão à outra.
	⮧ Aos dez meses senta-se sozinho e sem apoio 
com dorso ereto por tempo indefinido e se lo-
comove para os lados apoiando-se nos móveis. 
Engatinha. Pega objetos com movimento de 
pinça e solta objeto em sua mão. Brinca de es-
conde e acha.
	⮨ Aos 12 meses levanta-se sozinho. Anda com 
uma das mãos apoiadas, pega com movimento 
de pinça e entrega objetos sob solicitação, anda 
sozinho, escala as escadas. Faz torre de 3 cubos.
	⮩ Aos 18 meses corre bem, sobe e desce escadas 
um degrau de cada vez, abre portas, escala os 
móveis e pula. Forma frases com 3 palavras.
Puericultura 
31
GABARITO E COMENTÁRIOS
Questão 1 dificuldade:  
 Y Dica do professor: Questão que aborda diversos 
conhecimentos acerca das avaliações nutrológica e 
pediátrica, um dos principais parâmetros avaliados 
nas consultas de rotina. A melhor forma de avaliar 
se o crescimento e o estado nutricional estão ade-
quados é por meio das curvas de referências, sendo 
as mais utilizadas as curvas da Organização Mun-
dial de Saúde (OMS). Entretanto, principalmente no 
primeiro ano de vida, também avaliamos o ganho 
pondero-estatural e de perímetro cefálico de acor-
do com tabelas normativas dos ganhos esperados 
ao longo dos primeiros trimestres de vida. Vamos 
às alternativas:
Alternativa A: INCORRETA. No primeiro trimestre espe-
ra-se um ganho ponderal de 900 g/mês ou 30g/dia. 
No segundo trimestre o ganho deve ser de 600g/
mês (20g/dia), no terceiro trimestre de 500g/mês 
(15g/dia) e é apenas no quarto trimestre, entre 9 e 
12 meses de vida, que o ganho ponderal mensal 
esperado é de 400g (12 g/dia).
Alternativa B: CORRETA. No nascimento, o compri-
mento esperado é de cerca de 50 cm para meninos 
e 49 cm para meninas. Já o ganho estatural espe-
rado é de 3,5cm/mês no primeiro trimestre, 2 cm/
mês no segundo trimestre, 1,5 cm/mês no tercei-
ro trimestre e 1,2 cm/mês no quarto trimestre. Ao 
fazermos as contas temos que o ganho estatural 
no primeiro ano de vida é de cerca de 25 cm, o que 
representa realmente um aumento de 50% da es-
tatura do nascimento.
Alternativa C: INCORRETA. Assim como praticamen-
te todos os outros parâmetros antropométricos, o 
perímetro cefálico é considerado normal quando 
entre os escores Z – 2 e +2 para o sexo e a idade. 
Entre -2 e -3 é considerada microcefalia e abaixo do 
escore Z -3, microcefalia grave.
Alternativa D: INCORRETA. O comprimento deve ser 
aferido com a criança deitada, até cerca de 2 anos, 
por meio do estadiômetro horizontal.
Alternativa E: INCORRETA. A estatura também é con-
siderada normal entre os escores Z -2 e +2, sendo 
baixa estatura apenas se abaixo do escore Z -2 e 
muito baixa estatura quando abaixo do escore Z -3.
 ✔ resposta: ⮧
Questão 2 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Os reflexos primitivos, respos-
tas automáticas e estereotipadas a um determi-
nado estímulo externo presentes no nascimento, 
são inibidos nos primeiros meses de vida, quando 
surgem os reflexos posturais e a atividade motora 
voluntária. A presença dos reflexos primitivos in-
dica integridade do sistema nervoso central, mas 
sua persistência sinaliza disfunção neurológica; 
portanto, além de entender como testar cada um 
dos reflexos primitivos, é importante conhecer a 
idade esperada do seu desaparecimento, um dos 
aspectos mais cobrados desse tema em prova, con-
forme visto nesta questão. Vamos às alternativas:
Alternativa A: INCORRETA. O reflexo de Moro pode ser 
testado dando um “susto” no recém-nascido, o que 
pode ser obtido por um som alto ou ao se deixar 
cair a cabeça em extensão do recém-nascido que 
era mantido sentado pelo examinador. Como res-
posta a esse estímulo teremos primeiro a abdução 
dos membros superiores, com abdução e extensão 
dos dedos, seguida da adução dos membros supe-
riores (2ª fase). O reflexo
de Moro completo, com 
as duas fases de abdução e adução dos membros 
Puericultura
32
Pediatria Geral
superiores, desaparece com cerca de três meses, 
tornando-se incompleto até os seis meses, quando 
desaparece definitivamente.
Alternativa B: INCORRETA. O reflexo de preensão 
plantar é testado por meio do contato do dedo do 
examinador contra o sulco metatarso falângico 
do recém-nascido, o que gera a flexão plantar dos 
artelhos. É esperado que esse reflexo desapareça 
até os 11 meses, aspecto essencial para o posterior 
desenvolvimento da marcha.
Alternativa C: INCORRETA. O reflexo tônicocervical 
assimétrico (ou de Magnus e De Kleijn ou do
ESGRIMISTA) é testado com a criança inicialmente 
em decúbito dorsal com a cabeça na linha média, 
braços e pernas estendidas, procedendo-se em se-
guida com a rotação da cabeça a 90 graus, o que 
desencadeia a extensão do braço ipsilateral à ro-
tação e flexão do braço contralateral. Esse reflexo 
deve desaparecer até os 3 meses, o que permite 
que o lactente aprenda a rolar.
Alternativa D: INCORRETA. O reflexo da marcha é 
testado com a criança suspensa pelo examinador 
e apoiada na superfície de uma mesa, seguindo-se 
da inclinação anterior do tronco, o que desencadeia 
o aparecimento de passos curtos e ritmados sem 
extensão de joelho e quadril. Esse reflexo deve de-
saparecer até cerca de 2 meses de vida.
Alternativa E: CORRETA. O reflexo do paraquedista 
pode ser testado virando a criança de ponta cabe-
ça, como resposta teremos a extensão dos braços 
para frente, como se para amparar a queda. Este é 
o último reflexo postural a aparecer e está presen-
te apenas a partir dos 8 a 9 meses de vida, sendo 
obrigatório aos 12 meses.
 ✔ resposta: ⮪
Questão 3 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Questão clássica de prova de 
residência. Segundo o gráfico da OMS de IMC para 
a idade, nossa paciente encontra-se acima do es-
core Z + 3, o que nos indica que ela deverá ter seu 
estado nutricional classificado como obesidade. 
Até os 5 anos de idade, consideramos um escore 
Z +3 como obesidade. É impor-
tante lembrar que o termo “obesidade grave” só é 
utilizado a partir dos 5 anos de idade, em que não 
teremos a classificação “risco de sobrepeso”, que já 
se torna sobrepeso, enquanto a faixa de sobrepeso 
se torna obesidade, e por fim, a faixa de obesidade 
se torna obesidade grave.
 ✔ resposta: ⮨
Questão 4 dificuldade: 
 Y Dica do professor: A afirmação “A perda de peso 
do paciente indica que o leite está fraco” pode ser 
considerada como ERRADA. Primeiramente, te-
mos que considerar que dentro dos 10 primeiros 
dias de vida é esperado que a criança perca cerca 
de 10 a 15% do seu peso de nascimento de forma 
fisiológica, começando a recuperar a partir desta 
data até o final do primeiro mês. Além disso, como 
a mãe relata muita dor ao amamentar, pode-se 
pensar que esteja havendo um erro de técnica de 
amamentação, que pode estar fazendo com que o 
bebê consuma quantidade insuficiente de leite ma-
terno. Dito isto, o leite materno quando oferecido 
de forma correta e adequado é sempre suficiente, 
não existe leite “fraco”.
 ✔ resposta: ⮧
Questão 5 dificuldade: 
 Y Dica do professor: O tema “Introdução à Alimen-
tação Complementar” é um dos mais cobrados 
na parte de puericultura nas provas de residência 
médica. Além de ser importante para a sua prova, é 
muito útil para a sua vida pessoal e também profis-
sional como médico (a). Vamos para as alternativas?
ALTERNATIVA A: INCORRETA. As papas principais e 
as frutas não devem ser peneiradas e nem liquidi-
ficadas, já que é importante que a criança tenha 
contato com as mais diversas texturas alimentares 
e se adapte a elas. Além disso, a quantidade das 
fibras alimentares diminui significativamente após 
os processos de peneiragem e liquidificação. A 
orientação é que as papas e as frutas sejam amas-
sadas e ofertadas para a criança ao iniciar a sua 
Puericultura 
33
alimentação complementar. Aos poucos, a consis-
tência do alimento ofertado evolui e a criança não 
mais precisará do alimento amassado.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Antigamente, a orien-
tação dada para as famílias era a de não introduzir 
o ovo antes de um ano de idade. As novas orienta-
ções, entretanto, estimulam que todos os grupos 
de alimentos devam ser ofertados para a criança de 
forma gradual e conforme a aceitação da mesma. 
A variedade dos alimentos sempre deve ser esti-
mulada, a partir do consumo de frutas, verduras e 
legumes nas refeições. Os alimentos alergênicos, 
como ovo, podem ser oferecidos, porém com um 
intervalo de 3 a 5 dias entre eles, para a vigilância 
de possíveis sinais de alergia alimentar e para evi-
tar fatores confundidores.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. A introdução da alimen-
tação complementar deve ser um período tranquilo 
para os pais e para a criança. É um momento de 
transição de uma dieta láctea para uma dieta com 
uma enorme variedade de sabores, cores, texturas 
e odores. O paladar da criança tem preferência por 
alimentos adocicados e precisa se adaptar aos novos 
sabores. É um período que exige muita paciência 
por parte da família e não devemos dar orientações 
de condutas rígidas de esquemas, quantidades e 
tempo. Devemos respeitar o paladar e o momento 
de adaptação da criança, lembrando-se de comple-
mentar as refeições com o leite materno ou fórmula 
láctea para a idade, se houver necessidade.
ALTERNATIVA D: CORRETA. Conforme dito anterior-
mente, tudo é novidade para a criança na alimenta-
ção complementar. São necessárias cerca de dez 
exposições a um determinado alimento com recusa 
ou não aceitação por parte da criança para dizer-
mos que o alimento oferecido não foi tolerado ou 
bem aceito. Lembre-se sempre que a criança está 
conhecendo os alimentos e se familiarizando com 
a sua nova rotina alimentar.
 ✔ resposta: ⮩
Questão 6 dificuldade: 
 Y Dica do professor: O mel é considerado uma pos-
sível fonte de contaminação pelo Clostridium bo-
tulinum, responsável pelo botulismo, sendo crian-
ças menores de um ano as mais susceptíveis ao 
desenvolvimento da doença pela imaturidade da 
flora intestinal, que ao ingerir o alimento, no caso 
o mel, contendo esporos desta bactéria, permite a 
germinação, multiplicação e produção da neuroto-
xina botulínica no intestino. Vale lembrar que, além 
do risco de botulismo nos menores de 1 ano, o mel 
também é um açúcar que, a rigor, não deve ser ofe-
recido para crianças menores de 2 anos.
 ✔ resposta: ⮨
Questão 7 dificuldade: 
 Y Dica do professor: O ganho ponderal esperado 
para o primeiro trimestre de vida do bebê é de 25-
30g por dia. A criança ganhou 1000g no primeiro 
mês, ou seja, 33g/dia. O ganho de peso está acima 
do esperado, e, portanto, não é insuficiente, o que 
indica que a afirmativa está ERRADA.
 ✔ resposta: ERRADA
Questão 8 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Infecções maternas no período 
da gravidez podem acarretar quadros de infecções 
congênitas, sendo necessário observação e ava-
liação do lactente. Na infecção congênita por Zika 
pode ocorrer microcefalia congênita, alterações 
auditivas e oftalmológicas, entre outros impor-
tantes achados. A questão envolve a avaliação do 
crescimento do lactente mediante os aspectos de 
perímetro cefálico e peso, estes que podem estar 
alterados em um quadro de infecção congênita por 
Zika. De forma geral, considerando um lactente com 
3 meses de vida (primeiro trimestre), espera-se um 
ganho ponderal de 20 a 30g/dia, o que seria entre 
600 e 900 gramas por mês (ganho aproximado de 
1800 a 2700 gramas aos 3 meses de vida quando 
comparado ao nascimento) e um crescimento do 
perímetro cefálico de cerca de 2 cm por mês (ganho 
aproximado de 6 cm aos 3 meses de vida quando 
comparado ao nascimento). Logo, para a criança 
com peso de 2780g e perímetro cefálico de 33 cm 
ao nascimento era esperado por volta
de 5480g de 
peso e 39 cm de perímetro cefálico aos 3 meses 
de vida. Dito isto, avalia-se as alternativas abaixo.
Puericultura
34
Pediatria Geral
Alternativa A: INCORRETA. O perímetro cefálico espe-
rado aos 3 meses de idade para este lactente seria 
por volta de 39 cm, portanto apresenta-se compa-
tível com o quadro descrito.
Alternativa B: INCORRETA. O perímetro cefálico e peso 
encontram-se compatíveis com o esperado para o 
lactente de três meses de idade.
Alternativa C: INCORRETA. O lactente não apresenta 
baixo ganho ponderal, encontrando-se adequado 
para três meses de idade.
Alternativa D: CORRETA. O desenvolvimento da crian-
ça, ao avaliar perímetro cefálico e peso, encontra-
-se adequado. Considerando três meses de idades 
o esperado seria por volta de 39 cm de perímetro 
cefálico e um peso entre 4580 e 5480 g de peso, 
conforme descrito na questão.
Alternativa E: INCORRETA. O perímetro cefálico não 
se encontra diminuído para idade do lactente.
 ✔ resposta: ⮩
Questão 9 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Aos 7 meses, é esperado que a 
criança brinque de “esconde-achou”, transfira obje-
tos de uma mão para outra, duplique as sílabas e 
sente-se sem apoio. Lembre-se que levantar a ca-
beça é uma função motora adquirida previamente 
a sentar sem apoio.
Alternativa A: CORRETA. Aos 7 meses espera-se que 
a criança em decúbito dorsal levante a cabeça, per-
maneça sentada sem apoio, sacuda o chocalho e 
o troque de mão.
Alternativa B: INCORRETA. Geralmente, ficar em pé 
a partir da posição sentada ocorre a partir dos 9 
meses.
Alternativa C: INCORRETA. Geralmente, a criança co-
meça a pronunciar palavras a partir dos 12 meses. 
Engatinhar ocorre geralmente a partir dos 9 meses.
Alternativa D: INCORRETA. A pinça é feita a partir dos 
9 meses e torna-se mais delicada (polpa-polpa) por 
volta dos 12 meses.
 ✔ resposta: ⮦
Questão 10 dificuldade:  
 Y Dica do professor: O cuidado com a saúde da crian-
ça, por meio do acompanhamento do desenvolvi-
mento infantil nos primeiros anos de vida, é tarefa 
essencial para a prevenção de agravos e a identifica-
ção de atrasos no desenvolvimento neuropsicomo-
tor. Este acompanhamento nos dá maior garantia de 
acesso, o mais cedo possível, à avaliação, ao diag-
nóstico diferencial, ao tratamento e à reabilitação, 
inclusive à estimulação precoce das crianças que 
necessitam de cuidados especializados.
Alternativa A: INCORRETA. Aos 4 meses a criança é 
capaz de manter o apoio das mãos com o cotove-
lo estendido e de se estender contra a gravidade 
deixando apenas o abdome no apoio. Além disso, 
tem a tendência de cair para os lados, rolando aci-
dentalmente para supino. A transferência de obje-
tos de uma mão para a outra acontece apenas por 
volta dos 6 meses, enquanto aos 4 meses o espe-
rado é que a criança leve as mãos e os objetos até 
a linha média.
Alternativa B: CORRETA. Ao final do 10° mês, a criança 
consegue se transferir de sentado para posição de 
joelhos, semiajoelhado e tracionar-se para de pé. 
Engatinha ou desloca-se através da posição “tipo 
urso”, com apoio nas mãos e pés, mantendo joelhos 
estendidos. Sentado, apresenta extensão protetora 
para trás, roda em círculos. Inicia marcha lateral com 
apoio nos móveis e é capaz de caminhar quando 
segurado pelas mãos.
Alternativa C: INCORRETA. Aos 12 meses existe a 
capacidade de elevar-se estendendo ativamente 
membros inferiores, transfere da posição ortostática 
para sentado dissociando movimentos de membros 
inferiores, inicia ficar de pé sem apoio e realizada 
os primeiros passos independentes. Na fase inicial 
da marcha independente, a criança assume uma 
base alargada de apoio nos pés, abdução dos bra-
ços e fixação do tronco superior. Apresenta passos 
curtos e acelerados, com cadência aumentada em 
função do déficit de equilíbrio. Entretanto, realizar 
uma torre de 3 cubos é uma habilidade esperada 
apenas para os 18 meses de vida.
Alternativa D: INCORRETA. A partir dos 18 meses 
existe melhora do equilíbrio e desempenho de mar-
cha: realiza choque de calcanhar no início do apoio, 
Puericultura 
35
diminui cadência e aumenta a velocidade. A crian-
ça é capaz de ficar sentada sozinha numa cadeira, 
sobe e desce escadas segurando-se no corrimão e 
começa a saltar sobre os dois pés. O ato de colocar 
um pé de cada vez no degrau, apenas para subir, 
é esperado entre os 30 e 36 meses. Além disso, a 
formação de frases com 2 a 3 palavras ocorre em 
geral apenas por volta dos 2 anos.
 ✔ resposta: ⮧
Fixe seus conhecimentos!
36
FIXE SEU CONHECIMENTO COM FLUXOGRAMAS
Use esse espaço para construir fluxogramas e fixar seu conhecimento!
FIXE SEU CONHECIMENTO COM MAPAS MENTAIS
Use esse espaço para construir mapas mentais e fixar seu conhecimento!
	Puericultura 
	Introdução
	 Avaliação do crescimento e do estado nutricional 
	Curvas de referência 
	 Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor 
	Desenvolvimento sensorial 
	Desenvolvimento motor 
	 Marcos do desenvolvimento neuropsicomotor 
	 Desenvolvimento cognitivo-emocional 
	Alimentação na infância 
	 Incentivo à prática de atividade física 
	Mapa mental. Diagnósticos de normalidade formulados na consulta pediátrica. 
	Referências
	Bibliografia consultada 
	Questões comentadas
(tapetes, 
pelúcia), animais e plantas;
• FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS 
DERMATOLÓGICAS: presença 
de insetos e outros animais.
Fluxograma 1. Anamnese da 1ª consulta pediátrica.
Puericultura
6
Pediatria Geral
Quadro 1. Aspectos que devem ser abordados 
durante a consulta pediátrica.
Aspectos que devem ser avaliados 
na consulta pediátrica
Queixas atuais e história da doença atual
Condições do meio ambiente e psicossociais
Estado vacinal
Recordatório alimentar
Desenvolvimento neuropsicomotor
Desempenho escolar
Prática de atividades físicas
Capacidade visual e função auditiva
Saúde bucal
Qualidade do sono
Exposição à mídia
Fonte: Elaborado pela autora.
 DIA A DIA MÉDICO
Existem diversas estratégias de interação desenvolvidas 
com o objetivo de estreitar a relação médico-paciente, 
como a do grupo Bright Futures, que orienta que a pue-
ricultura sempre deve ser baseada nas demandas da 
criança e da família, utilizando-se de ferramentas como 
a empatia, a individualização (chamar sempre os pais 
e familiares pelo nome), a abolição do uso de jargão 
médico para passar as informações durante a consulta 
e a criação de uma parceria efetiva com a família, reco-
nhecendo suas capacidades e dividindo, inclusive, tarefas 
e responsabilidades.
A consulta requer não só uma anamnese, mas 
também um exame físico completo, com especial 
atenção às medidas antropométricas (Tabela 2). 
O momento do exame físico pode ser uma fonte 
de estresse para a criança e a família, sendo papel 
do pediatra torná-lo o mais agradável possível. 
Para isso, recomenda-se a explicação do que será 
realizado para a criança e os pais, assim como a 
apresentação prévia dos instrumentos (estetoscópio, 
otoscópio, fita métrica) para a criança. Uma boa 
estratégia é examinar a criança no colo dos pais, 
principalmente entre os nove meses e os dois anos, 
idade em que caracteristicamente ocorre o “medo 
de estranhos”. Outra dica é sempre começar pela 
ausculta pulmonar e cardíaca, deixando momentos 
mais estressantes, como a otoscopia e a oroscopia, 
para o final.
Tabela 2. Modo de aferição das principais medidas 
antropométricas realizadas na pediatria.
Peso
Aferido na balança horizontal 
até os 2 anos ou 25 kg e, 
depois, na balança vertical.
Comprimento
Aferido até os 2 anos com o lactente 
deitado com o estadiômetro horizontal 
(manter a haste fixa na cabeça e 
a haste móvel abaixo do pé).
Estatura
Aferida com a criança em pé em 
frente a um estadiômetro vertical 
(de preferência fixo) com os pés 
unidos, calcanhar tocando a base do 
estadiômetro e a cabeça reta com 
a linha de visão paralela ao chão.
Perímetro 
cefálico
Aferido com fita métrica posicionada 
ao redor da cabeça ao nível da 
proeminência occipital e da glabela.
Fonte: Elaborada pela autora.
O exame físico dos primeiros meses de vida apre-
senta algumas particularidades, tal qual o segui-
mento de condições características do período 
neonatal, como a icterícia neonatal, a avaliação das 
fontanelas e dos reflexos neurológicos primitivos 
(Tabela 7). A fontanela anterior tem formato losan-
gular, mede de um a quatro centímetros e sempre 
estará aberta ao nascimento, fechando apenas após 
o 9º ao 18º mês de vida. Já a fontanela posterior 
é triangular, mede cerca de meio centímetro e se 
fecha até o segundo mês de vida. O abaulamento 
e a depressão das fontanelas refletem o estado 
hemodinâmico e a pressão no sistema nervoso 
central do lactente.
A aferição da pressão arterial deve ser realizada a 
partir dos três anos de idade pelo menos uma vez 
por ano, exceto na presença de fatores de risco para 
hipertensão arterial (como malformações renais, car-
diopatias congênitas, prematuridade
no segundo tri-
mestre de gestação e prossegue até os três anos 
para os dentes decíduos (“dentes de leite”) e vai até 
os 25 anos para os dentes permanentes. A erup-
ção, etapa mais questionada pela família, começa 
pelos incisivos centrais inferiores (mandibulares) e 
progride lateralmente (Tabela 4). Já a queda inicia 
ao redor dos seis anos e continua até os 12 anos, 
sendo que a erupção dos dentes permanentes 
pode ocorrer logo após a queda ou em até quatro 
ou cinco meses.
Tabela 4. Cronologia da erupção e da queda dentárias.
Idade de erupção do dente Idade de queda do dente
Maxilar Mandibular Maxilar Mandibular
Dentes decíduos
Incisivos centrais 6-8 meses 5-7 meses 7-8 anos 6-7 anos
Incisivos laterais 8-11 meses 7-10 meses 8-9 anos 7-8 anos
Caninos 16-20 meses 16-20 meses 11-12 anos 9-11 anos
Primeiros molares 10-16 meses 10-16 meses 10-12 anos 10-12 anos
Segundos molares 20-30 meses 20-30 meses 10-12 anos 11-13 anos
Dentes permanentes
Incisivos centrais 7-8 anos 6-7 anos
Incisivos laterais 7-9 anos 8-10 anos
Caninos 11-12 anos 9-11 anos
Primeiros pré-molares 10-11 anos 10-12 anos
Segundos pré-molares 10-12 anos 11-13 anos
Primeiros molares 6-7 anos 6-7 anos
Puericultura 
9
Segundos molares 12-13 anos 12-13 anos
Terceiros molares 17-22 anos 17-22 anos
Fonte: Kliegman2.
Considera-se retardo na erupção dentária a ausência 
de dentes aos 13 meses de idade, que pode ser de 
origem idiopática (etiologia mais comum) ou decor-
rente de patologias sistêmicas (hipotireoidismo 
e hipoparatireoidismo familiar) ou locais (como 
aglomerados e fibrose gengival, que determinam um 
bloqueio mecânico). Já as quedas dentárias preco-
ces também podem ser idiopáticas ou decorrer de 
processos patológicos sistêmicos (histiocitose X, 
neutropenia cíclica, leucemias) ou locais (trauma 
dentário).
 DIA A DIA MÉDICO
Embora o Ministério da Saúde recomende a higiene da 
cavidade oral desde o início da vida (com tecido limpo ou 
gaze embebida em água filtrada), a Associação Brasileira 
de Odontopediatria recomenda a higienização bucal a 
partir da erupção dos dentes decíduos, com escovação 
pelo menos duas vezes ao dia (de manhã e à noite antes 
de dormir) com pasta de dentes infantil fluoretada, com 
concentração de flúor em torno de 1.100 ppm. Como 
nessa idade as crianças não sabem cuspir, recomenda-se 
o uso de uma quantidade bem pequena de pasta (0,1 g, 
o que corresponde ao tamanho de um grão de arroz cru). 
Crianças maiores e que já cospem podem utilizar quan-
tidades maiores de pasta de dentes, cerca de 0,3 g, que 
corresponde ao tamanho de um grão de ervilha. Além 
disso, a escova de dentes deve ter tamanho adequado à 
boca da criança e cerdas macias. 
2 .1 . CURVAS DE REFERÊNCIA
 BASES DA MEDICINA
Durante muito tempo, foram utilizadas as curvas de 
referência construídas pelo National Center for Health 
Statistics (NCHS), por uma compilação de dois estudos 
da população americana em diferentes períodos. O Fels 
Longitudinal Study, realizado em Ohio, de 1929 a 1975, 
avaliou o crescimento de crianças abaixo de dois anos 
alimentadas com fórmula láctea e com introdução de 
alimentos complementares antes dos quatro meses. Já 
a curva de crescimento dos dois aos 18 anos foi cons-
truída baseada em estudos de 1963-1974, que incluíram 
todos os grupos étnicos e classes sociais. As curvas do 
NHCS apresentavam algumas limitações pela associa-
ção de dois estudos não contínuos e pelas diferenças 
no padrão de crescimento de crianças com aleitamento 
materno exclusivo, misto ou artificial. Por isso, em 2006, 
a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma nova 
curva baseada em um estudo multicêntrico realizado em 
seis países (Brasil, Estados Unidos da América, Gana, 
Omã, Noruega e Índia) em crianças com até cinco anos 
de idade e em ótimas condições do início da vida (sem 
intercorrências gestacionais e neonatais, com aleitamento 
materno exclusivo pelo menos até os quatro meses e pos-
terior alimentação complementar adequada), vacinação e 
prevenção de infecção adequadas e mães não fumantes.
A melhor forma de avaliar se as medidas de peso e 
comprimento da criança estão dentro do esperado 
é por meio das curvas de referência. Atualmente, 
as curvas mais utilizadas em todos os serviços 
brasileiros, e presentes na Caderneta de Saúde da 
Criança, são as curvas da OMS (Tabela 5).
Tabela 5. Curvas de referência da 
Organização Mundial da Saúde disponíveis 
para o acompanhamento pediátrico.
Crescimento/
estatura
Comprimento/estatura para 
a idade até os 5 anos
Estatura para a idade 
dos 5 aos 19 anos
Estado 
nutricional
Peso para a idade até os 10 anos
Peso para a estatura até os 5 anos
IMC* para a idade até os 19 anos
Perímetro 
cefálico
Perímetro cefálico para a 
idade até os 2 anos
IMC: índice de massa corpórea.
Fonte: Elaborada pela autora.
Quanto ao método estatístico utilizado na constru-
ção das curvas de referência, temos:
 u Escore Z: considera o peso, a altura ou o IMC 
como valor de distribuição normal, tal qual uma 
curva de Gauss, na qual o pico é, ao mesmo tem-
po, a média, a mediana e a moda. Consideramos 
normal, em geral, entre o escore Z +2 e –2.
Puericultura
10
Pediatria Geral
 u Percentil: organiza as medidas antropométricas 
da população em ordem progressiva, sendo a 
mediana o percentil 50. Sendo assim, uma crian-
ça com peso no percentil 50, por exemplo, tem 
o peso superior a 50% das crianças daquela po-
pulação. Pode ser feita uma correlação entre os 
escores Z e os percentis (Tabela 6).
Tabela 6. Correlação entre os valores 
de escore Z e os percentis.
Escore Z Percentil
Z +3 p99,9
Z +2 p97/p95
Z +1 p85
Z 0 p50
Z –1 p15
Z –2 p3/p5
Z –3 p0,1
Fonte: Elaborada pela autora.
As curvas de referência servem como ferramenta 
para identificar os indivíduos de maior risco para 
distúrbios nutricionais ou outras doenças que este-
jam comprometendo o crescimento. Quanto mais 
distantes dos valores considerados normais, maior 
o risco. Além disso, as curvas servem para fazer a 
avaliação longitudinal do processo de crescimento, 
isto é, se segue dentro do esperado ou não (cruzando 
percentis ou escores Z para cima ou para baixo, 
nos casos de aceleração ou de desaceleração do 
crescimento, por exemplo). De acordo com a locali-
zação da medida do peso, da estatura ou do IMC da 
criança na curva, é possível inferir um diagnóstico 
de crescimento ou nutricional (Figuras 1 a 4). Note 
que a classificação do estado nutricional quanto 
à magreza ou obesidade é obtida apenas pelo uso 
das curvas de IMC por idade ou de peso por esta-
tura. As curvas de peso por estatura apresentam 
as mesmas classificações utilizadas para as curvas 
de IMC por idade.
Figura 1. Classificação do comprimento/estatura para idade.
Fonte: Acervo Sanar.
Puericultura 
11
Figura 2. Classificação do peso para idade.
Fonte: Acervo Sanar.
Figura 3. Classificação do Índice de Massa Corpórea para idade em crianças menores de cinco anos.
Fonte: Acervo Sanar.
Puericultura
12
Pediatria Geral
Figura 4. Classificação do Índice de Massa Corpórea para idade em crianças de cinco a dezenove anos.
Fonte: Acervo Sanar.
 DICA  Note que a classificação do IMC 
muda de acordo com a faixa etária. Para 
nunca mais errar isso, lembre-se de que é 
considerado eutrofia do escore Z –2 aos 
+1. A partir daí, teremos o risco para o so-
brepeso apenas nos menores de 5 anos, 
enquanto os maiores de cinco anos já se 
classificam como sobrepeso e possuem 
obesidade grave se o IMC para a idade es-
tiver acima do escore Z +3.
O perímetro cefálico deve ser medido em todas as 
consultas até os dois anos de idade, período em 
que ocorre o maior crescimento do cérebro. Além 
de avaliar se o ganho está dentro do esperado 
(Tabela 3), também podemos utilizar as curvas da 
OMS de perímetro cefálico para a idade (Figura 5), 
sendo normal o perímetro cefálico que se classifica 
entre os escores Z –2 e +2. O perímetro cefálico 
também deve ser correlacionado com as curvas de 
peso/comprimento,
já que se espera que a ascensão 
do traçado do perímetro cefálico esteja relacionada 
com a ascensão do traçado do peso/comprimento. 
Também devemos considerar a possibilidade de 
macrocefalia quando ocorrer o crescimento isolado 
do perímetro cefálico.
Puericultura 
13
Figura 5. Classificação do perímetro cefálico para idade.
Fonte: Acervo Sanar.
Os recém-nascidos prematuros devem ter peso, 
comprimento e perímetro cefálico avaliados em 
curvas específicas, de acordo com a idade gesta-
cional, e não de acordo com a idade cronológica. 
Por exemplo, um recém-nascido de 30 semanas 
de idade gestacional deve ter seu peso com um 
mês de vida avaliado em relação ao peso de um 
recém-nascido de 34 semanas de idade gestacional, 
e não de uma criança com um mês de vida. Essa 
correção de idade gestacional deve ser feita até a 
quadragésima semana, quando seria considerado o 
termo e, a partir daí, avaliamos em relação à idade 
pós-termo. Por exemplo, o mesmo recém-nascido 
de 30 semanas de idade gestacional com 3 meses 
de vida deve ter seu peso avaliado de acordo com 
um recém-nascido de 15 dias de vida, já que ele 
apresenta, nesse momento, 2 semanas de idade 
pós-termo, ou seja, 2 semanas após completar as 40 
semanas de idade gestacional. O cálculo da idade 
gestacional corrigida deve ser realizado até os 
dois anos de vida, período em que o recém-nascido 
prematuro, em geral, demora para realizar o catch 
up do crescimento em relação ao que seria espe-
rado para as crianças nascidas a termo. As curvas 
mais utilizadas para a avaliação do crescimento de 
prematuros, atualmente, são as do Intergrowth 21st, 
um projeto multicêntrico internacional que produziu 
curvas longitudinais de crescimento de recém-nas-
cidos prematuros a partir de 27 semanas, avaliados 
por ultrassonografia e após o nascimento. Essas 
curvas permitem a avaliação do peso, do compri-
mento e do perímetro cefálico para as diferentes 
idades gestacionais.
 DIA A DIA MÉDICO
Para o acompanhamento do crescimento de portadores 
de síndromes genéticas, como a Síndrome de Down, 
devem ser utilizadas curvas específicas.
Puericultura
14
Pediatria Geral
3. AVALIAÇÃO DO 
DESENVOLVIMENTO 
NEUROPSICOMOTOR
 BASES DA MEDICINA
O conceito de desenvolvimento é amplo e abrange os 
vários aspectos interligados que caracterizam a evolução 
dinâmica do ser humano a partir de sua concepção, como 
o crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspectos 
psíquicos e sociais. O tecido nervoso cresce e amadurece, 
sobretudo nos primeiros anos de vida, período em que, 
embora o lactente esteja mais vulnerável aos agravos, 
também se caracteriza por melhor resposta aos estímulos 
e intervenções devido à sua grande plasticidade, sendo, 
por isso, essencial o rastreio cuidadoso dos atrasos do 
desenvolvimento nessa fase.
A avaliação do desenvolvimento é um processo con-
tínuo de acompanhamento das atividades relativas 
ao potencial de cada criança, que deve atravessar 
cada fase seguindo uma sequência apropriada 
(marcos do desenvolvimento). A avaliação pode 
ser feita por meio do questionamento da mãe ou de 
cuidadores com relação às aquisições da criança, 
ou por meio da observação da criança durante a 
consulta e o exame físico. É importante avaliar o 
vínculo afetivo entre os pais e a criança, bem como 
questionar com relação ao estímulo oferecido para 
aquela criança, já que a aquisição dos marcos pode 
estar relacionada a esses fatores. Além disso, é 
essencial identificar os fatores de risco perinatais 
para os distúrbios do desenvolvimento (Quadro 2) 
e detectar precocemente os desvios ou atrasos.
Quadro 2. Fatores de risco perinatais para 
distúrbios do desenvolvimento.
Fatores de risco para distúrbios 
do desenvolvimento
Gravidez não desejada
Ausência de pré-natal
Infecções durante a gestação
Depressão durante a gestação
Uso materno de drogas ou álcool
Intercorrências durante o parto
Fatores de risco para distúrbios 
do desenvolvimento
Prematuridade
Baixo peso ao nascer
Icterícia neonatal grave
Hospitalização no período neonatal
Fonte: Elaborado pela autora.
O desenvolvimento pode ser dividido em diferentes 
domínios de função:
 u Sensorial: compreende os sentidos, como a vi-
são e a audição.
 u Motor: subdividido em:
 W Grosseiro: habilidades motoras gerais, como 
sustentar a cabeça, sentar-se e andar.
 W Fino: habilidades cada vez mais precisas com os de-
dos das mãos, permitindo ações progressivamente 
mais delicadas. Por exemplo, o lactente tem pega 
palmar aos quatro meses, pega radial aos sete me-
ses e pega em pinça aos nove meses.
 u Linguagem: capacidade de compreender e exprimir 
sensações e pensamentos. Não compreende apenas 
as reações verbais (balbucio, fala), mas também as 
reações não verbais, como sorriso ou choro.
 u Social: reações da criança frente a outras pes-
soas, como os pais, o médico e outras crianças.
 u Adaptativo: reações da criança frente aos dife-
rentes estímulos, como levar a boca ao mordedor 
que lhe foi apresentado. Depende da interação 
das capacidades motora, sensorial, de coorde-
nação e cognitiva.
 u Emocional.
 u Cognitivo.
 DIA A DIA MÉDICO
Durante a consulta pediátrica, diferentes escalas podem 
ser utilizadas para avaliar o desenvolvimento neuropsi-
comotor, como o teste de Gesell, o teste de triagem de 
Denver II e a escala de desenvolvimento infantil de Bayley. 
A Caderneta de Saúde da Criança do Ministério da Saúde 
disponibiliza uma sistematização para a avaliação do 
desenvolvimento até os três anos, contendo os principais 
marcos e permitindo o acompanhamento dos ganhos do 
DNPM conforme o crescimento da criança (Figuras 6 e 7).
Puericultura 
15
Figuras 6 e 7. Marcos do desenvolvimento infantil. Tabela disponível na Caderneta de Saúde da Criança.
45
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1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Postura: barriga para cim
a, 
pernas e braços fletidos, 
cabeça lateralizada
D
eite a criança em
 superfície plana, de costas; observe se seus braços e pernas ficam
 
flexionados e sua cabeça lateralizada.
O
bserva um
 rosto
Posicione seu rosto a aproxim
adam
ente 30cm
 acim
a do rosto da criança e observe se ela olha 
para você, de form
a evidente.
R
eage ao som
Bata palm
a ou balance um
 chocalho a cerca de 30cm
 de cada orelha da criança e observe se ela 
reage com
 m
ovim
entos nos olhos ou m
udança da expressão facial.
Eleva a cabeça
Posicione a criança de bruço e observe se ela levanta a cabeça, levantando (afastando) o queixo 
da superfície, sem
 se virar para um
 dos lados.
Sorriso social quando 
estim
ulada
Sorria e converse com
 a criança; não lhe faça cócegas ou toque sua face. O
bserve se ela 
responde com
 um
 sorriso.
A
bre as m
ãos
O
bserve se em
 alguns m
om
entos a criança abre as m
ãos espontaneam
ente.
Em
ite sons
O
bserve se a criança em
ite algum
 som
 que não seja choro. C
aso não seja observado, pergunte 
ao acom
panhante se ela faz em
 casa.
M
ovim
enta ativam
ente os 
m
em
bros
O
bserve se a criança m
ovim
enta ativam
ente os m
em
bros superiores e inferiores.
R
esposta ativa ao contato 
social
Fique à frente do bebê e converse com
 ele. O
bserve se ele responde com
 sorriso e em
issão de 
sons com
o se estivesse “conversando” com
 você. Pode pedir que a m
ãe/cuidador o faça.
Segura objetos
O
fereça um
 objeto tocando no dorso da m
ão ou dedos da criança. Esta deverá abrir as m
ãos e 
segurar o objeto pelo m
enos por alguns segundos.
Em
ite sons
Fique à frente da criança e converse com
 ela. O
bserve se ela em
ite sons (gugu, eeee etc.).
D
e bruço, levanta a 
cabeça, apoiando-se nos 
antebraços
C
oloque a criança de bruço, num
a superfície firm
e. C
ham
e sua atenção à frente com
 objetos 
ou seu rosto e observe se ela
levanta a cabeça apoiando-se nos antebraços.
Busca ativa de objetos
C
oloque um
 objeto ao alcance da criança (sobre a m
esa ou na palm
a de sua m
ão) cham
ando 
sua atenção para o m
esm
o. O
bserve se ela tenta alcançá-lo. 
Leva objetos à boca
C
oloque um
 objeto na m
ão da criança e observe se ela o leva à boca.
Localiza o som
Faça um
 barulho suave (sino, chocalho etc.) próxim
o à orelha da criança e observe se ela vira a 
cabeça em
 direção ao objeto que produziu o som
. R
epita no lado oposto.
M
uda de posição 
ativam
ente (rola)
C
oloque a criança em
 superfície plana de barriga para cim
a. Incentive-a a virar para a posição 
de bruço.
Brinca de esconde-achou
C
oloque-se à frente da criança e brinque de aparecer e desaparecer, atrás de um
 pano ou de 
outra pessoa. O
bserve se a criança faz m
ovim
entos para procurá-lo quando desaparece, com
o 
tentar puxar o pano ou olhar atrás da outra pessoa.
Transfere objetos de um
a 
m
ão para a outra
O
fereça um
 objeto para a criança segurar. O
bserve se ela o transfere de um
a m
ão para outra. 
Se não fizer, ofereça outro objeto e observe se ela transfere o prim
eiro para a outra m
ão.
D
uplica sílabas
O
bserve se a criança fala “papa”, “dada”, “m
am
a”. Se não o fizer, pergunte à m
ãe/cuidador se ela 
o faz em
 casa.
Senta-se sem
 apoio
C
oloque a criança num
a superfície firm
e, ofereça-lhe um
 objeto para ela segurar e observe se 
ela fica sentada sem
 o apoio das m
ãos para equilibrar-se.
Im
ita gestos
Faça algum
 gesto conhecido pela criança com
o bater palm
as ou dar tchau e observe se ela o 
im
ita. C
aso ela não o faça, peça à m
ãe/cuidador para estim
ulá-la. 
Faz pinça
C
oloque próxim
o à criança um
a jujuba ou um
a bolinha de papel. C
ham
e a atenção da criança 
para que ela a pegue. O
bserve se, ao pegá-la, ela usa o m
ovim
ento de pinça, com
 qualquer parte 
do polegar associado ao indicador. 
Produz “jargão”
O
bserve se a criança produz um
a conversação incom
preensível consigo m
esm
a, com
 você ou 
com
 a m
ãe/cuidador (jargão). C
aso não seja possível observar, pergunte se ela o faz em
 casa.
A
nda com
 apoio
O
bserve se a criança consegue dar alguns passos com
 apoio.
H
alpern e R
osânia A
raújo.
44
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pernas e braços fletidos,
cabeça lateralizada
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 superfície plana, de costas; observe se seus braços e pernas ficam
 
flexionados e sua cabeça lateralizada.
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a do rosto da criança e observe se ela olha 
para você, de form
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 de cada orelha da criança e observe se ela 
reage com
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Posicione a criança de bruço e observe se ela levanta a cabeça, levantando (afastando) o queixo 
da superfície, sem
 se virar para um
 dos lados.
Sorriso social quando 
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ulada
Sorria e converse com
 a criança; não lhe faça cócegas ou toque sua face. O
bserve se ela 
responde com
 um
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panhante se ela faz em
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Fique à frente do bebê e converse com
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o se estivesse “conversando” com
 você. Pode pedir que a m
ãe/cuidador o faça.
Segura objetos
O
fereça um
 objeto tocando no dorso da m
ão ou dedos da criança. Esta deverá abrir as m
ãos e 
segurar o objeto pelo m
enos por alguns segundos.
Em
ite sons
Fique à frente da criança e converse com
 ela. O
bserve se ela em
ite sons (gugu, eeee etc.).
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cabeça, apoiando-se nos 
antebraços
C
oloque a criança de bruço, num
a superfície firm
e. C
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e sua atenção à frente com
 objetos 
ou seu rosto e observe se ela levanta a cabeça apoiando-se nos antebraços.
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 objeto ao alcance da criança (sobre a m
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sua atenção para o m
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o. O
bserve se ela tenta alcançá-lo.
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C
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Localiza o som
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 barulho suave (sino, chocalho etc.) próxim
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 direção ao objeto que produziu o som
. R
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M
uda de posição 
ativam
ente (rola)
C
oloque a criança em
 superfície plana de barriga para cim
a. Incentive-a a virar para a posição 
de bruço.
Brinca de esconde-achou
C
oloque-se à frente da criança e brinque de aparecer e desaparecer, atrás de um
 pano ou de 
outra pessoa. O
bserve se a criança faz m
ovim
entos para procurá-lo quando desaparece, com
o 
tentar puxar o pano ou olhar atrás da outra pessoa.
Transfere objetos de um
a 
m
ão para a outra
O
fereça um
 objeto para a criança segurar. O
bserve se ela o transfere de um
a m
ão para outra.
Se não fizer, ofereça outro objeto e observe se ela transfere o prim
eiro para a outra m
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O
bserve se a criança fala “papa”,“dada”,“m
am
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o faz em
 casa.
Senta-se sem
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C
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 objeto para ela segurar e observe se 
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Im
ita gestos
Faça algum
 gesto conhecido pela criança com
o bater palm
as ou dar tchau e observe se ela o 
im
ita. C
aso ela não o faça, peça à m
ãe/cuidador para estim
ulá-la.
Faz pinça
C
oloque próxim
o à criança um
a jujuba ou um
a bolinha de papel. C
ham
e a atenção da criança 
para que ela a pegue.O
bserve se,ao pegá-la,ela usa o m
ovim
ento de pinça,com
 qualquer parte 
do polegar associado ao indicador.
Produz “jargão”
O
bserve se a criança produz um
a conversação incom
preensível consigo m
esm
a, com
 você ou 
com
 a m
ãe/cuidador (jargão). C
aso não seja possível observar, pergunte se ela o faz em
 casa.
A
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Fonte:A
daptação da tabela contida no M
anual de C
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ento do M
inistério da Saúde/2002 por A
m
ira Figueiras,R
icar
N
ota:A
s áreas am
arelas indicam
 as faixas de idade em
 que é esperado que a criança desenvolva as habilidades testadas.
Puericultura
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Pediatria Geral
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12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
M
ostra o que quer
A
 criança indica o que quer sem
 que seja pelo choro, podendo ser com
 palavras ou sons, 
apontando ou estendendo a m
ão para alcançar. C
onsidere a inform
ação do acom
panhante.
C
oloca blocos na 
caneca
C
oloque 3 blocos e a caneca sobre a m
esa, em
 frente à criança. Estim
ule-a a colocar os blocos 
dentro da caneca, m
ediante dem
onstração e fala. O
bserve se a criança consegue colocar, pelo 
m
enos, um
 bloco dentro da caneca e soltá-lo.
Fala um
a palavra
O
bserve se durante o atendim
ento a criança diz, pelo m
enos, um
a palavra que não seja nom
e 
de m
em
bros da fam
ília ou de anim
ais de estim
ação. C
onsidere a inform
ação do acom
panhante.
A
nda sem
 apoio
O
bserve se a criança já anda bem
, com
 bom
 equilíbrio, sem
 se apoiar.
U
sa colher ou garfo
A
 criança usa colher ou garfo, derram
ando pouco fora da boca. C
onsidere a inform
ação do 
acom
panhante.
C
onstrói torre de 
2 cubos
O
bserve se a criança consegue colocar um
 cubo sobre o outro sem
 que ele caia ao retirar 
sua m
ão.
Fala 3 palavras
O
bserve se, durante o atendim
ento, a criança diz pelo m
enos três palavras que não seja nom
e 
de m
em
bros da fam
ília ou de anim
ais de estim
ação. C
onsidere a inform
ação do acom
panhante.
A
nda para trás
Peça à criança para abrir um
a porta ou gaveta e observe se dá dois passos para trás sem
 cair.
T
ira a roupa
O
bserve se a criança é capaz de rem
over algum
a peça do vestuário, tais com
o: sapatos que 
exijam
 esforço para a sua rem
oção, casacos, calças ou cam
isetas. C
onsidere a inform
ação do 
acom
panhante.
C
onstrói torre de 
3 cubos
O
bserve se a criança consegue em
pilhar 3 cubos sem
 que eles caiam
 ao retirar a sua m
ão.
A
ponta 2 figuras
O
bserve se a criança é capaz de apontar 2 de um
 grupo de 5 figuras.
C
huta a bola
O
bserve se a criança chuta a bola sem
 se apoiar em
 objetos.
Veste-se com
 
supervisão
Pergunte aos cuidadores se a criança é capaz de vestir algum
a peça do vestuário tais com
o: 
cueca, m
eias, sapatos, casaco etc.
C
onstrói torres de 
6 cubos
O
bserve se a criança consegue em
pilhar 6 cubos sem
 que eles caiam
 ao retirar sua m
ão.
Fala frases com
 2 
palavras
O
bserve se a criança com
bina, pelo m
enos, 2 palavras form
ando um
a frase com
 significado, 
que indique um
a ação. C
onsidere a inform
ação do acom
panhante.
Pula com
 am
bos 
os pés
O
bserve se a criança pula com
 os dois pés, atingindo o chão ao m
esm
o tem
po, m
as não 
necessariam
ente no m
esm
o lugar.
Brinca com
 outras 
crianças
Pergunte ao acom
panhante se a criança participa de brincadeiras com
 outras crianças de sua idade.
Im
ita linha vertical
O
bserve, após dem
onstração, se a criança faz um
a linha ou m
ais (no papel), de, pelo m
enos, 
5cm
 de com
prim
ento.
R
econhece 2 ações
O
bserve se a criança aponta a figura de acordo com
 a ação, por exem
plo: “quem
 m
ia?”, “quem
 
late?”, “quem
 fala?”, “quem
 galopa?”.
A
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essa a bola
O
bserve se a criança arrem
essa a bola acim
a do braço.
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osânia A
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ostra o que quer
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 criança indica o que quer sem
 que seja pelo choro, podendo ser com
 palavras ou sons,
apontando ou estendendo a m
ão para alcançar. C
onsidere a inform
ação do acom
panhante.
C
oloca blocos na 
caneca
C
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 frente à criança. Estim
ule-a a colocar os blocos 
dentro da caneca, m
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bserve se a criança consegue colocar, pelo 
m
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panhante.
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nda sem
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bserve se a criança já anda bem
, com
 bom
 equilíbrio, sem
 se apoiar.
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A
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ação do 
acom
panhante.
C
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2 cubos
O
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 cubo sobre o outro sem
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ão.
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bserve se, durante o atendim
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enos três palavras que não seja nom
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Peça à criança para abrir um
a porta ou gaveta e observe se dá dois passos para trás sem
 cair.
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O
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a peça do vestuário, tais com
o: sapatos que 
exijam
 esforço para a sua rem
oção, casacos, calças ou cam
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panhante.
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3 cubos
O
bserve se a criança consegue em
pilhar 3 cubos sem
 que eles caiam
 ao retirar a sua m
ão.
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O
bserve se a criança é capaz de apontar 2 de um
 grupo de 5 figuras.
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huta a bola
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bserve se a criança chuta a bola sem
 se apoiar em
 objetos.
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Pergunte aos cuidadores se a criança é capaz de vestir algum
a peça do vestuário tais com
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pilhar 6 cubos sem
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O
bserve se a criança pula com
 os dois pés, atingindo o chão ao m
esm
o tem
po, m
as não 
necessariam
ente no m
esm
o lugar.
Brinca com
 outras 
crianças
Pergunte ao acom
panhante se a criança participa de brincadeiras com
 outras crianças de sua idade.
Im
ita linha vertical
O
bserve, após dem
onstração, se a criança faz um
a linha ou m
ais (no papel), de, pelo m
enos,
5cm
 de com
prim
ento.
R
econhece 2 ações
O
bserve se a criança aponta a figura de acordo com
 a ação, por exem
plo:“quem
 m
ia?”,
“quem
 
late?”,“quem
 fala?”,“quem
 galopa?”.
A
rrem
essa a bola
O
bserve se a criança arrem
essa a bola acim
a do braço.
Fonte:A
daptação da tabela contida no M
anual de C
rescim
ento do M
inistério da Saúde/2002 por A
m
ira Figueiras,R
icardo 
N
ota:
A
s áreas am
arelas indicam
 as faixas de idade em
 que é esperado que a criança desenvolva as habilidades testadas.
Fonte: Ministério da Saúde4.
Puericultura 
17
3 .1 . DESENVOLVIMENTO SENSORIAL
 BASES DA MEDICINA
O olho de um RN a termo tem cerca de 65% do tamanho 
que terá na vida adulta, sendo o crescimento acelerado 
nos primeiros três anos de vida e reduzido até a puber-
dade. Lactentes apresentam uma hipermetropia que irá 
se corrigir até os 14 anos.
O recém-nascido é capaz apenas de focalizar um 
objeto a poucos centímetros e tem preferência 
por rostos humanos, especialmente femininos, 
sendo uma das primeiras reações visuais de um 
lactente a observação da face materna durante 
a amamentação. Até a segunda semana de vida, 
o RN já demonstra interesse por objetos grandes 
e, da oitava até a décima semana de vida, já con-
segue seguir um objeto a uma amplitude de 180 
graus, técnica que pode ser utilizada para avaliar 
a acuidade visual. A acuidade visual é máxima em 
torno de dois a três anos. Lactentes apresentam 
uma coordenação imperfeita do movimento e do 
alinhamento ocular nas primeiras semanas de vida, 
que geralmente é corrigida em até três a seis meses 
de vida. Desvios persistentes devem motivar o 
encaminhamento para o oftalmologista, já que o 
estrabismo pode prejudicar o desenvolvimento do 
córtex visual, dando origem à ambliopia.
Com relação à audição, o feto já escuta desde o 
quinto mês de gestação, estando inclusive fami-
liarizado com as vozes da mãe e dos familiares ao 
nascer. Podemos utilizar esse aspecto para avaliar 
a acuidade auditiva, questionando se o lactente 
se assusta e chora com sons altos repentinos, se 
procura a origem do som e se fica mais calmo com 
a voz da mãe.
A avaliação da visão e da audição nos primeiros 
meses de vida durante a consulta de puericultura é 
realizada de forma subjetiva, por meio da observação 
das reações
do lactente frente aos estímulos visuais 
e auditivos. Recém-nascidos com fatores de risco 
para deficiência auditiva ou com triagem auditiva 
ou teste do reflexo vermelho anormais devem ser 
encaminhados para uma avaliação complementar 
mais objetiva.
3 .2 . DESENVOLVIMENTO MOTOR
 BASES DA MEDICINA
O DNPM está intimamente ligado ao desenvolvimento 
do sistema nervoso central que acontece nos primeiros 
anos de vida, sendo um dos principais eventos a mieli-
nização, que permite a aquisição de movimentos mais 
coordenados e complexos. No lactente nascido a termo, 
logo ao nascimento, já há mielinização no tronco cere-
bral dorsal, pedúnculos cerebelares e perna posterior da 
cápsula interna. A substância branca cerebelar começa 
a se mielinizar por volta do primeiro mês e se completa 
no terceiro mês. Já a substância branca subcortical dos 
córtex parietal, frontal posterior, temporal e da calcarina 
está parcialmente mielinizada aos três meses.
Antes de vermos os marcos do desenvolvimento 
motor, é importante entendermos o padrão normal 
de um recém-nascido. O RN apresenta um padrão 
motor muito imaturo, com postura assimétrica, 
predomínio do tônus flexor nos membros e intensa 
hipotonia na musculatura paravertebral. Os movi-
mentos são geralmente reflexos controlados pelos 
centros subcorticais, pelo tronco encefálico e pela 
medula. Nessa fase, é essencial avaliarmos os 
reflexos primitivos e as respostas automáticas e 
estereotipadas a um determinado estímulo externo 
presentes ao nascimento e, posteriormente, inibidos 
nos primeiros meses de vida, quando surgem os 
reflexos posturais e a atividade motora voluntária. 
A presença dos reflexos primitivos indica integridade 
do sistema nervoso central, mas sua persistência 
sinaliza disfunção neurológica; portanto, além de 
entender como testar cada um dos reflexos primi-
tivos, é importante conhecermos a idade esperada 
do seu desaparecimento (Tabela 7).
Puericultura
18
Pediatria Geral
Tabela 7. Modo de avaliação dos reflexos primitivos do recém-nascido e tempo esperado de duração.
Reflexo Idade Posição de teste Estímulo Resposta
esperada
Reflexo do apoio plantar 0-2 meses
Criança suspensa 
verticalmente pelo 
examinador
Apoio plantar dos pés 
em superfície plana
Extensão de 
joelho e quadril
Reflexo da marcha 0-2 meses
Criança suspensa pelo 
examinador e apoiada 
na superfície da mesa
Inclinação anterior 
do tronco
Passos curtos e 
ritmados sem extensão 
de joelho e quadril
Reflexo de colocação das 
pernas 
(ou placing)
0-2 meses
Criança suspensa 
verticalmente pelo 
examinador
Tocar o dorso do 
pé da criança na 
borda da mesa
Criança realiza 
o movimento de 
“subir degraus”
Reflexo de busca 
(ou de procura) 0-2 meses Qualquer, exceto 
decúbito ventral
Leve toque nas 
comissuras labiais
Cabeça e língua se 
movem em direção 
ao estímulo
Reflexo de sucção 0-5 meses Qualquer, exceto 
decúbito ventral
Introdução do dedo 
do examinador dentro 
da boca do lactente
Sucção
Reflexo de preensão 
palmar 0-4 meses Qualquer
Contato do dedo 
do examinador 
com a palma da 
mão do lactente
Flexão dos dedos ao 
redor, persiste até a 
retirada do estímulo
Reflexo de preensão 
plantar
0-11 
meses Qualquer, exceto em pé
Contato do dedo do 
examinador contra 
o sulco metatarso 
falângico
Flexão plantar 
dos artelhos
Reflexo de Moro 0-6 meses Examinador mantém 
a criança sentada
Deixar cair a cabeça 
em extensão
1ª fase: abdução dos 
MMSS* com abdução 
e extensão dos dedos
2ª fase: adução 
dos MMSS
Reflexo tônico-cervical 
assimétrico (ou de 
Magnus e De Kleijn 
ou do esgrimista)
0-3 meses
Criança em decúbito 
dorsal com a cabeça 
na linha média, braços 
e pernas estendidas
Rotação da 
cabeça a 90°
Extensão do braço 
ipsilateral à rotação 
e flexão do braço 
contralateral
Reflexo de 
encurvamento do 
tronco (ou de Galant)
0-4 meses
Criança em prona com 
o tronco apoiado pela 
mão do examinador
Estímulo tátil na região 
do dorso lateral
Encurvamento do 
tronco ipsilateral 
ao estímulo
MMSS: membros superiores.
Fonte: Kliegman2.
 DICA  O reflexo de Moro completo, com 
as duas fases de abdução e adução dos 
membros superiores, desaparece com cer-
ca de três meses, tornando-se incompleto 
até os seis meses, quando desaparece de-
finitivamente.
Nos primeiros meses de vida, ocorre uma redução 
progressiva do tônus flexor, com substituição pelo 
padrão extensor no sentido craniocaudal. A partir 
do segundo semestre, não ocorre mais predomínio 
de quaisquer dos dois padrões (flexor ou extensor), 
de forma que a criança consegue, por alternância 
Puericultura 
19
entre os tônus, rolar e, posteriormente, até passar 
da posição deitada para a sentada.
As aquisições motoras ocorrem sempre no sentido 
craniocaudal e proximodistal, das aquisições mais 
simples para as mais complexas. Assim, a primeira 
musculatura a ser controlada é a ocular. Depois, 
há o controle progressivo da musculatura para a 
sustentação da cabeça e, depois, do tronco. O apoio 
progressivo na musculatura dos braços permite o 
apoio nos antebraços e as primeiras tentativas de 
engatinhar. No entanto, não é incomum algumas 
crianças andarem sem ter engatinhado, sem que 
isso indique algum tipo de anormalidade.
O desenvolvimento motor fino se dá no sentido 
proximodistal. Ao nascimento, a criança fica com 
as mãos fechadas na maior parte do tempo. Por 
volta do terceiro mês, em decorrência da redução 
do tônus flexor, as mãos ficam abertas por mais 
tempo e as crianças conseguem agarrar os objetos, 
embora ainda sejam incapazes de soltá-los. Entre 
o quinto e o sexto mês, conseguem apreender um 
objeto voluntariamente e iniciam o movimento de 
pinça, que será aprimorado progressivamente até 
se tornar completo, polpa com polpa, em torno dos 
12 meses.
3 .3 . MARCOS DO DESENVOLVIMENTO 
NEUROPSICOMOTOR
Durante o acompanhamento, é importante avaliar 
a da aquisição dos marcos de cada um dos domí-
nios do desenvolvimento neuropsicomotor. Exis-
tem diversas tabelas para identificar quando uma 
determinada aquisição deve ocorrer, mas seu uso 
deve ser cauteloso, levando-se em consideração 
as condições específicas de cada criança quanto 
às diferenças sociais, culturais, geográficas e de 
estímulos ofertados pelos pais e cuidadores. As 
tabelas seguintes identificam os principais marcos 
de cada domínio do desenvolvimento neuropsico-
motor, servindo como um guia durante o acompa-
nhamento pediátrico.
Tabela 8. Marcos dos desenvolvimentos 
motores grosseiro e fino.
Idade Habilidade motora grosseira
1 mês Postura assimétrica com 
predomínio do tônus flexor
3 meses Sustenta o pescoço e junta 
as mãos na linha média
4 meses
Postura simétrica com as mãos 
abertas (desaparece o reflexo 
tônico-cervical assimétrico)
6 meses Senta-se com apoio e rola 
para decúbito ventral
7 meses Senta-se com o tronco inclinado 
para frente e as mãos apoiadas
9 meses Senta-se sem apoio com o 
tronco ereto e engatinha
10 meses Fica de pé com apoio
12 meses Anda com apoio
18 meses Corre firmemente, sobe e desce escadas
2 anos Salta e pula, sobe em móveis
3 anos Para em um pé só, anda de velocípede
Idade Habilidade motora fina
4 meses Pega palmar, leva a mão à linha 
média e os objetos à boca
6 meses Transfere objetos de uma 
mão para a outra
7 meses Pega de três dedos (com o 
polegar e mais dois dedos)
9 meses Pega em pinça (com o 
polegar e o indicador)
12 meses Vira as páginas de um livro
15 meses Constrói torre de três cubos
2 anos Constrói torre de sete cubos 
e rabisca círculos
Fonte: Kliegman2.
Puericultura
20
Pediatria Geral
Tabela 9. Marcos do desenvolvimento 
da comunicação e da linguagem.
Idade Habilidade de comunicação 
e linguagem
1 mês Sorri em resposta a um rosto, 
emite sons guturais
4 meses Vocalização (“aaaa”)
7 meses Lalação (“bababa”), inibe-se 
com um “não”
10 meses Atende ao seu nome, 
aponta para objetos
12 meses Fala uma ou duas palavras
15 meses Fala o nome dos objetos
2 anos Forma frases de duas a três palavras
e obedece a ordens simples
3 anos Responde a perguntas simples
4 anos Conta histórias
5 anos Pergunta o significado das palavras
Fonte: Kliegman2.
Tabela 10. Marcos do desenvolvimento social.
Idade Habilidade social
1 mês
Olha para as pessoas que o observam e 
sorri, movimenta o corpo em cadência 
com a voz de outras pessoas
3 meses Sustenta o contato social, 
fica atento a músicas
4 meses Ri alto, pode mostrar desaprovação 
quando interrompido o contato social
7 meses Prefere a mãe
10 meses Tem medo de estranhos, brinca de 
esconde-esconde, faz “tchau” com a mão
12 meses Brinca com bola, chora quando 
os pais saem de perto
15 meses Indica desejos apontando, abraça os pais
18 meses Come sozinho, brinca de boneca, explora 
sozinho, mas quer os pais por perto
2 anos Ajuda a se despir, copia o que 
os outros estão fazendo
3 anos Participa de brincadeiras simples 
com outras crianças
Fonte: Kliegman2.
 DIA A DIA MÉDICO
Uma vez realizada a avaliação do desenvolvimento da 
criança, podemos dizer que estamos diante de:
 W Desenvolvimento adequado: presença dos marcos 
esperados para a faixa etária. Manter o seguimento 
habitual.
 W Desenvolvimento adequado com fatores de risco: pre-
sença dos marcos esperados, porém com um ou mais 
fatores de risco associados. Informar aos cuidadores 
sobre a adequação do desenvolvimento e orientar 
sinais de alerta, reavaliando a criança mensalmente.
 W Alerta para o desenvolvimento: ausência de um ou 
mais marcos para a faixa etária. Orientar sobre a 
estimulação da criança e marcar retorno em 30 dias.
 W Provável atraso do desenvolvimento: perímetro cefálico 
anormal (abaixo do escore Z –2 ou acima do escore 
Z +2), presença de três ou mais alterações fenotípi-
cas ou ausência de dois ou mais marcos esperados 
para a idade. Encaminhar o paciente para avaliação 
neuropsicomotora.
3 .4 . DESENVOLVIMENTO 
COGNITIVO-EMOCIONAL
Existem diversas teorias sobre as etapas do desen-
volvimento cognitivo-emocional, e a maioria delas 
divide a infância em diferentes estágios de desen-
volvimento (Tabela 11). As teorias de Freud e de 
Erikson são psicanalíticas, já as teorias de Piaget 
e Kohlberg são cognitivas.
Puericultura 
21
Tabela 11. Teorias clássicas dos estágios de desenvolvimento cognitivo-emocional.
Teoria Lactente
(0-1 ano)
Início da marcha
(2-3 anos)
Pré-escolar
(3-6 anos)
Escolar
(6-12 anos)
Adolescente
(12-20 anos)
Psicossexual 
de Freud Oral Anal Fálica Latência Genital
Psicossocial 
de Erikson
Confiança 
básica versus 
desconfiança
Autonomia 
versus vergonha 
e dúvida
Iniciativa 
versus culpa
Engenhosidade 
versus 
inferioridade
Identidade versus 
difusão de papel
Cognitiva 
de Piaget Sensório-motor Pré-operacional Operações 
concretas
Operações 
formais
Moral de 
Kohlberg —
Pré-convencional: 
evitar 
punição/obter 
recompensa
Conformidade 
convencional
Lei e ordem 
convencionais
Pós-
convencional: 
princípios morais
Fonte: Kliegman2.
No centro da teoria freudiana está a ideia de impul-
sos biologicamente dirigidos (sexuais), que mudam 
de foco ao longo do desenvolvimento e que podem 
conflitar com as regras da sociedade, sendo a saúde 
emocional da criança e do adulto dependente da 
solução adequada desses conflitos. Erikson remode-
lou os estágios de Freud em termos da personalidade 
emergente, dizendo que, à medida que a criança 
passa pelos diferentes estágios, ela é defrontada 
com diferentes desafios interiores que devem ser 
adequadamente trabalhados para o desenvolvimento 
esperado.
A teoria cognitiva de Piaget mostra a mudança da 
cognição ao longo dos estágios não apenas em 
termos de quantidade, mas também de qualidade, 
com diferentes tarefas que são executadas pela 
criança a cada etapa. Com base no conhecimento 
cognitivo, Kohlberg desenvolveu uma teoria de 
desenvolvimento moral, que orienta cada estágio 
do desenvolvimento infantil até a vida adulta.
Na teoria comportamental contemporânea, acredi-
ta-se que há uma modificação gradual no comporta-
mento com acúmulo de competências pela criança 
até a vida adulta, ocorrendo de forma mais frequente 
os comportamentos reforçados positivamente e 
menos frequentemente os comportamentos refor-
çados negativamente ou ignorados. Nesse modelo 
não é feita a divisão rígida em estágios.
4. ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA
 BASES DA MEDICINA
O termo programming é definido como a indução, a deleção 
ou o prejuízo do desenvolvimento de uma estrutura somá-
tica ou ajuste de um sistema fisiológico por um estímulo 
ou agressão que ocorre a um período suscetível (como 
na vida intrauterina ou no início da infância), resultando 
em consequências em longo prazo para as funções fisio-
lógicas. Um exemplo de programming é a relação entre 
as más práticas alimentares no primeiro ano de vida e o 
desenvolvimento da obesidade na vida adulta, sendo o 
aleitamento materno um importante fator protetor com 
efeito dose-dependente na redução do risco de obesidade.
Discutir sobre a alimentação é papel do pediatra, 
já que a alimentação adequada permite o cres-
cimento e o desenvolvimento adequados, além 
de prevenir o aparecimento de doenças, como 
anemia e obesidade. O conceito de programming, 
desenvolvimento por Dorner em 1974, reforça que 
fatores nutricionais em fases iniciais da vida têm 
um papel de programação do sistema metabólico 
e orgânico, resultando em consequências a longo 
prazo para as funções fisiológicas. A maioria dos 
nutrientes tem efeitos indiretos sobre a expressão 
gênica e proteica (interferindo nas metilações) e, 
consequentemente, sobre o metabolismo.
Puericultura
22
Pediatria Geral
O aleitamento materno é um dos pontos mais impor-
tantes da alimentação na infância e será discutido 
em um capítulo à parte, mas é importante relembrar 
que ele deve ser exclusivo até os seis meses de vida 
e depois complementado, ou seja, mantido em con-
junto com a introdução da alimentação complemen-
tar, até os dois anos de vida. A introdução precoce 
da alimentação complementar (entre três e quatro 
meses de vida) eleva o risco de alergia alimentar.
Tanto o leite materno quanto as fórmulas lácteas têm 
quantidades insuficientes de vitamina D. É por isso 
que, desde a primeira semana de vida, recomenda-
-se a suplementação vitamínica do recém-nascido 
na dose de 400 UI/dia de vitamina D até um ano e 
de 600 UI/dia de um a três anos. Desde que a ali-
mentação materna seja adequada, o leite materno 
contém quantidades suficientes de vitamina A, 
que são posteriormente complementadas pela 
ingestão de alimentos ricos em vitamina A (gema 
de ovo, fígado, vegetais e frutas). Em regiões de alta 
prevalência de hipovitaminose A (principalmente no 
Nordeste e em Minas Gerais nos vales do Jequitinho-
nha e do Mucuri), recomenda-se a suplementação 
de megadoses de vitamina A em crianças de 6 a 
59 meses, na dose única de 100.000 UI no primeiro 
ano de vida e 200.000 UI a cada seis meses de 1 a 
5 anos de idade.
Em 2019 o Ministério da Saúde publicou o “Guia 
Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois 
Anos”, no qual discorre sobre os doze passos para 
uma alimentação saudável, descritos na Tabela 12.
Tabela 12. Os 12 passos para uma alimentação saudável.
Passo 1
Amamentar até 2 anos ou mais, 
oferecendo somente leite materno até 
6 meses de vida, sem chá ou água
Passo 2
Oferecer alimentos in natura ou 
minimamente processados, além do 
leite materno, a partir dos 6 meses
Passo 3
Oferecer água própria para consumo à 
criança em vez de sucos, refrigerantes 
e outras bebidas açucaradas
Passo 4
Oferecer comida amassada quando 
a criança começar a ingerir outros 
alimentos além do leite materno
Passo 5
Não oferecer açúcar nem preparações 
ou produtos que contenham açúcar 
à criança até 2 anos de idade
Passo 6
Não oferecer alimentos 
ultraprocessados para a criança
Passo 7
Cozinhar a mesma comida para 
a criança e para a família
Passo 8
Zelar para que a hora da alimentação 
da criança seja um momento de 
experiências positivas, aprendizado
e afeto junto da família
Passo 9
Prestar atenção aos sinais de fome 
e saciedade da criança e conversar 
com ela durante a refeição
Passo 10
Cuidar da higiene em todas as etapas 
da alimentação da criança e da família
Passo 11
Oferecer à criança alimentação adequada 
e saudável também fora de casa
Passo 12
Proteger a criança da 
publicidade de alimentos
Fonte: Ministério da Saúde5.
Tradicionalmente, a introdução da alimentação com-
plementar é iniciada com frutas aos seis meses de 
vida, preferindo sempre a fruta in natura em vez do 
suco (evitar sucos até um ano ou, pelo menos, limitar 
a ingestão máxima a 100 mL por dia). A papa princi-
pal (também chamada de papa salgada, embora se 
deva evitar a colocação de sal), inicialmente intro-
duzida no horário do almoço e, posteriormente, no 
jantar, deve ser composta por cereais ou tubérculos, 
leguminosas, carne e hortaliças (verduras e legumes) 
cozidos e amassados, não devendo ser peneirada 
ou batida no liquidificador, para manter uma boa 
consistência. Não é incomum a recusa na introdução 
de alguns alimentos complementares, mas isso não 
deve ser interpretado como uma recusa definitiva, 
pois podem ser necessárias até dez exposições 
a um novo alimento antes que a criança o aceite 
definitivamente. O aumento da quantidade e da 
consistência dos alimentos deve ser gradual, até que 
a criança receba a comida na mesma consistência 
da família, o que deve acontecer por volta de um 
ano de idade. Nas crianças desmamadas em uso de 
fórmula láctea, o volume deve ser limitado a 600 mL 
por dia e nunca utilizado como um substituto das 
Puericultura 
23
refeições principais. A ingestão de leite acima de 
700 mL por dia se associa à ocorrência de anemia.
Além da qualidade dos alimentos oferecidos para 
o lactente, também devemos nos preocupar com a 
construção de um ambiente alimentar adequado, 
com o lactente à mesa (ou em cadeira de alimenta-
ção), sem exposição a telas (televisão, tablet, celu-
lar) e junto de outros familiares. Nesse momento, 
também deve ser feito o treinamento do uso de 
utensílios, oferecendo uma colher para o lactente 
interagir com o alimento.
Outras formas de introdução da alimentação com-
plementar têm despontado recentemente. São elas:
 u Baby-led weaning (BLW): em português, pode ser 
traduzido como desmame guiado pelo bebê. Idea-
lizado pela britânica Gill Rapley. Encoraja os pais 
a confiarem na capacidade nata que o lactente 
possui de se autoalimentar. Consiste na oferta 
de alimentos in natura em pedaços, sem o uso 
de colher e sem a adaptação da consistência, 
sempre com o lactente sentado e supervisionado. 
Permite a interação do lactente a uma variedade 
de alimentos, mas diversos questionamentos 
existem com relação a essas técnicas, como 
o seu possível impacto no crescimento devido 
à ingestão de alimentos menos calóricos, a in-
gestão suficiente de micronutrientes e o risco 
de engasgos.
 u Baby-led introduction to solids (BLISS): em por-
tuguês, traduzido como introdução de sólidos 
guiada pelo bebê. Criado por um grupo neoze-
landês, consiste na oferta de alimentos cortados 
em pedaços e previamente testados para evitar 
engasgos, sempre com o lactente sentado e su-
pervisionado. Diferentemente do BLW, nesse caso, 
existe uma preocupação em garantir o aporte 
de ferro e calorias na refeição, que se reflete na 
escolha dos alimentos.
O pré-escolar apresenta uma diminuição no ritmo 
de crescimento, que se associa a uma redução da 
ingestão alimentar. É nesse período que desponta 
a preferência por alimentos doces e calóricos e se 
desenvolvem comportamentos alimentares ina-
dequados, como a neofobia e o picky/fuzzy eating. 
O picky eating é a aceitação de apenas uma pequena 
variedade de alimentos e costuma ser um problema 
transitório. A neofobia é a recusa à introdução de 
alimentos novos após os dois anos de idade. Diante 
desses problemas comportamentais alimentares, 
não devemos reforçar o comportamento inadequado, 
evitando forçar, ameaçar ou premiar com comida. 
O ideal nessa faixa etária é adequar o tamanho 
das porções à idade e oferecer a alimentação em 
horários fixos, sem substituir refeições caso ocorra 
a recusa. A ingestão de líquidos e de refrigerantes 
durante as refeições deve ser evitada, assim como 
o consumo de guloseimas. Nessa idade, também é 
muito comum a utilização da mamadeira noturna, 
que deve ser eliminada tanto por interferir na aceita-
ção alimentar ao longo do dia quanto por se associar 
a doenças como otite média de repetição.
A partir do momento em que ofertamos uma varie-
dade maior de alimentos em consistência habitual, o 
que geralmente ocorre na idade pré-escolar, temos 
que estar sempre atentos ao risco de engasgos, 
devendo evitar alimentos de risco, principalmente 
uva ou tomate cereja inteiros, balas duras, pipoca, 
azeitona e amendoim.
O escolar está em ritmo de crescimento constante 
e, em geral, exposto a uma grande quantidade de 
atividade física. Por isso, devemos oferecer uma 
alimentação variada, com peixes duas vezes na 
semana, com oferta adequada de cálcio (600 mL/
dia de leite ou derivados), evitando o consumo de 
guloseimas e refrigerantes e a substituição das 
refeições por lanches. Nessa idade, existe um risco 
importante de desenvolvimento de obesidade pelo 
consumo em excesso de alimentos calóricos e 
pouco nutritivos (salgadinhos, fast food, bolachas 
recheadas, embutidos, enlatados) e o excesso de 
atividades sedentárias (assistir televisão, jogar no 
computador, mexer no tablet), que, inclusive, esti-
mulam o consumo de alimentos mais calóricos. 
A preocupação excessiva ou mal conduzida com 
o ganho de peso nessa fase pode conduzir a trans-
tornos alimentares como a anorexia e a bulimia.
Na adolescência ocorre a puberdade, um período de 
aceleração do crescimento longitudinal, aumento 
e modificação da composição corporal. Com isso, 
aumenta o consumo de energia e de gorduras, o que 
pode se refletir no aumento do risco cardiovascular e 
no desenvolvimento de resistência insulínica. Nessa 
Puericultura
24
Pediatria Geral
fase, é comum o consumo inadequado de vitaminas, 
minerais e cálcio, já que, além de o adolescente 
consumir uma menor quantidade de alimentos que 
contêm cálcio, ele também consome alimentos que 
interferem na absorção do cálcio, como cafeína, 
fitatos e oxalatos. O consumo adequado de cálcio 
é importante, já que quase 50% da massa óssea é 
adquirida nessa fase, quando ocorre um pico de 
formação e mineralização ósseas. Nessa idade 
também aumentam as necessidades de ferro devido 
ao aumento da massa muscular (mioglobina) e do 
número de hemácias. Nas meninas, a menarca e 
as menstruações irregulares são um outro fator 
importante de depleção de ferro, devendo-se esti-
mular o consumo de alimentos ricos em ferro heme, 
como carnes.
Cada vez mais famílias têm adotado o vegetaria-
nismo e, ao contrário do que se imaginava anterior-
mente, as crianças podem sim ser vegetarianas 
desde a introdução alimentar, desde que sejam 
monitoradas a qualidade e a variedade dos ali-
mentos oferecidos, com consumo adequado de 
leguminosas e cereais (ricos em proteínas e ferro), 
sementes e castanhas (riscos em ácidos graxos 
essenciais) e realizada a suplementação de certas 
vitaminas e minerais (como vitamina B12, vitamina D, 
cálcio e ferro).
 DIA A DIA MÉDICO
O consumo de mel é contraindicado em crianças meno-
res de um ano pela possível contaminação por esporos 
de Clostridium botulinum e pelo risco subsequente de 
botulismo infantil. Inicialmente ocorre obstipação intes-
tinal, que evolui para paralisia da musculatura ocular 
extrínseca, choro e sucção fracos, face sem expressão e 
tônus muscular reduzido. A paralisia neuromuscular pode 
comprometer até os músculos respiratórios, levando à 
insuficiência respiratória e à morte. A confirmação do 
diagnóstico é feita por exame de fezes e o tratamento é 
feito imunoglobulina humana.
5. INCENTIVO À PRÁTICA 
DE ATIVIDADE FÍSICA
A prática de atividade física se

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