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Considerações gerais
A Sociedade Brasileira de Anestesiologia, juntamente com todas as suas afiliadas, recomenda que todo
procedimento médico anestesiológico deva ser realizado por um médico anestesiologista, pois ele é a pessoa
indicada para realizar os cálculos da dosagem adequada (Tabela 3.1) e tratar eventuais complicações.
Tabela 3.1 Alguns anestésicos e suas doses máximas.
Anestésico Dose máxima (mg/kg) Dose total máxima (mg)
Bupivacaína (Marcaína®) 2 150
Lidocaína (Xylocaína®) 7 500
Prilocaína (Citanest®) 6 400
Ropivacaína (Naropin®) 2 a 3 150 a 200
Conceitos básicos
Os anestésicos locais determinam o bloqueio reversível da condução nervosa, ocasionando perda das sensações
e abolição de funções autonômicas e motoras. Essa reversibilidade de efeito constitui sua principal característica.
A maior parte dos anestésicos locais em uso atualmente é de tipo amida, incluindo prilocaína, procainamida,
articaína, lidocaína, mepivacaína, bupivacaína, etidocaína e ropivacaína, os quais raramente determinam reações
alérgicas.
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Sua eficácia em relação ao objetivo terapêutico é incontestável, não havendo superioridade de um agente
sobre o outro. Sua seleção está basicamente relacionada com a sua duração de efeito e, assim, são classificados
em agentes de curta duração (procaína e clorprocaína), duração intermediária (lidocaína, mepivacaína e
prilocaína) e longa duração (tetracaína, ropivacaína, bupivacaína e etidocaína).
A lidocaína é protótipo de anestésico de duração intermediária, por isso é considerada um medicamento
de referência. A bupivacaína é o medicamento de referência indicado em procedimentos de maior duração. Já a
prilocaína é o medicamento de referência para uso em odontologia.
O uso de vasoconstritores adrenérgicos diminui a velocidade de absorção do anestésico local, reduzindo os
efeitos colaterais e prolongando sua duração, porém suas doses máximas devem ser sempre respeitadas.
Indicação
Em geral, emprega-se a anestesia local em cirurgias de superfície, de porte pequeno ou médio.
Contraindicações
• Além das atinentes a todo emprego dos anestésicos locais, hipersensibilidade aos anestésicos locais,
infecções na região a ser anestesiada e paciente com menos de 2 meses de idade
• Absolutas: doenças cardiovasculares, hipertireoidismo não controlado, diabetes melito não controlado,
feocromocitoma e hipersensibilidade a sulfitos
• Relativas: utilização de antidepressivos tricíclicos, inibidores da monoamina oxidase (IMAO) apenas para
fenilefrina, compostos fenotiazínicos, betabloqueadores adrenérgicos não seletivos e cocaína (cronicamente).
Considerações anatômicas
O uso de anestésicos locais é indicado somente na área a ser operada. Essa anestesia é frequentemente empregada
pelo próprio cirurgião, em procedimentos que envolvem pequenas áreas, por meio de infiltração com um
anestésico local, como lidocaína ou bupivacaína, sendo infiltrado na pele e no tecido subcutâneo, o que produz
perda temporária da sensibilidade, causada pela inibição da condução nervosa (Figura 3.1).
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Assepsia da região a ser anestesiada, seringas e agulhas, além do próprio medicamento. As agulhas devem ser
de pequeno calibre (30×7 ou 30×6), para causar o menor desconforto possível ao paciente.
Podem-se ser utilizar o Carpule e seus tubetes adequados, quando for necessária uma pequena quantidade
de anestésico, pois cada tubete tem 2,3 mℓ (Figura 3.2).
Avaliação e preparo do paciente
• Pesquisar histórico e exame clínico que evidenciem quaisquer das contraindicações referidas
• Orientar o paciente sobre o procedimento e sua sensação
• Solicitar termo de consentimento.
Figura 3.1 Anestesia local. A. A aplicação é feita no local onde se realizará a pequena cirurgia. B. A agulha
penetra na pele até o subcutâneo. C. O anestésico não atinge o nervo propriamente dito, mas as terminações
nervosas da pele.
Complicações
A toxicidade sistêmica é rara e de pequena monta, se respeitadas as doses máximas recomendadas. Quando
houver efeitos colaterais, a sonolência é a queixa inicial mais comum; no sistema cardiovascular, por ação direta,
anestésicos locais diminuem a excitabilidade e a contratilidade cardíacas, causando bradicardia, diminuição
de débito e, eventualmente, parada cardíaca. Paralelamente, provocam dilatação arteriolar, podendo acarretar
hipotensão e choque.
Segundo a maior parte das estatísticas, observou-se incidência de 4,5% de complicações. As mais
frequentes são: tontura (1,3%), taquicardia (1,1%), agitação (1,1%), náuseas (0,8%) e tremor (0,7%).
Reações de hipersensibilidade ocorreram em menos de 1% dos pacientes, e complicações graves (convulsão
e broncoespasmo), em 0,07% dos casos. Naturalmente, patologias prévias são fator de risco para esses eventos.
Há poucas mortes associadas à administração de anestésicos locais, com taxa de 1 em 1,4 milhão de
administrações.
O cirurgião deve estar alerta e apto para tratar possíveis efeitos colaterais, mesmo respeitando a dose
máxima, pois existem diferenças de sensibilidade individual.
Cuidados após o procedimento
A alta só pode ser dada se o paciente não apresentar nenhum dos efeitos colaterais referidos ou, caso os tenha
apresentado, tiver sido devidamente tratado e estiver recuperado.
Figura 3.2 Montagem do Carpule. A. Tracionar a haste-êmbolo, provocando a desarticulação entre o corpo e a
empunhadura da seringa e exibindo o receptáculo do tubete. B. Inserir o tubete de anestésico no Carpule, com
o anel metálico voltado para o local em que será atarraxada a agulha. C. Girar a tampa da agulha em sentidos
horário e anti-horário, para expor o terminal da agulha que será acoplado ao Carpule e violará o lacre do tubete
de anestésico. D. Colocar a agulha no Carpule, rosqueando-a. A agulha deverá estar alinhada com o corpo do
Carpule, mantendo-se o eixo de inserção. E. Retirar o invólucro protetor. F. Empunhadura digital da seringa.
	
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