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1 A importância do nitrogênio para a vida na terra • Todos os seres vivos necessitam de proteínas para seus processos vitais. • Somente bactérias e fungos possuem a capacidade de aproveitar o nitrogênio existente no ar. • Paradoxos: – 79% do ar é N2 – N escasso nos solos e caro para a alimentação. 2 A química do N na natureza • Para romper a triplice ligação entre N, há necessidade de grande quantidade de energia. • Processo industrial de fertilizantes: – N atmosférico em amônia: 500ºC e 250 atm. + elevadas quantidades de gás natural. • A reação: N2 + 3 H2 2 NH3 • Processo Natural: descargas elétricas atmosféricas: – Aproximadamente 10 kg/ha de NO3 são transportados aos solos. 3 4 5 Características dos Principais Adubos Nitrogenados Aumento da acidez do solo Índice salino relativamente elevado Solubilidade alta em água Isento de macronutrientes secundários Exceção: Sulfato de Amônio: 24% S 6 Acrescentar aminoacios 1) FOSFATOS DE AMÔNIO MAP: amônio monofosfato DAP: amônio difosfato NH4 + LIBERA H2PO4 - ABSORÇÃO RADICULAR ABSORÇÃO RADICULAR NITRIFICAÇÃO (NO3) FIXAÇÃO H2PO4 - NH4 + + MAP OU DAP 7 2) NITRATO DE AMÔNIO nitrocálcio (NH4NO3 + CaCO3 NH4 + NO3 - ABSORÇÃO RADICULAR ABSORÇÃO RADICULAR DENITRIFICAÇÃO NITRIFICAÇÃO (NO3) LIXIVIAÇÃO 34% N 3) SULFATO DE AMÔNIO (NH4)2SO4 NH4 + LIBERA ABSORÇÃO RADICULAR NITRIFICAÇÃO (NO3) SO4 - NH4 + + (NH4)2SO4 + H20 SO4 - ABSORÇÃO RADICULAR REDUÇÃO (H2S) LIXIVIAÇÃO 8 Ácido úrico 4) URÉIA CO(NH2)2 + H20 (NH4)2 CO3 (NH4)2 CO3 CO2 + 2NH3 2NH3 + H2O NH4 + + OH- 2NH4 + + 4O2 2 NO3 - + 4H+ + 2H2O UREASE Condições que propiciam a volatilização da amônia Alcalinidade (pH > 7,0); Temperatura elevada; Baixa capacidade de retenção de NH4+ ou seja baixa CTC do solo. Ex solos arenosos possuem baixa MO e baixa CTC; Altas doses de uréia; Aplicação na superfície úmida que depois seca; Compactação do solo e acúmulo de água; http://www.agrotain.com.br/como_funciona/superu_port.swf 9 10 Os organismos fixadores de nitrogênio • Na natureza existe um número de bactérias DIAZOTRÓFICAS que incorporam N2 ao solo. • Estes organismos podem ser classificados em três categorias: – De vida livre não associativos – De vida livre associativos – Simbióticos 11 – Estas bactérias vivem de forma livre no solo, mais ou menos independente da cobertura vegetal e das condições de solo. – Ocorrem com mais intensidade em solos com elevado teor de matéria orgânica, pois ali encontram nutrientes em grande quantidade. – Estas bactérias produzem a enzima nitrogenase e fixam o N2 a NH3. – Os principais gêneros deste tipo são: • Azotobacter • Derxia • Beijerinckia • Clostridium (anaeróbica) • . Bactérias fixadoras de vida livre (não associativas) A) MINERALIZAÇÃO PROTEÍNAS AMINOÁCIDOS METABOLISMO MICROBIANO NH3 SOLO NH3 + H2O NH4+ N2 + 3H2 microbiota 2NH3 2NH3 + H2O solo NH4 + NH2CONH2 urease 2 NH3 + CO2 NH4 + NITRIFICAÇÃO NH4 + : mais provável em solo neutros e ácidos 12 FATORES RELACIONADOS COM A UTILIZAÇÃO DO NITRATO NO3 - NO2 - N2O2 2- NH2OH NH3 Nitrato- redutase Nitrito- redutase Hiponitrito -redutase Hidroxialamina -redutase NADPH ou NAPH aminoácidos NO INTERIOR DA CÉLULAS DAS RAIZES DAS PLANTAS 13 – Bactérias vivem livremente no solo mas também se associam com raízes, caules e folhas de várias plantas. – Alguns autores as classificam associativas facultativas e obrigatórias. – Hoje estas bactérias são objeto de muitos estudos, já estando em desenvolvimento inoculantes para uso em diversas gramíneas, como milho, trigo, arroz e cana de açúcar. – Podem estimular o enraizamento das plantas, pela produção de hormônios de crescimento. – O principais gêneros são: • Azotobacter (A. paspali) • Azospirillum • Herbaspirillum • Burkholderia • Glucanoacetobacter Bactérias fixadoras de vida livre (associativas) 14 • Fixação de N por gramíneas: 25-50 kg N/ha/ano (17% N requerido pela cultura de Trigo, arroz, milho) • Cana-de-açúcar: obtenção até de 60% do N exigidos pela cultura 15 16 17 Bactérias fixadoras (simbióticas) Bactéria Leguminosa Bradyrhizobium japonicum Bradyrhizobium elkanii Soja R. leguminosarum, biovar phaseoli Rhizobium tropici Rhizobium etli Feijão R. leguminosarum, biovar vicae Lentilha, ervilha R. leguminosarum, biovar trifolii Trevos Sinorhizobium meliloti Alfafa, trevo carretilha Mesorhizobium loti Lotus corniculatus Bradyrhizobium spp. Amendoim, leguminosas tropicais Icentrosema, mucuna, caupí,etc.). 18 NODULAÇÃO: DEPENDE DE: PLANTA GENETICAMENTE DISPOSTA PLANTA FISIOLOIGICAMENTE APTA FATORES EDÁFICOS FAVORÁVEIS DISPONIBILIDADE DE P, Ca, Mo. Cada etapa regulada por genes específicos da planta e do rizóbio e seus produtos, resultando em relações compatíveis. 1. ENTRADA DO RIZÓBIO: • Células da epiderme • Ferimentos (pontos crescimento das raízes) • Pêlos absorventes (soja, feijão) Grupo de bactérias: Gram -, aeróbias obrigatórias Nódulos (hipertrofias corticais em plantas) 19 Efeito rizosfera Encurvam ento do pelo radicular Formação do nódulo Formação de Nódulos N. D. Denardin (2008) 20 N2 N-ase 21 N2 N-ase Produção de soja no Brasil Safra 2008 = ~59.800.000 t. (IBGE) • Rendimento 2.820 kg ha-1 • Necessidade da cultura = 240 Kg/ha • Estimativa de N fixado = 3.900.000 Ton. • Preço de uréia = ~R$2.55 ou US$~1.60 Kg • FBN promove uma economia no uso de fertilizantes nitrogenados no valor de: ~ R$ 9,95 Bilhões 22 • A bactéria, uma vez introduzida no solo, permanece indefinidamente. • Os nódulos formados por estas bactérias, vão contribuir para a fixação do N. • A quantidade e a qualidade das bactérias vão diminuindo É necessário usar inoculantes todos os anos? Reinoculação • Em 13 experimentos conduzidos em 7 locais, a reinoculação aumentou o rendimento em até 23% e o N total dos grãos em até 25%. Experimentos em Rede Nacional (Embrapa Soja, Embrapa Cerrados, Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa Trigo, Embrapa Agropecuária Oeste, FECOTRIGO, UFRGS). Mariângela Hungria – Embrapa Soja 23 Adaptado de Comunicado Técnico 74 -Embrapa Dados de Pesquisa - soja 2498 2638 2688 2535 2580 2400 2450 2500 2550 2600 2650 2700 2750 K g /ha S /inoc . C /inoc . S /inoc .+ 200 kg N/ha inoc C / + 30kg N/ha C /inoc + 50 kg de N/ha 220 230 240 250 260 270 280 290 300 K g N/ha PC PD FBN em plantio direto N proveniente da fixação do N2 (Kg N/ha) 24 Adaptado de Mascarenhas, H.A.A. et al – 2003. Na área de soja não nodulífera, foram adicionados 50 kg de N/ha. Nitrogênio para a cultura seguinte • Em média, a cultura da soja deixa 27 kg de N/ha para a cultura seguinte. • A recomendação de N para arroz é 30 kg/ha a menos quando é cultivado após a soja (de100 kg N/ha para 70 kg N/ha). 25 Efeito da inoculação da soja na cultura seguinte - Trigo Embrapa, doc. 283 - 2007 (A)Rendimento médio (kg.ha-1) de trigo em Passo Fundo (RS) cultivando após as culturas da soja ou milho; médias de oito anos de ensaios e o trigo não recebeu nenhum fertilizante nitrogenado (wiethölter, 2000). (B) Rendimento médio de trigo em Londrina (PR), cultivado após a cultura de soja, em parcelas cujas sementes Haviam sido inoculadas no verão; médias de nove anos de ensaios e o trigo não recebeu fertilizante nitrogenado. +403 kg.ha-1 (13,7%) +380 kg.ha-1 (24,6%) Soja Milho Soja inoculada Soja não inoculada Peso seco da parte aérea 269 580 495 632 0 100 200 300 400 500 600 700 S/ inoc. Com inoc N, sem inoc. N + inoc Tratamentos g/ m q ua dr ad o Voss e Fontanelli, Embrapa, comunicado Técnico 107. Passo Fundo, RS D B C A Efeito da inoculação em Trevo vesiculoso 26 Efeito da inoculação em trevo branco 24,27 32,27 0 5 10 15 20 25 30 35 S/ inoculação Inoculada Tratamentos pe so s ec o (m g/ pl an ta ) B A Binneck et al. UFPEL. Rev. Bras. de Agrociência, jan, 2000 • Padrão recomendado pela Embrapa: Número de bactérias por semente Aprovado na RELARE dia 04/06/08 27 Número de bact/sem. soja S/inoc Inoc + 200 kg/N 600 mil bac. semente 1.200 mil bac/semente Embrapa, Doc. 283. 2007 253 Kg.ha-1 k g /h a • MICRONUTRIENTES são essenciais nos processos metabólicos da planta. ‘ • Dois se destacam de forma acentuada (molibdênio –Mo e cobalto – Co). • O MOLIBDÊNIO faz parte da enzima nitrogenase, do centro ativo da enzima. Sua ausência a enzima não fará seu papel de desdobrar a molécula de N2. • Hoje, na cultura da soja, o uso de Mo já é uma prática indispensável e não se admite cultivar soja ou feijão sem a adição de Mo. • O COBALTO faz parte da cobalamina (vitamina B12), da formação da nitrogenase e da leghemoglobina. • Entretanto, sua aplicação deve ser muito bem cuidada, pois podem ocorrer efeitos adversos. • Sua aplicação na forma de sais (molibdato de sódio ou de potássio) e sulfato ou cloreto de cobalto), quando em contato com as bactérias, causam elevadas mortalidades e não devem ser usados nestas formas. Fatores que influenciam na FBN 28 • Existem no mercado formulações de Mo e Co com um grau de compatibilidade mais elevado com as bactérias do inoculante. • Outra forma de aplicar o Mo e Co e via foliar. – Os resultados de pesquisa tem demonstrado que tanto a aplicação via sementes como via foliar apresentam os mesmos níveis de produtividade. • As plantas necessitam de cobre, zinco, manganês (em especial a soja) e muitos outros. • Estes micronutrientes causam mortalidade quase total das bactérias do inoculante, quando adicionados as sementes. Fatores que influenciam na FBN • MACRONUTRIENTES como Ca e P exercem papel preponderante no processo de FBN. • O CÁLCIO: correção da acidez do solo (nitrogenase funciona bem em pH entre 6,0 e 6,5. • O FÓSFORO: formação de ATP, visto que o processo de fixação do nitrogênio requer alto consumo de energia pelas bactérias e plantas • O nitrogênio, como vimos anteriormente pode reduzir a nodulação e prejudicar a produtividade. • Quantidades de N disponível acima de 20 kg/ha, são prejudiciais à nodulação. • O N mineral é totalmente dispensável quando se faz uma boa inoculação. • Mas caso se deseje utilizar algum N na base, a quantia nunca deverá ultrapassar os 15 kg/ha (para soja) Fatores que influenciam na FBN 29 • Alguns fatores do SOLO – Acidez: prejudica a multiplicação das bactérias e, conseqüentemente, o aporte de N. – Matéria orgânica: favorece a multiplicação das bactérias, aumentando as chances de formação de nódulos. • Já foi observado que em solos sob plantio direto a taxa de FBN é maior que em solos sob plantio convencional. – Umidade: solos muito secos causam a mortalidade das bactérias inoculadas e as nativas. O excesso de umidade (encharcamento) diminui a taxa de fixação, mas não mata a bactéria. Fatores que influenciam na FBN • Mais alguns fatores do SOLO – Compactação: Solos muito compactados dificultam • a penetração do ar (N2) reduzindo a fixação. • a expansão do nódulo, que fica com seu tamanho reduzido, diminuindo a massa nodular. – Temperatura. Acima de 40ºC o processo de reprodução é paralisado e acima de 50ºC o processo de mortalidade já é elevado. • recomenda-se manter e operar com o inoculante em ambientes com a temperatura mais baixa. • Rotação de cultura e cobertura do solo para reduzir o aquecimento das camadas superficiais do solo Fatores que influenciam na FBN 30 Inoculantes e outros produtos usados nas sementes. – Fungicidas: Usar somente os recomendados pela pesquisa. • Usar os que apresentem menor toxicidade. (www.cnpso.embrapa.br: lista dos produtos mais compatíveis com o Rhizobium). – Inseticidas: poucos testes, mas os primeiros resultados mostram um efeito relativamente pequeno sobre as bactérias do inoculante. • Novos inseticidas requerem acompanhamento de seus efeitos sobre o inoculante pelos órgãos de pesquisa oficial. – Micronutrientes: sais de Mo e Co são altamente tóxicos para o Rhizobium e Bradyrhizobium.. – Metais pesados, como Cu, Zi, Mn e outros NÃO DEVEM SER USADOS SOBRE AS SEMENTES. • Grafite: quando usado na dosagem recomendada não chega a causar problema à bactéria. Dosagem exagerada causa desidratação das bactérias e prejudica a nodulação. • Para o uso de qualquer outro produto que venha a ser usado sobre as sementes, juntamente com o inoculante, deve haver uma consulta aos fabricantes ou aos órgãos de pesquisa, para não colocar em risco a FBN, uma tecnologia, como já vimos, essencial para elevadas produtividades. Inoculantes e outros produtos usados nas sementes. LINK PARA ARQUIVO APPI 31 CONTRIBUIÇÕES DA DIVERSIDADE VEGETAL PARA A FERTILIDADE DOS SOLOS - FBN CULTURA MASSA VERDE Kg/ha N FORNECIDO Kg/ha EQUIV. URÉIA Kg/ha Crotalaria 57000 200 444 Mucuna preta 42000 220 488 Mucuna cinza 39800 163 362 Nabo forrageiro 36000 106 235 Feijão de proco 26000 200 444 Aveia preta 21500 70 155 Azevém 19500 81 180 Tremoço azul 18200 100 222 Mucuna anã 14800 75 165 Ervilha peluda 13200 95 211 Ervilha comum 11900 74 164 Espergula 9700 49 108 Aveia branca 2270 73 162 Leucena ~500 - ~1000 32 (limpos) 33 34 PUERARIA PHASEOLOIDES CENTROSEMA PUBESCENS LOTUS CORNICULATUS 35 CANAJUS CAJAN STIZOLOBIUM ATERRIMUM MIMOSA CAESALPINIAEFOLIA LEUCAENA 36
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