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Civil III - Contratos em Especie


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DIREITO CIVIL III – CONTRATOS
COMPRA E VENDA (art. 481 ao 532)
Conceito
Contrato pelo qual o VENDEDOR se obriga transferir o domínio (DICA: GRUD – Gozar, Reivindicar, Usar, Dispor) de certa coisa e o COMPRADOR pagar-lhe certo preço em dinheiro (Troca de qualquer outra coisa que não dinheiro, já descaracteriza compra e venda). A compra e venda é a transferência do domínio: ou seja, por meio dela que eu transfiro os quatro atributos da propriedade em troca de dinheiro, mas a condição de proprietário só é adquirida com a efetiva tradição no caso de bens moveis e com registro no caso de bens imóveis. É um contrato TRANSLATIVO.
OBS: PROPRIETÁRIO pressupõe um GRUD mais o título. POSSE necessita de 1 dos atributos da propriedade. DOMÍNIO: necessário os 4 dos atributos da propriedade.
Natureza Jurídica
BILATERAL (ou plurilateral) e SINALAGMÁTICO: Bilateral porque pressupõe comprador e vendedor, ou seja, duas (ou mais) partes contratantes. E ele é sinalagmático porque pressupõe prestação e contraprestação, o que implica de acordo com a doutrina em perda material para as duas partes.
OBS: De acordo com a doutrina a perda matérial, a prestação e a contraprestação do contrato sinalagmático tem que ser proporcionais, caso tenha onerosidade excessiva, será causa de rescisão do contrato ou será causa de redução equitativa do valor do contrato.
ONEROSO: é oneroso, pois envolve sacrifício patrimonial para ambas as partes. Tradição da coisa (em caso de bens moveis, ou registro no caso de bens imóveis e como contra prestação do dinheiro)
CONSENSUAL: depende da anuência de todas as partes envolvidas. Contudo quando se trata da alienação de bens IMOVEIS, será necessário outorga uxória em todos os regimes salvo no gênero separação absoluta (legal e convencional). 
OBS1: O art. 1647, Inciso I, diz que o contrato é consensual e às vezes não vai atingir apenas os contratantes, comprador e vendedor. Neste artigo temos a “outorga uxória”, que é quando você é casado, salvo no regime de separação absoluta (legal e convencional) no regime de comunhão universal (para os compradores) * de bens é requisito essencial à anuência do outro cônjuge no contrato de compra e venda.
OBS2: Na comunhão universal pressupõe-se que para os compradores se presumo que tudo que é de um é do outro, logo não é necessário à assinatura dos dois. Isto é entendimento jurisprudencial, não está previsto na lei, mas é praticado.
OBS3: A ausência de outorga uxória pode ser anulada pelo cônjuge preterido ou seus herdeiros no prazo de dois anos.
COMUTATIVO (REGRA): é aquele em que as prestações são conhecidas por todas as partes. Em regra o contrato de compra e venda é comutativo, mas também pode ser também aleatório, que estão previsto nos arts. 458 a 461.
ALEATÓRIO (EXCEÇÃO): aquele em que as prestações não são conhecidas.
Empitio Spei (Contrato da Esperança): é chamado de venda da esperança e significa que há um risco quanto à existência e a quantidade da coisa. Ou seja, mesmo que se a coisa vier a não existir o valor tem que ser pago.
Ex.: Compra e venda de Safra. Neste contrato o risco é em relação a coisa, se a coisa não vier a existir ela tem que ser paga mesmo assim.
Emptio Rei Speratae: é o contrato com coisa esperada, neste caso a um risco somente quanto a quantidade da coisa, ou seja, neste contrato de compra e venda é fixado um mínimo.
Ex: Internet banda larga. Contrata 15MB e recebe 5MB.
Formalidade
Em regra formal. Mas será dividido em FORMA (é gênero – forma escrita – contrato) e SOLENIDADE (é espécie – to público – escritura). Sendo:
Imóveis, acima de 30 salários-mínimos: FORMAL + SOLENE – sob pena de nulidade.
Imóveis, 30 salários-mínimos: FORMAL
Imóveis, baixo de 30 salários-mínimos: FORMAL
Móveis, independente de valor: INFORMAL + NÃO SOLENE
Elementos
PARTES: Comprador + Vendedor
Estas devem possuir: capacidade, vontade livre e legitimidade especial
Outorga Uxória. Bens Imoveis
É vedada a venda de ascendente para descendente se não houver autorização do cônjuge e dos demais descendentes. 
Obs1: Não é anulável a venda de descendente para ascendente.
Obs2: O prazo para anular a compra e venda de ascendente para descendente é de 2 anos.
COISA (“RES”): Devem ser corpóreo/material, lícita, possível e determinável, alienável (a falta de qualquer desses gera nulidade)
VENDA DE COISA FUTURA: Contrato aleatório.
VENDA POR MOSTRUÁRIO: É um contrato pendente por condição suspensiva (amostra, protótipo ou modelo)
PREÇO ("PRETIUM"): O preço deve ser razoável, (em regra) deve ser expresso em moeda nacional corrente e valor nominal, mas há possibilidade de pagamento em moeda estrangeira (exceção).
Preço por arbitramento: O valor é deixado no arbítrio de um terceiro que tem a confiança das partes. Ex: corretagem.
Cotação: Apesar do artigo 318 proibir a fixação do preço por moeda estrangeira, os artigos 486 e 487 permitem a fixação do preço em reais mas conforme a cotação da moeda estrangeira em determinado dia.
Tabelamento oficial: O artigo 488 se aplica aos casos em que as partes não fixarem ou convencionarem o preço. Tabelamento oficial – Preço de Costume – Preço Médio
Preço unilateral: É nula a fixação unilateral de preço nos contratos de compra e venda (não é utilizado na prática)
Regras Especiais
PACTOS ADJETOS
Venda de coisa comum ou venda de bem em condomínio. É cláusula implícita, não pode um condômino, em coisa indivisível, vender a sua parte a estranhos sem oferecê-la aos outros consortes. O condômino a quem não se der conhecimento da venda poderá depositando o preço haver para si a parte vendida a estranhos desde que a requeira no prazo decadencial de 180 dias.
OBS.: Está cláusula é uma exceção a autonomia da vontade. Isto vale para bem indivisível. Ou seja, um bem que é dividido com mais outras pessoas, este mesmo bem. A lei reconhece o direito de preferência, preempção ou prelação em beneficio do condômino de bem indivisível.
Cláusulas Expressas 
Cláusulas que ficam a critério das partes.
VENDA AD MENSURAM: É a venda por medida. Significa que na venda de bem imóvel as partes podem definir a área, que neste caso não será meramente enunciativa, fazendo parte do próprio negócio jurídico. É tolerável uma variação de 1\20 (corresponde a 5%) da área do imóvel.
VARIAÇÃO PARA MENOR: Trata-se de um vício redibitório que confere ao comprador três hipóteses: 
Ação Ex Empto ou Ex Vendito: O comprador pode exigir a complementação da área, e ela exige que o vendedor seja proprietário de imóvel vizinho. 
Ação Quanti Minoris ou Ação Estimatória: Pode pedir o abatimento do preço.
Ação Redibitória: Pede-se a resolução do contrato mais perdas e danos
VARIAÇÃO A MAIOR: é importante lembrar que nenhuma das partes pode ter enriquecimento ilícito. Para este caso o vendedor pode: 
Ajuizar uma ação ordinária. 
Exigir a complementação do preço. 
Retificação da área com a respectiva devolução do excesso (pressupõe imóveis vizinhos).
VENDA AD CORPUS: Venda do imóvel de corpo inteiro independentemente da metragem.
Cláusulas Especiais (EXPRESSAS)
RETROVENDA: cláusula inserida na venda de bens imoveis que dá ao vendedor um direito potestativo de recobrar o bem no prazo máximo e decadencial de 3 anos, reembolsando o comprador de todas as despesas que teve e benfeitorias necessárias. 
Ação de Resgate: De acordo com o art. 507 e o atual entendimento do STJ, se o comprador não respeitar a cláusula de retrovenda caberá contra ele ação de resgate e haverá obrigatoriedade na devolução do bem se o vendedor depositar judicialmente o preço. Por ser propriedade irresolúvel possui prazo decadencial de 3 anos e somente após decorrido o prazo decadencial estabelecido é que o comprador terá propriedade plena do bem, sujeitando-se até então a uma propriedade sujeita a condição resolutiva
VENDA A CONTENTO
"Ad Gustum": Trata-se da venda sujeita à aprovação, ou seja, fica condicionada a uma condição suspensiva. As obrigações do comprador enquanto não aprova a compra é de merocomodatário. Difere da venda por amostra pois neste contrato o comprador não conhece o que está comprando. No caso de não devolução do bem, a ação cabível será a de reintegração de posse.
Venda Sujeita À Prova: a perfeição do contrato se dá com uma constatação objetiva do bem, que deve condizer com o prometido pelo vendedor.
PREEMPÇÃO, PREFERENCIA, PRELAÇÃO (CONVENCIONAL): Trata-se de cláusula inserida na venda de bens moveis ou imoveis que dá ao vendedor uma preferência na compra do bem se o comprado quiser vendê-lo a terceiro.
Prazo Para o Vendedor: Móveis: 180 dias – Imoveis: 2 anos 
Prazo Para Vendedor (após notificação): Moveis: 3 dias – Imoveis: 60 dias 
Perdas e Danos: A preempção convencional gera apenas efeitos obrigacionais, o que significa que se o vendedor for preterido apenas poderá em juízo requerer as perdas e danos. 
COMPRA E VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO: Trata-se de cláusula inserida na venda de bens moveis infungíveis, que reserva ao vendedor a propriedade resolúvel do bem até que o preço seja integralmente pago. Comprador tem posse direta – Vendedor tem propriedade resolúvel.
Registro: “Erga Omnes”. A compra e venda com reserva de domínio é negócio jurídico formal, mas para que tenha efeito “Erga Omnes” deve ser registrada no domicílio do comprador.
Inadimplemento: Neste caso o vendedor tem duas hipóteses:
a) Cobrança das parcelas vencidas e vincendas. 
OBS: Adimplemento substancial ou “substancial performance”: Se o comprador comprovar que pagou 70% do valor do bem, o vendedor não poderá pedir a busca e apreensão, poderá apenas solicitar uma ação de cobrança das parcelas vencidas, e não das vincendas.
b) Busca e apreensão do bem. 
OBS: é necessário para que o vendedor exerça qualquer destas opções (ou ambas), que ele constitua o comprador em mora mediante protesto do título (que seja feito no cartório) ou interpelação judicial.
CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA (art. 533, CC)
Conceito
Contrato mediante o qual, uma das partes se obriga a transferir a outra, uma coisa, recebendo em contraprestação, coisa diversa de dinheiro. Todas as coisas que não sofram de indisponibilidade natural podem ser objeto de permuta.
Características 
Trata-se de um contrato bilateral, oneroso, comutativo, translatício de domínio, consensual (em regra) e solene. Não é permitido a troca de bens, por prestação de serviço humano. Se aplicam à troca ou permuta as disposições da compra e venda no que couber.
OBS.: É permitido a permuta futura. Ex. A pessoa compra um terreno é promete que dará a cobertura do prédio que será construído.
Objeto
Qualquer bem que não seja indisponível, ressalvadas todas as regras do objeto jurídico.
Outorga Uxória
Necessidade de autorização do cônjuge, aplicada somente a bens imóveis.
OBS1: Na permuta entre ascendente e descendente, se houver diferença de valores para menor em desfavor do ascendente, há necessidade do consentimento do cônjuge e demais descendentes.
OBS2: a doutrina brasileira em sua maioria entende que alienação é o ato de mutação da coisa, ou seja, passagem de um patrimônio para o outro, dessa forma o contrato de permuta consiste em alienação e portanto exige outorga uxória no caso de bens imóveis. Prazo decadencial de 2 anos a outorga uxória a partir do momento que o cônjuge sabe da alienação imóvel.
Quanto Aos Valores
CORRENTE OBJETIVISTA: Se fixa no valor, o contrato de permuta só restará desconfigurado se o saldo tiver valor maior do que a coisa. (NÃO USADA)
CORRENTE SUBJETIVISTA: Leva em consideração a vontade das partes de modo que só será compra e venda se as partes tiverem esse propósito. (PREVALECE)
CORRENTE MISTA: Leva em conta a intenção das partes, desde que os bens na troca ou permuta, e a diferença entre eles que é paga em dinheiro, não configure abuso de direito.
Responsabilidade Entre As Partes 
Todos os gastos da troca se divide por dois, salvo disposição das partes. É anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
CONTRATO ESTIMATÓRIO (art. 534 a 537)
Conceito
Negócio jurídico por meio do qual uma das partes (consignante), transfere a outro (consignatário) bens móveis, a fim de que os venda, segundo um preço previamente estipulado, ou simplesmente os restitua ao próprio consignante. não se confunde com a consignação em pagamento, que é, em verdade, um instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo credor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional
Características
REAL: pois a entrega da coisa ao consignatário é verdadeiro elemento constitutivo ou existencial do contrato.
BILATERAL: impõe direitos e deveres para ambas as partes. 
IMPESSOAL: somente interessa o resultado da atividade contratada, independentemente de quem seja a pessoa
ONEROSO: pois ambas as partes sofrem sacrifícios patrimoniais e benefícios correspondentes.
COMUTATIVO: as prestações impostas às partes são certas e determinadas no próprio contrato
DE DURAÇÃO (PRAZO DETERMINADO OU NÃO): em geral, no próprio contrato já se estabelece o prazo dentro do qual deve o consignatário efetivar a venda dos bens, ou devolvê-los. Entretanto, caso não se pactue este prazo, poderá o consignante, a qualquer tempo, notificar a parte adversa para que realize a devolução daquilo que recebeu.
FIDUCIÁRIO: ou seja, é um contrato pactuado em confiança, pois o consignante sujeita-se a transferir coisas suas ao consignatário, sem a consequente translação do domínio, e em caráter potencialmente temporário.
O contrato estimatório é um contrato causal, vinculado, portanto, à causa que o determinou, podendo ser declarado inválido se a mesma for considerada inexistente, ilícita ou imoral. Nunca será aleatório.
Direitos E Obrigações Das Partes
OBRIGAÇÕES DO CONSIGNANTE:
Efetuar a entrega da coisa 
Não perturbar a posse do consignatário
Pagar-lhe a remuneração devida
Respeitar o prazo estipulado para a venda
Não dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição 
OBRIGAÇÕES DO CONSIGNATÁRIO
Vender a coisa consignada ou devolvê-la dentro do prazo estipulado no contrato.
Respeitar o preço indicado pelo consignante, 
Conservar a coisa, evitando danos provenientes inclusive das causas acidentais
DIREITOS DO CONSIGNANTE
Receber o pagamento pela venda da coisa ou ser restituído em caso de não se realizar a alienação esperada; 
Ser compensado por eventuais danos advindos da consumação de riscos ou do comportamento culposo do devedor
DIREITO DO CONSIGNATÁRIO
Receber a remuneração estipulada
Vender a coisa, podendo, facultativamente, restituí-la ou, eventualmente, ficar com a mesma, pagando o preço ao consignante.
Não ser perturbado pelo consignante ou por quem quer que seja.
Antecipação Da Devolução Da Coisa Consignada
O consignatário pode antecipar a prestação, devolvendo a coisa antes do prazo. Segundo a natureza do contrato, entende-se que o prazo é concedido em favor do consignatário. Desse modo, não havendo para ele interesse na venda a terceiro, nada impede que restitua o objeto da obrigação, salvo se o contrário resultar expressamente do contrato. Uma vez feita a opção pelo consignatário, pagando o preço ou devolvendo a coisa, não há, em tese, possibilidade de retratação.
Proibição De Penhora E Sequestro Da Coisa Consignada
PENHORA: ato processual por meio do qual bens do patrimônio do responsável são afetados à satisfação de um crédito e levados à expropriação.
SEQUESTRO: medida de natureza cautelar, que visa a resguardar direitos, com o propósito de garantir a execução para a entrega de coisa certa.
A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.
Responsabilidade PeloRisco
O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável, ou seja, quer o dano derive de comportamento culposo do consignatário devedor, quer derive de causa acidental, responderá o consignatário pelo pagamento do preço, se a restituição da coisa (em perfeito estado de conservação) for impossível.
DOAÇÃO (art. 538 a 564)
Conceito
Negócio jurídico firmado entre DOADOR (quem doa o bem) e DONATÁRIO (quem recebe o bem) por meio do qual, o primeiro transfere bens para o patrimônio do segundo que os aceita animado pela liberdade do próprio ato, ou seja, pessoa, por liberalidade, transfere bens ou vantagens de seu patrimônio para outro que os aceita (se aperfeiçoa na aceitação).
LIBERALIDADE: causa/finalidade do contrato de doação, se liga a dispor do próprio bem para não haver nada em troca, consiste a essência dessa espécie nesta liberalidade. É dispor mediante gratuidade
ANIMUS DOANDI: é um elemento intrínseco, razão porque se quis doar.
QUADRO PARA ENTENDIMENTO DA DIFERENÇA ENTRE LIBERDADE E ANIMUS DONANDI:
	LIBERALIDADE
	ANIMUS DONANDI
	Causa\Finalidade\Razão Típica
	Intenção
	Objetiva
	Subjetiva
	Desapego
	Felicidade\Satisfação
Características
UNILATERALIDADE: os efeitos são gerados para apenas uma das partes. Será unilateral até mesmo nas doações onerosas. É impossível haver bilateralidade no contrato de doação. Não existe contraprestação pro donatário.
FORMALIDADE: em regra é formal, e em caso de imóveis, é também solene. A forma é um requisito no contrato de doação, não havendo forma, estará sujeito a nulidade. 
Obs: Doações de coisas de pequeno valor (de bens moveis), não necessitam de contrato formal, essa é a exceção.
GRATUIDADE: 
Doação Pura (regra): é gratuito, pois beneficia o donatário sem lhe impor qualquer ônus.
Doação onerosa (exceção): aquela que impõe ao donatário um encargo que não é considerado uma contraprestação. Essa imposição decorre não da lei, mas da vontade do doador. 
ACEITAÇÃO: ato do donatário que torna perfeito o contrato de doação. Subdivide-se em dois:
Doação Pura (exceção): O silêncio do donatário representará anuência. Caso ele não queria deverá dizer não.
Doação Onerosa: É condição de sine qua non (validade) do contrato de doação. Tem que esperar que o donatário aceite, para o contrato ser valido. Quando se coloca encargo necessita-se da aceitação expressa da outra parte.
Espécies de Doação
MORTIS CAUSA: aquela em que o doador prevê no contrato a transferência de seus bens após a sua morte. Essa doação não é admitida no Brasil pois o código civil prevê que é o testamento o instrumento adequado para disposição dos bens após a morte. 
DOAÇÃO INOFICIOSA: espécie que traduz violação a legítima e consequentemente ao direito dos herdeiros necessários.
OBS1: A doação que excede o patrimônio permitido tem como efeito, torna-se nula.
OBS2: Se leva em conta o valor do bem ao tempo da doação, não do tempo da sucessão.
DOAÇÃO UNIVERSAL: Trata-se de forma proibida no nosso sistema, na medida em que compromete todo o patrimônio do doador sem a reserva de um mínimo para sua subsistência. Será considerada nula.
Promessa De Doação
É um contrato preliminar em que o doador firma a obrigação de celebrar um futuro contrato de doação.
CORRENTE MINORITÁRIA: Arruda Alvim\ Percy Kuster – Entendem que a promessa de doação possibilita a tutela específica, em especial, porque seu caráter de liberalidade torna esta promessa irrevogável.
CORRENTE MAJORITÁRIA: Ana Prata\ Venosa\ Caio Mário, etc. - Não é possível a execução específica da promessa de doação sob pena de violação da própria essência do contrato. Isto porque, a finalidade da doação é a liberalidade do doador e a exigência de cumprimento do contrato preliminar significaria a usurpação da vontade e da libereralidade.
Formas Especiais de Doação
 DOAÇÃO PURA (REGRA GERAL): Não há encargo., podendo ser:
Condicional: depende de uma circunstância incerta Ex. Casamento com uma pessoa indeterminada.
A termo: tem sua eficacia modificada no tempo e parcialmente, se não acontecer o evento futuro e inevitável mesmo já sendo titular, não terá o exercício sobre o bem. Determina um prazo.
DOAÇÃO ONEROSA: modal ou com encargo. Gravada com ônus. Trata-se de obrigação assessoria imposta ao donatário.
EM CONTEMPLAÇÃO DE CASAMENTO FUTURO: se torna sem efeito se o casamento não se realizar
Obs: Doação Mista: O declarante estabelece regras típicas dos negócios jurídicos onerosos apesar da intenção de doar ser clara. Ex.: Venda de um bem a preço vil.
DOAÇÃO COM CLÁUSULA DE REVERSÃO: Doador preocupado com a morte do donatário, determinando que caso o donatário morra, o bem volte para ele mesmo, não indo para os herdeiros. Caso o doador também morra, vira uma doação pura.
DOAÇÃO SOB FORMA DE SUBVENÇÃO PERIÓDICA: o doador, faz “dações periódicas” ao donatário, sendo assim, salvo estipulação de prazo pré estabelecido, extingue-se com a morte do devedor e/ou com a morte do donatário.
DOAÇÃO ENTRE CÔNJUGES: aceita-SE tanto a doação entre cônjuges, como a doação de ascendente para descendente, Desde que não viole a herança. No caso de ascendente para descendente é considerada adiantamento de legítima.
DOAÇÃO A NASCITURO: Admite-se a doação para nascituro, contudo, quem exerce o direito de aceitação é o seu representante e a doação irá se aperfeiçoar com a vida. Se o nascituro não nascer com vida a doação será considerada ineficaz e o contrato se extingue de pleno direito.
Extinção Do Contrato De Doação 
MEIO NATURAL DE EXTINÇÃO: A forma natural de extinção do contrato de doação dá-se por meio de sua execução, vale dizer, no momento em que o doador cumpre a prestação a que se obrigou, o negócio jurídico se exaure. Caso, entretanto, padeça de alguma invalidade, o contrato será extinto por meio de declaração da sua nulidade, ou da sua desconstituição por anulabilidade, nos termos da teoria geral do negócio jurídico
INEXECUÇÃO DO ENCARGO: Caso não ocorra o cumprimento de um encargo, poderá o doador desfazer a liberalidade, revogando-a. Acabando o prazo o doador deve notificar o donatário que está em mora, judicialmente, e dar um prazo razoável para que o mesmo cumpra o encargo. Se não tiver prazo, se notifica o donatário, depois, se estabelece a mora para o cumprimento.
OBS: Art. 553, P. Único: o MP é obrigado a exigir o cumprimento do contrato ou revogar a doação.
REVOGAÇÃO POR INGRATIDÃO: A ingratidão do donatário traduz uma quebra da boa fé objetiva pós contratual, logo mesmo já estando consumada a doação se posteriormente o donatário age com ingratidão é permitido ao doador e em regra somente a ele revogar o contrato.
OBS1: Não se revoga por ingratidão:
As doações puramente remuneratórias;
As oneradas com encargo já cumprido;
As que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
As feitas para determinado casamento.
OBS2: Na doação Pura, só se revoga por ingratidão, não cabe arrependimento.
OBS3: Prazo de um ano para que a doação seja revogada, a partir do momento da ingratidão ou do inadimplemento.
MANDATO (art. arts. 653 a 692)
Conceito
Mandato é o negócio jurídico pelo qual o mandatário, recebe poderes do mandante, para, em nome desta última, praticar atos ou administrar interesses. 
Características
UNILATERAL (REGRA), uma vez que implica, obrigações apenas a uma das partes, contudo, se enquadra na classificação de contrato BILATERAL IMPERFEITO (EXCEÇÃO), que é aquele que pode, eventualmente, durante a sua execução, gerar efeitos à parte contrária, por fato superveniente.
GRATUITO (REGRA), é de clareza gratuito, porém, a autonomia da vontade pode estabelecê-lo na modalidade ONEROSA (EXCEÇÃO), por exemplo, no caso dos advogados e dos despachantes.
NÃO SOLENE
CONSENSUAL, uma vez que se concretiza com a simples declaração de vontade, não dependendo, em princípio, da prática de qualquer ato.INDIVIDUAL E PERSONALÍSSIMO, ou seja, celebrado intuitu personae, em que a figura do contratante tem influência decisiva para a celebração do negócio.
CAUSAL, vinculado, portanto, à causa que o determinou, podendo ser declarado inválido se tal causa for considerada inexistente, lícita ou imoral.
DE DURAÇÃO, que pode ser determinada ou indeterminada, na medida em que haja ou não previsão expressa de termo final ou condição resolutiva a limitar a eficácia do contrato.
ACESSÓRIO, já que tem finalidade preparatória, haja vista servir para a realização de determinados atos ou administração de interesses.
DEFINITIVO, EM RELAÇÃO ÀS PARTES, (mandante e mandatário), mesmo tendo a sua produção de efeitos relacionada com a conduta a que um dos contratantes se obrigou em face do outro. Não é contrato preliminar.
PARITÁRIA OU POR ADESÃO, podendo ser pactuado nas duas modalidades por ser contrato eminentemente civil.
 OBS: é inaplicável a classificação em contratos comutativos e aleatórios, bem como em contratos evolutivos.
Forma
O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. O fato, é que a relação contratual do mandato pode decorrer tanto de manifestação expressa das partes neste sentido (mandato expresso), o que pode tomar a forma escrita ou verbal, quanto da prática de atos em benefício do alegado mandante (mandato tácito).
ESCRITA: feito por instrumento particular, deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante(mandante – aquele que concede) e do outorgado (mandatário – aquele que recebe), a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
VERBAL: feito através da fala. Seu elemento complicador é justamente a prova de tal manifestação de vontade.
TÁCITO: aquele que resulta da prática de atos, pelo mandatário, em benefício do mandante, 
EXPRESSO: é aquele no qual o mandante manifestou de forma positiva a escolha e os poderes do seu mandatário 
Distinção entre: Mandato, Procuração e Representação
O MANDATO é um contrato por intermédio do qual alguém se incumbe de praticar negócios no interesse de outrem. Enfim, e negócio jurídico pelo qual uma pessoa incumbe outra de realizar uma determinada atividade em seu nome.
A REPRESENTAÇÃO, por seu turno, e a atuação de uma pessoa na gestão dos interesses de outrem. Esta pode ser legal, quando decorrer do poder familiar e ocorre em relação aos pais sobre os filhos menores. Pode ser judicial, se decorrer de um processo judicial, como ocorre com os tutores, curadores, síndicos e administradores de falência. Finalmente, a representação pode ser convencional, quando decorrer de um negócio jurídico específico denominado mandato 
A PROCURAÇÃO é meio pelo qual sai conferidos poderes para um representante voluntário, inclusive no contrato de mandato. E o ato que consubstancia a concessão de poderes a outrem, seja por forca de mandato ou não. É instrumento do mandado.
O Substabelecimento
Forma em que mandatário original possa transferir os poderes que lhe foram outorgados pelo mandante para terceira pessoa, de modo a facilitar a realização da conduta a que se comprometeu. Pode ser feito com ou sem reservas de poderes para o mandatário original e este está obrigado a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente. Pode substabelecer-se mediante instrumento particular.
Objeto do Mandato
É possível a sua celebração para a prática de quase todos os atos e negócios do cotidiano jurídico, sejam de conteúdo patrimonial ou extrapatrimonial, desde que lícitos e possíveis.
Especies de Mandato
MANDATO EXTRAJUDICIAL: o que se utiliza para causas próprias. É em geral ad negotia. 
Ad Negotia: trata-se da cláusula que outorga poderes específicos para atos de maior relevância no processo, que, em tese, deveriam ser feitos pessoalmente pela parte.
MANDATO JUDICIAL: Aquele utilizado para as demandas judiciais. Inclui clausula ad juditia.
Ad Juditia: trata-se da cláusula que outorga poderes gerais para o foro, autorizando o advogado a atuar em todos os atos processuais
Obrigações da Partes
Por se tratar de um contrato ordinariamente unilateral, o mandato não desperta, como regra, a imposição de obrigações a quem outorga poderes a um terceiro. Todavia, na execução da avenca, podem surgir consequências impostas ao mandante, com o propósito de garantir a perfeita consecução das atividades outorgadas ao mandatário é da própria estrutura desse contrato, na medida em que a sua atuação e essencial para a consecução do objeto contratado pelas partes.
OBRIGAÇÕES DO MANDANTE:
Satisfação das obrigações assumidas pelo mandatário dentro do limite dos poderes conferidos inclusive adiantando as importâncias necessárias a execução do mandato, quando o mandatário lhe pedir, sob pena de rescisão por inexecução voluntária, com eventuais perdas e danos; em se tratando de obrigações assumidas pelo outorgado excedendo os limites do mandato, não se pode, de ordinário, compelir o mandante ao cumprimento, salvo quando restar caracterizado o chamado mandato aparente em face da necessidade de proteção do terceiro de boa-fé.
Pagamento da remuneração do mandatário, na hipótese de mandato oneroso, por expressa disposição das partes ou por conta do exercício profissional, mesmo que o negócio não tenha surtido o efeito aguardado.
Pagamento dos juros relativos aos desembolsos antecipados pelo outorgado, desde a data em que foram realizados.
Ressarcir o mandatário das despesas assumidas durante a execução do encargo, salvo quando derivadas de excesso de poder ou de culpa do outorgado, sob pena de se deferir ao outorgado o direito de retenção ate ser reembolsado 
Satisfazer obrigações assumidas pelo mandatário, dentro dos limites do contrato, mesmo que contrarie instruções do outorgante.
OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO
Obrigação de fazer, correspondente a uma atuação diligente na execução do contrato, no limite dos poderes que lhe foram confiados pela convenção, inclusive reparando prejuízo decorrente de culpa própria, excesso ou abuso de poder ou de pessoa eventualmente indicada por ele, quando houve substabelecimento sem previa autorização do mandante.
Dever de prestar contas de sua administração e gerência ao mandante inclusive com a entrega de eventual saldo financeiro favorável, salvo na hipótese de mandato em causa própria, que dispensa a prestação de contas. Possuindo algum resultado em seu favor, no entanto, o outorgado nao pode promover uma compensação, por não serem dívidas líquidas, certas e exigíveis.
Pagar os juros relativos a devolução de quantias ao mandatário desde a data em que deveria ter restituído.
Restituir o bem adquirido em nome próprio, quando deveria ter adquirido em nome do mandante, sob pena de ser ajuizada contra si uma ação para a entrega de coisa certa.
Concluir os atos e negócios jurídicos já iniciados, quando o contrato se extinguir por morte, incapacidade ou mudança de estado superveniente ao mandante
Irrevogabilidade do Mandado
A revogabilidade é a regra, e apenas por exceção é estabelecida e admitida a irrevogabilidade do mandato. Tal irrevogabilidade, contudo, comporta graus, é possível classificar a irrevogabilidade em relativa e absoluta.
RELATIVA: cláusula em que a irrevogabilidade pode ser desconsiderada pela autonomia da vontade da parte, que arcará com as perdas e danos correspondentes.
ABSOLUTA: cláusula de irrevogabilidade, que se reveste de natureza absoluta, ensejando a ineficácia do ato unilateral de revogação.
Mandato em Causa Própria
Conferido o mandato com a cláusula ‘em causa própria’, a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais. Assim, a procuração em causa própria é estabelecida no interesseexclusivo do mandatário, que recebe poderes para desempenhar o mandato, com a transmissão de bem de titularidade do mandante em seu favor, motivo pelo qual se estabelece e se justifica a impossibilidade de sua revogação ou extinção com a morte ou interdição do mandante.
Extinção do Mandado
REVOGAÇÃO OU RENÚNCIA: consistem em modalidades particulares de resilição unilateral do contrato de mandato, quando de iniciativa, respectivamente, do mandante e do mandatário. Pode ser expressa ou tácita.
 MORTE OU INTERDIÇÃO: a natureza personalíssima do contrato de mandato implica reconhecer que a morte ou interdição de qualquer uma das partes resulta na sua extinção. Esta extinção, por sua vez, não autoriza o abandono, por parte do mandatário, de um negócio já iniciado em benefício do falecido mandante, sob pena de reparação das perdas e danos sofridos.
MUDANÇA DE ESTADO CIVIL: a modificação do estado civil de uma pessoa pode inabilitá-la a conferir poderes ou a exercê-los. EX: outorga uxória nos casos de compra e venda de imoveis em causa própria.
 TÉRMINO DO PRAZO OU CONCLUSÃO DO NEGÓCIO: o advento do termo final de vigência do mandato, quando estabelecido este fator eficacial, tem como efeito 
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO
Conceito
Contrato pelo qual o COMODANTE realiza o empréstimo gratuito de coisa infungível ,para ser usado temporariamente e depois restituído pelo COMODATÁRIO.
OBS: As partes podem convencionar a infungibilidade de coisas naturalmente fungíveis.
Objeto
Coisa Infungível e inconsumível, podendo ser móvel ou imóvel.
 Características
UNILATERAL: gera obrigações apenas para o comodatário. Apenas o comodatário assume obrigação: restituir a coisa
GRATUITO: Somente o comodatário obtém proveitos. Acarreta ônus para o comodante, sem contraprestação do comodatário. Pode-se convencionar que este pague impostos e taxas sobre o bem, sem desnaturar o contrato, pois a onerosidade é inferior à contraprestação (comodato com encargo).
REAL: Se aperfeiçoa com a tradição da coisa.
NÃO SOLENE
TEMPORÁRIO: sob pena de ser considerado doação.
INTUITU PERSONAE: O comodatário não pode ceder a coisa a terceiros sem autorização.
OBS: Em regra, os administradores de bens alheios, especialmente de incapazes, não podem dá-los em comodato, salva se for demonstrado que o comodato facilitaria a conservação da própria coisa, e for precedido de autorização judicial.
Obrigações
OBRIGAÇÕES DO COMODANTE: Em princípio o comodante não tem obrigações, podendo ter, eventualmente, de:
Reembolsar o comodatário pelas despesas urgentes e extraordinárias.
Indenizar o comodatário dos prejuízos causados por vícios ocultos, dos quais tinha conhecimento.
OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO
Conservar a coisa, usando-a na finalidade estipulada ou segundo a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos.
Ressarcir o comodante as despesas normais de conservação e manutenção da coisa, ainda que necessário ou indispensável.
Prazo
PRAZO INDETERMINADO: o comodante tem o direito de reclamar a coisa a qualquer tempo, desde que decorrido prazo razoável para a utilização da coisa à que se destina.
PRAZO CERTO: deve-se respeitá-lo, solvo se o comodante demonstrar em  juízo sua necessidade urgente é imprevista.
Extinção
PELO REGULAR CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES, pelo beneficiário, em especial pela restituição regular do bem emprestado.
OBS: como já se sabe, havendo necessidade imprevista e urgente, reconhecida judicialmente, poderá o comodante retomar a coisa, antes do lapso temporal estimado.
RESILIÇÃO BILATERAL (DISTRATO), havendo comunhão de vontades entre as partes.
RESILIÇÃO UNILATERAL (DENUNCIA), a parte interessada tem de providenciar a notificação da outra, dando ciência da cessação negocial e estipulando um prazo razoável para a conclusão.
ALIENAÇÃO DO BEM, contudo, o adquirente tem de respeitar o uso garantido ao comodatário.
PERECIMENTO, DETERIORAÇÃO DO BEM OU SUA DESAPROPRIAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
PELA MORTE DO COMODATÁRIO, pois depende do seu caráter personalíssimo. 
OBS: Apesar de omisso o CC, no caso de morte do COMODANTE, pode o contrato permanecer através dos herdeiros. 
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - MUTUO
Conceito
Conceitualmente, o mútuo consiste em um “empréstimo de consumo”, ou seja, trata-se de um negócio jurídico unilateral, por meio do qual o mutuante transfere a propriedade de um objeto móvel fungível ao mutuário, que se obriga à devolução, em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Objeto
Apenas coisas fungíveis, destacando-se, nesse grupo, o dinheiro.
 Características
REAL: só se torna perfeito com a entrega da coisa de uma parte à outra. Enquanto a coisa emprestada não for transferida ao mutuário, o contrato não é considerado juridicamente existente. 
UNILATERAL: apenas o mutuário assume obrigações. 
GRATUITO OU ONEROSO: será gratuito quando não for fixada remuneração ao mutuante, pois, neste caso, o mutuário apenas se beneficiaria com o empréstimo; entretanto, fixado pagamento ao mutuante, como ocorre no mútuo a juros, haverá também sacrifício patrimonial ao tomador do empréstimo, convertendo o contrato em oneroso.
TEMPORÁRIO: é fixado por prazo determinado, e, não o havendo, aplicar-se-iam as regras previstas (ver prazo):
INTUITO PERSONAE: pois o empréstimo de coisa fungível é feito em face da pessoa do mutuário. Sempre individual, referindo-se sempre a pessoa quem se dá o muto.
PARITÁRIO OU POR ADESÃO
FORMA LIVRE
CAUSAL
CONTRATO DE CRÉDITO: caracterizado pela obtenção de um bem para ser restituído posteriormente
PRINCIPAL E DEFINITIVO: não é contrato acessório e se dá de forma definitiva, no período da validade do contrato (não é contrato preliminar).
OBS1: Pela sua unilateralidade, a classificação dos contratos em comutativos ou aleatórios, bem como de contratos evolutivos, não é aplicável ao mútuo, assim como ao comodato.
OBS2: O contrato de mutuo é inaplicável nas relações trabalhistas
Obrigações
Por sua natureza unilateral gera obrigações apenas para o mutuário, que deve DEVOLVER AQUILO QUE SE LHE EMPRESTOU EM COISA DA MESMA NATUREZA, QUANTIDADE E QUALIDADE.
O mutuante, em princípio, não assume obrigação porém, ha ressalva que diz: “eventualmente, o mutuante pode vir a ter obrigações para com o mutuário, como indenizá-lo pelos danos causados por vícios da coisa que eram do seu conhecimento e ignorados pelo mutuário, a exemplo do que determina do art. 1521 do Código Civil italiano”
Mutuo feito a menor
Claro que, como todo negócio jurídico, o mútuo deve observar pressupostos gerais de validade, destacando-se a capacidade das partes contratantes, que pressupõe a maioridade, ressalvada a emancipação. A LEI NEGA AO MUTUANTE, que lhe concedeu empréstimo sem prévia autorização do pai ou tutor, O DIREITO DE REAVER A IMPORTÂNCIA EMPRESTADA, quer do próprio menor, quer de seus fiadores ou abonadores Admitiu o legislador a validade e eficácia de empréstimo feito a menor, com determinadas ressalvas,: 
SE HOUVER POSTERIOR RATIFICAÇÃO DO REPRESENTANTE OU GUARDIÃO DO MENOR: vale dizer, se a pessoa de cuja autorização necessitava o mutuante, o ratificar, poderá exigir o pagamento do que emprestou.
Ex: É o caso do pai que, ao saber da dívida contraída pelo filho menor, em virtude do mútuo que celebrou, corroborou o débito, por considerá-lo questão de honra.
SE O MENOR CONTRAIU O EMPRÉSTIMO PARA OS SEUS ALIMENTOS HABITUAIS, estando ausente a pessoa que o assistia, nesse contexto, poderá o mutuante exigir de volta o que emprestou, por inegável razão de justiça.
SE O MENOR TIVER BENS GANHOS COM O SEU TRABALHO, em tais casos, formando, portanto, patrimônio, poderá o menor/mutuário ser demandado, para pagar aquilo que tomou emprestado.
SE O EMPRÉSTIMO REVERTEU EM BENEFÍCIO DO PRÓPRIO MENOR, admite o legislador que o mutuante tenha o direito ao reembolso, se provar que reverteu em benefício do próprio menor (mutuário) a coisa emprestada. O ônus da provacabe ao próprio mutuante, e, além disso, deve demonstrar que o benefício incrementou diretamente o patrimônio do menor. 
EX: Assim, figure-se a hipótese de Zé Carlos emprestar 100 reais a Juquinha, e este, com o referido valor, comprar uma bicicleta. Deve haver, um nexo de causalidade, entre o bem ou valor emprestado e a vantagem auferida pelo mutuário.
SE O MENOR OBTEVE O EMPRÉSTIMO MALICIOSAMENTE, caso o menor haja obtido o empréstimo de maneira ardilosa, vil, rasteira, poderá o mutuante exigir de volta o que emprestou. 
Mutuo Feneratício 
O caso mais usual de mútuo é o empréstimo de dinheiro. No mútuo oneroso ou feneratício, o mutuário deve devolver ao mutuante valor equivalente ao recebido, acrescido de juros, que é a remuneração pelo uso do capital, mesmo que não haja previsão expressa de cobrança de juros, eles são presumidamente devidos no caso de mútuo para fins econômicos. Os juros, de um modo geral, são definidos como o rendimento do capital, os frutos produzidos pelo dinheiro. Os juros são classificados em juros remuneratórios ou juros moratórios, legais ou convencionais
JUROS REMUNERATÓRIOS podem ser definidos como os frutos de um capital emprestado, resultantes da sua utilização permitida.
JUROS MORATÓRIOS, são definidos como a compensação, a indenização por descumprimento de uma obrigação pecuniária. Aplicam-se quando o devedor deixar de cumprir sua obrigação no tempo acordado como credor.
JUROS LEGAIS, decorrem de imposição legal.
JUROS CONVENCIONADOS, decorrem da vontade das partes
Prazo
Não pode o mutuante exigir, a restituição da coisa antes do prazo. Acrescente-se que, em se tratando do mutuo oneroso, o mutuário deve pagar juros, além da restituição da coisa. São os prazos para o recebimento do mútuo: 
Até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;
De trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro
Do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível. 
Extinção
RESTITUIÇÃO DA COISA EQUIVALENTE, quando do advento de seu termo. 
RESOLUÇÃO CULPOSA, quando o mutuário descumpre as suas obrigações, em especial quando descumpre o dever de restituir o bem emprestado (e os juros convencionados, quando se tratar de mutuo feneratício).
RESILIÇÃO BILATERAL (DISTRATO), por ajuste de ambos os contratantes.
RESILIÇÃO UNILATERAL (DENUNCIA), admitida em favor do mutuário, quando decidir restituir antecipadamente bem equivalente ao que lhe foi emprestado, o mutuário tera direito a redução proporcional de juros e demais acréscimos.
LOCAÇÃO (arts.565 a 578 + LE 8245/91 )
OBS: Tudo que não estiver previsto na locação de coisas, será locação de imoveis. 
Locação de coisas (CC, art 565 a 578)
Locação de imoveis (LE 8245/91)
Conceito
Aquele pelo qual o locador transfere ao locatário um bem móvel ou imóvel infungível para que ele seja utilizado por um certo período de tempo e mediante remuneração.
Características
BILATERAL: implica direitos e obrigações para ambos os contratantes 
ONEROSO: benefício recebido corresponde um sacrifício patrimonial 
IMPESSOAL (REGRA), independe de quem está locando a coisa, contudo, caso haja cláusula que proíba a sublocação torna-se PESSOAL (EXCEÇÃO).
DE EXECUÇÃO SUCESSIVA, pois o preço é pago sucessivamente, contudo existem formas de contrato de “preço cheio”, o aluguel o pode ser cobrado sem ser parcelado em duas hipóteses
Antecipação de aluguel por não haver garantia
Locação por temporada.
 PARITÁRIA COMO POR ADESÃO, podendo ser negociado ou não.
CONSENSUAL E NÃO SOLENE, uma vez que se concretiza com a simples declaração de vontade; não exige forma especial, podendo ser convencionado por escrito ou verbalmente. Porem, se for exigida uma fiança, a lógica impõe que o contrato principal de locação seja ESCRITO uma vez que ficaria extremamente estranho haver um acessório formal de um contrato não solene.
TEMPORÁRIO: é contrato de duração
PRINCIPAL E DEFINITIVO, não é acessório de outro, bem como não é preparatório de nenhum outro negócio
Elementos
COISA INFUNGÍVEL (se for fungível se transforma em mutuo). O locador não necessariamente será o proprietário do bem. Bens inalienáveis podem ser passivo de locação. 
EX: cidade administrativa, bens públicos – o bem inalienável proíbe, nesse caso, a compra e venda do bem
PREÇO: corre risco de nulidade caso não haja preço CERTO E SÉRIO, que deve ser definido em contrato, contudo não precisa necessariamente ser pago em pecúnia, pode ser com bens. O preço irrisório causa nulidade do contrato.
EX: apartamento esta avaliado em R$1500 o aluguel e é alugado por 200, isso é comodato. 
Pagamento A Menor, de R$1500 para R$1000 é sucrecio, o locador se submete àquele valor. 
Valor A Maior, de R$1500 para R$3000 seria uma suprecio, o locatário aceita pagar o preço sujeitado. Caso não concorde tem que rejeitar no início, depois não tem validade.
OBS: Existe diferença entre a oportunidade de pagamento de coisas móveis para as coisas imóveis. Na de coisas móveis, as partes podem arbitrar o que quiserem, contudo, para as coisas imóveis, lei de inquilinato o art. 20, proíbe, em regra, antecipação de alugueis ou pagamento ou fixação de preço inteiro, corre risco de se tornar anulável. O contrato de locação de coisa móvel tem título executivo extrajudicial por natureza, já para a locação de imoveis enseja ação de despejo.
CONSENTIMENTO: as partes devem ser capazes 
PRAZO: na locação de coisas móveis não permite prazo indeterminado, deve ter prazo certo. O contrato de locação de bens imoveis pode ser ajustado por tempo indeterminado e a qualquer momento, as partes podem unilateralmente, denunciar o contrato.
FORMA: informal, vale independentemente de registro publico, mesmo que no caso de imóvel valha R$ 1.000.000,00. Mas deve ser feito sempre por escrito, por uma questão de facilidade probatória.
Direito De Retenção
Com a finalidade de proporcionar garantia maior para o credor, estimulando o devedor ao cumprimento de suas obrigações, consiste na prerrogativa de o credor manter, sob sua posse direta, bem do devedor, até que este cumpra a prestação a que está obrigado.
Obrigações
OBRIGAÇÕES DO LOCADOR: entrega do imóvel, responder pela manutenção do imóvel e garantia, não se intrometer na esfera da vida do locatário. Realizar o pagamento quando ocorrer benfeitorias necessárias.
OBRIGAÇÕES DO LOCATÁRIO: se servir da coisa para os fins convencionados. Restituir o bem, dado em locação ao final do contrato. o locatário tem direito de preempção no caso de venda dos bens (prazo de 30 dias).
Extinção Do Contrato De Locação
O ADVENTO DO SEU TERMO FINAL, ou seja, fim do prazo
RESILIÇÃO BILATERAL, amigável, convenção entre as partes
RESILIÇÃO UNILATERAL, quando a locação tem duração indeterminada, desde que a parte interessada notifique a outra, com prazo razoável, sob pena de incidência dos efeitos da mora.
AQUISIÇÃO DO IMÓVEL POR TERCEIRO, desde que observadas as regras de tempo mínimo de uso e notificação em prazo razoável.
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES, tanto por parte do locador quanto por parte do locatário, em qualquer das modalidades de locação, pode ensejar a sua resolução, sem prejuízo das perdas e danos correspondentes.
OBS1: A morte do locador ou do locatário, por sua vez, não gera efeito extintivo da locação.
OBS2: No caso de modificação do estado civil, seja do locatário, seja do locador, não ocorrerá, tecnicamente, a extinção do contrato de locação, mas a sua cessão, com a sub-rogação dos direitos e deveres.
TRANSPORTE (arts. 730 a 756)
Conceito
O contrato pelo qual uma das partes (TRANSPORTADOR OU CONDUTOR) se obriga a transportar pessoa ou coisa a um destino previamente convencionado, mediante remuneração.
Características
BILATERAL E SINALAGMÁTICO, por gerar, reciprocamente, direitos e obrigações para ambas as partes.
ONEROSO, com prestações certas (comutativo). Assim sendo, não há que falarem contrato gratuito de transporte.
Finalmente, é bom que se diga que este tipo de contrato é essencialmente CONSENSUAL, CONTRATADO POR ADESÃO. Vale dizer, torna-se perfeito com a simples manifestação da vontade concordante dos envolvidos, a exemplo do passageiro que, no ponto, faz um simples gesto para que o ônibus pare. 
Típico contrato de adesão.
a) Uniformidade: o objetivo do estipulante é obter, o mesmo conteúdo contratual, para uma racionalidade de sua atividade e segurança das relações estabelecidas;
b) Predeterminação Unilateral: a fixação das cláusulas é feita anteriormente a qualquer discussão sobre a avença, é imprescindível que tais cláusulas uniformes sejam impostas por somente uma das partes;
c) Rigidez: não é possível rediscutir as cláusulas do contrato de adesão, sob pena de descaracterizá-lo como tal;
d) Posição De Vantagem (superioridade material) de uma das partes: a desigualdade fática faz com que possa ditar as cláusulas aos interessados.
INSTANTÂNEA OU DE EXECUÇÃO; EX: o transporte público de adéqua ao primeiro. O transporte de funcionários de uma empresa, que é terceirizado se adéqua ao segundo.
De execução simples: quando apenas um transportador realiza o serviço 
De execução cumulativa: quando mais de um transportador se obriga a cumprir um determinado percurso da viagem, vinculando-se solidariamente aos demais
CONTRATO NÃO SOLENE, por não depender de qualquer forma prescrita em lei.
IMPESSOAL, pois somente interessa o resultado da atividade contratada, independentemente de quem seja a pessoa que irá realizá-la.
PRINCIPAL E DEFINITIVO, já que não é acessório e não é preparatório de nenhum outro negócio jurídico.
Transporte De Pessoas
O transporte de pessoas é aquele pelo qual o transportador se obriga a trasladar o passageiro até o destino objetivado. São partes no contrato o transportador e o passageiro.
Essa é a modalidade de contrato mais utilizado no cotidiano de uma pessoa. O passageiro, mediante bilhete de passagem, contrata com o transportador o seu deslocamento para o lugar de seu destino. Esse bilhete poderá ser nominal, ou ao portador. 
DIREITOS DO PASSAGEIRO
Poderá rescindir, unilateralmente, o contrato de transporte, sendo-lhe devida a restituição, em três hipóteses:
a) Antes de iniciar a viagem, desde que faça a comunicação ao transportador em tempo hábil;
b) Após iniciada a viagem, tendo direito apenas à restituição do valor referente ao trecho não utilizado e desde que fique provado que outra pessoa viajou em seu lugar;
c) Caso não se apresente para o embarque e desde que fique provado que outra pessoa viajou em seu lugar.
Direito à franquia de bagagem, entendendo-se esta, como bem acessório ao transporte de pessoas.
Exigência de transporte seguro, sem lesão ou ferimento; livre de dano ou perigo 
Ocupação no lugar mencionado n bilhete.
Usufruição dos serviços oferecidos pelo transportador
OBRIGAÇÕES DO PASSAGEIRO
CUMPRIR COM SEUS DEVERES, como, por exemplo, o pagamento da tarifa, sendo esta a obrigação principal.
Apresentação pontual para embarque.
Procedimento adequado ao transporte.
Sujeição às normas legais da empresa.
DIREITOS DO TRANSPORTADOR
Retenção de bagagem, no caso de não adimplemento do passageiros
Reter 5% do valor da passagem no caso de desistência do passageiro
Impedir o embarque de passageiro mal trajado ou sob o efeito de álcool e entorpecentes, ou substância que gere dependência físico-psíquica.
Determinar o desembarque, na próxima escala, do passageiro inoportuno ou inconveniente, que não esteja respeitando as normas legais impostas pela empresa
OBRIGAÇÕES DO TRANSPORTADOR
Contratar seguro para os passageiros
Responsabilidade por danos aos passageiros;
Responsabilidade por atrasos;
Transporte diligente e incólume;
Ceder franquia de bagagem.
Transporte De Coisas
No transporte de coisas as partes contratantes são remetente, que é a pessoa depositária do objeto e que contratou a transportadora, e transportador. Inclui-se no contrato de transporte de coisas o transporte de animais.
Nessa modalidade de contrato, a responsabilidade do transportador será limitada ao valor constante no conhecimento, que é o documento emitido quando da entrega do objeto ao transportador. É o correspondente ao bilhete de passagem no transporte de pessoas. O Conhecimento possui a característica da literalidade, ou seja, o que estiver escrito no mesmo valerá como lei. Outra característica é a de ser um documento endossável, a exceção de possuir cláusula “não à ordem”.
Transporte Gratuito
O transporte desinteressado, feito por mera cortesia, não possui suas regras ditadas pelos contratos de transporte previsto nos art. 730 a 756. A súmula 145 do STJ, dita que:
“No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador será civilmente responsável por danos causados ao transportado quanto incorrer em dolo ou culpa grave.”
Com isso, mudamos a figura da responsabilidade civil, passando-se a adotar a modalidade subjetiva, haja vista que o transportador somente será responsabilizado caso incorra em dolo ou culpa grave. Assim, o condutor de veículo somente será responsabilidade pelos danos causados a uma pessoa a qual dê carona, caso esteja em alta velocidade, caso em que restará comprovada a imprudência, uma das modalidades de culpa.
Assim, em qualquer que seja a situação, o transportado deverá, além de comprovar o dano e a ação/omissão da agente causador, provar que o mesmo agiu com dolo ou culpa grave, para aí sim ter direito à reparação de seus danos.
Extinção Do Contrato De Transporte
Além dos meios comuns de dissolução do contrato, já exaustivamente analisados ao longo desta obra (resolução, resilição ou rescisão), o contrato de transporte pode se extinguir, simplesmente, pela consumação da sua finalidade, ou seja, por meio da sua execução.
Admite-se que o passageiro possa dissolver o contrato de transporte antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada. Admite-se também que o passageiro possa desistir do transporte, mesmo depois de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido transportada em seu lugar 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO (arts. 593 a 609)
Conceito
O contrato por meio do qual uma das partes, chamada PRESTADOR, se obriga a realizar uma atividade em benefício de outra, denominada TOMADOR, mediante remuneração. Trata-se de uma modalidade contratual aplicável a qualquer tipo de atividade lícita, seja manual, seja intelectual. A proximidade do contrato de prestação de serviços com o contrato de emprego é evidente, diferenciando-se os dois pelo elemento subordinação jurídica (entendida como hierarquização), que é indispensável no segundo e ausente no primeiro.
Características
TÍPICO E NOMINADO, amplamente utilizado nas relações civis, comerciais, consumeristas e administrativas.
CONTRATO DE TRABALHO LATO SENSU, não se pode confundir com o contrato de trabalho CLT.
BILATERALIDADE, uma vez que o prestador se obriga a realizar a atividade, em troca da retribuição, e o tomador se obriga a pagar o pactuado, em retorno à conduta efetivada.
COMUTATIVO, por haver equivalência entre as prestações.
ONEROSA, a prestação de serviços não onerosos se disciplina em trabalho voluntário.
PARITÁRIO OU ADESÃO, pode-se ou não discutir as cláusulas.
NÃO SOLENE, forma livre de pactuação, concretizando-se com a simples declaração de vontades.
PERSONALÍSSIMO, celebrado em virtude da pessoa, contudo é possível que o prestador de serviço seja substituído por outrem, desde que haja a anuência do tomador.
DE DURAÇÃO DETERMINADA OU DETERMINÁVEL, no caso de determinável, a duração máxima é de quatro anos.
 PRINCIPAL E DEFINITIVO, visto que não é acessório, e nem contrato preliminar.
Objeto
O objeto primordial do contrato de prestação de serviço é sempre uma atividade humanalícita, que pode ser tanto manual (material) quanto puramente intelectual (imaterial), portanto a prestação de fazer estabelecida de forma certa e determinada. Há uma exceção de prestação de serviço “indeterminada”, contudo ela se encontra limitada as características inerentes a sua condição (pode ser material e intelectual).
EX: Se um escritório de advocacia é contratado para cuidar do setor jurídico de uma empresa, todas as tarefas inerentes a esta atividade se encontram incluídas no “pacote”, seja a redação de peças, seja o comparecimento a audiências ou a redação de pareceres.
Remuneração
Não há prestação de serviços gratuita, a onerosidade é da essência deste contrato, não se presumindo, em nenhuma hipótese, a gratuidade. O prestador de serviços recebe uma contraprestação pela atividade realizada, chamada de remuneração, também dita honorários, preço, soldadas ou salário civil.
No silêncio da manifestação de vontade expressa pelas partes, presumisse que o pagamento da remuneração será diferido no tempo, apos a prestação dos serviços, contudo nada impede que as partes estipulem o pagamento antecipado ou parcelado. Se o prestador receber a remuneração antecipadamente e não prestar integralmente o serviço, tera de restituir ao tomador do serviço o valor recebido antecipadamente, evitando enriquecimento sem causa.
OBS: A remuneração somente pode ser dispensada por disposição contratual expressa, submetida a uma interpretação restritiva Nessa hipótese, caso o tomador, espontaneamente, resolva efetuar uma contraprestação, caracterizar-se-á uma doação remuneratória, não admitindo revogação por ingratidão do beneficiário.
Tempo De Duração
O tempo de duração é limitado pelo CC a quatro anos, mesmo que a tarefa ainda não esteja completa (EX: construção de um prédio), contudo o contrato pode ser preservado (continuado) sem importar em nulidade, desde que tenha cláusula de readequação de tempo limite legal.
DIREITO AO AVISO PRÉVIO: Apesar de ter tempo máximo estipulado, há ainda possibilidade de convencionar contrato de prazo “indeterminado”, através da renovação, neste caso, como os contratantes estão em “pacto perpétuo”, admite-se a RESILIÇÃO UNILATERAL, desde que comunicada previamente, com os seguintes prazos:
Se o salário for mensal, deve ser comunicado com 8 dias de antecedência
Se o salário for semanal, deve ser comunicado com 4 dias de antecedência.
CONTAGEM DO TEMPO: A contagem de tempo deve ser feita em favor do TOMADOR, para que se evite que o prestador conte como prazo do contrato os dias em que deixou de servir, porém só de aplica se não há culpa. Vale ressaltar que a contagem do tempo deve ser estipulada em contrato e a sua ausência implica na não remuneração do prestador no período superveniente.
Direito À Certificação
Extinguindo-se o contrato, têm os contratantes o direito a regular quitação, decorrente da Teoria Geral das Obrigações. 
Obrigações
OBRIGAÇÕES DO PRESTADOR
Realizar o serviço com eficiência e cautela necessárias.
Guardar segredo e sigilo sobre as condições do serviço, em respeito a boa-fé objetiva. Dever de lealdade e respeito 
OBRIGAÇÕES DO TOMADOR
Realizar o pagamento da remuneração, no período de tempo ajustado;
Fornecer condições mínimas de proteção e de desenvolvimento da atividade ao prestador.
O Contrato De Prestação De Serviço e a Competência Da Justiça Do Trabalho
Antes da EC 45/2004, a atuação da Justiça do Trabalho limitava-se à resolução dos dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, como sua regra natural, e, por exceção, na existência de previsão expressa de norma infraconstitucional, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios originados no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas. Após a EC, se a ação for oriunda diretamente da prestação do trabalho, por pessoas físicas, discutindo-se, portanto, o conteúdo desse labor, bem como as condições em que ele é exercido ou disponibilizado, não haverá mais necessidade de norma infraconstitucional autorizadora para que se reconheça a competência da Justiça do Trabalho.
Extinção Do Contrato
 EXTINÇÃO NATURAL
Cumprimento do Contrato ou exaustão de seu objeto (“conclusão da obra”)
Verificação de Fatores Eficaciais (“escoamento do prazo”, no que se pode incluir, porque implícito, também o eventual implemento de condição resolutiva ou frustração de condição suspensiva);
Distrato, que é a extinção pelo comum acordo das partes
CAUSAS SUPERVENIENTES
Resilição Unilateral (rescisão do contrato mediante aviso-prévio);
Resolução (“inadimplemento de qualquer das partes”);
Morte do Contratante (“morte de qualquer das partes”);
Força Maior ou Caso Fortuito (“impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior”, considerando que o tratamento jurídico do caso fortuito é o mesmo da força maior).