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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO 
 
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
JANICLEIDE LIMA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador -BA 
2025
O MERCADO DE BANCOS NO BRASIL 
 
JANICLEIDE LIMA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho Final de 
Trabalho apresentado ao curso de 
Bacharelado em Administração da 
Faculdade UNIJORGE, como requisito 
parcial para avaliação na disciplina de 
Modelagens de Novos Negócios, sob 
orientação do Prof.ª Katiane Lucia Zarpe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador - BA 
2025
O MERCADO DE BANCOS NO BRASIL 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. Introdução ............................................................ 
2. Desenvolvimento .................................................... 
3. Conclusão ............................................................ 
4. Considerações finais ............................................................ 
5. Referências ............................................................ 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
O setor bancário brasileiro atravessa um período de profunda transformação 
digital, caracterizado pela entrada de novos players digitais e pela necessidade 
de modernização das instituições tradicionais. Este cenário representa tanto 
desafios quanto oportunidades extraordinárias para inovação. 
Panorama do Mercado Bancário Brasileiro 
O mercado bancário brasileiro em 2025 é marcado pela coexistência de 
grandes instituições tradicionais e fintechs inovadoras. Os cinco maiores 
bancos tradicionais – Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa 
Econômica Federal e Santander Brasil – continuam liderando em volume de 
ativos e patrimônio líquido, enquanto os bancos digitais expandem rapidamente 
sua base de clientes. 
Principais Stakeholders 
Bancos Tradicionais: 
O Itaú Unibanco figura como o maior banco privado do Brasil, com ativos 
superiores a R$ 2,3 trilhões e valor de mercado de R$ 370,9 bilhões. Oferece 
ampla gama de produtos financeiros, incluindo crédito, investimentos, seguros 
e é um dos maiores emissores de cartões de crédito do país. Seus principais 
canais de comunicação incluem aplicativo mobile, internet banking, agências 
físicas e canais digitais integrados. 
O Banco do Brasil, fundado em 1808, possui forte atuação no agronegócio e 
amplo alcance nacional, especialmente em municípios menores. A Caixa 
Econômica Federal lidera com mais de 156 milhões de clientes, sendo o banco 
mais utilizado pela população brasileira, com papel fundamental em políticas 
públicas como financiamento habitacional. 
O Bradesco e o Santander Brasil completam o grupo dos cinco maiores, 
oferecendo estruturas robustas e portfólios diversificados de produtos 
financeiros. 
 
Fintechs e Bancos Digitais: 
O Nubank é o maior banco digital da América Latina, com mais de 90 milhões 
de clientes, sendo a quarta maior instituição financeira do Brasil. Em 2023, 
lançou mais de 45 novas soluções, incluindo produtos em seguros, 
criptomoedas e o NuBraille, cartão inédito para clientes com deficiência visual. 
Em outubro de 2024, o Nubank ultrapassou a Petrobras em valor de mercado, 
atingindo US$ 74,7 bilhões. 
 
 
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Outras fintechs relevantes incluem o Banco Inter, C6 Bank, Neon e PicPay, 
cada uma com propostas inovadoras e foco em experiência digital. 
Crescimento das Fintechs 
O Brasil concentra mais de 1.700 startups financeiras, representando cerca de 
58,7% de todas as fintechs da América Latina. Em 2024, o volume de crédito 
concedido por fintechs alcançou R$ 35,5 bilhões, um aumento de 68% em 
relação ao ano anterior. A base de clientes pessoa física das fintechs saltou de 
25,6 milhões em 2022 para 46,7 milhões em 2023, um crescimento de 82%. 
Tecnologias e Canais Principais 
O orçamento total dos bancos brasileiros destinado à tecnologia deve alcançar 
R$ 47,8 bilhões em 2025, com expectativa de crescimento de 61% nos 
investimentos em IA, analytics e big data. Atualmente, 82% das transações 
bancárias dos brasileiros são realizadas pelos canais digitais, especialmente 
mobile e internet banking. 
O Pix consolidou-se como método de pagamento favorito, com estimativa de 
R$ 27,3 trilhões movimentados em 2024, um aumento de quase 60% em 
relação ao ano anterior. O número de heavy users do Pix cresceu 38%, 
ultrapassando 65 milhões de usuários. 
Diferenciais Competitivos 
As fintechs destacam-se por taxas reduzidas ou inexistentes, processos 
simplificados e experiência do usuário superior. Em categorias como rotativo do 
cartão de crédito, as fintechs oferecem taxa média de 167% ao ano, enquanto 
no mercado tradicional a média é de 451%. 
Os bancos tradicionais, por sua vez, investem em digitalização e oferecem 
segurança institucional, amplo portfólio de produtos e relacionamento 
consolidado com clientes corporativos. 
Perfil e Comportamento dos Consumidores 
Atualmente, 14% da população brasileira possui contas apenas em bancos 
digitais, crescimento significativo em relação aos 9% registrados em 2022. Os 
consumidores valorizam praticidade, ausência de tarifas, atendimento digital 
ágil e transparência nas operações. 
O público das fintechs é predominantemente jovem e urbano, com preferência 
por soluções mobile-first. Houve diversificação geográfica em 2023, com 
destaque para o Nordeste, que representa 27% da clientela das fintechs. 
Os produtos mais procurados incluem contas digitais sem tarifas, cartões de 
crédito com cashback, investimentos com rentabilidade acima da poupança e 
soluções de pagamento instantâneo via Pix. 
 
 
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2. DESENVOLVIMENTO 
Meu Perfil Empreendedor 
Participando desta sessão colaborativa de cocriação junto ao banco, eu teria 
um perfil empreendedor corporativo (intraempreendedor). Este perfil é 
definido por Tajra (2019) como o profissional que atua dentro de organizações 
estabelecidas, mas com mentalidade empreendedora, buscando inovar, 
identificar oportunidades e implementar mudanças mesmo dentro de estruturas 
tradicionais. 
O intraempreendedor possui características específicas que o diferenciam tanto 
do empreendedor tradicional quanto do funcionário convencional. Segundo 
Bessant e Tidd (2019), este perfil combina a capacidade de enxergar 
oportunidades de inovação com o conhecimento profundo da organização, 
seus processos, cultura e recursos disponíveis. 
Como intraempreendedor, adotaria as seguintes características: 
Visão Estratégica: entendendo a fundo o negócio bancário, seus desafios 
estruturais e as pressões competitivas impostas pelas fintechs, permitindo 
identificar gaps e oportunidades de melhoria. 
Tolerância ao Risco Calculado: proporia ideias inovadoras mesmo dentro de 
uma estrutura tradicional, entendendo que a inovação requer experimentação e 
aceitação de possíveis falhas como aprendizado. 
Capacidade de Mobilização: articularia a diferentes áreas e stakeholders 
internos para viabilizar projetos inovadores, fundamental em ambientes 
corporativos complexos como instituições bancárias. 
Orientação para Resultados: Buscaria não apenas idealizar soluções, mas 
também implementá-las de forma viável, considerando aspectos regulatórios, 
tecnológicos e operacionais do setor bancário. 
Pensamento Disruptivo: Questionaria processos estabelecidos e buscaria 
inspiração em modelos inovadores, como as práticas bem-sucedidas das 
fintechs, para propor transformações significativas. 
A importância do intraempreendedor em bancos tradicionais é fundamental 
neste momento de transformação digital. Enquanto as fintechs nascem digitais 
e ágeis, os bancos estabelecidos possuem vantagens competitivas 
significativas – base de clientes consolidada, recursos financeiros robustos, 
confiança institucional e expertise regulatória – mas precisam de agentes 
internos capazes de impulsionar a mudança cultural e operacional necessária 
para a modernização. 
 
 
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Nesta sessão de cocriação, meu papel como intraempreendedor seria catalisar 
ideias que combinem a solidezinstitucional do banco com a agilidade e foco no 
cliente característicos das fintechs, propondo soluções que não apenas 
respondam às demandas atuais do mercado, mas que posicionem a instituição 
de forma competitiva para o futuro do setor financeiro. 
 
3. CONCLUSÃO 
Tipos de Inovação Possíveis na Sessão de Cocriação 
Na sessão colaborativa de cocriação para modernização do banco, três tipos 
principais de inovação podem emergir, cada um com potencial transformador 
para a instituição: 
1. Inovação de Processo 
A inovação de processo, conforme Bessant e Tidd (2019), refere-se a 
mudanças significativas na forma como produtos ou serviços são criados e 
entregues aos clientes. No contexto bancário atual, este tipo de inovação é 
fundamental para competir com as fintechs. 
Conceito: Transformação dos métodos operacionais e fluxos de trabalho para 
aumentar eficiência, reduzir custos, acelerar entregas e melhorar a experiência 
do cliente. 
Aplicações possíveis no banco: 
• Redesenho dos processos de abertura de contas, reduzindo de dias 
para minutos através de verificação digital e biometria 
• Implementação de análise de crédito em tempo real utilizando 
inteligência artificial e big data 
• Automação de processos burocráticos através de RPA (Robotic Process 
Automation) 
• Digitalização completa de assinaturas e documentos eliminando 
papelada física 
• Criação de jornadas omnichannel integradas, permitindo que clientes 
iniciem operações em um canal e finalizem em outro sem fricção 
Este tipo de inovação é crucial porque ataca diretamente as principais queixas 
dos clientes em relação aos bancos tradicionais: burocracia excessiva e 
lentidão nos processos. 
2. Inovação de Produto/Serviço 
A inovação de produto ou serviço envolve a introdução de bens ou serviços 
novos ou significativamente melhorados em termos de características ou usos 
pretendidos (Tajra, 2019). 
 
 
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Conceito: Criação ou aprimoramento substancial de produtos e serviços 
financeiros para atender necessidades não satisfeitas ou criar novas propostas 
de valor para os clientes. 
Aplicações possíveis no banco: 
• Desenvolvimento de super app bancário integrando serviços financeiros 
e não-financeiros (marketplace, cashback, benefícios) 
• Criação de produtos de investimento gamificados para público jovem, 
com educação financeira integrada 
• Lançamento de carteira digital com criptomoedas e stablecoins 
reguladas 
• Serviços de gestão financeira preditiva usando IA para antecipar 
necessidades do cliente 
• Produtos de crédito personalizados com precificação dinâmica baseada 
em comportamento real 
• Seguros sob demanda (microseguros) ativados por situação específica 
• Plataforma de Open Finance permitindo gestão unificada de contas de 
múltiplos bancos 
Este tipo de inovação é essencial para o banco se manter relevante, 
oferecendo soluções que vão além dos produtos bancários tradicionais e 
competindo com o ecossistema completo das fintechs. 
3. Inovação de Modelo de Negócio 
A inovação de modelo de negócio, segundo Bessant e Tidd (2019), representa 
mudanças fundamentais na forma como a organização captura valor, incluindo 
alterações na proposta de valor, segmentos de clientes, canais, relacionamento 
com clientes, fontes de receita e estrutura de custos. 
Conceito: Reconfiguração da lógica de criação, entrega e captura de valor da 
organização, alterando fundamentalmente como o negócio opera e se 
posiciona no mercado. 
Aplicações possíveis no banco: 
• Criação de banco digital próprio (spin-off) operando de forma 
independente da estrutura tradicional, como fizeram Itaú (Iti) e Bradesco 
(Next) 
• Adoção de modelo de receita baseado em assinaturas (membership) 
com diferentes níveis de benefícios, ao invés de dependência exclusiva 
de tarifas e spread bancário 
• Transformação em plataforma de serviços financeiros (BaaS - Banking 
as a Service), oferecendo infraestrutura bancária para outras empresas 
• Implementação de modelo cooperativo ou compartilhado para produtos 
específicos, envolvendo clientes nas decisões e resultados 
• Estratégia de ecossistema, integrando parceiros para oferecer solução 
completa de vida financeira (moradia, veículos, educação, saúde) 
 
 
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• Monetização de dados (com consentimento e dentro da LGPD) 
oferecendo insights de mercado para empresas parceiras 
Este é o tipo de inovação mais radical e potencialmente transformador, pois 
questiona premissas fundamentais do negócio bancário tradicional e pode 
reposicionar completamente a instituição no mercado. 
Considerações Finais 
A transformação digital do setor bancário brasileiro não é mais uma opção, mas 
uma necessidade competitiva. A sessão de cocriação multidisciplinar 
representa oportunidade valiosa para o banco combinar seus ativos tradicionais 
– confiança, recursos, expertise – com a mentalidade ágil e centrada no cliente 
das fintechs. 
Os três tipos de inovação apresentados não são mutuamente exclusivos. Pelo 
contrário, as transformações mais bem-sucedidas frequentemente combinam 
melhorias de processo, novos produtos/serviços e, quando necessário, 
reconfiguração do modelo de negócio. O papel do intraempreendedor é 
fundamental para identificar quais inovações são prioritárias e viáveis dentro do 
contexto específico da instituição, considerando sua cultura, capacidades e 
posicionamento estratégico. 
O mercado bancário brasileiro de 2025 oferece terreno fértil para inovação: 
regulação progressiva, população bancarizada e digital, infraestrutura de 
pagamentos instantâneos consolidada e consumidores cada vez mais 
exigentes. Bancos tradicionais que souberem aproveitar estas condições 
através de inovação sistemática e colaborativa poderão não apenas sobreviver, 
mas prosperar neste novo cenário competitivo. 
 
REFERÊNCIAS 
 
REFERÊNCIAS 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório de Economia Bancária 2023. 
Brasília: BCB, 2024. Disponível em: 
https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioeconomiabancaria. Acesso em: 17 
nov. 2025. 
BESSANT, J.; TIDD, J. Gestão da Inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2015. 
DISTRITO. Inside Fintech Report 2024. São Paulo: Distrito, 2024. Disponível 
em: https://distrito.me/. Acesso em: 17 nov. 2025. 
https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioeconomiabancaria
https://distrito.me/
 
 
9 
 
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BANCOS. Pesquisa FEBRABAN de 
Tecnologia Bancária 2024. São Paulo: FEBRABAN, 2024. Disponível em: 
https://portal.febraban.org.br/. Acesso em: 17 nov. 2025. 
ITAÚ UNIBANCO. Relatório Anual 2024. São Paulo: Itaú Unibanco, 2024. 
Disponível em: https://www.itau.com.br/relacoes-com-investidores/. Acesso em: 
17 nov. 2025. 
NUBANK. Investor Relations Report – Q4 2024. São Paulo: Nubank, 2024. 
Disponível em: https://investor.nu/. Acesso em: 17 nov. 2025. 
TAJRA, S. F. Empreendedorismo: conceitos e práticas inovadoras. São 
Paulo: Érica, 2014. 
. 
 
 
https://portal.febraban.org.br/
https://www.itau.com.br/relacoes-com-investidores/
https://investor.nu/

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