Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISCIPLINA: JORNADA DE TRABALHO PROFESSOR: RICARDO DA SILVEIRA E SILVA CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS Na história dos homens, inicialmente, a jornada em que o trabalhador executava as tarefas não tinha qualquer limite. Trazia danos irreversíveis à saúde, às condições econômicas do trabalhador e daqueles que dele dependiam, principalmente seus familiares. Essas lesões atingiam a sociedade como um todo, em face das doenças físicas e mentais, impedindo o indivíduo de usufruir de tempo razoável para dedicar-se à criação cultural ou ao convívio com os amigos e com a família. Ademais, o trabalhador, em estado de esgotamento, produz menos. Este aspecto é desfavorável à produção, na medida em que o resultado das energias despendidas pelo empregado é um dos fatores do progresso da empresa. O descanso tem, portanto, uma conotação histórica, a par de um aspecto de natureza moral, ética, psicológica e médica. É, enfim, um dado ínsito à natureza humana. (ARAÚJO, Eneida Melo Correia de Araújo. A Redução das Horas de Trabalho como um dos Paradigmas de Superação da Crise Econômica. 2009, p. 89-90) A jornada de trabalho teve uma considerável mudança no período da revolução industrial, ocorrida na Inglaterra, século XVIII. A partir de então, os trabalhadores começaram a exercer longas jornadas de trabalho em locais com periculosidade e manejando máquinas de alta tecnologia, com as quais não estavam acostumados e, deste modo, acabavam padecendo com mutilação, intoxicação, desgaste físico, etc. Diante das míseras condições dos trabalhadores, verificou-se a necessidade de mudança. Houveram inúmeras mobilizações a fim de se elaborar medidas legais para a melhoria das condições de trabalho. As primeiras leis trabalhistas sugiram também na Inglaterra e foram se disseminando pela Europa. No Brasil, as leis trabalhistas se deram mais tardiamente, visto que o país na época da revolução industrial ainda era pouco desenvolvido, e tinha sua mão de obra basicamente escrava e agrícola. Com o advento de doenças como febre amarela, cólera e a peste, que mataram muitos trabalhadores, despertou-se a preocupação com os mesmos. Triangle Shirtwaist Company A Triangle Company ocupava os três últimos andares do edifício Asch, de dez andares, que fazia esquina entre as ruas Greene Street e Washington Place, e empregava cerca de 600 trabalhadores, a maioria constituída por mulheres jovens imigrantes que trabalhavam 14 horas por dia, em semanas de trabalho de 60-72 horas, costurando vestuário por modestos salários entre os 6 e os 10 dólares por semana. A empresa já se tornara midiática em 1909, com uma grande greve de mulheres costureiras coordenadas pelo histórico sindicato International Ladies' Garment Workers' Union, que tentava negociar um acordo coletivo; a Triangle ter-se-ia recusado a assinar o acordo. International Ladies' Garment Workers' Union era um dos maiores sindicatos dos Estados Unidos e um dos primeiros sindicatos americanos a ter a maioria dos filiados do sexo feminino As condições da fábrica eram as típicas da época: têxteis inflamáveis guardados em toda a fábrica, fumar era frequente, a iluminação era a gás e não existiam extintores de incêndio. Naquela época, os trabalhadores eram trancados nas fábricas e os relógios eram cobertos, para não terem noção de quanto tempo haviam trabalhado. Versão mais conhecida diz que, em 1911, cerca de 600 mulheres e homens trabalhavam na fábrica, quando as chamas começaram. As péssimas condições, com vários retalhos de tecidos espalhados pelo chão do lugar, ajudaram o fogo a se espalhar rapidamente, matando 125 mulheres, de 13 a 23 anos, e mais 21 homens, enquanto trabalhavam. O episódio causou comoção nacional e, no dia do funeral, 100 mil pessoas compareceram ao local. O terreno em que funcionava a Triangle Shirtwaist Company hoje é a Universidade de Nova York. Uma outra versão diz que o incêndio aconteceu no século 18 e o fogo teria sido proposital. O objetivo era o de matar trabalhadoras têxtis que pediam diminuição da carga horária, que naquela época era de até 14 horas diárias, de segunda-feira a sábado, chegando a incluir alguns domingos de manhã. Era comum também os filhos das operárias, ainda crianças, comporem os quadros de empregados das indústrias, pois o trabalho infantil não era proibido e creches não eram um direito das mães trabalhadoras. “Em 8 de março de 1857, em Nova York, as operárias têxteis entraram em greve pedindo a redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas por dia e recebendo menos que um terço do salário dos homens. Parte das grevistas foi trancada no galpão e a fábrica foi incendiada. 130 delas foram carbonizadas”, segundo a cientista política Lucia Avelar, professora da Universidade de Brasília. Tratado de Versalhes - OIT As primeiras leis que regulamentavam a jornada de trabalho no Brasil surgiram na década de 30, durante o governo Vargas – CLT. Jornada de trabalho diária máxima de 8 horas por dia e 44 horas por semana, bem como também regulamentação do pagamento de horas extras, leis trabalhistas para gestantes e férias remuneradas. CONSIDERAÇÕES BIOLÓGICAS A limitação das jornadas possui fundamentos biológicos, pois se combate problemas psicofisiológicos da fadiga e excessiva racionalização do serviço. A limitação da jornada de trabalho é vantajosa para ambas as partes, empregado e empregador. Todo indivíduo possui um “limite” para sua fadiga, o trabalhador deve ter tempo para descansar e recuperar-se física e mentalmente para voltar à jornada de trabalho no dia seguinte. Tanto o cansaço físico, quanto mental, comprometem substancialmente o rendimento dos funcionários no trabalho e, além disso, prejudicam significativamente a saúde dos mesmos, podendo causar-lhes inúmeras enfermidades. A sobrecarga do trabalho é a principal causa de acidentes de trabalho em todo o mundo. Cerca de 50 a 80 % das doenças de nível psicossomático são causadas pelo excesso de estresse relacionado à longa jornada de trabalho. À vista disso, tamanha é a importância da regulamentação da jornada de trabalho no que tange ao fator biológico. O trabalhador necessita das horas de descanso para que não tenha sua saúde prejudicada e possa realizar seu trabalho de maneira eficaz. RISCO DE ACIDENTES POR CANSAÇO https://www.youtube.com/watch?v=TMIK_fGCSIM https://www.youtube.com/watch?v=OqyQJ-Sj-rY https://www.youtube.com/watch?v=LHn2A48xtxw https://www.youtube.com/watch?v=TMIK_fGCSIM https://www.youtube.com/watch?v=OqyQJ-Sj-rY https://www.youtube.com/watch?v=LHn2A48xtxw http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1410200716.htm CUSTO PARA O INSS CONSIDERAÇÕES SOCIAIS Karl Marx – conceito de mais valia Além do descanso físico e mental, os trabalhadores também necessitam da convivência no meio social. As considerações sociais também contribuíram para a limitação da jornada de trabalho. Os empregados precisam dispor de tempo para que possa dedicar-se à família e ter suas horas de lazer, que contribuem para o relaxamento e alívio do estresse corriqueiro. Levando isso em conta, o limite de horas trabalhadas se dá para que o indivíduo empregado possa conciliar a vida social e o trabalho, tendo tempo para atender e suprir as necessidades familiares que tiver, relacionar-se com amigos e entreter-se da maneira que desejar, seja com estudos, atividades físicas, hobbies ou qualquer outra que seja. Empregadores que procuram cumprir os limites legais de jornadas costumam experimentar melhores índices de produtividade e satisfação por parte dos empregados. Respeitados e com tempo para convivência em família, tempo para satisfazer suas outras necessidades humanas como lazer ou acesso à cultura, os trabalhadores acabam mais satisfeitos e felizes, prestando serviços de melhor qualidade,inclusive com menos adoecimento ou acidentes. http://maringa.odiario.com/maringa/2017/07/supermercados-podem-abrir-aos-domingos-decide-justica/2391795/ CONSIDERAÇÕES ECONÔMICAS A limitação de jornada faz com que o empregador, necessitando de mais mão de obra, invés de sobrecarregar trabalhadores, contrate novos empregados, contribuindo assim com o princípio constitucional da atividade econômica de redução das desigualdades regionais e sociais, bem como, princípio da busca do pleno emprego, ou seja, diminuindo desemprego. Mais pessoas formalmente empregadas significa maior arrecadação e, por conseguinte, possibilidade de melhores investimentos e políticas públicas nas áreas de saúde, educação, qualificação profissional e infraestrutura. Investimentos em infraestrutura e qualificação profissional, como ciclo virtuoso, favorecem o ambiente para investimentos privados e surgimento ou ampliação de empresas e produtividade, fortificando o crescimento e robustecendo a economia. A jornada de trabalho exerce uma ação estimulante sobre o processo técnico e o próprio rendimento dos trabalhadores. Ou seja, a margem de lucros será maior quando o funcionário tiver um maior rendimento, esse rendimento se dá quando o empregado tem tempo suficiente para produzir no trabalho, descansar e aliviar o estresse. Além disso, quando o trabalhador exerce sua função exaurido, a probabilidade de ocorrer um acidente de trabalho é maior, fazendo com que haja prejuízos econômicos para o empregador, visto que ficará sem a mão de obra ou pagará por ela dobrado, pois terá que contratar temporariamente outro indivíduo e continuará pagando pelos serviços, durante determinado tempo, ainda que não esteja exercendo, do trabalhador que se acidentou, no decorrer do período de atestado médico. A ampliação excessiva - além dos limites legais - das jornadas pode, num primeiro momento, diminuir custos do empregador, o qual poderá oferecer serviços ou produtos de menor valor em relação a seus concorrentes que não adotam tais práticas, mas sim seguem a legislação, desestabilizando o mercado. A médio ou longo prazo é nítido que posturas ilícitas como a mencionada não se sustentam, isto porque mais cedo ou mais tarde as multas poderão superar a lucratividade arbitrária que estiver sendo auferida, sem falar que trabalhadores adoecidos ou acidentados poderão pleitear indenizações, ou mesmo o próprio sistema de previdência pode reivindicar que a empresa culpada pelos prejuízos do trabalhador incapacitado indenize o órgão pagador dos benefícios. CÓDIGO PENAL - Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 CÓDIGO PENAL não estabelece a quantidade de horas específicas que torne exaustivo o trabalho, mas entende-se a configuração do artigo quando o trabalho é muito superior à força física que o trabalhador consegue suportar. JORNADA DE TRABALHO Jornada de Trabalho: tecnicamente, é a duração do trabalho diário, a quantidade de horas verdadeiramente laboradas em um dia de trabalho / tempo à disposição. Horário de Trabalho: é o período que abrange a hora de entrada e a hora de saída, de acordo com pactualmente acordado entre as partes no contrato de trabalho. Duração do trabalho = atividade + repousos (DSR/FÉRIAS) A jornada de trabalho é o tempo em que o empregado está à disposição de seu empregador, aguardando ou executando ordens. O horário de trabalho são os marcos de início e fim de um dia de trabalho, mas na jornada só se computa o efetivo tempo de trabalho CLT - Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. A atividade é o trabalho (trabalhador desempenha a sua função) e o tempo à disposição do empregador. Tempo à disposição: Deslocamento entre portaria e setor de trabalho, cafezinho antes do início do expediente ou aqueles minutos a mais no fim do dia para esperar a chuva passar antes de ir embora. Tecnicamente, se seu chefe precisasse, você estaria disponível. (mudanças na nova lei) Mesmo que não esteja fazendo nada: esperando ordem ou manutenção de equipamento, mas está à disposição Empresa de importação e exportação – Serviço aduaneiro em greve – tem jornada de trabalho mesmo sem ter o que fazer, pois está à disposição Tempo à disposição pode ser hora extra. Excesso à limite (8 diárias / 44 semanais, exceto bancário, aeronauta...), somados período à disposição e período de trabalho Alteração simples, trazida pela lei 13.467/2017 Antes da reforma: tempo do funcionário na empresa podia ser computado como horas extras Após reforma: tempo que o trabalhador permanecer na empresa realizando atividades de interesse pessoal não contará como tempo à disposição, seja qual for esse tempo CLT Art. 4º (...) § 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: I - práticas religiosas; II - descanso; III - lazer; IV - estudo; V - alimentação; VI - atividades de relacionamento social; VII - higiene pessoal; VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.” “insegurança nas vias públicas” “más condições climáticas” PRÁTICAS RELIGIOSAS DESCANSO LAZER ESTUDO Alimentação Atividade de relacionamento social Higiene pessoal (idas ao banheiro continham fazendo parte da jornada) troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa (a mudança de uniforme só será considerada tempo de trabalho quando houver a obrigatoriedade de realizar a troca na empresa) Se o funcionário pode ir embora de uniforme, não tem nenhuma atividade que poderia ter contaminação ou algo assim, e escolhe sair da empresa com outra roupa, o período em que ele se troca não será mais considerado jornada de trabalho O mesmo vale quando é rodízio do carro e o funcionário quer chegar mais cedo empresa; ou é universitário e quer esperar um tempo antes de sair para a faculdade; ou quer pegar um uber, então vai ficar um pouco mais… Todo esse tempo era antes considerado jornada Os intervalos no meio do expediente (como um lanche no meio da tarde ou a saída para fumar) poderão ou não ser descontados da jornada. Depende do tipo do trabalho - existem funções que exigem a permanência dos trabalhadores em seus postos a todo instante, como é comum em fábricas. Nestes casos, não haverá o desconto. No entanto, em um escritório, seria possível um empregado ir à padaria da esquina sem prejuízo. Mas é preciso ter bom senso — lógico que se ficar três horas fora será descontado”. § 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nasvias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: Rol exemplificativo A CAMINHO DO EMPREGO CLT/43 Art. 58 (...) § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. LEI 13.467 Art. 58 (...) § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. A reforma trabalhista também determina que o tempo que o profissional leva entre a sua casa e o trabalho com transporte fornecido pela empresa deixa de ser considerado parte da jornada. Horas in itinere — este tempo de deslocamento do empregado até chegar na empresa e, depois, da empresa até sua residência – alteração profunda A jornada agora irá começar a partir do momento em que o funcionário dá início a suas atividades ACIDENTE A CAMINHO DO TRABALHO A CLT atual, previamente à alteração pela Lei 13.467/2017, não trata da disponibilidade do empregado para o empregador durante o percurso residência-trabalho-residência. O que há atualmente na CLT, antes da mudança vigente somente a partir de 11/11/2017, é que o tempo de percurso “não será computado na jornada de trabalho”, salvo quando os locais forem de difícil acesso ou não servidos por transporte público e o empregador forneça o transporte. Dessa forma, enquanto o enunciado atual do art. 58, § 2º da CLT trata exclusivamente de jornada de trabalho, seu novo enunciado trará mais: o empregado não estará à disposição do empregador. Não estará o empregado à disposição do empregador durante o trajeto residência-trabalho- residência, apresenta-se no mínimo ilógico e sem fundamento classificar de acidente do trabalho aquele sofrido pelo empregado durante esse tempo. Mas é o que continuará dizendo a Lei 8.213/1991 (plano de benefícios da Previdência Social) em seu art. 21, IV, “d”, ao dispor que equipara-se ao acidente do trabalho, para os fins daquela Lei, o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho, “d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.” CLT Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. A Lei previdenciária, avança sobre ponto já tratado pela Lei trabalhista ao atribuir ao empregador responsabilidades por atividades alheias às dele e de seus negócios, como é o caso das atividades que os empregados livremente conduzem, a pé, em transportes público ou particulares, no trajeto de ida ou volta ao trabalho. O empregador, sem praticar qualquer ato ilícito e sem estar o empregado no trabalho ou a sua disposição, é obrigado pela Lei previdenciária a reportar acidente do trabalho Para o empregado praticamente nada muda se o acidente por ele sofrido no trajeto de ida ou de volta para o trabalho seja ou não considerado acidente do trabalho, afinal, sendo ele segurado obrigatório da Previdência Social e observadas as regras aplicáveis, terá ele ou seus dependentes legais direito aos benefícios previdenciários em decorrência de acidentes de qualquer natureza. Mas para o empregador a situação é completamente diferente. Primeiro porque o acidente do trabalho garante o empregado no emprego por 12 meses após a cessação do auxílio-doença acidentário. Por esse tempo, portanto, um empregador não poderá dispensar sem justa causa empregado que sofreu acidente de percurso, mesmo não estando o trabalhador à disposição do empregador conforme a nova CLT. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 Carga horária CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; A reforma não altera os limites máximos de jornada semanal e mensal previstos na Constituição Federal A CLT define que a jornada diária de trabalho deve ser de no máximo oito horas. A lei também determina que o trabalhador não pode fazer mais de duas horas extras por dia. A jornada máxima semanal é de 44 horas regulares. A jornada mensal, por sua vez, fica limitada a 220 horas. Com a reforma, o trabalhador poderá ficar até 12 horas em atividade. No entanto, nesses casos, deverá haver obrigatoriamente um intervalo de 36 horas antes do retorno à empresa. A mudança não permite que os trabalhadores contratados para jornadas de 8 horas ou menos trabalhem 12 horas por dia. Se quiser aderir à nova regra, a empresa terá de fazer previamente um acordo individual por escrito com o profissional fixando sua carga horária em 12 horas ou um acordo coletivo com o sindicato. A partir de então, o turno será de 12/36. Isto é, a empresa não poderá exigir que o profissional trabalhe ora em jornadas de 8 horas, ora em jornadas de 12 horas. Na jornada de 12/36 o funcionário, por exemplo, chega na segunda-feira às 8h da manhã e sai às 20h. Na terça-feira, ele não pode trabalhar Pode voltar ao emprego quarta-feira às 8h da manhã. Trabalha 12 horas e tem 36 de folga Serviços de saúde, petroleiros Algumas categorias são proibidas de estender suas jornadas. É necessário que o trabalhador cheque com seu sindicato se a sua profissão permite dias de trabalho mais longos. Para algumas funções é muito desgastante trabalhar muitas horas Em um callcenter, o limite de jornada é de seis horas. Não é possível fazer 12/36 em um callcenter. REGIME DE TEMPO PARCIAL Tempo menor do que o estabelecido pela CLT Trabalho em regime de tempo parcial é aquele cuja duração não exceda a 30 horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a 26 horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até 6 horas suplementares semanais. CLT Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. TRABALHO INTERMITENTE A CLT antiga não regulamentava o trabalho intermitente. O contrato com o menor número de horas era o parcial, que tem no máximo 25 horas semanais (substituídas por 30 horas semanais, com a reforma trabalhista). O contrato intermitente, por sua vez, não define uma carga horária mínima de horárias trabalhadas. Na prática, o funcionário poderia até ser contratado para prestar duas horas de serviço por semana — ou por mês. Os limites máximos de jornada garantidos pela Constituição são mantidos, no entanto: 44 horas semanais e 220 horas mensais. Continua sendo um contrato de trabalho. Ele ainda tem os benefícios da Previdência, o FGTS… A única questão é que isso flexibiliza os períodos de prestação de serviço tanto para o empregado, quanto para o empregador. Ele deve ser celebrado por escrito, com especificação do salário-hora, que não poderá ser inferior ao mínimo ou ao dos que exerçam a mesmafunção (artigo 452-A, caput) O empregador (empresa) faz um contrato com um funcionário que fica à sua disposição até ser “convocado” para o trabalho. Quando precisar dele, a companhia tem de avisá- lo com pelo menos três dias de antecedência. O profissional, então, presta serviços à empresa pelo tempo combinado, seja qual for esse período — três horas, duas semanas, cincos meses, não importa. CLT Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. (...) § 3o Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. A “convocação” do trabalhador deve acontecer “por qualquer meio de comunicação eficaz” (telefone, WhatsApp até Messenger, desde que a pessoa faça uso desses meios). Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado. Não respondeu? Ficará presumida a recusa da oferta. Tal recusa, vale destacar, não caracteriza insubordinação. Depois de completar aquele serviço, o funcionário tem de obrigatoriamente receber por aquele período imediatamente em seguida. O valor deverá incluir remuneração, férias proporcionais com acréscimo de um terço, décimo terceiro salário proporcional, repouso semanal remunerado (o domingo ou dia de folga da categoria) e adicionais legais (como hora extra, se for o caso). O dinheiro referente ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é depositado na conta do funcionário na Caixa Econômica Federal, como acontece com um trabalhador regular em contrato CLT. O recibo de pagamento deverá conter a discriminação de cada um desses valores, para que o trabalhador saiba o que está recebendo. Quando aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir deverá pagar à outra uma multa de 50% da remuneração no prazo de 30 dias Também entre os direitos do contratado estão férias de 30 dias. Mas como o funcionário sempre recebe as férias em dinheiro depois do trabalho, o benefício aqui fica sendo apenas um mês sem trabalhar. A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador Se a empresa só precisará do trabalhador esporadicamente, por que iria contratá-lo — tendo de pagar todos os direitos exigidos pela CLT —, se poderia simplesmente conseguir um autônomo ou pessoa jurídica? A chave está no principal elemento que caracteriza o vínculo empregatício: a subordinação. O funcionário ter de obedecer ordens e ter todo o processo do seu trabalho supervisionado. No caso do autônomo, o profissional atua com total independência — sem pitacos. Você pode ser contratado e ficar à mercê da empresa para saber o dia e a quantidade de horas que você vai trabalhar durante o mês. Não é um contrato com prazo determinado. É totalmente indeterminado Na prática, o trabalhador vai precisar de mais de um contrato para conseguir sobreviver. Independentemente da pessoalidade ou da subordinação, aquele que presta serviços em caráter eventual não é empregado. É, na realidade, por oposição à definição legal, um trabalhador eventual. Todavia, o texto coloca o trabalhador intermitente numa posição ontológica de imprevisibilidade, mas mantém a essência da relação de emprego, sem alterar a redação do artigo 3º da CLT. Concebe, assim, uma antinomia, porquanto ninguém pode “ser e não ser” ao mesmo tempo. Transfere-se parte do risco ao empregado ATIVIDADES COM JORNADA ESPECIAL A Constituição Federal impõe limite máximo para a jornada de trabalho, mas a lei pode estabelecer condições mais benéficas aos trabalhadores e adequadas às peculiaridades do trabalho desenvolvido Regimes próprios de proteção ao trabalho, desde que as regras especiais não contrariem o sistema geral Categorias específicas Trabalhadores submetidos à sistemática especial de atividade Organização do trabalho Jornadas especiais - estabelecidas por norma jurídica Evidentemente, podem extrapolar o padrão diário fixado para o mercado de trabalho no país, ou seja, 8 horas diárias, mantendo-se válidas desde que feita a compensação na forma legal Jornadas diárias eventualmente superiores a oito horas ao dia os aeronautas; os trabalhadores nos setores de petróleo, petroquímica e indústria de xisto; os eletricitários; os ferroviários Jornadas diárias eventualmente inferiores ao padrão constitucional, como por exemplo: telefonistas, bancários, radialistas, jornalistas Modalidade especial de organização do trabalho: turnos ininterruptos de revezamento Sistemática especial de atividade funcional: esforço contínuo de digitação Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. § 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre 7 (sete) e 22 (vinte e duas) horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo de 15 (quinze) minutos para alimentação. § 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo. Art. 227 - Nas empresas que explorem o serviço de telefonia, telegrafia submarina ou subfluvial, de radiotelegrafia ou de radiotelefonia, fica estabelecida para os respectivos operadores a duração máxima de seis horas contínuas de trabalho por dia ou 36 (trinta e seis) horas semanais Não se beneficiam da jornada especial os trabalhadores que lidam com aparelhos convencionais de telefone, ou ainda aqueles que, operando central telefônica, lidam com movimento reduzido de ligações Art. 232 - Será de seis horas a duração de trabalho dos músicos em teatro e congêneres. Parágrafo único. Toda vez que o trabalho contínuo em espetáculo ultrapassar de seis horas, o tempo de duração excedente será pago com um acréscimo de 25 % (vinte e cinco por cento) sobre o salário da hora normal. Art. 233 - A duração normal de trabalho dos músicos profissionais poderá ser elevada até oito horas diárias, observados os preceitos gerais sobre duração do trabalho. Art. 234 - A duração normal do trabalho dos operadores cinematográficos e seus ajudantes não excederá de seis horas diárias, assim distribuídas: a) 5 (cinco) horas consecutivas de trabalho em cabina, durante o funcionamento cinematográfico; FERROVIÁRIO - Art. 239 - Para o pessoal da categoria "c", a prorrogação do trabalho independe de acordo ou contrato coletivo, não podendo, entretanto, exceder de 12 (doze) horas, pelo que as empresas organizarão, sempre que possível, os serviços de equipagens de trens com destacamentos nos trechos das linhas de modo a ser observada a duração normal de oito horas de trabalho. § 1º - Para o pessoal sujeito ao regime do presente artigo, depois de cada jornada de trabalho haverá um repouso de 10 (dez) horas contínuas, no mínimo, observando-se, outrossim, o descanso semanal. DAS EQUIPAGENS DAS EMBARCAÇÕES DA MARINHA MERCANTE NACIONAL, DE NAVEGAÇÃO FLUVIAL E LACUSTRE, DO TRÁFEGO NOS PORTOS E DA PESCA Art. 248 - Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte e quatro) de cada dia civil, o tripulante poderáser conservado em seu posto durante 8 (oito) horas, quer de modo contínuo, quer de modo intermitente. § 1º - A exigência do serviço contínuo ou intermitente ficará a critério do comandante e, neste último caso, nunca por período menor que 1 (uma) hora. § 2º - Os serviços de quarto nas máquinas, passadiço, vigilância e outros que, consoante parecer médico, possam prejudicar a saúde do tripulante serão executados por períodos não maiores e com intervalos não menores de 4 (quatro) horas. DOS SERVIÇOS FRIGORÍFICOS Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus). DO TRABALHO EM MINAS DE SUBSOLO Art. 293 - A duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas no subsolo não excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36 (trinta e seis) semanais. OS JORNALISTAS PROFISSIONAIS Art. 303 - A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos nesta Seção não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à noite. Art. 304 - Poderá a duração normal do trabalho ser elevada a 7 (sete) horas, mediante acordo escrito, em que se estipule aumento de ordenado, correspondente ao excesso do tempo de trabalho, em que se fixe um intervalo destinado a repouso ou a refeição. Advogado, aeronauta, aeroviários de pista, assistente social, atleta de futebol, bombeiro, médico, técnico em radiologia, terapeuta ocupacional... Repentista - LEI Nº 12.198, DE 14 DE JANEIRO DE 2010. Dispõe sobre o exercício da profissão de Repentista. Art. 4o Aos repentistas são aplicadas, conforme as especifidades da atividade, as disposições previstas nos arts. 41 a 48 da Lei no 3.857, de 22 de dezembro de 1960, que dispõem sobre a duração do trabalho dos músicos. (5 horas) TELETRABALHO Home Office ou modalidade de trabalho realizada a distância. Fora das dependências (estabelecimento ou residência) do empregador. Utilização de ferramentas da tecnologia da informação (meios telemáticos e informatizados), principalmente com canais de comunicação online via internet para se comunicar com a empresa e/ou colegas de trabalho, clientes, fornecedores, etc. Desenvolvimento e uso massificado das ferramentas eletrônicas = as relações cada vez mais são realizadas a distância. Forte influência da tecnologia Ganho de produção Diminuição de custos Favorecer o empregado (horas anteriormente gastas com locomoção) Teletrabalho transfronteiriço Trabalhador presta trabalho a partir do seu domicílio localizado num Estado diferente do estabelecimento do empregador. Conflito quanto à lei aplicável Origens na Revolução Industrial – trabalho externo no domicílio Desenvolvimento tecnológico e massificação do acesso à tecnologia Surgimento de preocupações ambientais (tempo, energia e custo do deslocamento) CLT - ‘Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho.’ Teletrabalho não significa necessariamente o mesmo que trabalho no domicílio do empregado, pois este pode ser realizado sem os instrumentos tecnológicos, os quais são indispensáveis ao teletrabalho. Pode-se dizer que o teletrabalho é uma espécie de trabalho a distância ou home office, mas com a utilização da tecnologia da informação. Configuração do teletrabalho (requisitos/pressupostos da relação de emprego) Pessoalidade Não eventualidade (continuidade) Remuneração (onerosidade) Subordinação Alteridade (risco de outrem, não do empregado) Poder de controle e supervisão do empregador pode ser exercido por meio dos recursos tecnológicos, equiparando-se, para fins jurídicos de subordinação, aos meios pessoais e diretos de comando e supervisão do trabalho executado pelo empregado. A norma não tratou de direitos e deveres das partes no teletrabalho Restringiu-se a efetuar equiparação do teletrabalho com o trabalho realizado pessoalmente (no estabelecimento) Respeitadas regras gerais sobre a ornada de trabalho (carga horária máxima diária e semanal), DSR e outros direitos do empregado assegurados por lei. A previsão legal do teletrabalho nada mais é do que o reconhecimento de uma realidade nas relações de emprego. Atividades preferenciais para o teletrabalho: Telecomunicações Concepção e desenvolvimento de produtos informáticos Contabilidade Design Mover o trabalho para os trabalhadores ao invés de mover os trabalhadores para o trabalho. Vantagens para o Empregador Maior flexibilidade na organização do trabalho Redução de custos (imobiliário, energia) Combater o absentismo (falta habitual) Maior flexibilidade de horários Aumento nas possibilidades de recrutamento de mão de obra especializada Vantagens para o Trabalhador: Maior disponibilidade para a sua vida familiar Diminuição do stress e aumento do bem estar Elimina problemas com deslocamento (custo) Redução de custos de alimentação Poder de controlar o ritmo de trabalho / flexibilidade de horário Maior autonomia Desvantagens para o Empregador Resistência à mudança Dificuldade em supervisionar o trabalho Problemas de motivação dos trabalhadores Problemas na proteção de dados da empresa Diminuição da coesão Problemas ao implementar sistema de avaliação de desempenho Desvantagens para o Empregado Falta de integração entre colegas Isolamento social e profissional Dificuldade em separar a vida profissional e pessoal Problemas de metodologia / autodisciplina Espaço comum ao trabalho e família pode gerar conflitos Acidente do trabalho. O problema está em verificar se o acidente sofrido foi ou não em razão da atividade laborativa e prevalecerá a melhor prova neste sentido. Tal produção de provas será mais difícil para o empregado do que para o empregador, uma vez que o empregado mescla afazeres domésticos com as obrigações laborais. EMENTA: INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DOENÇA PROFISSIONAL. CULPA DO EMPREGADOR. EMPREGADO EM DOMICÍLIO. O fato de o empregado trabalhar em domicílio não constitui, por si só, motivo para eximir o empregador da observância das normas de segurança e medicina do trabalho, colocando o trabalhador à margem da proteção legal que deve abranger "todos os locais de trabalho", sem distinção (artigo 154 da CLT). É certo que não há como exigir do empregador, em semelhante circunstância, a fiscalização cotidiana dos serviços prestados, inclusive quanto à efetiva observância pelo empregado das normas de segurança e medicina, mesmo porque a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial, nos termos da garantia estatuída no artigo 5o., inciso XI, da Constituição Federal. Essa particularidade, sem dúvida, constitui elemento que vai interferir na gradação da culpa do empregador em relação a eventual doença profissional constatada, masnão permite isentá-lo do cumprimento de obrigações mínimas, como a de instruir os empregados quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais, nos termos do artigo 157, II, da CLT, além de fornecer mobiliário adequado, orientando o empregado quanto à postura correta (artigo 199 da CLT), pausas para descanso, etc. Verificado o descumprimento dessas obrigações primordiais pelo empregador, em face da sua omissão negligente no tocante aos cuidados com a saúde da empregada, é inegável a sua culpa no surgimento da doença profissional constatada, incidindo sua responsabilidade pela compensação do dano moral sofrido pela obreira. Processo 00208-2006-143-03-00-2 RO. Desembargador Relator Heriberto de Castro. Juiz de Fora, 02 de setembro de 2008. TRT-PR-03-06-2016 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. "HOME OFFICE", TELETRABALHO OU TRABALHO A DISTÂNCIA. CIDADE DIVERSA DA LOCALIDADE DA EMPRESA. Lei 12.551/2011. A ideia de "mesma localidade" contida no item X da Súmula 6 do TST - (O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana) deve ser interpretada à luz da legislação vigente e da evolução tecnológica presente, as quais facultam a muitos trabalhadores a conveniência de exercer suas atividades profissionais por meio da internet, sem a necessidade de se deslocar da sua residência até à empresa. Com efeito, o trabalhador que executa seu trabalho à distância, não pode ter o direito à equiparação salarial mitigado sob o argumento de que trabalha em outra localidade, porquanto, à época da elaboração da CLT, não era possível prever a evolução das modalidades de realização do trabalho, sendo o teletrabalho uma delas, pelo que a Lei 12.551/2011 conferiu nova redação ao art. 6ª da CLT para equiparar o trabalho executado no domicílio do empregado àquele executado no estabelecimento do empregador. Recurso da parte autora ao qual se dá provimento no particular. TRT-PR-19814-2012-014-09-00-3-ACO-18556-2016 - 5A. TURMA Relator: ARCHIMEDES CASTRO CAMPOS JUNIOR Publicado no DEJT em 03-06-2016 TRT-PR-12-06-2015 TELETRABALHO. CONFIGURAÇÃO. Com a implementação de novas tecnologias, mormente nas áreas da informática e telecomunicações, surgiram outras formas de trabalho, que não exigem o comparecimento diário do empregado na empresa, dentre elas o teletrabalho. Conquanto o art. 6º da CLT se refira ao trabalho "executado no domicílio do empregado", o teletrabalho pode ocorrer em outros locais, como em telecentros ou sem um local fixo e certo, sem o contado direto, pessoal e contínuo com o empregador. O teletrabalho difere do trabalho externo, por ser desenvolvido mediante o emprego de modernas tecnologias de informática e telecomunicações. Assim, comprovado o trabalho externo, consistente no atendimento a clientes da empregadora, e não o teletrabalho, não são devidas horas extras oriundas desta última modalidade de prestação de serviços. Recurso ordinário do autor não provido. TRT-PR-05723-2014-015-09-00-9-ACO-18567-2015 - 4A. TURMA Relator: CÉLIO HORST WALDRAFF Publicado no DEJT em 12-06-2015 DISCIPLINA: JORNADA DE TRABALHO CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Triangle Shirtwaist Company Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 CONSIDERAÇÕES BIOLÓGICAS� Slide Number 29 Slide Number 30 Slide Number 31 Slide Number 32 Slide Number 33 Slide Number 34 Slide Number 35 Slide Number 36 CONSIDERAÇÕES SOCIAIS� Slide Number 38 Slide Number 39 Slide Number 40 CONSIDERAÇÕES ECONÔMICAS� Slide Number 42 Slide Number 43 Slide Number 44 Slide Number 45 Slide Number 46 Slide Number 47 Slide Number 48 Slide Number 49 Slide Number 50 JORNADA DE TRABALHO Slide Number 52 Slide Number 53 Slide Number 54 Slide Number 55 Slide Number 56 Slide Number 57 Slide Number 58 “más condições climáticas” Slide Number 60 Slide Number 61 Slide Number 62 Slide Number 63 Slide Number 64 Slide Number 65 Slide Number 66 Slide Number 67 Slide Number 68 Slide Number 69 Slide Number 70 A CAMINHO DO EMPREGO Slide Number 72 ACIDENTE A CAMINHO DO TRABALHO Slide Number 74 Slide Number 75 Slide Number 76 Slide Number 77 Slide Number 78 Slide Number 79 Carga horária Slide Number 81 Slide Number 82 Slide Number 83 Slide Number 84 REGIME DE TEMPO PARCIAL Slide Number 86 TRABALHO INTERMITENTE Slide Number 88 Slide Number 89 Slide Number 90 Slide Number 91 Slide Number 92 Slide Number 93 Slide Number 94 Slide Number 95 Slide Number 96 Slide Number 97 ATIVIDADES COM JORNADA ESPECIAL Slide Number 99 Slide Number 100 Slide Number 101 Slide Number 102 Slide Number 103 Slide Number 104 Slide Number 105 DAS EQUIPAGENS DAS EMBARCAÇÕES DA MARINHA MERCANTE NACIONAL, DE NAVEGAÇÃO FLUVIAL E LACUSTRE, DO TRÁFEGO NOS PORTOS E DA PESCA Slide Number 107 Slide Number 108 Slide Number 109 Slide Number 110 Slide Number 111 Slide Number 112 Slide Number 113 Slide Number 114 Slide Number 115 Slide Number 116 Slide Number 117 Slide Number 118 Slide Number 119 Slide Number 120 Slide Number 121 Slide Number 122 Slide Number 123 Slide Number 124 Slide Number 125 Slide Number 126 Slide Number 127 Slide Number 128 Slide Number 129 Slide Number 130 Slide Number 131 Slide Number 132 Slide Number 133 Slide Number 134
Compartilhar