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📝 Dispositivos de Acionamento Elétrico – Resumo Estruturado 1. Introdução: O Papel dos Dispositivos Os Dispositivos de Acionamento Elétrico são os componentes eletrônicos e eletromecânicos que compõem o Conversor Eletrônico de Potência (CEP) e o Sistema de Controle e Feedback. Eles são responsáveis por manipular a energia elétrica e fornecer ao motor a tensão, corrente e frequência exatas exigidas pela carga mecânica. O avanço nesta área é impulsionado principalmente pelo desenvolvimento de semicondutores de potência de alta velocidade e baixa perda. 2. Dispositivos Semicondutores de Potência (Chaves) Estes são os elementos chave (chaves estáticas) nos conversores que ligam e desligam rapidamente o fluxo de energia. Eles são classificados com base em sua capacidade de comutação (serem ligados ou desligados por um sinal de controle). Dispositivo Descrição Acadêmica Aplicação Típica no AE Diodo de Potência Dispositivo semicondutor não controlável, que permite a condução em apenas um sentido após atingir uma tensão de breakdown. Usado em Retificadores de Entrada (para criar o barramento CC) e como Diodos de Roda Livre em inversores. Tiristor (SCR - Silicon Controlled Rectifier) Dispositivo semi-controlável. É ligado por um pulso na porta (gate), mas desligado apenas pela reversão da tensão (comutação natural) ou pela redução da corrente abaixo da corrente de manutenção (holding current). Utilizado em Retificadores Controlados (controlando a tensão do barramento CC) e em cicloconversores. Transistor Bipolar de Porta Isolada (IGBT) Dispositivo de comutação totalmente controlável. Combina as vantagens do BJT (alta capacidade de corrente) com a do MOSFET (fácil acionamento por tensão). O dispositivo mais comum em Inversores de Frequência (VFDs) de média e alta potência, devido à sua capacidade de chavear em altas frequências (PWM). MOSFET de Potência Transistor de efeito de campo de porta isolada. Extremamente rápido. Oferece menores perdas de Usado em Conversores CC-CC (Choppers) e em inversores de baixa condução em baixa tensão e opera em altíssimas frequências de chaveamento. potência. É crucial em acionamentos de veículos elétricos (SiC e GaN MOSFETs). 3. Circuitos Auxiliares e Proteção • Circuito de Disparo (Gating Circuit): Circuito responsável por fornecer os pulsos de corrente ou tensão necessários ao gate do semicondutor para ligá- lo e desligá-lo, garantindo o tempo de atraso e o formato de pulso corretos (PWM - Pulse Width Modulation). • Circuitos de Amortecimento (Snubber): Redes R-C ou R-L-D conectadas em paralelo aos semicondutores. Têm a função de limitar a taxa de crescimento da tensão ($dV/dt$) e da corrente ($dI/dt$) durante a comutação, protegendo o dispositivo contra sobretensão e sobrecorrente transitórias. 4. Dispositivos de Sensoriamento e Feedback Para que um sistema de acionamento alcance o Controle Vetorial (FOC) ou outros métodos de alto desempenho, é essencial medir com precisão as variáveis de estado do motor. 4.1. Medição de Corrente e Tensão • Sensores de Efeito Hall: Usados para medição de corrente contínua (CC) e alternada (CA) sem contato elétrico direto (isolamento galvânico), fornecendo feedback de alta fidelidade para o algoritmo de controle. • Divisores de Tensão Isolados: Circuitos para reduzir a alta tensão do barramento CC ou dos terminais CA do motor a um nível seguro para o circuito de controle de baixa tensão. 4.2. Medição de Velocidade e Posição • Encoder Incremental: Gera um número de pulsos por revolução, usado para calcular a velocidade angular ($\omega_m$) do motor com alta precisão e, por integração, estimar a posição. • Resolver: Um transdutor eletromagnético que fornece a posição angular absoluta do eixo como uma relação entre as amplitudes das tensões de saída (seno e cosseno). É robusto e preferido em ambientes agressivos. • Sensor Hall (em motores sem escovas): Posicionado no estator, detecta a posição dos ímãs permanentes do rotor para garantir a sequência de comutação correta em motores BLDC (Brushless DC). 5. O Subsistema de Controle (Hardware Digital) O controle avançado (como FOC ou DTC) exige poder computacional para executar os algoritmos em tempo real. • Microcontrolador (MCU): Um microprocessador integrado com memória e periféricos específicos para controle (ex: temporizadores PWM de alta resolução, conversores A/D rápidos). É o componente mais usado em VFDs de baixo e médio custo. • Processador de Sinal Digital (DSP): Projetado especificamente para processamento matemático rápido. Utilizado em aplicações de alto desempenho dinâmico, como servossistemas, onde os laços de controle de corrente devem ser fechados em microsegundos. • FPGA (Field-Programmable Gate Array): Usado para a máxima velocidade e paralelismo de processamento. Essencial em acionamentos de ultra-alta velocidade ou em pesquisa, onde a flexibilidade do hardware é crucial. A sinergia entre esses dispositivos — semicondutores rápidos, sensores precisos e microprocessadores potentes — é o que define a performance e a eficiência de um Sistema de Acionamento Elétrico moderno. 📝 Dispositivos de Acionamento Elétrico – Resumo Estruturado 1. Introdução: O Papel dos Dispositivos 2. Dispositivos Semicondutores de Potência (Chaves) 3. Circuitos Auxiliares e Proteção 4. Dispositivos de Sensoriamento e Feedback 4.1. Medição de Corrente e Tensão 4.2. Medição de Velocidade e Posição 5. O Subsistema de Controle (Hardware Digital)