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O METODO ROOD NA FISIOTERAPIA
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Resumo sobre o Método Rood na Fisioterapia O método Rood, desenvolvido pela terapeuta ocupacional Margaret Rood na década de 1940, é uma abordagem de reabilitação neurossensorial que visa facilitar a função motora através da estimulação sensorial controlada. A premissa central deste método é que o sistema sensorial desempenha um papel crucial na organização do movimento motor. Assim, a aplicação de estímulos táteis, proprioceptivos e térmicos é utilizada para modular o tônus muscular e aprimorar o controle motor em pacientes com disfunções neurológicas. O método se fundamenta em quatro premissas básicas: a importância do movimento para o aprendizado motor, a capacidade da estimulação sensorial de facilitar ou inibir a atividade muscular, a necessidade de que os movimentos sejam direcionados a finalidades funcionais, e a sequência de desenvolvimento dos padrões de movimento, respeitando o desenvolvimento neuropsicomotor típico. As intervenções do método Rood são divididas em duas categorias principais: técnicas de facilitação e técnicas de inibição. As técnicas de facilitação têm como objetivo aumentar a excitabilidade dos neurônios motores, promovendo a ativação muscular. Exemplos dessas técnicas incluem a estimulação tátil rápida, a aplicação de gelo rápido, a percussão muscular e a vibração localizada. Essas estratégias visam estimular receptores sensoriais específicos, como mecanorreceptores e termorreceptores, para gerar uma resposta motora desejada. Em contraste, as técnicas de inibição buscam reduzir o tônus muscular excessivo e modular reflexos anormais, sendo especialmente úteis em pacientes com espasticidade. Exemplos incluem a pressão profunda sustentada, o alongamento prolongado, a aplicação de calor e o posicionamento terapêutico, que promovem o relaxamento muscular e melhoram a capacidade funcional do paciente. O método Rood também enfatiza que a recuperação da função motora deve seguir uma sequência de desenvolvimento neurológico, que inclui mobilidade, estabilidade, movimento controlado e habilidade. Essa abordagem progressiva e centrada na funcionalidade distingue o método Rood de outras abordagens mais passivas, favorecendo a integração das habilidades motoras na vida diária do paciente. Embora o método tenha sido amplamente utilizado no passado, atualmente é frequentemente integrado a outras abordagens terapêuticas, como Bobath, Kabat e Vojta, devido à escassez de evidências científicas robustas que sustentem sua eficácia isolada. No entanto, seus princípios continuam a ser considerados válidos e aplicáveis dentro de um plano terapêutico mais amplo e individualizado. Princípios Neurofisiológicos Os princípios neurofisiológicos que fundamentam o método Rood estão baseados na hierarquia do sistema nervoso central (SNC), onde o funcionamento cortical depende da integridade e maturidade das estruturas subcorticais. O controle motor eficiente é visto como emergente de respostas reflexas organizadas por centros inferiores, que são progressivamente moduladas pelas estruturas superiores do SNC. Rood classificou o tônus muscular como a base do movimento funcional, estabelecendo que a modulação do tônus é essencial para o desenvolvimento motor adequado. O método reconhece quatro fases do desenvolvimento motor: mobilidade, estabilidade, mobilidade sobre uma base estável e habilidade. As técnicas de facilitação são projetadas para aumentar o nível de alerta neuromuscular e promover contrações voluntárias ou reflexas. Entre as principais técnicas de facilitação estão a estimulação tátil rápida, a aplicação de gelo, a percussão e a vibração local. Por outro lado, as técnicas de inibição visam reduzir a espasticidade e a hiperatividade reflexa, utilizando métodos como pressão profunda sustentada, alongamento prolongado, posicionamento terapêutico e estimulação térmica lenta. Essas intervenções são fundamentais para a reabilitação de pacientes com condições neurológicas, como paralisia cerebral, acidente vascular encefálico, lesão medular e traumatismos cranioencefálicos. Críticas e Perspectivas Atuais Apesar de sua relevância histórica, o método Rood enfrenta críticas, principalmente pela falta de comprovação científica robusta que sustente a eficácia isolada de suas técnicas. Muitos estudos disponíveis são qualitativos ou têm baixa validade externa, dificultando a generalização dos resultados. Além disso, os avanços nas neurociências contemporâneas questionam a rigidez da hierarquia neurofisiológica proposta por Rood, defendendo modelos mais dinâmicos e interativos de organização motora. No entanto, o método Rood continua a ser uma referência importante na reabilitação neurológica, especialmente quando integrado a outras abordagens contemporâneas. A aplicação criteriosa e individualizada do método, aliada à avaliação contínua dos resultados, pode torná-lo um recurso valioso na prática clínica. Considerações Finais Em suma, o método Rood permanece como uma abordagem clássica na reabilitação neurológica, destacando a importância da estimulação sensorial na recuperação motora. Mesmo com as limitações de evidência científica, seus princípios são amplamente incorporados na prática clínica de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. A aplicação do método exige conhecimento técnico e sensibilidade clínica para selecionar as técnicas apropriadas às necessidades de cada paciente. A integração do método Rood com abordagens contemporâneas, guiada por evidências e centrada no paciente, representa o caminho mais promissor para sua utilização eficaz na fisioterapia atual. Destaques O método Rood é uma abordagem de reabilitação neurossensorial que utiliza estimulação sensorial para facilitar a função motora. As intervenções são divididas em técnicas de facilitação e inibição, visando aumentar ou reduzir o tônus muscular, respectivamente. O método enfatiza a sequência de desenvolvimento neurológico na recuperação da função motora. Apesar das críticas sobre a falta de evidências científicas robustas, o método Rood continua relevante quando integrado a outras abordagens terapêuticas. A aplicação do método requer conhecimento técnico e sensibilidade clínica, sendo fundamental para a prática de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

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